ESTRATÉGIA DE PRODUÇÃO
CAMPINAS, 2012
SP – BRASIL
INTRODUÇÃO
Utilizando os softwares da suite CMG (IMEX, BUILDER e RESULTS), foi criado um arquivo de
simulação, baseado no Campo de Namorado. A partir desse caso base, foram feitas diversas
alterações, e suas implicações no desempenho do campo.
O campo a ser simulado foi criado, utilizando o Builder, a partir dos arquivos .msh, de mapas
geológicos e de distribuição de porosidades, permeabilidades e net pays.
Utilizando o Builder para auxiliar nessa criação, escolhemos o simulador IMEX, o sistema de
unidades MODSI e a data inicial de simulação 31 de maio de 1979.
Foi aberto o mapa do campo, e observou-se que seu comprimento em X é da ordem de 7000
metros, e em Y, 4000 metros. Esses dados foram utilizados para definir o tamanho do grid.
Figura 2 – Mapa Geológico do Campo de Namorado
Inicialmente foi escolhido um tamanho para as células de 100 x 100 metros. Essa escolha
gerou algumas distorções quando observado o campo em 3 dimensões. A figura abaixo mostra
essas distorções.
Novamente essas informações foram dadas, e apenas inseridas no Builder. O Builder também
mostra graficamente as curvas de permeabilidade relativa, conforme mostrado abaixo.
Foi encontrado no arquivo de histórico de produção, que a pressão mínima de fundo de poço
era maior que 190 kgf/cm2. Sendo assim, esse valor foi escolhido como restrição para
operação dos poços produtores. Também com base nesse arquivo de histórico, decidiu-se usar
uma produção diária máxima de líquidos de 1200 m3/dia.
Figura 11 – Condições de Operação dos Poços Produtores Originais
Foram então, inseridos mais poços. Esses poços foram escolhidos aleatoriamente, sendo três
produtores horizontais e dois injetores horizontais. Para todos os poços produtores, foram
mantidas as condições de operação dos poços originais (BHP MIN 190, STL MAX 1200). As
condições operacionais dos poços injetores foram BHP MAX 500 e STW MAX 1500. Os poços
foram os seguintes:
A inserção desse poço trouxe um acréscimo aproximado de 340 mil barris (5,3% a mais).
- Produtor_Horizontal-002 – Layer 4 – Comprimento total: 750,35 m
A inserção desse poço trouxe um acréscimo aproximado de 308 mil barris (4.8% a mais).
A inserção desse poço trouxe um acréscimo aproximado de 570 mil barris (8,9% a mais).
- Injetor_Horizontal-001 – Layer 3 -Comprimento total: 773,795
A inserção desse poço trouxe um acréscimo aproximado de 6350 barris (91,4% a mais).
A inserção desse poço trouxe um acréscimo aproximado de 6390 barris (91,9% a mais).
Essa situação foi então definida como caso base. Para esse caso base, realizou-se uma previsão
de comporamento para um período de 20 anos. Os gráficos obtidos foram os seguintes:
- Curvas do Campo
Nessa parte do trabalho, foram feitas diversas alterações no caso base, de modo a observar
sua influência no resultado final. Essas pequenas alterações foram feitas em cada uma das
seções do arquivo base. Importante salientar que todas as alterações foram feitas em relação
ao caso base, definido na seção anterior.
- SEÇÃO INPUT/OUTPUT
Quando o IMEX é executado, são gerados alguns arquivos de saída. Entre eles temos o IRF
(Index Result File), que é um arquivo ASCII, o MRF (Main Result File), arquivo binário e o
arquivo OUT, com informações sobre a simulação.
Na seção de Entrada e Saída foram alterados alguns parâmetros, com o intuito de verificar a
mudança no tamanho dos arquivos gerados, e também no tempo de simulação.
Lembrando que as modificações foram sempre em relação ao caso base, as situações foram:
.irf (KB) .mrf (KB) .out (KB) CPU Time (s) Elapsed Time (s)
Situação 1 66 76.414 6.359 8,42 8,92
Situação 2 66 38.479 6.359 7,85 8,22
Situação 3 66 75.491 6.359 8,33 8,68
Situação 4 104 404.281 6.359 12,68 13,13
Tabela 1 - Arquivos de Saída Gerados para Cada Situação
As simulações todas foram executadas em um PC rodando o sistema operacional Windows 7
Pro, e o IMEX 2011. O processador era o Core I5 – 3.10 GHz, com 8 MB de memória RAM.
Os resultados são bastante interssantes. Em primeiro lugar, podemos observar que o arquivo
OUT teve o mesmo tamanho para todos os casos. Isso acontece porque a simulação foi a
mesma em todos os casos, e por isso, todas as mensagens de execução da simulação foram as
mesmas.
- SEÇÃO DE RESERVATÓRIO
Nessa seção foram alterados parâmetros globais do reservatório. Como tinhamos mapas de
Porosidade, Permeabilidade e Net Pay, escolhemos multiplicar o valor do mapa por 75% e por
125% para cada um dos layers. Os resultados obtidos são apresentados a seguir.
- Alteração na Porosidade
Figura 32 – Alteração na Porosidade para 75% e 125% do Caso Base (Acumulado e Diário)
Como era de se esperar, pela lei de Darcy, o fluxo de óleo será diretamente proporcional à
porosidade. Aumentando a porosidade, espera-se ter um aumento no fluxo (e na recuperação
acumulada). Diminuindo a porosidade, o efeito é o inverso. Os resultados do simulador foram
exatamente coerentes com esse raciocínio.
Para uma outra análise, foi escolhido o poço Produtor_Vertical-002 como poço de referência.
De acordo com a figura 25, esse é o poço que mais produz óleo. Para esse poço, a alteração na
porosidade se reflete da seguinte forma:
Mais uma vez, a teoria se mostra clara no funcionamento do poço. É possível observar,
inclusive, que a queda de produção ocorre mais prematuramente no caso de menor
porosidade e esse evento se repete nos outros dois casos, mas mais tardiamente.
- Alteração na Permeabilidade
Figura 34 – Alteração na Permeabilidade para 75% e 125% do Caso Base (Acumulado e Diário)
Mais uma vez, os resultados estão em acordo com a teoria. Nota-se, no entanto, que nesse
caso, a alteração na permeabilidade deu um reflexo bem menor no fluxo do que a porosidade.
Para o caso da lei de Darcy em uma dimensão, isso não faz muito sentido. Para uma geometria
mais complicada, no entanto, como é o caso da simulação, não necessariamente ambas terão
a mesma relação linear com o fluxo.
Figura 34 – Alteração no Net Pay para 75% e 125% do Caso Base (Acumulado e Diário)
O Net Pay é a proporção da espessura do reservatório que efetivamente contém óleo. Quanto
maior o Net Pay, maior a quantidade de óleo a ser recuperado. Como consequência direta
disso, quanto maior for o Net Pay, maior será a recuperação de óleo.
As simulações mostraram exatamente isso. Como podemos observar, aumentando para 125%
o Net Pay, a produção acumulada aumenta de um tanto. Diminuindo para 75%, a produção
acumulada diminui desse mesmo tanto.
Essa é a seção responsável por desverver as interações entre rocha e fluído. As curvas de
permeabilidade relativa são inseridas nessa seção, e são justamente essas curvas que iremos
variar nesse momento.
As figuras a seguir mostram as curvas de permeabilidade relativa para o caso base, o caso A
(com maior permeabilidade relativa à água – krw) e o caso B (com maior permeabilidade
relativa ao óleo – krow).
Figura 35 – Permeabilidades Relativas para o Caso Base
Não foram encontradas diferenças entre os tempos e o tamanho dos arquivos gerados para
essa situação. Observamos, no entanto, mudanças no número máximo de blocos implícitos, de
179 (2,7%) para 40 (0,6%).
A primeira comparação feita nessa seção foi a questão da quantidade de Datas que devem ser
armazenadas. Foi definido na parte de Input/Output que seriam gravados dados apenas nos
valores especificados. Especificou-se, então, apenas duas datas, conforme mostrado abaixo.
Como já poderíamos esperar, para o caso onde apenas duas datas foram salvas, apenas esses
dois pontos seriam plotados, dando um aspecto de retas para a curva de produção. Podemos
observar, no entanto, que esses dois pontos coincidem perfeitamente com a curva gerada com
mais pontos.
Isso acontece pois independente das datas escolhidas, o software possui uma rotina interna
que vai gerando os time steps, ou seja, os intervalos de tempo que ele vai passando, para o
cálculo da evolução dos fluidos no meio poroso. As datas especificadas servem apenas para
indicar ao programa que ele deve salvar as informações referentes àquele dia.
.irf (KB) .mrf (KB) .out (KB) CPU Time (s) Elapsed Time (s)
Caso Base 66 76.414 6.359 8,42 8,92
2 Datas 15 2.722 1.005 3,26 3,43
Tabela 3 - Arquivos de Saída para Diferentes Quantidades de Datas
- Alteração no índice de produtividade
Ainda na seção de Poços, foram feitas alterações nos valores de índice de produtividade. Essa
informação tem a keyword *SETPI, e é mostrada na figura abaixo.
Foram escolhidos dois valores. Um de 80% e outro de 120% com relação ao caso base. Ambas
as alterações foram realizadas para a data de 05 de maio de 1989 (dia 3653). A figura abaixo
mostra os gráficos de óleo acumulado e diário para as três situações. Novamente foi tomado o
poço Produtor_Horizontal-002 como exemplo.
A idéia agora é alterar as condições de operação nos poços. Primeiramente tomamos o poço
Produtor_Horizontal-002 e alteramos a pressão de fundo mínima (BHP) de 190 kgf/cm2 para
170 kgf/cm2 e para 210 kgf/cm2. O gráfico abaixo mostra como ficou a produção de óleo nessas
situações, em comparação com o caso base.
Com ele é possível simular diversos cenários possíveis, e principalmente, diversas combinações
possíveis de atributos incertos, e se chegar a uma estimativa de valores reais, com algum grau
de certeza, de modo a auxiliar no processo decisório.