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FULLER, L. O caso dos exploradores de caverna. Ed. Universitária de Direito. São Paulo, 2003.

Essa é uma estória fictícia em que Lon L. fuller, professor de “jurisprudence”

de Harvard Law School, se baseia em dois julgamentos que aconteceram no Séc. XIX.

O ano dessa estória é 4.300 d.c. e a terra teria passado por um desastre chamado no

livro de “Grande Espiral”, a sociedade teria se reconstruído e chamada de Newgarth.

O que temos? Quatro acusados, que em maio do ano de 4299, ingressaram em

companhia de Roger Whetmore, no interior de uma caverna. Ocorre um

desmoronamento de terra e bloqueia completamente a única abertura. Os homens se dão

conta da situação difícil e resolvem ficar próximos à entrada na expectativa de que

fossem encontrados naquela prisão subterrânea. As famílias dos desaparecidos

procuraram o secretário da Sociedade para lhe informar do desaparecimento e logo a

equipe de socorro foi enviada ao local. Os exploradores não tinham suprimentos

suficientes que lhes permitissem subsistir por um longo período de tempo. No vigésimo

dia a partir da ocorrência, a equipe de resgate ficou sabendo que os exploradores tinham

levado um rádio transistorizado capaz de receber e enviar mensagens. Instalaram um

aparelho semelhante no acampamento e conseguiram manter a comunicação com os

homens. Estes, logo perguntaram: “Quanto tempo levará para que sejamos libertos”?

Em torno de mais ou menos dez dias, responderam os engenheiros, isso, se não ocorrer

novos deslizamentos. “Qual a probabilidade de sobrevivermos sem alimentos por mais

dez dias”? Essa possibilidade é quase nula, respondeu o presidente da comissão. Os

homens ficaram em silêncio na caverna por cerca de oito horas e novamente

restabeleceram contato solicitando o médico. Whetmore, falando em seu próprio nome e

representando os demais, questionou: “Somos capazes de sobreviver por mais dez dias

se nos alimentarmos de carne humana”? Sim, respondeu o presidente da


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comissão.“Seria melhor que tirássemos a sorte para sabermos qual de nós deverá ser

sacrificado”? Nenhum médico respondeu. “Quero saber se tem algum juiz ou outra

autoridade governamental que me responda essa pergunta”, mas ninguém quis

responder, nem mesmo um sacerdote.

Depois disto não receberam mais nenhuma mensagem de dentro da caverna.

No trigésimo terceiro dia, os homens foram libertos e Whetmore tinha sido morto para

ser servido de alimento a seus companheiros. Os quatros sobreviventes foram

processados e condenados à morte pela forca, pelo homicídio de Whetmore. Recorreram

da decisão do Tribunal do Condado de Stowfield à Suprema Corte de Newgarth para

que a sentença fosse comutada em prisão de seis meses.

O Julgamento

Cinco juízes. O primeiro a votar foi o presidente da Suprema Corte e também

relator do caso, o Juiz Truepenny. Este, recomenda ao Tribunal que seja mantida a

condenação. No entanto, no caso da Suprema Corte, diz que o mais adequado, diante

das circunstâncias do caso, seria não pedir, mas recomendar ao Chefe do Poder

Executivo comutar a pena em prisão de seis meses.

O segundo a votar é o Juiz Foster. Apresenta para absolver os réus, dois

argumentos. O primeiro é que, presos dentro da caverna, eles não estavam submetidos

às leis de Newgarth, mas estavam num verdadeiro estado de natureza. E, no estado de

natureza, estavam sujeitos ao direito natural. Logo, seria válido o contrato que eles

fizeram entre si e, por isso, o caso não poderia ser considerado um homicídio. O

segundo argumento é baseado na finalidade da regra que pune o homicídio. O seu

objetivo é defender a vida. E, portanto, considerando-se que a vida do pobre Whetmore

foi tirada para preservar a dos quatro restantes, teria sido alcançada a finalidade da
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norma. O Juiz Foster considera segundo os seus argumentos que os quatros homens

devem ser absolvidos.

O terceiro a votar, o Juiz Tatting. Racionalmente, entende que a lei deve ser

aplicada, mas suas emoções dizem o contrário. E quando ele pensa no ato cometido

pelos réus, suas emoções ficam ainda mais confusas e por isso, ele se abstém de votar.

O Juiz Keen, refuta todos os argumentos do Juiz Foster, critica o Juiz

Truepenny por sugerir a comutação da pena e vota pela manutenção da pena.

O último a votar é o Juiz Handy que baseou seu voto na opinião pública e

sugere encontrar a solução mais adequada ao bom senso e, portanto, decide por absolver

os réus. Na contagem dos votos, duas condenações, duas absolvições e uma abstenção.

E o resultado? A condenação foi mantida, foi marcada a execução dos réus por meio da

forca para o dia 2 de abril do ano 4.300.

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