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Revisão

Nome do(a) revisor(a)

Ilustrações
Nome do(a) ilustrador(a)

Arte de Capa
Juliana Anjos
Daniela Jacinto
Beatriz Lima
Bruna Hasegawa dos Santos

Fotografia de Capa
Nome do(a) fotógrafo(a)

Imagem de Capa
Fragmento de Marc Chagall (1887-1985)
Obra “Solitude”

Diagramação
Nome do(a) diagramador(a)
Copyright© Jorge Carvalho Brandão
8454/1 – 100 – 180 – 2017

O conteúdo desta obra é de responsabilidade do(s)


Autor(es), proprietário(s) do Direito Autoral.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Brandão, Jorge
Fundamentos de cálculo diferencial e integral :
para quem não gosta, mas precisa / Jorge Brandão. --
São Paulo : Scortecci, 2017.

ISBN: 978-85-366-4962-7

1. Cálculo diferencial 2. Cálculo integral


3. Estudantes com deficiência visual 4. Matemática -
Estudo e ensino I. Título.

17-00816 CDD-510.7

Índices para catálogo sistemático:

1. Estudantes com deficiência visual : Aprendizagem


de matemática : Matemática : Estudo e ensino
510.7

Rua Deputado Lacerda Franco, 107


São Paulo - SP - CEP 05418-000
Telefone: (11) 3032-1179
www.scortecci.com.br
Livraria Asabeça
Telefone: (11) 3031-3956
www.asabeca.com.br
 

Caríssimo leitor e prezada leitora, ler pode ser perigoso,


com efeito, quando se lê um livro, uma revista, entre outros
meios escritos, na verdade repetem-se os processos mentais de
quem escreveu. Assim sendo, quando é que a leitura passa a ser
algo construtivo para o(a) leitor(a)?
Quando aquilo que se lê não é ponto de chegada e sim
ponto de partida para o ato de pensar, haja vista a leitura dos
pensamentos dos outros servir de base para o(a) leitor(a) conse-
guir ter os próprios pensamentos (COSTA, CASCINO e SA-
VIANI, 2000). A leitura feita com os olhos pode apreciar e as-
sociar gravuras ao texto, o que nem sempre ocorre com aqueles
que leem com o tato.
De que forma um professor de Matemática deve trabalhar
este campo do saber em sala de aula quando existem discentes
com deficiência visual ou que possuem dificuldades de aprendiza-
gem neste campo do saber? Ora, analisando a expressão “estu-
dante com deficiência visual”, excluindo-se “deficiência visual”
fica “estudante” e, por conseguinte, têm direitos e deveres iguais
aos demais. Logo, o docente pode trabalhar conforme planejou
sua atividade. É claro, com adequações.
Mesmo raciocínio vale para você, nobre leitor(a). Este ma-
terial foi pensado no método passo a passo onde você dedicando
até 60 minutos para ler, compreender e se exercitar, você enten-
derá a “essência” do Cálculo Diferencial e Integral com uma
variável. Ou seja, cada lição é composta de até sete passos,
da 1ª à 5ª LIÇÃO1 visando entender a construção do saber. A

1Até a 5ª lição temos o Cálculo Diferencial. Da 6ª lição em diante temos o


Cálculo Integral

5
~  5  ~
partir da 6ª Lição, a qual esperamos que os procedimentos te-
nham sido bem assimilados até então, recomendamos dedicação
de tempo de, no mínimo, 60 minutos.
Exemplificando: A Matemática está associada aos núme-
ros... então só há matemática se ocorrer a existência de núme-
ros? Acompanhem, caríssimos leitores, o seguinte exemplo:
Conjugar o verbo cantar.
Primeira pergunta natural a ser feita é: em qual tempo
verbal? Pois bem, caso seja no presente do indicativo temos:

EU CANT O
TU CANT AS
...
Caso seja no pretérito, fica:
EU CANT EI
TU CANT ASTE
...
Ora, o verbo cantar é um verbo de primeira conjugação
porque termina em AR. Além disso, é um verbo regular. Verbos
regulares são verbos que não possuem alteração no radical, no
caso CANT.
Percebam que há uma relação direta entre os sujeitos, que
possuem suas características, e as desinências (terminações). A
relação entre esses conjuntos, conjunto dos sujeitos e o conjun-
to das desinências, é dada pela existência do radical CANT.
Como os sujeitos influenciam (DOMINAM) as desinên-
cias, podemos indicar tal conjunto como o DOMÍNIO da fun-
ção "conjugar o verbo cantar". As desinências refletem, reagem
a este domínio, isto é, elas representam CONTRADOMÍNIO.
Ao conjunto das desinências de um tempo verbal específico
chamamos de IMAGEM...
Eis um exemplo de adequação.
Aprender matemática (e qualquer outra área do saber)
consiste em aprender seus conceitos. Por exemplo: leite em pó é

6
~  6  ~
leite, se uma criança conceitua leite como líquido de cor branca
que saem das mamas dos mamíferos?

Lev Semenovich Pontryagin (1908–1988) nasceu em


Moscou em 1908 e ficou cego aos 14 anos em virtude de uma
explosão. Foi auxiliado em seus estudos principalmente pelo
apoio recebido de sua mãe, Tatyana Andreevna, que lia para
Pontryagin.
Muito embora fosse leiga na Matemática, Tatyana descre-
via com um linguajar próprio a partir das aparências dos símbo-
los matemáticos. Por exemplo: para indicar que um conjunto A
está contido em um conjunto B, notação A  B, ela fazia refe-
rência do tipo A cauda B (EVES, 2002).
A importância da citação de Pontryagin não é só sua capa-
cidade matemática. Seu esforço o tornou um brilhante professor
nas áreas de Topologia e Equações Diferenciais. Destaca-se a
participação de sua mãe como um apoio em seus estudos,
“transcrevendo” textos.
Na Economia, o estudo da inflação ou nas medidas e ins-
trumentos para medir a taxa de desemprego – fenômenos que
sofrem variação só com o tempo, nas quais se usam as Equações
Diferenciais Ordinárias, temos uma certa influência dele.
Em relação ao Saunderson, Nicholas Saunderson (1682–
1739), com aproximadamente um ano de idade perdeu a visão
através de varíola, todavia, este ocorrido não o impediu de ad-
quirir um conhecimento de latim e grego, bem como estudar
matemática. Amigos liam para ele.
Destaca-se a máquina que ele desenvolveu. A mesma má-
quina era útil tanto para realização dos cálculos algébricos quan-
to para a descrição de figuras retilíneas, podendo ser comparada
a um “pré-geoplano”.

7
~  7  ~
A máquina consistia em um quadrado, dividido em quatro
partes iguais por meio de linhas perpendiculares aos lados, de
modo que ele ofereça os nove pontos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9. O
quadrado é perfurado por nove orifícios capazes de receber alfi-
netes de duas espécies todos do mesmo comprimento e da
mesma grossura, mas uns com a cabeça um pouco mais grossa
do que outros.
Os alfinetes de cabeça grande situam-se sempre no centro
do quadrado; os de cabeça pequena, sempre nos lados exceto
em um único caso, o do zero. O zero é assinalado por um alfi-
nete de cabeça grande, colocado no centro do pequeno quadra-
do, sem que haja qualquer outro alfinete nos lados. O algarismo
“1” é representado por um alfinete de cabeça pequena, colocado
no centro do quadrado, sem que haja qualquer outro alfinete
nos lados.

Algarismo Representação Algarismo Representação


     
0    5   
     
     
1    6   
     
     
2    7   
     
     
3    8   
     

8
~  8  ~
     
4    9   
     

Figura 1 – Adaptando números de Saunderson, conforme Diderot (2007)

O  representa alfinete de cabeça pequena e  indica al-


finete de cabeça grande
O algarismo “2” é indicado por um alfinete de cabeça
grande, situado no centro do quadrado, e por um alfinete de
cabeça pequena, situado em um dos lados do ponto “1”. O alga-
rismo “3” é representado por um alfinete de cabeça grande, situ-
ado no centro do quadrado, e por um alfinete de cabeça peque-
na, situado num dos lados do ponto “2”.
Indica-se o algarismo “4” por um alfinete de cabeça grande,
situado no centro do quadrado, e por um alfinete de cabeça pe-
quena, situado no centro do quadrado, e por um alfinete de cabe-
ça pequena, situado num dos lados do ponto “3”.
O algarismo “5”, por um alfinete de cabeça grande, situa-
do no centro do quadrado, e por um alfinete de cabeça pequena,
colocado em um dos lados do ponto “4”. O algarismo “6” é
representado por um alfinete de cabeça grande, situado no cen-
tro do quadrado, e por um alfinete de cabeça pequena, situado
num dos lados do ponto “5”.
O algarismo “7”, por um alfinete de cabeça grande, colo-
cado no centro do quadrado, e por um alfinete de cabeça pe-
quena, colocado num dos lados do ponto “6”. O algarismo “8”,
por um alfinete de cabeça grande, colocado no centro do qua-
drado, e por um alfinete de cabeça pequena, colocado num dos
lados do ponto “7”. E o algarismo “9”, por um alfinete de cabe-
ça grande, colocado no centro do quadrado, e por um alfinete de
cabeça pequena, colocado num dos lados do quadrado do ponto
“8”.

9
~  9  ~
O material apresentado por Saunderson pode ser conside-
rado um precursor das celas Braille. Não obstante, a forma co-
mo confeccionava figuras planas, utilizando seu material ele
estava introduzindo, de modo inconsciente, o hoje utilizado
geoplano.
A gravura abaixo indica a representação de um trapézio
segundo usos de Saunderson.

         
0  0 0 0 0 0 0 
 
0 0   0 0 0 0 0 
0 0 0   0 0 0 0 
0 0 0 0  0 0 0 
 
0 0 0 0 0     

Figura 02 – Representação de um trapézio

Os pontos pretos representam alfinetes e os zeros são es-


paços vazios. Entre colchetes tem-se uma “cela” do esquema de
Saunderson. Com o tato ele caracterizava as figuras. Quando as
figuras eram grandes ou com maior riquezas de detalhes, ele
colocava apenas nos extremos (vértices) alfinetes e estes eram
unidos por barbantes.
E um terceiro matemático cego é Bernard Morin. Ele
nasceu em 1931 em Shangai, onde o seu pai trabalhava para um
banco. Morin desenvolveu glaucoma bem cedo e foi levado para
a França para tratamento médico. Ele voltou a Shangai, mas, por
ocasião do rompimento das retinas ficou completamente cego
aos seis anos de idade.
Depois que ficou cego, Morin retornou para a França
sendo educado em escolas para cegos até a idade de quinze

10
~  10  ~
anos, quando entrou no ensino regular. Estudou no Centre Na-
tional de la Recherche Scientifique (França) como pesquisador
em 1957. Concluiu a sua tese de Ph.D. na área da teoria da sin-
gularidade em 1972.
A grande notoriedade de Morin está no fato de ser um
dos (poucos) matemáticos que demonstrou a possibilidade da
“eversão da esfera”, um problema na área de Topologia Mate-
mática.
As citações desses matemáticos servem para indicar que a
Matemática pode ser apreendida por pessoas com necessidades
especiais, e que a participação ativa da família e de amigos (e dos
professores especialistas) é de grande importância para uma
aprendizagem significativa.

Iniciando...

Saber operações numéricas é base para desenvolver uma


matemática bem estruturada. Por exemplo:

i. Sabemos que -1 = (-1)³, pois (-1).(-1).(-1) = -1.


ii. Podemos reescrever (-1)³ como (-1)6/2, haja vista 3 =
6/2.
iii. De ab/c ser interpretada como a raiz de ordem “c”
de “a” elevado a “b”, segue-se que (-1)6/2 é a raiz
quadrada de “menos um” elevado à sexta potência.
iv. Como (-1)6 = 1, ficamos com a raiz quadrada de
um.
v. Ora, raiz quadrada de um é um, daí, -1 = 1???

Simplificando em símbolos:
⏟ ( ) ⏟ ( ) ⏟ √( ) ⏟ √ ⏟

11
~  11  ~
Logo, como 1 ≠ -1, segue-se que há um erro. Onde?
Desta feita, este material objetiva utilizar de forma coeren-
te operações envolvendo limites, derivadas e integrais.

Resumindo...

Como há um erro na “justificativa” de -1 = 1, segue-se


que é necessário compreender as operações numéricas atreladas.
Mesmo artifício vale para aplicações: como garantir que o cálcu-
lo está certo ou que erro cometido foi prejudicial ao todo do
problema?
Deste modo, apresentamos esse livro: contém aplicações
seguidas das discussões de alguns dos principais erros observa-
dos nas resoluções de exercícios. Breve resumo é apresentado.
TODAVIA, o foco é entender o que está sendo usado.
Ou seja, dado que o “essencial é invisível aos olhos” (Antoine-de-
Saint-Exupery: O Pequeno Príncipe), segue-se que esta obra
procura dialogar com leitor(a) a resolução e interpretação de
situações, usando o mínimo de figuras/imagens.

12
~  12  ~
  
Sumário   

1ª. LIÇÃO – Revisando principais tópicos do ensino médio.............. 15

2ª. LIÇÃO – Limites: da vivência prática à teoria................................. 52

3ª. LIÇÃO – Limites II: número de euler e aplicações......................... 87

4ª. LIÇÃO – Derivadas: definição............................................................ 95

5ª. LIÇÃO – Derivadas II: aplicações................................................... 107

6ª. LIÇÃO – Antiderivação…................................................................ 126

7ª. LIÇÃO – Integrais indefinidas: vivenciando as regras.................. 136

8ª. LIÇÃO – Integrais definidas: áreas e volumes sólidos


de revolução. Por quê?............................................................................. 142

9ª. LIÇÃO – Interagindo com técnicas de integração....................... 150

10ª. LIÇÃO – Novos desafios… novas técnicas de integração......... 157

11ª. LIÇÃO – Integrais impróprias… para que servem?.................... 163

12ª. LIÇÃO – Vivenciando diversas aplicações.................................... 168

Referências ............................................................................................ 179


1º. Passo: Operações numéricas básicas...

Retornando ao desafio inicial... onde está o erro no desen-


volvimento dos argumentos abaixo?

i. Sabemos que -1 = (-1)³, pois (-1).(-1).(-1) = -1.


ii. Podemos reescrever (-1)³ como (-1)6/2, haja vista 3 = 6/2.
iii. De ab/c ser interpretada como a raiz de ordem “c” de “a”
elevado a “b”, segue-se que (-1)6/2 é a raiz quadrada de
“menos um” elevado à sexta potência.
iv. Como (-1)6 = 1, ficamos com a raiz quadrada de um.
v. Ora, raiz quadrada de um é um, daí, -1 = 1???

Resumindo em símbolos:
⏟ ( ) ⏟ ( ) ⏟ √( ) ⏟ √ ⏟

Logo, como 1 ≠ -1, segue-se que há um erro. Onde?


Para começar a argumentar, considere o jogo dos quatro-
quatro...
Podemos escrever de 0 a 9 usando quatro números 4 e os
sinais:

15
~  15  ~
 Da adição: +
 Da subtração: -
 Da multiplicação: *
 Da divisão: / e
 Parênteses: ( ).

Por exemplo,
0 = 4 + 4 – 4 – 4 ou (4 – 4)/(4 + 4) ou também (4 –
4)*4/4. Perceba que há mais de uma maneira de escrever um
número inteiro dado (entre zero e nove, incluindo extremos).
A importância deste jogo está no uso coerente dos parên-
teses e das operações. Por exemplo, 4 + 4/4 não é o mesmo que
(4 + 4)/4.
No primeiro caso, inicialmente calculamos a divisão de 4 por
4 e o resultado é acrescentado de 4, perceba uso dos parênteses
(4 + 4/4 = 4 + 1 = 5).
No segundo caso, resolvemos primeiro os parênteses, 4 +
4 = 8. O resultado é dividido por 4. Neste caso, a resposta é
dois. Assim sendo, escrever, usando QUATRO quatros os nú-
meros de 0 a 9.

Antes de olhar uma resposta dada, quebre um pouco


a cabeça...
 1 = (4 + 4)/(4 + 4)
 2 = 4*4/(4 + 4)
 3 = (4 + 4 + 4)/4
 4 = 4 + (4 – 4)/4
 5 = (4*4 + 4)/4
 6 = (4 + 4)/4 + 4
 7 = 4 + 4 – 4/4
 8 = 4*4/4 + 4
 9 = 4 + 4 + 4/4
Caríssimo leitor e prezada leitora, vocês podem fornecer
de outra maneira os valores indicados?
(...)
16
~  16  ~
Algumas propriedades básicas (que são mais utilizadas no
Cálculo Diferencial e Integral e que apresentam maior índice de
erros):
i. No produto de dois números com sinais contrários,
o resultado é um número negativo. Exemplo: (+3) x
(-4) = -12.

ii. (ac)b = ac.ab . Exemplo: (2.4)³ = 2³.4³

iii. desde que a ≠ 0. Exemplo:

iv. √ desde que... (argumentaremos um pouco


mais adiante!)

v. Sendo “a” e “b” reais, (a + b)² = a² + 2ab + b².


Cuidado!!! (a + b)n ≠ an + bn.
Idem: √ √ √
Na dúvida... faça testes numéricos.
Por exemplo, √ √ √ √

i. Em se tratando de frações: , onde “a”,


“b”, “c” e “d” são números reais e sendo b e d não nulos.
Cuidado!!! . Há discentes que
“cortam” o b...
Se isso fosse verdadeiro, então
Mesma recomendação... NÃO PODEMOS TER

ii. O módulo... | | 2 .
Exemplos: |7| = 7 e |-3,4| = 3,4.

17
~  17  ~
a. |u| < a significa todos os valores de “u” en-
tre “-a” e “a”.
|u| > a significa todos os valores de “u” me-
nores que “-a” ou maiores que “a”.
Exemplos:
|u|<3-3<u<3
| u | > 4  u < -4 ou u > 4
Na dúvida... teste valores numéricos. Imagine u = -5.
Logo | u | = 5. Como – 5 < - 4, segue-se que u < -4.

Exemplos:
(1). Se x + 1/x = 3, qual o valor de x² + 1/x²?

Solução:
Temos a “tendência” de transformar x + 1/x = 3 em uma
equação do segundo grau, resolvê-la e, por fim, substituir em x²
+ 1/x². Não está errada tal linha de raciocínio! Tentem.

Apresentamos a seguinte ideia: . / , é claro, sendo b

não nulo. Motivação: . / , com x ≠ 0.

Para facilitar “visualização”, considere y = 1/x. Assim, x


+ y = 3 e queremos x² + y².
Se queremos o quadrado... algo nos impede de elevar am-
bos os membros da igualdade x + y = 3 ao quadrado?
Vamos tentar: (x + y)² = (3)²
Desenvolvendo, x² + 2xy + y² = 9.
Como y = 1/x, segue-se que xy = 1 (por quê?). Desta fei-
ta, organizando: ( ) . Ou seja, trocamos xy
por 1 e y² por 1/x².
Por fim, x² + 1/x² = 9 – 2 = 7.
(2). Se x + 1/x = 3, qual o valor de x³ + 1/x³?

18
~  18  ~
Solução:
Como a ideia de elevar ao quadrado “deu certo”, vamos
elevar ambos os membros da igualdade ao cubo. Para tanto,
recordar:
(a + b)³ = (a + b)².(a + b) – compare com 5³ = 5*5*5 = 5²*5.
(a + b)³ = (a² + 2ab + b²)(a + b) – desenvolvendo (a + b)²
(a + b)³ = (a² + 2ab + b²).a + (a² + 2ab + b²).b – usando a
distributividade: p(r + s) = p.r + p.s. Neste caso, é como se p fosse a ex-
pressão a² + 2ab + b².
(a + b)³ = a³ + 2a²b + b²a + a²b + 2ab² + b³
(a + b)³ = a³ + 3a²b + 3ab² + b³
Assim, (x + 1/x)³ = 3³
Desenvolvendo:

( ) ( ) ( * ( )( * ( *

Organizando,

Equivalendo a . Usamos o se-


guinte fato: . Ou seja, se p > q, deixamos
expressão no numerador. No caso de p < q, a expressão fica no
denominador.
Assim, de x + 1/x = 3, temos 3(x + 1/x) = 3(3) = 9. Por
quê? Porque apareceu 3x + 3/x no desenvolvimento de (x +
1/x)³.
Logo, x³ + 1/x³ = 27 – 9 = 18.
Reflita, nobre estudante, sobre as “passagens” realizadas.

Os próximos exemplos envolvem módulo. Motivo: há


aplicações onde precisamos determinar um intervalo (para
mais de uma variável, região plano ou espacial) para reali-
zação da aplicação (nas engenharias, chamamos de condi-
ção de contorno).
19
~  19  ~
(3). Quais valores de x tornam verdadeira a desigualdade
| | ?

Solução:
Sabemos que | u | < 3  - 3 < u < 3.
Assim, supor u = 2x – 1. Dai, - 3 < 2x – 1 < 3.
Como queremos apenas o “x”, vamos isolar. Inicialmente,
somar “1” a cada membro da desigualdade. Motivo: há o “-1”. E
a – a = 0.
Deste modo, -3 + 1 < 2x – 1 + 1 < 3 + 1.
Que equivale a -2 < 2x < 4. Por fim, dividir ambos os
membros da desigualdade por 2, o coeficiente do x.
Consequentemente: -1 < x < 2.

(4). Quais valores de x tornam verdadeira a desigualdade


| | ?

Solução:
Sabemos que | u | < 3  - 3 < u < 3.
Assim, supor u = 2 – 11x. Daí, - 3 < 2 – 11x < 3.
Replicando raciocínio anterior, subtrairemos 2 de cada
membro da desigualdade (percebam que realizamos a operação inver-
sa!). Portanto:
– 3 – 2 < 2 – 11x – 2 < 3 – 2  – 5 < – 11x < 1. Por
fim, dividir ambos os membros da desigualdade por “-11”.
ATENÇÃO! Dividir por “–11” equivale a multiplicar por “–
1/11”. SEMPRE que multiplicamos uma desigualdade por um
valor negativo, ela INVERTE o sinal.
Em símbolos:
{
De volta ao problema, .

20
~  20  ~
Agora é sua vez... Estes exercícios serão resolvidos, direta ou in-
diretamente nos próximos passos ou serão comentados no final desta lição.
Recomendamos que tentem, reflitam nas etapas que devem ser seguidas.

1. Como se lê: (a + b)²?


2. Como se lê: a + b²?
3. Onde está o erro no desenvolvimento do 1 = -1,
apresentado no início deste tópico?

4. Assim como , segue-se que qual-

quer número dividido por ele mesmo é igual a “1”.
5. Uma criança argumentou que se tem uma laranja e
não vai dividir com ninguém, então sobra a laranja. Idem se
forem duas ou três laranjas... Escreveu, para ilustrar seus
pensamentos, os seguintes símbolos: E
agora? Podemos argumentar que 1 dividido por 0 é igual a 1?

2º. Passo: Função Polinomial do 1º Grau

A função polinomial do primeiro grau é do tipo f(x) = ax


+ b, onde a e b são reais, com a ≠ 0. A variável x é a variável
real independente. Podemos indicar y = f(x) como a variável
dependente. Qual seu domínio?
Antes de abordar mais detalhes, apresento uma ilustração
realizada com um grupo de crianças cegas, entre oito e onze
anos de idade.

Formar fileira de quadrados com palitos...

Fizemos um quadrado com um palito de lado. Em segui-


da, acrescentamos mais três palitos para formar um segundo
quadrado. Solicitamos que um aluno fizesse o mesmo...

21
~  21  ~
Figura 03 – fileira de quadrados

Pedimos que ele dissesse quantos palitos foram utilizados


para compor a fileira com três quadrados, depois com quatro e
depois com cinco. Ele contou e respondeu, respectivamente, 10,
13 e 16 palitos.
Solicitamos que fornecesse a quantidade de palitos para
formar seis, sete e dez quadrados. Para os dois primeiros não
demorou em responder: 19 e 22. Mas, para dez quadrados enfi-
leirados, não soube responder.

Nobre leitor(a), verifique as contas! Será que de fato


são necessários 19 palitos para o sexto quadrado? Tente
“por construção”, isto é, forme o sexto quadrado... depois o
sétimo quadrado.

Indagamos como havia encontrado os valores 19 e 22. Se-


gundo ele “basta somar três palitos, pois estou colocando três
palitos”.
Solicitamos que desconstruísse a figura e refizesse obser-
vando outra maneira de formar a figura. Desta vez ele conseguiu
responder a quantidade de palitos para formar dez quadrados
enfileirados, para tanto, foi fazendo contas com os dedos e dizen-
do em voz baixa com quantos quadrados ele estava:
 Com cinco quadrados eu tenho 16 palitos;
 Com seis quadrados, eu tenho 16 mais três que fornece 19;
 Para sete quadrados... 19 mais três fornece 22;
 Para ter oito quadrados... 22 mais três resulta 25;
 25 mais três resulta 28, e eu fico com nove quadrados;
 31 palitos é a resposta, pois é 28 mais três.

22
~  22  ~
Fizemos uma intervenção... segurando nas mãos dele se-
paramos o primeiro quadrado como sendo um palito mais três
palitos. Para o segundo quadrado, colocávamos mais três palitos,
assim, para formar o segundo quadrado nós precisávamos de
um palito mais dois grupos de três palitos.

Figura 04 – construção da fileira de quadrados

Para o terceiro quadrado, seriam necessários três grupos


de três palitos e um palito que se encontrava no canto da mesa.
Perguntamos se ele estava entendendo o que estávamos fazen-
do. Ele respondeu que sim.
Por sua vez, quando solicitado para dizer como seria a
construção para o próximo quadrado, ele ficou calado.
Neste exemplo, a ideia prática é escrever o número de pa-
litos, y, como sendo a expressão y = 1 + 3x, onde x é a quanti-
dade de quadrados.

Os exemplos a seguir podem ser encontrados, direta ou


indiretamente, nos nossos livros de referência.
“A poluição atmosférica em grandes cidades aumenta durante an-
damento de um dia. Em certa ocasião, a concentração de poluentes no ar, às
08:00 h, era de 15 partículas, em cada milhão de partículas, e, às 12:00 h,
era de 60 partículas, em cada milhão de partículas. Admitindo que a varia-
ção de poluentes no ar durante o dia é linear em relação ao tempo, qual o
número de partículas poluentes no ar em cada milhão de partículas, às
16:00 h?”

23
~  23  ~
Solução:
Quando a variação for LINEAR, significa dizer que fare-
mos uso da função y = ax + b. Nosso problema é, inicialmente,
determinar “a” e “b”.
Considere x o tempo (aqui em horas) e y a quantidade de
partículas, em cada milhão de partículas, em determinada hora.
Da informação obtida na segunda linha “(...) às 08:00 h,
era de 15 partículas, em cada milhão de partículas ...”, temos: x
= 8 e y = 15.
Na terceira linha, “às 12:00 h, era de 60”, assim: x = 12 e y
= 60.
Substituindo em y = ax + b tais informações, temos:
(1) 15 = 8a + b
(2) 60 = 12a + b

Há diversas formas de resolver, uma delas é isolar b em


(1) e substituir em (2).
Assim, b = 15 – 8a
Daí, 60 = 12a + b = 12a + (15 – 8a) = 15 + 4a.
Organizando, 60 = 15 + 4a  4a = 60 – 15 = 45  a =
45/4 = 11,25.
Por fim, b = 15 – 8a = 15 – 8(45/4) = 15 – 90 = -75.
Logo, y = 11,25x – 75.
Por fim, às 16:00 h, isto é, x = 16  y = 11,25.(16) – 75 =
105.

EXEMPLO II:
A tabela a seguir indica a variação da temperatura da água com a
profundidade, em relação ao nível do mar.

Profundidade (m) 0 100 200 500 1000


o
Temperatura ( C) 30 26 20 12 4

Admitindo LINEARIDADE entre duas medições consecutivas,


qual a temperatura estimada aos 140 m de profundidade?

24
~  24  ~
Solução:
Interessante salientar é: “como é construída a tabela?”
Uma maneira está associada a determinar intervalos, no caso de
profundidade, com mesmo tamanho. Pode ser tamanho de 1 m
em 1 m e analisa-se a temperatura, ou de 5 m em 5 m... é claro
que, com uma maior quantidade de observações, melhor a apro-
ximação da realidade.
Os dados da tabela e, com a informação da linearidade entre
duas medições consecutivas, permite-nos (lembrar que “essencial seja
invisível aos olhos”, logo não faremos figuras!!!):
Seja x a profundidade (em metros) e considere y a tempe-
ratura (em oC) para determinada profundidade. Como queremos
a temperatura para a profundidade de 140 m, interessa-nos o
intervalo entre as medições que são anteriores e posteriores a tal
valor. Ou seja, x = 140 está entre 100 e 500.
Ora, quando x = 100, segue-se que y = 26. (*)
Quando x = 500, temos y = 20. (**)
Sendo linear, podemos admitir y = ax + b.
De (*), 26 = 100a + b.
De (**), 20 = 500a + b.
Isolando “b” em (*), temos: b = 26 – 100a
Substituindo em (**), temos: 20 = 500a + (26 – 100a)
Por conseguinte, 400a + 26
Organizando, 20 – 26 = 400a  a = –6/400 = –0,015
Assim, voltando para (*), b = 26 – 100a = 26 – 100.(-
0,015) = 27,5
Daí, y = –0,015x + 27,5, desde que x esteja entre 100 e
500, isto é, 100 ≤ x ≤ 500 (e 20 ≤ y ≤ 26). Pois, para outros
valores, há outras expressões.
Enfim, para x = 140, y = –0,015.(140) + 27,5 = 25,4

RESUMO...
Percebemos nestes dois exemplos que, se a > 0 a função é
crescente (os valores de y aumentam quando os valores de x

25
~  25  ~
aumentam) e, caso a < 0, a função é decrescente, isto é, os valo-
res de y diminuem quando os de x aumentam.

Agora é sua vez...


Qual a temperatura quando a profundidade for de
800 m? Lembre-se, 800 está entre 500 e 1000, logo, y deve
estar entre 4 e 12.

3º. Passo: Função Polinomial do 2º Grau

Antes de gerar uma expressão para função polinomial do


segundo grau, vamos resolver o “agora é sua vez” do 1º passo...
conversemos um pouco: quais dificuldades você teve? Enuncia-
do da questão? Operações matemática? Se não teve dificuldades,
vamos à solução:
Linearidade  y = mx + n, com m ≠ 0 (e não y = ax +
b? Tanto faz o uso das letras, o importante é ficar claro que há
um valor atrelado à variável independente – isto é, um número
não nulo que multiplica x – acrescido (ou subtraído) de um ter-
mo independente).
Profundidade 500 m e temperatura 12 oC  x = 500 e y = 12.
Daí, (i) 12 = 500m + n
Profundidade 1000 m e temperatura 4 oC  x = 1000 e y = 4.
Daí (ii) 4 = 1000m + n
Mesma estratégia, “m” ocupando lugar do “b”.
De (i), n = 12 – 500m. Em (ii), 4 = 1000m + (12 – 500m) =
500m + 12. Organizando, 4 – 12 = 500m  m = –8/500 = –
0,016.
Voltando para (i), n = 12 – 500m = 12 – 500.( –0,016) = 12 +
8 = 20.

Expressão:
y = –0,016x + 20, com 500 ≤ x ≤ 1000 (e 4 ≤ y ≤ 12).
Por fim, y = –0,016.(800) + 20 = 7,2

26
~  26  ~
Considere a seguinte situação para introdução da função do
2º grau... durante uma crise atrelada à gripe das aves, alguns
produtores foram aconselhados a construir seus aviários em
grandes galpões refrigerados (...). Nos galpões, cada aviário
de um produtor específico era construído no formato retan-
gular usando telas de arames com 20 m. Desconsiderando a
altura das telas, quais devem ser as medidas do retângulo de
modo que sua área seja a maior possível?
Vamos “traduzir” para a matemática.
A expressão “formato retangular usando telas de ara-
mes com 20 m” está associada ao perímetro. Com efeito, a tela
está contornando o aviário (se fosse mais de uma vez, deveria
ser informado no contexto do problema). Ou seja, indicando
por x e z as medidas dos lados do retângulo, segue-se que 2x +
2z = 20. Ou seja, (*) x + z = 10.
A área de um retângulo é (**) Área = xz. Note que ela é
uma função de duas variáveis. Como ainda não sabemos traba-
lhar (de maneira significativa) com funções com mais de uma
variável, vamos tornar a área função de uma única variável.
De (*), z = 10 – x.
Em (**), Área = x(10 – x) = –x² + 10x.
ATENÇÃO!!!
Sendo área de um retângulo, x, medida de um dos lados,
não pode ser negativo. Assim, x > 0. Pelo mesmo motivo z > 0.
Como z = 10 – x, segue-se que 10 – x > 0  x < 10.
Assim, área = f(x) = 10x – x² desde que 0 < x < 10.
Paremos um pouco (já que o foco é MAIOR área).

Uma função polinomial do segundo grau é do tipo f(x) =


ax² + bx + c, com a, b e c reais e a ≠ 0. Como o foco deste
material são as aplicações, vamos direto ao quadro resumo:

Se o valor de “a” for... O gráfico é do tipo... E no VÉRTICE...


POSITIVO  Temos MENOR valor
NEGATIVO  Temos MAIOR valor

27
~  27  ~
Suas raízes, ou valores que anulam f(x), são

. Caso não recorde ou queira entender a demonstra-
ção, favor acessar site da editora.
No vértice, o gráfico tem simetria...

De volta ao problema da gripe das aves, f(x) = –x² + 10x.


Ou seja, repare que a = –1, b = 10 e c = 0. Sendo a < 0, temos
MAIOR valor. Entendendo, queremos o xv. Daí,

( )
Logo, z = 10 – x = 10 – 5 = 5.
Concluímos que o retângulo de maior área com perímetro
constante (dado) é um quadrado.

EXEMPLO II – Caso um dos lados do aviário fosse uma longa


parede retilínea... quais as medidas do retângulo de maior área?
Solução:
Neste caso, seja x as medidas dos lados perpendiculares à
parede e considere z a medida do lado paralelo à parede. Assim,
z + 2x = 20 (pois não será usada tela na parede).
Área = xz = x(20 – 2x) = –2x² + 20x, com 0 < x < 10
(mesmo domínio?).
Maior área... xv = –20/2(–2) = 5... e z = 20 – 2x = 20 –
2.(5) = 10.

Vamos dialogar... descreva o passo a passo deste exemplo,


comparando com as etapas indicadas no Exemplo I.

EXEMPLO III – O exemplo a seguir está atrelado às aplicações


do Cálculo para Economia (Leithold é principal referencial usado, mas tal
exemplo pode ser encontrado nos demais livros aqui indicados).

28
~  28  ~
Função Demanda  É a função que a todo preço p associa
a demanda ou procura de mercado ao preço p é denominada
função demanda ou função procura de mercado da utilidade no
período considerado. A representação gráfica desta função cons-
titui a curva de demanda ou de procura da utilidade. A quanti-
dade procurada (demanda) de uma mercadoria é função (em
geral LINEAR) do preço: q = f(p).
Se Linear, q = f(p) = ap + b.
Função Custo Total  Considere q a quantidade produzida
de um produto (em vez do x tradicional). O custo total depende
de q e de custos fixos (como encargos). O Custo Total (dado por
CT) é a soma desses custos, CT = CF + q.Cv onde CF é o custo
fixo e Cv é o custo variável atrelado à quantidade produzida.

Função Receita Total  Admitindo que sejam vendidas q


unidades do produto, o ganho (ou receita) de vendas depende
de q e a função que relaciona receita com quantidade é chamada
função receita (denotada por R). Na maioria das vezes, o preço
unitário (p) varia com a quantidade demandada. A receita total
pode ser expressa através da função R = q.p

Por fim, a função lucro total (L) é a diferença entre a fun-


ção receita e a função custo total, L = R - CT

Aplicação: O dono de uma tapiocaria verificou que, quando o preço


unitário de cada tapioca era de R$ 10,00 o número de tapiocas vendidas
era 150 por semana. Verificou também que, quando preço passava para
R$ 8,00, a quantidade vendida era de 200 unidades. Considere o custo de
uma tapioca de R$ 6,00. Determine:
A. A função demanda;
B. A função Receita;
C. A função Lucro;
D. Qual é a quantidade vendida que maximiza o lucro semanal.
E. Qual o lucro máximo da tapiocaria?
F. Qual o preço que maximiza o lucro?

29
~  29  ~
Solução:
Função DEMANDA.
Temos q = f(p) = ap + b, onde “a” e “b” são reais, e a ≠ 0.
Da informação “preço R$ 10,00 com venda (demanda) de
150”, temos: 150 = 10a + b (1).
Idem para “preço passava para R$ 8,00, a quantidade ven-
dida era de 200” implica 200 = 8a + b (2).
Assim, de (1) b = 150 – 10a
Substituindo em (2), 200 = 8a + (150 – 10a) = –2a + 150.
Organizando, 200 – 150 = –2a  –2a = 50  a = –25
Assim, b = 150 – 10(–25) = 150 + 250 = 400.
Por conseguinte, q = –25p + 400.
Ou 25p = 400 – q  p = –0,04q + 16

Função RECEITA (em função de q... mas pode ser em


função de p...)
R = pq = q(–0,04q + 16) = –0,04q² + 16q
Função LUCRO
L = R – CT = –0,04q² + 16q – 6q
Obs.: 6q é o custo de R$ 6,00 de cada tapioca.
Assim, L = –0,04q² + 10q

Maximização do LUCRO
Como L = aq² + bq + c (lembre-se, podemos usar q em
vez de x...).
Como a < 0, tem-se MAIOR.
Observe que, neste caso, a = –0,04, b = 10 e c = 0.
E o maior está no vértice: ( )

Lucro MÁXIMO
Basta substituir na fórmula do lucro o “q” que maximiza.
Ou seja,
L = –0,04q² + 10q = –0,04(125)² + 10.(125) = –625 +
1250 = 625.

30
~  30  ~
Lembre-se... lucro por semana!

Preço que maximiza lucro:


p = –0,04q + 16 = –0,04(125) + 16 = –5 + 16 = 11
O que podemos inferir?

Agora é sua vez...

Um laboratório testou a ação de uma droga em uma


amostra de 720 frangos. Constatou-se que a lei de sobrevi-
vência do lote de frangos era dada pela relação V(x) = ax² +
b, onde V(x) é o número de elementos vivos no tempo x
(meses). Sabendo-se que o último frango morreu quando x
= 12 meses após o início da experiência, qual a quantidade
de frangos que ainda estavam vivos no 10 mês?

4º. Passo: Função Exponencial

Comecemos com o “agora é sua vez”...

Para iniciar resolução, reflita: Qual sua idade, em anos, no ano


que você nasceu?
...
A minha era zero... E a sua também!
Assim, quando no enunciado fala-se que INICIALMEN-
TE havia 720 frangos, segue-se que V(0) = 720.
Deste modo, V(0) = a(0)² + b = b .: b = 720.
Se o último morreu no 12º mês... então V(12) = 0.
Desta feita, V(12) = a(12)² + 720 = 0  a.144 = –720 
a = –5.
Por conseguinte, V(x) = –5x² + 720.
Por fim, V(10) = –5.(10)² + 720 = 220.

31
~  31  ~
Para introduzir o assunto função exponencial, considere a
seguinte atividade:

Segredo das matrizes


As tabelas, ou matrizes, que serão apresentadas, indicam um
jogo (podem ser adaptadas para pessoas com deficiência visual...).
Antes, vale ressaltar que todo e qualquer número natural pode ser
decomposto como somas de potências do número 2.
1. Lembremos que:
1 = 20;
2 = 21;
4 = 22;
8 = 23;
16 = 24.

E, generalizando, 2n = 2 x 2 x ... x 2 (produto do 2 por ele


mesmo n-vezes, sendo n um número natural).
Assim, para escrever um número natural qualquer como
soma de potências de base 2, basta inicialmente observar qual a
potência mais próxima do número, sendo menor que este.
Acompanhe os exemplos:
a. Número 9. Como 9 > 8, vamos retirar este número.
Daí, temos que 9 – 8 = 1. Sendo 1 = 20, segue-se que 9 =
1 + 8 (20 + 23).
b. Número 23. Temos que 25 = 32 > 23. Como 24 =
16 < 23, fazemos a diferença entre 23 e 16. 23 – 16 = 7.
Agora, temos o número 7. Percebemos que 7 < 8 (= 23),
bem como 7 > 4 (= 22). Daí, fazendo a diferença, 7 – 4 =
3. Notemos que 3 > 2 (= 21). Realizamos a diferença entre
3 e 2, 3 – 2 = 1. Assim, “reconstruímos” 23 = 16 + 4 + 2
+ 1 (soma dos números retirados).

Exemplos gerais:
a) 81  81 – 64 = 17  17 – 16 = 1 
81 = 64 + 16 + 1.

32
~  32  ~
b) 62  62 – 32 = 30  30 – 16 = 14 
14 – 8 = 6  6 – 4 = 2 
62 = 32 + 16 + 8 + 4 + 2
.
Como podemos “explorar” matematicamente o segredo das matrizes?
 Potências de base dois. Você, caro leitor ou prezada lei-
tora, pode dar uma folha de papel para uma criança (ou pes-
soa) e pedir que dobre a folha ao meio. Vale lembrar que do-
brar é igual a multiplicar. Realizando três dobras, por exem-
plo, teremos 2 x 2 x 2 = 8 retângulos.

Continue seguindo a “lei de formação”. Para a terceira


dobra, deixe o papel dobrado no tamanho do menor retângulo e
dobre-o ao meio. Abrir e contar para verificar que existem oito
retângulos. Observe que a área de cada retângulo pequeno é
igual a área do papel (retângulo grande) dividida por W = 2n,
onde n é o número de dobras.
 Outra utilidade matemática desta brincadeira: figuras seme-
lhantes. Perceba uma situação-problema: quantas cerâmicas de
20cm por 30cm são necessárias para cobrir um piso de 8m
por 12m?
 Neste exemplo, o piso é como se fosse o papel. As ce-
râmicas podem ser comparadas às dobras. Assim, quantas do-
bras são necessárias?
 Da observação anterior, Área Papel (Área Piso) = Área re-
tângulo pequeno (cerâmica) x W(número de cerâmicas). Logo,
 Número de cerâmicas = .
 Lembre-se que 1 m = 100 cm... daí, 8m = 800cm e 12m
= 1.200cm
Agora, observe as seguintes tabelas:

01 05 09
15 Tabela A 07
13 11 03

33
~  33  ~
02 14 15
07 Tabela B 03
10 11 06

05 04 06
13 Tabela C 07
14 12 15

09 08 15
10 Tabela D 11
13 14 12

Vamos adivinhar números pensados? Nas tabelas acima


estão dispostos números de 01 a 15. Escolha um número de, 01
a 15, e escreva em um pedaço de papel à parte (para garantir
credibilidade!). Em quais tabelas se encontra o número? Obser-
ve atentamente...
Caso você diga que o número está nas tabelas C e D, o
número em questão é o número 12. Caso esteja apenas em B, o
número é o 02.
Qual o segredo?
Você lembra que todo e qualquer número natural pode ser
decomposto em uma soma de potências de base dois... pois
bem, neste caso, o maior número é 15 e 15 = 1 + 2 + 4 + 8
(quatro números e quatro tabelas).

01 05 09
15 Tabela A 07
13 11 03

02 14 15
07 Tabela B 03
10 11 06

34
~  34  ~
04 05 06
13 Tabela C 07
14 12 15

08 09 15
10 Tabela D 11
13 14 12

Repare que estes números foram colocados no canto


superior esquerdo de cada tabela. Mas você pode colocar em
qualquer posição de sua preferência. Como é que as tabelas
foram sendo completadas? Com raciocínio inverso às ativida-
des anteriores...

 Número 1, fica na tabela A;


 Número 2, fica na tabela B;
 Número 3 = 1 + 2, fica nas tabelas A e B;
 Número 4, fica na tabela C;
 Número 5 = 1 + 4, fica nas tabelas A e C;
 Número 6 = 2 + 4, fica nas tabelas B e C;
 ...
 Número 8, fica na tabela D;
 Número 16, fica na tabela E;
 Número 18 = 2 + 16, fica nas tabelas B e E;
 Número 21 = 1 + 4 + 16, fica nas tabelas A, C e E.

Está clara a ideia? Em quais tabelas devemos colocar o


número 13? Como 13 é igual a 1 + 4 +8, deve ser colocado nas
tabelas A, C e D.
Caso queiramos números maiores, como devemos proce-
der? Bem, a próxima potência de base dois maior que 8 é 16, a
próxima maior que 16 é 32, e assim sucessivamente. No caso de
querermos seis tabelas, como 1 + 2 + 4 + 8 + 16 + 32 = 63.
Fazemos uma seis tabela e o número a ser escolhido deve estar
entre 01 e 63.

35
~  35  ~
Quantas linhas e colunas devemos ter? Bem, na tabela A
devem ser colocados todos os números ímpares...
 Entre 01 e 31, incluindo os extremos, há 16 núme-
ros. Daí optamos, por estética, em quatro linha e quatro
colunas. Podiam ter sido duas linhas e oito colunas
(compare com jogo dos pontinhos para saber número de
linhas e de colunas).
 Entre 01 e 63, incluindo os extremos, há quantos
números? São eles, 01, 03, 05, ..., 59, 61 e 63. Logo, são
32 os números. Podemos formar tabelas com quatro li-
nhas e oito colunas (ou uma escolha sua, tente...)

Assim, formamos “aleatoriamente”


Já não vamos construir tabelas para uma escolha entre 01
e 123, incluindo os extremos. Todavia, ao fazer as sete tabelas,
se uma pessoa disser que o número escolhido está nas tabelas A,
C e G, garanto que o número em questão é 69. Com efeito...
 A  1 = 20;
 B  2 = 21;
 C  4 = 22;
 D  8 = 23;
 E  16 = 24;
 F  32 = 25;
 G  64 = 26;
“Basta” somar... A (1) + C (4) + G (64) = 69.

No exemplo apresentado trabalhamos com 2x, sendo x um


número natural. Outros exemplos estão relacionados diretamente
com a função exponencial, como é o caso do Montante (M ou
Cn) de uma capital inicial (C) aplicado durante n períodos a uma
taxa i (correspondente ao período, isto é, se período mensal a taxa
é mensal, etc), no sistema de juros compostos.
Com efeito, supondo aplicação mensal, com taxa i (mensal).
Após um período, C1 = C + iC.

36
~  36  ~
Após dois períodos, C2 = C1 + iC1.
Após três períodos, C3 = C2 + iC2
...
Após n períodos, Cn = Cn-1 + iCn-1
Organizando a escrita em função de C, i e n, temos (por
percepção):
C1 = C + iC = C(1 + i)
C2 = C1 + iC1 = C1(1 + i), substituindo C1 por C(1 + i),
temos que C2 = C(1 + i)(1 + i). Se, para facilitar “visualização” x
= 1 + i, então (1 + i)(1 + i) = x.x = x². Por conseguinte, C 2 =
C(1 + i)².
Analogamente seguem demais construções, até: Cn = C(1
n
+ i)

No caso da taxa conhecida, seja k = 1 + i, daí, temos


n
k ... Por sua vez, podemos trabalhar com subunidades de
períodos, entendendo, você pode fazer uma aplicação com
taxa anual sendo a capitalização mensal...
Definimos... tal que f(x) = kx, com k > 0 e k ≠ 1.

Exemplos:
1) Sejam f(x) = 2x e g(x) = (2/3)x. Complete a tabela:
2)
x= -10 -5 -1 0 1 5 10
f(x) =
g(x) =

3) Generalizando... o que podemos concluir em relação à


função f(x) = kx no caso de x ser muito grande, por exemplo
100 ou 1000 para:
(a) k > 1 e
(b) 0 < k < 1?

4) Qual deve ser valor de x tal que f(x) = 3x seja igual a


0,037037...

37
~  37  ~
Resolvendo...
1) Basta substituir os valores de x. Para f(x) quando x
for 5, f(5) = 25 = 32. Idem para g(-5) = . /
. /

. Lembrando que a-1 = 1/a.

2) Note que: 1 < k, ao serem multiplicados ambos os


membros da desigualdade por k, temos: k < k². Repetindo raci-
ocínio, k² < k³. fazendo-o sucessivamente, a expressão aumenta.
Logo, se x for muito grande (em breve apresentaremos um sím-
bolo e um conjunto de aplicações para tal situação), kx também é
muito grande (k > 1).
Agora, sendo 0 < k < 1  0 < k² < k  0 < k³ < k² (re-
petindo ideia de multiplicar, sucessivamente, ambos os membros
da desigualdade por k). Logo, x muito grande implica kx cada
vez mais próximo de zero. Faça o teste com calculadora...

3) Temos uma dízima periódica 0,037037...


Como é repetição a cada três termos, basta dividir por 999.
Com efeito, se fosse 0,kkk...
Supor y = 0,kkk...
Daí, 10y = k,kkk... (lembre-se, são infinitos ks após vírgula).
Assim, 10y – y = k,kkk... – 0,kkk...  9y = k .: y = k/9.
Por exemplo, 0,222... = 2/9.
Se fosse 0,ababab...
Considere u = 0,ababab...
Como são dois que se repetem, 100u = ab,abab...
Fazendo a diferença: 100u – u = ab,abab... – 0,abab...
Por conseguinte, 99u = ab  u = ab/99
Exemplo, 0,313131... = 31/99 – use uma calculadora para ve-
rificar!
Por fim, . Simplificando, 37/999 =
1/27 = 1/3³ = 3-3

38
~  38  ~
Logo, f(x) = 3x = 3-3  x = –3

Agora é sua vez...


Uma planta tem a seguinte característica: a cada dia
que passa a área de superfície de um lago por ela ocupada
dobra. Se em 53 dias toda a superfície do lago será ocupa-
da por esta planta, quantos dias são necessários para cobrir
metade do lago?

5º. Passo: Função Exponencial x Função Logarítmica

Desta vez não iniciaremos resolvendo o desafio do último


passo. Motivo: apresentaremos a inversa da função exponencial.
Como questão norteadora, considere a seguinte situação:
Estimava-se que a população da Terra cresceria exponencialmente, isto é, a
taxa de crescimento populacional é proporcional à popula-
ção presente em dado instante, conforme a função P(x) = Bekx,
onde B é a população inicialmente observada, k é chamada constante de
proporcionalidade e x é o tempo (em anos). Qual seria a população da Ter-
ra em 2025, conforme tal modelo, se em 1975 havia cerca de 4 bilhões de
habitantes, e, em 2000, essa era de 6 bilhões?
Este problema será resolvido no assunto “derivação”. Es-
tá aqui apresentado porque “ser proporcional a” não significa
ser sempre uma variação linear (como em regras de três). O nú-
mero “e” também será trabalhado, com maiores riquezas de
detalhes, em tópicos futuros.
O importante é, por enquanto, observar a existência de
outras funções do tipo f(x) = kx, desde que k...
Considere o problema: Aplicando um capital C a uma taxa
de juros de 10% ao mês, após quantos meses esse capital dobrará?
De Cn = C(1 + i)n queremos saber o valor de n tal que Cn =
2C (dobrar valor do capital...). Ou seja, 2C = C(1 + 0,1)n. Lembrar
i = 10% = 10/100 = 0,1. Assim, 2 = 1,1n. Como obter n?

39
~  39  ~
Aí, torna-se necessária a inversa da função exponencial2...
Onde:
Ou seja, x, outrora aplicado, fica isolado e y, antes isolado,
fica aplicado. A base k... permanece base.
Quando k = 10, escrevemos simplesmente logy.
Alguns exemplos: Se a = log100 e b = log1000, então
quanto vale a soma: a + b?
Se a = log100 é porque 10a = 100. Como 100 = 10², te-
mos 10a = 10² e, por conseguinte, a = 2. Por analogia (verifi-
quem!) b = 3. Logo, segue-se que a + b = 5. Como estamos
trabalhando com potências... a + b = log105 = log10².10³...

Propriedades principais:
(1) No produto de potências de mesma base, repetimos a
base e somamos os expoentes: . Como o
logaritmo é a inversa, segue-se que logA + logB = logAB –
isto é, ao somar dois logaritmos de mesma base, o resulta-
do é o logaritmo do produto de A por B.
(2) De tem-se o equivalente logA –
logB = logA/B
(3) e log1 = 0

Alguns exercícios:

1ª. Questão
Qual valor de x tal que 2 = 1,1x?
Solução
Aplicando “log” em ambos os membros da igualdade: log2
= log(1,1)x. Usando a propriedade (3), log2 = x.log1,1. Assim,
com base em calculadoras, temos:

2 Deixaremos para você, nobre leitor(a), a investigação do domínio da função


logarítmica... Usaremos linguagem informal para melhor compreensão, toda-
via, não “facilitaremos” no rigor matemático

40
~  40  ~
2ª. Questão
Em Química, o pH de uma solução é definido como o logaritmo de-
cimal do inverso da respectiva concentração de H3O+. Sabendo-se que o
cérebro humano contém um líquido cuja concentração de H3O+ é 4,8. 10 -8
mol/l. Qual será o pH desse líquido?
Solução
Aplicação direta do conceito: . /
. /

3ª. Questão
A escala Ritcher foi inicialmente destinada a estudar apenas os
sismos com origem numa área específica do sul da Califórnia cujos sismo-
gramas eram recolhidos por sismógrafos de torção do tipo Wood-Anderson.
Utilizando valores facilmente medidos sobre o registo gráfico do sismógrafo o
valor é calculado usando a seguinte equação:
4 5
Onde:
 A = amplitude das ondas sísmicas, em milímetros, medi-
da diretamente no sismograma.
 x = tempo, em segundos, desde o início do trem de ondas P
(primárias) até à chegada das ondas S (secundárias).
 M = magnitude arbitrária, mas constante, aplicável a sismos
que libertem a mesma quantidade de energia.
 Qual a magnitude de um terremoto se A = 106 e x = 3 (de-
safio: procurar as magnitudes dos maiores terremotos registrados!)

Solução:
Aplicação direta: . / . /

41
~  41  ~
4ª. Questão
Q = Q0.e-kt representa a taxa de decaimento de uma substância ra-
dioativa. Calcule a meia-vida de uma substância radioativa que se desinte-
gra a uma taxa de 5% (k = 0,05) ao ano. (Meia-vida é o tempo que deve
decorrer para que, em certo momento, metade dos átomos de uma substância
radioativa se desintegre)
Solução:
Pela “meia-vida” Q = Qo/2. Assim, Qo/2 = Q0.e-.0,05t
Observação: o logaritmo de base “e” é chamado logaritmo
natural e é indicado por “ln”.
De volta ao problema: ½ = e-0,05t.
Pela definição de logaritmo, –0,05t = ln(1/2)
. / ( )
Daí,

Agora é sua vez...


Se P(x) = Bekx, com P(0) = 4 e P(25) = 6, qual o valor
de P(50)? – este é o problema inicial deste tópico.

6º. Passo: Funções trigonométricas

Você lembra o que é um triângulo retângulo?

Desenhe um triângulo retângulo de


hipotenusa a e catetos b e c. Seja x Relações:
ângulo oposto ao cateto de medida b
Teor. Pitágoras:
a² = b² + c²
sen(x) = b/a e
cos(x) = c/a
Rel. fund. Trigonometria:
sen²(x) + cos²(x) = 1
Tg²(x) + 1 = sec²(x) (#)
Ctg²(x) + 1 = csc²(x) (##)

42
~  42  ~
Notas:
 tangente de x, , também usamos tagx
 cotangente de x, , também indicada
por ctgx
 secante de x,
 co-secante de x, , também denotada
por cossecx
 (#) é obtida dividindo sen²(x) + cos²(x) = 1, mem-
bro a membro, por cos²(x).
 (##) é obtida dividindo sen²(x) + cos²(x) = 1,
membro a membro, por sen²(x).
 ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
 ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Obs.: No CÍRCULO TRIGONOMÉTRICO o eixo dos


“x” corresponde ao eixo dos cossenos e o eixo dos “y” ao eixo
dos senos. Onde ficam a secante, a tangente? Considere figura,
sendo Ѳ o ângulo (para evitar confusão com o x e o y usados
anteriormente).
Descrevendo a figura: imagine um prato plástico circular.
Traçar dois diâmetros (segmentos de reta que passam pelo centro
do prato) que sejam perpendiculares entre si. A partir do centro
considere um segmento como eixo X e o outro como eixo Y.
O ângulo, lembrando, é dado no sentido anti-horário. Faça
uma marcação qualquer na borda do prato. Chamar P tal ponto.
Sendo circunferência de raio unitário (por quê?), segue-se figura:

43
~  43  ~
Obs2.: Daí, as demais...por qual motivo? Vamos investigar?

Principais Ângulos:
Interessante relembrar como são obtidos. Entendendo. Dada uma fo-
lha no formato de um quadrado, onde sabemos que todos os lados possuem
a mesma medida e todos os ângulos internos também, e iguais a 90º, unin-
do-se dois vértices opostos, geramos um triângulo retângulo e isósceles, cujos
ângulos agudos valem, cada um, 45º. Se L é a medida de cada lado, a
hipotenusa, por Pitágoras, vale √ ... 30º e 60º estão atrelados ao juntar
dois vértices de um triângulo equilátero...

Ângulo
Seno Cosseno Tangente
(grau e radianos)
o
0 =0 0 1 0
30º = π/6 √ √

45º = π/4 √ √ 1

60º = π/3 √

90º = π/2 1 0 Não existe!

Aplicações:
Encontre, se possível: sen(120º); cos(75º); tg(3π/2).
Obs.: Há várias maneiras! Apresentamos uma! É interessante re-
ver outras...

44
~  44  ~
Solução:
Para sen(120º) podemos pensar em 120º = 30º + 90º ou
60º + 60º ou 150º - 30º (Ops! Não determinamos, ainda, o
150º!!!).
Consideremos: ( ) ( )
Desenvolvendo,
( ) ( ) ( ) ( )

Pela tabela, substituindo valores, ( )

Para ( ) ( )
ra ( ) ( ) ( ) ( )
( ) ( )
√ √ √ √ √
Daí, ( )

Por fim, caso queira, como π = 180º, segue-se que 3π/2 =


(3/2).(180º) = 270º. Ou seja, no círculo trigonométrico estamos
sob o eixo dos “y”, que corresponde ao eixo dos seno, abaixo da
origem.
. /
Assim, . / ( )
. /
(...)
A função seno associa a cada número real x o seu seno,
f(x) = senx. Tem sinal positivo nos 1º e 2º quadrantes, e é nega-
tivo nos 3º e 4º quadrantes.
Como, em módulo, o maior valor que assume é um, se-
gue-se que sua imagem é [-1, 1], ao passo que não há restrições
em seu domínio. O gráfico da função seno é representado pelo
intervalo denominado senóide
Oportunamente faremos esboço de gráficos. Assim sen-
do, focaremos aplicações no assunto “derivadas”, principalmen-
te as “equações de ondas”.

45
~  45  ~
No tópico anterior abordamos a inversa da exponencial.
Pois bem, quem é a inversa da função seno?
Lembrando que uma função f, em determinado domínio,
SÓ possui inversa se, e somente se, f for bijetora, por este moti-
vo nem todas as funções trigonométricas possuem inversas em
seus domínios de definição. TODAVIA, podemos trabalhar
com subconjuntos dos respectivos domínios para gerar novas
função que possuam inversas.
Restringiremos o domínio da função f(x) = sen(x), com
domínio no intervalo [π/2,π/2] e imagem no intervalo [1,1].
Por qual motivo? Quando iniciarmos o tópico sobre esboço de gráficos
melhor entenderemos. Desta feita, a função inversa de f, denominada
arco cujo seno, denotada por f-1(x) = arcsen(x) é assim definida:
por f-1:[ 1,1]  [π/2,π/2]
Traduzindo... quem é o arcsen(1/2)? A ideia básica é
saber qual o PRIMEIRO ângulo cujo seno vale ½. No caso 30º.

Determine: (a) arctg(1); (b) arcsec(√ ) e (c) arccos(0).

Solução:
Para arccos(0). Qual o primeiro ângulo cujo cosseno vale
zero? Resposta: 90º ou π/2. Logo, arccos(0) = 0. Em relação ao
arctg(1), qual o primeiro ângulo cuja tangente vale 1? Resposta:
45º ou π/4. Por fim, para arcsec(√ ), devemos saber qual primei-
ro ângulo cuja secante vale √ Isto é, √

√ . Ou seja, o primeiro ângulo cujo cosse-

no é √ é 45º ou π/4

Agora é sua vez....



Determine: (a) arctg(√ ); (b) arcsen( ) e (c)
arccos(1/2).

46
~  46  ~
7º. Passo: Exercícios...

Exercícios... Primeiro tente resolver, em seguida, degustar a solução,


pois o saber tem que ter sabor. Isto é, compreender a “essência”.

(1) Como se lê: (a + b)²? E, como se lê: a + b²?


(2) Onde está o erro no desenvolvimento do 1 = 1,
apresentado no início deste tópico?

(3) Assim como , segue-se que qual-

quer número dividido por ele mesmo é igual a “1”.
(4) Uma criança argumentou que se tem uma laranja e
não vai dividir com ninguém, então sobra a laranja. Idem se
forem duas ou três laranjas... Escreveu, para ilustrar seus pen-
samentos, os seguintes símbolos: E agora? Po-
demos argumentar que 1 dividido por 0 é igual a 1?
(5) Qual o valor de x tal |3x – 5| > 7?
(6) Determine o maior valor de f(x) = 4 – 9x².
(7) Se f(x) = 2x, qual valor de f(-3)? Quem é x tal que
f(x) = 128?
(8) Seja f(x) com a seguinte lei de formação: f(a + b) =
f(a).f(b), para quaisquer “a” e “b” reais. Sabendo que f(1) = 3,
encontre f(10).
(9) Se uma planta tem a seguinte característica: a cada dia
que passa a área de superfície de um lago por ela ocupada dobra.
Se em 53 dias toda a superfície do lago será ocupada por esta
planta, quantos dias são necessários para cobrir metade do lago?
(10) Se P(x) = Bekx, com P(0) = 4 e P(25) = 6, qual o va-
lor de P(50)?
(11) Qual valor de arcsen(1)?
(12) Qual o cos(105º)?
(13) Escreva f(x) = ax² + bx + c (a ≠ 0) em função de
suas raízes x1 e x2.

47
~  47  ~
Soluções...
1ª. Questão: Chamando c de a + b, então a + b ao qua-
drado é igual a c ao quadrado, ou quadrado de lado c. Assim (a
+ b)² é quadrado da soma de “a” com “b” e a + b² é lida como a
soma de “a” com o quadrado de “b”. Pode parecer sem senti-
do esta questão, mas o foco está na interpretação geométrica.
Entendendo: a = a x 1 pode ser comparada com um re-
tângulo de área “a” e lados com medidas iguais a “a” e “1”.


2ª. Questão: Só faz sentido √ se a > 0. Logo...

3ª. Questão: Quanto vale 12 dividido por 4? Resposta


“3”. Por quê?
Porque 3 x 4 = 12. Ou seja, . Se b ≠
0, tudo tranquilo! Todavia, se b = 0, segue-se que 0 x c = 0,
qualquer que seja c. Desta feita, se a ≠ 0, segue-se que é IM-
POSSÍVEL .
Enfim, respondendo ao problema, se a ≠ 0. Em
outras palavras, como não posso determinar o valor de “a” em a
x 0 = 0, segue-se que há uma INDETERMINAÇÃO. Verifique!
0 x 2 = 0; 0 x ½ = 0, 0 x 0 = 0...
Finalmente, qualquer número dividido por ele mesmo é
igual a “1” desde que o número seja DIFERENTE de ZERO!
4ª. Questão: Vide a 3ª.

5ª. Questão: Sabemos que | u | > a  u < a ou u > a.


Assim, consideremos u = 3x – 5. Daí:
3x – 5 < 7  3x < 5 – 7  x < 2/3
3x – 5 > 7  3x > 7 + 5  3x > 12  x > 4.

6ª. Questão: O maior valor está no vértice.

48
~  48  ~
Lembre-se, comparando f(x) = ax² + bx + c, com a ex-
pressão f(x) = 4 – 9x², segue-se: a = 9, b = 0 e c = 4. Logo,
( )
e o yv = f(xv) = f(0) = 4.

7ª. Questão: Substituir x por 3: f(3) = 2-3 = ½³ = 1/8.


Para saber o valor de x tal que f(x) = 128, vamos “fatorar”
o 128, encontramos 128 = 27. Assim, 2x = 27  x = 7.

8ª. Questão: O objetivo desta questão é instigar a “cons-


trução do problema”. Queremos f(10) e conhecemos f(1). Há a
informação f(a + b) = f(a).f(b).
Algo nos impede de supor a = 1 E b = 1? Por quê? Por-
que é a única informação que dispomos. Assim, f(1 + 1) =
f(1).f(1)  f(2) = [f(1)]² = 3² = 9.
Legal, temos f(2). Agora, vamos “construir” o f(3).
Como 3 = 1 + 2, f(3) = f(1 + 2) = f(1).f(2) = 3.3² = 3³ = 27.
Interessante, f(4) = f(3 + 1) = f(3).f(1) = 3³.3 = 34.
...
Ou seja, f(1) = 31, f(2) = 32, f(3) = 33... Podemos intuir
(na verdade, o ideal é induzir matematicamente, mas este proce-
dimento, INDUÇÃO FINITA, será evitado nesta obra, pois o
foco é a compreensão da essência... em outras palavras, Cálculo
para quem não gosta, mas precisa) que f(10) = 310

9ª. Questão: Vamos supor que inicialmente a área seja x.


Assim, no segundo dia a área será 2.x. Terceiro dia = 2(2x) = 4x
– dobra a nova área... compare com o material “segredo das matrizes” que
usamos para motivação da função exponencial. Quarto dia = 2(4x)= 8x
... interessante, “x” está fixa ao passo que há variação no coefici-
ente, que são múltiplos (no caso, potências do 2).

1º dia  Área ocupada = 1.x = 20x (lembre-se, 20 = 1)

2º dia  Área ocupada = 2.x = 21x

3º dia  Área ocupada = 4.x = 2²x

4º dia  Área ocupada = 8.x = 2³x

49
~  49  ~
Podemos perceber que o expoente do “2” para um de-
terminado dia “n” é igual a “n – 1”. Confere?Assim, f(n) = 2n – 1x,
onde f(n) representa a área ocupada no “n-ésimo” dia.
Área toda ocupada em 53 dias... f(53) = 252x.
Quantos dias tinha a metade, isto é, quem é n tal que f(n)
= (252x)/2 = 251x?
Assim, 2n – 1x = 251x  2n – 1 = 251  n – 1 = 51  n = 52

Há outras maneiras de argumentar esta questão...

10ª. Questão: P(50) = Be50k. Falta descobrir quem são B e k.


De P(0) = 4  4 = Be0.k = Be0 = B.1 = B .: B = 4.
De P(25) = 6  6 = 4e25k  6/4 = e25k  e25k = 1,5 
25k = ln(1,5)...
Podemos desenvolver... mas queremos e50k = e2.(25k) = (e25k)².
Assim, P(50) = 4.(1,5)² = 9.

11ª. Questão: Queremos saber qual o primeiro ângulo cujo


seno é 1. No caso, 90º ou π/2. Deste modo, arcsen(1) = π/2.

12ª. Questão: Como 105º = 60º + 45º (usando ângulos


conhecidos), temos:
( ) ( )
( ) ( ) ( ) ( )

Consultando tabela (o ideal, é ter tais valores cravados em


sua mente)
√ √ √ √ √ √
( ) ( √ )

13ª Questão: Se x1 e x2 são as raízes, então podemos con-


siderar
√ √

50
~  50  ~
Reparemos que, manipulando-as:
√ √

√ √ √ √ (√ )

Atenção ao uso dos sinais... ()x() = (+) e ()x(+) =


()... como
( )

Ou seja, ( ) . /
( )

Ainda não está muito simplificada a escrita, embora já te-


nhamos resolvido o problema. Vamos simplificar mais...
Provaremos que f(x) = ax² + bx + c = a(x – x1)(x – x2).
Para tanto, basta desenvolver o lado direito da igualdade:
( )( ) , ( ) ( )-
, ( ) -

Finalmente:

( )( ) ( )
( )

51
~  51  ~
1º. Passo: Introdução ao assunto...

Imagine que um trecho de uma montanha russa3 seja


aproximado pela função f(t) = sen(t), onde t é o tempo e f(t) é a
distância percorrida. A velocidade média, entre dois instantes
( ) ( )
consecutivos t2 e t1 é: .

( ) ( ) ( ) ( )
Se então Se
(isto é, supondo um intervalo de tempo muito pequeno)
temos que o quociente se aproxima de 0 dividido por 0, isto é:
( ) ( )
. Melhorando a escrita, se t1 = 0, então f(t1)
= sen(0) = 0 e temos: .

Paremos momentaneamente com esta função.


Complete as tabelas dadas em relação à função ( )
. Por qual motivo este quociente? Em breve veremos
aplicações envolvendo vertedouros de açudes (foco na razão

3 Não só montanha russa, há estradas brasileiras, entre subidas e descidas que


também podem aproximar-se da referida situação.

52
~  52  ~
entre o volume de água que passa em determinado tempo) ou
fluxo sanguíneo na artéria ou intensidade de corrente elétrica em
um instante... Não queremos pressionar... aliás, pressão é a relação
entre uma determinada força e sua área de distribuição.
Ok em relação à função do no numerador? Mas, por qual
motivo o “1”. Está sendo usado como uma unidade. Entenden-
do, sua idade, em ano, no ano que você nasceu era zero. Toda-
via, você é alguém (deveras importante para sua família, vale ressaltar)
é uma unidade!
Deixando um pouco de lado o pensamento filosófico, no-
te que x não pode ser igual a um senão zera o denominador.
Todavia, x = 1 também zera o numerador. E 0/0 é forma inde-
terminada.
E o que são formas indeterminadas? São expressões que
podem assumir quaisquer valores. Por exemplo, sabemos que 12
/ 4 = 3 porque 12 = 4 x 3. Bem, se 0/0 = n, segue-se que o zero
do numerador será o produto do zero do denominador pelo n.
Assim, 0 = 0.n. Todavia, qualquer número multiplicado por zero
dá... ZERO!
Assim, vamos considerar valores próximos de um para as
tabelas dadas. Entretanto, se x  1, segue-se que ou x < 1 ou
que x > 1. Logo, vamos nos aproximar por ambos os lados.

Valores próximos de “1”, sendo menores que este.


X 0,5 0,9 0,95 0,99
F(x)

Para facilitar a expressão podemos reescrever o numera-


dor em função de suas raízes (pois “1” é raiz!). Para tanto, f(x)
= ax² + bx + c fica na forma f(x) = a(x – x1)(x – x2). Vide 13ª
questão da lição passada.
2x² + 3x – 5 = 2(x – x1)(x – x2), sendo x1 = 1, segue-se
que, do produto das raízes (poderia ser da soma!) x1.x2 = -5/2  x2
= -5/2.

53
~  53  ~
Assim, 2x² + 3x – 5 = 2(x – 1)(x + 5/2) = (x – 1)(2x + 5)
– favor verificar!
Reescrevendo o quociente: ( ) 2x + 5.
Ou seja, basta multiplicar cada valor por 2 e, em seguida, acres-
centar 5.

Valores próximos de “1”, sendo maiores que este.


X 1,5 1,1 1,05 1,01
F(x)

Completando, primeiro vamos tentar antes de conferir...

Valores próximos de “1”, sendo menores que este.


X 0,5 0,9 0,95 0,99
F(x) 6,00 6,80 6,90 6,98

E
Valores próximos de “1”, sendo maiores que este.
X 1,5 1,1 1,05 1,01
F(x) 8,00 7,20 7,10 7,02

Podemos concluir que, quanto mais próximo de “1”


estiver x, mais próximo de “7” está f(x).
Também percebemos que:
Se x = 0,5, então a diferença 1 – x será igual a “0,5”.
Se x = 0,9, então a diferença 1 – x será igual a “0,1”.
Se x = 0,95, então a diferença 1 – x será igual a “0,05”.
Se x = 0,99, então a diferença 1 – x será igual a “0,01”.

Também...
Se x = 1,5, então a diferença 1 – x será igual a “– 0,5”.
Se x = 1,1, então a diferença 1 – x será igual a “– 0,1”.
Se x = 1,05, então a diferença 1 – x será igual a “– 0,05”.
Se x = 1,01, então a diferença 1 – x será igual a “– 0,01”.

54
~  54  ~
Vamos recordar a função módulo. A interpretação geomé-
trica dela é a distância da origem até x. Assim sendo, é conveni-
 x, x  0
ente reescrever: f ( x)  
 x , x  0

Traduzindo... a importância do módulo é deixar tudo po-


sitivo (o que se entende por este tudo? Reflita).
Note que:
 | 1 – x | = 0,5, se x = 1,5 ou se x = 0,5.
 | 1 – x | = 0,1, se x = 1,1 ou se x = 0,9.
 | 1 – x | = 0,05, se x = 1,05 ou se x = 0,95.
 | 1 – x | = 0,01, se x = 1,01 ou se x = 0,99.

Bem como:
 | 7 – f(x) | = 1,0, se x = 1,5 ou se x = 0,5.
 | 7 – f(x) | = 0,2, se x = 1,1 ou se x = 0,9.
 | 7 – f(x) | = 0,1, se x = 1,05 ou se x = 0,95.
 | 7 – f(x) | = 0,02, se x = 1,01 ou se x = 0,99.

Ou seja, para esta função dada notamos que, para um


dado intervalo de x, o módulo da diferença entre “7” e
“f(x)” é o dobro do módulo da diferença entre “1” e “x”...

Definição: Seja uma função f definida em um intervalo


aberto que contém o ponto “a”, exceto possivelmente no pró-
prio ponto “a”, e seja “L” um número real. Então:
( )
significa
| |
⇒ | ( ) |

Interpretação: ao indicar |u| < v, isto significa que – v < u < v.

55
~  55  ~
Ou seja, | x – a | < d implica – d < x – a < d. Somando “a”
em cada membro da desigualdade, a – d < x < a + d.
Isto é, temos uma variação no intervalo ]a – d, a + d[.
Traduzindo: Dada a existência de um intervalo no eixo x, em torno
de “a”, há um intervalo no eixo y em torno de “L”.

Próximo passo aprofundaremos mais a interpretação desta


definição...

Agora é sua vez...


Complete as tabelas sendo ( )

Valores próximos de “1”, sendo menores que este.


X 0,5 0,9 0,95 0,99
F(x)

E
Valores próximos de “1”, sendo maiores que este.
X 1,5 1,1 1,05 1,01
F(x)

2º. Passo: Exercícios...

Iniciaremos indicando que sendo ( )


unção está cada vez mais próxima de “17”
quando x se aproxima de “1” e notamos que, para um dado
intervalo de x, o módulo da diferença entre “17” e “f(x)” é
cinco vezes o módulo da diferença entre “1” e “x”...
Tal conclusão é retirada das tabelas... mas sempre precisa-
remos de tabelas para tratar de tais aproximações? Não. Para
tanto, temos resultados.
Não é obrigatório “decorar” apenas entender o passo a
passo das demonstrações. Com efeito, durante as argumentações
56
~  56  ~
atreladas à justificativa (ou demonstração) de cada teorema, po-
demos estabelecer estratégias para a resolução de situações pro-
blemas.

(1). Se f(x) tem um limite quando x tende para a, en-


tão o limite é único.
Prova:
Suponha que possam haver dois valores para o limite, L e
M. Queremos chegar em uma contradição!
Supor que L < M e vamos escolher . Não obs-
tante, considerar os intervalos abertos (L – , L + ) e (M – , M
+ ). Como estes dois intervalos não se interceptam.
Pela definição de limite, existe um tal que, sempre que
x está no intervalo aberto (a - , a + ) e x ≠ a, então f(x) está
no intervalo aberto (L – , L + ).
Analogamente, existe um tal que, sempre que x está no
intervalo aberto (a - , a + ) e x ≠ a, então f(x) está no inter-
valo aberto (M – , M + ).
Supondo ainda < , se escolhermos um x que esteja
simultaneamente nos intervalos (a - , a + ) e (a - , a + ),
então f(x) estará simultaneamente em (L – , L + ) e (M – , M
+ ), contrariando o fato de que esses dois intervalos não se
interceptam.
Logo, a suposição inicial é falsa!
(2). Se existem ambos os limites ( ) e
( ), então:
I. , ( ) ( )- ( )
( )
II. , ( ) ( )- ( )
( )
57
~  57  ~
III. , ( ) ( )- ( )
( ) desde que ( )

Prova:
Suponhamos que ( ) ( )

Item (I):
Pela definição de limite, devemos mostrar que, para todo
> 0, existe um > 0; 0 < | x – a | < então | [f(x) + g(x)] –
(L + M) | <

Uma estratégia recorrente na matemática é “partir” de onde quere-


mos “chegar”

Comecemos por escrever


| [f(x) + g(x)] – (L + M) | = | [f(x) – L] + [g(x) – M] |

Utilizando a desigualdade triangular | b + c | < | b | + |


c | segue-se que:
| [f(x) – L] + [g(x) – M] | < | f(x) – L| + |g(x) – M|.

Na definição de limite temos “qualquer”. A ideia é, quanto


menor o tamanho do intervalo, melhor!
Assim, ( ) fica se 0 < | x – a | < então
| f(x) – L | < (*)
E, ( ) fica se 0 < | x – a | < então |
g(x) – M | < (**)

Seja o menor dos números , então, 0 < | x – a


| < implica que as duas desigualdades anteriores são verdadei-
ras (*) e (**).
Por conseguinte, | [f(x) – L] + [g(x) – M] | <
+ =

58
~  58  ~
Item (II):
Inicialmente, suponha que se h(x) é uma função tal que
( ) então, , ( ) ( )-
( ) fica se 0 < | x – a | < então | f(x) –
L | < 1 (supondo ) (***)

De novo, saindo de onde queremos chegar...

| f(x) | = | f(x) + L – L |, pois 0 + u = u e podemos


pensar em 0 = L – L.
| f(x) + L – L | < | f(x) + L | + | L |, pela desigualdade
triangular.
| f(x) + L | + | L | < 1 + |L|, pela suposição (***)

Assim, se 0 < | x – a | < então | f(x).h(x) | < (1 +


|L|).|h(x)|.

Como ( ) , segue-se que para todo > 0,


existe um > 0 tal que se 0 < | x – a | < então | h(x) – 0|
< | |.
Se for o menor dos números , então, sempre
que 0 < | x – a | < segue-se que | f(x).h(x) | < (1 +
|L|). | | =
Agora, façamos a demonstração:
Considere f(x).g(x) – LM = f(x).g(x) – M.f(x) + M.f(x) – LM
Assim, f(x).g(x) – LM = f(x).[g(x) – M] + M.[f(x) – L].
Como ( ) equivale a , ( ) -
segue-se resultado com h(x) = g(x) – M.

Item (III):
Basta mostrar que ( )

59
~  59  ~
( )
Note que | | | | | | | ( )|
| ( ) |
( ) ( )

Como ( ) segue-se que existe um >0


tal que se
| |
0 < | x – a | < então | g(x) – M| < .

Motivação:
|M| = |g(x) + [M – g(x)]| < |g(x)| + |M – g(x)| <
|g(x)| + |M|/2
Organizando, |M| < |g(x)| + |M|/2  |M|/2 <
|g(x)| ou | ( )| | |

Assim, | | | ( ) |
( ) | | | ( )|

| |
| ( ) |...

(3). “Teorema do Sanduíche”


Seja f(x) < h(x) < g(x) para todo x em um intervalo
aberto contendo a, exceto possivelmente para o próprio a.
Se
( ) ( ) ( )

Prova:
Para todo > 0, existe um > 0 tal que se 0 < | x – a |
< então | f(x) – L| < bem como existe um > 0; se 0 <
|x–a|< então | g(x) – L| < . Se for o menor dos
números , então, sempre que 0 < | x – a | < ambas as
desigualdades anteriores que envolvem são verdadeiras, isto é,
- < f(x) – L < e, por conseguinte – < g(x) – L <

Consequentemente, se 0 < | x – a | < , então L – < f(x) e


g(x) < L + . Como f(x) < h(x) < g(x), se 0 < | x – a | < ,
então

60
~  60  ~
L – < h(x) < L + que equivale a |h(x) – L| <

Obs.: só existe o limite no ponto se existirem e forem


iguais os limites laterais. Limites laterais? Sim, é o ato de apro-
ximar-se de x = a por valores pela direita (ou maiores que a) ou
pela esquerda (ou menores que a).

Em símbolos:
Limite pela direita: limx a  f ( x)
Limite pela esquerda: limx a  f ( x)

Resultados:
( )

Para todo > 0, existe um > 0 tal que se 0 < | x – a |


< então |(bx + c) – (ab + c)| = |bx – ab| = |b|.|x – a|.
Ou seja, basta considerar = |b|.

Se a > 0 e n é um inteiro positivo, ou se a < 0 e n é


um inteiro positivo ímpar, então √ √

Sejam a > 0 e n um inteiro positivo. Mostraremos que, 


> 0, existe um > 0; se 0 < | x – a | < então | √
√ | .
Ou equivalentemente, se – < x – a < e x ≠ a, então,
segue-se que √ √ .
Vamos “mexer” onde queremos chegar...

√ √
√ √ √
(√ ) (√ )
(√ ) (√ )
61
~  61  ~
0 (√ ) 1 (√ )

se denota o menor dos dois últimos números positivos


dados por (√ ) e (√ ) , então, segue-se
que sempre que – a desigualdade se verifica e o
teorema está demonstrado para este caso.

Traduzindo... estamos tão próximos do valor indica-


do que, se substituirmos a variável pelo valor indicado o
erro entre o valor aproximado e o valor real praticamente é
zero. Logo, basta substituir a variável pelo valor indicado.

A título de curiosidade (não se assustem!)


Usando a definição de limites, prove que: (
)

Devemos mostrar que


| | |(
) |
A ideia prática é saber onde queremos chegar... (dada a tese, “me-
xer” para fazer aparecer a hipótese.
Ou seja, 2x² + 4x – 30 = 2(x² + 2x – 15) = 2(x – 3)(x + 5).
Assim, | | | | | |
| | (*)

Suponha que (Por qual motivo?)


Deste modo,
| | | |

Isto é, 2 < x < 4 que equivale (para fazer aparecer módulo) a


5 + 2 < 5 + x < 5 + 4... 7 < x + 5 < 9

62
~  62  ~
Assim sendo, em virtude do intervalo que devemos obter (por quê?),
em (*), | | | | | | | |
.
Por fim, seja 2 3.
Ufa!

Exemplos:

Repetindo, “basta substituir a variável pelo valor a qual ela


tende”. Quando aparecer a indeterminação 0/0, devemos mexer
com a expressão e, só então, aplicar o limite.
( )( )
( )

Calcule os limites laterais da função indicada:


0 se x  1
01. f (x)   ;
1 se x  1
 x2 1

02. g ( x)   1  x se  2  x  2 e x  1;
 x se x  1

03. p(x)   x  21 se x  1 ou x  1;
2

 1  x se  1  x  1
 x 2 se  2  x  0

04. P(x)   x se 0  x  1 ;
 1 se 1  x  2

63
~  63  ~
Solução...
01). No caso, a = 1.
limx a  f ( x)  limx 1 1  1 Tender para „1‟ pela direita signi-
fica que a função está definida para valores maiores que „1‟. Ou seja, f(x)
= 1.
Analogamente... limx a  f ( x)  limx 1 0  0

limx  1 f ( x)  limx  1 ( x 2  1)  0


limx  1 f ( x)  limx  1 (1  x 2 )  0
03).
limx 1 f ( x)  limx 1 (1  x 2 )  0
limx 1 f ( x)  limx 1 ( x 2  1)  0
Nota: independentemente de ser pela direita ou pela esquerda, “bas-
ta” substituir a variável pelo valor a qual ela tende.

Agora é sua vez...


Encontre os limites:
) √ )


) )

3º. Passo: Limites infinitos e no infinito

Iniciamos respondendo as questões do passo anterior...


Basta substituir a variável pelo valor a qual tende. Caso encon-
tremos 0/0, usar simplificação ou produtos notáveis. Lembrar:
ao trocar a variável pelo valor a qual tende, a expressão “lim”
desaparece.

64
~  64  ~
Item (a): √ √ ( )
( )
Item (b): ( )

Item (c): .

Vamos pensar da seguinte forma. Se a = √ e b = 2, pois


não podemos pensar separadamente cada expressão (numerador
ou denominador), segue-se, então que a² = x e b² = 4.
De a²  b² = (a – b)(a + b)...
√ √
(√ )(√ ) √
Item (d):

De a³  b³ = (a – b)(a² + ab + b²), temos, comparando


“a” com “x” e “b” com “1”: x³  1 = (x – 1)(x² + x + 1). Por
analogia, de a²  b² = (a – b)(a + b), segue-se que x²  1 = (x –
1)(x + 1).

Lembrando que se x  1 (isto é, se x se aproxima de “1‟,


então x é diferente de “1”. Ou seja: x ≠ 1  x – 1 ≠ 0.
( )( )
Assim: ( )( )

Notamos a necessidade da divisão de polinômios (ou pro-


dutos notáveis) quando, no cálculo de limites, encontrarmos
0/0. Mas o que acontece quando x se aproximar de um valor
muito grande ou se o denominador se aproximar de 0 e o de-
nominador de outro número?

65
~  65  ~
Considere a função y = 1/x. Com x diferente de zero. Ela
tem grande importância porque qualquer polinômio pode ser
reescrito em termos dela.
Por exemplo: p(x) = x³ + 3x² + 2x.
Vamos colocar em evidência o x³. Isto é, dividir o mem-
bro direito da igualdade por x³ (e multiplicar por ele mesmo,
desde que x ≠ 0).
Assim,
x 3 3x 2 2 x 3 2 1 1
p( x)  x 3 (  3  3 )  x 3 (1   2 )  x 3 [1  3   2  ( ) 2 ]
x3 x x x x x x
.
Algumas considerações sobre o “infinito”:
 , n  0
n  
  , n  0
, n  0
n  
 0, n  0
n 

Por quê? Discuta com seus colegas... antes, compare com


a seguinte ideia: se alguém não vive 130 anos, viverá 130 + 10?
Ou o produto de 130 por 10? 13010?

66
~  66  ~
Vamos completar as tabelas:

Quando x decresce indefinidamente, isto é, x  


10 100 1.000 100.000
X 10 10 10 10
Y = 1/x

Quando x cresce indefinidamente, isto é, x  


10 100 1.000 100.000
X 10 10 10 10
Y = 1/x

Quando x se aproxima de zero por valores menores que


zero, isto é, x  0-
10 100 1.000 100.000
X 10 10 10 10
Y = 1/x

Quando x se aproxima de zero por valores maiores que


zero, isto é, x  0+
-10 -100 -1.000 -100.000
X 10 10 10 10
Y = 1/x

1 1
limx    0  limx  
x x
1
Percebemos que: limx 0   
x
1
limx 0  
x

Resultado importante:
k
(*) limx  n  0 se a constante k for diferente de zero e
x
n > 0.

67
~  67  ~
Traduzindo... qual o inverso de algo muito grande?
Algo muito pequeno (no caso, zero). E o inverso de algo
muito pequeno? Algo muito grande positivamente (se a
aproximação de 0 for por valores maiores que ele) OU algo
muito grande negativamente (se a aproximação de 0 for por
valores menores que ele).

Exemplos: O que ocorre nos extremos do domínio da


função f(x) = e da função g(x) = A importância desta
função g é seu gráfico. Muito parecido com o gráfico da curva normal (Esta-
tística).

Iniciemos com a função g(x). Como x² + 1 > 0 para qual-


quer valor de x, pois x² > 0 e x² = 0 se, e somente se, x = 0.
Desta feita, seu domínio são todos os reais ou, em termos de
intervalos: ] - ∞, + ∞[
Assim, . Com efei-
to, algo muito grande (positiva ou negativamente) ao quadrado
ainda é “muito grande”. Somado com “1”, continua muito
grande. E, o inverso de algo muito grande é muito pequeno... ou
zero.
Já para o domínio de f(x), x²  1 ≠ 0  x ≠ 1 e x ≠ 1.
Desta feita, o domínio é: ]∞, 1[  ] 1, 1[  ]1, + ∞[. Assim
os limites são:
( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( )

Justificativa:
(1) E (6) indica o inverso de algo “muito grande”
(2) Formalmente: Se x se aproxima de “1” por meio
de valores menores do que ele, então x < 1. Precisamos gerar

68
~  68  ~
x²  1 (expressão do denominador). Uma ideia: elevar ambos os
membros da desigualdade ao quadrado. ATENÇÃO! Pensando
em números: sabemos que – 2 < 1, todavia, (2)² > (1)². Assim, x <
1  x² > 1 e, por conseguinte, x²  1 > 0. Logo, denominador
está próximo de zero por valores maiores que zero. Por fim,
temos o inverso de algo muito pequeno (que é positivo), logo o
resultado é algo muito grande positivamente. Ou seja + ∞
INFORMALMENTE, mas mantendo um pouco de
rigor: Fornecer um número próximo (ideia de limite) de “1”,
por sua vez, que seja menor que “1” (limite pela esquerda). Por
exemplo: “2”. Substituir no denominar e analisar o sinal (se é +
ou –).
De x²  1, com x = 2, temos (2)²  1 = 3 > 0...

A partir de agora, usaremos a estratégia informal. Ela


é garantida em virtude da continuidade da função.
(3) Fornecer um número próximo (ideia de limite) de
“1”, por sua vez, que seja maior que “1” (limite pela direita).
Por exemplo: “0”. Substituir no denominar e analisar o sinal (se é
+ ou –). De x²  1, com x = 0, temos (0)²  1 = – 1 < 0
(4) Fornecer um número próximo (ideia de limite) de
“+1”, por sua vez, que seja menor que “+1” (limite pela esquer-
da). Por exemplo: “0”. Substituir no denominar e analisar o sinal
(se é + ou –). De x²  1, com x = 0, temos (0)²  1 = – 1 < 0
(5) Fornecer um número próximo (ideia de limite) de
“+1”, por sua vez, que seja maior que “+1” (limite pela direita).
Por exemplo: “2”. Substituir no denominar e analisar o sinal (se é
+ ou –). De x²  1, com x = 2, temos (2)²  1 = 3 > 0

Agora é sua vez...


Encontre os limites:

69
~  69  ~
) √ )


) )

4º. Passo: Fixando raciocínio.

Iniciaremos resolvendo limites anteriores.


Item (a):
√ . Com efeito, 4 – ( ) = 4 
=

Item (b):

.
( ) ( ) ( )( )
Colocamos o x² do denominador em evidência. Por quê?
k
Porque sabemos que lim x n  0 . Simplificamos “x” do
x
numerador com um dos “x²” do denominador. Por fim, reutili-
zamos o resultado da linha anterior, com k = 3.

Item (c):
√ √
. Com efeito, x  4- signi-
fica x < 4, por conseguinte, x – 4 < 0.

Item (d):
. Fornecer um número próxi-
mo (ideia de limite) de “+1”, por sua vez, que seja maior que
“+1” (limite pela direita). Por exemplo: “2”. Substituir no denomi-

70
~  70  ~
nar e analisar o sinal (se é + ou –).E, x²  1, com x = 2, fica (2)²
1= 3>0

(...)
Já que estamos trabalhando com valores muito grandes
para a variável independente (x), convém estabelecer alguns re-
sultados, no caso de quociente de funções polinomiais.
  , n  m
p( x)  an
lim  ,n  m
x q ( x )
 bm
 0 , n  m
com p(x) = anxn + ... + a0 e q(x) = bmxm + ... + b0.
Observação: não é ao mesmo tempo que x   ou x 
+ . A escrita indica que tanto faz um ou outro limite.
Com efeito,

. /

( *

k
Usando lim x  0 , segue-se que “sobra” .
xn

Analisando caso a caso:


 Se n > m 
, depende do “sinal” do quociente entre os
coeficientes.
 Se n = m 

71
~  71  ~
 Se n < m 

Exemplos:
 ( )

Desafio: Para que valores de a e b tem-se:


2x  1
limx  2 1?
ax  bx  3

Solução:
Primeiramente, vamos supor a  0. Por quê? Para garantir que o
grau do denominador seja „2‟.
Assim sendo, vamos dividir numerador e denominador por x².

2x 1 2 1
 2
2x  1 2 0
limx 2  limx 2 x  limx x x  0
ax  bx  3 ax  bx  3 b 3
a  2 a
x2 x x
Como é dito no enunciado que o limite é igual a „1‟, segue-se que su-
por a  0 não é verdadeiro. Logo, a = 0.
Mesmo raciocínio... supor b  0.
2x  1 1
2
2x  1 x  2  2 1 b  2
lim x  lim x x  lim x
bx  3 bx  3 3 b b
b
x x
Resp.: a = 0 e b = 2.
72
~  72  ~
ERRO4: Não considerar a hipótese. Ou seja: (1) a variável
tende para “infinito” e a função é um quociente de polinômios.
Logo, resposta é (2) zero se grau do denominador for maior que
grau do numerador, (3) ± infinito se grau do denominador for
menor que grau do numerador e (4) será uma constante não nula
se forem iguais. (5) “1” é constante não nula, logo graus iguais...

Desafio 2: .

Cuidado! Não é quociente de polinômios! Primeiro, preci-
samos analisar “trabalhar” com a raiz quadrada. Assim,

√ √ ( √ √ √
)

Usamos, após colocar o x² em evidência, o fato de que a


raiz do produto (de „coisas‟ positivas) ser o produto das raízes.
Em seguida, como x  , segue-se que √ = x. O “x” do
numerador foi simplificado com o “x” do denominador e, por
fim, usamos 1/x²  0 (pois x  ).

Agora é sua vez...

Calcule os limites:
( ) ( )

( ) ( )

4 Aos poucos estaremos apresentando os principais erros realizados por


discentes de diversas áreas (como engenharias e economia) que foram obser-
vados durante 20 anos de magistério.

73
~  73  ~
5º. Passo: Limites de funções trigonométricas

Iniciando pelo “agora é sua vez”...


Itens (1) e (3) valem, respectivamente, 0 e 6/11, com base
no grau...

Item (2): Siga mesmas argumentações na solução do


exemplo.

√ √ ( √ √
)

Item (4): Cuidado! Definição de módulo...


Vamos recordar a função módulo. A interpretação geomé-
trica dela é a distância da origem até x. Assim sendo, é conveni-
 x, x  0
ente reescrever: f ( x) | x |  e, √ | |. Ou
 x , x  0
seja, x   significa que x < 0.

√ √ ( √ √
)

Ou seja, neste caso, √ | | ...

(...)

74
~  74  ~
Observou-se que os limites que envolvem funções trigo-
nométricas passam, direta ou indiretamente, pelo:
senx
limx 0 1
x
Tal limite é considerado o limite fundamental da trigono-
metria. Pesquise o motivo deste resultado.
Exemplos:
senx
tgx (1) ( 2)
cos x  lim senx 1
a ) lim x0  lim x0 x0

x x cos x x
( 3)
senx 1 ( 4 ) 1
 lim x0   1  1
x cos x 1
1  cos x (5) 1  cos x 1  cos x ( 6 ) 1  cos2 x
b) lim x0  lim x 0   lim x 0
x2 x2 1  cos x x 2 (1  cos x)
(7)
sen2 x (8)
senx 2 1 (9)
1 1
 lim x0  lim x0 ( )   12  
x (1  cos x)
2
x 1  cos x 2 2

Entendendo as “passagens”:
(1) Já que dá 0/0, escrever a tg(x) como a razão entre
sen(x) e cos(x).
(2) Foi utilizada a divisão de frações.
(3) Organizamos expressão para aparecer sen(x)/x.
(4) Quando x  0 temos que cos(x)  1.
(5) De sen²x + cos²x = 1, temos que sen²x = 1 – cos²x =
(6) (1 – cosx)(1 + cosx), pois a² - b² = (a – b)(a + b).
(7) Ideia anterior.
(8) Substituição prevista em (5).
(9) Fizemos aparecer sen(x)/x
(10) Idem (4).

Exercícios:

75
~  75  ~
1). Usando as ideias dos exemplos, calcule:
x
a) limx0
tg ( x)
1  cos x
b) lim x0
x
Resp.:
(a) “1”. Com efeito, tg(x) = sen(x)/cos(x)
Daí, x/tg(x) = x/[sen(x)/cos(x)]
Organizando pela divisão de frações…

ERRO: limite é válido para x/sen(x). Infelizmente, há


discentes que só seguem uma linha de raciocínio.

(b) Já que temos um limite o qual dá 0/0 e envolve função trigo-


nométrica, segue-se que devemos fazer aparecer sen(x)/x – eis a principal
causa de ERRO. Operar limite trigonométrico sem uso do limite funda-
mental...
Da relação fundamental da trigonometria, sen²x + cos²x = 1, se-
gue-se que sen²x = 1 – cos²x. Pelos produtos notáveis, já que 1 = 1²,
temos:
sen²x = (1 – cosx)(1 + cosx)

( )

2). Calcule:
a) limx  (1  senx)
b) limv 0 (1  senv)

Solução:
Basta trocar a variável pelo valor a qual tende. Logo, (a) 1 + sen 
= 1 + 0 = 1 e (b) 1, pois sen(0) = 0..
76
~  76  ~
Interessante...
Assim como podemos ter pessoas com mesmo peso e alturas distintas,
segue-se que podemos ter funções distintas com mesmo valor no cálculo de um
limite.
Foi o que ocorreu com as funções da questão anterior. Considere, da-
da a expressão do item (a), u = x – , a diferença entre a variável e o
valor a qual ela tende.
Por conseguinte, 1 + senx = 1 + sen(u + ) = 1 + (sen(u)cos()
+ sen()cos(u)) = 1 – sen(u), que é a expressão do item (b), se trocarmos u
por v.
Isto ocorre com outras funções. Seja f(x) = 2x + 3. Se x  4, en-
tão f(x)  11. g(u) = 2u + 11 tende para 11 quando u  0. Com
efeito, a função g(u) é obtida por meio da relação u = x – 4. Mais adiante
faremos uso desta ideia.

3). Fazendo a mudança u = x – a, onde „a‟ é o valor a qual


tende o limite, resolva os itens (b) e (c) conforme o exemplo (a).
Repare que em cada caso temos 0/0:
1  senx   
a) lim   u  x   x  u   sen( x)  sen(u  )
x
2
x 2 2 2
sen(a  b)  sen(a) cos(b)  sen(b) cos(a)

Usando a fórmula do seno da soma:


  
sen(u  )  sen(u ) cos( )  sen( ) cos(u )  cos(u )
2 2 2
1  senx 1  cos(u ) 1  1
lim   limu 0  0
x x  
2 u 0
2 2
Agora é sua vez...

77
~  77  ~
tgx
b) lim x
 x
cos x  1
c ) lim x
( x   )2
tg (a)  tg (b)
tg (a  b) 
Apoio: 1  tg (a)tg (b)
cos(a  b)  cos(a) cos(b)  sen(a) sen(b)
Resp.:(b) “1” e (c) “½”.

0
Observação: é forma indeterminada. Assim sendo, se
0
no cálculo de limites obter tal expressão, você deve retirar um
ou ambos os zeros. Como? Bem...
 Se função do tipo p(x)/q(x), SEM envolver trigonomé-
tricas, dividir numerador e denominador por x – a, onde “a” é o
valor o qual a variável x está tendendo.
 Se função do tipo p(x)/q(x), COM funções trigonomé-
tricas, usar o limite fundamental da trigonometria:
senu
limu  0  1.
u

Alguns resultados úteis:


 m² – n² = (m – n)(m + n) E m³ – n³ = (m – n)(m² + mn
+ n²)
cosu  1 1  cosu 1
 limu 0  0 E limu 0  . Obs.: Se a
u u2 2
variável não tender para zero mude de variável... em vez de “x
 a” faça “u  0” considerando “u = x – a”, que equivale a “x
= u + a”

78
~  78  ~
6º. Passo: Continuidade e exercícios

cos x  1
Fixando conteúdos anteriores... limx
( x   )2
Seja u = x – π. Assim cos(x) = cos(u + π) = cos(u)cos(π) –
sen(u)sen(π). Como cos(π) = 1 e sen(π) = 0, segue-se que
cos(x) = cosu.
Assim, o limite fica:

( )

( )
Da relação fundamental da trigonometria e organizando,

( ) ( )
. /
(...)

Definição de continuidade (em um ponto)5:


Uma função f(x) é contínua em um número c se satisfaz
as seguintes condições:
i. É definida f(c)
ii. Existe ( )
iii. ( ) ( )

São contínuas todas as funções polinomiais.


Exemplos:
1). Encontre os valores das constantes a e/ou b, para que a função
dada seja contínua em ( ,):

5 Será contínua em um intervalo se for contínua em todos os pontos deste.

79
~  79  ~
 2
a). f (x)  a 2  x se x  1;
x  2 se x  1
 x  a se x  2

b). h(x)  ax 2  b se  2  x  2;
 b  x se x  2
Resposta:
Façamos o item (b).
Se x  2-, então o limite pela esquerda fica – 2 – a. Se x
 2+, então o limite pela direita fica 4a + b. Assim, 4a + b =
– a – 2. 5a + b = -2 (*)
Se x  2-, então o limite pela esquerda fica 4a + b. Se x
 2+, então o limite pela direita fica b  2. Assim, 4a + b = b –
2. Ou seja, a = 1/2.
Daí, em (*) b = 2 – 5a = 2 – 5(1/2) =  2 + 5/2 =
1/2.

2). A população (em milhares) de uma colônia de bactérias, t minu-


tos após a introdução de uma toxina é dada pela função:
 t 2  7, t 5
f (t )  
 8t  72, t  5
Explique por que a população deve ser de 10000 bactérias em al-
gum momento entre t = 1 e t = 7.
Resposta:
Porque é contínua a função, basta fazer t  5- e depois t
 5+
ERRO: Um dos principais erros observados nesta aplica-
ção é o fato de não considerar f(t) = 10. Com efeito, unidades
de milhares.

Nos exercícios abaixo, verifique se a função dada é contí-


nua no valor indicado:

80
~  80  ~
3). h(x)   1 se x  0, c  0;
 1 se x  0
 x 2  4
4). m(x)   x  2 se x  2 , c  2;
 3 se x  2
Respostas:
Devemos verificar se limx a f ( x)  f (a) .
Na questão 3)
Quando x  0- temos que f(x)  -1, pois é constante a função.
Quando x  0+ temos que f(x)  1, pois é constante a função.
Sendo diferentes os limites laterais, não existe o limite no ponto. Por
conseguinte, a função não é contínua em x = 0.
ERRO: Discentes confundem o “se” com o “que”. Isto
é, tentam verificar o que não está coerente.

Na questão 4)
x2  4 ( x  2)( x  2)
limx  2  limx  2 
x2 x2 .
limx  2 ( x  2)  4  f (2)  3
Logo, não é contínua em x = 2. Caso fosse redefinida em x = 2,
para f(x) = 4, então seria contínua neste valor.
ERRO: Não lembrar dos produtos notáveis: a²  b² = (a
– b)(a + b)

Agora é sua vez...


Um pouco diferente do habitual, pois apresentamos já
os procedimentos...
Nos exercícios a seguir, verifique se a função dada é con-
tínua no valor indicado:
Lembre-se, verificar se limx a f ( x)  f (a) , quando x  a.
Para x < a ou x > a, limites laterais.
01. j(x)  x se x  1, c  1;
 1 se x  1
81
~  81  ~
Resp.: Sim
 x 2  4
02. m(x)   x  2 se x  2 , c  2;
 3 se x  2
Resp.: Não
x 2  1 se x  2
03. F(x)   3x , c  2;
  2 se x  2
Resp.: Sim
04. G(x)  | x  1 | se x  1, c  1;
 1 se x  1
Resp.: Sim
 x  1 se x  0

05. N(x)   1  x se 0  x  1, c  0 e c  1;
x 2  1 se x  1
Resp.: Não, em c = 0 e sim em c = 1.
3x  1 se x  0

06. p(x)  1  x 2 se 0  x  2 c  0 e c  2
 x  2 se x  2
Resp.: Sim em c = 0 e não em c = 2
 ( x   )2
 , x 
07. P( x)  1  cos x ,c   ;
 1, x  

Resp.: Não.

Desafio: A força gravitacional exercida pela Terra so-


bre uma unidade de massa a uma distância r do centro do

planeta é: F(r) = { onde M é a massa da

Terra, R é seu raio e G é a constante gravitacional. F é uma


função contínua de r?

82
~  82  ~
7º. Passo: Exercícios gerais de revisão das duas primeiras lições

1ª. Questão: A conta de água de uma determinada região


é assim composta:
 Para consumos até 10 m³, paga-se uma taxa de R$
15,00.
 Para consumos que excedam os 10 m³ e não sejam
superiores a 20m³, paga-se R$ 5,00 por cada m³ que exce-
de os 10 m³ iniciais.
 Para consumos superiores a 20 m³, paga-se R$ 10,00
por cada m³ que excede os 20 m³.
Seja x o consumo em m³ e y o valor a ser pago em reais.
a) Expresse y em termos de x.
b) Verifique se a função é contínua em seu domínio

| |
2ª. Questão: As curvas com equações y = são

chamadas, com c > 0, curvas ponta de bala. (a) Encontre o domí-
nio. (b) O que ocorre quando x se aproxima dos extremos do
domínio?

3ª. Questão: Após acionado o flash de uma câmera, a ba-


teria imediatamente começa a recarregar o capacitor do flash,
que armazena uma carga elétrica dada por Q(t) = Q0(1 – e-t/a).
(a) Quanto tempo leva para a carga chegar à metade (isto é,
quem é t para Q(t) = Qo/2?). (b) O que acontece quando t for
muito grande?

4ª. Questão: Na teoria da relatividade, a massa de uma


partícula com velocidade v é m = onde mo é a massa da

partícula no repouso e c é a velocidade da luz no vácuo. (a) En-


contre o domínio. (b) O que ocorre quando v se aproxima dos
extremos do domínio?

83
~  83  ~
5ª. Questão: Um importante resultado sobre limites é o
teorema do confronto, ou do sanduíche. A ideia básica é que,
em um intervalo,
Se f(x) < g(x) < h(x) e limx a f ( x)  L  limx a h( x)
Então limx a g ( x)  L
Mesmo que esta função g(x) não seja uma função usual ou
conhecida.
Use este resultado para calcular limx  g ( x) sabendo que
para todo x > 1,
(x – 1)² < (x² – 1)g(x) < (x + 1)².

1  n  n2
6ª Questão: Calcule lim n
1  2  3  ...  n

7ª Questão: A força gravitacional exercida pela Terra so-


bre uma unidade de massa a uma distância r do centro do plane-

ta é: F(r) = { onde M é a massa da Terra, R é

seu raio e G é a constante gravitacional. F é uma função contí-


nua de r?

SOLUÇÃO… primeiro vamos tentar resolver! Lem-


brar de rever passo a passo caso haja alguma dúvida.

1ª Questão: Item (a):


Y = 15 se 0  x  10
Y = 15 + 5(x – 10) = 5x – 35 se 10 < x  20
Y = 5x – 35 + 10(x – 20) = 15x – 235 se 20 < x
Item (b): Sim.

84
~  84  ~
2ª Questão: Domínio: c² – x² > 0. Por conseguinte – c <
x < c. Todavia, c > 0 por hipótese. Logo, 0 < x < c. Assim,
| | | |
. E,
√ √

3ª Questão: Q(t) = Q0(1 – e-t/a) = Qo/2  1 – e-t/a = 1/2


 e-t/a = ½.  -t/a = ln(1/2). Ou seja, t = (-a)ln(1/2) =
(ln2)a. Usando ln1/2 = ln1 – ln2 = – ln2. Lembrando que ln1 = 0.
Para t muito grande...
( *
t/a
Com efeito, e > 1. Logo, e > 1. Assim, o inverso de algo
muito grande é muito pequeno, ou seja, zero.

4ª. Questão: Podemos perceber que é idêntica à 2ª Ques-


tão...

5ª Questão: Como x > 1  x² > 1  x² – 1 > 0. Assim,


vamos dividir ambos os membros da desigualdade por x² – 1.
Assim,
( x  1) 2 ( x  1) 2 ( x  1)( x  1) ( x  1)( x  1)
 g ( x)  2   g ( x) 
x 1
2
x 1 ( x  1)( x  1) ( x  1)( x  1)
x 1 x 1
 g ( x) 
x 1 x 1

Seja f(x) a função à esquerda e h(x) a função à direita de g(x).


Note que limx  f ( x)  limx  h( x)  1 . Chegamos neste re-
sultado dividindo tanto o numerador quanto o denominador de cada uma
das funções por x e utilizando o resultado (*). Logo, o limite procurado é 1.
ERRO: Má compreensão do enunciado!

6ª Questão: Notemos que o denominador é a soma dos n


primeiros termos de uma Progressão Aritmética de primeiro

85
~  85  ~
termo “1” e razão “1”. Assim, dado que a referida soma é
( )

( ) ⁄

7ª Questão: Basta verificar se os limites laterais são iguais


quando r  R- (a variável r se aproxima de R por valores meno-
res que ele) e r  R+ (a variável r se aproxima de R por valores
maiores que ele).

86
~  86  ~
1º. Passo: Conceituando “e”.

O número de EULER: é definido como e =


1
limn   (1  ) n ≈ 2,7 sendo n um número natural. Este resul-
n
tado pode ser estendido para qualquer número real x (indo para
1
“∞” ou “+ ∞”). Isto é, e = lim x (1  ) x
x
Há forte relação com a Matemática Financeira.
Isto é, M = C(1 + i)n representa o montante M após n pe-
ríodos que um capital C, investido a uma taxa i, relativa a este
período n (se o período é mensal, a taxa é mensal, se o período é
diário, a taxa é diária, etc.).
Quando a capitalização é contínua, temos M = C.ein. Para
chegar neste valor, procede-se da seguinte maneira, sendo n
anual e i taxa anual.
 Se n for mensal, o novo período é multiplicado por
12 e a taxa correspondente é dividida por 12.
 Passando a considerar n diário, o novo n será n x 12
x 30, e a taxa, que está dividida por 12, i/12, fica dividida por 30,
ou seja, i/(12 x 30).

87
~  87  ~
 Passando a considerar valores a cada minuto, a cada
i
segundo, etc. temos M = C (1  ) nk .
k
Calcule o limite quando k tende para o infinito da função
M e verifique que M = C.ein
Sugestão:
Uma forma “genérica” do número „e‟ é obtida mudando de variável.
Seja y = 1/x. Assim, x  implica que y  0. Por conseguinte,
1
1
limx  (1  ) x  lim y 0 (1  y) y .
x
i
Logo, em C (1  ) nk sendo que k , seja y = i/k.
k
Daí,
i
i i n
limk  C (1  ) nk  C. limk  (1  ) nk  C. lim y0 (1  y ) y
k k
in
 1

 C.lim y0 (1  y ) y   C.ein
 

k
Para fixar... limx   (1  ) x  ek .
x
Com efeito, sendo u = k/x, temos x = k/u e x  impli-
ca em u  0.
k 1
k
lim x (1  ) x  limu0 (1  u ) u  limu0 [(1  u ) u ]k  e k
x
Fixando:
1
a) limu 0 (1  u) u resp.: e
3
b) lim x (1  ) x resp.: e3
x

88
~  88  ~
x 1 x
c) lim x ( ) resp.: e2
x 1
Sugestão: em (x + 1)/(x – 1), divida numerador e denominador
por x...

Lembrar, que 1 – 3/x, por exemplo, pode ser reescrito


como 1 + (3)/x – que é ERRO frequente!
. /
Item (c): 4 5 4 5
. /

Aplicação: Durante uma epidemia de dengue, o número


de pessoas que adoeceram, num certo bairro, após t dias é dado
por L(t) = 100.000
1  19.900e  0,8t

Determine a quantidade máxima de indivíduos atingidos


pela doença ao longo do tempo.
Resp.: 100.000
Com efeito, “ao longo do tempo” pode ser interpretado como t  ∞.
Por conseguinte, e-0,8t = 1/e0,8t pode ser entendida como o inverso de
algo muito grande...
lim  ln( x)  
Limites importantes:  x  0
 lim x   ln( x)  
Para percebê-los, complete as tabelas, lembrando que ln(x)
= log e (logaritmo de x na base e), bem como ln(ek) = k
x

Primeiro para x  
1 25 2.500 25.000.000
X e e e e
1
Ln(x) Ln(e ) = 1

Agora, faça para x  0+


-1 -50 -5.000 -5.000.000
X e e e e
Ln(x)

89
~  89  ~
eh  1
Um resultado importante: limh 0  1 , com efeito,
h
se u = eh – 1, temos eh = u + 1, de onde h = ln(u + 1). Note
que h  0 implica u  0 também (por quê?). Daí,

e h  1 (i ) u ( ii )
1 ( iii )
1
limh0  limu0  limu0  limu0
h ln(u  1) ln(u  1) 1
 ln(u  1)
u u
( iv )
1 (v)
1 1
 limu0 1
 1
 1
ln(1  u ) u ln lim (1  u ) u ln e
u 0

Agora é sua vez...


1. Explique as etapas do cálculo do limite anterior.
2. Encontre sendo a > 0.

2º. Passo: Aplicações diversas envolvendo limites

Iniciamos resolvendo o “agora é sua vez” do tópico ante-


rior. A importância do limite apresentado está em aplicações que
envolvem derivadas (próxima lição). As argumentações das eta-
pas serão indicadas na resolução do limite.
Repare que sendo a > 0, em particular e (número de
Euler) > 0. Replicar a ideia. Ou seja, considere y = ax – 1. Por
quê? Porque continuamos com variável tendendo para 0. Isto é,
x  0 implica y  0 (verificar!).
Pela definição de logaritmo, ou seja, ax = 1 + y 
( )
Todavia, nosso modus operandi é usar o “ln”. Assim, traba-
lharemos com a seguinte propriedade dos logaritmos:
– propriedade da mudança de base.

( )
Desta feita, ( ) ( ).

90
~  90  ~
Manter o foco... gerar “e”...
1
1
limx  (1  ) x  lim y 0 (1  y) y . Assim sendo,
x
. Usaremos b.lnc = lncb,
( )
motivada pelo expoente “1/y” da forma genérica do “e”. Como
k = 1/(1/k), é claro, se k não nulo, podemos dividir numerador
e denominador da expressão por y... que é equivalente a indicar
y = 1/(1/y). Assim, fica:
( )

( ) ( ) ( ) ⁄

Lembrando de quem é “e”:


( ) ⁄

(...)
APLICAÇÕES (MAIS USUAIS)

1). A equação de uma reta que passa pelos pontos A(xa, ya)
e B(xb, yb) é dada por y – ya = m(x – xa), onde m é a declividade
(ou inclinação da reta ou coeficiente angular) e é dada por
. Quando deixamos A fixo e fazemos B se aproximar de
A, a reta passa a ser tangente. Isto é, m = . En-
contre a equação da reta tangente à curva (a) y = x² + x, no pon-
to em que x = 1. (b) y = sen(2x), no ponto em que x = 0.

2). Definimos a velocidade instantânea em t = a da equa-


( ) ( )
ção de espaço x(t) como: vinst. = . Encontre a
velocidade de uma partícula que se move de acordo com x(t) =
3cos(2t).

91
~  91  ~
3). Definimos a aceleração instantânea em t = a da equa-
ção de velocidade instantânea v(t) como: ainst. =
( ) ( )
. Encontre-a se v(t) =

Na próxima lição apresentaremos um procedimento mais rápido, por


hora...
Tentem resolver com base no que já foi “saboreado”, apreendido.

Soluções:
(1). Repare que é dado xa. Para encontrar ya basta calcular f(xa).
Item (a):
Como xa = 1, segue-que ya = f(xa) = f(1) = 1² + 1 = 2.

( )( )

( )

Obs.: ou dividir polinômios ou, no caso, escrever em função das raízes.


Assim, equação da reta é y – 2 = 3(x – 1)...

Item (b):
Como xa = 0, segue-que ya = f(xa) = f(0) = sen(2.0) = 0.
( )

( )
(*) Usamos o seguinte resultado: .
Com efeito, basta fazer t = kx e observar que x  0 implica t  0.

92
~  92  ~
( ) ( )
Ou seja,
( )

(2). Aplicação direta da fórmula:


( ) ( ) ( ) ( )

Simplificar a escrita. Inicialmente colocar o “3” em evi-


dência, em seguida, fazer a mudança de variável u = t – a. Por
quê? Porque há limite trigonométrico e precisamos usar resulta-
dos, a saber:
 1 e limu 0
senu cosu  1
limu  0 0
u u
( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Reorganizando,
( ) ( ) ( ) ( ) ( )
6 7

Que equivale a
( ) ( )
6 ( ) ( )7
, ( ) ( )-

Usamos resultados... Logo: -6cos(2a)

( ) ( )
3). Substituindo:

93
~  93  ~
Desenvolvendo a diferença de frações no numerador:
( ) ( )
( )( )

Pela divisão de frações: ( )( )( )

( ) ( )
Reorganizando numerador: ( )( )( )

Usando soma de frações, evidenciando “t – a” no nume-


rador de cada uma:
( ) ( )
[ ]
( )( )( ) ( )( )( )
Simplificando:
[ ]
( )( ) ( )( ) ( )

94
~  94  ~
1º. Passo: Conceituação e regras

Definição:
( ) ( ) ( ) ( )
( )
Deste modo, a inclinação de uma reta tangente a uma cur-
va dada, a velocidade instantânea, a aceleração instantânea são
exemplos de derivadas. Mais adiante outras aplicações serão
apresentadas.

Regras de derivação:
1). Se f(x) = cxn, então f ‟(x) = cnxn – 1
, sendo c uma
constante.
Ex.: f(x) = 2x³  f „(x) = 23x 3 – 1 = 6x²

2). Se f(x) = g(h(x)), então f‟(x) = g‟(h(x))h(x).


Ex.: f(x) = (ax + b)n, neste caso, a função de “dentro” ou
h(x) é ax + b e a de “fora” ou g(x) é un (a de fora é obtida „pon-
do a mão‟ sobre o que está dentro dos parênteses).
Assim, g(u) = un  g‟(u) = nun – 1 e g‟(h(x)) = n[h(x)]n – 1 =
n(ax + b)n – 1. E quem é h‟(x)? Bem, vamos lembrar a definição
de derivada...

95
~  95  ~
h( x  t )  h( x ) [a( x  t )  b]  [ax  b]
h' ( x)  limt 0  limt 0
t t
ax  at  b  ax  b at
 limt 0  limt 0  limt 0 a  a
t t
Por fim, g‟(h(x)) = an(ax + b)n - 1
Ex. numérico: [(8x + 11)9]‟ = 8.9.( 8x + 11)9 – 1 = 72(8x + 9)8

3). Se f(x) = senx, então f ‟(x) = cosx


4). Se f(x) = cosx, então f ‟(x) = senx
5). Se f(x) = tgx, então f ‟(x) = sec²x
6). Se f(x) = cotgx, então f ‟(x) = cosec²x
7). Se f(x) = secx, então f ‟(x) = secxtgx
8). Se f(x) = cosecx, então f ‟(x) = cosecxcotgx
9). Se f(x) = lnx, então f ‟(x) =1/x
10). Se f(x) = g(x)  h(x), então f ‟(x) = g‟(x)  h‟(x)
11). Se f(x) = g(x)h(x), então f ‟(x) = g‟(x)h(x) +
g(x)h‟(x)
12). Se f(x) = g(x)/h(x), então f ‟(x) = [g‟(x)h(x) -
g(x)h‟(x)]/[h(x)]²

Deduzindo algumas das regras de derivação6:

***Derivada do produto: f(x) = g(x).h(x)

6 Direta ou indiretamente já foram deduzidas a partir das atividades feitas em


lições passadas. Para melhor fixação, justificar cada passagem.

96
~  96  ~
f ( x  u )  f ( x) (1)
limu 0 
u
g ( x  u ) h( x  u )  g ( x ) h( x ) ( 2 )
limu 0 
u
g ( x  u )h( x  u )  [ g ( x)h( x  u )  g ( x)h( x  u )]  g ( x)h( x) ( 3)
limu 0 
u
g ( x  u ) h( x  u )  g ( x ) h ( x  u ) g ( x ) h( x  u )  g ( x ) h( x ) ( 4 )
limu 0 [  ]
u u
g ( x  u )  g ( x) h( x  u )  g ( x ) (5)
limu 0 [ h( x  u )  g ( x)] 
u u
g ' ( x).h( x)  g ( x).h' ( x)

***Derivada de f(x) = sen(x)

f ( x  h)  f ( x ) sen( x  h)  sen( x) (1)


limh  0  limh  0 
h h
sen( x) cos(h)  sen(h) cos(x)  sen( x)
limh  0
h
( 2)
cos(h)  1 sen(h) (3)
 limh  0 [ sen( x)  cos(x) ]
h h
sen( x).0  cos(x).1  cos(x)

***Derivada de f(x) = ex

f ( x  h)  f ( x) (1) e xh  e x ( 2 ) x e 1
h
limh0  limh0  limh0 e  ex
h h h

***Derivada de f(x) = ln(x)

97
~  97  ~
f ( x  h)  f ( x ) ln( x  h)  ln( x) (1)
limh  0  limh  0 
h h
1 x  h ( 2)
limh  0 ln( )
h x
1 ( 4) 1
1 1 ( 3) 1
limh  0 ln(1  h)  limh  0 ln(1  h) h  ln e x  1
h x x x

Agora é sua vez...


Deduzir as derivadas da tgx; secx e regra do quociente.

2º. Passo: Exercitando...

EXERCÍCIOS (com respostas mais adiante...)

01). Derive, após obter as funções:


A) Considere um círculo de raio igual a x cm, se um qua-
drado está inscrito neste círculo, determine a área A do quadra-
do em função de x.
B) Dado um pedaço de papelão quadrado com 12 cm de
lado, tira-se de cada canto do papelão, quadrados com x cm de
lados e os bordos são dobrados de modo que forme uma caixa
sem tampa. Determine o volume V da caixa em função de x,
indicando o domínio.

02). A temperatura T, em graus centígrados, do forno de


uma padaria varia, a partir do momento em que é ligado, de
180m  26
acordo com a equação: T  .
m 1
a) A que temperatura está o forno quando é ligado?
b) Como evolui a temperatura com o tempo?
c) Para que valor vai tender a estabilizar a temperatura?
d) Qual é a taxa de aquecimento do forno no momento
em que é ligado? E aos 10 minutos? E ao fim de uma hora?
98
~  98  ~
Nos exercícios a seguir, calcule as derivadas primeira e se-
gunda da função dada, usando fórmulas de derivação:
03). a ( x)   x3;
04). c( x)  x5  2 x3  1;
05). e(x)  13  1  x;
x x

 
5
06). f ( x)  x 2  1 ;

07). s(x)  x ;
x2
08). w(x) = sen²(x)
09). R(x) = tg(x) – cotg(x)
10). H(t)  sen 2 t ;
2
11). U(x) = ln(x² + 1)

Respostas:
(entender e refazer organizando ideias formalmente)

1ª. Questão
A). Ao inscrever um quadrado em uma circunferência, a
diagonal do quadrado será o diâmetro da circunferência. Assim,
se k indicar o lado do quadrado, sua diagonal será k2. E o diâ-
metro é 2x. Como queremos a área, A = k². Ora, k2 = 2x 
2k² = 4x²  k² = 2x²  A = 2x²  A‟ = 4x.
ERRO: Confundir “inscrição” com “circunscrição” de fi-
guras.

B). Em relação ao volume, 0 < x < 6, pois não faz sentido


medida negativa (para esta aplicação!). Daí, como o volume de
uma caixa é o produto das medidas (largura x altura x compri-
mento), temos V = x.(12 – 2x).(12 – 2x) = 144x – 48x² + 4x³.
Portanto, V‟ será igual a 144 – 96x + 12x².

99
~  99  ~
ERRO: Não determinar o domínio de maneira satisfatória.

2ª. Questão
(a). Qual a sua idade no ano que você nasceu? Seguindo
esta ideia, quando é ligado, o tempo é zero. ERRO consiste em
não fazer tal consideração.
Logo T(0) = 26oC.
(b). Perceba que T(m) é do tipo quociente de funções po-
linomiais. Não perceber isto é caracterizar é ERRO.
(c). Estabiliza-se com m muito grande, isto é, m  .
ERRO consiste em não associar “muito grande” ou “extrema-
mente grande” com infinito. Logo, lembrando que o grau do
numerador é igual ao grau do denominador, o resultado do limi-
te é 180/1 = 180.
(d). É só calcular a derivada em cada um dos valores.
ERRO é não associar a derivação.

ERRO frequente nas questões a seguir foi a não obser-


vância das regras de derivação. Por exemplo, 1/x derivar como
1/(x)‟...

3ª. Questão  A‟(x) = 3x² e A‟‟(x) = 6x

4ª. Questão  C‟(x) = 5x4 – 6x² e C”(x) = 20x³  12x.

5ª. Questão  e(x) = x – 3 – x – 1 + x  e‟(x) = 3x – 4 + x-


2
+1e
e”(x) = 12x-5 – 2x-3

6ª. Questão: Perceba que f(x) = g(h(x)), onde g(u) = u5 e


h(x) = x²  1.
Sendo f ‟(x) = g‟(h(x)).h‟(x), então f ‟(x) = 5(x²  1)4.2x =
10x.(x²  1)4.

100
~  100  ~
Já para o cálculo da derivada segunda, usaremos regra do
produto e regra da cadeia. f”(x) = [10x]‟.(x²  1)4 + 10x.[(x² 
1)4]‟.
Daí, f”(x) = 10.(x²  1)4 + 10x.4.(x²  1)3.2x
Por conseguinte, temos: 10(x²  1)4 + 80x².(x²  1)³
(pode desenvolver, se quiser!)

7ª. Questão:
( x)'.( x  2)  x.( x  2)' 1.( x  2)  x.1 2
s ' ( x)   
( x  2) 2
( x  2) 2
( x  2) 2
s' ( x)  2.( x  2)  2  s" ( x)  (2).(2).( x  2)  3  4( x  2) 3

8ª. Questão: W(x) = (senx)²  w‟(x) = 2.(senx).cosx (re-


gra da cadeia).
Pode ser visto como sen(2x). Daí, w”(x) = cos(2x).2 (no-
vamente regra da cadeia)

9ª. Questão: R‟(x) = sec²x – (csc²x) = sec²x + csc²x


Regra da cadeia será usada para o cálculo da derivada se-
gunda.
R”(x) = 2.secx.(secx.tgx) + 2cscx.( cscx.ctgx) =
2sec²x.tgx – 2csc²x.ctgx

10ª. Questão: Atenção: sen²(t/2) = [sen(t/2)]².


Assim, H‟(t) = 2.sen(t/2).cos(t/2).1/2.
De sen(2u) = 2sen(u)cos(u), podemos perceber que H‟(t)
= sen(t)/2.
Logo, H”(t) = cos(t)/2.

11ª. Questão: U‟(x) = 2x/(x² + 1).


Não esquecer que (lnu)‟ = (1/u).u‟ = u‟/u.
U”(x) = [(2x)‟.(x² + 1) – 2x.(x² + 1)‟]/(x² + 1)²
U‟‟(x) = [2.(x² + 1) – 2x.(2x)]/(x² + 1)²
Por conseguinte, u” = (1  2x²)/(x² + 1)²
101
~  101  ~
Agora é sua vez...

12). Uma das aplicações das derivadas é a obtenção


da equação de retas tangentes a determinadas curvas em
um ponto. Obter a equação da reta tangente a cada uma
das curvas abaixo no ponto P indicado:
a) y = x² + 2x + 1, P(1, 4)
b) y = x/(x² + 1), P(0, 0)
c) y² + x² = 1, P(1, 0)
d) x² - y² = 1, P(-1, 0)
e) y = tg(1 – x²), em x = 1
f) y = ln(x² + 1), em x = 1
obs.: y – yp = g‟(xp).(x – xp) é a equação da reta tangente à
curva y = g(x) no ponto (xp, yp)

3º. Passo: Mais Exercícios...

Se f(x) = [g(x)]n  f’(x) = n[g(x)]n – 1.g’(x)


Assim, se y = f(x), então (y³)’ = 3y².y’.
Traduzindo... Derivar normalmente cada expressão e
usar x’ se for função de x, z’ se for função de z, etc...
Você usará esta ideia nos itens (c) e (d). Do agora é sua vez:

12). Uma das aplicações das derivadas é a obtenção da


equação de retas tangentes a determinadas curvas em um ponto.
Obter a equação da reta tangente a cada uma das curvas abaixo
no ponto P indicado:
a) y = x² + 2x + 1, P(1, 4)
b) y = x/(x² + 1), P(0, 0)
c) y² + x² = 1, P(1, 0)
d) x²  y² = 1, P(1, 0)
102
~  102  ~
e) y = tg(1 – x²), em x = 1
f) y = ln(x² + 1), em x = 1
obs.: y – yp = g‟(xp).(x – xp) é a equação da reta tangente à
curva y = g(x) no ponto (xp, yp)

Solução:
A equação da reta tangente em (xp, yp) é dada por
y – yp = f ’(xp).(x – xp).

(a). y‟ = 2x + 2. Daí, f ‟(1) = 4  y – 4 = 4(x – 1)  y = 4x.

(b). y‟ = [(x)‟.(x² + 1) – x.(x² + 1)‟]/(x² + 1)² = [1.(x² + 1)


– x.(2x)]/(x² + 1)² por conseguinte, y‟ = (1  x²)/(x² + 1)².
Daí, f ‟(0) = 1  y – 0 = 1(x – 0)  y = x.

(c). (x² + y²)‟ = (1)‟  2x + 2y.y‟ = 0  y‟ = x/y. Note


que não existe y‟ quando y for 0.
A interpretação geométrica é uma reta perpendicular ao
eixo x. No caso, x = 1.

(d). (x²  y²)‟ = (1)‟  2x  2y.y‟ = 0  y‟ = x/y. Note


que não existe y‟ quando y for 0.
A interpretação geométrica é uma reta perpendicular ao
eixo x. No caso, x = 1.

(e). y‟ = sec²(1 – x²).(2x), lembrar da regra da cadeia. Em


x = 1, temos que o valor da derivada será f ‟(1) = sec²(1 –
1²).(2.1) = sec²(0).( 2) = 2. Pois, como sec(0) = 1/cos(0),
temos que sec(0) = 1/1 = 1. E quem é o yp?
Ora, sendo x = 1, f(1) = tg(1 – 1²) = tg(0) = 0.
Por conseguinte, y – 0 = 2(x – 1)  y = 2x – 2.

(f). y‟ = 2x/(x² + 1). Não esquecer que (lnu)‟ = (1/u).u‟ =


u‟/u.

103
~  103  ~
f ‟(1) = 1. Para o cálculo do yp, f(1) = ln(1 + 1²) = ln2.
Assim, y – ln2 = 1(x – 1)  y = x – 1 + ln2.

APLICAÇÕES DIVERSAS

13ª Questão
Em Economia, a função custo marginal é a derivada da função custo
total associada à produção de um bem, e na qual x representa a quantidade
produzida. Determinar a função custo marginal em relação às seguintes
funções custo total (CT):
a) CT = 2x + 100
b) CT = (4x + 24)1/2 + 30
Solução
(a). (CT)‟ = 2
(b). (CT)‟ = [(4x + 24)1/2]‟ + (30)‟ = (1/2).(4x + 24)- ½.(4)
= 2.(4x + 24)- ½

14ª Questão
(a). Seja uma função real g derivável e f(x) = g[5 + ln(x² + 1)].
Determine o valor de f ‟(1) sabendo que g‟(5 + ln2) = 2.
(b). Seja f uma função derivável e g(x) = f(e2x).
Calcule g´(0) sendo f ‟(1) = 2
Solução
Item (a):
Objetivo deste tipo de questão é analisar a interpretação
do discente.
F‟(x) = g‟(5 + ln(x² + 1)).[5 + ln(x² + 1)]‟, estamos usando
a regra da cadeia.
F‟(x) = g‟(5 + ln(x² + 1)).[2x/(x² + 1)], lembrando que
(lnu)‟ = u‟/u.
F”(1) = g‟(5 + ln(1² + 1)).[2.1/(1² + 1)] = g‟(5 + ln2).1 = 2.
Item (b):
g‟(x) = f ‟(e2x).(e2x)‟ = f ‟(e2x).(e2x).2  g‟(0) = f ‟(e2.0).(e2.0).2
= f ‟(1).1.2 = 4

104
~  104  ~
15ª Questão
Uma partícula move-se ao longo de uma reta de acordo com a equa-
ção de movimento, s = 5 – 4cos²t, onde s metros é a distância orientada da
partícula desde a origem em t segundos. Se v (m/s) e a (m/s²) são, respecti-
vamente, a velocidade e a aceleração da partícula, encontre v e a. Lembre-se:
v = ds/dt e a = dv/dt.
Solução:
A velocidade é: s‟ = (5 – 4cos²t)‟ = 4.2.(cost).sent =
4sen(2t), sendo usado o fato que sen(2t) = 2.sent.cost.
E a aceleração é v‟ = (4).cos(2t).2 = 8cos(2t).
Atenção:
(cos²x)‟ = (cosx.cosx)‟ = (cosx)‟.(cosx) + (cosx).(cosx)‟
= 2.(cosx)‟.cosx = 2senx.cosx = sen(2x)
Ou, considere f(x) = cos²x = (cosx)²
Perceba que f(x) = g(h(x)),
Onde g( ) = ( )² (ou g(u) = u², sendo “u” variável de
apoio).
E h(x) = cosx.
Como f‟(x) = g‟(h(x)).h‟(x)
Segue-se que g‟(u) = 2u  g‟(h(x)) = 2h(x) = 2cosx.
Sendo h‟(x) = senx, segue-se que (cos²x)‟ = 2cosx.senx

16ª. Questão
Se a função de demanda de um bem é dada por p = (a – bx)1/2,
onde p é o preço, x a quantidade demandada e a e b são constantes positi-
p dx
vas, demonstrar que a elasticidade de demanda, Ex, dada por:   ,
x dp
decresce com o aumento de x e que Ex = 1 quando o valor de x for igual
a 2a/b.
Solução:
Atenção!

105
~  105  ~
dp 1
Não esquecer que  . Assim, p‟ (ou dp/dx) é (1/2).(a
dx dx
dp
– bx)-1/2.( b).
p 1 p 1
Ex      
x dp x (b)(a  bx) 12
dx
Desta feita, 2
2
2p 1 2p
 (a  bx) 2 
bx bx
Por hipótese, Ex = 1. Daí, 2p² = bx  2(a – bx) = bx
 2a = bx  x = 2a/b.
ERRO: Não usar a regra da cadeia de maneira coerente.

17ª. Questão
O processo usado para se aumentar um capital é denominado forma-
ção de capital. Se este processo é considerado como sendo contínuo ao longo
do tempo, o capital pode ser expresso como uma função do tempo k(t), e a
taxa de formação de capital é, então, dada por k‟(t). A taxa de formação
de capital no instante t é igual à taxa de fluxo de investimento líquido no
instante t, denotada por I(t). Determine I(t) se K(t) = 5t² + 7
Solução:
I(t) = K‟(t) = 10t.
ERRO: Muitos não acreditam que a resposta é tão dire-
ta... possivelmente falta de leitura e compreensão do enunciado

106
~  106  ~
1º. Passo: Problemas de Otimização (maximizar ou minimizar)

Quando queremos um valor de máximo estamos interes-


sados no valor x = c tal que f‟(c) = 0 e f‟‟(c) < 0. Será de mínimo
quando f‟(c) = 0 e f‟‟(c) > 0.
Observação: Podemos ter pontos críticos tais que não
exista f‟(x). Tais casos não serão aqui abordados, pois o intuito é
a aplicação.
A função da derivada primeira é estar associada ao cresci-
mento (intervalos onde f‟(x) > 0) ou decrescimento (intervalos
onde f‟(x) < 0) de uma função. A derivada segunda está relacio-
nada com a concavidade: para cima “⋃” (f‟‟(x) > 0) ou para bai-
xo “⋂” (f‟‟(x) < 0).

Atividades7:
1). Com uma folha de papelão quadrada de lado 15 cm, cortando-se
partes quadradas nos cantos e dobrando-as, deseja-se construir uma caixa
aberta, do tipo de uma caixa de sapatos. O volume máximo que pode ter
uma caixa assim construída é um valor...

7O teste para saber se é máximo ou mínimo fica por conta do(a) leitor(a). É
uma forma de fixação do conteúdo.

107
~  107  ~
Solução:
O volume, de domínio 0 < x < 7,5, pois não faz sentido
medida negativa (para esta aplicação!). Daí, como o volume de
uma caixa é o produto das medidas (largura x altura x compri-
mento), temos V = x.(15 – 2x).(15 – 2x) = 225x – 60x² + 4x³.
Portanto, V‟ será igual a 225 – 120x + 12x².
Queremos x tal que v‟ = 0. Daí

 b  b 2  4ac  (120)  (120) 2  4(12)(225)


x  
2a 2(12)
120  60 7,5

24 2,5

Logo, x = 2,5 (pois 7,5 não pertence ao domínio da função)


ERRO: Trabalhar com valor fora do domínio.

2). Um refrigerante é vendido em latas cilíndricas de volume 400ml.


Calcular o raio da base de modo que o material gasto na embalagem seja o
mínimo possível.
Solução:
V = R²H = 400. A área total é 2Abase + Alateral. Daí, A =
2R² + 2RH. Como queremos o raio, isolar H na expressão do
volume. Assim, H = 400/R².
Organizando, a área será 2R² + 2R(400/R²) = 2R² +
800.R-1.
Daí, queremos R tal que A‟ = 0.
200
Assim, A‟ = 4R - 800.R-2 = 0  R = 3 4

ERRO: Fórmulas de área e volume.

3). Seja p = 2 + 100/(x + 5) a curva de demanda de determinado


bem (p = preço, x = quantidade demandada). Verificar se no seu domínio a
curva é estritamente decrescente e tem concavidade voltada para baixo.
108
~  108  ~
Solução:
Será decrescente para valores tais que p‟ < 0. A concavi-
dade será voltada para baixo (CPB) nos valores em que p” < 0.
Perceba que p = 2 + 100(x + 5)-1.
Daí p‟ = 100(x + 5)-2, que é sempre negativa.
Já p” = 200(x + 5)-3 será sempre positiva.
ERRO: Não usar todas as hipóteses.

4). Verificar em quais intervalos do domínio de cada uma das funções


abaixo a função é crescente, e em quais tem concavidade voltada para cima:
a) p = 0,5ln(20/x)
b) p = (a – bx)², com a > 0 e b > 0.
Solução:
 20
(20 / x)' 2  0,5
(a). p‟ = 0,5   0,5  x  .
20 / x 20 x
x
Como x > 0  p‟ < 0.
Para facilitar derivação, perceba que p‟ = -0,5x-1  p” =
-2
0,5x > 0.
(b). p‟ = 2(a – bx)(b)  p‟ > 0 se 2b(a – bx) > 0  a –
bx < 0 (dividindo tudo por 2b) daí, a < bx  x > a/b.
Por analogia, p‟ < 0  x < a/b.
Em relação ao p”, note que p‟ vale 2ab + 2b²x. Logo, p”
= 2b² > 0.

5). Determine a altura do cone de maior volume que pode ser gerado
pela rotação de um triângulo retângulo de hipotenusa igual a 2 cm em torno
de um dos catetos.
Solução:
Sejam x e y os catetos, sendo x o raio e y a altura quando
obtemos o cone via rotação em torno do cateto de lado y. Logo,
x² + y² = 4. O volume do cone será x²y/3.

109
~  109  ~
Organizando, V = (4 – y²)y/3 = (/3)(4y – y³)
 V‟ = (/3).(4 – 3y²). Queremos y tal que V‟ = 0.
2 3
De onde concluímos que y = .
3

6). Se a velocidade de uma onda de comprimento L, em águas pro-


fundas, é dada por:
L B
vM 
B L
Onde M e B são constantes positivas, qual é o comprimento de onda
que minimiza a velocidade?
Solução:
1
1 1 M (  BL2 )
1 1 1 1 B
v  M ( L  BL1 ) 2  v'  M   ( L  BL1 ) 2  (  BL2 )  1
B 2 B B 1
2( L  BL1 ) 2
B
1
v'  0   BL2  0  L  B
B

7). A taxa aeróbica de uma pessoa com x anos de idade é dada por:
110(ln x  2)
A( x) 
x
Sendo x  11. Em que idade a pessoa tem capacidade aeróbica
máxima?
Solução:
(ln x  2)' x  (ln x  2)  ( x)'
A' ( x)  110  
x2
1
( ) x  (ln x  2)  1
3  ln x
110  x 2
 110 
x x2
A' ( x)  0  3  ln x  0  ln x  3  x  e3  21
Obs.: Não confundir lnx – 2 com ln(x – 2).

110
~  110  ~
8). Para se fazer uma circunferência e um quadrado cortou-se um fio de
arame, com 100cm de comprimento, em dois bocados. De que maneira deve ser
cortado o fio de modo que a área total (círculo + quadrado) seja mínima?
Solução:
Atotal = R² + x². Pelo comprimento, 100 = 2R + 4x.
Vamos isolar x. Assim sendo, x = 25  R/2.
Daí, Atotal = R² + x² = R² + (25 - R/2)². Queremos R
tal que A‟ = 0. Desta feita, derivando temos
A‟ = 2R + 2(25  R/2).( /2) = 2R   (25 
R/2) = 0
Portanto, R = 50/(4 + ) que vale aproximadamente 7
(sete). E x fica em torne de 11,5.

Aplicações Diversas; Taxas Relacionadas e Regras de


2º. Passo:
L´Hopital (I)

1). A função y = A sen(kx), com A > 0, e sua derivada segunda


y‟‟ satisfazem identicamente a igualdade y‟‟ + 4y = 0. O valor da derivada
primeira y‟, para x igual a 0, é 12. Calcular as constantes A e k.
Solução
Temos que y‟ = A.cos(kx).k = Ak.cos(kx).
De y‟(0) = 12, segue-se que 12 = Ak.cos(0). De onde Ak = 12.
Como A > 0, segue-se que k > 0. E quem é k? Usar a ou-
tra hipótese.
Dado que y” + 4y = 0  -Ak²sen(kx) + 4Asen(kx) = 0
 Asen(kx)(4 – k²) = 0. Como k > 0, k² = 4, de onde k =
2. Daí, A = 6.
ERRO: Não usar todas as hipóteses.

2). Uma caixa d´água tem o formato de um cone circular reto inverti-
do com 120 cm de diâmetro e 150 cm de altura. Uma torneira enche essa
caixa à razão de 1000π mm³/seg. Determinando a taxa de variação da
altura no instante em que a água está a 90 cm de altura, obtemos um valor...

111
~  111  ~
Solução
Uma relação que será utilizada nesta e em outras questões
R Rdado
é:  .
H H dado
Procurem fazer uma figura para ilustrar tal situação.
Como Rdado = 60 e Hdado = 150, segue-se que R = 2H/5.
R 2 H
O volume do cone é: .
3
2H 2
R 2 H  ( 5 ) H 4H 3
Para este caso, V   
3 3 75

Derivar ambas as variáveis em relação ao tempo.


4H 3 4 4 1
(V )'  ( )'  1.V '   3H 2  H '    (90) 2 H '  H '  cm / seg
75 75 25 1296

ERRO: Derivação implícita, sendo ambas as variáveis


funções do tempo (taxa relacionada). A “essência” é derivar
ambos os membros da igualdade normalmente, acrescentando a
respectiva derivada.

3). A altura de um cone circular reto é 15 cm e aumenta na razão


de 0,2 cm/min. O raio da base é 10 cm. Qual a taxa de variação do vo-
lume quando a altura for de 20 cm?
Solução
Dado H‟ = 0,2 cm/min. Como Rdado = 10 e Hdado = 15,
segue-se que R = 2H/3. Queremos V‟. Derivar ambas as variá-
veis em relação ao tempo.
4H 3 4 4 160
(V )'  ( )'  1.V '   3H 2  H '  V '  (20) 2 (0,2)  V '  cm 3 / min
27 27 9 9

ERRO: Mesmo da anterior.

112
~  112  ~
REGRAS DE L’HOPITAL (1º Caso)

Se no cálculo de limites aparecer 0/0 ou /, “basta” de-


rivar numerador e denominador simultaneamente:
f ( x) f ' (a )
limx  a 
g ( x) g ' (a )
Caso particular... 0 x . Neste caso, lembrar que 4 x 5 =
20. Também temos que 4  (1/5) = 20. Ou seja, 1/(1/5) = 5.
Isto é, ab = a/(1/b).

1). Usando L‟Hopital, calcule:


x2  1
a) lim 2
x  1 x  4 x  3

ln x
b) lim 3 x
x  e

c) lim x senx
x 0
1
d) lim( x  e x ) x
x 0

2). Um circuito elétrico tem resistência de R ohms, uma indutância


de L henrys e uma força eletromotriz de E volts. Considere E, R e L posi-
tivos. Se I amperes é a corrente no circuito t segundos após este ter sido liga-
do, então
E
I  (1  e  Rt / L )
R
calculando o limite de I quando R tende para ZERO pela
direita, obtemos...
1  n  n2
3). Calcule limn 
1  2  3  ...  n

1ª. Questão
ERRO: Confundir regra com a regra do quociente.

113
~  113  ~
Item (a)
x2  1 2x
lim 2  lim  1
x  1 x  4 x  3 x  1 2 x  4

Item (b)
1
ln x 1
lim 3 x  lim x3 x  lim 0
x  e x   3e x   3 xe3 x

Item (c)
lim x senx  y  x senx  ln y  senx. ln x  lim (ln y )  lim senx. ln x
x0 x0 x0

1
ln x L"'Hopital
1 sen2 x
 lim  lim (ln y )  lim x  lim 
x0 1 x0 x0  cos x x0 x (  cos x )
2
senx sen x
senx senx 0
 lim   1  0  ln( lim y )  0  lim y  e0  1
x0 x ( cos x) (1) x0 x0

Item (d)
1 1 1 1
lim( x  e x ) x
 y  (x  ex ) x
 ln y  ln( x  e x ) x
  ln( x  e x )
x0 x
1  ex
1 L 'Hopital
 lim(ln y )  lim  ln( x  e x )  lim x  e  2  lim(ln y )
x

x0 x0 x x0 1 x0

 ln(lim y )  2  lim y  e 2
x0 x0

2ª. Questão
ERRO: Exceto R, demais letras à direita são constantes.

E L ' Hopital
limR  0  I  limR  0  (1  e  Rt / L ) 
R
 Rt / L
E  ( e )  (t / L)
limR  0   Et / L
1

114
~  114  ~
3ª. Questão
Note que temos a soma dos termos de uma Progressão
Aritmética:
1 + 2 + ... + n = (1 + n).n/2 = (n² + n)/2
1  n  n2 1  n  n 2 L" Hopital
limn    limn   2 
1  2  3  ...  n n n

2 2
2n  1 L" Hopital 2
limn    limn    2
1 1
n
2

3º. Passo: Funções Hiperbólicas

Motivação:
Se um campo eletrostático E agir em um dielétrico polar
líquido ou gasoso, o momento de dipolo resultante P por unida-
de de volume é: ( ) O que acontece quando
E se aproxima de zero (positivamente)?

Definição:
1. Seno Hiperbólico: ( )
2. Cosseno Hiperbólico: ( )
Pela “motivação”, temos a razão entre o cosh(x) e o
senh(x) – basta dividir numerador e denominador por 2. Pode-
mos definir como “cotangente hiperbólica” – idem às definições
das trigonométricas.

115
~  115  ~
APLIACAÇÕES:
1ª. Questão: Após determinar domínio de cada função, encontre as
derivadas de:
a) arccosx b) arccotgx
-1
c) argcoshx (ou cosh x) d) argsechx

SOL.:
Item A
Se y = arccosx, então cosy = x e seu domínio é 0 ≤ x ≤ π
Derivando implicitamente em relação à variável x, temos:
seny.y‟ = 1
Por conseguinte,
Todavia, a relação entre y e x é cosy = x.
Ora, da relação fundamental da trigonometria, sen²y +
cos²y = 1, temos que
√ √
Lembrar que a raiz negativa não estamos usando por oca-
sião do domínio.
Assim sendo,

Item B
Para y = arccotgx. Segue-se que cotgy = x. Com 0 < x < π
Derivando implicitamente em relação à variável x, temos:
cosec²y.y‟ = 1
Da relação fundamental da trigonometria, sen²y + cos²y =
1, temos que, ao dividir ambos os membros da igualdade por
sen²y, a relação: 1 + cotg²y = cosec²y. Assim,

Item C

116
~  116  ~
Sendo y = argcoshx segue-se que coshy = x. Seu domínio
éx>1
Derivando implicitamente em relação à variável x, temos:
senhy.y‟ = 1
Ora, a relação que há entre senhy e coshy é: cosh²y –
senh²y = 1 (basta elevar ao quadrado cada função e fazer a dife-
rença!)
Desta feita,
√ √

Item D
Dado que y = argsechx, segue-se que sechy = x.
Domínio: 0 < x < 1.
Derivando implicitamente em relação à variável x, temos:
sechy.tghy.y‟ = 1
De cosh²x – senh²x = 1, temos, ao dividir ambos os
membros da igualdade por cosh²x: 1 – tgh²x = sech²x

√ √

ERRO: Inobservância das definições. Ressalta-se também


dificuldades nas operações... com feito, há necessidade de um
“ciclo” no uso das relações trigonométricas (que são atreladas a
um circulo trigonométrico. Ciclo = fechado!)

2ª. Questão: Se uma onda de comprimento L se move à velocidade


v em um corpo de água com profundidade d, então

√ ( *

em que g é a aceleração da gravidade. Por qual motivo em águas pro-


fundas temos a aproximação: √

117
~  117  ~
SOL.:
Águas profundas... interpretar como d  ∞ (ERRO fre-
quente é esquecer esse detalhe!). Vamos, por conseguinte, calcular:
( )

Onde “a” é uma constante positiva.


Ora, tal limite equivale a:

( )

Nas “manipulações” de tghx, trocamos „x‟ por „ad‟


Reorganizando, usando o fato de a-b = 1/ab, temos:

Realizando a soma de frações:

Simplificando,

Agora, como temos uma indeterminação (infini-


to/infinito), usaremos L‟Hopital

118
~  118  ~
Logo, segue-se resultado.

3ª. Questão: Calcule

SOL.:
Inicialmente, organizar a expressão

Reorganizando, usando o fato de a-b = 1/ab, bem como


realizando diferença de frações temos:

Pela divisão de frações:

Agora, como temos uma indeterminação (infini-


to/infinito), usaremos L‟Hopital

4º. Passo: Esboço de gráficos

Só agora estamos apresentando esboço de gráficos em vir-


tude das regras de L‟Hopital e os tipos de função envolvidas.
Antes, porém, faremos um resumão das principais regras de
derivação:

119
~  119  ~
( ) ( )
Principais derivadas: ( )
( ) ( )

(1) Se f(x) = g(x) ± h(x)  f ‟(x) = g‟(x) ± h‟(x)


(2) Se f(x) = g(x).h(x)  f ‟(x) = g‟(x).h(x) + g(x).h‟(x)
( ) ( ) ( ) ( ) ( )
(3) Se ( ) ( )
( )
( )

(4) Se f(x) = g[h(x)]  f ‟(x) = g‟[h(x)].h‟(x)


(5) Se f(x) = axn f ‟(x) = n.a.xn – 1
(6) Se f(x) = sen(kx)  f ‟(x) = k.cos(kx) e
f(x) = cos(kx)  f ‟(x) = - k.sen(kx)
(7) Se p(x) = tg(kx)  p‟(x) = k.sec²(kx) e
p(x) = cotg(kx)  p‟(x) = - k.cosec²(kx)

(8) Se p(x) = sec(kx)  p‟(x) = k.sec(kx).tg(kx) e


p(x) = cosec(kx)  p‟(x) = - k.cosec(kx).cotg(kx)

(9) Se p(x) = arctg(kx), então ( )

(10) Se p(x) = arcsen(kx), então ( )


(11) Se p(x) = arcsec(kx), então ( )


(12) Se p(x) = e , então p‟(x) = k.e e


kx kx

p(x) = ln(x)  p‟(x) = 1/x

Fazer um esboço do gráfico de: (a) f(x) = e-x²; (b) g(x)


= e (c) h(x) =
Os quatro passos básicos para esboço de gráficos:
i. Obter domínio da função.

120
~  120  ~
ii. Analisar o que ocorre com a função nos extremos de
seu domínio.
iii. Identificar intervalos onde cresce ou decresce a função.
iv. Identificar tipo de concavidade em intervalos.

Item (a)
Podemos reescrever ( ) . Como não há restrições
no domínio, segue-se que Domínio = - ,. Detalhe: f(x)
> 0 para qualquer x no domínio. Por quê?
O que ocorre nos extremos com a função? Ora, basta fa-
zer x  + bem como x  - Assim,
Para intervalos de crescimento ou decrescimento, analisar
a derivada primeira (função crescente em intervalos onde f‟(x) >
0 e função decrescente em intervalos tais que f‟(x) < 0).

Assim,
( ) ( ) ( )
Por comodidade (por qual motivo?) fazemos inicialmente
f‟(x) = 0.
Daí, x = 0 (favor verificar as contas!).
Se x < 0  Note que f‟(x) > 0, pois -2x > 0 (e ).
Logo: crescente!
Se x > 0  Note que f‟(x) < 0, pois -2x < 0 (e ).
Logo: decrescente!
Para o tipo de concavidade... (em dado intervalo): para
cima se f‟‟(x) > 0 e para baixo se f‟‟(x) < 0.
Assim, ( ) ( ) ( )
( )( )

121
~  121  ~
Desenvolvendo,
( ) ( ) ( ) ( ) ( )
( ) ( ).

Daí, f‟‟(x) = 0 
Por conseguinte:

Se  (-2).(1 – 2x²) > 0  Concavidade para
cima . Supor x = -3.
8

√ √
Se (-2).(1 – 2x²) < 0  Concavidade pa-
ra baixo. Supor x = 0

Se (-2).(1 – 2x²) > 0  Concavidade para cima.
Supor x = 3.

Assim, CONCLUAM... (o essencial é invisível aos olhos...). Dica:


Vide curva normal da Estatística...

Ou seja... não apresentamos o gráfico, só a essência


dos mesmos!
Item (b)
Como não há restrições no domínio, segue-se que Domí-
nio = - ,. Com efeito, nos reais, x² + 1 > 0. Assim,
g(x) > 0 para qualquer x no domínio.
O que ocorre nos extremos com a função? Ora, basta fa-
zer x  + bem como x  - Assim,
Crescimento x Decrescimento
( ) ( ) ( ) ( )
( )
( ) ( ) ( )

8 Lembram da estratégia de atribuir valores em dado intervalo... aqui ela se

aplica!!!

122
~  122  ~
Por comodidade (por qual motivo?) fazemos inicialmente
g‟(x) = 0.
Daí, x = 0 (favor verificar as contas!).
Se x < 0  Note que g‟(x) > 0, pois -2x > 0. Logo: cres-
cente!
Se x > 0  Note que g‟(x) < 0, pois -2x < 0 Logo: de-
crescente!

CONCAVIDADE...
( ) ( ) ( ) ,( ) -
( )
,( ) -

Atenção à regra da cadeia (derivada da função composta)

( ) ( ) ( )
( )
( )

Colocando (1 + x²) em evidência e, em seguida, simplifi-


cando-o com um dos quatro (1 + x²) do denominador, temos:
( ) ( )
( )
( ) ( )


Daí, g‟‟(x) = 0 
Por conseguinte:

Se  6x² - 2 > 0  Concavidade para cima. Su-
por o valor x = -3.
√ √
Se  6x² - 2 < 0  Concavidade para
baixo. Supor x = 0

Se  6x² - 2 > 0  Concavidade para cima. Supor
x = 3.
Concluir...

123
~  123  ~
Item (c)
Como há restrições no domínio, pois caso o denominador
zere, isto é, 1 – x² = 0  x = 1 ou x = -1. Segue-se que Domí-
nio da função é igual a: - , - , - ,. Reveja
assunto limites infinitos e no infinito. Há um exemplo muito parecido...
Mas, se de fato aprendeu, não precisa!
O que ocorre nos extremos com a função?

Crescimento x Decrescimento

( ) ( ) ( ) ( ) ( )
( )
( ) ( ) ( )

Notamos que h‟(x) = 0 desde que x = 0. Notar, também,


que o denominador é sempre positivo no domínio.
Se x < 0  Note que h‟(x) <0, pois 2x < 0. Logo: decres-
cente!
Se x > 0  Note que h‟(x) > 0, pois 2x > 0 Logo: cres-
cente!

CONCAVIDADE...
( ) ( ) ( ) ,( ) -
( )
,( ) -

Atenção à regra da cadeia (derivada da função composta)

( ) ( ) ( ) ( )
( )
( )

124
~  124  ~
Colocando (1 – x²) em evidência e, em seguida, simplifi-
cando-o com um dos quatro (1 – x²) do denominador, temos:
( ) ( )
( )
( ) ( )

Daí, h‟‟(x) = 0 

Por conseguinte, com o cuidado das restrições do domí-


nio, com efeito, (1 – x²)³ pode assumir valores negativos.

Intervalo Supor Numerador é Denominador é Logo h’’(x)

Se x < -1 x = -2 Positivo Negativo () e C/P/B


Se x= -0,5 Positivo Positivo (+) e C/P/C

√ √
Se x=0 Negativo Positivo () e C/P/B


Se x = 0,5 Positivo Positivo (+) e C/P/C

Se 1 < x x=2 Positivo Negativo () e C/P/B

() significa sinal negativo de h‟‟(x) e (+) significa sinal positivo de h‟‟(x)
C/P/B = Concavidade para baixo e C/P/C = Concavidade para cima

Concluir... Neste caso, apresentamos gráfico (verifiquem9)

9Podem ser usados softwares ou sites, tais como www.somatematica.com.br;


www.wolpranalpha.com, etc.

125
~  125  ~
Relembrar regras de derivação... considerando inte-
gral como antiderivada
Principais integrais: Não obstante usar resultados ante-
riores... (considere k inteiro e positivo e “a” e “b”...)

( )

(1) ∫( ) {
| |

(2) ∫

(3) ∫ ∫

( ) ( )
(4) ∫ ( ) ( )
( ) ( )

( ) ( )
(5) ∫ ( ) ( )
( ) ( )
e como fica para cos(ax)cos(bx)?

(6) ∫ ∫

(7) ∫ ∫

126
~  126  ~
(8) ∫ ∫

(9) ∫ ( )
e como fica para eaxcosbx?

(10) ∫ . / | | e
∫ . /

Oportunamente as fórmulas desconhecidas serão deduzidas.


Por enquanto, justificaremos algumas.
Já sabemos que (senx)‟ = cosx. Por sua vez, a derivada de
senx + π ou de senx + π/2 também é cosx. Desta feita, a antide-
rivada do cosx é a família de funções do tipo senx + C (acresci-
das de uma constante).
Ou seja, ∫
Por analogia, ∫ .
Agora, seja a ∫ ∫ . Como (cosx)‟ =
senx, considere a seguinte mudança de variável para facilitar
visualização de regras u = cosx. Derivando ambos os membros
da igualdade em relação à variável x (lembrar da derivação implí-
cita):

Voltando para a variável x, ∫ | |


| |
Para ∫( ) com n ≠ 1. E, é claro, a ≠ 0.

127
~  127  ~
Afirmo que ∫ , com n ≠ 1. Com efei-
to, basta derivar o lado direito da igualdade... Integral, por enquan-
to, é antiderivação...
Desta feita, na ∫( ) podemos considerar u =
ax + b (função de dentro da composição). Assim, u‟ = du/dx
= a  du = adx.
∫( ) ∫ ∫
( )

No tocante às aplicações.
∫ ( ) Pois a integral de dx é x + C* (já que (x + C*)‟
= 1). Isto é, podemos integrar AMBOS os membros de uma
igualdade.

Alguns exercícios resolvidos para fixação de conhecimentos.

1 ª. QUESTÃO
Se a função de consumo é dada por y = f(x), onde y é o
consumo nacional total e x é a renda nacional total, então a ten-
dência marginal ao consumo é igual a derivada do consumo com
relação a x. Supondo x = y + s, onde s é a poupança, a tendência
ds dy
marginal à poupança é  1 (por quê?).
dx dx
a) Se a tendência marginal ao consumo (em bilhões de
dy 0,2
dólares) é  0,7  . Quando a renda é igual a zero, o
dx x
consumo é de 8 bilhões de dólares. Ache a função de consumo.
b) A tendência marginal a poupança é 1/3. Quando a
renda é igual a zero, o consumo é de 11 bilhões de dólares. Ache
a função de consumo.

128
~  128  ~
SOLUÇÃO:
Vamos justificar a fórmula...
Sendo x = y + s, derivando em relação à variável x...
(x)‟ = (y + s)‟ = (y)‟ + (s)‟
Daí, 1 = y‟ + s‟. Ou, s‟ = 1 – y‟.
Item a)
1
dy 0,2 0,2 
 0,7   dy  (0,7  )dx  (0,7  0,2 x 2 )dx
dx x x
1
y  0,7 x  0,4 x 2  C  8  C

2ª. QUESTÃO
A velocidade de uma partícula em M.H.S. é dada por v(t) =
4.cos(t + /6). Qual é a equação horária, s(t), dado que s(0) = 2?
SOLUÇÃO:
V = ds/dt .: ds = v.dt .: s =  4.cos(t + /6)dt =
4.cos(t + /6)dt =
4. (1/).sen(t + /6) + C = 4sen(t + /6) + C.: s(0)
= 2 .: 2 = 4sen(/6) + C .: C = 0.

3ª. QUESTÃO
Calcule as integrais:
e x dx
a) 
1  3e x
b)  cot gxdx
SOLUÇÃO:
(a). Seja u = 1 + 3ex. Daí, du/dx = 3ex  du = 3ex.dx. As-
sim,
du 1
 1
1 1
e x dx 3  1 u  2 du  1  u
2
2 2 2
 1  3e x

u 3 3  1 1
 c 
3
u c
3
1  3e x  c

129
~  129  ~
(b).∫ ∫ supor u = senx. Por conse-
guinte, u‟ = du/dx = cosx. Assim, ∫ ∫ | |
| |

4ª. QUESTÃO
Se dy/dx = xy, qual a função y = f(x)?
SOLUÇÃO:
Separando as variáveis, integrando ambos os

membros da igualdade: lny = x²/2 + C  ,


onde B = eC

5ª. QUESTÃO
Calcule:
a) ∫( √
)

b)∫ . /

c) ∫
d)∫ . √ /
SOLUÇÃO:
t3 t 1 / 2
a)  (9t 2  t 3 / 2 )dt  9    C  3t 3  2t 1 / 2  C
3 (1 / 2)

3 1 5
1 1 5
x x 2
1 x 2
2 2
b)  ( x  )dx 
2
   C  2x 2  x 2  C
3 1 3 5 15
2 2
senxdx (du)
cos2 x  (cos x) 2  u  cos x  du  senxdx  
cos2 x  u 2
    u 2 du
c)
u 1 1 1
 C  C   C  sec x  C
(1) u cos x

130
~  130  ~
1 3/ 2
d) ( 1 e t  t 2  t 1 )dt  1 e t  t 1 t 2t 3 / 2
 2 2 3
 ln t  C 
2
e 
3
 ln t  C

Mais exercícios resolvidos


Entretanto, recomendamos refazer exercícios até aqui vistos para um
melhor entendimento.
PRINCIPAIS ERROS – REGRAS DE INTEGRAÇÃO

01. 3x 2  2x  1 dx; 
SOLUÇÃO:
Usaremos o fato da integral da soma (e/ou diferença) ser
a soma (e/ou diferença) das integrais.
Assim, 3x²dx – 2xdx – dx
Agora, usaremos o seguinte resultado: c.f(x)dx = c.
f(x)dx, onde c é constante.
Por conseguinte, 3x²dx – 2xdx – dx.
Dado que xndx = xn + 1/(n + 1) + C, se n  –1,
Temos: 3.x³/3 – 2.x²/2 – x + C (todas as constantes jun-
tas ainda formam constante...)
Resp.: x³ – x² – x + C

 1
02.   x  3 dx;
 x 
SOLUÇÃO:
Notemos que 1/x3 = x-3.
De [f(x)  g(x)]dx = f(x)dx  g(x)dx bem como
xndx = xn + 1/(n + 1) + C, se n  1,
Segue-se: xdx  x-3dx = x²/2 + 1/2x² + C

03.  x
2

 3 x 2  1 dx;
SOLUÇÃO:

131
~  131  ~
Fazendo uso das argumentações até aqui apresentadas,
temos, não esquecendo que xn.xp = xn + p:
x8 / 31
 x .x  3
2 2/3
 1 dx   ( x8 / 3  1)dx   x  C  x11 / 3  x  C
8 1 11
3

 (2x  3)
19
04. dx;
SOLUÇÃO:
Já que [(ax + b)p]‟ = p(ax + b)p – 1.a = ap(ax + b)p – 1 são
números reais e “a” diferente de zero.
Com efeito, se u = ax + b. derivando ambos os membros
da igualdade em relação à variável x, temos: du = adx, daí,
up(du/a) = (1/a). updu ... (integração conhecida! Retornar, após
integrar, para variável x).
1 (2 x  3)20
Assim,  (2 x  3)19 dx   C
2 20

05.  1  2x dx;
SOLUÇÃO:
1 (2 x  1)3 / 2
      C
1/ 2
( 2 x 1) dx
2 3/ 2 ...

06. x 1  2 x 2 dx;
SOLUÇÃO:
A ideia é imaginar a função “de dentro” da composição
como nova variável.
Seja v = 1 – 2x² .: dv = 4xdx, ou, de maneira equivalente,
xdx = dv/4

132
~  132  ~
1 v3 / 2
           C
2 1/ 2 1/ 2
x 1 2 x dx (1 2 x ²) xdx v ( dv / 4)
4 3/ 2

Como a variável de partida é x... retornar para ela:


Assim: – (1 – 2x²)3/2/6 + C

xdx
07.  3x 2  1
;

SOLUÇÃO:
Novamente a ideia é imaginar a função “de dentro” da
composição como nova variável.
Seja k = 3x² - 1 .: dk = 6xdx, ou, de maneira equivalente,
xdx = dk/6
xdx 1 k 1/ 2
 3x 2  1  
1 / 2 1 / 2
 (3 x ²  1) xdx  k ( dk / 6)   C
6 1/ 2
1
  (3x ²  1)1 / 2  C
3

dx
08. x 2
 4x  4
;
SOLUÇÃO:
Notemos que x² – 4x + 4 = (x – 2)².
Daí, (x – 2)-2dx = C + 1/(2 – x)

09. 
x 3 x  x  1dx;
SOLUÇÃO:
Reorganizando a integral:

 x 3 x  x  1dx   x1/ 2  3 x1/ 2 .x  1dx   ( x3 / 2  1)1/ 3 x1/ 2 dx


Agora, faremos mudança de variável: v = x3/2 – 1 .: dv =
3/2x dx.
1/2

133
~  133  ~
Assim, a integral fica: v1/3(2/3)dv = ... = ½.(x3/2 – 1)4/3 + C

10.  (x  1) x  1 dx;
SOLUÇÃO:
Inicialmente, desenvolver a soma:
 x x  1dx   x  1dx
A integral à direita do “+” não oferece resistência, com
efeito, é só escrever
(x – 1)1/2 Para a da esquerda... Seja u = x – 1 a expressão
“de dentro” da composição.
Derivando, du = dx e x = u + 1.
Assim, x(x – 1)1/2dx = (u + 1)u1/2du = u3/2du + u1/2du...

x 5 dx
11.  3
1  x3
;

SOLUÇÃO:
Seja u = 1 + x³. Daí, derivando em relação à variável x,
temos: du = 3x²dx. Assim,

( )
∫( ∫ ∫ ( )
)
(∫ ∫ )

Resolvendo as integrais e retornando para a variável x,


temos:
( ) ( )

134
~  134  ~
 x cos x dx;
2
12.
SOLUÇÃO:
Seja u = x². Daí, du = 2xdx e a integral fica: ∫cos(x²)xdx =
∫cos(u).du/2 = ´.sen(u) + C
Voltando para a variável x... sen(x²)/2 + C

dx
13.  1  cos 2
x
;

SOLUÇÃO:
Notemos que a integral equivale a ∫dx/sen²x = ∫cosec²xdx
= cotgx + C

sen x
14.  1  sen 2
x
dx;
SOLUÇÃO:
Reescrevendo, temos: ∫senxdx/cos²x
Opções:
Seja v = cosx. Daí, dv = senxdx.
Por conseguinte, ∫dv/v² = ∫v-2dv = v-1 + C = secx + C

Reescrever: ∫ ∫

sen x
15.  x
dx;

SOLUÇÃO:
Não esquecer! Visualizar a composição e tentar considerar
uma variável de apoio (mudança de variável).
Assim sendo, seja m = √ = x1/2. Por conseguinte, dm =
½.x dx. Ou, de maneira equivalente, 2dm = dx/x1/2.
-1/2

Desta feita, a integral fica: ∫sen(m).2dm = 2.( cosm) + C


= 2cos(x1/2) + C

135
~  135  ~
Nesta lição, apresentamos algumas aplicações envolvendo
Equações Diferenciais Separáveis, isto é, devemos isolar em
cada uma das equações em cada membro da igualdade uma vari-
ável com diferencial correspondente.

1ª. QUESTÃO
A Lei de Newton para o resfriamento de um objeto diz
que a taxa de a qual um corpo perde calor é proporcional à dife-
rença entre a temperatura (T) e a temperatura do meio ambiente
(Tm). Isto é,
( )

Sendo k constante de proporcionalidade.


Quando um bolo é removido de um forno, sua tempera-
tura é medida como 3000C. Após 3 minutos, é 2000C. Se a tem-
peratura ambiente é de 300C, após quanto tempo a temperatura
do bolo será de 400C?
Solução:
Resolvendo a equação temos: ∫ ∫
Entendendo:

136
~  136  ~
* Inicialmente, isolamos as variáveis.
* Em seguida, integramos ambos os membros da igualdade.
Assim: ln| T – Tm | = kt + C ou, equivalentemente,

Isto é, usamos a definição: lna = b  a = eb


Podemos desenvolver um pouco mais: ekt + C = ekt.eC
Agora, é só substituir valores:
Tm = 30
Para t = 0, T = 300 (lembrar: qual sua idade no ano de seu nas-
cimento?)
Para t = 3, T = 200
E, t = 40  T = ?

2ª. QUESTÃO
Suponha que a gramas de um elemento químico A sejam
combinadas com b grama de um elemento químico B. se existi-
rem M partes de A e N partes de B formadas no composto, e
X(t) é o número de gramas do elemento químico C formado,
então...
( )( )
Onde  = a(M + N)/M e  = b(M + N)/N e k é cons-
tante.
Um composto C é formado quando dois elementos quí-
micos A e B são combinados. Para cada grama de A, 4 gramas
de B são utilizados. Em 10 minutos, 30 gramas de C são forma-
dos. Se inicialmente há 50 gramas de A e 32 gramas de B, de-
termine a quantidade de C em um tempo t.
Solução:
Temos: . Supondo α ≠ β, pois se forem
( )( )
iguais, já sabemos resolver.
A integral da direita da igualdade não oferece resistência.
Surge uma pergunta: é possível separar o produto como uma soma,
porque, isoladamente, cada integral é conhecida?

137
~  137  ~
Sim, com efeito, podemos usar: ( )( )

Onde p e q são constantes. Por quê? Pois, se fossem polinômios com


grau maior ou igual a um, poderíamos dividir e, ao usar a identidade de
polinômios, seus coeficientes seriam identicamente nulos.
Ah! De (a – b) = -(b – a), reescrevemos:
(a – x)(b – x) = [-(x – a)][-(x – b)] = (x – a)(x – b)... só para
facilitar uso de sinais.

( ) ( )
Pela soma de frações: ( )( ) ( )( )

Denominadores são idênticos, logo, numeradores também devem ser:


( ) ( )
Lembrar que 0X + 1 = 1.
Assim,
Coeficientes de “x”: 0 = p + q
(eq1)
Coeficientes de “x0” (ou termos independentes): 1 = pβ – qα
(eq2)
De (eq1): p = q
Substituindo em (eq2): 1 =  (q)β – qα  1 = q(β – α)
Por fim,

Assim, ∫ ( )( )
∫4 5

Passando para fora da integral a constante e usando resultados dos


logaritmos, a saber: lnA – lnB = lnA/B, temos:
∫ | |
( )( )

Agora é só igualar e resolver o problema.

138
~  138  ~
3ª. QUESTÃO
Se v(t) = (1 + cosht)1/2, encontre uma expressão para a:
a) aceleração e
b) equação horária.
Solução:
Como a(t) = v‟(t), segue-se, pela regra da cadeia, que:
a(t) = ½.(1 + cosht)1/2 – 1.(1 + cosht)‟ = senht/2(1 + cosht)1/2
Já, para deslocamento, como v(t) = s‟(t), segue-se que s(t) = ∫v(t)dt.
Reparem que não é interessante considerar u = 1 + cosht (função de “den-
tro” da composição). Com efeito, du = senht.dt.
Assim, vamos pensar no “simples”.
Pela definição de cosht: ( ) ∫√ dt

Usando o fato de que e-t = 1/et bem como soma de frações, segue-se:

√ ( )
( ) ∫ ∫√

( )
∫√

Agora, como numerador e denominador são ambos positivos, usare-


mos o fato de que a raiz do quociente é o quociente das raízes. Além deste
fato, notar que o numerador é um produto notável, a saber (et + 1)². Deste
modo:

( ) ∫ ∫( )

Não esquecendo que ab/ac = ab – c . Pelo fato da integral da soma ser


a soma das integrais e sendo ∫ , temos:

( *
Interessante... quem são expressões para cosh(x/2) e senh(x/2)...

139
~  139  ~
4ª. QUESTÃO
Experimentos mostraram que a taxa à qual um elemento
radioativo decai (medindo o número de núcleos que se trans-
formaram por unidade de tempo) é proporcional ao número y(t)
de núcleos radioativos presentes no instante t. A constante de
proporcionalidade é chamada de constante de decaimento.
A. Escreva e resolva uma equação diferencial que des-
creva o decaimento radioativo, considerando a condição inicial
y(0) = y0.
B. Meia vida de um elemento radioativo é o tempo ne-
cessário para que metade dos núcleos radioativos inicialmente
presentes em uma amostra tenha decaído. As pessoas que fazem
datação por carbono 14 usam um valor de 5.700 anos para sua
meia vida Determine a idade de uma amostra em que 10% dos
núcleos radioativos originais presentes já decaíram.
Solução:
Pelo enunciado:
sendo k constante de proporcionalidade
(no caso, é negativa porque está diminuindo a quantidade...).
Isolando variáveis e resolvendo, chegamos em (compare com primeira
aplicação): ln|y| = kt + C  y = ekt.eC.
Para t = 0... y(0) = e0.eC .: y0 = eC.

Para item (b):


Meia-vida: y = ½.y0 .: y = y0 . ekt  ½.y0 = y0 . e5700.k
Daí, é com vocês... (com efeito: 5700k = ln1/2 = ln2...)

5ª. QUESTÃO
Uma célula esférica tem volume v e área de superfície s.
Um modelo simples de crescimento celular antes da mitose ad-
mite que a taxa de crescimento (dv/dt) é proporcional à área da
superfície da célula. Encontre um modelo matemático para
equação diferencial e o resolva.
Solução:

140
~  140  ~
Pelo enunciado,
Organizando, , sendo “a” constante de proporcionalidade
(a > 0, pois “crescimento”)
Ora, sabemos que e s = 4πx², onde x = x(t) é o raio
(variável).
Como no problema não há indicação (explícita) do uso do raio, va-
mos relacionar v e s.
Assim, √ - quem é a constante positiva b?
Daí, - quem é a
constante positiva k?
Por fim,

Organizando,
∫ ∫
( )

( )
Finalmente,

( ) ( *

Vários outros modelos seguem essa estratégia: sepa-


rar variáveis.
Não separar variáveis é Cálculo II.

141
~  141  ~
O sangue que atravessa uma artéria, ou água que escoa em
uma tubulação de esgoto ou o ferro usado em colunas de cons-
truções... são cilindros. Cilindros (esferas e cones) são sólidos de
revolução, isto é, obtidos pela rotação em torno de um eixo.
Neste tópico trabalharemos com integrais definidas. Para
resolver, basta usar o Teorema Fundamental do Cálculo:
∫ ( ) ( ) ( ) onde g‟(x) = f(x). Sob quais condições?

∫ ( ) ( ) ( ) , ( )-

Uma interpretação para ∫ ( ) pode ser área, su-


pondo f(x) ≥ 0, da região compreendida entre as retas verti-
cais x = a e x = b, acima do eixo dos x e abaixo da função
(contínua) y = f(x).

142
~  142  ~
Fazendo-se uma região plana girar em torno de uma reta
do plano, o sólido resultante é chamado sólido de revolução. A
reta em torno da qual se processa a revolução é chamado eixo
de revolução.
Seja f contínua em [a, b]. O volume V do sólido de revo-
lução gerado pela rotação da região delimitada pelos gráficos de
f, de x = a, x = b e do eixo x é dado por: ∫ , ( )- .
Caso a rotação seja dada em torno do eixo y, temos:
∫ ( )

Aplicações: Deduzir, via integração: (a) volume de um cone


circular reto de altura H e raio da base R e (b) volume de uma esfe-
ra. Antes, porém, observar as questões resolvidas abaixo:

1ª. QUESTÃO
Um barril com altura h e raio máximo R é construído pela rotação
ao redor do eixo x da parábola y = R – cx², , onde c é
uma constante positiva Encontre seu volume aproximado.
Solução:
Rotação em torno do eixo x:

∫ ∫ ( )
Desenvolvendo o integrando:

∫ ( ) ∫ ( )

Usando o fato que a integral da soma é a soma das inte-


grais, bem como que a integral de uma constante ao multiplicar

143
~  143  ~
uma função fica o produto da constante pela integral da função,
temos:

∫ ∫ ∫

Como temos a integral de xn, para „n‟ diferente de „-1‟,


temos:

4 5

Agora, é só concluir...

2ª. QUESTÃO
Deduzir volume de um tronco de cone via integração.
Solução:
Procure imaginar a região. Usaremos rotação em torno do
eixo x. Experimente rotacionar em torno do eixo y.
Sejam A e B os raios das bases menor e maior, respecti-
vamente. Considere H a altura.
A reta em questão (que está inclinada em relação ao eixo
x), que é da nossa função f(x) = ax + b, passa pelos pontos (0,
A) e (H, B) – Dúvidas?
Passando em (0, A)  A = a.0 + b  b = A
Passando em (H, B)  B = a.H + A  a = (B – A)/H
Logo,
( )
Como,

∫ , ( )-

Segue-se,

144
~  144  ~
∫, - , ( ) ( )-

De onde,
( )
( ) ∫6 7

Desconsiderando a constante...
( )
( )

Como g(0) = 0, segue-se que


( )
( )

( ) ( )

Organizando, e multiplicando por “pi”...


( )

3ª. QUESTÃO
Uma empresa possui um número muito grande de automóveis para
serem usados pelos funcionários. Os registros do tempo em que cada carro se
encontra fora de serviço para reparos são tomados como elemento básico para
decidir quando um carro deve ser vendido. A função de frequência para o
número total de dias em que um carro se encontra fora de serviço, antes que
seu conserto se torne dispendioso e em condições de ser vendido é:
f(x) = 0,2e – 0,2x, x > 0. Ache a probabilidade para que um carro
esteja fora de serviço por mais de 30 dias. Isto é, ∫ ( )
Solução:
Basta usar expressão:

145
~  145  ~
∫ ( ) ∫ , ( ) ( )-

Onde, ( ) ∫ .

Lembrar: ∫
Assim, , ( ) ( )- ( )

Onde foi parar C? Em integrais definidas, elas são


simplificadas.

4ª. QUESTÃO
Sob certas condições econômicas, o ganho total do consumidor é repre-
sentado pela área debaixo da curva de demanda e acima da reta y = y 0.
Esta área é designada por Marshall como excedente do consumidor e é
calculada por (sendo y = f(x) função de demanda):
x0
Excedente do consumidor = 0
f ( x)dx  x0 y 0 .
Se a função de demanda é y = 32 – 4x – x², ache o excedente do
consumidor se x0 = 3.
Solução:
Sendo x0 = 3, segue-se que y0 = 32 – 4(3) – (3)² = 11.
Assim,
∫ ( ) 0 1
( )

5ª. QUESTÃO
Sob certas condições, o ganho total do produtor é representado pela
área acima da curva de oferta e abaixo da reta y = y0 (preço de mercado).
Tal ganho é conhecido como excedente do produtor. Esta área é calculada
pela expressão:

146
~  146  ~
x0
Excedente do produtor = x0.y0 - 
0
f ( x)dx .
Onde x0 é a oferta de mercado correspondente ao preço y0.
Se a função de oferta é y = (x + 2)2 e o preço y0 = 25, ache
o excedente do produtor.
Solução:
De yo = 25, segue-se 25 = (x + 2)²  x = 3.
Assim,
( )
∫ ( ) 6 7 [ ]

6ª. QUESTÃO
Calcule a área entre as funções y = x² e y = |x|. Esboçe a situa-
ção.
Solução:
O esboço da situação não será apresentado. Fica como
exercício extra... Que podemos até usar ideia de simetria!
Problemas que envolvem áreas entre curvas consistem
em obter os pontos de interseções entre elas. Dados dois pontos
consecutivos, analisar qual função está acima e qual função está
abaixo.
Assim, ∫ ( ) ∫ ( ) ∫ , ( ) ( )-

Como queremos área entre curvas, precisamos encontrar


as interseções dessas.
Se x < 0, então g(x) = |x| = x. Daí, x² = x  x = 1
ou x = 0. Notar que, no intervalo de “1” a “0”, g(x) assume
valores maiores que f(x).

∫ ( ) 6 7 [ ( *]

Se x > 0, então g(x) = x. Por conseguinte, x² = x  x = 0


ou x = 1. Notar que, também no intervalo de “0” a “1”, g(x)
assume valores maiores que f(x).

147
~  147  ~
∫ ( ) 6 7 [( *]

Logo, basta somar as áreas.

7ª. QUESTÃO
Encontre o volume do sólido de revolução, gerado quando a região
limitada pela curva x  y  a e os eixos coordenados, gira em torno
do eixo Y.
Solução:
Ser limitada pelos eixos coordenados... Quando x = 0  y
= a. E, quando y = 0  x = a. √ √ √ implica
√ √ √ √ . Por que elevamos
ambos os membros ao quadrado? Porque, pela expressão do
volume em torno do eixo y, precisamos de f(x).

∫ ( ) ∫ ( √ *
Desenvolvendo expressão de dentro da integral e inte-
grando,

∫ ( √ * [ √ ]

Agora, finalmente, deduzir volume de uma esfera de


raio R.
Uma esfera é obtida pela rotação de uma semicircunferên-
cia em torno de um de seus diâmetros. Algo nos impede de su-
por um diâmetro sobre o eixo x? Não. Podemos também supor
que o centro desta semicircunferência esteja na origem do siste-
ma de coordenadas cartesianas.
Sabemos que a equação de uma circunferência de centro
(xc, yc) e raio R é dada por: (x – xc)² + (y – yc)² = R². Estando
na origem, ficamos com x² + y² = R². Podemos, também, usar

148
~  148  ~
simetria. Isto é, considerar só a região do primeiro quadrante e,
em seguida, multiplicar por “2”.
Como esta atividade é de fixação, usaremos as duas fór-
mulas para volume, lembrando que 0 < x < R. Lembrando que
devemos obter, sem a simetria 2πR²/3. De x² + y² = R²  y² =
R² – x² ou √ ( )

Rotação eixo x:

∫ , ( )- ∫ ( ) 6 7

Rotação eixo y:

∫ ( ) ∫ ( )

Como há composição, seja u = R . Daí,


. Logo, na integral,

∫ ( ) ∫

( )
.

Aplicando limites de integração e fazendo a diferença,


chegamos no resultado. Verificar!

149
~  149  ~
OBSERVAÇÃO: São apresentadas uma maneira de solução pa-
ra cada questão (que serve de motivação). Estratégias diferentes podem (e
devem) ser utilizadas.

1ª. QUESTÃO
Considere v(x) a velocidade de uma partícula. Encontre a(x) e s(x)
nos seguintes casos:
a) V(x) = eaxsen(bx)
b) V(x) = eaxcos(bx)
c) V(x) = arctg(kx)
Solução:
Lembrando: a(x) = v‟(x).
Assim, respectivamente temos: Para v(x) = eaxsen(bx).
Note que v(x) = p(x).q(x), sendo p(x) = eax e q(x) =
sen(bx).
Por conseguinte, v‟(x) = p‟(x).q(x) + p(x).q‟(x).
Todavia, tanto p(x) quanto q(x) são funções compostas.
Ou seja, p(x) = eax = f(g(x)) onde f(u) = eu e g(x) = ax.
Dado que p‟(x) = f‟(g(x)).g‟(x), segue-se que p‟(x) = aeax.
E, q(x) = i(j(x)), sendo i(z) = senz e j(x) = bx. Daí, q‟(x) =
bcos(bx).
Logo, [eaxsen(bx)]‟ = aeaxsen(bx) + beaxcos(bx)

150
~  150  ~
Por analogia, [eaxcos(bx)]‟ = aeaxcos(bx) – beaxsen(bx)

E, no caso de v(x) = arctg(kx), segue-se que v‟(x) =


( )

Relembrando... [f + g]‟ = f‟ + g‟
Assim, considere:
[eaxsen(bx)]‟ = aeaxsen(bx) + beaxcos(bx)
[eaxcos(bx)]‟ = aeaxcos(bx) – beaxsen(bx)
Para “eliminar”, por exemplo, eaxsen(bx), fazemos o se-
guinte procedimento:
Imagine, caso não visualize, y = eaxsen(bx) e z =
eaxcos(bx).
Daí, tem-se:
(y)‟ = ay + bz
(z)‟ = by + az
Que equivale (pelo método da adição – lembram?)
b(y)‟ = aby + b²z
a(z)‟ = aby + a²z
Somando, (a² + b)²z = a(z)‟ + b(y)‟
Por analogia,
a(y)‟ = a²y + abz
b(z)‟ = b²y  abz
Somando, (a² + b)²y = a(y)‟ – b(z)‟
Integrando ambos os membros da igualdade, usando o fa-
to que a integral da soma é a soma das integrais e organizando,
temos:
∫ ( ) , ( ) ( )-
Repetindo raciocínio (é claro, subtraindo...)
∫ ( ) , ( ) ( )-

151
~  151  ~
Por fim, no caso da
∫ ( )

Usaremos integração por partes... ∫udv = uv - ∫vdu


Considere u = arctg(kx) e dv = dx.
Daí, du = ( ) e v = x (desconsideramos cons-
tante porque...)
Assim,
∫ ( ) ( ) ∫
( )

Para segunda integral, seja w = 1 + k²x² .: dw = 2.kx.dx

∫ ∫ | | | |
( )
Organizando,
∫ ( ) ( ) | |

2ª. QUESTÃO
Resolva, sendo n e m números inteiros e positivos, nos seguintes ca-
sos:
(a) m = n e (b) m ≠ n:
a) ∫ . / . /dx
b) ∫ . / . /dx
Solução:
Vamos deduzir as integrais de:
∫ ( ) ( ) ∫ ( ) ( )
Sabemos que:
i. ( )
ii. ( )
152
~  152  ~
iii. ( )
iv. ( )
Daí,
Somando (I) com (II), temos:
, ( ) ( )-
Somando (III) com (IV), temos:
, ( ) ( )-
Fazendo (IV) – (III), segue-se:
, ( ) ( )-
Ou seja, preparamos as integrais, considerando u = ax e v
= bx
∫ ( ) ( ) ∫ , ( ) ( ) -

Sabemos que ∫

( ) ( )
Assim, ∫ ( ) ( ) 0 1

E, ∫ ( ) ( ) ∫ , ( ) ( ) -

Sabemos que ∫
( ) ( )
Assim, ∫ ( ) ( ) 0 1

No caso do problema, considere a = 2πm/k e b = 2πn/k,


por conseguinte:
 Soma: a + b = 2(m + n)π/k
 Diferença: a – b = 2(m - n)π/k
Para os casos de m = n
∫ ( ) - usamos a relação fundamental da trigo-
nometria: sen²u + cos²u = 1 em conjunto com cos2u = cos²u –

153
~  153  ~
sen²u. Motivo: relacionar sen²u (ou cos²u) – expressão desco-
nhecida, com cos2u, a qual é conhecida a integral.
Daí, cos2u = 1 – 2sen²u. Ou seja, sen²u = (1 – cos2u)/2
Deste modo, ∫ ∫ ( )
. /
Por conseguinte, em ∫ ( ) seja u = ax. Assim,
du = a.dx
∫ ( ) ∫ ( *

Seja
( )
G(0) = C
( )
G(k) = +C
Logo g(k) – g(0) = k/2
Nota: sen(2πm) está no eixo dos cossenos… por isso vale 0.

Para item “b” no caso de m = n, segue-se:


∫ ( ) ( ) ∫ ( ) ( )

∫ ( ) ( )
Pelos argumentos anteriores, quando x = k... cos(2ax) = 1,
em particular, x = 0, segue-se mesmo resultado!
Logo, g(k) – g(0) = 0

Agora, m ≠ n
∫ . / . / – pois ficamos no
eixo dos cossenos...

154
~  154  ~
∫ . / . / pois ficamos no
eixo dos cossenos e...

3ª. QUESTÃO
Calcular o volume V da região obtida pela rotação em torno do eixo
y da função f(x) = e-x, desde x = 0 até x = ln2.
Solução:
Esta questão visa fixação das técnicas de integração.

∫ ( )

No caso, ∫
Da derivada do produto temos a integração por partes:
∫ ∫
Vamos deduzir ∫ . Seja u = x e considere dv =
ekxdx. Caso não faças tal escolha, a segunda integral ficará mais
trabalhosa (verifiquem!).
Assim:
De u = x, segue-se que du = dx.
De dv = ekxdx, segue-se que v = (1/k) ekx (a constante é des-
considerada...)
Substituindo,
⏞ ⏞
∫ ⏞ ∫ ⏞

Organizando, ∫ ( )
Assim, ∫ , ( )-
( )
Concluir as operações, lembrando que
.

155
~  155  ~
4ª. QUESTÃO
Seja f uma função suave (f e sua derivada f‟ são contínuas) em [a,b].
O comprimento de arco do gráfico de f de A(a,f(a)) à B(b,f(b)) é dado por:

∫ √ , ( )-
Encontre o comprimento do arco da curva 8y = x4 + 2x -2 do ponto
onde x = 1 ao ponto x = 2.
Solução:
O objetivo desta questão é mostrar que a escrita, quanto
mais simplificada for, mais detalhes comunica/informa.
Conforme expressão, devemos realizar os seguintes pro-
cedimentos:
i. Obter a derivada
ii. Elevar ao quadrado
iii. Somar “1”
iv. Extrair raiz quadrada
v. Integrar.
(i). . ERRO comum, é de-
senvolver esta soma. Não precisa, com efeito, é mais acessível
mexer com soma do que com produto.
(ii). ( ) . / . /. /

(iii). ( ) . / , “bas-
ta” comparar.
(iv) e (v): ∫ √ , ( )- ∫ . /

0 1

Concluir!
Viva a cada dia como se fosse o último... uma dia você acerta!
Até lá, viva com intensidade, respeitando os limites e valorizando as
potencialidades de cada um... só assim, 1 + 1 > 2.

156
~  156  ~
Este tópico trás a integração por substituição trigonométrica.
Apresenta outras técnicas a partir do tipo de função.

x
Considere: dx ;
x2 3

Solução.:
Ou recordamos as derivadas das funções trigonométricas
inversas para esta integral ou vamos recordar a técnica de inte-
gração conhecida como substituição trigonométrica:

Não esquecendo
Integrando Faça Pois
que
.(au)² = b².tg²x
√ .au = b.tgx .a²u² + b² = .du = (b/a).sec²x.dx
b².sec²x
.(au)² =
b².sec²x .du =
√ .au = b.secx
.a²u² – b² = (b/a).secx.tgx.dx
b².tg²x
.(au)² =
b².sen²x
√ .au = b.senx .du = (b/a).sec²x.dx
.b² – a²u² =
b².cos²x

157
~  157  ~
Assim, seja x = √ de onde dz = √
Por conseguinte, √ √
Fazendo as devidas substituições na integral, temos:
√ √
∫ ( *
√ √ √ √

Mais questões para fixação de ideias


2). dx ;
e 2x  1
Solução:
Notemos que e2x = (ex)². Assim, seja u = ex, por conse-
guinte, du = exdx
Desta feita, e2x – 1 = u²  1.
Logo, ∫ √ ∫ √ ∫ √ ( )

Lembremos que k = k.1 = k.(u/u), desde que u não seja


igual a zero. Assim, multiplicamos tanto o numerador quanto o
denominador por ex.

dx
3).  xnx;
Solução:
Dado que (lnx)‟ = 1/x, fazendo u = lnx, com du = dx/x,
temos:
∫du/u = ln|u| + C = ln|lnx| + C

e x dx ;
4).  e x 1
Solução:
Façamos v = ex + 1, daí, dv = exdx. Por conseguinte, ∫v-
1/2
dv =
2(ex + 1)1/2 + C

158
~  158  ~
x
5).  ex 2
dx;

Solução:
Consideremos v = x². Assim, dv = 2xdx e temos ∫e-vdv =
e-v + C
= e-x² + C

cosh e  x
6).  ex
dx;

Solução:
Conforme observamos, há composição. Assim, seja v = e-x
Por conseguinte, dv = e-xdx = dx/ex.
Logo, ficamos com: ∫coshv(dv) = senh(v) + C =
senh(e-x) + C

dx
7).  x senh 2
nx
;

Solução:
Consideremos v = lnx (pois está “dentro” da composição).
Daí, dv = dx/x.
Assim, ∫dv/senh²v = ∫cosech²vdv = cotgh(v) + C =
cotgh(lnx) + C...
Neste caso, podemos até desenvolver um pouco mais!

8). ∫
Solução:
Inicialmente, consideremos x ≠ 1 (por quê?)
Como o numerador tem grau maior que o denominador,
vamos dividir polinômios.
Obs.: Caso precisemos, podemos usar a soma de integrais.
Neste caso em particular, lembrar produtos notáveis: x³ +
1 = x³ + 1³.

159
~  159  ~
Como a³ + b³ = (a + b)(a² – ab + b²), segue-se que x³ + 1
= (x + 1)(x²  x + 1).
Por conseguinte, (x³ + 1)/(x + 1) = x²  x + 1.
Logo a integral fica: ∫( x²  x + 1)dx = x³/3 – x²/2 + x + C

2  n 2x  dx;
9).  x(1  nx)
Solução:
Aparecendo lnx no integrando e x no denominador... fa-
zemos z = lnx e dz = dx/x.
Assim a integral fica: ∫ .
Estratégias:
i. Dividir polinômios.
ii. Mexer com a expressão: notemos que 2 – z² = 1 +
(1 – z²) =
1 + (1 – z)(1 + z).
Daí, 2 – z² ao ser dividido por 1 + z equivale a:
( )( )

Comparemos o resultado obtido em cada uma das estraté-


gias... é o mesmo!
Assim, a integral resulta em ln|1 + z| + z – z²/2 + C
= ln|1 + lnx| + lnx – (lnx)²/2 + C

x 1
10). x 2
 2x  2
dx;

Solução:
Notemos que x²  2x + 2 = x²  2x + 1 + 1 = (x – 1)² + 1.
Fazendo z = x – 1, temos que dz = dx.
Daí, ∫ ∫( ) ∫ ∫

160
~  160  ~
Obs.: Acrescentaremos “C” só no final...
A integral da direita do “+” é 2.arctgz = 2.arctg(x – 1).
Já a da esquerda, se u = z² + 1, então du = 2zdz e ficamos
com ∫du/2u = ´.ln|u|
Voltando para z: ½.ln|z² + 1| - o módulo pode ser reti-
rado... por qual motivo?
Voltando para x: ½.ln|(x – 1)² + 1| = ½.ln|x²  2x + 2|
Por fim, ½.ln|x²  2x + 2| + 2.arctg(x – 1) + C

dx
11).  2 e 2 x  1
;

Solução:
Vamos desenvolver...
∫ ∫ ∫
√ ( ) √ ( )

( )


√ ( )

Diante da composição mais interna, seja u = ex, por con-


seguinte, du = exdx.
Assim, ∫

Faremos agora substituição trigonométrica: u = √ .


Com efeito, 2 – u² = 2 – 2sen²v = 2cos²v.
Além disso, du = √
Por conseguinte,

∫ ∫ . /
√ √
. /

161
~  161  ~
dx
12).  6
x5  x
;

Solução:
Como há raiz quadrada e raiz sexta e o m.m.c. entre “2” e
“6” é “6”, seja x = z6.
Por conseguinte, dx = 6z5dz.
Daí,
∫ √( √
∫ ∫ ∫.
)

/ ( )

Lembrando que fizemos divisão de polinômios, ou, de ma-


neira equivalente, reescrevemos o numerador como z² + 1 – 1.
Voltando para a variável x... ( √ √ ) .

162
~  162  ~
Integrais impróprias são integrais sendo que um dos limi-
tes de integração é ∞ ou +∞ ou quando há valores de descon-
tinuidade da função dentro do limite de integração. Várias são
suas aplicações, conforme apresentadas em breve.
Como estratégia: fazer mudança para tornar a integral definida!
Exemplos: ∫ ∫ ou como
no caso abaixo:

Motivação:
Astrônomos usam uma técnica chamada estereografia estelar
para determinar a densidade de estrelas em um aglomerado estelar
a partir da densidade (bidimensional) observada, que pode ser ana-
lisada a partir de fotografia. Suponha que em um aglomerado esfé-
rico de raio R a densidade de estrelas dependa somente da distância
x do centro do aglomerado. Se a densidade estelar aparente for
dada por y(a), onde “a” é a distância planar observada do centro do
aglomerado e f(x) é a densidade real, então pode ser mostrado que:
( ) ∫ ( )

Ache a densidade aparente se a densidade real for


f(x) = (R – x)²/2.

163
~  163  ~
Solução:
ERRO: NÃO CONSIDERAR INTEGRAL IMPRÓ-
RIA, porque x > a.
( )
Queremos: ∫ √ . Notem que é uma integral
imprópria. Com efeito, o domínio tem que satisfazer: x²  a² > 0. Ou seja,
x < a (desconsiderado!!!) ou x > a
Desta feita, “excluímos” o valor de “a” substituindo-o por “b”. As-
sim, a integral fica própria. O resultado final será em função de b. Por fim,
basta fazer b  a por valores maiores que “a”:
( )
( ) ∫

Inicialmente, resolver a integral indefinida.
Estratégias: ou desenvolver o produto notável e, em seguida, usar o
fato de que a integral da soma é a soma das integrais, ou substituição trigo-
nométrica. Lembrando que, por ser integral definida, as constantes em cada
caso serão desconsideradas (Por quê?)
Neste segundo caso, seja x = a.sect.
Daí, x²  a² = a²sec²t – a² = a²(sec²t – 1) = a².tg²t.
E, dx = a.sect.tgt.dt
Por conseguinte,

( ) ( )
∫ ∫

Simplificando e desenvolvendo, temos:


∫ ( )
Usando o fato de que a integral da soma é a soma das integrais, e,
para melhor compreensão , isolando cada integral a ser calculada, temos:
Caso I: ∫
Caso II: ∫
( | |)

164
~  164  ~
Caso III: ∫ ∫( )

Neste caso, usamos o fato de uma das sec²t ser 1 + tg²t, pelo motivo
de conhecermos a derivada de tgt.
Daí, (∫ ∫( ) )
. /
Fizemos a seguinte substituição “mental” u = tgt .: du = sec²tdt, fi-
cando com a integral de u²...
Agora, retornar para variável x:
Como x = a.sect, temos sect. = x/a e, de sec²t = 1 + tg²t, temos,
considerando a raiz positiva (por quê?):

√ √

Logo, cada caso fica:



Caso I: √

√ √
Caso II: ( | |*


4 5

Caso III ( , √ . /

Optamos por não desenvolver mais, antes de aplicar limites de inte-


gração, por crermos que fica mais fácil a visualização de alguns “cortes”!

De ∫ ( ) ( ) ( ) ( ) ( ), bem
como, fazendo b aproximar-se de a por valores maiores que a, isto é “b 
a+” temos que b²  a²  0. Não esquecendo que ln1 = 0. Por conseguinte,

√ 4 5 | |

165
~  165  ~
Ou seja, reorganizando:

√ 4 5 | |

2ª. Questão
Encontre o comprimento de arco de (a) x2/3 + y2/3 = 1 de (0, 1) a (1, 0).
Solução:
Como ∫ √ , ( )- , segue-se:
2/3 2/3
i. x + y = 1. Derivando ambos os membros da
igualdade em relação à variável x,
, é claro, desde que y seja diferente
de zero!

ii. ( ) 4 5 , usando propriedades das


potências.
iii. ( ) , desde que
x ≠ 0.
iv. √ ( ) √

v. ∫ √ , ( )- ∫

vi. 0 1 0 1 – inte-
gral imprópria.

3ª. Questão:
Calcule ∫ .
Solução:

166
~  166  ~
∫ ∫ , - , -

4ª. Questão:
Quando queremos calcular a área da superfície de um sólido de revo-
lução em um intervalo [a, b], com f(x) ≥ 0, usamos:
∫ ( ) √ , ( )- .
Deduza a área de: (A) um cone circular reto. (B) uma esfera
Solução:
Faremos item (b).
Usaremos simetria considerando x² + y² = R², com x ≥ 0
e y ≥ 0. O resultado final será multiplicado por dois. Vide a dedu-
ção do volume da esfera.

∫ ( ) √ , ( )- ⏞ ∫ √ ( )

Onde (*) tem os seguintes procedimentos:


i. Derivação implícita: (x² + y²)‟ = (R²)‟
 2x + 2y.y‟ = 0  y‟ = x/y.
ii. (y‟)² = x²/y²
iii. , ( )-
desde que y ≠ 0.
iv. √ , ( )- √
v. ( ) √ , ( )-
√ , ( )- desde que y ≠ 0.

Ora, y ≠ 0 se, e somente se, x ≠ R.


∫ , -
, -

167
~  167  ~
Nesta última etapa, faremos uma revisão geral daquilo que
aprendemos. Alguma novidade será inserida.

1ª. Questão:
Fazer um esboço do gráfico de ( ) .
Solução:
Apresentaremos o segundo caso das Regras L‟Hopital.
Só podemos usar diretamente se tivermos .
Lembrando que para esboçar o gráfico de uma função
precisamos realizar os seguintes procedimentos: (1) Encontrar
seu domínio; (2) Analisar o que ocorre com a função nos extre-
mos de seu domínio; (3) Determinar intervalos de crescimento
ou decrescimento e (4) Intervalos com concavidade para cima
ou para baixo.
(1) Domínio: - ,.
(2) Extremos: (pois algo muito gran-
de, positivamente, elevado a outro valor também muito grande,
só pode resultar em algo muitíssimo grande).

Já, que é indeterminação! Com efeito,


se k > 0, segue-se que 0k = 0 e k0 = 1. É indeterminação porque
não é possível determinar a priori qual valor da expressão.

168
~  168  ~
E agora? Diretamente não podemos usar L‟Hopital. Te-
mos uma potência! Por sua vez, há uma função que transforma
potência em produto (e do produto já sabemos gerar quocien-
te)...
Seja z = xx. Assim, aplicando “ln” em ambos os membros
da igualdade, temos: lnz = lnxx = x.lnx. Ou, de maneira equiva-
lente, .
( *
Assim, .
Por conseguinte, basta calcular
⏞ . Usamos inicialmente
divisão de frações (1/x) por (-1/x²), simplificamos e chegamos
ao resultado. Favor verificar contas!

Deste modo, .
Cuidado! Tivemos um exemplo tal que 0 = 1. Em breve faremos
0

outros exercícios que resultarão em valores distintos do “1”.

(3) Intervalos onde função cresce ou decresce.


Precisamos analisar a derivada primeira. Usaremos
( ) .
Lembrar que (eu)‟ = eu.u‟ se u = u(x).
Assim, ( ) ( )
,( ) ( )-
Daí, ( ) 0 1 ( ).
Fazendo f‟(x) = 0, segue-se que 1 + lnx = 0  lnx = –1
 x = e-1.
Se 0 < x < e-1  supor x = e-2, daí, 1 + lnx = 1 + lne-2 = 1 –
2 = –1. Logo, a função é decrescente neste intervalo. Obs.: eu > 0 qual-
quer u...
Se x > e-1  supor x = 1, daí, 1 + lnx = 1 + ln1 = 1 + 0 =
1. Logo, a função é crescente neste intervalo.

169
~  169  ~
(4) Concavidade está associada a derivada segunda.
Como ( ) ( )
Segue-se que ( ) ( ) ( )
( )
Desenvolvendo, ( ) ( )
( )
Organizando, ( ) 0( ) 1.
Notar que f‟‟(x) > 0 para x > 0. Ou seja, concavidade
sempre para cima.
Por fim, favor construir o gráfico... dica: para parte de uma pará-
bola.

2ª. Questão
Calcule ( ) .
Solução:
Repare que, ao substituirmos a variável pelo valor a qual
ela tende, obtemos 0∞.
Também é indeterminação. Por quê?
Reescrevendo o limite,
( ) | |

Ou seja, calcular | | que será o ex-

poente de “e”.
| |
Assim, | |

Lembrando: tgx = 1/(1/tgx) = 1/cotgx.


Portanto,
| | ( ) ( )
⏞ ⏞

170
~  170  ~
Usando mais uma vez a regra de L‟Hopital:
( )( ) ( )
( )

( )( ) ( )
Daí, .

Finalmente, no limite, temos: e∞  0.

3ª. Questão:
Calcule as integrais:

a) ∫
b) ∫√
c) ∫√
d) ∫
e) ∫
f) ∫ √
Solução:
UMA Solução:

Item (a): ∫

Note que podemos reescrever a integral explicitando


composição:
. /

Seja q = 1 – 1/x = 1 – x-1.: dq = x-2dx
. /
∫ ∫( * ∫

171
~  171  ~
Organizando e voltando...

( *

Para as integrais dos itens (b) e (c), vamos mexer na “es-


sência”:
9x² + 6x = (3x)² + 2.(3x).1
9x² + 6x = (3x)² + 2.(3x).1 + 1²  1²
9x² + 6x = (3x + 1)²  1.
Assim,
∫√ ∫ √( )

Ou faz mudança inicial para visualizar substituição ou vai


“direto”: secy = 3x + 1.
Com efeito, (3x + 1)²  1 = sec²y – 1 = tg²y.
Não obstante, derivando x em relação y, dx =
(1/3)secy.tgy.dy
Assim,
∫ √( ) ∫ ∫

Organizando, secy.tg²y = secy.(sec²y – 1) = sec³y – secy.


Já sabemos,
∫ | |

∫ ( | |)
Agora, é só organizar.
∫√ ∫ √,( ) -

∫ √( )

172
~  172  ~
Ou faz mudança inicial para visualizar substituição ou vai
“direto”: 3x + 1 = tgy
Com efeito, (3x + 1)² + 1 = tg²y + 1 = sec²y.
Não obstante, derivando x em relação y, dx =
(1/3)sec²y.dy
Assim,
∫ √( ) ∫ ∫
...
Para as integrais dos itens (d) e (e), vamos mexer na “es-
sência”:
25x² + 20x = (5x)² + 2.(5x).2 = (5x)² + 2.(5x).2 + 2²  2²
= (5x + 2)²  4.
Assim,
25x² + 20x + 5 = (5x + 2)²  4 + 5 = (5x + 2)² +1
25x² + 20x + 3 = (5x + 2)²  4 + 3 = (5x + 2)²  1.
Fazendo z = 5x + 2... dz = 5dx
Daí, (1/5)arctgz + C e (1/5)argtghz + C (é só organizar!)

∫ ∫ ∫
√ √ √

Para a primeira faça u = 1 – x². Para a segunda, considere


z = arcsenx...
∫ ∫( ) √

∫ ∫

Outra ideia, considere x = senb – motivada a mudança pe-


la raiz quadrada do denominador.
1 – x² = 1 – sen²b = cos²b.
E, dx = cosb.db

173
~  173  ~
Não obstante, b = arcsenx
∫ ∫

∫( )
Voltando... segue resultado!

4ª. Questão
Obter área da superfície gerada pela rotação em torno do eixo x de
com y > 0 e 0 < a < b.
Solução:
Sabemos que a área de superfície de revolução é dada por:

∫ ( ) √ , ( )-

Podemos optar por derivar explícita ou implicitamente.


Note que b²x² + a²y² = a²b² é expressão equivalente
(mais fácil de ser manipulada)
Derivando em relação à variável x, 2b²x + 2a²y.y‟ = 0 .:

Assim, 1 + (y‟)² = . /

Deste modo, √ ( ) √

Vamos mexer com a4y² + b4x².


De b²x² + a²y² = a²b² , segue-se que a²y² = a²b² - b²x².
Assim, a4y² = a²(a²y²) = a²(a²b²  b²x²) = b²(a4  a²x²).
Por conseguinte, a4y² + b4x² = b²(a4  a²x²) + b4x² = b²[a4
+ (b²  a²)x²]
Logo,

174
~  174  ~
√ √( ) ( )

Considerando c² = b²  a².
Organizamos para visualizar constante mais (+) variável
ao quadrado...

∫ ( ) √ , ( )- , ( ) ( )-

Onde,
√( ) ( )
( ) ∫ √ ( ) ∫

Organizando,
( ) ∫ √( ) ( )

Há uma raiz quadrada... como dispomos de tabelas, subs-


tituição trigonométrica.
Seja cx = a²tgq.
Com efeito, a4 + (cx)² = a4 +a4tg²q = a4sec²q
E,
√( ) ( ) √

Não obstante,

Assim,
( ) ∫ √( ) ( )
Fica,

175
~  175  ~
∫ ∫

Ou seja,
[ ( | |)]
Desconsiderando constante... (alguém recorda o motivo?)
Retornando para variável x, sabendo que:
√( ) , -
1.
2.
Ou seja,
√( ) ( ) √( ) ( )
( ) ( | |+

Percebam que g(0) = 0 (verifiquem! Não esquecendo que ln1 = 0...)


Finalmente,
√( ) ( )
, ( ) ( )- [

√( ) ( )
| |]

Isto é,
√ ( ) √ ( )
[ √ | √ |]

Lembrar que c² = b²  a², logo, b² = a² + c²


[ √ | √ |]

176
~  176  ~
5ª. Questão
Muitos problemas nas engenharias estão atrelados às equações dife-
renciais. Uma estratégia para resolução é usar a Transformada de Laplace,
a qual é definida como a integral (quando converge):
* ( )+ ∫ ( )
Com t ≥ 0 e “s” é parâmetro a ser determinado.
Encontre: (a) L{1}; (b) L{t} e (c) L{sent}.
Solução:
Item (a)

* + ∫ ( ) ∫ [ ]
Note que se s < 0, então bs  ∞ e o limite diverge. As-
sim, seja s > 0. E, bs  0. Por conseguinte: 0 1

0 1

Item (b), com s > 0 pelos mesmos argumentos do item


anterior.
* + ∫ ( ) ∫ [ ( *]

Com efeito, ∫ . / com k = s.


Organizando o limite, recordando que , ( )- ( ) ( )

[ ( *] [ ( * ]

[ ]

Entendendo: reorganizamos o produto, transformando-o


em um quociente para fazer uso de L‟Hopital.

177
~  177  ~
Item (c)
* + ∫ ( ) ∫ , ( ) ( )-

Como esta integral é um pouco mais cheia de detalhes,


dado que
∫ ( )

No caso, a = s.
Assim, desconsiderando constante em virtude da integral
definida.
( ) ,( ) -
Daí, g(0) = pois sen0 = 0 e cos0 = 1.
E,
( ) ,( ) -
Usando o seguinte resultado: Se h(x) é limitada (no caso,
funções trigonométricas seno e cosseno são limitadas) e p(x)  0 (no
caso, tende para zero, com s > 0), então h(x).p(x)  0
Logo, L{sent} = 1/(1 + s²)

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