CAPÍTULO 3- O CÉREBRO E A LINGUAGEM “The allometric enlargement of the Homo brain, in

particular the neocortex, is inextricably connected with the emergence of symbolic communicative
behavior and, therefore, language.”1 (LI, 2002) Grande parte da pesquisa sobre a atividade cerebral
tem se direcionado a investigar a estrutura e a função do cérebro, em especial a camada superficial
de massa cinzenta, onde se concentram as células dos neurônios cerebrais – chamado de córtex
cerebral. Isto se justifica por ser o córtex a parte do cérebro que está, primariamente, envolvida com
a decodificação de informações dos sentidos e com o controle dos movimentos voluntários e das
funções intelectuais. Duas preocupações fundamentais em relação ao funcionamento cerebral são a
localização e a lateralidade. As questões que se colocam aqui são: Onde se localiza, no cérebro, a
faculdade da linguagem? É o hemisfério esquerdo o dominante para o funcionamento da linguagem?
BREVE HISTÓRICO DOS ESTUDOS SOBRE AS RELAÇÕES ENTRE O CÉREBRO E A LINGUAGEM Até o
início do século XIX, acreditava-se que o córtex tinha um funcionamento homogêneo. A partir de
1861, Paul Broca, um cirurgião francês, identificou que, ao ocorrerem lesões em determinadas áreas
do lobo frontal, no hemisfério esquerdo, ocorria perda fundamental na produção da fala. Deste
período em diante, as áreas cerebrais passaram a ser mapeadas, principalmente, as áreas referentes
à linguagem, distinguindo-se funções específicas para cada região. Algum tempo depois, um
neurologista alemão, Carl Wernicke, identificou outra parte do hemisfério esquerdo especializada
primariamente na compreensão. Atualmente, existem registros de três áreas corticais que estão
ligadas à linguagem: a Região Frontal ou área de BROCA; a Região Temporal de WERNICKE e a Região
Cortical Terciária. 1 "O alargamento do cérebro do Homo, em especial do neocórtex, está
inextricavelmente ligado a emergência do comportamento simbólico comunicativo e, portanto, à
linguagem." F