Engenharia na Agricultura
BOLETIM TÉCNICO
Fontes de Energia
para Secagem de
Café
N0 03 – MARÇO 2001
Viçosa – MG
Março 2001
1
Prof. Assistente, M.Sc. UFRRJ/IT/DE, Seropédica – RJ. Precci@alunos.ufv.br
2
Aluno de doutorado, M.Sc. UFV/DEA. Jcardoso@alunos.ufv.br
3
Prof. Associado, Ph.D. UFV/DEA. juarez@ufv.br
4
Prof. titular, Ph.D. UFV/DEA. Jadir@mail.ufv.br
2
Todos os direitos são reservados à
Revista Engenharia na Agricultura
Associação dos Engenheiros Agrícolas de Minas Gerais
Departamento de Engenharia Agrícola
Universidade Federal de Viçosa
E-mail : desousae@mail.ufv.br
3
ÍNDICE
INTRODUÇÃO ...............................................................................
01
COMBUSTÍVEIS ............................................................................
01
COMBUSTÃO ................................................................................
12
FORNALHAS ................................................................................
14
RECOMENDAÇÕES PARA O USO CORRETO DE FORNALHAS
..... 20
LITERATURA CONSULTADA ........................................................
25
4
1 - INTRODUÇÃO
A utilização racional da energia na secagem de café e de outros
produtos agrícolas pode contribuir substancialmente para a economia de
combustível e, obviamente, para a redução dos custos de secagem.
A disponibilidade de energia para a secagem constitui uma
preocupação para o cafeicultor, quer devido à escassez dos recursos naturais
utilizados como fontes de energia e, conseqüentemente, à alta de preços
destes, quer devido ao aumento freqüente dos combustíveis derivados do
petróleo.
Têm-se observado, em algumas fazendas de café, fornalhas a lenha
com elevado consumo de combustível, algumas em péssimo estado de
conservação, mal dimensionadas e com excessiva perda de calor. A maioria
destas fornalhas não dispõe de mecanismo de controle do processo de
combustão, sendo, de modo geral, operadas inadequadamente.
O manejo inadequado de fornalhas favorece a combustão
incompleta, a contaminação do produto por resíduos da combustão
presentes no ar de secagem e as dificuldades para a manutenção constante
da temperatura do ar durante a secagem. Além desses aspectos, a lenha,
quando de má qualidade e úmida, produz fumaça ao queimar, causando
desconforto para o operador, e, dependendo do tipo de fornalha, pode deixar
cheiro ou gosto no produto. O agricultor, insatisfeito com esta situação, em
vez de procurar solucionar o problema adotando uma fornalha mais
eficiente, usando lenha seca e cortada em pedaços uniformes, compatíveis
com as dimensões da câmara de combustão, e adotar um programa para
implantação de “Floresta energética” , procura a solução em outras fontes de
energia, que num primeiro momento pode lhe parecer bastante cômodo, mas
que no futuro pode vir a causar-lhe grandes aborrecimentos.
Dessa forma, para se utilizar racionalmente a energia na secagem,
deve-se conhecer muito bem as características dos combustíveis, os fatores
que afetam a sua combustão, o equipamento (secador, fornalha e queimador)
e a operação correta deste.
2 - COMBUSTÍVEIS
Combustíveis são substâncias ricas em carbono e hidrogênio que, ao
queimarem, produzem energia sob a forma de calor. O poder calorífico é a
principal característica dos combustíveis e refere-se à quantidade de energia
liberada durante a combustão completa de uma unidade de massa ou de
volume de um combustível. No caso dos combustíveis sólidos esta energia é
expressa em kJ.kg-1 e, para os combustíveis gasosos, em kJ.m-3.
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O parâmetro de maior influência no poder calorífico dos
combustíveis é o teor de umidade. A umidade aumenta a energia necessária
à pré-ignição e diminui o calor liberado pela combustão.
Os combustíveis utilizados como fonte de energia para secagem
compreendem dois grupos: os fósseis e os provenientes da biomassa. Os
combustíveis do primeiro grupo são esgotáveis e seus preços estão sujeitos
às oscilações do mercado internacional; já os do segundo são provenientes
de fontes renováveis de energia, as quais podem ser encontradas no próprio
local de utilização, não dependendo de influências externas. Esta fonte, se
racionalmente explorada, pode garantir, por muitos anos, o suprimento de
energia para a secagem de produtos agrícolas.
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Tabela 1 – Poder calorífico inferior (PCI) de algumas espécies de
madeira
Espécie PCI (kJ.kg-1)
Eucalipto 19.228
Pinho 20.482
Cedro 18.066
Cipestre 21.443
Carvalho 19.500
Vantagens
• ainda é o combustível mais barato, tanto por tonelada quanto
por unidade de energia;
• não exige mão-de-obra qualificada, gerando emprego e
fixação do homem no campo; e
• apresenta baixo teor de cinza e de enxofre nos gases de
combustão.
Desvantagens
• exige mão-de-obra, o que contribui com os custos do produto
final;
• está sujeito a intenso burocrático por instituições como
departamentos e polícia florestal;
• necessita de planejamento para a sua utilização;
• devido ao grande volume que ocupa, fica, na maioria das
vezes, armazenada a céu aberto (Figura 1); e
• possui poder calorífico inferior ao dos combustíveis fósseis.
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Figura 1 - Lenha de eucalipto armazenada a céu aberto.
Resíduos agrícolas
Os resíduos agrícolas provenientes de lavouras comerciais, se
fossem utilizados como fontes de energia para a secagem, seriam mais do
que suficientes para a secagem dos produtos que lhes deram origem. O calor
produzido pela queima de um sabugo de milho seria suficiente para secar os
grãos de duas ou três espigas. Aproximadamente 70% do total de sabugos
produzidos em uma lavoura seria suficiente para a secagem dos grãos e do
próprio sabugo.
Quanto ao uso da palha de café como fonte de energia no
aquecimento do ar para a secagem do café, deve-se levar em consideração o
inconveniente de se estar eliminando um rico adubo orgânico para a lavoura
(Figura 2). Contudo, dependendo da situação, o seu uso como vetor
energético pode ser vantajoso. O Tabela 2 mostra a massa específica e o
poder calorífico dos principais resíduos agrícolas encontrados.
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Figura 2 - Palha de café sendo retirada para uso como fertilizante em
lavoura de café.
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metro cúbico de madeira especial comercializada, há em média um volume
de resíduo de oito metros cúbicos.
Por fim, deve-se lembrar que os resíduos agrícolas e florestais
geralmente são acompanhados de grande quantidade de terra. A utilização
desses materiais em fornalhas pode ocasionar elevado teor de sílica nas
cinzas, o que poderá ocasionar dificuldades operacionais.
Carvão vegetal
Embora não muito utilizado na secagem de produtos agrícolas, o
carvão apresenta-se adequado à secagem de café, pelas seguintes razões:
• por ser um combustível derivado oriundo da pirólise da
madeira, grande parte dos compostos fenólicos já foi eliminada durante
o processo de carbonização;
• seu poder calorífico é superior ao da lenha;
• apresenta fácil manuseio e estocagem;
• possui baixos teores de cinzas, finos e enxofre;
• quando fragmentado, apresenta fluidez suficiente para
utilização em alimentação contínua; e
• quando produzido com madeira de boa qualidade, não
apresenta fumaça e odor ao queimar.
Apesar destas vantagens, o uso do carvão para a secagem de grãos
tem sido pouco explorado, mesmo representando o carvão vegetal brasileiro
um quarto da produção mundial deste energético. Acredita-se que as
principais razões para esse fato se devam ao processo usualmente adotado
na produção do carvão, que, além de primitivo, demanda tempo e mão-de-
obra; à pouca disponibilidade de tecnologia de baixo custo para a
gaseificação do carvão vegetal em pequenas fornalhas; e ao
desconhecimento das vantagens deste material como combustível para a
secagem de produtos agrícolas no Brasil.
Com o desenvolvimento de novas tecnologias para a produção de
carvão vegetal in loco (forno contêiner), juntamente com a concepção de
novas fornalhas para emprego deste combustível (Figura 3), deverá ser
incrementado o uso deste energético na secagem de produtos agrícolas,
tendo em vista seu elevado poder calorífico, boa qualidade do ar de
secagem e a possibilidade de aproveitamento dos resíduos oriundos da
própria lavoura de café (recepa) para produção de carvão.
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Figura 3 – Fornalha a carvão vegetal desenvolvida na UFV/DEA.
Combustíveis fósseis
Até meados da década de 70, o principal combustível utilizado na
secagem de produtos agrícolas no Brasil era o óleo diesel. A rede
organizada de distribuição e a facilidade de uso deste combustível, aliado ao
baixo preço na época, incentivaram seu uso.
Em 1977, a situação alterou-se: o gás natural e o óleo industrial (ou
óleo pesado) eram aproximadamente 40% mais barato que o óleo diesel. O
preço do gás liqüefeito de petróleo (GLP) se aproximou do preço do óleo
diesel; apenas o propano era mais caro. Preço por preço, os combustíveis
gasosos (gás natural ou butano liqüefeito) passaram a ter preferência na
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secagem de produtos agrícolas, pelo baixo teor de enxofre e por permitir o
aquecimento direto do ar sem necessidade de trocadores de calor.
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petróleo refinado é transformado em GLP. Em 1997, as unidades em
operação nas refinarias, somadas com as UPGN (Unidades de
Processamento de Gás Natural), produziram uma média mensal de cerca de
325.000 toneladas de GLP, o que fica muito aquém da demanda média
brasileira, de aproximadamente 525.000 toneladas mensais. A diferença, em
torno de 40% do consumo, é abastecida com a importação de GLP. Daí a
importância da racionalização do uso deste combustível e de programas de
planejamento integrado que englobem ações do ponto de vista do
suprimento e do uso final desta energia.
O gás natural, composto principalmente por metano, possui poder
calorífico inferior entre 8.679 e 9.703 kcal.m-3. Seu uso é mais adequado
quando o gás pode chegar encanado até o local de utilização, o que dificulta
sua utilização em propriedades agrícolas.
As principais vantagens do gás na secagem são:
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k) É de fácil transporte.
l) Requer menor uso de mão-de-obra.
5
Questionável, devido à dificuldade de acesso e estradas intransitáveis no
caso de chuvas.
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Refere-se àqueles de menor valor comercial.
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Tabela 3 – Características de alguns combustíveis utilizados na secagem de
produtos agrícolas
Peso Poder Carbono Hidrogênio Enxofre
Combustível Específico Calorífico (% peso) (% peso) (% peso)
(kg.m-3) Superior
(kcal.kg-1)
Óleo Diesel 852 10.750 85,8 13,4 0,51
Óleo Pesado 1.013 10.900 84,7 11,2 3,53
GLP 552 11.750 82,3 17,5 0,06
Gás Natural 0,81 9.256 75,0 25,0 ---
Carvão 250 6.800 82,7 3,8 ---
Vegetal
Lenha 390 3.300 48,0 6,0 ---
3 - COMBUSTÃO
Para que os combustíveis possam ser utilizados racionalmente e com
o máximo de aproveitamento, é conveniente que se entenda como ocorre a
combustão.
Todo processo de combustão deve atender a princípios fundamentais
que assegurem economia ou eficiência na queima do combustível.
A combustão é definida como um conjunto de reações químicas nas
quais os elementos combustíveis se combinam com o oxigênio, liberando
energia quando o combustível atinge a temperatura de ignição.
Para que ocorra a combustão são necessários três elementos, os quais
formam o chamado “triângulo da combustão” (Figura 4). Na ausência de um
deles não há combustão.
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Uma boa combustão deve liberar toda a energia química contida no
combustível e com um mínimo de perdas devido à combustão incompleta,
seja por falta ou excesso de ar, umidade do combustível, processo de
turbulência e mistura inadequada do ar durante a operação, entre outros.
TEMPERATURA OXIGÊNIO
COMBUSTÍVEL
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O ar fornecido para a combustão em quantidade suficiente para a
queima completa de carbono, hidrogênio, enxofre e outros elementos
presentes no combustível que possam oxidar é denominado “ar teórico”, o
qual é calculado com base na análise elementar do combustível. Na prática,
a quantidade de ar teórico não é suficiente para promover a combustão
completa. A quantidade real de ar necessária é maior, sendo por isso
denominada “excesso de ar”, e comumente expressa como uma
porcentagem da quantidade do “ar teórico”. Para lenha, dependendo do tipo
de fornalha, este valor situa-se entre 30 e 60%, e, para combustíveis
gasosos, entre 5 e 20 %.
O operador de fornalhas deve ter cuidado com os níveis de excesso
de ar elevados, para que não provoque:
- retardamento da reação de combustão;
- redução na eficiência global do sistema de combustão;
- arraste de partículas incandescentes ou não-queimadas; e
- exigência de ventilador mais potente.
Por outro lado, ar em quantidade inferior ao ar teórico necessário
deve ser evitado, pois propicia a combustão incompleta - uma parte do
carbono se une ao oxigênio para formar o monóxido de carbono7 (CO) e não
o dióxido de carbono (CO2), levando ao aparecimento de fuligem nos gases
de combustão.
7
O monóxido de carbono é um gás extremamente tóxico, que dificulta a
capacidade da hemoglobina do sangue em carregar oxigênio. Por ser um
gás incolor e inodoro, dificilmente percebe-se a sua presença. Portanto, é
importante que, durante a queima de um combustível, este elemento seja
totalmente extinto.
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chuvas ácidas, e os óxidos de nitrogênio podem reagir com a proteína dos
produtos agrícolas e produzir nitrosaminas, um elemento cancerígeno. Dessa
forma, na impossibilidade de um controle eficaz da combustão que resulte
num gás de secagem de qualidade, recomenda-se o uso de fornalhas dotadas
de trocadores de calor.
4 - FORNALHAS
O conhecimento do princípio de funcionamento de fornalhas e a
operação adequada destas são condições imprescindíveis para o uso racional
da energia na secagem de produtos agrícolas.
Fornalhas são dispositivos projetados para assegurar a queima
completa do combustível, de modo eficiente e contínuo, em condições que
permitam o aproveitamento da energia térmica liberada da combustão, com
maior rendimento térmico possível. O projeto de uma fornalha deve ser
baseado nos 3 Ts da combustão: temperatura, turbulência e tempo. Para que
ocorra a combustão completa do combustível, deve-se buscar uma mistura
ar-combustível homogênea, na dosagem ideal e no tempo correto. Com isso,
obtém-se um aquecimento do combustível até a sua ignição auto-
sustentável.
Comumente, as fornalhas destinadas à queima de combustíveis
sólidos não-pulverizados, como lenha ou carvão vegetal em pedaços,
possuem os seguintes componentes:
Câmara de combustão: espaço destinado ao processo de combustão
propriamente dito, onde todos os compostos combustíveis devem ser
oxidados, liberando energia térmica. O importante, em qualquer fornalha, é
o dimensionamento correto da câmara de combustão, da área da grelha e da
abertura de ar primário, para se obter suficiente quantidade de oxigênio,
bem como possibilitar uma mistura comburente-combustível eficiente, com
o máximo de aproveitamento do combustível e o mínimo de fumaça.
Grelha: estrutura que mantém o combustível sólido suspenso
durante o processo de combustão, enquanto o ar comburente circula por sua
superfície.
Cinzeiro: reservatório localizado abaixo da grelha, destinado a
armazenar os restos da combustão ou as cinzas.
Entradas de ar: entradas reguláveis localizadas em pontos
estratégicos no corpo da fornalha; são responsáveis pela passagem do ar
comburente para o interior da fornalha e devem ser localizadas de forma
que facilitem a mistura comburente-combustível.
Saídas dos gases: aberturas destinadas à saída dos gases resultantes
da combustão e de parte do excesso de ar comburente, a serem utilizados na
secagem.
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Quanto à forma de aproveitamento dos gases de combustão, as
fornalhas podem ser classificadas em fornalhas de aquecimento direto ou
indireto.
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contato com o ar de secagem, o aquecerá. Neste tipo de fornalha há perdas
de energia térmica pela chaminé e no trocador de calor, resultando em
menor eficiência quando comparada à fornalha de fogo direto.
As fornalhas com aquecimento indireto destinam-se a produtos
agrícolas que requerem temperatura controlada e não muito alta durante a
secagem, como a secagem de sementes, café descascado ou despolpado. Um
tipo bastante interessante possui um trocador de calor do tipo tubo–carcaça,
câmara de combustão e caldeira. O ar frio, ao entrar pelos tubos do trocador
de calor, é aquecido pelo fluido circulante na carcaça do trocador de calor,
até uma temperatura máxima determinada pelo equilíbrio com a temperatura
de ebulição do fluido circulante. Além da grande durabilidade, por trabalhar
com fluido térmico, a fornalha em questão apresenta como vantagem a não-
contaminação do ar de secagem, mesmo quando a combustão é incompleta.
Este aspecto é de especial atenção na secagem de café, pois este, quando
apresenta cheiro de fumaça, é aceito apenas para comercialização no
mercado interno, sofrendo ainda uma depreciação da ordem de 15 a 20% no
seu valor comercial. A Figura 6 apresenta uma fornalha com aquecimento
indireto projetada e construída na UFV/DEA.
As fornalhas dotadas de trocador de calor ar/ar apresentam menor
durabilidade, devido à alta temperatura a que ficam submetidas as
superfícies de troca. Com o tempo, são comuns o desgaste e a necessidade
de reparo, para que não haja contaminação do produto por perfurações nos
tubos do trocador. A Figura 7 apresenta uma fornalha de fogo indireto ar/ar,
muito comum na secagem de café.
Recentemente, têm-se introduzido na secagem de café caldeiras a
vapor para aquecimento do ar de secagem (Figura 8). Pesquisas têm
mostrado que, em algumas fazendas, o consumo de lenha nesta modalidade
de secagem é 50% inferior ao verificado nos secadores convencionais, a
mão-de-obra é menor e não há riscos de incêndio na massa de grãos
(NOGUEIRA e FIORAVANTE, 1987). Embora seja uma tecnologia
disponível e que resulta em produto de boa qualidade, é acessível somente
aos grandes cafeicultores. O elevado custo de implantação e o grande
volume de café exigido restringem o uso desta tecnologia a pequenos e
médios produtores. O desinteresse das grandes indústrias em desenvolver
sistemas de pequeno porte, compatíveis com o volume de produção dos
pequenos cafeicultores, é patente, por requerer modelos que fogem à linha
de produção, elevando os custos e inviabilizando o preço do produto. As
indústrias de pequeno porte teriam melhores condições de atender a este
segmento da cafeicultura. Necessário se faz o estudo da viabilidade técnica e
econômica desta tecnologia, para uso em unidades de pequeno porte, a fim
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de que fabricantes de equipamentos e cafeicultores se sintam motivados a
adotá-la.
As fornalhas utilizadas na secagem de produtos agrícolas permitem
apenas uma opção para o aquecimento do ar, cuja preferência se dá pelo
aquecimento indireto, por possibilitar a secagem com qualidade do café em
casca ou descascado. Entretanto, quando em casca, esta forma de
aquecimento apresenta-se ineficiente, sob o ponto de vista da utilização
racional da energia. Neste sentido, os projetos modernos de aquecimento de
ar que utilizam vapor devem incorporar economizadores e/ou pré-
aquecedores de ar, cujos benefícios resultam em economia de combustível e
aumento de rendimento.
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Figura 6 – Fornalha de aquecimento indireto com autocontrole de
temperatura.
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Figura 8 – Linha de vapor e trocadores de calor ar/vapor empregados
na secagem de café.
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4) Evite arremessar a lenha para dentro da câmara de combustão,
uma vez que isto pode provocar rachaduras e contribuir para a
diminuição da vida útil da fornalha.
5) Durante a alimentação da fornalha, naquelas a fogo indireto, a
tiragem promove o ingresso de grande excesso de ar, que resfria
a temperatura da chama, diminuindo a disponibilidade de energia
e provocando aumento da perda de calor sensível pela chaminé.
Evite abrir desnecessariamente a escotilha de carga da fornalha.
6) Para se obter uma combustão eficiente e boa circulação dos
gases, todos os componentes da fornalha como do secador
devem ser limpos diariamente.
ρ .Q.c p .(Ts − Ta )
M c = 60.
η .PCI
em que,
8
Os consumos apresentados variam de acordo com o equipamento, seu
estado de conservação, o teor de umidade do combustível e as condições do
ambiente.
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Combustível
GLP Lenha Carvão Palha de café
Vazão Fogo direto Fogo Fogo direto Fogo Fogo Fogo direto
indireto direto indireto
m3/min η = 0,97 η = 0,3 η = 0,85 η = 0,88 η = 0,4 η = 0,85
60 2,72 31,07 10,96 4,73 19,51 9,18
70 3,17 36,25 12,79 5,51 22,76 10,71
80 3,69 41,43 14,62 6,30 26,02 12,24
90 4,08 46,61 16,45 7,09 29,27 13,77
100 4,53 51,79 18,28 7,88 32,52 15,30
110 4,99 56,97 20,11 8,67 35,77 16,83
120 5,44 62,15 21,93 9,46 39,03 18,36
130 5,89 67,33 23,76 10,25 42,28 19,89
140 6,35 72,51 25,59 11,03 45,53 21,42
150 6,80 77,69 27,42 11,82 48,79 22,96
160 7,25 82,87 29,25 12,61 52,04 24,49
170 7,71 88,05 31,07 13,40 55,29 26,02
180 8,16 93,23 32,90 14,19 58,54 27,55
190 8,61 98,41 34,73 14,98 61,80 29,08
200 9,07 103,59 36,56 15,77 65,05 30,61
210 9,52 108,77 38,39 16,55 68,30 32,14
220 9,98 113,95 40,22 17,34 71,55 33,67
230 10,43 119,13 42,04 18,13 74,81 35,20
26
120 8,18 93,43 32,97 14,22 58,67 27,61
130 8,86 101,22 35,72 15,41 63,56 29,91
140 9,54 109,01 38,47 16,59 68,45 32,21
150 10,22 116,79 41,22 17,78 73,34 34,51
160 10,91 124,58 43,97 18,96 78,23 36,81
170 11,59 132,37 46,71 20,15 83,12 39,11
180 12,27 140,15 49,46 21,33 88,01 41,41
190 12,95 147,94 52,21 22,52 92,90 43,71
200 13,63 155,73 54,96 23,70 97,79 46,01
210 14,32 163,51 57,71 24,89 102,68 48,32
220 15,00 171,30 60,46 26,07 107,57 50,62
230 15,68 179,09 63,20 27,26 112,46 52,92
240 16,36 186,87 65,95 28,44 117,34 55,22
250 17,04 194,66 68,70 29,63 122,23 57,52
260 17,73 202,45 71,45 30,82 127,12 59,82
270 18,41 210,23 74,20 32,00 132,01 62,12
6 - LITERATURA CONSULTADA
27
e palha de café. CONBEA 2000, trabalho publicado na íntegra em
CDROM. Fortaleza 4 a 7 de julho de 2000.
28
SILVA, J. de S. e, BERBERT, P. A. Colheita, secagem e armazenagem de
café. Viçosa: Aprenda Fácil Editora, 1999. 146 p.
29