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O EMPREENDEDOR Y

Júlia Silva da Rosa¹

Artigo Científico apresentado à


CASTELLI – Escola Superior de
Hotelaria, como requisito parcial
para a obtenção do título de
Graduada em Hotelaria.
Orientadora: Profª. Drª. Diney
Adriana Nogueira de Oliveira

Canela

2011

2011¹ Graduada em Hotelaria da Castelli Escola Superior de Hotelaria.

E-mail: jrosa93@gmail.com
RESUMO

Este trabalho aborda um dos temas mais comentados na atualidade: A geração


Y. Sociólogos vêm estudando o comportamento e estilo de vida destes jovens
que buscam não só um bom emprego, equivalente a outras gerações, mas
também a autorrealização, o rápido sucesso no mercado e um equilíbrio entre
vida pessoal e trabalho. Das empresas existentes, atualmente, no mercado de
trabalho, poucas atendem aos desejos e aspirações desses jovens; a geração
Y, entretanto, está descobrindo no empreendedorismo uma ótima forma de
revolucionar, a sua maneira, as organizações. Esses jovens estão chegando ao
mercado de trabalho com uma proposta de mudança, seja na criação de sua
própria empresa, ou com idéias inovadoras para outras onde possam por em
prática todos seus projetos.

Palavras-chave: Geração Y, empreendedorismo, mercado de trabalho,


inovação.

1 INTRODUÇÃO

A sociedade, em geral, segue tendências de comportamento de acordo


com o momento histórico, situação política, populacional e avanços
tecnológicos em diversas áreas. São vários fatores que, juntos, determinam o
comportamento e estilo de vida de determinados grupos sociais. É possível
estabelecer claramente o início e fim de períodos em que as pessoas agiam,
pensavam e levavam suas vidas de um jeito ou outro. Nada acontece de
repente; todas as mudanças de comportamento e pensamento ocorrem
gradualmente, pois uma geração sucede a outra, e assim como um paradigma
ou tendência é esquecido, reinventado ou inventado, as novas gerações
substituem as mais antigas, substituem e reciclam idéias (mais antigas). O
mundo já passou por muitas mudanças, ainda está passando, e a que tudo
indica ainda está longe de parar de modificar-se.
Tratando-se de mudança, a geração que hoje está revolucionando
silenciosamente o mundo já é alvo de estudo da maioria dos pesquisadores
sociais, que querem entender o que há de tão singular na Geração Y, a
geração da tecnologia, da criatividade e liderança, uma geração de
empreendedores natos.

Os modelos estruturados de sociedade, família, trabalho e até de


felicidade estão sendo colocados em discussão, e já não se
considera uma boa estratégia lutar a vida toda para tentar ser feliz
somente quando a aposentadoria chegar.

A transgressão como ferramenta de inovação e busca da satisfação


imediata de seus sonhos são algumas das mais marcantes
características dos jovens nos dias atuais, conhecidos como Geração
Y. (OLIVEIRA, 2010, p.10).

A Geração Y, ou Millenials, como também pode ser chamada, veio


para reinventar o modo de vida de uma sociedade presa ao ideal de uma
felicidade inalcançável, uma sociedade comandada por workaholics dominados
pelo trabalho que muitas vezes não é prazeroso ou simplesmente não
proporciona algum tipo de desenvolvimento pessoal ou desafio. Esses jovens
buscam essencialmente qualidade de vida, buscam antes de um bom emprego
seguro e estável a felicidade e a realização pessoal. Tais ideais vêm inspirando
até as gerações anteriores a adaptarem-se a esse novo paradigma, como
apresenta Esteves in Oliveira (2010):

“[...] nós, representantes de outras gerações, nos identificamos com algumas


características da Geração Y exatamente pelo eco que a revolução desses jovens tem
causado. [...]”.

Diferentemente de outras gerações esta não luta contra algum inimigo,


não possui causas para sair às ruas e protestar por seus direitos; esta geração
sabe que as coisas não funcionam como querem do jeito antigo e, por isso,
resolveram inventar sua própria maneira de gerir a si mesmos e as coisas que
os rodeiam. Conforme Oliveira (2010),

Esses jovens estão obtendo na escola resultados muito melhores do


que jovens de outras gerações. O grau de exigência está
aumentando, os desafios e a concorrência estão cada vez maiores.
Evidentemente, isso não pode ser generalizado, pois a sociedade
atual possui enormes lacunas em “bolsões de pobreza”, nos quais os
jovens encontram muitas limitações, com um nível de ensino
extremamente inferior, num paradoxo inacreditável.
Vivemos um tempo de intensas mudanças, e não existe nada que se
torne sustentável no tempo que não tenha começado pequeno,
simples e não tenha se originado de uma mudança. (Kühner in
OLIVEIRA, 2010, p.17)

Para estes jovens o mundo é como uma ilha recém descoberta, cheia
de mistérios e possibilidades ainda inexploradas. São como os antigos
conquistadores e descobridores, que há anos atrás revelaram ao mundo algo
completamente diferente do que já havia sido visto. Também estão
descortinando um mundo novo, revolucionando do seu jeito o modo de viver,
pensar e agir de toda uma sociedade ao seu redor. Estes jovens são os
empreendedores do novo mundo.

2 A GERAÇÃO Y

Tal termo atualmente é utilizado para definir os nascidos no período entre 1980
e 1999, e de acordo com Oliveira (2010):
O batismo dessa geração se deve a um fato curioso. Quando a antiga
União Soviética exercia forte influência sobre países de regime
comunista, chegava a definir a primeiras letras dos nomes que
deveriam ser dados aos bebês nascidos em determinados períodos.
Nos anos 1980 e 1990 a letra principal era a Y. Isso realmente não
teve muita influência no mundo ocidental e capitalista, mas
posteriormente muitos estudiosos adotaram essa letra para designar
os jovens nascidos nesse período. Surgia assim o termo Geração Y.
(OLIVEIRA, 2010, p. 41)

Ainda segundo o autor, essa geração tem como principais


características a ansiedade e impaciência, a busca de viver intensamente cada
experiência, a necessidade constante de reconhecimento, a escolha por
padrões informais, individualidade, e ampla rede de relacionamentos. Porém,
ele salienta que não se pode generalizar caracterizando estes jovens dentro de
um único estereótipo de comportamento.
É uma geração que cresceu em meio à tecnologia e suas facilidades;
desde cedo foi acostumada a esse meio, por isso possuem naturalidade com
tais ferramentas. É uma geração que aprendeu a viver com uma estrutura
familiar moderna, muitos são filhos de pais separados, e cresceram convivendo
com duas famílias. Devido ao aumento de expectativa de vida, às vezes
convivem também com avós e bisavós, simultaneamente; esses jovens
cresceram vendo a mãe trabalhar todos os dias, assim como o pai. Não vêem
mais a mulher como apenas uma dona de casa, que tem como única atribuição
ficar em casa para limpar e cuidar das crianças; para estes jovens não existe
diferença entre gêneros no mercado de trabalho, as mulheres têm competência
e capacidade igual a qualquer homem na competição por um espaço no
mercado. Em geral, essa geração não faz diferenças, todos são iguais, não há
distinção entre gêneros, etnias e idades. É um jovem que desde berço entende
que todos têm potencial para competir entre si no mercado de trabalho e que
não é a cor ou gênero que será determinante para obter um bom emprego ou
uma boa oportunidade profissional.
Rita (2009) explica que esses jovens estão aptos a desenvolver a
autorrealização, buscam um equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal, fazem
só o que gostam e o que lhes dá prazer. Além de terem valores éticos muito
fortes, priorizam resultados e as relações humanas, pois um mundo onde tudo
pode ser descoberto através de uma simples pesquisa no Google, acabou por
ensinar a importância da transparência e sinceridade nas relações Chegou à
época dos chefes transparentes, que não somente mandam, mas ensinam e
compartilham idéias.

2.1 Modelo de gestão da empresa Google

Já é possível perceber que em breve o mercado de trabalho tornar-se-


á algo completamente divergente do que hoje em dia entende-se como um
padrão de comportamento aparentemente imutável. Regras, hierarquias e
atribuições específicas para funções específicas logo estarão esquecidas em
uma gaveta empoeirada no canto, perto de outra onde estará trancado a chave
coisas como comportamento antiético e intermináveis transtornos burocráticos,
que serão apenas lembranças de um sistema pouco eficiente e falho.
Questões como padrões de comportamento, burocracia e necessidade
de transparência em todas as relações, estão aos poucos sendo levantadas
pelos integrantes da Geração Y, que já inseridos no mercado de trabalho
questionam por que o mundo é como é, e por que não pode ser de outro jeito.
Essa geração já provou que sim, é possível desenvolver um modelo de gestão
mais eficiente e mais proveitoso, tanto para o empregador, quanto para o
empregado. Um ótimo exemplo é a empresa Google, que atualmente tornou-se
uma das empresas que mais cresce no mundo como aponta o site da Revista
Época Negócios A Google teve um crescimento de 19% mesmo com a crise
econômica mundial, sendo que seu maior diferencial está em seu quadro de
funcionários altamente qualificado tratados de maneira nada ortodoxa. A
empresa permite que o funcionário jogue sinuca durante o expediente, permite
levar seu cachorro ao trabalho e até fornece uma verba para o funcionário
decorar da maneira que quiser sua mesa de trabalho, além de uma verba para
fins educacionais, incentivando o funcionário a manter seu alto padrão de
qualificação atualizando-se e enriquecendo seu currículo profissional. No
próprio site <www.google.com.br> encontra-se a seguinte definição institucional
“A Google não é uma empresa convencional, e não tem a intenção de tornar-se
uma.” E logo após ainda, acrescentam: “No Google nós sabemos que cada
funcionário tem algo importante a dizer, e que cada funcionário é parte
integrante do nosso sucesso”.
Tal abordagem vai a contraponto a todos os modelos de gestão
conhecidos até hoje, até então são conhecidos como única fórmula de obter
sucesso e crescimento em grande escala no mundo dos negócios. Utilizando-
se da empresa Google como exemplo é possível entender que com o
surgimento de empresas com esse tipo de gestão é possível definir a
aproximação de um divisor de águas entre os modelos de gestão e
administração atuais, esse completamente novo e diferente, que promete obter
mais resultados em menos tempo sem exigir tanto do funcionário, ou melhor,
sem exigi-lo e sim ouvi-lo, entendê-lo e motivá-lo a trabalhar cada vez melhor e
com resultados cada vez maiores.

2.2 Oportunidade para os jovens empreendedores

O estilo de gestão da empresa Google foi tomado como exemplo


anteriormente; porém, diversos modelos de gestão considerados nada
ortodoxos pelos padrões atuais estão surgindo a cada dia, em geral modelos
não tão inovadores e inusitados como o do exemplo, mas todos os estilos de
gestão têm uma particularidade em comum, todos idealizados por jovens
integrantes da Geração Y. Oliveira (2010) destaca que:

Segundo pesquisa da Cia. De Talentos – Empresa dos Sonhos 2009,


realizada com mais de 29 mil jovens na América Latina -, um dos
principais motivos para escolher uma empresa na qual trabalhar é um
ambiente agradável, que não intimida, mas promove o bem estar e o
respeito, no qual o trabalho é quase um lazer constante, movimento
criativo e um bom relacionamento com os colegas.
Não é surpresa, portanto, que jovens profissionais, estejam
realizando projetos fantásticos em empresas cada vez mais flexíveis
e informais, seja na forma de vestir, nos horários ou no ambiente de
trabalho. (OLIVEIRA, 2010, p.66)

É isso que o jovem de hoje procura em uma empresa; ele não quer
apenas um emprego, ele busca uma experiência de vida, a autorrealização, o
crescimento pessoal. Porém, infelizmente, uma empresa que se enquadra
nesses padrões ainda é difícil de ser encontrada, pois os atuais “donos” das
empresas ainda são de uma geração onde os valores de hierarquia, regras e
inflexibilidade ainda são muito fortes.
A solução encontrada é recomeçar, inovar. Os jovens Y estão
descobrindo no empreendedorismo uma ótima oportunidade de negócio e até
de realização pessoal. Chiavenato (2007, p. 3) define o empreendedor da
seguinte maneira:
Ele não é somente um fundador de novas empresas ou o construtor
de novos negócios. Ele é a energia da economia, a alavanca de
recursos, o impulso de talentos, a dinâmica de idéias. Mais ainda: ele
é quem fareja as oportunidades e precisa ser muito rápido,
aproveitando as oportunidades fortuitas, antes que outros
aventureiros o façam.

Tais características consideradas necessárias ao perfil de um


empreendedor de sucesso podem ser facilmente enquadradas ao perfil de um
jovem Y, e por tais razões a oportunidade de iniciar o próprio negócio torna-se
tão sedutora aos olhos desses jovens. A geração Y está encontrando no
empreendedorismo uma oportunidade de mudar o mundo, de reinventar o jeito
de gerir uma organização. São jovens que encontraram uma ótima ferramenta
para por em prática seus sonhos e planos de mercado ideal.

2.3 As ferramentas de qualificação do empreendedor Y, para um


mercado cada vez mais exigente.

O mercado de trabalho está crescendo exponencialmente, torna-se a


cada dia mais competitivo e exigente, o que acaba por impor às pessoas
inseridas nesse meio um crescimento proporcional. As competências exigidas
a um gerente a cerca de cinqüenta anos atrás são completamente divergentes
das competências e habilidades necessárias a um gerente do século XXI. Da
mesma maneira, a demanda de clientes do século XXI tornou-se muito mais
seletiva do que os clientes de Henry Ford nos anos 50. Os empreendedores
também se tornaram muito mais seletivos e exigentes consigo mesmo e com a
equipe que os rodeia; as empresas querem apenas os melhores, pois almejam
ser destaque em seu nicho de mercado.
Por se tratar de um mundo cada vez mais exigente, seletivo e rigoroso,
os pais da nova geração, Geração X, nascidos entre os anos 1960 a 1980,
acabaram por oferecer a seus filhos instrumentos e ferramentas para
prepararem-se para o futuro mercado de trabalho desde cedo. É como aponta
Oliveira (2010, p.42):
“[...] nenhuma geração anterior recebeu tantos cuidados, tantos estímulos e tantas
informações que pudessem levar os jovens a uma qualificação mais elevada”.
Criados em uma sociedade caracterizada pelo rompimento do modelo
da estrutura clássica familiar, os pais dessa geração, inconscientemente,
buscaram compensar a tal falta na criação dos filhos, oferecendo-lhes desde
cedo oportunidades e ferramentas para potencializar seu aprendizado. Essas
crianças cresceram com uma agenda lotada por cursos de línguas, esportes,
oficinas de música, artesanato. Cursos aparentemente de caráter apenas
lúdico e para a diversão dos pequenos de certa forma ensinaram essas
crianças a gerir melhor seu tempo, alternar sua atenção a diversas atividades.
Esses jovens cresceram brincando de adultos.
Nunca antes as pessoas tiveram tantas ferramentas de “exploração” ao
seu dispor, prontas para serem utilizadas. E por terem crescido em um
ambiente com todas essas tecnologias ao seu alcance, os jovens Y tem uma
facilidade natural para com tais ferramentas. Rita (2009, p. 52) afirma:
“[...] essa é a primeira geração que não precisou aprender a dominar as máquinas,
mas nasceu com TV, computador e comunicação rápida dentro de casa.”
Esses jovens sabem que o mundo está muito diferente do que era há
vinte anos, principalmente o mercado de trabalho. As boas oportunidades, que
só acontecem para os mais bem preparados e espertos. Esses jovens
entendem a importância de se prepararem, entendem como nenhuma outra
geração a necessidade do conhecimento, experiência e motivação para obter
sucesso em qualquer negócio que enfrentarem.

3 O EMPREENDEDORISMO

Não existem regras para empreender, não existem fórmulas descritas


em livros ou ainda uma maneira de montar o próprio negócio livre de riscos e
chances de insucesso.
Em seu best-seller, intitulado o Segredo de Luísa, Dolabela (2006, p. 9)
afirma:
“Os empreendedores aprendem mais com a prática do que com a teoria. São os
problemas que os levam a se superar e a dominar os conhecimentos necessários ao sucesso
na vida real.”
Acredita-se que a junção entre o conhecimento teórico e as
experiências diárias do empreendedor é uma ótima maneira de obter sucesso
nos negócios, mesmo que outros obtenham sucesso com apenas o
conhecimento da prática. Cedo ou tarde, o empreendedor sentirá a
necessidade de entender o funcionamento de seu empreendimento na teoria.
Chiavenato (2007) reflete que para obter sucesso o empreendedor não
deve apenas saber criar seu próprio negócio, deve também saber geri-lo e
mantê-lo vivo, gerando retornos a seu investimento inicial, o que significa
administrar, planejar, organizar e dirigir todas as atividades relacionadas ao
empreendimento.
Cada vez mais o dono das micro, pequenas e médias empresas vem
se tornando o principal motor da economia de seu país; o empreendedorismo
torna-se uma tendência mundial maior a cada dia, pois trata-se de uma grande
oportunidade de negócio, além de promover realização pessoal, sendo raro
encontrar algum empreendedor que deseja aposentar-se ou esteja infeliz por
ter seu próprio empreendimento.
O estudo do empreendedorismo não é recente. Em 1934, o economista
austríaco Joseph Schumpeter in Dornelas (2006, p.37) definiu-o como:
“[...] aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos
produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos
recursos materiais. [...]”
Mesmo que já tenham se passado mais de setenta anos, desde que o
autor apresentou esta definição, ela ainda é utilizada como uma das principais
definições para o empreendedorismo atual, pois retrata a essência do espírito
empreendedor.

3.1 O planejamento, principal ferramenta do empreendedor de sucesso


O empreendedorismo remete-se naturalmente ao plano de negócio. É
parte fundamental do processo empreendedor, pois se trata da descrição de
todos os processos e idéias do negócio, ferramenta de extrema importância
para uma empresa que está iniciando suas atividades, sendo que o plano de
negócio representa o norte da empresa. Todas as decisões serão baseadas
nesse planejamento. já que a empresa não possui um histórico ou dados
anteriores para basear-se nas tomadas de decisões futuras. O planejamento
torna-se essencial para o bom funcionamento da empresa desde seu começo e
continuará sendo essencial para cada tomada de decisão futura, pois o
empreendedor deve assumir apenas riscos moderados e previamente
calculados, para não dar um passo errado e perder o investimento, até que
fechar as portas de sua empresa.
Chiavenato (2001, p.132) apresenta a seguinte definição para o plano
de negócio:
Descreve a idéia de um novo empreendimento e projeta os aspectos
mercadológicos, operacionais e financeiros dos negócios propostos,
geralmente, para os próximos três ou cinco anos. Seu preparo
permite a análise da proposta e ajuda o futuro empreendedor a evitar
uma trajetória decadente que o levará do entusiasmo à desilusão e
ao fracasso.
O plano de negócio não determina o sucesso da empresa, mas pode
ajudar a evitar muitas decisões erradas por falta de análise, pois um negócio
bem planejado tem mais chance de sucesso do que outro que não possui
planejamento nenhum, mesmo sendo produto de qualidade igual.
Dolabela (2007, p.89) afirma que, infelizmente, plano de negócio é algo
incipiente no Brasil, e poucos empreendedores utilizam a metodologia no nosso
país; porém, em outros lugares, Europa, por exemplo, o planejamento é
ferramenta usual e indispensável antes de abrir qualquer tipo de negócio.

3.2 Insucesso nos negócios: a falácia da melhor ratoeira

No Brasil, cerca de um quarto dos empreendimentos fecham no


primeiro ano, de acordo com publicação do IBGE (2003). A principal causa é a
falta de planejamento e preparo do empreendedor, que não soube de maneira
correta gerir o negócio e acabou tendo que fechar as portas ainda no primeiro
ano.
Muitas das principais causas para o insucesso de um empreendimento
são: fatores econômicos, inexperiência, vendas insuficientes e despesas
excessivas. Em alguns casos, o empreendedor comete o erro de achar que se
produzir um produto de qualidade, ou tiver uma idéia inovadora não precisa de
um plano de negócio estruturado, bastando produzir que as pessoas virão até
ele para comprar.
De acordo com Dolabela (2006), o percentual de sucesso garantido
pela qualidade do produto não passa de 5%, e quase nunca o produto de maior
sucesso é o que tem a maior qualidade. A época do melhor produto já passou,
era realidade na primeira metade do século XX, onde a demanda era alta e a
concorrência pequena.
Boone & Kurtz (1998, p.8.) conforme publicado no blog Marketing 360
graus apresentam a declaração do filósofo Ralph Waldo Emerson, que há mais
de 100 anos, tornou sua teoria a essência da era da produção:
"Se um homem escreve um livro melhor, prega um sermão melhor do que a do
vizinho, ainda que construa sua casa na floresta, o mundo fará uma trilha até sua porta."
Tal teoria é adaptada para uma história chamada de “A falácia da
ratoeira” que é apresentada por Dolabela (2007, p. 64):
Essa história influenciou gerações e atualmente é responsável pela
falência de muitos negócios que poderiam ter sucesso. Segundo ela,
se uma pessoa criasse a melhor ratoeira do mundo e a colocasse à
venda em sua própria casa, situada em um lugar afastado e quase
inacessível, no meio de uma floresta, aos poucos os consumidores
interessados abririam uma picada para comprá-la. Com o tempo, a
picada se transformaria em via expressa, fazendo com que tal pessoa
ficasse milionária.

Não adianta dominar o processo de produção, dos 5% acima citados, e


esquecer-se dos outros 95% envolvidos, que são todas as ferramentas
necessárias para o bom funcionamento da organização, tais como a tecnologia
voltada ao produto, conhecimento do negócio, clientes, fornecedores,
concorrência, estatísticas e tendências de mercado, além da gerência e
administração financeira. O foco necessita estar no negócio como um todo e
não apenas no produto.

3.3 Marketing e comunicação

O Marketing é parte importante do empreendimento, pois de nada


adianta ter o melhor produto, a melhor empresa, o melhor planejamento
estratégico se ninguém sabe disso. A estratégia de comunicação deve começar
junto ao plano de negócio, necessita fazer parte do planejamento inicial da
empresa, pois previamente deve ser definido quanto será gasto com o
marketing, onde e como esta divulgação será feita.

Segundo Chiavenato (2011), o marketing é o principal elo entre o


empreendedor e o cliente, e é através do marketing que o cliente recebe o
produto ou serviço no tempo certo e com preço adequado ao que ele deseja
pagar. É um conjunto de ações que busca o melhor momento para apresentar
um produto ou serviço ao mercado, pois está completamente focado no cliente,
em suas necessidades e expectativas.

O empreendedor sempre acredita que seu negócio é melhor, e mais


inovador do que o de seus concorrentes; porém, muitos acabam utilizando as
mesmas estratégias de marketing para conquistar o mercado. Ao
empreendedor cabe criar um negócio ímpar, difícil de copiar e imitar, Devendo
inventar a sua vantagem competitiva.

Segundo Porter (1989), a estratégia competitiva é a busca de uma


posição competitiva favorável, que visa estabelecer uma posição lucrativa e
sustentável contra as forças que determinam a concorrência na indústria. Não
só responde ao meio ambiente, mas também tenta modelar esse meio
ambiente a seu favor. Tem sua origem nas inúmeras atividades que a empresa
executa como o projeto, produção e marketing, por exemplo. Essas atividades
criam a vantagem da empresa, que pode ser custos, singularidade, qualidade,
entre outros. A vantagem competitiva surge, fundamentalmente, do valor que
uma empresa consegue criar para seus clientes, ultrapassando o custo efetivo
do produto, sendo que o valor é aquilo que os compradores estão dispostos a
pagar.

A vantagem competitiva é basicamente o diferencial que a empresa


tem sobre a concorrência, algo que a diferencia dos demais, que atrai os
clientes por ser única, fidelizando os compradores. Assim, pode-se entender a
importância do planejamento de marketing, a importância da estratégia da
comunicação para o sucesso de uma empresa, pois um novo empreendimento
só dará certo se todas as partes estiverem funcionando em harmonia e em
sintonia.

4 O EMPREENDEDOR Y

Assim como o empreendedor que muda e inova algo no mercado, os


jovens Y estão mudando e inovando a sociedade. É possível notar que outras
gerações inspiradas pelo jeito desses jovens estão de alguma forma mudando
seus hábitos, seja apenas aprendendo a usar um computador ou mudando seu
jeito de agir e pensar. Apenas por bom exemplo e comportamento, os mais
jovens conseguiram mudar os mais velhos, sem entrar em conflito, brigar ou
impor qualquer tipo de coisa.
O que estamos presenciando, atualmente, é uma grande mudança de
paradigma de uma sociedade que ainda vive assombrada pelas lembranças de
tempos de guerra, ditadura e inflação altíssima. Esses jovens detêm o direito
de sonhar e de tentar pôr em prática seus sonhos, e de até conseguir obtê-los
por meio de seu próprio esforço, dedicação e luta por reconhecimento.
A geração Y não quer trabalhar para um chefe, quer trabalhar com um
mestre, alguém que os ensine, explique e os motive para dar o melhor de si,
pois é isso que acreditam ser a atribuição de um chefe/mestre, é assim que vão
tratar seus futuros jovens subordinados.
Esses jovens ainda estão começando a inserção no mercado de
trabalho; poucos já são chefes, gerentes ou gestores, porém nunca tantos
jovens com menos de 30 anos chegaram ao topo de suas carreiras tão
rapidamente, ou obtiveram sucesso em empreendimentos próprios. Hoje, ver
alguém com mais de 60 anos ainda trabalhando tornou-se comum, ao mesmo
tempo, ver um jovem com seus 20 e poucos anos tendo um grande percentual
de lucro e gerenciando excepcionalmente sua própria empresa, também. É
possível notar que entramos em um tempo de diversidades, quando a
rotatividade de pessoas no mercado tornou-se menor; um jovem inexperiente
trabalha lado a lado a um colega mais velho cheio de experiência, como iguais,
pois, ambos têm ideias e conhecimentos a compartilhar entre si, ambos têm
uma visão de mundo diferente, e podem, facilmente, apreender um com o
outro, gerando assim, novas possibilidades, novas ideias e novas visões de
mundo.
Talvez por motivos como esses e muitos outros, até pessoais, as
possibilidades de se tornar um empreendedor vem seduzindo esses jovens.
Um empreendedor não é necessariamente apenas aquele que abre o próprio
negócio, ele é, como definiu Schumpeter (1883), aquele que destrói a ordem
econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços. O
empreendedor é alguém inovador, criativo, alguém que quer mudar o mundo,
seja com um produto revolucionário, um serviço ou uma atitude. O
empreendedor é o jovem Y do mundo dos negócios, ele é questionador,
motivado e cheio de boas intenções. Assim como o jovem Y, o empreendedor
não busca apenas a sua autorrealização, busca um equilíbrio, busca além de
sua própria autorrealização, a autorrealização de todos que a sua volta, seja
família ou clientes. O empreendedor busca a satisfação de necessidades, de
anseios de uma sociedade na qual está inserido.
5 CONCLUSÃO

Esse artigo foi elaborado tendo como principal objetivo apresentar a


discussão de uma temática bastante recente, a Geração Y, um tema social que
vem ganhando espaço para reflexão e estudos. Não se restringindo apenas a
área de Estudos Sociais, tal temática está ganhando espaço nas organizações,
nas empresas, no mercado de trabalho em geral.

Os atuais gestores, e pais, tentam entender o que se passa na cabeça


de seus jovens empregados e filhos, por que suas ideias e expectativas para a
vida são tão diferentes das suas quando tinham a mesma idade.

Analisar o comportamento da Geração Y, da minha geração, em


terceira pessoa foi uma experiência interessante, inusitada, um conhecimento
que de início parecia desinteressante e até inútil. Por que devo ler e aprender
sobre meu comportamento? Afinal, sei o que sou e sei o que penso, e
principalmente o que eu quero.

Em um segundo momento, tive realmente a impressão de estar mesmo


lendo sobre mim, sobre meus anseios, preocupações, dúvidas, curiosidades e
principalmente caráter e valores. Acreditava até então, que era a única a me
sentir assim, a pensar assim e querer tanto mudar o mundo exatamente da
maneira que, segundo os autores mencionados, esses tais jovens queriam.
Passei a entender que o que se passa em minha cabeça, também acontece na
cabeça dos jovens da minha idade, que todos, mesmo com suas
particularidades e aspirações individuais, detém o mesmo senso comum, o
desejo de inovar, a facilidade com a tecnologia e os fortes valores morais.

Penso que todo o jovem, independente de sua geração ou época, quer


mudar o mundo, mesmo que seja mudar o seu mundo e o mundo dos que o
cercam. Todos os jovens, a sua maneira, querem inovar, transformar e
reinventar. Como mais tarde descobri, foram muitas das minhas características
Y que me motivaram a redigir este artigo, escrito por um jovem Y sobre os
futuros empreendedores Y, grupo ao qual desejo pertencer.
Minha maior preocupação, sempre que sentava para escrever, era que
mesmo escrevendo em terceira pessoa não poderia esquecer minha própria
identidade Y. Tentar, mesmo que de uma forma impessoal, mostrar minha
visão de mundo, meu estilo de vida e planos para o futuro.

Ao fim deste trabalho, noto que não apenas escrevi um artigo científico,
mas que também aprendi, consegui responder muitos dos porquês da minha
própria essência. Também sei que estes jovens, que esta jovem, quer e vai
mudar o mundo.

ENTREPRENEUR Y

ABSTRACT

This article discusses one of the most commented theme nowadays, the
Generation Y, sociologists has been studying the behavior and life style of this
young generation, that seeks not only a good job, like the other generation, but
also self-realization, rapid success in business and a balance between personal
life and work. Actually few companies in the labor market meet the desires and
aspirations of that young generation, the Generation Y is discovering with the
entrepreneurship a great way to revolutionize the organizations, those young
people are coming to the labor market with a new change propose, whether is
creating its own company or with innovative ideas for a company where they
can put into practice all their projects.

Key words: Generation Y, entrepreneurship, labor market, innovation.

REFERÊNCIAS

CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo: Dando assas ao espírito


empreendedor, São Paulo: Saraiva, 2007.
DOLABELA, Fernando. O segredo de Luísa, São Paulo: Cultura, 2006.
DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: Transformando idéias
em negócios, Rio de Janeiro: Campus, 2001.

http://www. epocanegocios.globo.com Acesso em 19.04.2011.


http://www.google.com.br/intl/en/about/ Acesso em 18.05.2011 (Tradução do
autor).
http://www.mkt360.blogspot.com Acesso em 04.04.2011.
IBGE. As micro e pequenas empresas comerciais e de serviço no Brasil:
2001, Rio de Janeiro: IBGE, 2003.
OLIVEIRA, Sidnei. Geração Y: o nascimento de uma nova geração de
líderes, São Paulo: Integrare Editora, 2010
PORTER, Michael. Vantagem competitiva: Criando e sustentando um
desempenho superior, Rio de Janeiro: Campus, 1989

RITA, Loila. Geração Y Eles já foram acusados de tudo: distraídos,


superficiais e até egoístas. Mas se preocupam com o ambiente, têm fortes
valores morais e estão prontos para mudar o mundo, São Paulo: Revista
Galileu, 2009, Edição 219

AGRADECIMENTOS

Este trabalho marca o primeiro passo para o fim de uma jornada e


início de tantas outras que pretendo trilhar.
Tais agradecimentos direcionam-se não só apenas àqueles que de
alguma forma ajudaram na concepção deste artigo, mas sim a todos que
estiveram ao meu lado durante esta curta e significativa jornada.
Meus agradecimentos aos meus pais e a minha irmã, que mesmo
longe e por vezes não compreendendo algumas situações por mim vividas
aqui, sempre estiveram presentes me apoiando e oferecendo uma palavra de
carinho e motivação sempre que necessário. Amo vocês.
Quero ainda agradecer ao meu querido Gui, que esteve comigo
durante a jornada, sempre me dando ótimas ideias e me apoiando. Muito
obrigada por tudo, pelos momentos juntos, todos muito especiais.
Ao final, um agradecimento especial à amiga Marleci, que me ajudou
essencialmente na composição do trabalho, seja com livros, dicas, e às vezes
até puxões de orelhas se necessários.
A todos, meu sincero obrigada e carinho.

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