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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo

RODRIGO LOPES SILVA

IDENTIFICAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DE DANOS EM


ESTRUTURAS DE CONCRETO POR MEIO DE
ANÁLISE MODAL, EXPERIMENTAL E NUMÉRICA

CAMPINAS
2018
RODRIGO LOPES SILVA

IDENTIFICAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DE DANOS EM


ESTRUTURAS DE CONCRETO POR MEIO DE
ANÁLISE MODAL, EXPERIMENTAL E NUMÉRICA

Dissertação de Mestrado apresentado à


Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e
Urbanismo da Universidade Estadual de
Campinas, para obtenção do título de Mestre
em Engenharia Civil, na área de Estruturas e
Geotécnica.

Orientador: Prof. Dr. Leandro Mouta Trautwein

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA


DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELO ALUNO RODRIGO LOPES
SILVA E ORIENTADA PELO PROF. DR. LEANDRO MOUTA
TRAUTWEIN.

CAMPINAS
2018
FICHA CATALOGRÁFICA
FOLHA DE APROVAÇÃO

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS


Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo

IDENTIFICAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DE DANOS EM


ESTRUTURAS DE CONCRETO POR MEIO DE
ANÁLISE MODAL, EXPERIMENTAL E NUMÉRICA

RODRIGO LOPES SILVA

Dissertação de Mestrado aprovada pela Banca Examinadora, constituída por:

Prof. Dr. Leandro Mouta Trautwein

Presidente e Orientador / FEC UNICAMP

Prof. Dr. Luiz Carlos de Almeida

FEC UNICAMP

Prof. Dr. Rafael Alves de Souza

UEM - Maringá

A Ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se

no processo de vida acadêmica do aluno.

Campinas, 29 de janeiro de 2018


AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pela sabedoria, discernimento e força


concedida, para alcançar meus objetivos e realizar meus sonhos.

Aos meus pais, Antônio e Iraci, que sempre me apoiaram e guiaram meus
passos, e que nunca mediram esforços para me dar uma boa educação intelectual e
moral.

A minha noiva, Karen, pelo incentivo para que não desistisse no meio do
caminho e por compreender os momentos de afeto que lhe foram subtraídos para a
execução deste trabalho.

A todos professores da graduação e pós-graduação da UNICAMP, por


transmitirem seus conhecimentos e valores. Em especial ao meu orientador professor
Leandro Mouta Trautwein, por ter aceitado a me guiar nesta jornada, pela amizade e
por compartilhar sua experiência na análise experimental e numérica. Agradeço
também ao professor Claudius de Sousa Barbosa, pelas sugestões que ajudaram a
engrandecer este trabalho.

Aos técnicos do laboratório de estruturas da UNICAMP (LABDES), por


ajudarem na execução dos modelos experimentais e nos ensaios de caracterização
dos materiais, em especial ao Luciano Passo e Marcelo Ramos.

Agradeço também a Escola Politécnica da USP pela parceria neste


trabalho, disponibilizando a licença do software ARTeMIS Extractor Pro Academic.

Aos meus amigos, que me aconselharam, apoiaram e ajudaram,


diretamente ou indiretamente, na minha vida acadêmica e na execução do meu
trabalho, em particular Jonas Teixeira, Marta Suassuna, Rafael Bezerra, Bruno
Sarmiento e Roberto Bochoglonian.

A empresa PROGESCON, que disponibilizou sua equipe altamente


qualificada e todo equipamento necessário para a execução do monitoramento
dinâmico.

A todos que contribuíram de alguma forma para a realização deste trabalho.


"Nothing in life is to be feared, it is only to be understood.
Now is the time to understand more, so that we may fear less."

Marie Skłodowska Curie


RESUMO

Este trabalho apresenta a utilização de técnicas de identificação e localização de


danos, por meio da análise dinâmica experimental e numérica. Para isto, utilizou-se
da técnica de identificação de danos, baseada nas alterações das frequências
naturais, e do método de localização de danos por meio da Diferença de Curvatura
Modal (DCM). Paralelamente, desenvolveu-se uma formulação empírica, por meio de
simulações em modelos numéricos, capaz de localizar danos em estruturas
biapoiadas. O método denominado Diferença das Somatórias das Acelerações (DSA),
baseou-se na diferença das amplitudes de aceleração entre estruturas intactas e com
dano.
Foram elaborados modelos experimentais e numéricos, representando a estrutura de
uma ponte biapoiada. Estes são placas de concreto com 5 cm de altura, 150 cm de
comprimento e largura de 50 cm, fixados nas extremidades sobre apoios de borracha.
O modelo numérico foi elaborado no software de elementos finitos SAP2000® e
calibrado com base nos resultados dos ensaios dos materiais e da monitoração
dinâmica.
Os modelos experimentais, intactos e com danos, foram submetidos à monitoração
dinâmica e seus resultados foram analisados, por meio de funções de decomposição
de sinais no domínio da frequência e do software ARTeMIS®.
Através da comparação entre as respostas dinâmicas, experimentais e numéricas,
dos modelos intactos e com dano, utilizando-se das técnicas de detecção de danos,
foi possível determinar a existência e localização aproximada de um ou mais danos.
O método desenvolvido (DSA), baseado na alteração da amplitude de aceleração,
apresentou bons resultados na localização de um único dano e de danos múltiplos.

Palavra-Chave: identificação de danos, localização de danos, monitoramento


dinâmico, análise dinâmica experimental; análise dinâmica numérica.
ABSTRACT

This work presents the use of identification and localization damages techniques, by
means of experimental and numerical dynamic analysis. For this purpose, were used
a damage identification technique, based on the natural frequency changes, and the
damage locating method through the Modal Curvature Difference (MCD). In parallel,
an empirical formula was developed, by simulations in numerical models, able to locate
damages in simply supported structures. The method called Acceleration Summation
Difference (ASD) was based on the amplitude acceleration differences between intact
and damage structures.
Experimental and numerical models were elaborated, representing a structure of a
simply supported bridge. These were a slab with 150 cm of span, 50 cm of width and
5 cm of thickness, made with reinforced concrete and supported on rubber bearing.
The finite element model was developed by using SAP2000 ® software and calibrated
based on the results of the material testing and dynamic monitoring.
The experimental models, intact and damaged, were subjected to dynamic monitoring
and their results were analyzed by means of signal decomposition functions in the
frequency domain and with the ARTeMIS® software.
By comparing the experimental and numerical dynamic responses, of intact and
damaged models, using the damage detection techniques, it was possible to determine
the existence and approximate location of one or more damages.
The developed method (ASD), based on acceleration amplitude changes, presented
good results in the location of single and multiple damages.

Keywords: structural health monitoring, damage identification, damage location,


dynamic monitoring, dynamic experimental analysis, dynamic numerical analysis.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Características e origem das cargas dinâmicas típicas. (a) harmônica, (b)
periódica, (c) impulsiva, (d) transiente (CLOUGH & PENZIEN (1995))......................................23
Figura 2 – Esquema da análise modal teórica de um sistema vibratório (NÓBREGA (2004))
................................................................................................................................................................24
Figura 3 – Esquema da análise modal experimental de um sistema vibratório (NÓBREGA
(2004)) ...................................................................................................................................................25
Figura 4 – Diagrama esquemático do acelerômetro piezoelétrico (CHU (2002) - adaptado). 32
Figura 5 – Diagrama esquemático do acelerômetro piezoresistivo (CHU (2002) – adaptado).
................................................................................................................................................................33
Figura 6 – Diagrama esquemático do acelerômetro capacitivo (MAIA et. al. (1997) -
adaptado)..............................................................................................................................................34
Figura 7 – Diagrama esquemático da aquisição de dados (DI PAOLO (2013)). ......................37
Figura 8 – Efeito de aliasing de um sinal devido à baixa taxa de amostragem (RODRIGUES
(2004)). ..................................................................................................................................................38
Figura 9 – Diferença na forma de onda com resoluções de 3 bits e 16 bits (NATIONAL
INSTRUMENTS (2016)). ....................................................................................................................39
Figura 10 – Posição das medições em pontes (NBR 15307 (2005)). .........................................39
Figura 11 – Diferença de curvatura modal (DCM) em viga biapoiada (PANDEY et al. (1991))
................................................................................................................................................................47
Figura 12 – Variação da amplitude com a evolução do dano (OWOLABI et a. (2003)). .........48
Figura 13 – Média móveis da amplitude de aceleração ao longo do vão (MEREDITH et al.
(2012)). ..................................................................................................................................................49
Figura 14 – Tabuleiro de ponte idealizado para os modelos. ......................................................50
Figura 15 – Moldagem do CPs de concreto ....................................................................................51
Figura 16 – Concretagem e desforma das Lajes ...........................................................................53
Figura 17 – Geometria dos modelos experimentais (medidas em centímetros). ......................55
Figura 18 – Diferença das armaduras dos modelos experimentais. ...........................................56
Figura 19 – Forma dos modelos experimentais e diferença de suas armaduras .....................56
Figura 20 – Apoios de borracha natural...........................................................................................57
Figura 21 – Fixações dos apoios ......................................................................................................57
Figura 22 – Modelo experimental fixado e preparado para os ensaios. .....................................58
Figura 23 – Detalhe dos danos e de suas localizações. ...............................................................58
Figura 24 – Execução do dano com disco de corte diamantado. ................................................59
Figura 25 – Modelos sem armadura (SA). ......................................................................................59
Figura 26 – Modelos com armadura (AI). ........................................................................................60
Figura 27 – Modelos sem armadura (SA). ......................................................................................61
Figura 28 – Configurações 1, 2 e 3 – Detecção de danos............................................................66
Figura 29 – Configuração 4 – Caracterização Modal ....................................................................67
Figura 30 – Transdutor de aceleração. ............................................................................................67
Figura 31 – Sistema de aquisição. ...................................................................................................68
Figura 32 – Excitação dinâmica – Configurações 1, 2 e 3. ..........................................................69
Figura 33 – Excitação dinâmica – Configuração 4.........................................................................69
Figura 34 – Modelo representativo da estrutura e posicionamento dos sensores da
configuração 4 - ARTeMIS® Extractor. .............................................................................................70
Figura 35 – Vista tridimensional do modelo numérico...................................................................72
Figura 36 – Simulação de dano no modelo numérico. ..................................................................72
Figura 37 – Determinação do peso próprio das lajes ....................................................................75
Figura 38 – Ensaio de determinação do módulo de elasticidade da borracha ..........................77
Figura 39 – Deformadas modais do modelo numérico B1-INT. ...................................................79
Figura 40 – Fator de variação da amplitude da DCM em relação a posição do dano. ............83
Figura 41 – Aplicação do método DCM em modelos com 1 dano. .............................................84
Figura 42 – Aplicação do método DCM em modelos com 2 danos. ...........................................85
Figura 43 – Aceleração ao longo do tempo e somatória das acelerações. ...............................86
Figura 44 – Comparação entre a soma absoluta das acelerações do modelo íntegro e com
dano. ......................................................................................................................................................87
Figura 45 – Fator de variação da amplitude da DSA em relação a posição do dano. .............88
Figura 46 – Aplicação do método DSA em modelos com 1 dano. ..............................................89
Figura 47 – Aplicação do método DSA em modelos com 2 danos. ............................................90
Figura 48 – Comparação entre os métodos DSA e DCM (um dano)..........................................92
Figura 49 – Comparação entre os métodos DSA e DCM (dois danos). .....................................93
Figura 50 – Aceleração ao longo do tempo típica da excitação impulsiva (prova INT-
L1SAB1-1 – A15).................................................................................................................................94
Figura 51 – Aceleração ao longo do tempo - detalhe da resposta dinâmica à excitação
impulsiva (prova INT-L1SAB1-1 – A15). ..........................................................................................95
Figura 52 – Espectro de potência – direção vertical (INT-L1SAB1-10). .....................................95
Figura 53 – Espectro de potência – direção transversal (INT-L1SAB1-10)................................96
Figura 54 – Espectro de potência – direção longitudinal (INT-L1SAB1-10). ..............................96
Figura 55 – Deformadas modais do modelo experimental obtidas com o software ARTeMIS®
(INT-L1SAB1-10). ................................................................................................................................99
Figura 56 – Comparação entre as deformadas modais numéricas e experimentais. ............100
Figura 57 – Comparação entre os modelos com armadura (AI) e sem armadura (SA). .......101
Figura 58 – Comparação entre os modelos com armadura (AI) e com armadura cortada
(AC). ....................................................................................................................................................102
Figura 59 – Comparação dos modelos sem armadura (SA) (um dano). ..................................103
Figura 60 – Comparação dos modelos com armadura (AI) (um dano). ...................................103
Figura 61 – Comparação dos modelos com armadura (AI) (dois danos). ...............................104
Figura 62 – Comparação dos modelos com armadura (AI) (fissurado)....................................104
Figura 63 – Comparação dos modelos com armadura cortada (AC) (um dano). ...................105
Figura 64 – Localização do dano através do método DCM. ......................................................106
Figura 65 – DCMs entre os modelos INT-L2AIB1 e DANO-L2AIB1. ........................................107
Figura 66 – Resumo das DCMs entre os modelos INT-L2AIB1 e DANO-L2AIB1. .................108
Figura 67 – DCMs entre os modelos INT-L3SAB2 e DANO- L3SAB2. ....................................109
Figura 68 – Resumo das DCMs entre os modelos INT-L3SAB2 e DANO- L3SAB2..............109
Figura 69 – DCMs entre os modelos INT-L5ACB3 e DANO- L5ACB3.....................................110
Figura 70 – Resumo das DCMs entre os modelos INT-L5ACB3 e DANO- L5ACB3. ............111
Figura 71 – DCMs entre os modelos INT-L4AIB2 e FIS-L4AIB2...............................................112
Figura 72 – Resumo das DCMs entre os modelos INT-L4AIB2 e FIS-L4AIB2. ......................112
Figura 73 – DCMs entre os modelos INT-L2AIB1 e 2DAN-L2AIB1. .........................................113
Figura 74 – Resumo das DCMs entre os modelos INT-L2AIB1 e 2DAN-L2AIB1. ..................114
Figura 75 – Localização do dano através do método DSA, aplicado aos modelos INT-
L1SAB1, INT-L3SAB2 e DANO-L3SAB2.......................................................................................115
Figura 76 – Média das DSAs (INT-L1SAB1, INT-L3SAB2 e DANO-L3SAB2). .......................116
Figura 77 – DSAs entre DANO-L2AIB1, INT-L2AIB1 e INT-L4AIB2.........................................116
Figura 78 – Resumo das DSAs entre os modelos INT-L2AIB1 e DANO-L2AIB1. ..................117
Figura 79 – DSAs entre DANO-L3SAB2, INT- L3SAB2 e INT- L1SAB1. .................................118
Figura 80 – Resumo das DSAs entre os modelos INT-L3SAB2 e DANO- L3SAB2. .............118
Figura 81 – DSAs entre DANO-L5ACB3, INT- L5ACB3 e INT- L6ACB3. ................................119
Figura 82 – Resumo das DSAs entre os modelos INT-L5ACB3 e DANO- L5ACB3. .............120
Figura 83 – DSAs entre FIS-L4AIB2, INT-L2AIB1 e INT-L4AIB2. .............................................121
Figura 84 – Resumo das DSAs entre FIS-L4AIB2 e INT-L4AIB2. ............................................121
Figura 85 – DSAs entre 2DAN-L2AIB1, INT-L2AIB1 e INT-L4AIB2..........................................122
Figura 86 – Resumo das DSAs entre os modelos INT-L2AIB1 e 2DAN-L2AIB1....................123
Figura 87 – DCMs entre os modelos INT-L2AIB1, INT-L4AIB2 e DANO-L2AIB1. .................155
Figura 88 – Médias das DCMs entre os modelos INT-L2AIB1, INT-L4AIB2 e DANO-L2AIB1.
..............................................................................................................................................................156
Figura 89 – DCMs entre os modelos INT-L3SAB2, INT-L1SAB1 e DANO-L3SAB2..............157
Figura 90 – Médias das DCMs entre os modelos INT-L3SAB2, INT-L1SAB1 e DANO-
L3SAB2. ..............................................................................................................................................158
Figura 91 – DCMs entre os modelos INT-L5ACB3, INT-L6ACB3 e DANO- L5ACB3. ...........159
Figura 92 – Médias das DCMs entre os modelos INT-L5ACB3, INT-L6ACB3 e DANO-
L5ACB3. ..............................................................................................................................................160
Figura 93 – DCMs entre os modelos INT-L2AIB1, INT-L4AIB2 e FIS-L4AIB2........................161
Figura 94 – Médias das DCMs entre os modelos INT-L2AIB1, INT-L4AIB2 e FIS-L4AIB2. .162
Figura 95 – DCMs entre os modelos INT-L2AIB1, INT-L4AIB2 e 2DAN-L2AIB1. ..................163
Figura 96 – Médias das DCMs entre os modelos INT-L2AIB1, INT-L4AIB2 e 2DAN-L2AIB1.
..............................................................................................................................................................164
Figura 97 – Somatórias das acelerações dos modelos INT-L2AIB1, INT-L4AIB2 e DANO-
L2AIB1.................................................................................................................................................166
Figura 98 – Médias das DSAs entre os modelos INT-L2AIB1, INT-L4AIB2 e DANO-L2AIB1.
..............................................................................................................................................................167
Figura 99 – Somatórias das acelerações dos modelos INT-L3SAB2, INT-L1SAB1 e DANO-
L3SAB2. ..............................................................................................................................................168
Figura 100 – Médias das DSAs entre os modelos INT-L3SAB2, INT-L1SAB1 e DANO-
L3SAB2. ..............................................................................................................................................169
Figura 101 – Somatórias das acelerações dos modelos INT-L5ACB3, INT-L6ACB3 e DANO-
L5ACB3. ..............................................................................................................................................170
Figura 102 – Médias das DSAs entre os modelos INT-L5ACB3, INT-L6ACB3 e DANO-
L5ACB3. ..............................................................................................................................................171
Figura 103 – Somatórias das acelerações dos modelos INT-L2AIB1, INT-L4AIB2 e FIS-
L4AIB2.................................................................................................................................................172
Figura 104 – Médias das DSAs entre os modelos INT-L2AIB1, INT-L4AIB2 e FIS-L4AIB2. 173
Figura 105 – Somatórias das acelerações dos modelos INT-L2AIB1, INT-L4AIB2 e 2DAN-
L2AIB1.................................................................................................................................................174
Figura 106 – Médias das DSAs entre os modelos INT-L2AIB1, INT-L4AIB2 e 2DAN-L2AIB1.
..............................................................................................................................................................175
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Alterações na amplitude dos deslocamentos e acelerações FRFs nas frequências
naturais (OWOLABI et a. (2003)). .....................................................................................................48
Tabela 2 – Traço do concreto em massa.............................................................................................51
Tabela 3 – Ficha técnica da borracha dos apoios fornecida pela MERCUR®. ...............................52
Tabela 4 – Controle de concretagem ..................................................................................................52
Tabela 5 – Nomenclatura e descrição dos modelos estruturais. .......................................................54
Tabela 6 – Ensaios dinâmicos – modelo INT-L1SAB1. ....................................................................62
Tabela 7 – Ensaios dinâmicos – modelo INT-L2AIB1. .....................................................................62
Tabela 8 – Ensaios dinâmicos – modelo INT-L3SAB2. ....................................................................63
Tabela 9 – Ensaios dinâmicos – modelo INT-L4AIB2. .....................................................................63
Tabela 10 – Ensaios dinâmicos – modelo INT-L5ACB3. ..................................................................63
Tabela 11 – Ensaios dinâmicos – modelo INT-L6ACB3. ..................................................................64
Tabela 12 – Ensaios dinâmicos – modelo DANO-L2AIB1. ..............................................................64
Tabela 13 – Ensaios dinâmicos – modelo DANO-L3SAB2. ..............................................................64
Tabela 14 – Ensaios dinâmicos – modelo DANO-L5ACB3. .............................................................65
Tabela 15 – Ensaios dinâmicos – modelo FIS-L4AIB2. ....................................................................65
Tabela 16 – Ensaios dinâmicos – modelo 2DAN-L2AIB1.................................................................65
Tabela 17 – Propriedades dos modelos numéricos. ...........................................................................73
Tabela 18 – Modelos com danos ao longo do vão. .............................................................................74
Tabela 19 – Peso próprio das lajes e apoios .......................................................................................75
Tabela 20 – Propriedades físicas do concreto ....................................................................................76
Tabela 21 – Frequências naturais do modelo numérico B1-INT. ....................................................78
Tabela 22 – Frequências naturais do modelo numérico B1-COR. ..................................................79
Tabela 23 – Frequências naturais do modelo numérico B1-2COR. ................................................80
Tabela 24 – Frequências naturais do modelo numérico B2-INT. ....................................................80
Tabela 25 – Frequências naturais do modelo numérico B2-COR. ..................................................81
Tabela 26 – Frequências naturais do modelo numérico B2-FIS. .....................................................81
Tabela 27 – Frequências naturais do modelo numérico B3-INT. ....................................................82
Tabela 28 – Frequências naturais do modelo numérico B3-COR. ..................................................82
Tabela 29 – Comparação entre as frequências naturais dos modelos numéricos ..........................91
Tabela 30 – Frequência natural experimental – Modelos íntegros..................................................96
Tabela 31 – Frequência natural experimental – Modelos com dano ...............................................97
Tabela 32 – Comparação entre frequência natural experimental e numérica (Betonada B1) ......97
Tabela 33 – Comparação entre frequência natural experimental e numérica (Betonada B2) ......98
Tabela 34 – Comparação entre frequência natural experimental e numérica (Betonada B3) ......98
Tabela 35 – Variação das frequências naturais entre modelos numéricos e experimentais ..........99
Tabela 36 – Ensaios dinâmicos - modelos experimentais ...............................................................149
ÍNDICE

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................17

1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................................19


1.2 OBJETIVOS .................................................................................................................................20
1.2.1 Objetivos centrais ....................................................................................................... 20

1.2.2 Objetivos secundários................................................................................................ 20

1.3 ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO .............................................................................................20

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .....................................................................................................22

2.1 DINÂMICA DAS ESTRUTURAS ....................................................................................................22


2.2 ANÁLISE MODAL ........................................................................................................................24
2.2.1 Análise teórica............................................................................................................. 25

2.2.2 Análise experimental .................................................................................................. 26

2.2.3 Aplicação da análise modal experimental em pontes........................................... 28

2.3 MONITORAMENTO DINÂMICO DE ESTRUTURAS ........................................................................29


2.3.1 Transdutores de vibração.......................................................................................... 31

2.3.1.1 Acelerômetros piezoelétricos ................................................................................... 32


2.3.1.1 Acelerômetros piezoresistivos .................................................................................. 32
2.3.1.2 Acelerômetros capacitivos ........................................................................................ 33
2.3.2 Sistema de aquisição de dados ............................................................................... 36

2.3.3 Posicionamento dos sensores.................................................................................. 39

2.4 MÉTODOS DE DETECÇÃO E LOCALIZAÇÃO DE DANOS ESTRUTURAIS .....................................40


2.4.1 Alterações nas frequências naturais e amortecimento ......................................... 42

2.4.2 Alterações dos modos de vibração .......................................................................... 44

2.4.3 Diferença da curvatura modal (DCM) ...................................................................... 46

2.4.4 Alteração das amplitudes das acelerações ............................................................ 48

3 METODOLOGIA..........................................................................................................................50

3.1 MATERIAIS..................................................................................................................................51
3.1.1 Concreto....................................................................................................................... 51

3.1.1 Borracha dos apoios .................................................................................................. 52

3.1.2 Moldagem e cura ........................................................................................................ 52

3.2 MODELO EXPERIMENTAL ...........................................................................................................53


3.2.1 Características dos modelos experimentais........................................................... 54

3.3 PLANO DE MONITORAÇÃO .........................................................................................................61


3.3.1 Ensaios dinâmicos...................................................................................................... 61

3.3.2 Posicionamento dos transdutores de aceleração ................................................. 66

3.3.3 Equipamentos ............................................................................................................. 67

3.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS EXPERIMENTAIS ...........................................................................70


3.5 MODELO NUMÉRICO ..................................................................................................................71

4 RESULTADOS DOS ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS ..................75

4.1 PESO PRÓPRIO DA LAJE E APOIOS ............................................................................................75


4.2 PROPRIEDADES FÍSICAS DO CONCRETO ..................................................................................76
4.2.1 Propriedades físicas da borracha dos apoios ........................................................ 76

5 RESULTADOS DOS MODELOS NUMÉRICOS ....................................................................78

5.1 FREQUÊNCIAS NATURAIS E MODOS DE VIBRAÇÃO ...................................................................78


5.1.1 Modelo B1-INT (íntegro) ............................................................................................ 78

5.1.2 Modelo B1-COR (com um corte) .............................................................................. 79

5.1.3 Modelo B1-2COR (com dois cortes)........................................................................ 80

5.1.4 Modelo B2-INT (íntegro) ............................................................................................ 80

5.1.5 Modelo B2-COR (com um corte) .............................................................................. 81

5.1.6 Modelo B2-FIS (corte simulando fissura) ............................................................... 81

5.1.7 Modelo B3-INT (íntegro) ............................................................................................ 82

5.1.8 Modelo B3-COR (com um corte) .............................................................................. 82

5.2 APLICAÇÃO DO MÉTODO DCM NOS MODELOS NUMÉRICOS....................................................83


5.3 DETERMINAÇÃO E APLICAÇÃO DO DSA NOS MODELOS NUMÉRICOS .....................................86
5.4 RESUMO E COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS ..........................................................................91
6 RESULTADOS DOS MODELOS EXPERIMENTAIS ...........................................................94

6.1 FREQUÊNCIAS NATURAIS E MODOS DE VIBRAÇÃO ...................................................................95


6.2 IDENTIFICAÇÃO DE DANOS PELA ALTERAÇÃO DA FREQUÊNCIA NATURAL .............................101
6.2.1 Comparação entre modelos íntegros .................................................................... 101

6.2.1 Comparação entre modelos íntegros e com dano .............................................. 103

6.3 LOCALIZAÇÃO DE DANOS PELO MÉTODO DCM ......................................................................106


6.3.1 Localização de danos em modelos com apenas um corte ................................ 107

6.3.2 Localização de danos no modelo fissurado ......................................................... 111

6.3.3 Localização de danos no modelo com dois cortes ............................................. 113

6.3.4 Resumo e comparação dos resultados................................................................. 114

6.4 LOCALIZAÇÃO DE DANOS PELO MÉTODO DSA .......................................................................115


6.4.1 Localização de danos em modelos com apenas um corte ................................ 116

6.4.2 Localização de danos no modelo fissurado ......................................................... 120

6.4.3 Localização de danos no modelo com dois cortes ............................................. 122

6.4.4 Resumo e comparação dos resultados dos métodos DCM e DSA .................. 123

7 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ....................124

7.1 DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS DINÂMICOS (NUMÉRICOS E EXPERIMENTAIS) E


CALIBRAÇÃO DOS MODELOS NUMÉRICOS ...........................................................................................124

7.2 COMPARAÇÃO ENTRE OS MODELOS EXPERIMENTAIS COM DIFERENÇA NAS ARMADURAS ..125
7.3 IDENTIFICAÇÃO DE DANOS POR MEIO DA ALTERAÇÃO DA FREQUÊNCIA NATURAL ...............125
7.4 LOCALIZAÇÃO DE DANOS – MÉTODO DCM............................................................................126
7.4.1 Resultados numéricos ............................................................................................. 126

7.4.2 Resultados experimentais ....................................................................................... 126

7.5 LOCALIZAÇÃO DE DANOS – MÉTODO DSA.............................................................................127


7.5.1 Determinação do método DSA ............................................................................... 127

7.5.2 Resultados numéricos ............................................................................................. 127

7.5.3 Resultados experimentais ....................................................................................... 127

7.6 COMPARAÇÃO ENTRE OS MÉTODOS DCM E DSA.................................................................128


7.7 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ....................................................................129
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................................................130

ANEXO A – CALIBRAÇÃO DE MODELOS NUMÉRICOS POR MEIO DE


MONITORAMENTO EXPERIMENTAL DINÂMICO. ...................................................................135

ANEXO B – FREQUÊNCIAS NATURAIS EXPERIMENTAIS – CONFIG. 1, 2 E 3................148

ANEXO C – LOCALIZAÇÃO DE DANOS – MÉTODO DCM ...................................................154

ANEXO D – LOCALIZAÇÃO DE DANOS – MÉTODO DSA .....................................................165


17

1 INTRODUÇÃO
A durabilidade e a vida útil de estruturas especiais como pontes, barragens,
estádios etc., que são submetidas a ações severas ao longo de sua vida, dependem
de diversos fatores, tais como projeto, execução, qualidade dos materiais, utilização,
plano de manutenção e inspeção de danos, etc.

O Brasil é um país de dimensões continentais e os transportes de


mercadorias e passageiros são predominantemente realizados por via terrestre,
rodovias e ferrovias, sendo necessária uma grande quantidade de obras de arte
especiais para transpor limitações como relevo, rios e o cruzamento com outras vias.
Neste contexto, as pontes têm papel significativo nas atividades econômicas e sociais
do país. Para garantir sua longevidade, essas obras precisam ser inspecionadas
periodicamente, mas a vistoria nem sempre é uma tarefa fácil.

A inspeção de uma estrutura (levantamento de manifestações patológicas,


ensaios destrutivos e não destrutivos de caracterização de materiais) fornece
informações importantes sobre a sua integridade estrutural, norteando as decisões
relacionadas à necessidade de reparos e reforços. Entretanto, esta atividade não
permite a análise da rigidez estrutural e quantificação do dano.

No cenário apresentado, a identificação da integridade estrutural por meio


de ensaios dinâmicos não destrutivos tem se tornado uma técnica necessária, tanto
pelo baixo tempo em campo para a realização dos ensaios e menor custo, como pela
redução de incertezas e repetitividade do método, permitindo o acompanhamento da
integridade estrutural ao longo do tempo, com uma melhor periodicidade. Estes
ensaios permitem planejar as intervenções de recuperação, evitando-se a progressão
das manifestações patológicas.

Segundo RODRIGUES (2004), a monitoração ao longo do tempo possibilita


avaliar as características dinâmicas da estrutura a partir dos dados obtidos
experimentalmente. A identificação modal ou análise modal experimental, inicialmente
desenvolvida na engenharia mecânica, descreve os modos naturais de vibração da
estrutura, traduzidos em termos das suas frequências naturais, coeficientes de
amortecimento e modos de vibração.
18

A verificação da integridade estrutural, por intermédio da análise


experimental dinâmica, está atrelada à variação dos parâmetros dinâmicos
(frequências naturais, modos de vibração e amortecimento). Estes parâmetros, por
sua vez, estão correlacionados com a massa e rigidez (inércia e módulo de
elasticidade), sendo possível a identificação de algum tipo de alteração.

Antes da realização dos ensaios é necessário a elaboração de um plano


de monitoração, que deve responder as seguintes perguntas:

• O que vou monitorar? Qual o tipo de estrutura e qual o nível de vibração


ambiente?

• Em quais pontos devo instalar os transdutores de aceleração?

• Qual taxa de aquisição e fundo de escala devo usar?

• Qual tipo de excitação deve-se usar? Ambiental, livre ou forçada?

De acordo com CAETANO et al. (2010), a opção por um ensaio de vibração


ambiental, livre ou forçada deve ser feita em função dos resultados pretendidos e da
estrutura em estudo, tendo presente as características dos equipamentos de
excitação e medição disponíveis, assim como os custos envolvidos. Os tipos de
excitações podem ser definidos, brevemente, como:

Vibração forçada: O método utiliza excitadores mecânicos ou hidráulicos


para a aplicação de forças com variação senoidal ou aleatória numa banda de
frequências de interesse. A análise é por meio de funções de resposta em frequência
(FRFs), medida em termos de vibração, com a excitação, medida ou calculada.

Vibração livre: Trata-se da aplicação de uma ação impulsiva, conseguida


por libertação súbita de uma massa suspensa, por corte de uma barra tracionada, ou
por um impacto, e tem como objetivo induzir uma resposta mensurável da estrutura.
A análise pode ser realizada por diversos métodos de decomposição no domínio da
frequência (DDFs).

Vibração ambiental: Nesta técnica, as forças de excitação são aquelas


peculiares a cada tipo de estrutura, ou seja, as ações em serviço como tráfego de
veículos, trens e pedestres, vento, abalos sísmicos etc. A análise dos resultados é
19

obtida por métodos denominados estocásticos, como por exemplo, o FFT (Fast
Fourier Transform).

1.1 Justificativa

A escolha do tema desta dissertação é motivada pela importância da


aplicação de técnicas de identificação de danos em estruturas de grande porte, como
pontes e viadutos. Neste âmbito, a utilização de ensaios não destrutivos tem se
tornado indispensável às práticas de inspeção de manutenção de obras de arte, tanto
pelo seu aspecto econômico com pela sua confiabilidade, permitindo a identificação
de danos o mais breve possível.

Devido à relevância das obras de arte especiais nas atividades econômicas


e sociais, a inspeção periódica e a manutenção de obras de arte são fundamentais
para garantir a segurança e prolongar a vida útil das estruturas, evitando acidentes,
perdas econômicas e isolamento de comunidades.

Como exemplo dos impactos gerados pela falta de inspeção e manutenção,


pode-se citar a ponte dos Remédios, localizada na zona oeste da cidade de São
Paulo. Esta foi parcialmente interditada, em novembro de 2011, devido à ruptura de
cerca de 15 metros do passeio. As obras duraram cerca de 6 meses, gerando
transtornos ao trânsito local, alterando rotas de transporte coletivo e dificultando o
acesso do transporte de cargas à região do CEAGESP (DANTAS (2012)).

Em meio às circunstâncias apresentadas, busca-se, neste trabalho,


demonstrar a utilização de uma metodologia de identificação e localização de danos
por meio da análise experimental dinâmica, cujas principais características são: o
ensaio não é destrutivo, permitindo sua repetição ao longo da vida útil da estrutura;
baixo custo, se comparado com outras metodologias; baixo tempo de execução,
podendo ser executado sem a necessidade de interdição da estrutura e resultados
confiáveis, dando subsídios para a avaliação da integridade estrutural e a validação
de modelos numéricos computacionais.
20

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivos centrais

Os objetivos do trabalho apresentado são a detecção e localização de


danos estruturais, com base nas alterações de parâmetros extraídos do
monitoramento dinâmico (frequências naturais, amplitude e modos de vibração).

Pretende-se avaliar a existência de danos por meio das alterações nas


frequências naturais e a localização por meio do método MCD (Modal Curvature
Differences), através das alterações das curvaturas modais. Além disto, será
apresentado o desenvolvimento de um procedimento de localização de danos
baseado na variação da amplitude das acelerações.

1.2.2 Objetivos secundários

A partir dos modelos experimentais, foram realizadas outras atividades


relacionadas ao monitoramento dinâmico de estruturas, com os seguintes objetivos:

• Calibração de modelo numérico por meio dos resultados do


monitoramento dinâmico experimental;

• Comparação entre o módulo de elasticidade obtido no ensaio de


compressão axial e o utilizado na calibração do modelo, com base no
monitoramento dinâmico;

• Comparação entre os modos de vibração dos modelos numérico e


experimental;

• Comparação dos resultados entre modelos experimentais com


armadura, sem armadura e com armadura seccionada;

1.3 Organização da dissertação

Esta dissertação está dívida em 7 capítulos e 4 anexos. O primeiro capítulo


é a introdução ao trabalho realizado, nele são apresentadas as justificativas e os
objetivos. Em seguida, no segundo capítulo, é apresentada uma revisão bibliográfica,
onde foram apresentados os conceitos de dinâmica, monitoramento experimental
dinâmico, identificação e localização de danos.
21

A metodologia utilizada, na elaboração de modelos experimentais e


numéricos, realização dos ensaios experimentais dinâmicos, caracterização dos
materiais e na análise dos resultados, é apresentada no terceiro capítulo. No quarto
capítulo são apresentados os resultados dos ensaios de caracterização dos materiais
utilizados nos modelos experimentais.

O capítulo 5 apresenta os resultados da caracterização modal, frequências


naturais, modos de vibração e participação modal em massa, obtidos por meio de
modelos numéricos. Além disto, são apresentados os resultados da aplicação do
método de localização de danos DCM (Diferença de Curvatura Modal) e o
desenvolvimento e aplicação do método denominado DSA (Diferença do Somatório
de Acelerações), baseado na alteração das amplitudes de aceleração.

O sexto capítulo apresenta os resultados da análise experimental dinâmica


(frequências naturais e modos de vibração), a identificação de danos através da
alteração da frequência natural, e os resultados da localização de danos,
determinadas por meio dos métodos DCM e DSA.

O capítulo 7 sintetiza as principais conclusões, comparações entre


resultados e análise crítica do método desenvolvido, apontando as limitações e
dificuldades encontradas. Além disto, são apresentadas recomendações para futuros
trabalhos científicos.

No Anexo A é apresentado a calibração de modelos numéricos por meio


de monitoramento experimental dinâmico. O Anexo B apresenta a primeira frequência
natural obtida em cada modelo experimental, separados por configuração, prova e
transdutor. Nos anexos C e D são apresentados os gráficos das análises de
localização de danos obtidos através da aplicação dos métodos DCM e DSA,
respectivamente.

.
22

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Neste capítulo são apresentados os conceitos de dinâmica das estruturas,
algumas técnicas de análise e monitoramento dinâmico, características e tipos de
equipamentos comumente utilizados e um resumo das técnicas de detecção e
localização de danos, utilizadas em pesquisas nacionais e internacionais.

2.1 Dinâmica das Estruturas

A análise dinâmica pode ser definida, de maneira simplificada, como o


estudo do deslocamento de um corpo em função do tempo. LIMA & SANTOS (2008)
descrevem a dinâmica das estruturas da seguinte maneira:

A dinâmica das estruturas tem por objetivo a determinação de


deslocamentos, velocidades e acelerações de todos os
elementos constituintes de uma estrutura submetida a cargas
dinâmicas. Uma estrutura ao vibrar, ou apresentar movimento
vibratório, desloca-se ou movimenta-se em torno de sua
deformada estática. Se o seu comportamento é linear, a análise
pode ser feita separadamente para as componentes estática e
dinâmica da carga e seus efeitos somados.
As estruturas são solicitadas por diversos tipos de ações, que podem ser
caracterizados como estáticas ou dinâmicas. As ações estáticas são aquelas cuja
resposta estrutural permanece constante ao longo do tempo (peso próprio, cargas
permanentes, etc.). Por outro lado, as ações dinâmicas se caracterizam por respostas
que variam ao longo do tempo. Estas ações podem ter longa duração (vento, tráfego
rodoviário, tráfego ferroviário, equipamentos mecânicos, etc.) ou curta duração
(sismos, explosões, impactos, etc.). Na realidade, todas as ações têm caráter
dinâmico, uma vez que variam de grandeza, direção ou sentido com o tempo, mas,
de fato, em muitos casos o efeito dinâmico da ação pode ser desprezado.

De acordo com CLOUGH & PENZIEN (1995), as ações dinâmicas podem


gerar quatro tipos de vibrações: harmônicas, periódicas, impulsivas e transientes. A
carga é considerada harmônica quando sua variação no tempo pode ser representada
por funções senoidais. Este tipo de carga é característico de máquinas rotativas
desbalanceadas (turbinas, geradores, centrífugas, etc.). Carga periódica é aquela que
apresenta repetições a um intervalo regular de tempo, chamado de período (máquinas
rotativas, movimento humano rítmico sincronizado, etc.). A carga é denominada
23

transiente quando apresenta variação arbitrária no tempo, sem periodicidade (vento,


terremoto, ondas do mar, tráfego de veículos sobre uma ponte, etc.). A carga impulsiva
trata-se de uma carga transiente com duração muito curta (explosões, impactos,
queda de objetos, etc.). A Figura 1 apresenta a curva típica ao longo do tempo das
cargas dinâmicas e o exemplo da fonte de excitação

Figura 1 – Características e origem das cargas dinâmicas típicas. (a) harmônica, (b)
periódica, (c) impulsiva, (d) transiente (CLOUGH & PENZIEN (1995)).

A resposta estrutural aos carregamentos dinâmicos dependerá,


essencialmente, de três parâmetros: massa, rigidez e amortecimento. A massa é
determinada pela massa da estrutura e a parcela estática do carregamento (massa
da estrutura e do motor que está sobre ela, por exemplo). A rigidez dependerá da
geometria e dos materiais que compõe a estrutura (inércia e módulo de elasticidade).
O amortecedor pode representar um mecanismo, interno ou externo a estrutura, capaz
de dissipar energia.
24

Para a determinação, teórica e experimental, dos parâmetros dinâmicos e


resposta dinâmica da estrutura é apresentado, no item seguinte, o conceito da análise
modal.

2.2 Análise Modal

A análise modal é o estudo das propriedades dinâmicas de estruturas


lineares, baseadas em técnicas teóricas ou experimentais. Neste item serão
apresentados os conceitos básicos da análise modal. NÓBREGA (2004) define a
análise modal da seguinte maneira:

A análise modal é o processo constituído de técnicas teóricas e


experimentais que possibilitam a construção de um modelo
matemático representativo do comportamento dinâmico do
sistema em estudo, a fim de determinar os seus parâmetros
modais (frequências naturais, modos de vibração e fatores de
amortecimento modal). Tais parâmetros são frequentemente
determinados por métodos analíticos, por exemplo, utilizando-se
o Método dos Elementos Finitos. Em outras situações, o modelo
analítico sequer existe; assim, os parâmetros modais podem ser
determinados experimentalmente. Ou, mesmo que ele exista, a
abordagem experimental pode servir para a verificação e
validação dos resultados do modelo analítico.
Como abordado anteriormente, o estudo das vibrações de um sistema
estrutural pode ser realizado via análise teórica ou experimental. Cada uma destas
alternativas pode ser considerada como constituída de três fases (MAIA et al (1997) e
EWINS (2000)). A Figura 2 apresenta o esquema da análise modal teórica.

Figura 2 – Esquema da análise modal teórica de um sistema vibratório (NÓBREGA


(2004))
25

Na Figura 3 é apresentado o esquema da análise modal experimental.

Figura 3 – Esquema da análise modal experimental de um sistema vibratório


(NÓBREGA (2004))

Onde:

[𝑀] - matriz de massa;

[𝐶] - matriz de amortecimento;

[𝐾] - matriz de rigidez;

𝝃 – fator de amortecimento;

[𝜔] - matriz de frequências naturais;

[Φ] - matriz modal;

𝐻𝑖𝑗 (𝜔) e ℎ(𝑡) – respostas da estrutura em FRF e amplitudes.

2.2.1 Análise teórica

NÓBREGA (2004) apresenta de forma sucinta os princípios da análise


modal teórica. O primeiro passo da análise teórica trata-se da caracterização das
propriedades físicas e geométricas da estrutura, geralmente em termos de suas
matrizes de massa [𝑀], amortecimento [𝐶] e rigidez [𝐾], as quais definem o modelo
espacial.

Em seguida, realiza-se a análise modal teórica do modelo espacial,


determinando o chamado modelo modal: a matriz das frequências naturais [𝜔], seus
26

correspondentes modos de vibração [Φ] e fatores de amortecimento modal 𝜉, que


juntos constituem os parâmetros modais do sistema. A grande vantagem de se
trabalhar no espaço modal é a possibilidade de desacoplar as diversas equações de
movimento do sistema, resultando um conjunto de modelos de um grau de liberdade,
um para cada modo do modelo de múltiplos graus de liberdade.

Por último, é realizada a análise da resposta da estrutura sob a influência


de uma excitação. Embora seja evidente que isto dependa das propriedades
estruturais tanto quanto da natureza e intensidade da excitação, é conveniente
apresentar a análise da resposta sob uma excitação normalizada. Assim, a partir desta
resposta normalizada, a solução de qualquer caso particular pode ser construída. O
modelo de resposta contém o conjunto de soluções em relação às quais as excitações
possuem valores unitários, aplicados em determinados pontos da estrutura e para
todas as frequências de uma faixa específica de interesse (𝐻𝑖𝑗 (𝜔)). O modelo de
resposta consiste, portanto, de um conjunto de funções de resposta em frequência
(FRFs) ou de funções de resposta ao impulso (FRIs) e das respostas da estrutura ao
longo do tempo (ℎ(𝑡)).

2.2.2 Análise experimental

No caminho inverso da metodologia da análise teórica, a análise


experimental tem seu início com a medição da resposta da estrutura nas formas de
FRFs, FRIs ou variações ℎ(𝑡). Na sequência, são aplicados métodos para deduzir as
frequências naturais (𝜔), modos de vibração (Φ) e fatores de amortecimento (𝜉).
Através de técnicas apropriadas, ou pela comparação com modelos numéricos, é
possível deduzir as propriedades espaciais ( 𝑀, 𝐶 e 𝐾). NÓBREGA (2004) ressalta
que:

Deve ser observado que nesse modelo de resposta


normalmente ocorre uma redução significativa dos graus de
liberdade do sistema, em face das dificuldades experimentais, e
também limitados pelos pontos de medida definidos para o
ensaio experimental. Posteriormente, executa-se uma
“expansão” do modelo de resposta a fim de se obter o modelo
espacial (via de regra, com um maior número de nós).
De acordo com NÓBREGA (2004), o processo de determinação dos
parâmetros modais, a partir de dados experimentais, é constituído por diversas fases
27

e seu sucesso depende da correta avaliação dos erros e precisões de cada etapa. Em
um de seus trabalhos, ALLEMANG & BROWN (2002) definiram estas etapas da
seguinte maneira:

• Teoria da análise modal: refere-se à teoria da vibração clássica que


explica a existência de frequências naturais, fatores de amortecimento e
modo de vibração para sistemas lineares;

• Métodos experimentais de análise modal: podem ser avaliados por meio


da relação entre os resultados mensurados ao longo do tempo e a teoria
clássica da vibração;

• Aquisição dos dados modais: envolve os aspectos práticos da aquisição


de dados que servirão como entrada para a estimativa de parâmetros
modais. Os dados devem atender os requisitos teóricos e do algoritmo
numérico, utilizado na obtenção dos parâmetros modais;

• Estimativa dos parâmetros modais: trata-se da estimativa dos


parâmetros modais em uma estrutura, por meio de um modelo numérico
justificado pelos resultados da analise modal experimental;

• Apresentação/validação dos dados modais: processo que permite a


interpretação física dos parâmetros modais. Correlacionando as
propriedades geométricas, dos materiais e graus de liberdade com os
resultados obtidos experimentalmente.

ALLEMANG & BROWN (2002) descrevem quatro hipóteses fundamentais


na análise modal experimental, para o estudo de qualquer sistema estrutural, são elas:

• Linearidade da estrutura: esta condição permite a sobreposição de


efeitos, onde a soma das respostas de todas ações individuais é igual a
resposta de todas ações agindo simultaneamente;

• Estrutura constante ao longo do tempo: os parâmetros modais são


constantes no tempo;

• Teorema de reciprocidade de Maxwell: estabelece relação direta dos


deslocamentos generalizados com as forças generalizadas que os
28

provocaram, atuantes em pontos distintos da estrutura,


independentemente de sua ordem de aplicação;

• A estrutura é observável: Os dados de entrada e saída devem conter


informações suficientes para gerar um modelo de comportamento
representativo da estrutura.

2.2.3 Aplicação da análise modal experimental em pontes

A análise modal experimental tem sido amplamente utilizada na engenharia


civil para a validação de modelos numéricos, na detecção de danos, no
monitoramento de vibrações e avaliação do conforto humano. A seguir são
apresentados alguns exemplos da utilização da análise modal em pontes.

MCLAMORE (1971) apresentou uns dos primeiros estudos da utilização de


dados de vibração ambiente para a caracterização de propriedade modais de uma
ponte. Alguns anos depois, ABDEL-GHAFFAR e HOUSNER (1978) apresentaram a
determinação de valores de amortecimento através de testes de vibração ambiente
na ponte pênsil Vincent-Thomas, localizada em Los Angeles, Califórnia.

Embasados na abordagem de MCLAMORE (1971), TANAKA e


DAVENPORT (1983) e ABDEL-GHAFFAR e SCANLON (1985) estudaram a resposta
a vibração ambiente da ponte Golden Gate. Seus resultados apresentaram uma boa
correlação entre as análises experimentais e analíticas.

BRINCKER et. al. (2000) apresentaram a análise de resposta de vibração


ambiente da ponte Great Belt, localizada na Dinamarca, umas das maiores pontes
pênsil do mundo. A análise teve como objetivo estimar valores reais de amortecimento
a partir da resposta dinâmica ao tráfego de veículos e ao vento. Os dados de vibração
foram analisados utilizando três técnicas diferentes: Decomposição no Domínio da
Frequência (Frequency Domain Decomposition - FDD), Identificação Estocástica de
Subespaços (Stochastic Subspace Identification - SSI) e, para a validação dos dados,
foi utilizado o Critério de Confiança Modal (Modal Assurance Criterion - MAC).

Dentre os trabalhos recentes, encontrados na bibliografia, podemos citar


ZHANG et. al. (2013), TEIXEIRA et. al. (2010) e ALVES e CONTE (2016).
29

ZHANG et. al. (2013) monitoraram a ponte pênsil Throgs Neck, localizada
em New York, com uma grande rede de transdutores de aceleração distribuídos ao
longo do tabuleiro e nas torres. O principal objetivo foi a caracterização modal da ponte
afim de se obter os parâmetros adequados para as condições de apoios e rigidez da
estrutura. Estes parâmetros foram utilizados na calibração de um modelo numérico
elaborado no software ADINA®.

TEIXEIRA et. al. (2010) realizaram inspeções em uma das pontes em


concreto armado da Estrada de Ferro Carajás, responsável por escoar a produção de
minério de ferro da Serra dos Carajás – PA até o porto da Ponta da Madeira, em São
Luís – MA. Neste estudo foram comparados os resultados da análise modal com
modelo numérico de elementos finitos, comparando-se frequências naturais e modos
de vibração. Além disso, foram verificadas as diferenças das formas modais entre os
vãos analisados por meio do Critério de Confiança Modal (Modal Assurance Criterion-
MAC), de acordo com as formulações apresentadas por ALLEMANG & BROWN
(1982).

ALVES e CONTE (2016) também apresentaram analises modais de pontes


da Estrada de Ferro dos Carajás. Os parâmetros modais foram obtidos com o auxílio
do software ARTeMIS® e os resultados foram validados por meio de modelos
numéricos de elementos finitos elaborado no software SAP2000®.

2.3 Monitoramento dinâmico de estruturas

A partir dos anos 40 do século passado, a análise experimental de tensões


foi introduzida no meio científico, graças à invenção da extensometria elétrica (strain
gauges) por RUGE (1941). Os primeiros ensaios realizados, com o auxílio de modelos
físicos em escala, eram destinados a estruturas complexas, pois para estas não era
possível descrever o comportamento estrutural por meio de modelos analíticos
(SABNIS et al.1983).

De acordo com CAETANO et al. (2010), a combinação dos resultados


oriundos da análise experimental com resultados da modelagem numérica,
introduzida nas décadas de 60 e 70, propiciou o avanço do conhecimento do
comportamento estrutural, permitindo a otimização do uso dos materiais, o que
possibilitou a construções estruturas mais esbeltas e também mais complexas.
30

Ao observar os estudos percussores do comportamento dinâmico de


estruturas, pode-se dizer que estes eram essencialmente direcionados na
identificação de frequências naturais de pontes, barragens e edifícios e, em alguns
casos na identificação dos modos de vibração, tendo como fonte de excitação a
vibração produzida por equipamentos mecânicos ou a vibração ambiental. Dentre
esses trabalhos podemos ressaltar os realizados por CARDER (1936), VINCENT
(1958), KEIGHTLEY et al. (1961), CRAWFORD et al. (1964), MCLAMORE et al.
(1971) e TRIFUNAC (1972).

De acordo com FARRAR (2001), o monitoramento de estruturas e a


detecção de danos, o mais breve possível, tem sido difundido na engenharia
aeroespacial, civil e mecânica. Métodos de detecção de danos usuais, experimentais
ou visuais, exigem o pré-conhecimento da região do dano e que o local a ser
inspecionado seja de fácil acesso.

Sistemas de monitorização de pontes não são apenas usados para detectar


danos. As aplicações e objetivos dos sistemas de monitoramento existentes incluem:
controle de qualidade durante o período de construção; verificação dos parâmetros de
projeto de obras recém-construídas; sistema de aviso para o fechamento de tráfego
quando a ponte é exposta a uma carga excessiva do vento; e avaliação do dos
estados limite de serviço e último. No entanto, de modo geral, existem algumas
imprecisões na maneira que os dados são atualmente interpretados em relação a
avaliação do estado e, aparentemente, muitos “julgamentos de engenharia” entram
em cena HOUSNER et al. (1997).

Em relação aos critérios normativos, a NBR 15307 (2005) apresenta


algumas orientações para a execução de provas de cargas dinâmicas em grandes
estruturas, como pontes, barragens, torres etc.

O principal propósito do monitoramento dinâmico é coletar e armazenar


dados de vibração ao longo do tempo. Estes dados devem ser coletados de acordo
com os requisitos das análises que se pretende realizar. Para isto é fundamental
conhecer o funcionamento dos equipamentos de medição, o tipo de excitação
dinâmica e o correto posicionamento dos transdutores de vibração. Nos itens a seguir
são apresentados os conceitos básicos do funcionamento dos equipamentos.
31

2.3.1 Transdutores de vibração

CHU (2002) descreve o transdutor de vibração (sensor de vibração) como


um dispositivo que converte o choque ou movimento vibratório em um sinal óptico,
mecânico ou, mais comumente, elétrico que é proporcional ao movimento real.

Os transdutores de vibração mais utilizados recentemente são os


denominados acelerômetros, que medem a variação da aceleração de um ponto em
uma determinada direção. Entretanto, as vibrações podem ser pedidas por outros
tipos de sensores, como por exemplo: tradutores de deslocamento (LVDTs e
potenciômetros), transdutores de velocidade (vibrômetros e LDV - laser doppler
vibrometer) ou até mesmo por strain gauges.

A princípio vibração pode ser medida a partir de qualquer uma das


grandezas cinemáticas, entretanto, para as baixas frequências, geralmente
encontradas em estruturas civis, as respostas em deslocamento tornam-se mais
evidentes, enquanto que as respostas em aceleração apresentam um melhor
funcionamento em frequências mais altas (CAETANO (2000)).

Com base nas características apresentadas, RODRIGUES (2004) aponta


que, para sistemas estruturais com frequências naturais baixas, seria mais apropriado
medir a sua resposta em deslocamento. Entretanto, os equipamentos atualmente
utilizados para as medições de deslocamento necessitam de uma base de referência
(em princípio exterior à estrutura), o que pode inviabilizar a medição de vibração em
termos de deslocamentos. Diante disto, a grandeza física de resposta que é
usualmente medida é a aceleração.

De acordo com a NBR 15307 (2005), acelerômetros utilizados em


monitoramentos de estruturas de grande porte devem apresentar ultra-sensibilidade
para medir vibrações de baixíssimas amplitudes e frequências muito baixas.

Os acelerômetros disponíveis no mercado podem ser classificados de


acordo com os seus mecanismos de funcionamento. A seguir são apresentados os
princípios de funcionamento de três tipos de acelerômetros, comumente utilizados em
monitoramentos dinâmicos:
32

2.3.1.1 Acelerômetros piezoelétricos


O funcionamento dos acelerômetros piezoelétricos é baseado na
capacidade, encontrada em alguns cristais, de gerar cargas elétricas proporcionais as
deformações aplicadas. Essa propriedade é atribuível ao fato de que a deformação
corresponde a uma alteração de forma que, em cristais que não possuam um centro
de simetria de carga, resulta na geração de uma carga elétrica. Há diversos cristais
que apresentam a propriedade de piezoeletricidade, tais como o quartzo, a turmalina
ou os materiais cerâmicos policristalinos (WALTTER (1999)).

A Figura 4 apresenta um diagrama esquemático de um acelerômetro


piezoelétrico. Este é constituído por uma massa apoiada sobre um cristal
piezoelétrico. Quando o sensor é submetido a vibrações, a massa oscila, provocando
deformações no elemento piezoelétrico. Estas deformações são transformadas em
cargas elétricas, que são transmitidas a um sistema de aquisição de dados que coleta
e armazena os valores em volts (V). Posteriormente, conhecendo-se a sensibilidade
do sensor (V/g), os dados são convertidos em termos de aceleração (CHU (2002)).

Figura 4 – Diagrama esquemático do acelerômetro piezoelétrico (CHU (2002) -


adaptado).

2.3.1.1 Acelerômetros piezoresistivos


Os acelerômetros piezoresistivos diferem dos piezoelétricos pelo fato de
não gerarem o seu próprio sinal elétrico. Por esta razão os sensores piezoresistivos,
denominados como sensores passivos, precisam de uma alimentação elétrica externa
para que possam produzir o sinal de saída CHU (2002). Segundo CHU (2002), os
elementos piezoresistivos funcionam de maneira semelhante a um strain gauge,
variando sua resistência quando submetido às variações de deformação.
33

Segundo RODRIGUES (2004), os acelerômetros piezoresistivos são


constituídos por uma massa ligada a uma viga em flexão (Figura 5) à qual estão
ligados os elementos piezoresistivos (sílica) formando uma ponte de Weathstone.
Quando a massa sofre uma aceleração, os elementos de sílica deformam-se e a ponte
de Weathstone fica desequilibrada, dando origem a um sinal eléctrico proporcional à
aceleração.

Figura 5 – Diagrama esquemático do acelerômetro piezoresistivo (CHU (2002) –


adaptado).

2.3.1.2 Acelerômetros capacitivos


Os acelerômetros capacitivos, utilizados no desenvolvimento do programa
experimental deste trabalho, apresentam um mecanismo muito semelhante ao dos
acelerômetros piezoresistivos, constituído por uma massa, com uma determinada
carga elétrica, fixada à um elemento flexível. Paralelamente a massa são dispostas
placas com carga elétrica de sinal contrário, formando um capacitor variável de placas
paralelas. Os elementos deste capacitor são conectados em meia-ponte a um
condicionador de sinais. Quando a massa é sujeita a uma aceleração essa ponte
desequilibra-se, gerando-se um sinal proporcional a essa aceleração (CHU (2002)). A
Figura 6 ilustra, de forma esquemática, o funcionamento de um acelerômetro
capacitivo.
34

Figura 6 – Diagrama esquemático do acelerômetro capacitivo (MAIA et. al. (1997) -


adaptado).

Apesar da existência de diversos tipos de acelerômetros, algumas


propriedades são comuns e devem ser observadas quando da escolha dos
transdutores. CHU (2002) apresenta as principais características dos acelerômetros:

• Sensibilidade: relação entre intensidade da aceleração medida e o sinal


de saída do sensor e é, geralmente, apresentada em mV/g. Nos
monitoramentos com alto nível de vibração, por exemplo em crash test
realizados em automóveis, os acelerômetros não precisam de uma alta
sensibilidade. Entretanto, quando as acelerações são de baixa
intensidade, como ocorrem em ensaios em pontes com excitação
ambiental, os transdutores devem ter uma sensibilidade maior, ou seja,
em termos gerais, a sensibilidade dos sensores deve ser inversamente
proporcional ao nível de vibração que este será exposto durante o
monitoramento;

• Resolução: pode ser definida como a menor variação possível do sinal


de saída do sensor. Esta característica depende tanto do transdutor,
como do sistema de aquisição. Além disto, a resolução pode ser afetada
pelos níveis de ruído do sensor, cabos e sistema de aquisição. Em geral,
qualquer mudança de sinal menor do que o nível de ruído será
mascarado por ele, afetando assim a resolução do sistema;

• Sensibilidade transversal: trata-se da interferência que uma vibração,


ortogonal ao eixo de medição do sensor, provoca em seu sinal de saída.
Esta variação depende das tolerâncias de fabricação e/ou variações
35

imprevisíveis nas características dos componentes do transdutor. Na


pratica, a sensibilidade transversal varia entre 1% e 5%, expressa em
porcentagem em relação a sensibilidade no eixo do sensor;

• Limites de linearidade de amplitude: refere-se à variação da


sensibilidade do sensor, quando submetida a diferentes níveis de
entrada. Sendo assim, nesta faixa, a resposta a um sinal de entrada de
baixa intensidade deverá ser proporcional a um sinal de alta intensidade.
Na prática, o limite inferior de linearidade está relacionado ao ruído do
sensor e o limite superior às suas características mecânicas e elétricas;

• Faixa de trabalho: é a faixa de frequência de operação em que a


sensibilidade do transdutor não varia mais do que uma porcentagem
indicada da sensibilidade nominal. Esse intervalo pode ser limitado pelas
características elétricas ou mecânicas do transdutor ou pelo
equipamento auxiliar associado. O limite inferior refere-se à limitação do
sistema massa-mola, interno do transdutor, em responder a baixas
frequências, apresentando uma resposta inferior ao nível de vibração
real. O limite superior está vinculado à frequência natural do transdutor,
pois, quando estiver em ressonância, as respostas serão superiores em
relação ao nível de vibração. Esses limites podem ser adicionados aos
limites de linearidade de amplitude para definir completamente os
intervalos operacionais do instrumento;

• Efeitos ambientais: A temperatura, a umidade e ruídos acústicos podem


gerar alterações significativas na resposta dinâmica dos transdutores. A
temperatura pode afetar, principalmente, a frequência natural e o
amortecimento. A sensibilidade à temperatura depende dos
componentes e materiais utilizados na construção do sensor. A umidade
interfere na reposta de sensores de alta impedância, entretanto, a maior
parte dos sensores é selado para evitar o contato com a atmosfera.
Ruídos acústicos podem provocar vibrações nos componentes internos
ou no invólucro do transdutor, sendo possível atingir as frequências
naturais dos componentes, elevando a amplitude do sinal de saída.
36

De modo geral, pode-se dizer que, a escolha dos transdutores de


aceleração está mais correlacionada aos seus limites operacionais do que ao seu
mecanismo de funcionamento.

2.3.2 Sistema de aquisição de dados

Sistemas de aquisição de dados são equipamentos capazes de coletar,


processar e armazenar informações de forma organizada.

Segundo DI PAOLO (2013) sistemas de aquisição de dados (DAQ) são


usados para adquirir informações de fenômenos físicos. O processo principal é
registrar os sinais, convertendo o valor analógico (sinal elétrico) do sensor para um
digital para serem armazenados e manipulados por um computador. Os principais
equipamentos utilizados no processo de aquisição de dados são:

• Sensores e transdutores: para converter o fenômeno físico em um sinal


elétrico;

• Cabeamento: responsável por alimentar os sensores e encaminhar o


sinal elétrico até o DAQ;

• Condicionador de sinais: tem como objetivo adequar o sinal recebido do


sensor para os padrões de leitura do DAQ. Este componente pode ser
composto por amplificadores de sinal, filtros, limitadores de sinais etc.
Ele pode estar dentro do próprio circuito do sensor, ser um equipamento
externo ou dentro do próprio sistema de aquisição;

• DAQ hardware: equipamento responsável pela conversão do sinal


analógico para um sinal digital. Existem vários modelos de sistemas de
aquisição, em alguns modelos é possível encontrar fontes de
alimentação dos sensores, condicionadores de sinais, filtros anti-aliasing
e sistema autônomo de gravação de dados;

• DAQ software: trata-se de uma interface entre o sistema de aquisição e


o usuário, onde é possível realizar as configurações de aquisição como
tensão de alimentação dos sensores, taxa amostragem, fator de
calibração, tipos de ligação (um quarto de ponte, meia ponte ou ponte
completa), filtros e resolução. Os softwares de aquisição podem ser
37

desenvolvidos pelo usuário, para aplicações especificas. Entretanto


existem softwares comerciais como Labview®, Dasylab®, Mathlab®.
Estes oferecem vários recursos pré-programados para facilitar a
aquisição, visualização do monitoramento e ferramentas de cálculo em
tempo real. Neste trabalho será utilizado o software AqDados®, fornecido
pela própria fabricante do sistema de aquisição.

O diagrama apresentado na Figura 7, ilustra os elementos básicos que


constituem um sistema de aquisição de dados.

Figura 7 – Diagrama esquemático da aquisição de dados (DI PAOLO (2013)).

No monitoramento dinâmico o sistema de aquisição de dados deve garantir


um sinal digital muito próximo ao sinal analógico. A qualidade do sinal digital tem
grande influência na análise dos resultados, sobretudo na análise modal. Dentre todos
os parâmetros, os que exercem grande influência na qualidade do monitoramento
dinâmico, podemos citar a taxa de amostragem e a resolução. RODRIGUES (2004)
apresenta algumas características e recomendações para uma boa aquisição:

• Taxa de amostragem: Para que a representação discreta de um sinal


contínuo seja correta em termos de frequência, é necessário observar o
teorema de amostragem de Shannon (conhecido por teorema de
Nyquist), segundo o qual, a frequência de amostragem fs deve ser pelo
menos igual ao dobro da máxima frequência f máx das componentes do
sinal. O valor dessa máxima frequência é designado por frequência de
38

Nyquist. Se a condição apresentada no teorema de Shannon não for


atendida, ocorre o erro de aliasing que se traduz no fato de uma
componente com uma frequência superior a f Nyq surgir, incorretamente,
na série discreta como tendo uma frequência mais baixa (Figura 8).

Figura 8 – Efeito de aliasing de um sinal devido à baixa taxa de amostragem


(RODRIGUES (2004)).

• Resolução: A operação de quantização consiste na conversão da


amplitude de um determinado valor analógico para o valor inteiro mais
próximo, disponível no conversor analógico/digital de acordo com sua
resolução. Esta operação envolve a representação por números inteiros
que os sinais analógicos podem assumir ao entrar no sistema de
aquisição. Este número discreto de níveis depende da resolução, ou
número de bits, do conversor analógico/digital. Um conversor com uma
resolução de m bits tem capacidade para discretizar a gama de valores
dos sinais analógicos, em 2m níveis. A Figura 9 apresenta a aquisição de
um mesmo sinal analógico por dois sistemas com resoluções diferentes.
Nota-se que quanto maior a resolução do sistema, mais fiel será a
representação do sinal digital.
39

Figura 9 – Diferença na forma de onda com resoluções de 3 bits e 16 bits (NATIONAL


INSTRUMENTS (2016)).

2.3.3 Posicionamento dos sensores

O posicionamento dos sensores varia de acordo com o propósito do


monitoramento (caracterização modal, análise de conforto, identificação e localização
de danos) e com o tipo de estrutura (pontes, edifícios, equipamentos, etc.). Na prática,
o número de sensores e de canais em um sistema de aquisição são limitados, o que
nos obriga a decidir quais os principais pontos a serem monitorados. A NBR 15307
(2005) apresenta algumas recomendações sobre os posicionamentos dos
transdutores, de acordo com a estrutura. Para o monitoramento de pontes esta
recomenda um arranjo com transdutores triaxiais a 1/3 do vão, sobre os apoios e no
bloco de fundação (Figura 10). Porém, este arranjo não garante a determinação do
segundo modo de flexão ou modos de torção.

Figura 10 – Posição das medições em pontes (NBR 15307 (2005)).


40

RODRIGUES (2004) salienta que, sempre que os ensaios tenham como


objetivo a identificação de configurações modais, é necessário medir a resposta das
estruturas num número suficiente de pontos que permita definir essas configurações
duma forma clara. Esse número de pontos deverá ser ajustado às características da
estrutura (por exemplo, ao número de andares de um edifício ou a quantidade de
tramos de uma ponte) e ao refinamento com o qual se pretendem identificar as
configurações. É necessário então definir uma malha de pontos experimentais, onde,
nos ensaios, é medida a resposta das estruturas. O número total de pontos dessa
malha é normalmente superior ao número de transdutores disponíveis, sendo então
necessário adotar técnicas em que são efetuados vários ensaios, mantendo sempre
alguns transdutores nos mesmos pontos (pontos de referência) enquanto que os
restantes transdutores vão sendo sucessivamente colocados nos restantes pontos até
se medir a resposta do sistema em toda a malha de pontos experimentais.

Segundo RODRIGUES (2004), a escolha dos pontos de uma estrutura


onde devem ser colocados os transdutores e da orientação destes, ou seja, a escolha
dos graus de liberdade experimentais, pode ser efetuada com base nos modos de
vibração que se pretende identificar, bem como na experiência anterior obtida em
ensaios de estruturas semelhantes. De preferência, essa escolha deve basear-se nas
configurações modais calculadas com um modelo de elementos finitos.

Em relação ao monitoramento com o objetivo de localizar danos,


GUERREIRO (2014) realizou um estudo comparativo, variando o espaçamento entre
os transdutores, para avaliar a sensibilidade dos métodos de localização de danos.
Neste estudo ficou clara a relação entre a precisão da localização de danos e o
espaçamento entre os transdutores. Desta forma, a máxima precisão em métodos de
localização de danos será a distância entre os transdutores.

2.4 Métodos de detecção e localização de danos estruturais

A premissa básica da detecção de danos, por meio da análise experimental


dinâmica, é que o dano irá alterar de forma significativa as propriedades de rigidez,
de massa ou de dissipação de energia de um sistema, que por sua vez, irá alterar a
resposta dinâmica medida desse sistema. Embora a base para a detecção de danos
pareça intuitiva, a sua aplicação real coloca muitos desafios técnicos significativos. O
41

principal desafio está no fato de que os danos são tipicamente um fenômeno local e
pode não influenciar significativamente as menores frequências das estruturas, que
são predominantemente medidas durante os testes de vibração.

RYTTER (1993) apresentou em seu trabalho uma classificação para


identificação de danos composta por quatro níveis:

Nível 1 – Detecção: Existem danos na estrutura ou não?

Nível 2 – Localização: Onde está localizado o dano?

Nível 3 – Quantificação: Qual o grau de deterioração da estrutura?

Nível 4 – Previsão: Qual será a vida útil da estrutura?

O primeiro nível, detecção do dano, é basicamente relacionado à detecção


de mudanças das características dinâmicas, como frequências naturais da estrutura.

De acordo com PEETERS (2000), existem duas abordagens que propiciam


a identificação de danos (Nível 1). Na primeira abordagem, um grande número de
sensores é usado para permitir a localização do dano, este procedimento baseia-se
na detecção de alteração da forma de modo local. A precisão de localização é, em
geral, limitada pela resolução espacial da malha de medição. A segunda abordagem
requer menos sensores, mas precisa de um modelo numérico da estrutura. Os
parâmetros do modelo que estão relacionados com os danos são calibrados de modo
a que as características dinâmicas do modelo numérico correspondam às medições
realizadas no modelo experimental.

Ainda segundo PEETERS (2000), a monitoração da integridade estrutural,


por meio de ensaios dinâmicos, vem sido utilizada em larga escala para a verificação
de pontes, barragens, edifícios etc. Algumas dessas estruturas já se encontram com
uma idade avançada e necessitam de maior atenção quanto a sua integridade. Por
exemplo, nos Estados Unidos, houve um grande boom nas construções de pontes na
década de 60, quando o sistema de autoestradas interestaduais foi construído. A
situação no continente europeu é semelhante, pois grande maioria das pontes
encontra-se em idade crítica. Isto tem gerado uma grande demanda na área de
manutenção de obras especiais. Neste contexto, a monitoração dinâmica é
42

certamente uma ferramenta útil para atestar as condições estruturais e para o


planejamento de manutenções.

Neste item pretende-se apresentar um resumo da literatura sobre alguns


dos métodos para a identificação de danos e monitoramento da integridade de
estruturas baseados nas alterações de suas propriedades dinâmicas

2.4.1 Alterações nas frequências naturais e amortecimento

A grande maioria dos trabalhos sobre identificação de danos utilizam a


mudança de frequência como indicador de dano estrutural. As frequências naturais
das estruturas dependem, fundamentalmente, de sua rigidez e de sua massa.
Considerando a massa da estrutura como uma variável conhecida, pressupõe-se que
a variação da frequência natural está relacionada a alterações da rigidez, por exemplo,
na redução da seção transversal em uma viga fissurada (DOEBLING (1996)).

VANDIVER (1975 e 1977) estudou a mudança nas frequências associadas


com os dois primeiros modos de flexão e o primeiro modo de torção de uma torre de
uma estação luz no mar para identificar danos. Com base em simulações numéricas,
o autor concluiu que as alterações na massa efetiva da torre, resultante da instalação
de chapas para o controle de movimentação de líquidos em tanques no convés,
produziu uma mudança apenas 1% nas frequências dos três modos a ser
considerada. Ao remover sistematicamente elementos do modelo numérico o autor
demonstrou que a falha, na maioria dos elementos, produz mudanças nas frequências
ressonantes superiores a 1%, e, assim, os danos que na maioria dos membros será
detectável. Em uma simulação numérica de formação de ferrugem (redução na
espessura da parede dos tubos estruturais em 1,27mm, em túbulos com espessura
atual que variam de 8,18mm a 25,4mm) mostrou uma redução de 3,71% nas
frequências de modo de flexão.

PENNY et al. (1993) apresentam um método de detecção da "mais


provável" localização do dano, simulando as mudanças de frequência que ocorreriam
para diversos casos de danos, alterando a intensidade e localização. As frequências
medidas foram, em seguida, comparadas com as frequências simuladas para cada
caso de dano pelo método dos mínimos quadrados. O "verdadeiro" cenário de dano,
localização e intensidade, é indicado pelo menor erro encontrado na comparação.
43

MENEGHETTI E MAGGIORE (1994) deduziram uma sensível formulação


para a localização de fissuras em uma viga a partir da mudança de frequência. Com
base em resultados analíticos, alterou-se a rigidez local para simular um dano, a
alteração da frequência foi representada graficamente em função da posição da
fissura. Essa curva foi traçada com base em alterações de frequência medidos para
vários modos. O ponto de intersecção das curvas foi usado como um indicador da
localização da fissura.

SILVA E GOMES (1994) apresentam um outro método para resolver o


problema de detecção de danos. A técnica requer um modelo analítico para obtenção
da alteração de frequência em função da abertura e localização da fissura. De acordo
com essa pesquisa, a hipótese da localização e profundidade da fissura é considerada
verdadeira quando a comparação entre o modelo analítico e o experimental
apresentarem a menor diferença, conforme a equação abaixo:

𝒎
𝟏 (𝑸𝒊 )𝑿 − (𝑸𝒊 )𝑨
𝑹 = √ ∑[ ]
𝒎 (𝑸𝒊 )𝑿
𝒊=𝟏 Equação 1

𝝎𝒅
𝒊
Sendo: 𝑸𝒊 =
𝝎𝒖
𝒊

Onde:

𝑚 - número de modos de vibração;

𝑄𝑖 - razão entre as frequências dos modelos com e sem dano;

𝜔𝑖𝑑 - frequência do 𝑖-ésimo modo do modelo com dano;

𝜔𝑖𝑢 - frequência do 𝑖-ésimo modo do modelo sem dano;

𝑋 - refere-se aos resultados do modelo experimental;

𝐴 - refere-se aos resultados do modelo analítico;

𝑅 – função erro a ser minimizada;


44

De acordo RYTTER (1993), estruturas com danos irão apresentar


mudanças na capacidade de amortecimento. Os coeficientes modais de
amortecimento são extremamente sensíveis quando do aparecimento de pequenas
fissuras. Entretanto, as mudanças no amortecimento são altamente dependentes de
diversos fatores, dificultando a correlação analítica entre a profundidade da fissura e
o amortecimento. O autor apresenta como exemplo alguns fatores que influenciam o
amortecimento em uma plataforma de petróleo, são eles: materiais, integridade e
conexões da estrutura, nível da água, solo, barris sobre a plataforma e sistemas
artificiais de amortecimento.

O amortecimento é mencionado como potencial identificador de danos em


alguns trabalhos (por exemplo: AGBABIAN et al (1988) e TSAI et al (1985)). Porém,
ainda é um parâmetro com uso limitado em artigos e publicações acadêmicas. Isto
pode ser explicado devido as dificuldades apontadas anteriormente.

RYTTER (1993) conclui que o amortecimento é aplicável e recomendável


como parâmetro identificador de danos, mas ele não deve ser utilizado isoladamente,
como único indicador.

2.4.2 Alterações dos modos de vibração

Segundo RYTTER (1993), um dano localizado irá causar alterações nas


derivadas das deformadas modais na região do dano. Este fato tem aumentado a
utilização das alterações da deformada modal como indicador de danos.

Um dos métodos de identificação de dano consagrado é denominado MAC


(modal assurance criterion) apresentado por ALLEMANG & BROWN (1982). Neste
método são comparados os vetores modais experimentais dos modelos íntegro e
danificado. O coeficiente MAC pode ser obtido pela seguinte equação:

𝟐
|{𝜱𝒂𝒊 }𝑻 {𝜱𝒆𝒊 }|
𝑴𝑨𝑪(𝒊,𝒋) = 𝑻 Equação 2
({𝜱𝒂𝒊 }𝑻 {𝜱𝒂𝒊 }) ({𝜱𝒆𝒋 } {𝜱𝒆𝒋 })

Onde:

{𝛷𝑖𝑎 } - vetor modal do modelo íntegro do 𝑖-ésimo modo;

{𝛷𝑗𝑒 } - vetor modal do modelo com dano do 𝑗-ésimo modo.


45

O coeficiente MAC correlaciona os pares de vetores modais e seu valor


varia entre 0 e 1. Quando MAC é igual a 1 significa que os vetores modais são
idênticos e tem ótima correlação. Por outro lado, quando o coeficiente MAC é igual a
0 significa que os vetores modais são ortogonais entre si, não havendo nenhuma
correção.

WEST (1984) apresenta o que é possivelmente a primeira utilização


sistemática das informações da deformada modal para a localização do dano
estrutural, sem a utilização de um modelo de elementos finitos. O autor usa os
coeficientes MACs para determinar o grau de correlação entre os modos de vibração
no teste de um flap de um ônibus especial sem danos e depois de ter sido exposto a
uma carga acústica.

SALAWU E WILLIAMS (1995) apresentaram em seu trabalho que os


coeficientes de MAC podem ser usados para indicar quais os modos de vibração que
estão sendo mais afetados pelo dano.

Outra técnica muito utilizada é denominada COMAC (coordinate modal


assurance criterion), apresentada por LIEVEN e EWINS (1988). Esta correlaciona dois
vetores modais para cada grau de liberdade, em que um deles é a condição de
referência. O coeficiente COMAC pode ser definido como uma extensão do coeficiente
MAC, identificando quais graus de liberdade medidos contribuem negativamente para
um baixo coeficiente MAC. O coeficiente COMAC pode ser obtido pela seguinte
equação:

𝟐
(∑𝒏𝒊=𝟏{𝜱𝒂𝒊 }𝒋 {𝜱𝒆𝒊 }𝒋 )
𝑪𝑶𝑴𝑨𝑪(𝒋) = Equação 3
(∑𝒏𝒊=𝟏{𝜱𝒂𝒊 }𝒋 {𝜱𝒂𝒊 }𝒋 )(∑𝒏𝒊=𝟏{𝜱𝒆𝒊 }𝒋 {𝜱𝒆𝒊 }𝒋 )

Onde:

{𝛷𝑖𝑎 } - vetor modal do modelo íntegro do 𝑖-ésimo modo;

{𝛷𝑗𝑒 } - vetor modal do modelo com dano do 𝑗-ésimo modo;

𝑛 - número de modos de vibração.

Muitos autores utilizam os coeficientes MAC e COMAC, entre outras


derivações destes métodos, de maneira integrada para a identificação e localização
46

de danos. KIM, et al. (1992) estudou o uso do MAC e suas variações na localização
do dano estrutural. Eles usam o Partial MAC (PMAC) para comparar os valores de
MAC dos subconjuntos de coordenadas dos vetores modal. Ao usar o COMAC e o
PMAC em conjunto, eles foram capazes de isolar a área danificada da estrutura.

KO et al (1994) utilizou a uma combinação dos coeficientes MAC e COMAC


para detectar danos em estruturas moldadas em aço. A sensibilidade das derivadas
dos modos de vibração a danos localizados foi usada para determinar quais os graus
de liberdade mais relevantes e posteriormente usado o índice COMAC como indicador
de dano. Os resultados demonstram que determinadas combinações de modos
podem indicar danos, mas quando todos os modos são utilizados, a indicação de dano
pode ser mascarada por modos que não são sensíveis ao dano.

2.4.3 Diferença da curvatura modal (DCM)

As mudanças nas deformadas modais são mais sensíveis ao dano local


quando comparadas às mudanças nas frequências naturais. No entanto, usar
deformadas modais também possui algumas desvantagens. Primeiro, o dano é um
fenômeno local e pode não influenciar significativamente as formas dos primeiros
modos de vibração, obtidos a partir de testes de vibração em estruturas com grandes
vãos. Em segundo lugar, as deformadas modais são afetadas pelo ruído ambiental de
cargas ambientais ou alteração da posição dos sensores (PANDEY et al. (1991)).

Por outro lado, as derivadas das deformadas modais, como as curvaturas


modais, são mais sensíveis a pequenas perturbações e, portanto, podem ser usados
para detectar danos (PANDEY et al. (1991) e NDAMBI et al. (2002).)

PANDEY et al. (1991) demonstram que as mudanças absolutas na


curvatura das deformadas modais podem ser um bom indicador de danos em modelos
de elementos finitos de vigas. Os valores de curvatura são calculados a partir do
deslocamento da curvatura modal, usando a aproximação de diferença central para o
deslocamento do ponto i na deformada modal do modo j. A curvatura modal é definida
pela Equação 4.

𝜱(𝒊−𝟏,𝒋) − 𝟐𝜱(𝒊,𝒋) + 𝜱(𝒊+𝟏,𝒋)


𝜱(𝒊,𝒋) " = Equação 4
𝒉𝟐
47

Onde:

𝛷(𝑖,𝑗) " – curvatura modal do 𝑖-ésimo ponto no 𝑗-ésimo modo;

𝛷(𝑖,𝑗) – deslocamento da deformada modal do 𝑖-ésimo ponto no 𝑗-ésimo modo;

ℎ - distância entre os pontos 𝑖 − 1 e 𝑖 + 1;

𝑖 – ponto de medição;

𝑗 – modo de vibração;

A localização do dano é obtida pela comparação entre a curvatura modal


da estrutura íntegra e a com dano. Segundo DAWARI et al. (2013), nos locais com
dano, o valor da curvatura modal é significativamente maior que os de outros locais.
Com base nos valores de diferença de curvatura modais entre estruturas danificadas
e íntegras, a localização dos danos pode ser identificada. PANDEY et al. (1991)
apresentam o resultado da identificação de dano em uma viga biapoiada, onde o dano
foi representado pela variação do módulo de elasticidade da seção (Figura 11).

Figura 11 – Diferença de curvatura modal (DCM) em viga biapoiada (PANDEY et al.


(1991))

No trabalho apresentado por DAWARI et al. (2013), o método de diferença


da curvatura modal (DCM) foi aplicado a modelos biapoiados e em balanço. Os
resultados numéricos demonstram a eficácia do método na localização de cenários
de dano único e múltiplo em vigas. As alterações das curvaturas modais foram
claramente observadas nas regiões com danos.
48

2.4.4 Alteração das amplitudes das acelerações

As acelerações, velocidades e deslocamentos, coletadas em ensaios


dinâmicos, geralmente são utilizadas como matéria prima em análises modais,
detecções e localizações de danos. Entretanto, alguns estudos correlacionam a
variação das amplitudes à localização de danos. OWOLABI et al. (2003) constatou em
seu estudo que as Funções de Resposta em Frequência (Frequency Response
Function – FRF) das acelerações e deslocamentos, sofriam alterações nas amplitudes
das frequências naturais. A Tabela 1 apresenta os resultados obtidos por OWOLABI
et al. (2003), onde foram observadas as variações de amplitude de acelerações e
deslocamentos nos pontos próximos ao dano.

Tabela 1 – Alterações na amplitude dos deslocamentos e acelerações FRFs nas


frequências naturais (OWOLABI et a. (2003)).

1º modo 2º modo 3º modo 4º modo

Amplitude da aceleração
19,229 15,617 12,459 9,9445
(m/s²/N) (íntegro)
Amplitude da aceleração
19,187 15,638 12,479 9,448
(m/s²/N) (com dano)
Diferença (%) 0,22 -0,11 -0,16 0,02
Amplitude do deslocamento
1,3506 0,0281 0,0029 0,0006
(mm/N) (íntegro)
Amplitude do deslocamento
1,3660 0,0283 0,0029 0,0006
(mm/N) (com dano)
Diferença (%) -1,11 -0,71 0,00 0,00

OWOLABI et al. (2003), observaram que a evolução dos danos provocou


alterações tanto a frequência natural como a amplitude das acelerações (Figura 12).

Figura 12 – Variação da amplitude com a evolução do dano (OWOLABI et a. (2003)).


49

MEREDITH et al. (2012) investigou a possibilidade de aplicar a resposta de


aceleração de uma viga biapoiada sujeita a uma carga móvel para detectar danos. Foi
constatado que o método é capaz de detectar múltiplas fissuras, no entanto, os
resultados não são claros. Este método mostrou ser capaz de detectar uma fenda de
10% da profundidade em uma viga biapoiada por meio das médias móveis da
amplitude de aceleração (Figura 13).

Figura 13 – Média móveis da amplitude de aceleração ao longo do vão (MEREDITH et


al. (2012)).

Outros autores utilizaram as diferenças das amplitudes da resposta


dinâmica da estrutura, acelerações e deslocamentos, no desenvolvimento de métodos
de identificação e localização de danos. LOTFOLLAHI-YAGHIN et al. (2009)
apresentaram em seu estudo a localização de danos em vigas de concreto armado a
partir da variação da amplitude da aceleração, em cada frequência natural, por meio
da função de Densidade Espectral de Potência (Power Spectral Density – PSD).
IOANNIS (2011), apresentou investigou a localização de danos em um protótipo de
hélice de avião. Na análise dos dados de aceleração foi observado que os indicadores
de dano são intensificados em alguns locais da hélice. Isto ocorre, pois, as reflexões
de ondas na região danificada amplificam as vibrações próximas ao dano. KOS et al.
(2014), realizaram o acompanhamento dos parâmetros modais durante ensaios de
fadiga em componentes metálicos de máquinas. Neste trabalho foi identificado que,
além das alterações nas frequências naturais, as amplitudes das acelerações
sofreram alterações nas regiões com dano.
50

3 METODOLOGIA
Foram elaborados modelos experimentais em concreto armado, os quais
foram submetidos a ensaios dinâmicos. Para estes foi adotada a geometria
representativa (apenas uma placa biapoiada, sem longarinas ou transversinas) de um
tabuleiro de ponte biapoiado, sistema estrutural geralmente adotado em pontes de
múltiplos vãos e/ou com elementos pré-moldados. A Figura 14 apresenta a concepção
estrutural adotada para a construção dos modelos.

Figura 14 – Tabuleiro de ponte idealizado para os modelos.

A análise experimental foi realizada com o auxílio de rotinas de cálculo de


decomposição no domínio da frequência e do software ARTeMIS®. Além disso, foram
realizados ensaios de caracterização dos materiais.

Foram elaborados modelos numéricos de elementos finitos com software


SAP2000®, onde foram adotadas as mesmas características geométricas e as
propriedades dos materiais dos modelos experimentais. Estes foram utilizados em
simulações, alterando a posição do dano, para a aplicação do método de localização
de danos DCM e no desenvolvimento de uma formulação empírica de localização de
danos, baseada na variação da amplitude das acelerações. Posteriormente, foram
aplicados os métodos de identificação e localização de danos aos dados de
aceleração do monitoramento experimental.

Apresentam-se neste item as características dos materiais utilizados, o


desenvolvimento do programa experimental, as ferramentas utilizadas na análise
experimental, as características dos modelos numéricos e experimentais.
51

3.1 Materiais

3.1.1 Concreto

Para a construção dos modelos, foi escolhido um concreto com fck ≥ 25


MPa. Com o intuito de alcançar esta resistência à compressão, adotou-se um traço
empírico. O traço do concreto, com a massa dos materiais utilizados para cada
betonada, está apresentado na Tabela 2.

Tabela 2 – Traço do concreto em massa

Quantidade Unidade Material


50 kg Cimento Portland CPII
135 kg Areia média
138 kg Brita 1
30 kg Água
Aditivo super plastificante Glenium® 51
500 ml
BASF

Foram moldados 24 CPs para os ensaios de resistência a


compressão, determinação do módulo de elasticidade e compressão diametral,
para as idades de 7, 14 e 28 dias. A Figura 15 apresenta os 24 CPs moldados
quando da concretagem.

Figura 15 – Moldagem do CPs de concreto


52

3.1.1 Borracha dos apoios

Os apoios dos modelos foram constituídos por lençol de borracha natural


comum da marca Mercur®, com 19 mm de espessura e dureza de 70 Shore A. A
Tabela 3 apresenta a ficha técnica do material, fornecida pelo fabricante. Além dos
dados fornecidos pelo fabricante, realizou-se um ensaio de determinação do módulo
de elasticidade da borracha.

Tabela 3 – Ficha técnica da borracha dos apoios fornecida pela MERCUR®.


Características técnicas Teste/Método Unidade Variação
Dureza ASTM D 2240 Shore A 65 a 75
M2 AA Propriedades Tensão de ruptura ASTM D 412 MPa Mínimo 3,0
703 Originais Alongamento na ruptura ASTM D 412 % Mínimo 150
Resistência ao rasgamento ASTM D 624 kN/m Máximo 17
Deformação à compressão (22h) ASTM D 395 % Máximo 50
B33
Envelhecido Variação de dureza (70h) ASTM D 573 Shore A ± 15
(70ºC) Variação de tensão de ruptura (70h) ASTM D 573 % ± 30
A13
Variação de alongamento (70h) ASTM D 573 % Máximo - 50
EA14 Imersão Absorção de água (70h a 100ºC) ASTM D 471 % Máximo + 10
Boa resistência à compressão. Utilizar até temperaturas de -25º a 70ºC quando
Características Físicas ainda conserva boas propriedades mecânicas. Pode ser utilizado na confecção
de juntas de vedação, calços de apoio, guarnições, etc.
Resistência Química Moderada absorção de água.

3.1.2 Moldagem e cura

Para a concretagem dos modelos, foram realizadas 3 betonadas e o


concreto foi distribuído entre as lajes e os CPs, conforme apresentado na Tabela 4.

Tabela 4 – Controle de concretagem


Betonada Data e hora Elementos concretados
• Laje L1 – Sem Armadura
B1 26/04/16 – 10:30 AM • Laje L2 – Com armadura completa
• Corpo de prova: CP1 à CP8
• Laje L3 – Sem Armadura
B2 26/04/16 – 10:50 AM • Laje L4 – Com armadura completa
• Corpo de prova: CP9 à CP16
• Laje L5 – Com armadura seccionada
B3 26/04/16 – 11:20 AM • Laje L6 – Com armadura seccionada
• Corpo de prova: CP17 à CP24

A Figura 16 apresenta as lajes logo após a concretagem e depois da


desforma. A retida da lona e desforma foram realizadas após 49 dias. Para
53

reduzir a perda de água para atmosfera e garantir uma boa cura, colocou-se
uma lona plástica sobre o concreto ainda fresco.

a) Concretagem b) Laje desformada

Figura 16 – Concretagem e desforma das Lajes

3.2 Modelo experimental

Foram elaborados três modelos com geometria idêntica, variando apenas


a armação (sem armadura, com armadura e com armadura cortada). Cada modelo
teve duas amostras, totalizando seis modelos. A duplicação dos modelos teve como
objetivo a preservação de modelos íntegros, para verificações e análises futuras, pois
os demais foram cortados e fissurados, para simular a presença de danos.

Com o aumento das variações dos modelos, adotou-se uma nomenclatura


para auxiliar na identificação de seus respectivos resultados experimentais. Para a
nomenclatura foi adotado o seguinte formato:
54

A Tabela 5 apresenta os modelos utilizados na análise experimental, com


sua nomenclatura e respectiva descrição.

Tabela 5 – Nomenclatura e descrição dos modelos estruturais.

Nomenclatura Descrição do modelo:

INT-L1SAB1 Íntegro (INT), laje 1 (L1), sem armadura (SA) e concreto da betonada 1 (B1)

INT-L3SAB2 Íntegro (INT), laje 3 (L3), sem armadura (SA) e concreto da betonada 2 (B2)

DANO-L3SAB2 Um corte (DANO), laje 3 (L3), sem armadura (SA) e concreto da betonada 2 (B2)

INT-L2AIB1 Íntegro (INT), laje 2 (L2), com armadura (AI) e concreto da betonada 1 (B1)

INT-L4AIB2 Íntegro (INT), laje 4 (L4), com armadura (AI) e concreto da betonada 2 (B2)

DANO-L2AIB1 Um corte (DANO), laje 2 (L2), com armadura (AI) e concreto da betonada 1 (B1)

2DAN-L2AIB1 Dois cortes (2DAN), laje 2 (L2), com armadura (AI) e concreto da betonada 1 (B1)

FIS-L4AIB2 Fissurado (FIS), laje 4 (L4), com armadura (AI) e concreto da betonada 2 (B2)

INT-L5ACB3 Íntegro (INT), laje 5 (L5), armadura cortada (AC) e concreto da betonada 3 (B3)

INT-L6ACB3 Íntegro (INT), laje 6 (L6), armadura cortada (AC) e concreto da betonada 3 (B3)

DANO-L5ACB3 Um corte (DANO), laje 5 (L5), armadura cortada (AC) e concreto da betonada 3 (B3)

Neste item serão apresentadas as características do modelo experimental


e dos materiais utilizados para sua execução.

3.2.1 Características dos modelos experimentais

A geometria e as condições de apoio dos modelos experimentais foram


idealizadas a partir de estruturas de concreto biapoiadas, arranjo estrutural
comumente adotado em pontes de múltiplos vãos e/ou com elementos pré-moldados.
Os modelos tratam-se de lajes retangulares de concreto com 5 cm de altura, 150 cm
de comprimento e largura de 50 cm, fixados nas extremidades sobre apoios de
55

borracha. A Figura 17 apresenta o croqui esquemático com as dimensões do modelo


experimental.

Figura 17 – Geometria dos modelos experimentais (medidas em centímetros).

Nos dois modelos com armadura (INT-L2AIB1 e INT-L4AIB2), utilizou-se


uma tela soldada Q61, com barras de aço CA-60 com 3,4 mm de diâmetro e
espaçadas a cada 15 cm, posicionada no centro da seção transversal. Nos dois
modelos com armadura cortada (INT-L5ACB3 e INT-L6ACB3), foi realizado um corte
na tela soldada, posicionado a 40 cm da extremidade do modelo e com 10 cm de
extensão. Nos modelos INT-L1SAB1 e INT-L3SAB2 não foram utilizadas armaduras.
Além disto, foram confeccionados ganchos para ajudar na movimentação dos
modelos. A Figura 18 apresenta um croqui esquemático com as armaduras utilizadas
em cada modelo. A Figura 19 mostra as formas que foram utilizadas para a confecção
dos modelos, onde pode ser observado o posicionamento dos ganchos para o
transporte e a diferença entre as armaduras dos modelos com armadura íntegra (AI),
armadura cortada (AC) e sem armadura (SA).
56

a) Sem armadura b) Com armadura c) Com armadura cortada

Figura 18 – Diferença das armaduras dos modelos experimentais.

a) Sem armadura b) Com armadura c) Com armadura cortada

Figura 19 – Forma dos modelos experimentais e diferença de suas armaduras

Os modelos experimentais foram fixados sobre apoios de borracha


localizados em suas extremidades. Os apoios foram confeccionados com borracha
natural e tem as seguintes dimensões: 19 mm de altura, 500 mm de comprimento e
50 mm de largura. A Figura 20 mostra o apoio de borracha.
57

a) Borrachas utilizadas nos apoios b) Detalhe típico dos apoios

Figura 20 – Apoios de borracha natural

Os apoios de borracha foram fixados com adesivo de contato, tanto nos


modelos como nos prismas concreto (que serviram de apoio). Os prismas de concreto
(dimensões: 20 x 20 x 50 cm) foram fixados ao piso de concreto com massa plástica.
A Figura 21 apresenta o detalhe típico dos apoios e os materiais utilizados na fixação.

a) Fixação dos prismas de concreto b) Adesivo de contato sobre o concreto

c) Detalhe ilustrativo dos materiais utilizado nas fixações

Figura 21 – Fixações dos apoios

A Figura 22 mostra o exemplo de um modelo posicionado sobre os apoios


e devidamente fixado.
58

Figura 22 – Modelo experimental fixado e preparado para os ensaios.

Inicialmente, os 6 modelos foram ensaiados para a determinação das


propriedades dinâmicas da estrutura intacta (referente a integridade da seção de
concreto). Em seguida, introduziram-se danos em 4 dos 6 modelos. Os danos foram
obtidos por meio de um ou dois cortes transversais e pela fissuração em serviço. A
Figura 23 apresenta um croqui esquemático com os tipos e o posicionamento dos
danos.

Figura 23 – Detalhe dos danos e de suas localizações.

A fissura foi obtida por meio de carregamento estático, com o aumento


gradual do carregamento até o surgimento da primeira fissura. O carregamento foi
realizado com a aplicação de sacos de areia (20 kgf cada) no centro do vão, até atingir
120 kgf. Neste nível de carga surgiu a primeira fissura, localizada a 86 cm do apoio
esquerdo com, aproximadamente, 3 cm de profundidade e 0,4 mm de abertura.
59

Os cortes foram confeccionados com o auxílio de uma serra giratória


equipada com um disco de corte diamantado. Estes foram cortes transversais com 2
cm de profundidade, localizados no fundo da placa de concreto, a 40 cm dos apoios.
Para os modelos com apenas um corte, este encontra-se a 40 cm do apoio esquerdo.
A Figura 24 mostra a execução do corte transversal em um dos modelos.

Figura 24 – Execução do dano com disco de corte diamantado.

Os modelos, íntegros e com danos, são apresentados a seguir. A Figura


25 mostra algumas imagens dos modelos sem armadura (SA) durante os ensaios e o
detalhe do modelo com dano.

a) INT-L1SAB1 b) INT-L3SAB2

POSIÇÃO DO CORTE

c) DANO-L3SAB2

Figura 25 – Modelos sem armadura (SA).


60

Os modelos com armadura (AI) são apresentados na Figura 26. Nesta


estão os modelos íntegros, o modelo com um corte, com dois cortes e o modelo
fissurado, onde é possível observar a abertura de fissura de 0,2 mm.

a) INT-L2AIB1 b) INT-L4AIB2

POSIÇÃO DOS CORTES

POSIÇÃO DO CORTE

c) DANO-L2AIB1 d) 2DAN-L2AIB1

e) FIS-L4AIB2

Figura 26 – Modelos com armadura (AI).

A Figura 27 apresenta as fotos dos modelos com armadura cortada (AC)


durante a realização dos ensaios e o detalhe do corte no modelo DANO-L5ACB3.
61

a) INT-L5ACB3 b) INT-L6ACB3

POSIÇÃO DO CORTE

POSIÇÃO DO CORTE

c) DANO-L5ACB3

Figura 27 – Modelos sem armadura (SA).

3.3 Plano de monitoração

Neste item são descritos os ensaios dinâmicos que foram realizados para
a obtenção de parâmetros modais e determinação da localização de danos. Além
disso, foram apresentados os arranjos dos sensores, características dos
acelerômetros, cabos e sistema de aquisição, excitação dinâmica e softwares
utilizados na aquisição e análise dos dados.

3.3.1 Ensaios dinâmicos

Os ensaios foram divididos em duas etapas: modelos experimentais sem e


com dano (cortes e fissuras no concreto). Primeiramente, foram ensaiados os modelos
62

íntegros (simbolizados pelo prefixo INT), em seguida, após a introdução dos danos,
realizaram-se os ensaios dos modelos com dano (simbolizados pelos prefixos DANO,
2DAN e FIS).

Para os ensaios, foram utilizados quatro arranjos de transdutores de


aceleração, os três primeiros destinados às análises de localização de danos e o
quarto para a caracterização modal. Foram executadas três provas para cada
configuração, sendo aplicados seis impactos por prova, executados separadamente,
sempre após o término da vibração livre do impacto anterior. As tabelas a seguir
(Tabela 6 a Tabela 16) apresentam os ensaios realizados nos modelos experimentais,
classificados por configuração, nome da prova e data de realização.

Tabela 6 – Ensaios dinâmicos – modelo INT-L1SAB1.

Configuração Nome da Prova Data do ensaio Descrição


INT-L1SAB1-1 Transdutores
1 INT-L1SAB1-2 13/09/16 verticais na borda
INT-L1SAB1-3 esquerda
INT-L1SAB1-4 Transdutores
2 INT-L1SAB1-5 13/09/16 verticais na faixa
INT-L1SAB1-6 central
INT-L1SAB1-7 Transdutores
3 INT-L1SAB1-8 13/09/16 verticais na borda
INT-L1SAB1-9 direita
INT-L1SAB1-10 Transdutores nas
4 INT-L1SAB1-11 13/09/16 três direções -
INT-L1SAB1-12 Configuração modal

Tabela 7 – Ensaios dinâmicos – modelo INT-L2AIB1.


Configuração Nome da Prova Data do ensaio Descrição
INT-L2AIB1-1 Transdutores
1 INT-L2AIB1-2 13/09/16 verticais na borda
INT-L2AIB1-3 esquerda
INT-L2AIB1-4 Transdutores
2 INT-L2AIB1-5 13/09/16 verticais na faixa
INT-L2AIB1-6 central
INT-L2AIB1-7 Transdutores
3 INT-L2AIB1-8 13/09/16 verticais na borda
INT-L2AIB1-9 direita
INT-L2AIB1-10 Transdutores nas
4 INT-L2AIB1-11 14/09/16 três direções -
INT-L2AIB1-12 Configuração modal
63

Tabela 8 – Ensaios dinâmicos – modelo INT-L3SAB2.


Configuração Nome da Prova Data do ensaio Descrição
INT-L3SAB2-1 Transdutores
1 INT-L3SAB2-2 14/09/16 verticais na borda
INT-L3SAB2-3 esquerda
INT-L3SAB2-4 Transdutores
2 INT-L3SAB2-5 14/09/16 verticais na faixa
INT-L3SAB2-6 central
INT-L3SAB2-7 Transdutores
3 INT-L3SAB2-8 14/09/16 verticais na borda
INT-L3SAB2-9 direita
INT-L3SAB2-10 Transdutores nas
4 INT-L3SAB2-11 14/09/16 três direções -
INT-L3SAB2-12 Configuração modal

Tabela 9 – Ensaios dinâmicos – modelo INT-L4AIB2.


Configuração Nome da Prova Data do ensaio Descrição
INT-L4AIB2-1 Transdutores
1 INT-L4AIB2-2 12/09/16 verticais na borda
INT-L4AIB2-3 esquerda
INT-L4AIB2-4 Transdutores
2 INT-L4AIB2-5 12/09/16 verticais na faixa
INT-L4AIB2-6 central
INT-L4AIB2-7 Transdutores
3 INT-L4AIB2-8 12/09/16 verticais na borda
INT-L4AIB2-9 direita
INT-L4AIB2-10 Transdutores nas
4 INT-L4AIB2-11 12/09/16 três direções -
INT-L4AIB2-12 Configuração modal

Tabela 10 – Ensaios dinâmicos – modelo INT-L5ACB3.


Configuração Nome da Prova Data do ensaio Descrição
INT-L5ACB3-1 Transdutores
1 INT-L5ACB3-2 14/09/16 verticais na borda
INT-L5ACB3-3 esquerda
INT-L5ACB3-4 Transdutores
2 INT-L5ACB3-5 14/09/16 verticais na faixa
INT-L5ACB3-6 central
INT-L5ACB3-7 Transdutores
3 INT-L5ACB3-8 14/09/16 verticais na borda
INT-L5ACB3-9 direita
INT-L5ACB3-10 Transdutores nas
4 INT-L5ACB3-11 14/09/16 três direções -
INT-L5ACB3-12 Configuração modal
64

Tabela 11 – Ensaios dinâmicos – modelo INT-L6ACB3.


Configuração Nome da Prova Data do ensaio Descrição
INT-L6ACB3-1 Transdutores
1 INT-L6ACB3-2 15/09/16 verticais na borda
INT-L6ACB3-3 esquerda
INT-L6ACB3-4 Transdutores
2 INT-L6ACB3-5 15/09/16 verticais na faixa
INT-L6ACB3-6 central
INT-L6ACB3-7 Transdutores
3 INT-L6ACB3-8 15/09/16 verticais na borda
INT-L6ACB3-9 direita
INT-L6ACB3-10 Transdutores nas
4 INT-L6ACB3-11 15/09/16 três direções -
INT-L6ACB3-12 Configuração modal

Tabela 12 – Ensaios dinâmicos – modelo DANO-L2AIB1.


Configuração Nome da Prova Data do ensaio Descrição
DANO-L2AIB1-1 Transdutores
1 DANO-L2AIB1-2 16/09/16 verticais na borda
DANO-L2AIB1-3 esquerda
DANO-L2AIB1-4 Transdutores
2 DANO-L2AIB1-5 16/09/16 verticais na faixa
DANO-L2AIB1-6 central
DANO-L2AIB1-7 Transdutores
3 DANO-L2AIB1-8 16/09/16 verticais na borda
DANO-L2AIB1-9 direita
DANO-L2AIB1-10 Transdutores nas
4 DANO-L2AIB1-11 16/09/16 três direções -
DANO-L2AIB1-12 Configuração modal

Tabela 13 – Ensaios dinâmicos – modelo DANO-L3SAB2.


Configuração Nome da Prova Data do ensaio Descrição
DANO-L3SAB2-1 Transdutores
1 DANO-L3SAB2-2 16/09/16 verticais na borda
DANO-L3SAB2-3 esquerda
DANO-L3SAB2-4 Transdutores
2 DANO-L3SAB2-5 16/09/16 verticais na faixa
DANO-L3SAB2-6 central
DANO-L3SAB2-7 Transdutores
3 DANO-L3SAB2-8 16/09/16 verticais na borda
DANO-L3SAB2-9 direita
DANO-L3SAB2-1 Transdutores nas
4 DANO-L3SAB2-1 16/09/16 três direções -
DANO-L3SAB2-1 Configuração modal
65

Tabela 14 – Ensaios dinâmicos – modelo DANO-L5ACB3.


Configuração Nome da Prova Data do ensaio Descrição
DANO-L5ACB3-1 Transdutores
1 DANO-L5ACB3-2 17/09/16 verticais na borda
DANO-L5ACB3-3 esquerda
DANO-L5ACB3-4 Transdutores
2 DANO-L5ACB3-5 17/09/16 verticais na faixa
DANO-L5ACB3-6 central
DANO-L5ACB3-7 Transdutores
3 DANO-L5ACB3-8 17/09/16 verticais na borda
DANO-L5ACB3-9 direita
DANO-L5ACB3-10 Transdutores nas
4 DANO-L5ACB3-11 17/09/16 três direções -
DANO-L5ACB3-12 Configuração modal

Tabela 15 – Ensaios dinâmicos – modelo FIS-L4AIB2.


Configuração Nome da Prova Data do ensaio Descrição
FIS-L4AIB2-1 Transdutores
1 FIS-L4AIB2-2 17/09/16 verticais na borda
FIS-L4AIB2-3 esquerda
FIS-L4AIB2-4 Transdutores
2 FIS-L4AIB2-5 17/09/16 verticais na faixa
FIS-L4AIB2-6 central
FIS-L4AIB2-7 Transdutores
3 FIS-L4AIB2-8 17/09/16 verticais na borda
FIS-L4AIB2-9 direita
FIS-L4AIB2-10 Transdutores nas
4 FIS-L4AIB2-11 17/09/16 três direções -
FIS-L4AIB2-12 Configuração modal

Tabela 16 – Ensaios dinâmicos – modelo 2DAN-L2AIB1.


Configuração Nome da Prova Data do ensaio Descrição
2DAN-L2AIB1-1 Transdutores
1 2DAN-L2AIB1-2 21/10/17 verticais na borda
2DAN-L2AIB1-3 esquerda
2DAN-L2AIB1-4 Transdutores
2 2DAN-L2AIB1-5 21/10/17 verticais na faixa
2DAN-L2AIB1-6 central
2DAN-L2AIB1-7 Transdutores
3 2DAN-L2AIB1-8 21/10/17 verticais na borda
2DAN-L2AIB1-9 direita
2DAN-L2AIB1-10 Transdutores nas
4 2DAN-L2AIB1-11 21/10/17 três direções -
2DAN-L2AIB1-12 Configuração modal
66

3.3.2 Posicionamento dos transdutores de aceleração

O posicionamento dos transdutores de aceleração foi definido para duas


finalidades: detecção de danos e caracterização modal. A Figura 28 apresenta as
configurações 1, 2 e 3. Nestas os sensores foram distribuídos ao longo do vão e
fixados na direção vertical, nas configurações 1 e 3 os sensores foram posicionados
nas bordas da laje e na configuração 2 na região central. Estes arranjos foram
definidos para a obtenção das curvaturas modais e as acelerações ao longo do vão,
empregadas no uso dos métodos de detecção de danos DCM e DSA,
respectivamente.

Figura 28 – Configurações 1, 2 e 3 – Detecção de danos


67

Para a caracterização modal, utilizada na calibração dos modelos


numéricos, os sensores foram posicionados nas três direções (vertical, transversal e
longitudinal), evitando-se os nós modais dos primeiros modos de vibração (Figura 29).
Com este arranjo foi possível, utilizando-se apenas sete sensores, obter os modos de
vibração de flexão vertical, transversal, longitudinal e de torção.

Figura 29 – Configuração 4 – Caracterização Modal

3.3.3 Equipamentos

Para a medição das vibrações, foram utilizados transdutores de aceleração


do tipo capacitivo micro usinado, da Silicon Designs, Inc, modelo 2210-002. Este
sensor atua numa faixa de frequência de 0 a 300 Hz e possui uma sensibilidade de
2000 mV/g. A escala do transdutor, para medição da aceleração, varia de -19,6 m/s²
a 19,6 m/s². A massa de cada sensor, levando em conta a massa do seu invólucro e
os conectores, é de, aproximadamente, 150 gramas. A fixação dos sensores à
estrutura foi obtida por uma fina camada de gesso de secagem rápida. A Figura 30
mostra o transdutor de aceleração utilizados nos ensaios.

b) Acelerômetro dentro do invólucro


a) Acelerômetro
e fixado na estrutura

Figura 30 – Transdutor de aceleração.


68

Os transdutores foram conectados ao sistema de aquisição por cabos de


instrumentação multivias, com malha de blindagem eletromagnética. O sistema de
aquisição utilizado é composto por canais amplificadores e filtros “passa-baixo” de 2ª
ordem. Os dados foram aquisitados por meio do sistema da Lynx Tecnologia modelo
ADS2002, com módulo de expansão AI2164. Este sistema de aquisição possui
alimentação entre 5 e 15 V em corrente contínua, condicionador de sinais, conversor
Analógico/Digital de 16 bits com tempo de conversão de 12,5 μs/canal. Os dados dos
sensores foram registrados, simultaneamente, por meio de um computador portátil
com o software AqDados 7, da empresa Lynx Tecnologia, a uma taxa de aquisição de
1000 Hz. O sistema de aquisição é apresentado na Figura 31.

a) Sistema ADS2002 com módulo b) Aquisição de dados durante os


AI2164 ensaios

Figura 31 – Sistema de aquisição.

Para os ensaios destinados à localização do dano, configurações 1, 2 e 3,


foi estabelecido que a excitação dinâmica tivesse sempre a mesma intensidade. Para
padronizar a intensidade do impacto, a vibração da estrutura foi realizada pela queda
livre de uma bola de borracha no centro do modelo, liberada do repouso a uma altura
de 65,0 cm (Figura 32). Esta trata-se de uma esfera oca de borracha pressurizada,
com peso em torno de 40 gramas e diâmetro de 57 mm. O impacto da bola induz
vibrações na estrutura capazes de mobilizar suas principais frequências naturais
verticais. Ainda na Figura 32, observa-se um exemplo de vibração induzida capturada
pelo transdutor de aceleração.
69

a) Queda livre da bola de borracha sobre o modelo

b) Bola de borracha c) Vibração gerada pelo impacto

Figura 32 – Excitação dinâmica – Configurações 1, 2 e 3.

Para a realização dos ensaios da configuração 4, foi necessário excitar a


estrutura nas três direções, neste caso, a bola de borracha não foi capaz de mobilizar
os modos transversais e longitudinais. Por este motivo, a excitação elegida foi a do
impacto de um martelo de borracha, nas três direções. A Figura 33 ilustra o martelo
de borracha utilizado e apresenta um exemplo da vibração induzida por ele.

a) Martelo de borracha b) Vibração gerada pelo martelo

Figura 33 – Excitação dinâmica – Configuração 4.


70

3.4 Análise dos resultados experimentais

Os dados experimentais de aceleração foram utilizados na determinação


das frequências naturais, dos modos vibração, na detecção e localização de danos.

Inicialmente, os dados de aceleração foram visualizados e extraídos para


o formato “.TXT” por meio do software AqDAnalysis 7, da empresa Lynx Tecnologia.

As frequências naturais e os modos de vibração, referentes aos ensaios da


configuração 4, foram obtidos por meio do software ARTeMIS®. O ARTeMIS®
Extractor é um software de identificação modal de estruturas de engenharia civil, tais
como edifícios, pontes, barragens e plataformas marítimas. O software permite
estimar as frequências naturais de vibração e modos de vibração associados a partir
dos dados experimentais.

A Figura 34 mostra a representação da estrutura (apenas geometria)


elaborada no software ARTeMIS®. Nesta são inseridos os dados experimentais de
aceleração, de acordo com a posição e orientação dos sensores. Em seguida, o
software calcula as frequências naturais e determina as suas respectivas deformadas
modais, sincronizando os movimentos de cada sensor e interpolando os resultados
nos nós intermediários. Por fim, são apresentadas, por meio de animação gráfica, as
deformadas modais das frequências naturais obtidas experimentalmente.

Figura 34 – Modelo representativo da estrutura e posicionamento dos sensores


da configuração 4 - ARTeMIS® Extractor.
71

Para detectar a existência de danos foi utilizada a técnica de alteração das


frequências naturais. As frequências naturais, utilizadas nesta análise, foram obtidas
a partir dos dados de aceleração das configurações 1, 2 e 3, por meio de uma rotina
de cálculo elaborada no software Mathcad®, onde foi utilizada a função “pspectrum”
para obtenção do espectro de potência. Em seguida, os valores de aceleração no
domínio da frequência foram exportados para uma planilha Excel ®, onde foram
elaborados e analisados os gráficos. Assim, foi possível identificar a variação de
frequência entre modelos com e sem danos.

Os resultados dos métodos de localização de danos, foram obtidos por


meio de planilhas de cálculo elaboradas no Excel®. No método DCM, utilizou-se dos
espectros de potência, calculados anteriormente (configurações 1, 2 e 3), para o
cálculo das deformadas modais. Com estas, foi possível determinar as curvaturas
modais e, em seguida, as suas diferenças entre modelos com e sem danos. Na curva
resultante da aplicação do método DCM a localização do dano é indicada
graficamente por um pico.

O método DSA, desenvolvido neste trabalho, utilizou os dados de


aceleração das configurações 1, 2 e 3, extraídos pelo software AqDAnalysis 7. Em
seguida, estes foram importados para uma planilha Excel®, na qual realizaram-se as
somatórias dos valores absolutos de aceleração em um intervalo de 0,3 segundos, a
partir do primeiro pico do sinal de aceleração (momento que a bola de borracha colide
com o modelo). Por fim, calculou-se a diferença das somatórias das acelerações
(DSA), entre os modelos com e sem danos, e a localização dano foi obtida
graficamente, de maneira semelhante ao realizado no método DCM.

3.5 Modelo numérico

Foram elaborados modelos numéricos tridimensionais, representativo dos


modelos experimentais. Estes foram utilizados nas comparações das frequências
naturais, modos de vibração, e nas simulações de danos ao longo do vão,
empregados para avaliar o comportamento do método DCM e no desenvolvimento do
método DSA.

Os modelos foram elaborados no software de elementos finitos SAP2000®.


A laje e os apoios de borracha foram representados por elementos sólidos,
72

discretizados em cubos de 25 x 25 x 10 mm e 25 x 25 x 18 mm, respectivamente. A


interação entre a borracha e o concreto foi considerada perfeitamente engastada e a
condição de apoio adotada foi a aplicação de apoios fixos na parte inferior das
borrachas. As propriedades geométricas utilizadas foram as mesmas dos modelos
experimentais. A Figura 35 apresenta um dos modelos utilizados.

Figura 35 – Vista tridimensional do modelo numérico.

As simulações dos cortes e fissuras foram obtidas por meio da exclusão de


sólidos do modelo numérico, com profundidade e localização iguais aos dos modelos
experimentais. Na Figura 36 observa-se o dano induzido no modelo, simulando um
corte de 2 cm de profundidade a 40 cm do apoio esquerdo.

Figura 36 – Simulação de dano no modelo numérico.


73

Para realizar as comparações das frequências naturais e modos de


vibração, entre os modelos experimentais e numéricos, foram criados 8 modelos,
baseados nas propriedades dos materiais e nos tipos de danos dos modelos
experimentais (Tabela 5). O módulo de elasticidade da borracha e os coeficientes de
Poisson da borracha e do concreto foram os mesmos para todos os modelos, E b =
25,0 (MPa) e b= 0,45 e c= 0,20, respectivamente. Para o módulo de elasticidade
do concreto, considerou-se o módulo de elasticidade dinâmico, este foi adotado como
20% superior ao módulo de elasticidade estático (média dos módulos obtidos para
cada betonada). A Tabela 17 apresenta o módulo de elasticidade, a nomenclatura e
uma breve descrição dos modelos.

Tabela 17 – Propriedades dos modelos numéricos.

Módulo de
Modelo Betonada elasticidade Descrição do modelo
Ec(MPa)
B1-INT Íntegro

B1-COR B1 33301,1 Um corte a 40 cm do apoio esquerdo


Dois cortes a 40 cm e 110 cm do apoio
B1-2COR
esquerdo
B2-INT Íntegro

B2-COR B2 34673,1 Um corte a 40 cm do apoio esquerdo


Fissura a 86 cm do apoio esquerdo e com
B2-FIS
profundidade de 32,2 mm (*)
B3-INT Íntegro
B3 34410,1
B3-COR Um corte a 40 cm do apoio esquerdo
* A localização e profundidade da fissura referem-se ao modelo experimental FIS-L4B2AI.

Além dos modelos apresentados, foram criados mais 16 modelos (8 com


um dano e 8 com dois danos), utilizados na aplicação do método DCM e no
desenvolvimento do método DSA. Para isto, o modelo íntegro B1-INT foi replicado e
os elementos sólidos, localizados na região do dano hipotético e com profundidade de
2 cm, foram removidos. Nos modelos com um dano, estes foram simulados
separadamente em 8 pontos, distribuídos a cada 10 cm, desde o meio do vão até o
apoio esquerdo. Em seguida, foi introduzido um segundo dano a 105 cm do apoio
74

esquerdo. A Tabela 18 apresenta a nomenclatura e a posição dos cortes para os


modelos com um e dois danos.

Tabela 18 – Modelos com danos ao longo do vão.

Modelos com um dano Modelos com dois danos


Posição do
Modelo Modelo Corte 1 (cm) * Corte 2 (cm) *
corte (cm) *
B1-COR-5 5,0 B1-2COR-105-5 5,0 105

B1-COR-15 15,0 B1-2COR-105-15 15,0 105

B1-COR-25 25,0 B1-2COR-105-25 25,0 105

B1-COR-35 35,0 B1-2COR-105-35 35,0 105

B1-COR-45 45,0 B1-2COR-105-45 45,0 105

B1-COR-55 55,0 B1-2COR-105-55 55,0 105

B1-COR-65 65,0 B1-2COR-105-65 65,0 105

B1-COR-75 75,0 B1-2COR-105-75 75,0 105


* Distancias medidas a partir do apoio esquerdo.

As simulações de carregamento dinâmico foram realizadas pela aplicação


de uma carga impulsiva com força máxima de 1kN aplicada no meio do vão do modelo,
por meio de uma função do tipo time-history. Em seguida, os dados de aceleração,
oriundos da resposta dinâmica da estrutura, foram extraídos em 30 pontos distribuídos
ao longo do vão, com passos de 0,001 segundos, equivalentes à taxa de aquisição de
1000 Hz.
75

4 RESULTADOS DOS ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO DOS


MATERIAIS
Neste item são apresentados os resultados dos ensaios de caracterização
dos materiais, provendo as informações necessárias para de calibração do modelo
numérico e análises dos resultados experimentais.

4.1 Peso próprio da laje e apoios

O peso próprio da laje e do apoio foi obtido por meio da pesagem destes
elementos. Este procedimento foi realizado para evitar incertezas sobre a massa da
estrutura na elaboração do modelo numérico. A Tabela 19 apresenta os resultados da
pesagem e a Figura 37 o momento da pesagem de uma das lajes.

Tabela 19 – Peso próprio das lajes e apoios

Elemento Peso (kgf)


INT-L1SAB1 94,400
INT-L3SAB2 95,500
INT-L2AIB1 94,300
INT-L4AIB2 95,300
INT-L5ACB3 95,200
INT-L6ACB3 95,300
Média das lajes 95,000
Apoio de borracha 0,613

Figura 37 – Determinação do peso próprio das lajes


76

4.2 Propriedades físicas do concreto

Foram realizados ensaios de resistência a compressão, módulo de


elasticidade e compressão diametral. Os ensaios de determinação de resistência à
compressão foram realizados para as idades de 7, 14 e 28 dias, segundo a NBR-5739
(2007). O módulo de elasticidade do concreto (Eci) foi determinado de acordo com a
NBR-8522 (2008), sendo considerado o módulo de deformação tangente inicial cordal
a 30% fc (aos 28 dias). O ensaio de determinação da resistência à tração por
compressão diametral seguiu as diretrizes da NBR-7222 (2011). A Tabela 20
apresenta os resultados das propriedades do concreto, obtidos experimentalmente.

Tabela 20 – Propriedades físicas do concreto


Módulo de
fc (7 dias) fc (14 dias) fc (28 dias) elasticidade ft,D (28 dias)
Betonada
(MPa) (MPa) (MPa) Eci (MPa) (MPa)

CP3 18,1 CP4 21,2 CP5 24,0 26344,0 CP6 3,3


B1
CP2 18,7 CP1 25,0 CP8 25,7 29157,9 CP7 3,1
CP16 17,2 CP12 22,7 CP10 29,2 29650,3 CP9 2,8
B2
CP15 17,4 CP13 22,2 CP11 26,0 28138,2 CP14 3,2
CP17 15,7 CP21 24,0 CP22 28,2 29328,3 CP18 2,9
B3
CP19 16,0 CP20 23,7 CP23 26,0 28021,9 CP24 2,9

4.2.1 Propriedades físicas da borracha dos apoios

Além dos dados fornecidos pelo fabricante, realizou-se um ensaio de


determinação do módulo de elasticidade da borracha. O ensaio foi realizado em uma
prensa hidráulica e consistiu na aplicação de uma força de compressão sobre uma
chapa espessa de aço, esta foi utilizada para a distribuir a força e aplicar uma pressão
uniforme sobre a amostra de borracha. Foram instalados 4 transdutores de
deslocamento, do tipo LVTD, nas quinas da placa metálica e uma célula de carga no
eixo de aplicação da força. A amostra de borracha trata-se de um quadrado 19 mm
de altura e 148 mm de lado. A Figura 38 apresenta a execução do ensaio.
77

Figura 38 – Ensaio de determinação do módulo de elasticidade da borracha

Assim, foi possível determinar a relação entre tensão e deformação na


região entre 0,01 e 0,5 MPa, obtendo-se o módulo de elasticidade à compressão da
borracha de, aproximadamente, 25,0 MPa.
78

5 RESULTADOS DOS MODELOS NUMÉRICOS


Neste capítulo são apresentados os resultados obtidos dos modelos, de
acordo com o módulo de elasticidade do concreto de cada betonada. Além disso, são
apresentados os resultados dos modelos que simulam três tipos de danos estruturais:
com apenas um corte, com dois cortes e fissurado em serviço.

Em seguida, são apresentados os resultados dos testes de localização de


danos, simulando a ocorrência de danos, simples e múltiplos, em diferentes pontos
do modelo numérico. A partir destes resultados foi possível a aplicação do método
DCM (Diferença de Curvatura Modal) e do método desenvolvido neste trabalho
baseado na soma das acelerações.

5.1 Frequências naturais e modos de vibração

5.1.1 Modelo B1-INT (íntegro)

A Tabela 21 apresenta as frequências naturais, os modos de vibração e a


participação modal em massa, do modelo B1-INT. Ressalta-se que a quantidade de
modos de vibração apresentados foi estipulada de acordo com participação modal em
massa, utilizando-se como critério de parada o valor acumulado de, no mínimo, 95%
da massa participante, em cada direção.

Tabela 21 – Frequências naturais do modelo numérico B1-INT.

Frequência natural Participação modal em massa (%)


Modo
(Hz)
X Y Z
1- Vertical - Flexão 39,3 0 0 80
2-Transversal 83,7 0 96 0
3- Longitudinal 84,7 99 0 0
4- Vertical - Torção 256,7 0 0 17
Valor acumulado (%) 99 96 97

A Figura 39 apresenta as deformadas modais do modelo B1-INT, referentes


a cada frequência natural. Os demais modelos apresentam modos de vibração
semelhantes aos da Figura 39, portanto, são apresentadas apenas suas frequências
naturais.
79

1 - Modo vertical -Flexão f = 39,3Hz mp = 80% 2 - Modo transversal f = 83,7 Hz mp = 96%

3 - Modo longitudinal f = 84,7Hz mp = 99% 4 - Modo vertical - Torção f = 256,7Hz mp = 17%

Figura 39 – Deformadas modais do modelo numérico B1-INT.

5.1.2 Modelo B1-COR (com um corte)

A Tabela 22 apresenta as frequências naturais, os modos de vibração e a


participação modal em massa, do modelo B1-COR.

Tabela 22 – Frequências naturais do modelo numérico B1-COR.

Frequência natural Participação modal em massa (%)


Modo
(Hz)
X Y Z
1- Vertical - Flexão 37,1 0 0 79
2-Transversal 84,1 0 95 0
3- Longitudinal 85,0 98 0 0
4- Vertical - Torção 255,6 0 0 17
Valor acumulado (%) 98 95 96
80

5.1.3 Modelo B1-2COR (com dois cortes)

As frequências naturais, os modos de vibração e a participação modal em


massa do modelo B1-2COR, são apresentadas na Tabela 23.

Tabela 23 – Frequências naturais do modelo numérico B1-2COR.

Frequência natural Participação modal em massa (%)


Modo
(Hz)
X Y Z
1- Vertical - Flexão 35,4 0 0 79
2-Transversal 84,5 0 95 0
3- Longitudinal 84,9 96 0 0
4- Vertical - Torção 254,2 0 0 16
Valor acumulado (%) 96 95 95

5.1.4 Modelo B2-INT (íntegro)

Os parâmetros dinâmicos do modelo B2-INT, frequências naturais, modos


de vibração e a participação modal em massa, são mostrados na Tabela 24

Tabela 24 – Frequências naturais do modelo numérico B2-INT.

Frequência natural Participação modal em massa (%)


Modo
(Hz)
X Y Z
1- Vertical - Flexão 40,0 0 0 80
2-Transversal 83,8 0 96 0
3- Longitudinal 84,8 99 0 0
4- Vertical - Torção 258,9 0 0 17
Valor acumulado (%) 99 96 97
81

5.1.5 Modelo B2-COR (com um corte)

A Tabela 25 apresenta as frequências naturais, os modos de vibração e a


participação modal em massa, do modelo B2-COR.

Tabela 25 – Frequências naturais do modelo numérico B2-COR.

Frequência natural Participação modal em massa (%)


Modo
(Hz)
X Y Z
1- Vertical - Flexão 37,8 0 0 79
2-Transversal 84,2 0 96 0
3- Longitudinal 85,1 98 0 0
4- Vertical - Torção 257,9 0 0 17
Valor acumulado (%) 98 96 96

5.1.6 Modelo B2-FIS (corte simulando fissura)

A Tabela 26 apresenta as frequências naturais, os modos de vibração e a


participação modal em massa, do modelo B2-FIS. Este modelo foi elaborado para
simular a posição e a profundidade da fissura do modelo experimental FIS-L4AIB2,
usando como parâmetro de calibração os seus resultados experimentais.

Tabela 26 – Frequências naturais do modelo numérico B2-FIS.

Frequência natural Participação modal em massa (%)


Modo
(Hz)
X Y Z
*
1- Vertical - Flexão 26,1 0 0 75
2-Transversal 83,5 0 95 0
3- Longitudinal 85,4 99 0 0
4- Vertical - Torção 218,3 0 0 20
Valor acumulado (%) 99 95 95
*Fissura a 86 cm do apoio esquerdo e com profundidade de 32,2 mm
82

5.1.7 Modelo B3-INT (íntegro)

As frequências naturais, os modos de vibração e a participação modal em


massa do modelo B3-INT, são apresentadas na Tabela 27.

Tabela 27 – Frequências naturais do modelo numérico B3-INT.

Frequência natural Participação modal em massa (%)


Modo
(Hz)
X Y Z
1- Vertical - Flexão 39,9 0 0 80
2-Transversal 83,8 0 96 0
3- Longitudinal 84,8 99 0 0
4- Vertical - Torção 258,5 0 0 17
Valor acumulado (%) 99 96 97

5.1.8 Modelo B3-COR (com um corte)

Na Tabela 28 são apresentados os parâmetros dinâmicos do modelo B3-


COR (frequências naturais, modos de vibração e a participação modal em massa).

Tabela 28 – Frequências naturais do modelo numérico B3-COR.

Frequência natural Participação modal em massa (%)


Modo
(Hz)
X Y Z
1- Vertical - Flexão 37,6 0 0 79
2-Transversal 84,2 0 96 0
3- Longitudinal 85,0 98 0 0
4- Vertical - Torção 257,5 0 0 17
Valor acumulado (%) 98 96 96
83

5.2 Aplicação do método DCM nos modelos numéricos

Os resultados da localização de danos, por meio da aplicação do método


DCM, são apresentados considerando duas hipóteses: apenas um dano e dois danos
simultâneos. Além disto, para avaliar a sensibilidade do método, variou-se a
localização do dano ao longo do vão, tomando como base o modelo B1 -INT.

Como a participação de massa modal concentrou-se em poucos modos de


vibração e, nos modelos utilizados, o dano induzido afetou pouco os modos
transversais e longitudinais, o método de identificação de danos DCM foi aplicado
apenas ao primeiro modo vertical.

A Figura 41 apresenta os gráficos das diferenças de curvatura modal,


oriundos da aplicação do método DCM nos modelos com um dano. Nestes gráficos
observou-se que, apesar da intensidade dos danos serem idênticas, a amplitude da
diferença da curvatura modal aumentou à medida que a localização do dano era mais
próxima ao centro do vão, exceto quando o dano estava exatamente no centro do vão.

A variação DCM ao longo do vão pode interferir na análise da localização


de danos múltiplos, pois um dano, localizado próximo ao centro do vão, pode mascarar
outro que esteja próximo ao apoio. A Figura 40 apresenta o fator de variação da
amplitude e a posição do dano, nos modelos aqui estudados.

Figura 40 – Fator de variação da amplitude da DCM em relação a posição do dano.

Para analisar o comportamento do método DCM na ocorrência de danos


simultâneos, realizaram-se novos testes com o modelo B1-INT. Adotou-se um dano
fixo a 105 cm do apoio esquerdo e outro variando ao longo do vão. Os resultados
desta análise estão apresentados na Figura 42.
84

Figura 41 – Aplicação do método DCM em modelos com 1 dano.


85

Figura 42 – Aplicação do método DCM em modelos com 2 danos.


86

5.3 Determinação e aplicação do DSA nos modelos numéricos

A partir dos modelos com danos induzidos ao longo do vão (derivações do


modelo B1-INT), utilizados na aplicação do método DCM, buscou-se uma relação
direta entre os dados de vibração (acelerações, velocidade e deslocamentos) e a
posição dos danos. Alguns estudos apresentados na bibliografia, como OWOLABI et
al. (2003) e MEREDITH et al. (2012), os autores observaram a alteração da amplitude
de acelerações e deslocamentos em FRFs (Frequency Response Function).

Baseado na alteração da amplitude das acelerações na região próxima ao


dano, buscou-se, a partir de teste de várias hipóteses, a determinação de uma
formulação empírica capaz de identificar a localização de danos em qualquer ponto
ao longo do vão de uma estrutura biapoiada. Dentre as hipóteses levantadas, a que
apresentou resultados mais relevantes foi a da diferença das somatórias das
amplitudes de aceleração (DSA), obtidas a partir da resposta dinâmica das estruturas
para uma determinada excitação, em um intervalo de tempo determinado, iniciando o
somatório a partir do primeiro pico do sinal impulsivo. A Figura 43 apresenta o gráfico
de aceleração ao longo do tempo, obtido a partir da simulação numérica de uma
excitação impulsiva e a curva de evolução da somatória das acelerações.

Figura 43 – Aceleração ao longo do tempo e somatória das acelerações.

Nota-se que a somatória das acelerações abrange, praticamente, todo


intervalo de oscilação do sinal impulsivo. Isto ajuda a enfatizar a localização do dano,
pois mais dados das amplitudes da aceleração serão utilizados, aumentando o valor
acumulado das diferenças de amplitude.
87

Ao realizar a comparação das somatórias absolutas das acelerações ao


longo do vão, entre o modelo íntegro e o com dano, foi identificada uma alteração na
região do dano, sendo possível utilizar a diferença das somatórias de aceleração
(DSA) como indicativo de dano (Figura 44).

Localização
do dano

Figura 44 – Comparação entre a soma absoluta das acelerações do modelo íntegro e


com dano.

Além disto, com o objetivo de melhorar a visualização gráfica da localização


do dano, elevou-se o resultado da diferença ao quadrado, tornando todos valores
positivos na escala gráfica e aumento a amplitude do indicador de dano. Como
resultado, encontrou-se a seguinte formulação empírica:

𝒕𝒇 𝒕𝒇 𝟐

𝑫𝑺𝑨(𝒋) = (∑|𝒂𝒋−𝒊𝒏𝒕 | − ∑|𝒂𝒋−𝒅𝒂𝒏 |) Equação 5


𝒕𝒊 𝒕𝒊

Onde:

𝑫𝑺𝑨(𝒋) – diferença quadrática do somatório das acelerações no 𝑗-ésimo ponto;

|𝒂𝒋−𝒊𝒏𝒕 | – valor absoluto da aceleração do modelo íntegro no 𝑗-ésimo ponto;

|𝒂𝒋−𝒅𝒂𝒏 | – valor absoluto da aceleração do modelo com dano no 𝑗-ésimo ponto;

𝒕𝒊 – tempo inicial considerado a partir do pico de aceleração do sinal impulsivo;

𝒕𝒇 – tempo final com o mesmo intervalo em todas as análises Δ𝑡 = 0,3 𝑠.


88

Com o intuito de validar a relação proposta, utilizaram-se os mesmos


modelos da aplicação do método DCM, com um e dois danos ao longo do vão.

A Figura 46 apresenta os gráficos obtidos com a aplicação do método DSA


em modelos com um dano. Assim como no método DCM, a variação das diferenças
do somatório das acelerações pode interferir na análise da localização de danos
múltiplos. A Figura 45 apresenta o fator de variação da amplitude da DSA de acordo
com a posição do dano.

Figura 45 – Fator de variação da amplitude da DSA em relação a posição do dano.

Analisou-se também o desempenho do método DSA na ocorrência de


danos múltiplos, de maneira análoga à realizado no método DCM. Os resultados desta
análise estão apresentados na Figura 47.
89

Figura 46 – Aplicação do método DSA em modelos com 1 dano.


90

Figura 47 – Aplicação do método DSA em modelos com 2 danos.


91

5.4 Resumo e comparação dos resultados

As frequências naturais de cada modelo foram analisadas e comparadas.


Observando-se as variações das frequências naturais nos modelos com dano
induzido, pode-se se afirmar que a frequência do primeiro modo de vibração
apresentou variação significativa, quando comparada com as frequências dos demais
modos. Isto ocorre porque a geometria e a localização do dano têm pouca influência
na rigidez transversal e longitudinal. Além disto, o segundo modo vertical é pouco
afetado, pois o dano está localizado próximo a inflexão de sua deformada modal,
exceto para o modelo fissurado em serviço, pois seu dano encontra-se próximo ao
centro do vão. Na Tabela 29 é apresentada a comparação entre as frequências
naturais, dos modelos numéricos íntegros e com dano. Observa-se que as maiores
variações percentuais ocorrem na primeira frequência natural, indicando que os danos
simulados alteram, significativamente, a rigidez vertical.

Tabela 29 – Comparação entre as frequências naturais dos


modelos numéricos

Betonada 1
Modelo B1-INT B1-COR B1-2COR
Modo Fn (Hz) Fn (Hz) (var. %) Fn (Hz) (var. %)
1- Vertical - Flexão 39,3 37,1 (-5,6) 35,4 (-9,9)
2-Transversal 83,7 84,1 (+0,5) 84,5 (+1,0)
3- Longitudinal 84,7 85,0 (+0,4) 84,9 (+0,2)
4- Vertical - Torção 256,7 255,6 (-0,4) 254,2 (-1,0)
Betonada 2
Modelo B2-INT B2-COR B2-FIS
1- Vertical - Flexão 40,0 37,8 (-5,5) 26,1 (-34,8)
2-Transversal 83,8 84,2 (+0,5) 83,5 (-0,4)
3- Longitudinal 84,8 85,1 (+0,4) 85,4 (+0,7)
4- Vertical - Torção 258,9 257,9 (-0,4) 218,3 (-15,7)
Betonada 3
Modelo B3-INT B3-COR
1- Vertical - Flexão 39,9 37,6 (-5,8)
2-Transversal 83,8 84,2 (+0,5)
3- Longitudinal 84,8 85,0 (+0,2)
4- Vertical - Torção 258,5 257,5 (-0,4)

Quanto aos métodos de localização de danos, pode-se dizer que, tanto o


DCM como o DSA, desenvolvido neste trabalho, apresentaram respostas
92

semelhantes para a análise dos modelos com apenas um dano. Eles apresentaram
precisão satisfatória quanto à localização do dano, lembrando-se que, em ambos
métodos, a localização do dano está relacionada à posição dos pontos monitorados.
Portanto, os picos nos gráficos, nos dois métodos, indicam os pontos monitorados que
estão próximos ao dano, não sua localização exata.

Comparando-se os gráficos obtidos por meio do DCM (Figura 41) e do DSA


(Figura 46), nota-se que as curvas do DCM apresentam a localização do dano de
maneira mais clara, sem grandes alterações nos demais pontos ao longo do vão. Nas
curvas do DSA observaram-se pequenas oscilações em pontos distantes do dano.
Entretanto, estas interferências não prejudicaram a localização do dano. A Figura 48
apresenta a comparação entre as duas curvas.

Interferências
(Método DSA)

Figura 48 – Comparação entre os métodos DSA e DCM (um dano).

Conforme apresentado na Figura 40 e na Figura 45, as amplitudes dos


picos, que indicam a localização do dano, variam de acordo com a posição do dano.
Quanto mais longe da região do apoio, maior o valor do pico. Este comportamento foi
observado nos dois métodos. Nos resultados do método DCM verificou-se uma
variação máxima de 63 vezes, comparando os valores de pico de um dano próximo
ao apoio com um localizado na região central do vão. Entretanto, analisando os
resultados do método DSA, esta relação foi ainda maior, cerca de 445 vezes.

Desta maneira, a ocorrência de um dano próximo ao apoio pode ser


ocultada por outro localizado na região central. Diante disto, foram repetidos os testes
de localização de danos, para verificar o comportamento dos dois métodos na
ocorrência de dois danos simultâneos.
93

Nos resultados obtidos com o método DCM (Figura 42), observou-se que,
apesar da variação da amplitude, os picos são nítidos e indicam corretamente a
localização dos dois danos, exceto no primeiro caso, pois o dano localizado a 5 cm do
apoio foi ocultado pelo outro dano, com maior amplitude.

Por outro lado, os resultados do método DSA (Figura 47) apresentaram um


desempenho inferior na localização de danos múltiplos, quando comparado ao DCM.
Como era esperado, observou-se uma grande variação nas amplitudes dos picos,
dificultando a identificação dos dois danos. Esta limitação foi observada quando um
dos danos estava muito próximo ao apoio (situação com corte a 5 cm) e quando um
dos danos está muito próximo ao cento do vão (situações com corte a 65 e 75 cm).

A Figura 49 apresenta a comparação entre os resultados dos dois métodos


para a situação com cortes a 75 e 105 cm. No método DCM, apesar da variação da
amplitude, os dois picos são nítidos e a localização é correta. Porém, no método DSA,
a amplitude do dano localizado a 75 cm (meio do vão) oculta o outro dano.

Dano ocultado
(Método DSA)

Figura 49 – Comparação entre os métodos DSA e DCM (dois danos).

De modo geral, os dois métodos são eficientes na localização de um dano


em uma estrutura biapoiada. Entretanto, os resultados das análises dos modelos com
dois danos revelaram algumas limitações, especialmente na utilização do método
DSA.
94

6 RESULTADOS DOS MODELOS EXPERIMENTAIS


Realizaram-se os ensaios dinâmicos nos modelos experimentais, com os
transdutores dispostos conforme as configurações 1, 2, 3 e 4, e para cada
configuração, o ensaio foi repetido três vezes. Primeiramente, foram ensaiados os
modelos íntegros (simbolizados pelo prefixo INT), em seguida, após a introdução dos
danos, realizaram-se os ensaios dos modelos com dano (simbolizados pelos prefixos
DANO, 2DAN e FIS).

Os resultados apresentados neste capítulo foram obtidos a partir da


resposta dinâmica dos modelos. Portanto, por meio dos ensaios dinâmicos, foram
coletos os dados de vibração (aceleração ao longo do tempo) oriundos da excitação
impulsiva. A Figura 50 apresenta um exemplo da resposta dinâmica dos modelos,
proveniente do impacto controlado de uma esfera de borracha em queda livre. Estes
dados de aceleração ao longo do tempo foram coletados do transdutor instalado
verticalmente na posição A15, referente ao monitoramento da configuração 1 (prova
INT-L1SAB1-1).

Figura 50 – Aceleração ao longo do tempo típica da excitação impulsiva (prova INT-


L1SAB1-1 – A15).

Ampliando um dos picos de aceleração, destacado na Figura 50, nota-se o


comportamento típico da vibração livre de um sistema subamortecido (Figura 51), o
qual foi observado em todos os ensaios realizados. Ressalta-se que os demais
gráficos de aceleração ao longo do tempo não são apresentados, devido à
similaridade entre os ensaios.
95

Figura 51 – Aceleração ao longo do tempo - detalhe da resposta dinâmica à excitação


impulsiva (prova INT-L1SAB1-1 – A15).

Em seguida, os dados de aceleração ao longo do tempo foram utilizados


para a determinação das frequências naturais e modos de vibração, para a
identificação de danos e aplicação dos métodos de localização de danos, DCM e DSA.

6.1 Frequências naturais e modos de vibração

A determinação das frequências naturais se deu a partir da análise dos


dados de aceleração da configuração 4, utilizando-se da função do Espectro de
Potência, derivada da Transformada Rápida de Fourier (FFT). As figuras a seguir
(Figura 52 à Figura 54) apresentam, como exemplo, os gráficos de Espectro de
Potência no domínio da frequência da prova INT-L1SAB1-10, nas direções vertical,
transversal e longitudinal.

39,0 Hz
(1-Vertical)

196,3 Hz
(4-Vertical)

Figura 52 – Espectro de potência – direção vertical (INT-L1SAB1-10).


96

85,0 Hz
(2-Transversal)

Figura 53 – Espectro de potência – direção transversal (INT-L1SAB1-10).

85,5 Hz
(3-Longitudinal)

Figura 54 – Espectro de potência – direção longitudinal (INT-L1SAB1-10).

A Tabela 30 apresenta as frequências naturais dos modelos íntegros,


obtidas pelo gráfico de Espectro de Potência.

Tabela 30 – Frequência natural experimental – Modelos íntegros

Modelo INT-L1SAB1 INT-L2AIB1 INT-L3SAB2 INT-L4AIB2 INT-L5ACB3 INT-L6ACB3


Modo Fn (Hz) Fn (Hz) Fn (Hz) Fn (Hz) Fn (Hz) Fn (Hz)
1- Flexão 39,0 38,8 39,6 39,8 39,1 39,0
2-Transversal 85,0 83,8 76,0 74,4 86,0 84,9
3- Longitudinal 85,5 85,4 76,3 75,3 86,3 85,6
4- Torção 196,3 202,6 202,2 221,1 232,0 *
* Frequência não identificada no espectro.
97

A Tabela 31 apresenta as frequências naturais dos modelos com dano,


obtidas pelo gráfico de Espectro de Potência, e suas variações referentes ao
respectivo modelo íntegro.

Tabela 31 – Frequência natural experimental – Modelos com dano

Modelo DANO-L2AIB1 2DAN-L2AIB1 DANO-L3SAB2 FIS-L4AIB2 DANO-L5ACB3


Modo Fn (Hz) (var.%*) Fn (Hz) (var.%*) Fn (Hz) (var.%*) Fn (Hz) (var.%*) Fn (Hz) (var.%*)
1- Flexão 36,2 (-6,7) 35,2 (-9,3) 37,2 (-6,1) 26,1 (-34,4%) 36,9 (-5,6)
2-Transversal 74,8 (-10,7) 70,0 (-16,5) 62,4 (-17,9) 72,6 (-2,4%) 78,1 (-9,2)
3- Longitudinal ** 72,0 (-15,7) 63,0 (17-4) 73,4 (-2,5%) 80,2 (-7,1)
4- Torção ** 196,4 (-3,1) ** ** 192,0 (-17,2)
* Variação referente ao seu respectivo modelo íntegro.
** Frequência não identificada no espectro.

Ressalta-se que, os resultados da análise de frequências naturais e de


modos de vibração são baseados nos dados dos monitoramentos dinâmicos da
configuração 4.

Comparando-se as frequências naturais encontradas na análise


experimental com as dos modelos numéricos (Tabela 32, Tabela 33 e Tabela 34),
observou-se que a variação da primeira frequência natural (1-Flexão) foi, em média,
1,4%. Esta variação pode ser considerada baixa, se comparada a variação encontrada
entre modelos íntegros e com danos.

Tabela 32 – Comparação entre frequência natural experimental e numérica


(Betonada B1)
Modelo INT- INT- DANO- 2DAN-
B1-INT B1-COR B1-2COR
L1SAB1 L2AIB1 L2AIB1 L2AIB1
Modo
Fn (Hz) Fn (Hz) Fn (Hz) Fn (Hz) Fn (Hz) Fn (Hz) Fn (Hz)
1- Flexão 39,3 39,0 38,8 37,1 36,2 35,4 35,2
2-Trans. 83,7 85,0 83,8 84,1 74,8 84,5 70,0
3- Long. 84,7 85,5 85,4 85,0 * 84,9 72,0
4- Torção 256,7 196,3 202,6 255,6 * 254,2 196,4
* Frequência não identificada experimentalmente.
98

Tabela 33 – Comparação entre frequência natural experimental e numérica


(Betonada B2)
Modelo B2-INT INT- INT- B2-COR DANO- B2-FIS FIS-
Modo L3SAB2 L4AIB2 L3SAB2 L4AIB2
1- Flexão 40,0 39,6 39,8 37,8 37,2 26,1 26,1
2-Trans. 83,8 76,0 74,4 84,2 62,4 83,5 72,6
3- Long. 84,8 76,3 75,3 85,1 63,0 85,4 73,4
4- Torção 258,9 202,2 221,1 257,9 * 218,3 *
* Frequência não identificada experimentalmente.

Tabela 34 – Comparação entre frequência natural experimental e numérica


(Betonada B3)
Modelo DANO-
B3-INT INT-L5ACB3 INT-L6ACB3 B3-COR
Modo L5ACB3
1- Flexão 39,9 39,1 39,0 37,6 36,9
2-Trans. 83,8 86,0 84,9 84,2 78,1
3- Long. 84,8 86,3 85,6 85,0 80,2
4- Torção 258,5 232,0 * 257,5 192,0
* Frequência não identificada experimentalmente.

Entretanto, para os modos transversal e longitudinal, notou-se uma maior


variação, em média 11,2% e 10,7%, respectivamente. Analisando a Tabela 31 é
possível observar que esta variação ocorre apenas em alguns modelos e não está
ligada a introdução do dano. Então, relacionou-se esta variação as condições de
apoio, visto que os apoios elastoméricos foram fixados com cola de contato, tanto no
modelo como na base. O procedimento de troca de modelos, descolando e recolando
sobre a mesma base, pode ter alterado a aderência da cola com a base, afetando as
frequências transversal e longitudinal.

No caso da segunda frequência vertical (4-Torção), a variação média foi


ainda maior, 23,4%. Ao contrário das frequências transversal e longitudinal, esta
frequência se distanciou em todos os modelos experimentais, quando comparado aos
modelos numéricos. A Tabela 35 apresenta as variações encontradas entre os
modelos numéricos e experimentais.
99

Tabela 35 – Variação das frequências naturais entre modelos


numéricos e experimentais
Variação (%)
Modo
Média Máxima Mínima
1- Vertical - Flexão 1,4 0,6 2,4
2-Transversal 11,2 1,6 25,9
3- Longitudinal 10,7 1,8 26
4- Vertical - Torção 23,4 22,7 25,4

A variação das frequências naturais entre os modelos numéricos e


experimentais pode gerar dúvidas a respeito de sua representatividade. Entretanto,
mesmo quando estas frequências são similares, recomenda-se a confirmação dos
resultados através de outros parâmetros. Uma maneira de se comprovar que as
frequências naturais encontradas experimentalmente são as mesmas encontradas
nos modelos numéricos é através da comparação de suas respectivas deformadas
modais. Para isto, utilizou-se o software ARTeMIS Extractor 5.2, no qual foi possível
a determinação das deformadas modais relacionadas às frequências naturais. A
Figura 55 apresenta, como exemplo, as deformadas modais obtidas a partir dos dados
de aceleração da prova INT-L1SAB1-10.

1 - Modo vertical - Flexão f = 39,0 Hz 2 - Modo transversal f = 85,0 Hz

3 - Modo longitudinal f = 85,5 Hz 4 - Modo vertical - Torção f = 196,3 Hz

Figura 55 – Deformadas modais do modelo experimental obtidas com o software


ARTeMIS® (INT-L1SAB1-10).
100

Comparando-se as deformadas modais experimentais e numéricas (Figura


56), nota-se que, apesar da variação das frequências, tratam-se dos mesmos modos.

(Experimental) 1 - Modo vertical - Flexão (Numérico)

(Experimental) 2 - Modo transversal (Numérico)

(Experimental) 3 - Modo longitudinal (Numérico)

(Experimental) 4 - Modo vertical - Torção (Numérico)

Figura 56 – Comparação entre as deformadas modais numéricas e experimentais.

Com base nos resultados apresentados na Tabela 30 e na Tabela 31,


considerando as variações das frequências naturais, optou-se por utilizar apenas o
primeiro modo vertical para a realização dos procedimentos de identificação e
localização de danos. Além disto, de acordo com os resultados do modelo numérico,
os danos induzidos nos modelos não exercem grande influência sobre os modos
transversal e longitudinal, e o segundo modo vertical trata-se de um modo de torção
e com menor participação modal em massa, não sendo possível identificá-lo nas
configurações 1, 2 e 3, destinadas aos procedimentos de identificação e localização
de danos.
101

6.2 Identificação de danos pela alteração da frequência natural

Os resultados da identificação de danos foram separados em duas partes:


comparação entre modelos íntegros e comparação entre modelos íntegros e com
dano. Para esta análise são utilizados os dados de aceleração ao longo do tempo das
configurações 1, 2 e 3. Ressalta-se que, os espectros de potência apresentados foram
obtidos a partir da média de todos os espectros de cada modelo experimental.

O ANEXO B apresenta a primeira frequência natural encontrada no


espectro de potência de todos os modelos experimentais, para todas as posições das
configurações 1, 2 e 3.

6.2.1 Comparação entre modelos íntegros

Os modelos experimentais íntegros foram divididos em três grupos, de


acordo com sua construção: AI (modelos com armadura íntegra), SA (modelos sem
armadura) e AC (modelos com armadura cortada). Com o objetivo de identificar estas
diferenças construtivas, realizou-se a comparação entre a primeira frequência natural
dos modelos íntegros.

A Figura 57 apresenta a comparação entre os modelos com armadura


íntegra e os modelos sem nenhuma armadura.

39,6
39,0

38,8 39,8

Figura 57 – Comparação entre os modelos com armadura (AI) e sem armadura (SA).
102

Observa-se que, nos casos apresentados, a falta de armadura não exerce


influência significativa na frequência natural dos modelos (variação máxima de 2%).
Por outro lado, os modelos que utilizaram concreto da mesma betonada tiveram
valores de frequência mais próximos, independente da presença ou não de armadura.
Ressalta-se que, estes resultados foram obtidos de modelos com baixa taxa de
armadura (16,9 kg/m³) e que este estudo não abrange o comportamento de elementos
com maior taxa de armadura.

Da mesma maneira, comparou-se os modelos com armadura íntegra e os


modelos com corte na armadura (Figura 58). Como pode ser observado, o modelo
com a armadura cortada não apresentou variação significativa em sua frequência
natural. Observa-se ainda a proximidade das frequências dos modelos que utilizaram
o concreto de uma mesma betonada.

39,0 39,1

38,8
39,8

Figura 58 – Comparação entre os modelos com armadura (AI) e com armadura


cortada (AC).

De acordo com as comparações apresentadas, nota-se que a falha ou a


ausência de armadura não podem ser identificadas por meio da alteração da
frequência natural. A ineficiência na identificação de falhas em armaduras ocorre pois
estas contribuem pouco na massa e na rigidez da estrutura. Em contrapartida,
pequenas alterações no módulo de elasticidade do concreto podem ser facilmente
percebidas, o que pode ser observado nos modelos com concreto de betonadas
diferentes.
103

6.2.1 Comparação entre modelos íntegros e com dano

A Figura 59 apresenta a primeira frequência natural dos modelos sem


armadura. Ao contrário das comparações anteriores, entre modelos íntegros, nota-se
claramente a redução da frequência natural no modelo DANO-L3SAB2 (6,1% em
relação ao INT-L3SAB2).

37,2 39,0

39,6

Figura 59 – Comparação dos modelos sem armadura (SA) (um dano).

Na Figura 60 são apresentadas as frequências naturais dos modelos com


armadura. Neste caso, a frequência do DANO-L2AIB1 é 6,6% menor, em relação ao
INT-L2AIB1.

36,2 38,8

39,8

Figura 60 – Comparação dos modelos com armadura (AI) (um dano).


104

Em seguida, introduziu-se um novo dano ao modelo DANO-L2AIB1,


originando o modelo denominado 2DAN-L2AIB1. A frequência natural deste modelo
apresentou uma redução de 9,3% em relação ao INT-L2AIB1(Figura 61).

38,8
35,2

39,8

Figura 61 – Comparação dos modelos com armadura (AI) (dois danos).

Além dos cortes com profundidade de 2 cm (danos induzidos nos modelos),


decidiu-se analisar um modelo fissurado em serviço. Para isto foi aplicado um
carregamento estático até o surgimento da primeira fissura. A Figura 62 apresenta a
comparação entre os modelos íntegros e o fissurado. Neste caso, a redução da
frequência do FIS-L4A1B2 foi de 34,3%, em relação ao INT-L4A1B2.

38,8
26,1
39,8

Figura 62 – Comparação dos modelos com armadura (AI) (fissurado).


105

Por fim, realizou-se a comparação entre os modelos íntegros e com dano


para os modelos com armadura cortada. De maneira análoga ao observado nas
comparações anteriores, o modelo com dano (DANO-L5ACB3) apresentou um
decréscimo de 5,5% em sua primeira frequência natural, se comparado ao modelo
INT-L5ACB3 (Figura 63).

39,1
39,0
36,9

Figura 63 – Comparação dos modelos com armadura cortada (AC) (um dano).

Na comparação entre os modelos íntegros e com danos, as variações nas


frequências naturais são observadas claramente, o que tornou possível a identificação
de danos. Ressalta-se que, os espectros apresentados tratam-se da média de todos
os espectros obtidos de cada modelo.

Para os modelos com apenas um corte (um dano), são observadas


variações da primeira frequência natural entre -5,5% e -6,6%. Mesmo se tratando de
modelos com diferenças construtivas, pode-se observar semelhança entre as
variações das frequências, quando submetidas ao dano de mesma intensidade e
localização.

Como era previsto, ao introduzirmos um segundo dano (dois danos), a


frequência natural teve um novo decréscimo, resultando em uma diferença de 9,3%,
em relação ao seu respectivo modelo íntegro. No caso do modelo fissurado, a redução
da frequência natural foi ainda maior, 34,3%. Este decréscimo acentuado ocorreu
devido a maior intensidade do dano e a sua localização, próximo ao centro do vão,
afetando consideravelmente a rigidez do modelo.
106

6.3 Localização de danos pelo método DCM

Para a determinação das curvaturas modais, utilizaram-se as deformadas


modais, referentes ao primeiro modo de vibração vertical de cada modelo, obtidas dos
ensaios com as configurações 1, 2 e 3, mesmo critério adotados na localização de
danos nos modelos numéricos. A Figura 64(a) apresenta, como exemplo, as
deformadas modais obtidas com as provas INT-L3SAB2-2 e DANO-L3SAB2-2. A
partir destas, calcularam-se suas respectivas curvaturas modais (Figura 64(b)), por
meio da Equação 4. Em seguida, calculou-se a diferença entre as curvaturas modais
(Figura 64(c)).

a) Deformadas modais dos modelos INT-L3SAB2-2 e DANO-L3SAB2-2 (1º Modo)

b) Curvaturas modais dos modelos INT-L3SAB2-2 e DANO-L3SAB2-2 (1º Modo)

Localização
do dano

Interferência

c) DCM entre os modelos INT-L3SAB2-2 e DANO-L3SAB2-2 (1º Modo)

Figura 64 – Localização do dano através do método DCM.


107

Analisando o resultado da DCM (Figura 64(c)), observa-se que a


localização do dano (pico na curva DCM) está relacionada ao transdutor próximo ao
dano. Neste caso, o dano real está posicionado a 40 cm do apoio esquerdo e o gráfico
indica que o dano está a 45 cm, coincidindo com a posição do transdutor A13. Nota-
se ainda, um pico na posição A17, porém, este pico não corresponde a um dano real.

Para reduzir a ocorrência de picos que não correspondem à um dano real


e sintetizar a apresentação dos resultados, são apresentadas as médias das DCMs
para cada configuração. As demais curvas são apresentadas no ANEXO C.

6.3.1 Localização de danos em modelos com apenas um corte

Na Figura 65 são apresentadas as DCMs entre o modelo DANO-L2AIB1 e


seu respectivo modelo integro (INT-L2AIB1).
Configuração 3
(Borda direita)
Configuração 2
(Faixa central)
(Borda esquerda)
Configuração 1

Figura 65 – DCMs entre os modelos INT-L2AIB1 e DANO-L2AIB1.


108

Os gráficos das DCMs apresentaram valores máximos nos transdutores


A12, A22 e A32, localizados a 35 cm do apoio esquerdo. Observou-se na DCM da
configuração 3 uma alteração próxima ao apoio direito, entretanto, não foram
constados danos nesta região, caracterizando uma falsa detecção de dano.

Com o intuito de agrupar as informações da localização de dano, elaborou-


se um gráfico de superfície com as DCMs das três configurações. Para evitar que uma
das configurações oculte o dano da outra, ajustaram-se as curvas à uma escala
comum. Nesta escala o valor máximo de cada DCM corresponde a 1,00 (provável
localização do dano), sendo os demais valores da curva ajustados de maneira
proporcional. A Figura 66 apresenta o gráfico de superfície das DCMs entre os
modelos INT-L2AIB1 e DANO-L2AIB1.
POSIÇÃO REAL DO DANO

Configuração 3 - Borda direita

Configuração 2 – Faixa central

Configuração 1 - Borda esquerda

Figura 66 – Resumo das DCMs entre os modelos INT-L2AIB1 e DANO-L2AIB1.

Analisando o gráfico de superfície, nota-se que a provável localização do


dano, no modelo DANO-L2AIB1, é a 35 cm do apoio esquerdo, estendendo-se por
toda largura do modelo. Como a precisão do método DCM está relacionada ao
posicionamento dos transdutores, pode-se se dizer que a localização do dano foi bem-
sucedida.

Os resultados da localização de danos do modelo DANO- L3SAB2 são


apresentadas de maneira análoga aos do DANO-L2AIB1. Na Figura 67 são
apresentas as DCMs obtidas dos modelos DANO- L3SAB2 e INT- L3SAB2.
109

Configuração 3
(Borda direita)
Configuração 2
(Faixa central)
(Borda esquerda)
Configuração 1

Figura 67 – DCMs entre os modelos INT-L3SAB2 e DANO- L3SAB2.

Na Figura 68 é apresentado o gráfico de superfície das DCMs entre os


modelos DANO- L3SAB2 e INT- L3SAB2.
POSIÇÃO REAL DO DANO

Configuração 3 - Borda direita

Configuração 2 – Faixa central

Configuração 1 - Borda esquerda

Figura 68 – Resumo das DCMs entre os modelos INT-L3SAB2 e DANO- L3SAB2.


110

Observando a curva DCM da configuração 2 (Figura 67), nota-se,


novamente, a existência de picos próximos ao apoio direito que não correspondem a
um dano real. Estes picos também podem ser observados no gráfico de superfície.
Entretanto, a localização do dano real pode ser identificada com clareza, a 45 cm nas
bordas e a 35 da faixa central.

A Figura 69 apresenta os resultados das DCMs entre os modelos DANO-


L5ACB3 e INT-L5ACB3.
Configuração 3
(Borda direita)
Configuração 2
(Faixa central)
(Borda esquerda)
Configuração 1

Figura 69 – DCMs entre os modelos INT-L5ACB3 e DANO- L5ACB3.

O gráfico de superfície, com a provável localização do dano do modelo


DANO- L5ACB3, que sintetiza as curvas DCMs foi apresentado na Figura 70.
111

POSIÇÃO REAL DO DANO


Configuração 3 - Borda direita

Configuração 2 – Faixa central

Configuração 1 - Borda esquerda

Figura 70 – Resumo das DCMs entre os modelos INT-L5ACB3 e DANO- L5ACB3.

Ao analisarmos as curvas e o gráfico de superfície, observa-se um pico


próximo ao apoio direito. Em contrata partida, a localização do dano real pode ser
observada claramente, variando entre 35 cm e 45 cm, a partir do apoio esquerdo.

A partir das análises apresentadas, pode-se dizer que o método DCM foi
eficiente na localização de danos em modelos com apenas um dano. Salienta-se que,
o dano induzido foi obtido através de um corte com 2 cm de profundidade, percorrendo
toda largura do modelo. Portanto, trata-se de uma redução considerável na inércia da
seção e que pode ter colaborado na localização do dano.

Em relação aos indicativos de dano próximo ao apoio esquerdo, não foi


observado nenhum tipo de anomalia nos modelos que justificassem esta alteração.
Por outro lado, os procedimentos de substituição dos modelos, durante os diversos
ensaios, podem ter gerado alterações na condição de apoio.

6.3.2 Localização de danos no modelo fissurado

Com o objetivo de avaliar a utilização do método DCM na localização de


um dano estrutural típico, optou-se pela análise de um modelo com fissura em serviço.
Por se tratar de um modelo biapoiado, a fissura gerada, por um carregamento
distribuído, surgiu próxima ao centro do vão, a 86 cm do apoio esquerdo. A Figura 71
apresenta os resultados da DCM para o 1º modo vertical do modelo FIS-L4AIB2 e de
sua versão íntegra, INT-L4AIB2.
112

Configuração 3
(Borda direita)
Configuração 2
(Faixa central)
(Borda esquerda)
Configuração 1

Figura 71 – DCMs entre os modelos INT-L4AIB2 e FIS-L4AIB2.

A Figura 72 mostra o gráfico de superfície com a provável localização do


dano, para o modelo fissurado FIS-L4AIB2.
POSIÇÃO DA FISSURA

Configuração 3 - Borda direita

Configuração 2 – Faixa central

Configuração 1 - Borda esquerda

Figura 72 – Resumo das DCMs entre os modelos INT-L4AIB2 e FIS-L4AIB2.


113

Comparando-se as curvas DCMs obtidas na análise do modelo fissurado


com as dos demais modelos (modelos cortados a 40 cm do apoio esquerdo), observa-
se um alargamento do pico que indica a localização do dano. Isto ocorreu pois na
região central o espaçamento entre sensores é maior, e como dito anteriormente, a
precisão do método de localização está relacionada ao espaçamento entre os pontos
monitorados. Mesmo assim, neste caso, os maiores valores das curvas DCM
ocorreram a 90 cm do apoio esquerdo (transdutores A15, A25 e A35), próximos a
região fissurada (86 cm do apoio esquerdo).

6.3.3 Localização de danos no modelo com dois cortes

Avaliou-se a possível detecção de danos múltiplos pelo método DCM. As


curvas DCMs, apresentadas na Figura 73, foram obtidas pela análise do modelo
2DAN-L2AIB1 e de seu respectivo modelo íntegro (INT-L2AIB1).
Configuração 3
(Borda direita)
Configuração 2
(Faixa central)
(Borda esquerda)
Configuração 1

Figura 73 – DCMs entre os modelos INT-L2AIB1 e 2DAN-L2AIB1.


114

A Figura 74 apresenta o gráfico de superfície que sintetiza as DCMs entres


os modelos 2DAN-L2AIB1 e INT-L2AIB1.

POSIÇÃO DO CORTE 2
POSIÇÃO DO CORTE 1
Configuração 3 - Borda direita

Configuração 2 – Faixa central

Configuração 1 - Borda esquerda

Figura 74 – Resumo das DCMs entre os modelos INT-L2AIB1 e 2DAN-L2AIB1.

A provável localização dos danos pode ser observada claramente nas


curvas DCM. Além disto, as amplitudes dos picos são semelhantes, exceto na
configuração 3. Salienta-se que no modelo utilizado os danos possuem a mesma
intensidade e estão localizados de forma simétrica. Conforme observado
anteriormente, na aplicação do método DCM aos modelos numéricos, danos de
mesma intensidade, mas localizados em diferentes pontos no vão da estrutura,
apresentam amplitudes distintas, podendo dificultar a determinação de danos
múltiplos.

6.3.4 Resumo e comparação dos resultados

A partir dos resultados apresentados, pode-se dizer que o método de


localização de danos DCM, baseado nas diferenças de curvatura modal, foi capaz de
localizar danos em um modelo biapoiado de concreto. Ressalta-se que os cortes
representam uma redução de 40% da seção transversal dos modelos, o que pode ter
colaborado na identificação dos danos.

As interferências encontradas, picos sem danos correspondentes, podem


estar ligadas as condições de apoio, já que os modelos eram removidos para a
execução do dano e fixados novamente para a realização dos ensaios.
115

6.4 Localização de danos pelo método DSA

Neste item são apresentados os resultados da localização de danos em


modelos experimentais, obtidos por meio da aplicação do método DSA. Como o
método foi desenvolvido a partir de simulações numéricas (item 5.3), fez-se
necessária sua aplicação em modelos experimentais, para avaliar sua capacidade de
localizar danos em estruturas reais.

Para efeito de comparação, utilizaram-se as mesmas provas e


configurações empregadas na aplicação do método DCM. A Figura 75(a) apresenta,
como exemplo, as somatórias das acelerações de uma vibração livre dos modelos
INT-L1SAB1, INT-L3SAB2 e DANO-L3SAB2, obtidas com as provas da configuração
1. A partir destas, calcularam-se as diferenças das somatórias das acelerações, entre
os modelos íntegros e com dano Figura 75 (b)).

a) Somatória das acelerações de uma vibração livre – Configuração 1

b) Diferenças das somatórias das acelerações – DSAs – Configuração 1

Figura 75 – Localização do dano através do método DSA, aplicado aos modelos INT-
L1SAB1, INT-L3SAB2 e DANO-L3SAB2

Para sintetizar a apresentação dos resultados, são apresentadas, na Figura


76, as médias das diferenças das somatórias das acelerações. Observa-se que os
picos das curvas DSAs são próximos ao dano real da estrutura. As demais curvas são
apresentadas no ANEXO D.
116

Localização do
dano real

Figura 76 – Média das DSAs (INT-L1SAB1, INT-L3SAB2 e DANO-L3SAB2).

6.4.1 Localização de danos em modelos com apenas um corte

A Figura 77 apresenta as médias das DSAs entre os modelos com


armadura íntegra, DANO-L2AIB1, INT-L2AIB1 e INT-L4AIB2.
Configuração 3
(Borda direita)
Configuração 2
(Faixa central)
(Borda esquerda)
Configuração 1

Figura 77 – DSAs entre DANO-L2AIB1, INT-L2AIB1 e INT-L4AIB2.


117

Os valores máximos das DSAs foram encontrados nas posições A12, A22
e A32, localizadas a 35 cm do apoio esquerdo. Observou-se nas DSAs das
configurações 1 e 2 pequenas oscilações próximas ao apoio direito, entretanto, não
foram constados danos nesta região.

Assim como na apresentação dos resultados do método DCM, optou-se por


sintetizar as DSAs das três configurações em um gráfico de superfície, permitindo a
localização em planta do dano. Para isto, adotou-se uma escala comum às três
configurações, onde o valor máximo de cada DSA corresponde a 1,00, referente a
provável localização do dano, e os demais valores são ajustados proporcionalmente.

A Figura 78 apresenta o gráfico de superfície das DSAs. Este gráfico foi


elaborado apenas para os resultados das DSAs entre o modelo DANO-L2AIB1 e o
seu respectivo modelo íntegro (INT-L2AIB1).
POSIÇÃO REAL DO DANO

Configuração 3 - Borda direita

Configuração 2 – Faixa central

Configuração 1 - Borda esquerda

Figura 78 – Resumo das DSAs entre os modelos INT-L2AIB1 e DANO-L2AIB1.

No gráfico de superfície, observa-se que a provável localização do dano,


no modelo DANO-L2AIB1, se encontra a 35 cm do apoio esquerdo, tanto nas bordas,
como na faixa central. Assim como no método DCM, A localização do dano está
vinculada a posição dos transdutores. Portanto, como o corte está localizado a 40 cm
do apoio esquerdo, as prováveis localizações do dano, obtidas pelos métodos DSA
ou DCM, são a 35 cm e 45 cm (coincidindo com a posição dos transdutores).

As médias das DSAs entre os modelos sem armadura, DANO-L3SAB2,


INT- L3SAB2 e INT- L1SAB1, são apresentadas na Figura 79.
118

Configuração 3
(Borda direita)
Configuração 2
(Faixa central)
(Borda esquerda)
Configuração 1

Figura 79 – DSAs entre DANO-L3SAB2, INT- L3SAB2 e INT- L1SAB1.

Na Figura 80 é apresentado o gráfico de superfície das DSAs entre os


modelos DANO- L3SAB2 e INT-L3SAB2.
POSIÇÃO REAL DO DANO

Configuração 3 - Borda direita

Configuração 2 – Faixa central

Configuração 1 - Borda esquerda

Figura 80 – Resumo das DSAs entre os modelos INT-L3SAB2 e DANO- L3SAB2.


119

Nos gráficos das DSAs da configuração 2 (Figura 79), observa-se uma


alteração na curva que compara os dois modelos íntegros, mas sem a formação de
picos, que evidenciem a localização de um dano.

Ao analisarmos o gráfico de superfície (Figura 80), identificou-se a provável


localização do dano a 45 cm nas bordas e a 35 da faixa central. Este comportamento
também foi observado nas análises realizadas com o método DCM.

A Figura 81apresenta os resultados das DSAs entre os modelos DANO-


L5ACB3, INT- L5ACB3 e INT- L6ACB3.
Configuração 3
(Borda direita)
Configuração 2
(Faixa central)
(Borda esquerda)
Configuração 1

Figura 81 – DSAs entre DANO-L5ACB3, INT- L5ACB3 e INT- L6ACB3.

O gráfico de superfície, que sintetiza os resultados das DSAs entre os


modelos INT-L5ACB3 e DANO- L5ACB3, foi apresentado na Figura 82.
120

POSIÇÃO REAL DO DANO


Configuração 3 - Borda direita

Configuração 2 – Faixa central

Configuração 1 - Borda esquerda

Figura 82 – Resumo das DSAs entre os modelos INT-L5ACB3 e DANO- L5ACB3.

Ao analisarmos as curvas e o gráfico de superfície, observa-se que a


provável localização do dano varia entre 35 cm e 45 cm, a partir do apoio esquerdo.
De forma análoga aos resultados obtidos com o método DCM.

De forma geral, os resultados apresentados demonstram que o método


DSA foi capaz de determinar a posição de danos, em um modelo experimental de
concreto com apenas um dano. Entretanto, destaca-se que o êxito na localização de
danos pode estar relacionado a intensidade dos danos, por este motivo, recomenda-
se a aplicação deste método em modelos com danos de baixa intensidade, para que
se possa avaliar sua sensibilidade.

6.4.2 Localização de danos no modelo fissurado

Para demonstrar a aplicação do método DSA na localização de danos


típicos de estruturas de concreto armado, utilizou-se o modelo FIS-L4AIB2, com uma
fissura na face inferior localizada a 86 cm do apoio esquerdo.

A Figura 83 apresenta as médias das DSAs entre o modelo fissurado FIS-


L4AIB2 e os modelos íntegros INT-L2AIB1 e INT-L4AIB2.
121

Configuração 3
(Borda direita)
Configuração 2
(Faixa central)
(Borda esquerda)
Configuração 1

Figura 83 – DSAs entre FIS-L4AIB2, INT-L2AIB1 e INT-L4AIB2.

A Figura 84 mostra o gráfico de superfície com a provável localização do


dano, para o modelo fissurado FIS-L4AIB2.
POSIÇÃO DA FISSURA

Configuração 3 - Borda direita

Configuração 2 – Faixa central

Configuração 1 - Borda esquerda

Figura 84 – Resumo das DSAs entre FIS-L4AIB2 e INT-L4AIB2.


122

O gráfico de superfície indica como provável localização do dano a seção


a 90 cm do apoio esquerdo, coincidentemente, muito próxima a localização da fissura,
86 cm do apoio esquerdo. Ressalta-se que, a determinação da localização do dano
está vinculada ao posicionamento dos sensores, e sua precisão ao espaçamento
entre eles.

6.4.3 Localização de danos no modelo com dois cortes

São apresentados os resultados obtidos pelo método DSA na localização


de danos em modelos com múltiplos danos. A Figura 85 apresenta as médias das
DSAs entre o modelo com dois cortes (2DAN-L2AIB1) e os modelos íntegros INT-
L2AIB1 e INT-L4AIB2.
Configuração 3
(Borda direita)
Configuração 2
(Faixa central)
(Borda esquerda)
Configuração 1

Figura 85 – DSAs entre 2DAN-L2AIB1, INT-L2AIB1 e INT-L4AIB2.

A Figura 86 apresenta o gráfico de superfície que sintetiza as DSAs entres


os modelos 2DAN-L2AIB1 e INT-L2AIB1.
123

POSIÇÃO DO CORTE 2
POSIÇÃO DO CORTE 1
Config. 3 - Borda direita

Config. 2 – Faixa central

Config. 1 - Borda esquerda

Figura 86 – Resumo das DSAs entre os modelos INT-L2AIB1 e 2DAN-L2AIB1.

Pode-se observar no gráfico de superfície a localização dos dois danos. Na


direita, o indicador de dano apresentou-se mais próximo aos transdutores A16, A26 e
A36, a 105 cm do apoio esquerdo. Porém, na esquerda os resultados são mais
dispersos, variando entre 35 e 45 cm. Apesar disto, pode-se dizer que o método DSA
é capaz de identificar dois danos simultâneos.

Ressalta-se que no modelo utilizado os danos possuem a mesma


intensidade e estão localizados de forma simétrica. Ao comparamos as análises
numéricas do método DCM (Figura 42) com as do método DSA (Figura 47), vemos
que o método DSA é menos eficiente na localização de danos múltiplos, quando estes
não estão posicionados simetricamente.

6.4.4 Resumo e comparação dos resultados dos métodos DCM e DSA

Ao compararmos os resultados da aplicação dos métodos DCM e DAS aos


dados experimentais, pode-se dizer que, para modelos com apenas um dano, ambos
se comportaram de maneira semelhante, servindo com um bom indicativo para a
localização de danos. Entretanto, em alguns casos, são observados picos nas curvas
DCM e DSA que não correspondem a um dano real.

Em relação a detecção de danos múltiplos, atenta-se para o fato de que o


método DSA tem desempenho inferior para os casos de danos não simétricos, apesar
desta hipótese não ter sido considerada na análise experimental.
124

7 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS


FUTUROS

A detecção e localização de danos foram obtidas por meio das alterações


de parâmetros dinâmico. A aplicação do método DCM (Diferença de Curvatura Modal)
apresentou resultados satisfatórios na detecção de um único dano e de danos
múltiplos. Além disto, foi desenvolvido uma formulação empírica, capaz de localizar
danos em estruturas biapoiadas, com base na variação da amplitude das acelerações.

Apresenta-se a seguir as conclusões relacionadas aos objetivos centrais e


secundários deste trabalho e as recomendações para trabalhos futuros.

7.1 Determinação de parâmetros dinâmicos (numéricos e


experimentais) e calibração dos modelos numéricos

Comparando-se as frequências naturais da análise experimental com as


dos modelos numéricos, observou-se que a variação da primeira frequência natural
vertical foi, em média, de 1,4%. Esta variação é baixa e pode-se dizer que a rigidez
vertical do modelo numérico se assemelha às dos modelos experimentais. Entretanto,
nos modos transversal e longitudinal, a variação da frequência natural foi maior, em
média 11,2% e 10,7%, respectivamente. Porém, esta variação não foi observada
apenas entre modelos experimentais e numéricos, mas também entre os próprios
modelos experimentais. Este fato foi atribuído às condições de apoio, visto que os
modelos eram substituídos para a realização dos ensaios, sendo descolados e
recolados sobre a base.

Analisando as deformadas modais dos modelos experimentais e


numéricos, pode-se afirmar que, apesar da variação das frequências, estas têm os
mesmos modos de vibração.

Em relação a calibração do modelo numérico, conclui-se que:

• A calibração de modelos numéricos pôde ser obtida por meio da


comparação de parâmetros modais;
125

• O módulo de elasticidade do concreto pode ser estimado a partir de


paramentos modais, desde que o modelo experimental não
apresente alterações de rigidez ou de massa;

• As alterações das condições de apoios dos modelos dificultaram a


determinação das frequências horizontais;

• A utilização de dois parâmetros dinâmicos (frequências naturais e


modos de vibração) foram suficientes para a calibração dos
modelos.

7.2 Comparação entre os modelos experimentais com diferença nas


armaduras

Observou-se que a falta de armadura não exerce influência significativa na


frequência natural dos modelos (variação máxima de 2%). Por outro lado, os modelos
que utilizaram concreto da mesma betonada tiveram valores de frequência mais
próximos, independentemente da presença ou não de armadura.

Conclui-se que a falha ou a ausência de armadura não podem ser


identificadas por meio da alteração da frequência natural. A ineficiência na
identificação de falhas em armaduras ocorre pois estas contribuem pouco na massa
e na rigidez da estrutura.

7.3 Identificação de danos por meio da alteração da frequência


natural

Na comparação entre os modelos íntegros e com danos, as variações nas


frequências naturais são observadas claramente, sendo possível a identificação de
danos. Nos modelos com apenas um corte, foram observadas variações da primeira
frequência natural entre -5,5% e -6,6%.

Como era previsto, ao introduzirmos um segundo dano, a frequência


natural teve um novo decréscimo, resultando em uma diferença de 9,3%, em relação
ao seu respectivo modelo íntegro. No caso do modelo fissurado, a redução da
frequência natural foi ainda maior, 34,3%. Este decréscimo acentuado ocorreu devido
126

a maior intensidade do dano e a sua localização, próximo ao centro do vão, afetando


consideravelmente a rigidez do modelo.

7.4 Localização de danos – Método DCM

7.4.1 Resultados numéricos

O método DCM apresentou bons resultados na localização de danos,


mesmo sendo aplicado apenas ao primeiro modo vertical. A aplicação aos demais
modos não foi necessária, pois a participação de massa modal concentrou-se em
poucos modos de vibração e, nos modelos utilizados, o dano induzido afetou pouco
os modos transversais e longitudinais.

Observou-se que a resposta do método DCM varia ao longo do vão. Nos


modelos utilizados, a amplitude do pico da DCM aumentou à medida que a localização
do dano era mais próxima ao centro do vão. Esta variação ficou evidente na aplicação
do método na localização de danos múltiplos, pois o dano localizado próximo ao centro
do vão oculta o dano próximo ao apoio.

7.4.2 Resultados experimentais

Ao analisarmos os gráficos de DCM, observa-se que a localização do dano


está relacionada ao transdutor próximo ao dano. Nos modelos experimentais, o dano
real está posicionado a 40 cm do apoio esquerdo, mas os picos dos gráficos DCM
indicam que o dano está a 35 cm ou 45 cm, coincidindo com a posição dos
transdutores vizinhos ao dano. O mesmo ocorre nas análises do modelo fissurado e
do modelo com dois danos.

Ressalta-se que, em algumas análises, a indicação de dano não


corresponde a um dano real. Estas inconsistências estão relacionadas às condições
de apoio, já que os modelos foram removidos para a execução do dano e fixados
novamente para a realização dos ensaios. Portanto, recomenda-se que os danos
sejam executados sem que haja sua remoção dos apoios.

Conclui-se que o método de localização de danos DCM é capaz de localizar


danos (único corte, fissuras e dois cortes) em modelos biapoiados de concreto
armado. Salienta-se que os cortes representam uma redução de 40% da seção
transversal dos modelos, o que colaborou na identificação dos danos.
127

7.5 Localização de danos – Método DSA

7.5.1 Determinação do método DSA

Determinou-se uma formulação empírica, capaz de localizar danos em


estruturas biapoiadas. Esta foi denominada como Diferença das Somatórias de
Aceleração (DSA) e é baseada na diferença das amplitudes de aceleração entre
estruturas intactas e com dano.

Comparando as somatórias absolutas das acelerações ao longo do vão,


entre o modelo íntegro e o com dano, foi identificada uma alteração na região do dano.
Portanto, é possível utilizar a diferença das somatórias de aceleração como indicativo
de dano. Por fim, determinou-se a seguinte formulação empírica:

𝒕𝒇 𝒕𝒇 𝟐

𝑫𝑺𝑨(𝒋) = (∑|𝒂𝒋−𝒊𝒏𝒕 | − ∑|𝒂𝒋−𝒅𝒂𝒏 |)


𝒕𝒊 𝒕𝒊

Para validar a formulação proposta e comparar os resultados, foram


utilizados os dados de aceleração dos mesmos modelos numéricos e experimentais
da aplicação do método DCM. Ressalta-se que, a relação encontrada refere-se a
estruturas biapoiadas, portanto, sua utilização em arranjos estruturais distintos deve
ser validada.

7.5.2 Resultados numéricos

A localização de danos, ao longo do vão do modelo, pôde ser determinada


por meio da aplicação do método DSA. Entretanto, assim como no método DCM, a
variação da resposta do método DSA, ao longo do vão, interfere na análise da
localização de danos múltiplos e na avaliação do grau de intensidade do dano, pois
danos de mesma intensidade geram respostas diferentes, de acordo com sua posição
no vão. Ressalta-se que, a variação da resposta do método DSA é superior à do DCM,
consequentemente, sua eficiência na determinação de danos múltiplos é menor.

7.5.3 Resultados experimentais

De forma geral, os resultados apresentados demonstram que o método


DSA foi capaz de determinar a posição de danos, em um modelo experimental de
concreto com apenas um dano. Todavia, destaca-se que o êxito na localização de
128

danos pode estar relacionado à intensidade dos danos, por este motivo, recomenda-
se a aplicação deste método em modelos com danos de baixa intensidade, para que
se possa avaliar sua sensibilidade.

No modelo fissurado, o gráfico DSA indicou, como provável localização do


dano, a seção a 90 cm do apoio esquerdo, próxima a posição real da fissura, 86 cm
do apoio esquerdo. Apesar do bom resultado apresentado, ressalta-se que a
determinação da localização do dano está vinculada ao posicionamento dos sensores,
e sua precisão ao espaçamento entre eles.

O método DSA foi capaz de identificar a posição dos dois cortes. A


localização do corte mais próximo do apoio esquerdo variou entre 35 cm e 45 cm,
enquanto do lado direito foi determinado a 105. Comparando-se com a posição real
dos cortes (40 cm e 110), pode-se dizer que o método apresentou bons resultados na
determinação de danos múltiplos. Porém, é importante observar que no modelo
utilizado os danos possuem a mesma intensidade e estão localizados de forma
simétrica, facilitando a determinação de danos múltiplos.

7.6 Comparação entre os métodos DCM e DSA

Ao comparamos os resultados numéricos e experimentais dos métodos


DCM e DSA, nota-se que, nos casos com apenas um corte ou fissura, ambos se
comportam de maneira semelhante. Em contrapartida, na localização de danos
múltiplos, o método DSA tem desempenho inferior para os casos de danos não
simétricos. A seguir são apresentados as vantagens, desvantagens e similaridades
do método DSA em relação ao método DCM:

• Similaridades:
- A precisão está correlacionada com a distância entre os
transdutores;
- Existe variação da resposta ao longo do vão, o que dificulta a
avaliação da intensidade do dano;
- Necessidade dos resultados da estrutura íntegra.

• Vantagens:
- Pode ser utilizado com uma ferramenta auxiliar em análises
de identificação e localização de danos;
129

- Método mais simples e de fácil implementação, pois trabalha


com os dados puros de aceleração, sem a necessidade da
análise no domínio das frequências e da determinação das
deformadas modais;

• Desvantagens:
- O método necessita que a excitação seja exatamente a
mesma, intensidade e local de aplicação;

- Não podem haver alterações no posicionamento dos


sensores;

- A variação da resposta ao longo do vão é superior à do


método DCM, o que dificulta a localização de danos múltiplos.

7.7 Recomendações para trabalhos futuros

Algumas sugestões e recomendações para trabalhos futuros, voltados para


a identificação e localização de danos através da análise dinâmica, experimental e
numérica, são apresentados a seguir:

• Para evitar alterações nos resultados e, principalmente, as


ocorrências de indicativos de falsos danos, recomenda-se que os
ensaios da estrutura íntegra e com dano sejam realizados em
sequência, sem a remoção do modelo para a confecção do dano.
Esta medida visa a conservação das condições de contorno nos
apoios;

• Aprimorar as formulações para que danos de mesma intensidade


tenham respostas iguais, independentemente da localização do
dano;

• Determinar a localização de danos com a introdução de danos de


forma gradual, para avaliar a capacidade dos métodos em identificar
danos de baixa intensidade;

• Realizar estudos paramétricos para o aprimoramento das


formulações de localização de dano, para que seja possível estimar
a intensidade dos danos.
130

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12p;
135

ANEXO A – Calibração de modelos numéricos por meio de monitoramento


experimental dinâmico.
136

1 INTRODUÇÃO

A inspeção de uma estrutura (levantamento de patologias, ensaios


destrutivos e não destrutivos de caracterização de materiais) fornece informações
importantes sobre a sua integridade estrutural, norteando as decisões relacionadas à
necessidade de reparos e reforços. Entretanto, o custo elevado de uma inspeção
detalhada inviabiliza a periodicidade do estudo ou até mesmo o abando da prática por
desmotivação política.

O interesse na habilidade de monitorar uma estrutura e detectar danos, o


mais breve possível, tem permeado as comunidades de engenharia aeroespacial, civil
e mecânica (FARRAR (2001)). Métodos de detecção de danos usuais, experimentais
ou visuais, exigem o pré-conhecimento da região do dano e que o local a ser
inspecionado seja de fácil acesso.

De acordo com NOBREGA (2004), os testes dinâmicos constituem-se em


adequado procedimento pelo caráter não-destrutivo, permitindo a obtenção de
informações generalizadas a respeito da rigidez e do amortecimento estrutural, por
ser passível de confronto com um modelo numérico computacional, e por poder ser
repetida / comparada ao longo do tempo.

Os modelos numéricos tridimensionais, elaborados em elementos finitos,


são capazes de representar, de forma fidedigna, a estrutura real. Para isto, os
parâmetros físicos da estrutura (rigidez, massa, amortecimento, frequências naturais
e modos de vibração) devem ser obtidos por meio de ensaios dos materiais,
levantamentos geométricos e monitoramentos estruturais.

No presente trabalho será apresentado a calibração de um modelo


numérico, a partir da comparação das frequências naturais e modos de vibração
obtidas por meio da análise experimental dinâmica, alterando o módulo de
elasticidade e os valores de contorno dos apoios.

As características geométricas do modelo experimental foram adotadas


com base no modelo em escala reduzida de uma ponte (pórtico de concreto armado),
extraído da dissertação de TICONA MELO (2011).
137

2 OBJETIVO

O objetivo central do trabalho apresentado será a calibração de um modelo


estrutural numérico com base nos parâmetros dinâmicos (frequências naturais, modos
de vibração). Estes parâmetros serão obtidos por meio da análise do ensaio
experimental dinâmico realizado em modelo físico.

Para a concretização do objetivo central realizou-se as seguintes


atividades:

• Construção de um modelo experimental;

• Elaboração de um modelo numérico tridimensional com o auxílio de


software de elementos finitos;

• Monitoração dinâmica do modelo experimental;

• Obtenção das frequências naturais por meio dos métodos de


decomposição no domínio da frequência (DDFs);

• Determinação dos modos de vibração com o auxílio do software


ARTeMIS Modal (2015);

• Calibração do modelo numérico, alterando sua rigidez e condições de


apoio, por meio da comparação das frequências naturais e modos de
vibração obtidas do modelo experimental.

3 MODELOS

Foram elaborados dois modelos, numérico e experimental. O modelo


experimental fornecerá os parâmetros dinâmicos que serão utilizados para a
calibração do modelo numérico. Após a calibração, o modelo numérico representará,
de maneira mais fidedigna, a estrutura real, possibilitando simulações do
comportamento estrutural para diferentes intensidades de cargas (estáticas ou
dinâmicas) em ambiente virtual, sem comprometer a estrutura real.
138

3.1 Modelo experimental

Como abordado anteriormente, adotou-se para este trabalho o modelo em


escala reduzida de uma ponte, apresentado na dissertação de mestrado de TICONA
MELO (2011). Trata-se de um modelo de uma ponte em concreto armado e que foi
elaborado em aço CA-50 e microconcreto C40.

Antes dos ensaios de vibração, o modelo foi submetido a esforços de


flexão, fazendo surgir fissuras no tabuleiro e pilares. Essas fissuras provocaram a
diminuição da rigidez da estrutura, o que poderá ser observado comparando-se a
variação entre os parâmetros iniciais adotados e os resultados da calibração do
modelo numérico.

A estrutura tem um vão de 110 cm e seção transversal trapezoidal com 7,5


cm de altura. A Figura 1 apresenta a seção transversal e as armaduras utilizadas.

Figura 1 – Seção transversal e armadura

O tabuleiro é apoiado sobre pilares com seção transversal de 5x6 cm.


Ressalta-se que as bases do modelo não foram fixadas e encontram-se apenas
apoiadas sobre blocos de concreto. A Figura 2 apresenta o modelo experimental
utilizado com os transdutores de aceleração fixados.
139

Figura 2 – Modelo experimental utilizado na monitoração dinâmica

Foram fixados quatro sensores na posição vertical, dois na transversal e


um na longitudinal. Esta configuração facilita a determinação das deformadas modais
das primeiras frequências naturais.

O monitoramento dinâmico foi realizado com transdutores de aceleração


do tipo capacitivo da Silicon Designs, Inc. (Figura 3). Este instrumento atua numa faixa
de frequência de 0 a 300 Hz e possui uma sensibilidade de 2000 mV/g. A escala do
transdutor, para medição da aceleração, varia de -19,6 m/s² a 19,6 m/s².

Figura 3 –Acelerômetro capacitivo modelo 2210-002 da Silicon Designs, Inc.

Os dados foram aquisitados por meio do sistema da Lynx Tecnologia


modelo ADS2002, com módulo de expansão AI2164. Este sistema de aquisição
possui alimentação entre 5 e 15 Vdc, condicionador de sinais, conversor A/D de 16
bits com tempo de conversão de 12,5 μs/canal. Os dados dos sensores foram
registrados simultaneamente por meio de computador portátil com o software
AqDados 7 da empresa Lynx Tecnologia.

A excitação da estrutura se deu por meio de impactos suaves com um


martelo de borracha. O impacto do martelo induz vibrações na estrutura capazes de
140

mobilizar suas principais frequências naturais. A Figura 4 apresenta um exemplo da


vibração induzida pelo martelo de borracha e captada pelo transdutor de aceleração.

Figura 4 – Aceleração captada pelo sensor durante o impacto do martelo de borracha

3.2 Modelo numérico

Foi elaborado um modelo numérico tridimensional representativo da


estrutura utilizando o software SAP2000 (2015), o qual foi baseado nas dimensões e
nas propriedades mecânicas dos materiais constituintes, utilizados como parâmetros
iniciais para o processo de calibração. O modelo foi discretizado em elementos de
barra (frame), inclusive a seção trapezoidal do tabuleiro (Figura 5).

Figura 5 – Seção transversal do frame do modelo numérico

As condições de apoio da estrutura foram representadas por elementos do


tipo “link”, que permitem alterar sua rigidez em todas as direções, facilitando no
processo de calibração do modelo. A Figura 6 apresenta o modelo numérico em
elementos finitos.
141

Figura 6 – Vista tridimensional do modelo numérico

Este modelo numérico será calibrado a partir das propriedades dos


materiais e propriedades dinâmicas da estrutura, comparando-se os valores da
frequências naturais e modos de vibração, obtidas experimentalmente, com as obtidas
no modelo numérico.

Os parâmetros utilizados, como ponto de partida para a calibração do


modelo numérico, estão apresentados na Tabela 1.

Tabela 1 – Propriedades dos materiais,


parâmetros iniciais.

fck (MPa) 30
Pilares E (MPa) 36800*
 0,2
fck (MPa) 30
Tabuleiro E (MPa) 36800*
 0,2
U1 (kN/cm) Fixed
U2 (kN/cm) 0
U3 (kN/cm) 0
Links
R1 (kN.cm/rad) 0
R2 (kN.cm/rad) 0
R3 (kN.cm/rad) 0
*Considerou-se o módulo de elasticidade dinâmica sendo
20% superior ao módulo de elasticidade estático
(5600*(fck)1/2).
142

4 RESULTADOS

Serão apresentados os resultados da análise experimental, os modos de


vibração do modelo calibrado e, posteriormente, a comparação dos resultados para a
validação da calibração.

4.1 Resultados do modelo experimental

A análise dos dados experimentais foi realizada por meio de funções de


auto densidade espectral para a identificação das frequências naturais. A Figura 7
mostra a identificação das frequências naturais a partir da auto densidade espectral.

Figura 7 – Identificação de frequências naturais a partir de funções de auto densidade


espectral (Sensor 01 – Vertical)

As deformadas modais do modelo experimental foram obtidas por meio do


software ARTeMIS Modal (2015). Neste software foram posicionados os pontos
referentes aos transdutores de aceleração e um modelo representativo da estrutura.
Ao analisar os dados de vibração dos pontos monitorados, simultaneamente, o
software permite traçar a deformada modal para cada frequência natural, por meio da
comparação do deslocamento relativo dos sensores para uma determinada
frequência. Além dos modos de vibração o software determinou o coeficiente de
amortecimento para cada frequência.
143

A Figura 8 apresenta as deformadas modais do modelo experimental,


obtidas por meio do software ARTeMIS Modal (2015), para cada frequência natural, e
os seus respectivos coeficientes de amortecimento.

Mode 1: f = 10,9 Hz; Damping = 11,1% Mode 2: f = 46,4 Hz Damping = 12,6%

Mode 3: f = 50,0 Hz Damping = 7,5% Mode 4: f = 101,7 Hz Damping = 5,9%

Mode 5: f = 162,9 Hz Damping = 0,9% Mode 6: f = 341,8 Hz Damping = 3,0%

Mode 7: f = 451,5 Hz Damping = 2,3%


Figura 8 – Deformadas modais do modelo experimental, obtidas por meio do software
ARTeMIS Modal.

4.2 Resultados do modelo numérico

A calibração do modelo numérico foi atingida a partir da alteração da rigidez


dos elementos estruturais e das condições de apoio, comparando-se suas frequências
naturais e os modos de vibração com as obtidas pela análise experimental. A Tabela
2 apresenta as propriedades dos materiais obtidas para que o modelo numérico
represente, da forma mais fiel possível, o comportamento estrutural do modelo
experimental.
144

Tabela 2 – Propriedades dos materiais – Modelo calibrado.

Pilares E (MPa) 18403*


Tabuleiro E (MPa) 26071*
U1 (kN/cm) Fixed
U2 (kN/cm) 10000*
U3 (kN/cm) 10000*
Links
R1 (kN.cm/rad) 0*
R2 (kN.cm/rad) 1000*
R3 (kN.cm/rad) 1000*
*Valores obtidos da calibração, realizada por meio da comparação do modelo
numérico com as frequências e deformadas modais do modelo experimental.

Observa-se que, ouve uma grande variação da rigidez das vigas e,


principalmente, dos pilares em relação aos parâmetros inicialmente adotados. Essa
variação se dá pelo fato de que o modelo experimental se encontrava fissurado,
devido a esforços de flexão, o que resultou na redução da rigidez das seções
transversais do tabuleiro e pilares. Portanto, para se atingir a calibração do modelo,
foi necessária a redução do módulo de elasticidade do tabuleiro e dos pilares,
equiparando-se a rigidez do modelo numérico à do modelo experimental.

A Tabela 3 apresenta a comparação das frequências naturais extraídas


experimentalmente com as obtidas do modelo numérico calibrado. Além disto,
apresenta-se os fatores de participação de massa, para cada modo de vibração,
referentes ao modelo numérico.

Tabela 3 – Comparação das frequências naturais


experimentais e numéricas.

Participação Modal
Frequência natural (Hz)
Modo em massa (%)*

Experimental Numérico X Y Z
1- Trans. 10,9 12,0 0 91 0
2-Trans. 50,0 45,1 0 1 0
3- Long. 46,4 48,2 91 0 0
4-Vert. 101,7 116,9 0 0 33
5-Trans. 162,9 164,8 0 1 0
145

6-Vert. 341,8 346,5 1 0 1


7-Trans. 451,5 453,4 0 1 1
*Os fatores de participação de massa dos modos de vibração
referem-se ao modelo numérico.

A Figura 9 apresenta as deformadas modais, obtidas do modelo numérico


calibrado, para cada frequência natural.

Mode 1: f = 12,0 Hz Mode 2: f = 45,1 Hz

Mode 3: f = 48,2 Hz Mode 4: f = 116,9 Hz

Mode 5: f = 164,8 Hz Mode 6: f = 346,5 Hz

Mode 7: f = 453,4 Hz
Figura 9 – Deformadas modais do modelo numérico.

5 CONCLUSÃO

A calibração de modelos numéricos é um fator crucial na representação do


comportamento estrutural. Ensaios destrutivos e realizações provas de cargas nem
sempre são possíveis, devido a condições de segurança e fatores operacionais. Estes
fatores tornam as técnicas não-destrutivas, como por exemplo o monitoramento
146

dinâmico, em excelentes alternativas para a calibração de modelos e


acompanhamento da integridade estrutural ao longo de sua vida útil, graças a
facilidade de repetição dos ensaios.

O modelo experimental utilizado encontrava-se fissurado devido a esforços


de flexão, proporcionando um maior desafio a calibração do modelo numérico.
Entretanto, com a realização do ensaio dinâmico, posicionando os tradutores de
aceleração em pontos chave, obteve-se, além das frequências naturais, as
deformadas modais por meio do software ARTeMIS Modal. As deformadas modais
possibilitaram cenário de comparações entre os modelos numérico experimental,
onde a fidelidade do comportamento estrutural do modelo numérico se deu, não
apenas pela similaridade das frequências naturais, mas também pela semelhança de
suas deformadas modais, trazendo mais certeza aos parâmetros de calibração.

Para se obter a calibração foi necessário alterar o módulo de elasticidade


do concreto e as condições de apoio, de maneira a representar a condição fissurada
e simplesmente apoiada da estrutura. Ao compararmos as deformadas modais da
Figura 8 (experimental) com as da Figura 9 (numérico) e, analisando as frequências
naturais de cada como de vibração (Tabela 3), conclui-se que o comportamento
estrutural do numérico, após a calibração, representa de maneira fidedigna a
estrutural real.

Para estudos futuros, dando continuidade no uso de ensaios dinâmicos,


pretende-se focar na utilização da análise experimental para a detecção e localização
de danos estruturais.

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA

TICONA MELO, L. R. Monitoração de modelos físicos reduzidos para investigação do


comportamento de estruturas em escala real /L.R. Ticona Melo. – ed.rev-- São Paulo,
2011. 242 p.

SVS - Structural Vibration Solutions - ARTeMIS Modal – Product Discription.


Disponível em:
<http://www.svibs.com/download/brochures/ARTeMIS_modal_2013.pdf>. Acesso
em: 10 mar. 2015.
147

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em: < https://wiki.csiamerica.com/display/sap2000/Home>. Acesso em: 10 mar. 2015.

FARRAR, C. R. Grand challenges for structural dynamics. In: EWINS, D.J.; INMAN,
D.J., ed. Structural Dynamic @ 2000: current status and future directions. RSP, 2001.

NOBREGA, P. G. B. Análise dinâmica de estruturas de concreto: estudo experimental


e numérico das condições de contorno de estruturas pré-moldadas – São Carlos,
2004.
148

ANEXO B – Frequências naturais experimentais – Config. 1, 2 e 3


149

A Figura 34 apresenta a primeira frequência natural obtida em cada modelo


experimental, separados por configuração, prova e transdutor. Além disto, são
apresentadas a média das frequências de cada modelo, seu respectivo desvio padrão
e a variação da frequência natural, para os modelos com dano, em relação ao seu
respectivo modelo integro.

Tabela 36 – Ensaios dinâmicos - modelos experimentais

INT-L1SAB1
Frequência natural (Hz)
Config. Nome da Prova
A11 A12 A13 A14 A15 A16 A17 A18
INT-L1SAB1-1 38,9 38,9 38,9 38,9 38,9 38,9 38,9 38,9
1 INT-L1SAB1-2 39,0 39,0 39,0 39,0 39,0 39,0 39,0 39,0
INT-L1SAB1-3 39,1 39,1 39,1 39,3 39,3 39,1 39,1 39,1
A21 A22 A23 A24 A25 A26 A27 A28
INT-L1SAB1-4 38,8 38,8 39,2 38,8 38,8 38,8 39,2 39,2
2 INT-L1SAB1-5 39,0 39,0 39,0 39,0 39,0 39,0 39,0 39,0
INT-L1SAB1-6 39,0 39,0 39,0 39,0 39,0 39,0 39,0 39,0
A31 A32 A33 A34 A35 A36 A37 A38
INT-L1SAB1-7 39,1 39,1 39,1 39,1 39,1 39,1 39,1 39,1
3 INT-L1SAB1-8 39,1 39,1 39,1 39,1 39,1 39,1 39,1 39,1
INT-L1SAB1-9 39,1 39,1 39,1 39,1 39,1 39,1 39,1 39,1

Média (Hz) = 39,0  0,1

INT-L2AIB1
Frequência natural (Hz)
Config. Nome da Prova
A11 A12 A13 A14 A15 A16 A17 A18
INT-L2AIB1-1 38,9 38,9 38,9 38,9 38,9 38,9 38,9 38,9
1 INT-L2AIB1-2 38,8 38,8 38,8 38,8 38,8 38,8 38,8 38,8
INT-L2AIB1-3 38,8 38,8 38,8 38,8 38,8 38,8 38,8 38,8
A21 A22 A23 A24 A25 A26 A27 A28
INT-L2AIB1-4 38,9 38,9 38,9 38,9 38,9 38,9 38,9 38,9
2 INT-L2AIB1-5 38,9 38,9 38,9 38,9 38,9 38,9 38,9 38,9
INT-L2AIB1-6 39,0 39,0 39,0 39,0 39,0 39,0 39,0 38,3
A31 A32 A33 A34 A35 A36 A37 A38
INT-L2AIB1-7 38,7 38,7 38,7 38,7 38,7 38,7 38,7 38,7
3 INT-L2AIB1-8 38,7 38,7 38,7 38,7 38,7 38,7 38,7 38,7
INT-L2AIB1-9 38,5 38,5 38,5 38,5 38,5 38,5 38,5 38,5

Média (Hz) = 38,8  0,2

INT-L3SAB2
Frequência natural (Hz)
Config. Nome da Prova
A11 A12 A13 A14 A15 A16 A17 A18
150

Tabela 36 – Ensaios dinâmicos - modelos experimentais


INT-L3SAB2-1 39,8 39,8 39,8 39,8 39,8 39,8 39,8 39,8
1 INT-L3SAB2-2 39,5 39,5 39,5 39,5 39,5 39,5 39,5 39,5
INT-L3SAB2-3 39,9 39,9 39,9 39,9 39,9 39,9 39,9 39,9
A21 A22 A23 A24 A25 A26 A27 A28
INT-L3SAB2-4 39,7 39,7 39,7 39,7 39,7 39,7 39,7 39,7
2 INT-L3SAB2-5 39,6 39,6 39,6 39,6 39,6 39,6 39,6 39,6
INT-L3SAB2-6 39,7 39,7 39,7 39,7 39,7 39,7 39,7 39,7
A31 A32 A33 A34 A35 A36 A37 A38
INT-L3SAB2-7 39,3 39,3 39,3 39,3 39,3 39,3 39,3 39,3
3 INT-L3SAB2-8 39,1 39,1 39,1 39,1 39,1 39,1 39,1 39,1
INT-L3SAB2-9 39,5 39,5 39,5 39,5 39,5 39,5 39,5 39,5

Média (Hz) = 39,6  0,2

INT-L4AIB2
Frequência natural (Hz)
Config. Nome da Prova
A11 A12 A13 A14 A15 A16 A17 A18
INT-L4AIB2-1 39,9 39,9 39,9 39,9 39,9 39,9 39,9 39,9
1 INT-L4AIB2-2 39,8 39,8 39,8 39,8 39,8 39,8 39,8 39,8
INT-L4AIB2-3 40,0 40,0 38,9 40,0 40,0 39,6 40,0 38,9
A21 A22 A23 A24 A25 A26 A27 A28
INT-L4AIB2-4 39,6 39,6 39,6 39,6 39,6 39,6 39,6 39,6
2 INT-L4AIB2-5 40,1 39,4 40,1 39,4 40,1 40,1 40,1 40,1
INT-L4AIB2-6 39,7 39,7 39,7 39,7 39,7 39,7 39,7 39,7
A31 A32 A33 A34 A35 A36 A37 A38
INT-L4AIB2-7 39,8 39,8 39,8 39,8 39,8 39,8 39,8 39,8
3 INT-L4AIB2-8 39,9 39,9 39,9 39,9 39,9 39,9 39,9 39,9
INT-L4AIB2-9 39,7 40,0 39,7 40,0 40,0 39,7 39,7 40,0

Média (Hz) = 39,8  0,2

INT-L5ACB3
Frequência natural (Hz)
Config. Nome da Prova
A11 A12 A13 A14 A15 A16 A17 A18
INT-L5ACB3-1 39,7 39,7 39,7 39,7 39,7 39,7 39,7 39,7
1 INT-L5ACB3-2 39,0 39,0 39,0 39,0 39,0 39,0 39,0 39,0
INT-L5ACB3-3 38,6 38,6 38,6 38,6 38,6 38,6 38,6 38,6
A21 A22 A23 A24 A25 A26 A27 A28
INT-L5ACB3-4 39,6 39,6 39,6 39,6 39,6 39,6 39,6 39,6
2 INT-L5ACB3-5 38,7 38,7 38,7 38,7 38,7 38,7 38,7 38,7
INT-L5ACB3-6 39,5 39,5 39,5 39,5 39,5 39,5 39,5 39,5
A31 A32 A33 A34 A35 A36 A37 A38
INT-L5ACB3-7 38,3 38,3 38,3 38,3 38,3 38,3 38,3 38,3
3 INT-L5ACB3-8 39,5 39,5 39,5 39,5 39,5 39,5 39,5 39,5
INT-L5ACB3-9 38,7 38,7 38,7 38,7 38,7 38,7 38,7 38,7

Média (Hz) = 39,1  0,5


151

Tabela 36 – Ensaios dinâmicos - modelos experimentais

INT-L6ACB3
Frequência natural (Hz)
Config. Nome da Prova
A11 A12 A13 A14 A15 A16 A17 A18
INT-L6ACB3-1 38,7 38,7 38,7 38,7 38,7 38,7 38,7 38,7
1 INT-L6ACB3-2 39,0 39,0 39,0 39,0 39,0 39,0 39,0 39,0
INT-L6ACB3-3 39,1 38,7 39,1 38,7 38,7 39,1 38,7 39,1
A21 A22 A23 A24 A25 A26 A27 A28
INT-L6ACB3-4 39,2 39,2 39,2 39,2 39,2 39,2 39,2 39,2
2 INT-L6ACB3-5 39,1 39,1 39,1 39,1 39,1 39,1 39,1 39,1
INT-L6ACB3-6 38,6 38,6 38,6 38,6 38,6 38,6 38,6 38,6
A31 A32 A33 A34 A35 A36 A37 A38
INT-L6ACB3-7 39,1 39,1 39,1 39,1 39,1 39,1 39,1 39,1
3 INT-L6ACB3-8 39,3 39,3 39,3 39,3 39,3 39,3 39,3 39,3
INT-L6ACB3-9 39,3 39,3 39,3 39,3 39,3 39,3 39,3 39,3

Média (Hz) = 39,0  0,2

DANO-L2AIB1
Frequência natural (Hz)
Config. Nome da Prova
A11 A12 A13 A14 A15 A16 A17 A18
DANO-L2AIB1-1 36,1 36,1 36,1 36,1 36,1 36,1 36,1 36,1
1 DANO-L2AIB1-2 36,3 36,3 36,3 36,3 36,3 36,3 36,3 36,3
DANO-L2AIB1-3 36,1 36,1 36,1 36,1 36,1 36,1 36,1 36,1
A21 A22 A23 A24 A25 A26 A27 A28
DANO-L2AIB1-4 36,2 36,2 36,2 36,2 36,2 36,2 36,2 36,2
2 DANO-L2AIB1-5 36,4 36,4 36,4 36,4 36,4 36,4 36,4 36,4
DANO-L2AIB1-6 36,2 36,2 36,2 36,2 36,2 36,2 36,2 36,2
A31 A32 A33 A34 A35 A36 A37 A38
DANO-L2AIB1-7 36,6 36,6 36,6 36,6 36,6 36,6 36,6 36,6
3 DANO-L2AIB1-8 38,0 35,7 35,7 35,7 35,7 35,7 35,7 35,7
DANO-L2AIB1-9 36,1 36,1 36,1 36,1 36,1 36,1 36,1 36,1
-6,6 (em relação ao seu respectivo
Média (Hz) = 36,2  0,3 fn
modelo íntegro)

DANO-L3SAB2
Frequência natural (Hz)
Config. Nome da Prova
A11 A12 A13 A14 A15 A16 A17 A18
DANO-L3SAB2-1 37,2 37,2 37,2 37,2 37,2 37,2 37,2 37,2
1 DANO-L3SAB2-2 37,0 37,0 37,0 37,0 37,0 37,0 37,0 37,0
DANO-L3SAB2-3 37,4 37,4 37,4 37,4 37,4 37,4 37,4 37,4
A21 A22 A23 A24 A25 A26 A27 A28
DANO-L3SAB2-4 37,4 37,4 37,4 37,4 37,4 37,4 37,4 37,4
2 DANO-L3SAB2-5 37,0 37,0 37,0 37,0 37,0 37,0 37,0 37,0
DANO-L3SAB2-6 37,3 37,3 37,3 37,3 37,3 37,3 37,3 37,3
A31 A32 A33 A34 A35 A36 A37 A38
DANO-L3SAB2-7 37,0 37,0 37,0 37,0 37,0 37,0 37,0 37,0
152

Tabela 36 – Ensaios dinâmicos - modelos experimentais

3 DANO-L3SAB2-8 37,1 37,1 37,1 37,1 37,1 37,1 37,1 37,1


DANO-L3SAB2-9 36,6 37,4 36,6 36,6 37,4 37,4 37,4 37,4
-6,1 (em relação ao seu respectivo
Média (Hz) = 37,2  0,2 fn
modelo íntegro)

DANO-L5ACB3
Frequência natural (Hz)
Config. Nome da Prova
A11 A12 A13 A14 A15 A16 A17 A18
DANO-L5ACB3-1 37,0 37,0 37,0 37,0 37,0 37,0 37,0 37,0
1 DANO-L5ACB3-2 37,3 37,3 37,3 37,3 37,3 37,3 37,3 37,3
DANO-L5ACB3-3 36,7 36,7 36,7 36,7 36,7 36,7 36,7 36,7
A21 A22 A23 A24 A25 A26 A27 A28
DANO-L5ACB3-4 37,0 37,0 37,0 37,0 37,0 37,0 37,0 37,0
2 DANO-L5ACB3-5 37,1 36,9 36,9 36,9 36,9 36,9 36,9 36,9
DANO-L5ACB3-6 37,1 37,1 37,1 37,1 37,1 37,1 37,1 37,1
A31 A32 A33 A34 A35 A36 A37 A38
DANO-L5ACB3-7 37,2 37,2 37,2 37,7 37,7 37,7 37,2 37,2
3 DANO-L5ACB3-8 37,0 37,0 37,0 37,0 37,0 37,0 37,0 37,0
DANO-L5ACB3-9 35,8 35,8 35,8 35,8 35,8 35,8 35,8 35,8
-5,5 (em relação ao seu respectivo
Média (Hz) = 36,9  0,4 fn
modelo íntegro)

FIS-L4AIB2
Frequência natural (Hz)
Config. Nome da Prova
A11 A12 A13 A14 A15 A16 A17 A18
FIS-L4AIB2-1 26,1 26,1 26,1 26,1 26,1 26,1 26,1 26,1
1 FIS-L4AIB2-2 26,1 26,1 26,1 26,1 26,1 26,1 26,1 26,1
FIS-L4AIB2-3 26,2 26,2 26,2 26,2 26,2 26,2 26,2 26,2
A21 A22 A23 A24 A25 A26 A27 A28
FIS-L4AIB2-4 26,0 26,0 26,0 26,0 26,0 26,0 26,0 26,0
2 FIS-L4AIB2-5 25,9 25,9 25,9 25,9 25,9 25,9 25,9 25,9
FIS-L4AIB2-6 26,2 26,2 26,2 26,2 26,2 26,2 26,2 26,2
A31 A32 A33 A34 A35 A36 A37 A38
FIS-L4AIB2-7 26,1 26,1 26,1 26,1 26,1 26,1 26,1 26,1
3 FIS-L4AIB2-8 26,6 26,6 26,6 26,6 26,6 26,6 26,6 26,6
FIS-L4AIB2-9 26,1 26,1 26,1 26,1 26,1 26,1 26,1 26,1
-34,3 (em relação ao seu respectivo
Média (Hz) = 26,1  0,2 fn
modelo íntegro)

2DAN-L2AIB1
Frequência natural (Hz)
Config. Nome da Prova
A11 A12 A13 A14 A15 A16 A17 A18
2DAN-L2AIB1-1 35,6 35,6 35,6 35,6 35,6 35,6 35,6 35,6
1 2DAN-L2AIB1-2 35,2 34,5 34,5 35,2 34,5 34,5 34,5 35,2
2DAN-L2AIB1-3 36,0 36,0 36,0 36,0 36,0 36,0 36,0 36,0
A21 A22 A23 A24 A25 A26 A27 A28
2DAN-L2AIB1-4 35,3 35,3 35,3 35,3 35,3 35,3 35,3 35,3
153

Tabela 36 – Ensaios dinâmicos - modelos experimentais

2 2DAN-L2AIB1-5 34,9 34,9 34,9 34,9 34,9 34,9 34,9 34,9


2DAN-L2AIB1-6 34,9 34,9 34,9 34,9 34,9 34,9 34,9 34,9
A31 A32 A33 A34 A35 A36 A37 A38
2DAN-L2AIB1-7 34,9 34,9 34,9 34,9 34,9 34,9 34,9 34,9
3 2DAN-L2AIB1-8 35,5 35,5 35,5 35,5 35,5 35,5 35,5 35,5
2DAN-L2AIB1-9 34,7 34,7 34,7 34,7 34,7 34,7 34,7 34,7
-9,3 (em relação ao seu respectivo
Média (Hz) = 35,2  0,4 fn
modelo íntegro)
154

ANEXO C – Localização de danos – Método DCM


155

• Localização de danos em modelos com apenas um corte

- DCMs entre o modelo com dano DANO-L2AIB1 e os modelos íntegros INT-


L2AIB1 e INT-L2AIB1.
Configuração 3
Configuração 2
Configuração 1

Figura 87 – DCMs entre os modelos INT-L2AIB1, INT-L4AIB2 e DANO-L2AIB1.


156

- Médias das DCMs entre o modelo com dano DANO-L2AIB1 e os modelos


íntegros INT-L2AIB1 e INT-L2AIB1.
Configuração 3
Configuração 2
Configuração 1

Figura 88 – Médias das DCMs entre os modelos INT-L2AIB1, INT-L4AIB2 e


DANO-L2AIB1.
157

- DCMs entre o modelo com dano DANO-L3SAB2 e os modelos íntegros INT-


L3SAB2 e INT-L1SAB1.
Configuração 3
Configuração 2
Configuração 1

Figura 89 – DCMs entre os modelos INT-L3SAB2, INT-L1SAB1 e DANO-L3SAB2.


158

- Médias das DCMs entre o modelo com dano DANO-L3SAB2 e os modelos


íntegros INT-L3SAB2 e INT-L1SAB1.
Configuração 3
Configuração 2
Configuração 1

Figura 90 – Médias das DCMs entre os modelos INT-L3SAB2, INT-L1SAB1 e


DANO-L3SAB2.
159

- DCMs entre o modelo com dano DANO-L5ACB3 e os modelos íntegros INT-


L5ACB3 e INT-L6ACB3.
Configuração 3
Configuração 2
Configuração 1

Figura 91 – DCMs entre os modelos INT-L5ACB3, INT-L6ACB3 e DANO- L5ACB3.


160

- Média das DCMs entre o modelo com dano DANO-L5ACB3 e os modelos


íntegros INT-L5ACB3 e INT-L6ACB3.
Configuração 3
Configuração 2
Configuração 1

Figura 92 – Médias das DCMs entre os modelos INT-L5ACB3, INT-L6ACB3 e


DANO- L5ACB3.
161

• Localização de danos no modelo fissurado

- DCMs entre o modelo com dano FIS-L4AIB2 e os modelos íntegros INT-L2AIB1


e INT-L4AIB2.
Configuração 3
Configuração 2
Configuração 1

Figura 93 – DCMs entre os modelos INT-L2AIB1, INT-L4AIB2 e FIS-L4AIB2.


162

- Médias das DCMs entre o modelo com dano FIS-L4AIB2 e os modelos íntegros
INT-L2AIB1 e INT-L4AIB2.
Configuração 3
Configuração 2
Configuração 1

Figura 94 – Médias das DCMs entre os modelos INT-L2AIB1, INT-L4AIB2 e FIS-


L4AIB2.
163

• Localização de danos no modelo com dois cortes

- DCMs entre o modelo com dano 2DAN-L2AIB1 e os modelos íntegros INT-


L2AIB1 e INT-L4AIB2.
Configuração 3
Configuração 2
Configuração 1

Figura 95 – DCMs entre os modelos INT-L2AIB1, INT-L4AIB2 e 2DAN-L2AIB1.


164

- Médias das DCMs entre o modelo com dano 2DAN-L2AIB1 e os modelos


íntegros INT-L2AIB1 e INT-L4AIB2.
Configuração 3
Configuração 2
Configuração 1

Figura 96 – Médias das DCMs entre os modelos INT-L2AIB1, INT-L4AIB2 e


2DAN-L2AIB1.
165

ANEXO D – Localização de danos – Método DSA


166

• Localização de danos em modelos com apenas um corte

- Somatórias das acelerações do modelo com dano DANO-L2AIB1 e dos


modelos íntegros INT-L2AIB1 e INT-L2AIB1.
Configuração 3
Configuração 2
Configuração 1

Figura 97 – Somatórias das acelerações dos modelos INT-L2AIB1, INT-L4AIB2 e


DANO-L2AIB1.
167

- Médias das DSAs entre o modelo com dano DANO-L2AIB1 e os modelos


íntegros INT-L2AIB1 e INT-L2AIB1.
Configuração 3
Configuração 2
Configuração 1

Figura 98 – Médias das DSAs entre os modelos INT-L2AIB1, INT-L4AIB2 e


DANO-L2AIB1.
168

- Somatórias das acelerações do modelo com dano DANO-L3SAB2 e dos


modelos íntegros INT-L3SAB2 e INT-L1SAB1.
Configuração 3
Configuração 2
Configuração 1

Figura 99 – Somatórias das acelerações dos modelos INT-L3SAB2, INT-L1SAB1


e DANO-L3SAB2.
169

- Médias das DSAs entre o modelo com dano DANO-L3SAB2 e os modelos


íntegros INT-L3SAB2 e INT-L1SAB1.
Configuração 3
Configuração 2
Configuração 1

Figura 100 – Médias das DSAs entre os modelos INT-L3SAB2, INT-L1SAB1 e


DANO-L3SAB2.
170

- Somatórias das acelerações do modelo com dano DANO-L5ACB3 e dos


modelos íntegros INT-L5ACB3 e INT-L6ACB3.
Configuração 3
Configuração 2
Configuração 1

Figura 101 – Somatórias das acelerações dos modelos INT-L5ACB3, INT-


L6ACB3 e DANO- L5ACB3.
171

- Média das DSAs entre o modelo com dano DANO-L5ACB3 e os modelos


íntegros INT-L5ACB3 e INT-L6ACB3.
Configuração 3
Configuração 2
Configuração 1

Figura 102 – Médias das DSAs entre os modelos INT-L5ACB3, INT-L6ACB3 e


DANO- L5ACB3.
172

• Localização de danos no modelo fissurado

- Somatórias das acelerações do modelo com dano FIS-L4AIB2 e dos modelos


íntegros INT-L2AIB1 e INT-L4AIB2.
Configuração 3
Configuração 2
Configuração 1

Figura 103 – Somatórias das acelerações dos modelos INT-L2AIB1, INT-L4AIB2


e FIS-L4AIB2.
173

- Médias das DSAs entre o modelo com dano FIS-L4AIB2 e os modelos íntegros
INT-L2AIB1 e INT-L4AIB2.
Configuração 3
Configuração 2
Configuração 1

Figura 104 – Médias das DSAs entre os modelos INT-L2AIB1, INT-L4AIB2 e FIS-
L4AIB2.
174

• Localização de danos no modelo com dois cortes

- Somatórias das acelerações do modelo com dano 2DAN-L2AIB1 e dos


modelos íntegros INT-L2AIB1 e INT-L4AIB2.
Configuração 3
Configuração 2
Configuração 1

Figura 105 – Somatórias das acelerações dos modelos INT-L2AIB1, INT-L4AIB2


e 2DAN-L2AIB1.
175

- Médias das DSAs entre o modelo com dano 2DAN-L2AIB1 e os modelos


íntegros INT-L2AIB1 e INT-L4AIB2.
Configuração 3
Configuração 2
Configuração 1

Figura 106 – Médias das DSAs entre os modelos INT-L2AIB1, INT-L4AIB2 e


2DAN-L2AIB1.

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