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IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS E AVALIAÇÃO DA IMPLEMENTAÇÃO DO

PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RISCOS EM LAVRAS


GARIMPEIRA DE GEMAS: AS AMETISTAS DE SENTO SÉ -BA

RISK IDENTIFICATION AND EVALUATION OF THE IMPLEMENTATION


OF THE RISK MANAGEMENT PROGRAM IN LAVRAS GARIMPEIRA DE
GEMAS: THE AMBETISTS OF SENTO SÉ -BA

RESUMO

O Presente trabalho buscou trazer informações inerentes a atividade minerária, na forma


de garimpagem, de extração de ametistas do município de Sento Sé – BA com intuito de
identificar os agentes de riscos inerentes a atividade, avaliando o grau de atendimento a
alguns itens da Norma Regulamentadora 22 e propondo um plano de Gerenciamento de
Riscos alicerçando-se na Norma Regulamentadora 09. Para essa avaliação foi definido
uma nota de atendimento aos quesitos selecionados, variando de 1 a 5, onde: 1 significa
o pior atendimento, esse classificado como de grau inaceitável; e 5 quando possivelmente
for enquadrado como excelente. Em seguida foi apresentado um quadro resumido com a
avaliação global, sendo definido que a atividade se encontra em exercício de maneira
inaceitável levando em consideração as NR’s estudadas. Por fim foi apresentado
instruções para atenuar os efeitos dos agentes de riscos, apresentando recomendação para
que a atividade melhore seu grau de atendimento.

Palavras-chave: Plano de Gerenciamento de Riscos, Mineração de Ametistas, Riscos na


Mineração de Ametistas.

ABSTRACT

The present work sought to bring information inherent to the mining activity, in the form
of mining, to extract amethysts from the municipality of Sento Sé - BA in order to identify
the risk agents inherent to the activity, evaluating the degree of attendance to some items
of the Regulatory Norm 22 and proposing a Risk Management plan based on Regulatory
Standard 09. For this evaluation, a note was defined to serve the selected items, ranging
from 1 to 5, where: 1 means the worst service, which is classified as unacceptable ; and 5
2

when possibly framed as excellent. Next, a summary table with the overall evaluation
was presented, and it was defined that the activity is in an unacceptable way taking into
account the NR's studied. Finally, instructions were presented to mitigate the effects of
risk agents, with a recommendation that the activity improve its level of care.

Keywords: Risk Management Plan, Amethyst Mining, Risks in Amethyst Mining

1 INTRODUÇÃO

O Programa de Gerenciamento de Riscos tem como finalidade preservar a vida e


evitar danos às pessoas, como também a necessidade de se manter sob controle todos os
agentes ambientais, com monitoramentos periódicos, levando-se em consideração a
proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. Busca-se também, evitar danos à
propriedade e a paralisação da produção, através da identificação de fatores de risco,
avaliação e consequente controle dos riscos ambientais existentes ou que venham a existir
no ambiente de trabalho1. Compete ao profissional habilitado realizar a pré-seleção de
quais riscos ou de quais medidas de controle serão mais adequados e propícios para a
realidade da atividade.
A Lavra Garimpeira se caracteriza por ser uma modalidade de extração de
substâncias minerais com aproveitamento imediato do jazimento mineral que, por sua
natureza, sobretudo seu pequeno volume e a distribuição irregular do bem mineral, não
justificam, muitas vezes, investimento em trabalhos de pesquisa, tornando-se, assim, a
lavra garimpeira a mais indicada2. A Lavra Garimpeira de Ametistas de Sento Sé – BA é
desenvolvida por trabalhadores individuais, ou de forma coletiva através de cooperativa,
onde a retirada dos “piões” (Figura 1) é realizada predominantemente de forma manual,
por catação, e a abertura dos Shafts (Figura 2) são feitas com auxílio de ferramentas de
pequeno porte, como: picaretas, marretas e enxadas. Eventualmente faz-se o uso de
explosivos (Figura 3) para o rompimento das camadas mais profundas e mais resistentes,
viabilizando, dessa maneira, o efetivo avanço da frente de lavra. O transporte do material
bruto é realizado com carros de mão, onde são armazenados em locais próximos, e por
veículos automotores, quando esses são levados para a sede do município para serem
beneficiados3. No Beneficiamento, os piões são martelados para retirada das imperfeições
(fraturas e trincas) e do quartzito incrustrado, para que então possam ser lapidados. Nesse
3

processo de transformação, há uma perda de 75%, em média, desde a peça original até o
produto final (Figura 4).

Figura 1 – Pião retirado do Garimpo Figura 2 – Shaft (Boca de Serviço)

Fonte: Autor, 2018. Fonte: Autor, 2018.

Figura 3 – Explosivos Figura 4 – Produto Final

Fonte: Google Images, 2018. Fonte: Autor, 2018.

Apesar de ser caracterizada como uma atividade de pequeno porte, médio grau
poluidor e de impacto ao meio físico de baixa relevância3, a operação mobiliza uma
grande quantidade de pessoas, que estão expostos a riscos ambientais. Além disso, como
o garimpo não é legalizado, não há fiscalização do exercício das atividades pelos órgãos
fiscalizadores competentes, fazendo com que a preocupação com a segurança no
ambiente de trabalho seja negligenciada, pois ao ignorar as normas, o custo de produção
é efetivamente reduzido. É por esse motivo que buscou-se realizar um estudo de
identificação dos riscos presentes nessa atividade, a fim de definir um programa de
gerenciamento que possa ser seguido pelos garimpeiros, para que os riscos inerentes ao
desenvolvimento dos serviços sejam minimizados ao máximo possível.
4

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Risco Ambiental

Riscos ambientais de trabalho podem ser agentes físicos, químicos ou biológicos,


riscos de acidentes e riscos ergonômicos, que podem causar danos à saúde do profissional
em função da sua natureza, concentração, intensidade, tempo de exposição ou falta de
equipamentos de proteção apropriados3.
Agentes físicos: ruídos, vibrações, pressões anormais, temperaturas
extremas, radiações, etc.;
Agentes químicos: poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases, vapores
que podem ser absorvidos por via respiratória ou através da pele, etc.;
Agentes biológicos: bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários,
vírus, entre outros;
Riscos de acidentes: arranjo físico inadequado, máquinas e
equipamentos sem proteção, ferramentas inadequadas ou defeituosas,
Iluminação inadequada, eletricidade, probabilidade de incêndio ou
explosão, armazenamento inadequado, animais peçonhentos, entre
outras situações de risco que poderão contribuir para a ocorrência de
acidentes;
Riscos ergonômicos: esforço físico intenso, levantamento e transporte
manual de peso, exigência de postura inadequada, controle rígido de
produtividade, imposição de ritmos excessivos, jornadas de trabalho
prolongadas, monotonia e repetitividade, além de outras situações
causadoras de estresse físico e/ou psíquico.

2.2 Análise de Risco Ambiental

A Análise de Riscos Ambientais é uma espécie de estimativa prévia da


probabilidade de ocorrência de um acidente e a avaliação das suas consequências sociais,
econômicas e ambientais5. Dessa maneira, essa análise versa sobre a identificação de
situações de risco em um empreendimento em funcionamento, bem como da
caracterização das consequências potencias ao meio ambiente, à comunidade, ao
empreendimento e seus funcionários, caso o acidente ocorra. É empregado em
empreendimentos de médio e grande porte, incluindo projetos de mineração. A análise
deve ser instrumento permanente nos programas de gerenciamento ambiental,
principalmente nas atividades que se encontrem em áreas onde os processos do meio
físico possam acarretar acidentes, como é o caso do objeto em estudo.
5

2.3 Normas Regulamentadoras NR-22 e NR-09

Segundo o Ministério do trabalho a NR-22 tem por objetivo disciplinar os


preceitos a serem observados na organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar
compatível o planejamento e o desenvolvimento da atividade mineira com a busca
permanente da segurança e saúde dos trabalhadores, sendo assim, aplicado ao garimpo
em todas suas fases: pesquisa, lavra e beneficiamento3.
Já a NR-09 estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte
de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados,
do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, visando à preservação da saúde
e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e
consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a
existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e
dos recursos naturais3.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Localização e Acesso

O trabalho foi realizado no município de Sento Sé, mais precisamente na Serra da


Quixaba, localizado na região de planejamento do Baixo Médio São Francisco do Estado
da Bahia, limitando-se a leste com Sobradinho e Campo Formoso, a sul com Umburanas,
Morro do Chapéu, São Gabriel e Jussara, a oeste com Itaguaçu da Bahia e Pilão Arcado,
e a norte com Remanso e Casa Nova4. Como pode ser observador na Figura 5 referente
ao mapa de localização.
6

Figura 5 - Mapa de Localização.

Fonte: autor, 2018.

A área central do garimpo, está localizado a uma distância de 56 km da sede de


Sento Sé. Para chegar até lá, deve-se seguir pela BA-210 em direção ao município de
Sobradinho-Ba, percorrendo, nesse trajeto, 43 km sobre rodovia pavimenta até convergir
a direita e seguir por 13 km de estrada de terra.

3.2 Procedimento de Avaliação

Para realização desse trabalho, foi feita uma visita à campo nos dias 11 e 12 de
junho do corrente ano, onde foram observadas e registradas com fotografias as condições
de higiene e segurança, estritamente da área de garimpo, que pudessem comprometer a
saúde e o bem-estar das pessoas envolvidas. Logo em seguida, foram identificados os
agentes de riscos presentes relacionando com cada etapa da atividade. Para desenvolver
o Plano de Gerenciamento de Riscos foi necessário conhecer todo processo de extração
de ametistas, observando as fontes geradoras de riscos e seus agentes passivos,
alicerçando-se nas normas regulamentadoras que versam sobre os cuidados referentes à
segurança e saúde ocupacional na mineração (NR-22) e aos Programas de Prevenção de
Riscos Ambientais (NR-9). Para realizar essa avaliação foi atribuído uma nota entre 1 e
5, para definir o grau de relevância de cada item estudado, onde: 1 corresponde a
7

Inaceitável; 2-Insatisfatório; 3-Médio; 4-Bom; 5-Excelente. Ao final foi realizado uma


média aritmética de todos os itens avaliados, classificando a atividade quanto ao grau de
atendimento ao gerenciamento de riscos. A partir daí foi proposto medidas de gestão
visando diminuir a probabilidade de dano que pudessem ser causados por cada um desses
agentes.

3.3 Identificação dos Agentes de Riscos.

Para identificação dos Agentes de Riscos, levou-se em consideração a Área


Diretamente Afetada (ADA), contornada pela linha de cor verde, presente na Figura 6,
cuja a área é alvo de intervenção direta com a instalação das estruturas e infraestruturas
de apoio4.

Figura 6 – Áreas de Influência Direta e Diretamente Afetada

Fonte: Autor, 2018.

3.3.1 FÍSICO:

Ruído - Causado pelos motores das máquinas e equipamentos de carregamento de


transporte.
8

Vibração - Devido a circulação e funcionamento de equipamentos, e proveniente


de detonações.
Calor - Em função da proximidade dos motores das máquinas e da própria
temperatura externa a que operador fica exposto.
Umidade - Presente principalmente no interior dos Shafts, onde inexiste aeração
adequada.

3.3.2 BIOLÓGICO:

Venenos - Como se trata de uma atividade numa região de caatinga com presenças
de animais peçonhentos como: serpentes, abelhas, aranhas, escorpiões e morcegos, o risco
associado é grande.
Contaminação – Contaminação por vírus, bactérias, fungos e parasitas em
decorrência da alta densidade populacional na região e condições sanitárias adversas.

3.3.3 QUÍMICO:

Poeiras – Como se trata de carregamento de um garimpo de ametistas encrustadas


em quartzitos, essa operação gera poeira de Sílica (SiO2 ). A sílica livre em granulometria
muito fina, na faixa de 5 a 10 mícron pode penetrar através das vias respiratórias atingindo
os pulmões, podendo causar a doença profissional denominada pneumoconiose.

3.3.4 ERGONÔMICO:

Exigência de postura inadequada - A operação de transporte com carros de mão,


assim como a escavação realizados com picaretas e auxilio de rompedores como
marteletes, por exemplo, exige a utilização das mãos e pés do operador para o seu efetivo
funcionamento, o que facilmente leva a uma situação de postura inadequada.

3.4 Avaliação de Riscos Baseado na NR-22.

Para Avaliação de Riscos foi levado em consideração a probabilidade eminente


da ocorrência de um acidente a partir do descumprimento dos itens mais relevantes da
Norma Regulamentadora 22.
9

3.4.1 ORGANIZAÇÃO DO LOCAL DE TRABALHO.

A NR-22.6 diz que: Os locais de trabalho devem ser concebidos, construídos,


equipados, utilizados e mantidos de forma que os trabalhadores possam desempenhar as
funções que lhes forem confiadas, eliminando ou reduzindo ao mínimo, praticável e
factível, os riscos para sua segurança e saúde. E que esses locais sejam projetados e
instalados segundo princípios ergonômicos4.

Figura 6 – Local de Trabalho

Fonte: Autor, 2018.

Como pode ser observado na Figura 7, em relação a organização do local de


trabalho, são percebidas: instalações de máquinas, acampamentos e equipamentos de
maneira difusa, sem organização adequada o que diminui eficiência das operações
inerentes a atividade e aumenta a possibilidade de acidentes físicos; refeitório próximo as
bocas de serviços, propiciando a contaminação por material particulado; ausência de
banheiro químico e bebedouro com água potável, o que aumenta a probabilidade de
contaminação por dejetos sanitários despejados4. Em termos de organização pode-se
classificar o ambiente como inaceitável (Grau 1).

3.4.2 CIRCULAÇÃO E TRANSPORTE DE PESSOAS E MATERIAIS.

Segundo a NR-22.7 toda mina deve possuir plano de trânsito estabelecendo regras
de preferência de movimentação e distâncias mínimas entre máquinas, equipamentos e
veículos compatíveis com a segurança, e velocidades permitidas, de acordo com as
condições das pistas de rolamento5. Como pode ser observado na Figura 7, a disposição
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de máquinas e equipamentos são totalmente desprovidas de critérios e postas de maneira


difusa, o que leva a classificar esse item como inaceitável (Grau 1).

Figura 7 – Disposição de Máquinas e Equipamentos

Fonte: Autor, 2018.

3.4.3 MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, FERRAMENTAS E INSTALAÇÕES.

Já no que diz respeito a NR-22.11 onde todas as máquinas, equipamentos,


instalações auxiliares e elétricas devem ser projetadas, montadas, operadas e mantidas em
conformidade com as normas técnicas vigentes e as instruções dos fabricantes e as
melhorias desenvolvidas por profissional habilitado, encontram-se minimamente
atendidas uma vez que, as instalações auxiliares e elétricas são feiras de maneira
improvisadas5, considerando esse item como insatisfatório (Grau 2).

3.4.4 EQUIPAMENTOS DE GUINDAR.

Conforme a NR-22.12 Os equipamentos de guindar devem possuir: indicação de


carga máxima permitida e da velocidade máxima de operação e dispositivos que garantam
sua paralisação em caso de ultrapassagem destes índices; indicador e limitador de
velocidade para máquinas com potência superior a quarenta quilowatts; em subsolo,
indicador de profundidade funcionando independente do tambor; freio de segurança
contra recuo, e freio de emergência quando utilizados para transporte de pessoas5. Como
pode ser visto na Figura 8 inexiste qualquer menção aos critérios determinados pela NR-
22.12 o que leva a classificar esse item como inaceitável (Grau 1)
11

Figura 8 – Equipamentos de Guindar

Fonte: Autor, 2018.

3.4.5 PROTEÇÃO CONTRA POEIRA MINERAL

A NR-22.17 define que nos locais onde haja geração de poeiras na superfície ou
no subsolo, a empresa ou Permissionário de Lavra Garimpeira deverá realizar o
monitoramento periódico da exposição dos trabalhadores, através de grupos homogêneos
de exposição e das medidas de controle adotadas, com o registro dos dados. Também
deve estar disponível água em condições de uso, de forma a impedir a dispersão da de
poeiras nos postos de trabalho, onde rocha ou minério estiver sendo perfurado, cortado,
detonado, carregado, descarregado ou transportados6.
A não observância da presença de água em abundância para a realização de tal
procedimento faz qualificar esse item como inaceitável (Grau 1).

3.4.6 SINALIZAÇÃO DE ÁREAS DE TRABALHO E DE CIRCULAÇÃO

A NR-22.19 diz que as vias de circulação e acesso das minas devem ser sinalizadas
de modo adequado, para a segurança dos trabalhadores. As áreas de utilização de material
inflamável, assim como aquelas sujeitas à ocorrência de explosões ou incêndios devem
estar sinalizadas, com indicação de área de perigo e proibição de uso de fósforos, de fumar
ou outros meios que produzam calor, faísca ou chama6. Na Figura 9 é perceptível a falta
de cumprimento dessa norma, uma vez que recipientes de combustível se encontram
próximo a cozinha improvisada, devendo assim esse item ser classificado como
inaceitável (Grau 1).
12

Figura 9 – Presença de calor próximo a recipiente combustível.

Fonte: Autor, 2018.

3.4.7 OPERAÇÕES COM EXPLOSIVOS E ACESSÓRIOS

Conforme a NR-22.22, as operações envolvendo explosivos e acessórios devem


observar as recomendações de segurança do fabricante, sendo que o manuseio e utilização
de material explosivo devem ser efetuados por pessoal devidamente treinado,
respeitando-se as normas do Departamento de Fiscalização de Produtos Controlados do
Ministério da Defesa, e que o plano de fogo para tal operação deve ser elaborado por
profissional legalmente habilitado6. Na atividade em estudo não há qualquer uso de
explosivos de forma regular, uma vez que para aquisição desse material a empresa ou
cooperativa deve está registrada nos órgãos de controle de explosivos (Exército e Policia
Civil da Bahia), como a atividade não se encontra legalizada esses insumos são adquiridos
de forma clandestina, sendo assim esse item de ser classificado como inaceitável (Grau
1).

3.4.8 VENTILAÇÃO EM ATIVIDADES DE SUBSOLO

A NR-22.24 diz que as atividades em subsolo devem dispor de sistema de


ventilação mecânica que atenda aos seguintes requisitos: suprimento de oxigênio;
renovação contínua do ar; diluição eficaz de gases inflamáveis ou nocivos e de poeiras do
ambiente de trabalho; temperatura e umidade adequadas ao trabalho humano e ser
mantido e operado de forma regular e contínua6. No garimpo em estudo possui shafts com
13

profundidade de até 40 metros, apesar de não ser tão profundo como as minerações
subterrâneas convencionais, as suas dimensões são extremamente reduzidas o que
favorece a baixa oxigenação para os trabalhadores que exercem a escavação, o que pode
proporcionar um grande desconforto e em caso mais extremos asfixiação por conta do
ambiente confinado. Essa situação é classificada como inaceitável (Grau 1)

3.4.9 INFORMAÇÃO, QUALIFICAÇÃO E TREINAMENTO

O Permissionário de Lavra Garimpeira deve proporcionar aos trabalhadores


treinamento, qualificação, informações, instruções e reciclagem necessárias para
preservação da sua segurança e saúde, levando-se em consideração o grau de risco e
natureza das operações. Esse treinamento abordará, no mínimo, os seguintes tópicos:
treinamento introdutório geral com reconhecimento do ambiente de trabalho e
treinamento específico na função que consistirá de estudo e práticas relacionadas às
atividades a serem desenvolvidas, seus riscos, sua prevenção, procedimentos corretos e
de execução, é o que rege a NR-22.356. No garimpo não há qualquer sala ou local para
treinamento e qualificação de profissionais, a execução das atividades é coordenada de
maneira empírica por indivíduos que nasceram e cresceram no ambiente de garimpo.
Dessa maneira o atendimento a esse item pode ser definido como insatisfatório (Grau 2).

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Como forma de apresentar o nível de atual de gerenciamento de riscos do garimpo


de Ametistas de Sento Sé, levou-se em consideração os itens que se jugou relevantes da
Norma Regulamentadora 22, estando essa, resumidamente apresentada na Tabela 1.

Tabela 1 - Grau de Atendimento as Normas Regulamentadoras NR-22


N° Itens da NR-22 Grau de
Atendimento
1 ORGANIZAÇÃO DO LOCAL DE TRABALHO 1
2 CIRCULAÇÃO E TRANSPORTE DE PESSOAS E MATERIAIS 1
3 MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, FERRAMENTAS E INSTALAÇÕES 2
4 EQUIPAMENTOS DE GUINDAR 1
5 PROTEÇÃO CONTRA POEIRA MINERAL 1
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N° Itens da NR-22 Grau de


Atendimento
6 SINALIZAÇÃO DE ÁREAS DE TRABALHO E DE CIRCULAÇÃO 1
7 OPERAÇÕES COM EXPLOSIVOS E ACESSÓRIOS 1
8 VENTILAÇÃO EM ATIVIDADES DE SUBSOLO 1
9 INFORMAÇÃO, QUALIFICAÇÃO E TREINAMENTO 2
Fonte: Autor, 2018.

Como pode ser observado na Tabela 1, a maioria dos itens encontram-se com grau
de atendimento às normas de maneira inaceitável, tendo obtido uma média de 1,22 o que
corresponde a 24,4 % do nível excelente. Para que o grau de atendimento possa ser
aumentado, é preciso, de maneira preliminar, que se observe os agentes de riscos
presentes na atividade, buscando suprimi-las ou atenua-las de maneira mais eficiente
possível. Para isso apresenta-se medidas de prevenção e controle para cada Risco
identificado.

4.1 Medidas de Prevenção e Controle dos Agentes de Riscos

4.1.1 RISCOS FÍSICOS

Ruído: Visando a redução dos níveis de ruído nos locais em que o


enclausuramento da fonte é impraticável pode ser realizado o enclausuramento do agente
receptor, através do uso de abafadores adequados, tipo concha ou plug que melhor se
adaptaram às condições de operação e conforto do pessoal, permitindo uma redução de
aproximadamente 25% do nível de ruído.
Vibrações: Este agente de risco se apresenta nos setores de frente de serviços
pelas circulações das máquinas e equipamentos. Para atenuar as vibrações deve-se manter
as condições dos motores e amortecedores desses equipamentos em perfeito estado de
conservação, passando por manutenção preventivas periódicas. No caso a utilização de
marteletes pneumáticos deve ser estabelecido o uso intermitente desse equipamento com
tempos de descanso que favoreça a saúde do trabalhador.
Calor: Em função da proximidade dos motores das máquinas, os operadores
ficam expostos ao calor dessa fonte de forma eventual, é recomendável que as máquinas
e equipamentos possuam isolamento térmico para atenuar a dissipação do calor. Para a
exposição da temperatura externa, não se faz necessário nenhuma intervenção, mas
15

quando os trabalhadores estiverem no interior dos Shafts, é necessário que exista uma
circulação de ar suficiente para trazer o máximo de conforto nas operações.
Umidade: Para controlar essa propriedade, o uso de exaustores seria uma
alternativa para propiciar uma semelhança com um ambiente mais natural possível.

4.1.2 RISCOS QUÍMICOS

Poeiras: O combate às poeiras de sílica é feito de forma combinada, através do


uso da água e de um bom sistema de ventilação do garimpo. Quanto a poeira gerada pelo
tráfego em vias não pavimentadas, os garimpeiros ou a cooperativa deve utilizar uma
fonte de água para umedecer os caminhos durante toda a jornada de trabalho. Aliado a
isso é imprescindível a utilização de máscaras de proteção especiais contra poeiras em
quaisquer situações em que se faça necessário, de acordo com a avaliação do serviço de
segurança.

4.1.3 RISCOS BIOLÓGICOS

Animais Peçonhentos: É um risco inerente a própria atividade, porém o uso de


botas, luvas e macacões apropriados são recomendados para minimizar esse risco.

Vírus, Bactérias, Fungos, e Parasitas: É necessário criar condições sanitárias


adequadas, como instalação de banheiro químico em condições higiênicas aceitáveis;
possuir um depósito com kit de primeiros socorros coordenado por um profissional
habilitado, como um enfermeiro(a) do trabalho; e possuir uma unidade móvel de
emergência para situações que demande um translado rápido e seguro até uma unidade
de pronto atendimento para casos mais complexos.

4.1.3 RISCOS ERGONÔMICOS

Levantamento e Transporte Manual de Peso: Agente de risco conforme


descrito, proveniente do transporte de materiais diversos, tais como, material de
escoramento, mangueiras de equipamentos pneumáticos, todavia não são de peso
superiores a 30 kg, sempre que exceder utiliza-se equipamentos devidamente apropriados
para tal ou com auxílio de outro serventuário, além do uso de carrinhos transportadores.
16

Postura Inadequada: Os postos de trabalho devem possuir um bom


dimensionamento, para que sejam evitadas as fadigas ou qualquer situação que possa
ocasionar LER/DORT. É de extrema relevância a pratica de treinamentos para que os
trabalhadores estejam bem informados quanto a importância da boa postura como medida
mais eficaz de prevenção às lesões relacionadas.

4.2 Implantação do Programa de Prevenção a Riscos Ambientais

Identificados os agentes de riscos com suas diversas formas de eliminação e


controle, e essa sendo parte integrante de um Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais - PPRA, caberá aos garimpeiros e/ou cooperativa, visando à preservação da
saúde e a integridade dos trabalhadores: realizar o planejamento anual com
estabelecimento de metas, prioridades e cronograma; estabelecer estratégia e metodologia
de ação, definindo forma de avaliação e registro, manutenção e divulgação dos dados,
bem como sua periodicidade. Devendo ser efetuada uma análise global para avaliação do
seu desenvolvimento e realização dos ajustes necessários e estabelecimento de novas
metas e prioridades.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Fica evidente nesse trabalho, que as condições de segurança e higiene da lavra


garimpeira de ametistas da serra da Quixaba, no município de Sento Sé - BA, referentes
aos aspectos considerados a partir da Norma Regulamentadora 22, é inexistente e
totalmente inaceitável, necessitando que se promova um plano de prevenção e
gerenciamento de riscos ambientais de maneira mais criteriosa afim de se promover um
ambiente laboral digno e seguro. Para que isso ocorra é improtelável uma intervenção
governamental a fim de regularizar a atividade, pois dessa maneira se poderá exigir o
cumprimento legal das normas que garantem a seguridade da vida do trabalhador.
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6. REFERÊNCIAS

1. ANM - AGÊNCIA NACIONAL DA MINERAÇÃO. Portal Da Outorga. Cartilha:


Lavra Garimpeira. Disponível em:
<outorga.dnpm.gov.br/SiteAssets/SitePages/ReqPLG/Cartilha_PLG.pdf>.
Acesso em: 23 nov. 2018.
2. BRASIL. Ministério do Trabalho. Disponível em:
<http://trabalho.gov.br/seguranca-e-saude-no-trabalho/normatizacao/normas-
regulamentadoras/norma-regulamentadora-n-22-seguranca-e-saude-ocupacional-
na-mineracao>. Acesso em: 10 out. 2018.
3. MARQUES, M. J. G. Avaliação dos Impactos Ambientais Relativos ao Meio
Físico e Econômico da Lavra Garimpeira de Ametistas de Sento Sé – BA. UFRB,
Cruz das Almas - BA, 2018.
4. SANCHEZ, L.E. Avaliação de Impacto Ambiental: conceitos e métodos. São
Paulo: Oficina de Textos, 2011.
5. UNESP. Instrumentos de Gerenciamento Ambiental: Análises de Riscos
Ambientais. Disponível em:
<http://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/ead/estudos_ambientais/ea23.html>.
Acesso em: 01 nov. 2018.
6. VIEIRA, A. T.; MELO, F.; LOPES, H. B. V; CAMPOS, J. C. V.; BOMFIM, L.
F. C.; COUTO, P. A. A.;BEVENUTI, S. M. P. Projeto de Cadastro de Fontes
de Abastecimento por Água Subterrânea: Diagnóstico do Município de Sento
Sé, Estado da Bahia. Salvador. CPRM, 2005.

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