Várias entidades de normas já tentaram definir válvula de controle, mas nenhuma definição
é aceita universalmente. Algumas definições exigem que a válvula de controle tenha um atuador
acionado externamente, logo, a válvula reguladora auto-atuada pela própria energia do fluido
manipulado não seria considerada válvula de controle.
Outro problema encontra-se nas válvulas liga-desliga, uma vez que algumas definições
determinam que a válvula de controle seja capaz de abrir, fechar e modular, mas nem toda válvula
de controle é capaz de prover vedação completa. Não há consenso no valor do vazamento que
desqualificaria uma válvula de controle.
Outra definição de válvula de controle estabelece que o sinal para o atuador da válvula venha
de um controlador automático. Porém, é aceito que o sinal de atuação da válvula possa ver de
controlador, estação manual, solenoide piloto ou que a válvula seja também atuada manualmente.
Certamente, não há um limite claro entre válvula de controle e uma válvula de bloqueio com
um atuador. Embora a válvula de bloqueio não seja usada para trabalhar em posição intermediária
e a válvula de controle não seja apropriada para dar uma vedação total, algumas válvulas de
controle podem vedar. Mesmo assim, há um enfoque diferente para as duas válvulas, de bloqueio
e de controle. A válvula de controle é projetada e construída para operar modulando de modo
contínuo e confiável com um mínimo de histerese e atrito no engaxetamento da haste. A vedação
total é apenas uma opção extra. A válvula de bloqueio é projetada e construída para operar
ocasional ou periodicamente. O selo da haste não precisa ser tão elaborado como o da válvula de
controle. Atrito, histerese e guia da haste são de pouca importância para a válvula de bloqueio e
muito importantes para a de controle.
Portanto, na prática, uma válvula de controle é uma válvula que controla o fluxo do fluido,
trabalhando fechada, aberta ou em qualquer posição intermediária a essas duas, com a opção de
vedação sendo apenas um diferencial.
O corpo da válvula de controle é um vaso de pressão, com uma ou duas sedes, onde se
assenta o plug, que está na extremidade da haste, que é acionada pelo atuador. A posição relativa
entre o obturador e a sede, modulada pelo sinal que vem do controlador, determina o valor da
vazão do fluido que passa pelo corpo da válvula, variando a queda de pressão através dela.
Constituem o corpo: a sede, o obturador, a haste, o guia da haste, o engaxetamento e a
selagem de vedação. O conjunto haste-plug-sede é chamado de trim.
Sede
A válvula de duas vias pode ter sede simples ou dupla. A sede da válvula é onde se assenta
o obturador. A posição relativa entre o obturador e a sede é que estabelece a abertura da válvula.
Na válvula de sede simples há apenas um caminho para o fluido passar no interior da válvula. A
válvula de sede simples é excelente para a vedação, porém requer maior força de
fechamento/abertura. A válvula de sede dupla, no interior da qual há dois caminhos para o fluxo,
geralmente apresenta grande vazamento, quando totalmente fechada. Porém, sua vantagem é na
exigência de menor força para o fechamento e abertura
Plug
O plug ou obturador da válvula pode ter diferentes formatos e tamanhos, para fornecer
vazamentos diferentes em função da abertura. Cada figura geométrica do obturador corresponde
a uma quantidade de vazão em função da posição da haste. Os formatos típicos fornecem
características linear, parabólica, exponencial, abertura rápida.
Materiais
O material da válvula deve ser compatível com as características de corrosão e abrasão
do fluido, uma vez que estará em contato com este. A parte externa do corpo da válvula é metálica,
geralmente de ferro fundido ou aço carbona cadmiado, aço inoxidável AISI 316, ANSI 304,
bronze, ligas especiais para alta temperatura, alta pressão e resistentes à corrosão química.
Conexões Terminais
A válvula é instalada na tubulação através de suas conexões. O tipo de conexões terminais
a ser especificado para uma válvula é normalmente determinado pela natureza do sistema da
tubulação em que a válvula vai ser inserida. As conexões mais comuns são flangeadas,
rosqueadas, soldadas. Há ainda conexões especiais e proprietárias de determinados fabricantes.
Os fatores determinantes das conexões terminais são tamanho da válvula, tipo do fluido, valores
da pressão e temperatura e segurança do processo.
1.4 Castelo
1.5 Atuador
2. Perda de carga
O escoamento em uma tubulação vai, em algum momento passar através de curvas, mudanças
de área e acessórios, dentre os quais, as válvulas. Ao passar por esses dispositivos, perdas de
cargas chamadas de perdas de carga localizadas ou singulares, são encontradas, sobretudo
como resultado da separação do escoamento. Essas perdas variam de dispositivo para
dispositivo; devido à complexidade do escoamento no interior destes, esta perda de carga
normalmente é determinada experimentalmente e, para a maioria dos componentes, são
fornecidas na forma adimensional. A expressão mais comumente utilizada para modelar uma
perda de carga localizada, hs, é
As perdas nas válvulas inseridas na tubulação também são expressas usualmente como
um comprimento equivalente de duto. No caso desses elementos, no entanto, existe uma
dificuldade adicional: as válvulas podem variar sua abertura continuamente. As tabelas registram
valores de perdas para a situação em que a válvula está totalmente aberta; numa válvula
parcialmente fechada as perdas seriam maiores. Isso é razoável no caso de válvulas fixas, mas
não no caso de válvulas de controle, que tipicamente têm sua abertura variando continuamente no
tempo, de forma a controlar o fluxo. É exatamente esta a razão deste trabalho, apesar dos
fabricantes fornecerem tabelas com os valores de Kv apenas para a válvula totalmente aberta, para
as válvulas de controle necessita-se do conhecimento do coeficiente para vários valores de
abertura, para que se saiba a perda de carga em cada um dos casos. Além disso, existem vários
tipos de válvulas, e o formato exato de cada uma varia também com o fabricante. Por isso,
normalmente, devem-se usar tabelas fornecidas pelo próprio fabricante ou realizar ensaios
experimentais específicos.