PROCESSOS
GRADUAÇÃO
Unicesumar
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD
Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
Link: http://lattes.cnpq.br/7190312663900575
Link: http://lattes.cnpq.br/9012593161532858
Link: http://lattes.cnpq.br/4614791110432557
APRESENTAÇÃO
MAPEAMENTO DE PROCESSOS
SEJA BEM-VINDO(A)!
Olá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a)!
Neste livro, vamos estudar sobre um tema muito importante para as empresas atuais e
conhecer quais são as ferramentas necessárias para se mapear um processo dentro de
uma organização e assim identificar os pontos que podem ser melhorados para se ter
uma maior agregação de valor no produto/serviço para o cliente final.
Vamos construir juntos um conhecimento teórico e prático para ser aplicado na sua em-
presa. Você está preparado(a)? Então vamos lá!
Na unidade I, intitulada “Gestão por Processos”, vamos conhecer como as empresas
utilizam a Gestão por Processos para ganhar competitividade no mercado e conscien-
tizar você sobre a importância de quebrar o paradigma de organizações voltadas para
funções e construir o modelo mental de organizações voltadas para seus clientes por
meio do alinhamento dos processos de negócios com a estratégia.
Na unidade II, intitulada “Lean Thinking”, vamos entender como algumas organizações
conseguiram uma enorme vantagem competitiva perante seus concorrentes, utilizando
filosofias de produção baseadas na melhoria contínua.
Vamos agora conhecer a unidade lll, que tem como título “Utilizando o Lean Manufac-
turing”. Nela vamos conhecer e aprender sobre algumas ferramentas e metodologias
utilizadas para a melhoria dos processos produtivos das organizações.
A unidade IV, intitulada “Mapa de Fluxo de Valor”, tem como grande desafio conseguir
enxergar o fluxo de valor de cada produto e o que agrega valor nesse processo e assim
criar um mapa para cada fluxo de valor, entendendo como esse mapa pode ajudar a
empresa a eliminar os gargalos e reduzir os desperdícios.
Por fim, na unidade V, intitulada “Mapa de Fluxo de Valor – Estado Futuro”, vamos en-
tender o conceito de superprodução e quais características são essenciais para se ter um
Fluxo de Valor Enxuto. A partir do Mapa de Fluxo de Valor criado na unidade IV, vamos
eliminar os desperdícios, criar um novo Mapa Fluxo de Valor “em um estado futuro”.
Caro(a) aluno(a), este livro tem como objetivo fornecer conhecimento teórico e prático
sobre a filosofia de trabalho voltado para a melhoria contínua e as ferramentas que po-
dem ser utilizadas no dia a dia, por um profissional da área, para melhorar o processo
produtivo de uma organização, eliminando todos os desperdícios e os processos que
não agregam valor para a empresa, nem para o cliente final.
Desejamos a você um ótimo e proveitoso estudo!
09
SUMÁRIO
UNIDADE I
15 Introdução
45 Considerações Finais
52 Gabarito
UNIDADE II
LEAN THINKING
55 Introdução
70 Os Sete Desperdícios
82 Considerações Finais
91 Gabarito
10
SUMÁRIO
UNIDADE III
95 Introdução
105 Padronização
108 Layout
133 Gabarito
UNIDADE IV
O FLUXO DE VALOR
137 Introdução
168 Gabarito
11
SUMÁRIO
UNIDADE V
171 Introdução
196 Gabarito
197 CONCLUSÃO
Professor Esp. Fabiano Sabino Vila Real
I
UNIDADE
GESTÃO POR PROCESSOS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Conhecer a origem da gestão por processos.
■■ Desenvolver uma visão geral sobre os processos da empresa e a
importância das pessoas para a melhoria dos processos.
■■ Conhecer os processos dentro da organização para poder dar início
ao mapeamento dos processos.
■■ Iniciar a modelagem dos processos.
■■ Identificar os pontos de melhoria e redesenhar o processo com as
melhorias necessárias.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Histórico da Gestão por Processos
■■ Conceito de Gestão de Processos, Gestão por Processos e
Sincronismo Organizacional na empresa
■■ Esclarecimento da Estratégia e Mapeamento do Contexto
■■ Mapeamento (Modelagem) de Processos
■■ Análise e Redesenho de Processos
15
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a)! Nesta unidade você irá aprender um pouco mais sobre
Gestão por Processos e a sua evolução ao longo do tempo e as pessoas que mais
ajudaram a desenvolver essa metodologia de gestão.
Muitas empresas viram no mercado a necessidade de melhorar e aprimorar
a forma como conduzem seu negócio. Diante da necessidade em entender de
forma mais clara e objetiva o seu cliente, as empresas começaram a buscar ferra-
mentas para melhorar seu desempenho, analisando de forma mais crítica os seus
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Introdução
16 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
o envolvimento das pessoas da área de produção e modificar a forma como
vinham trabalhando para atingir o grande objetivo da época, que era aumentar
a quantidade produzida.
Nessa época, os artesãos possuíam todo conhecimento do processo pro-
dutivo e somente eles e seus sucessores realizavam os serviços, eles tinham um
conhecimento esplêndido do produto e de toda matéria-prima utilizada, mas
que por algum motivo não disseminava todo esse conhecimento para outras pes-
soas. Por esse motivo, não se conseguia ter um aumento produtivo, era muito
difícil uma produção em larga escala com qualidade, pois o artesão não tinha
pessoas ao seu lado com conhecimento necessário. Toda a produção era rea-
lizada de acordo com os pedidos dos clientes, já que os artesãos negociavam
diretamente com os clientes, e o cliente sabia que toda e qualquer reclamação
era direto com o proprietário. O artesão tinha uma necessidade muito grande
em ter uma relação saudável com seu cliente, pois sabia que a única forma de
divulgar seu trabalho era pela divulgação boca a boca, e seu negócio só iria para
frente se o produto estivesse atendendo às necessidades e aos padrões de quali-
dade estabelecidos pelo cliente.
Com a Revolução Industrial em andamento por toda a Europa, o principal
desafio era substituir o processo artesanal de fabricação, que até então era utili-
zado em todo o mundo, para um processo mais padronizado e organizado. Foi
então que grandes profissionais e estudiosos da área tiveram um papel impor-
tantíssimo para a evolução dos processos.
A partir da substituição das pessoas pelas máquinas, o rumo da produ-
ção industrial começou a sofrer alterações, os produtos, até então artesanais e
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escala, transformou profundamente a indústria automobilística no início do
século XX. Seu aperfeiçoamento em linhas de montagem possibilitava que seus
colaboradores se movimentassem pouco durante o turno de trabalho. Os auto-
móveis que estavam sendo construídos ficavam em cima de esteiras, e essas
esteiras passavam pelo posto de trabalho dos colaboradores para que eles reali-
zassem a sua etapa de produção. Henry Ford seguia a risca os princípios criados
por Taylor, que visava a padronização dos processos. Ele também foi o precur-
sor para a criação do mercado em massa para os automóveis. Como seu grande
objetivo era de vender um produto muito barato e que todos pudessem com-
prar, ele criou o automóvel Ford Modelo T, lançado em 1908. A partir de 1915,
passou do custo de US$ 850,00 para US$ 490,00; com essa grande diminuição
no preço de venda do produto, sua produção disparou para 300 mil unidades/
ano. Assim, com seu baixíssimo custo, em 27 de maio de 1927, foi produzido o
último Ford Modelo T, sob nº. 15.007.003 (MANSUR, [2016], on-line)5.
Com a evolução das nossas indústrias, surge a expressão Gerenciamento de
processos de negócio vem da sigla BPM, que, em inglês, significa Business Process
Management. É uma metodologia de Gestão da empresa que consegue abran-
ger todos os setores da empresa sempre com foco nas melhorias de resultados e
na otimização dos processos.
De acordo com Smith e Fingar (2007), o BPM permite modelar um pro-
cesso existente, testar inúmeras variações, gerenciar melhorias e/ou inovações
que a organização pretenda seguir e retornar os resultados dessas análises dos
processos com rapidez.
Podemos analisar a evolução do BPM nos últimos 45 anos por meio das 3 ondas,
que podem ser colocadas na linha do tempo para evidenciar a presença das fer-
ramentas utilizadas em cada período.
Primeira Onda: após a 2ª Guerra Mundial, o Japão ficou devastado, houve
uma grande necessidade de busca por ações que levassem o país a um novo
patamar mundial. As empresas japonesas começaram a rever seus processos de
forma rápida, com redução de defeito, baixo custo e de fácil entendimento para
quem está participando do processo.
Segunda Onda: por volta de 1995, Tom Davemport e Michael Hammer
começaram a disseminar os conceitos de Engenharia de Processos, baseados
no redesenho dos processos a partir de análises estruturais buscando sempre
a melhoria de processos que passavam por diversas áreas da empresa. Nessa
época, eles encontraram muitos obstáculos, pois as mudanças propostas pela
Engenharia de Processos tinham um grande impacto no negócio e necessitavam
de um longo tempo de execução. Principalmente por esses motivos, muitos pro-
jetos falharam e levaram a melhoria de processos ao descrédito (FUNDAÇÃO
NACIONAL DA QUALIDADE, 2008, on-line)6.
Terceira Onda: a partir dos anos 2000, deu-se início a uma forte busca das
empresas pela Norma ISO, série 9000, voltada para um Sistema de Gestão da
Qualidade, em que as empresas começaram a integrar mudanças proporciona-
das pela reengenharia e a busca pela melhoria contínua, mudando a forma de
como visualizar a empresa, deixando de analisar apenas departamentos pontuais
e analisando a empresa como foco nos processos gerenciais interdepartamentais.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
contínuo Processos
Melhoria de Organização
Empresarial Sistema de
Processos 1980
Eficiên- Informações Métodos de
Fusões e Gerenciais
cia nas aquisições Melhoria de
tarefas Processos
FASE TEMPO FOCO NEGÓCIO TECNOLOGIA FERRAMENTAS
Organização
Plana
Inovação
em Pro- Processo Custo Baseado
cessos ponta a em Atividades
ponta
Arquitetura
Melhores empresarial Six Sigma
Práticas Reposição
Segunda ONDA de Valor
ERP Comprar ver-
1990 Melhor sus construir
Reengenharia de e Mais Velocidade
CRM
Processos rápido para o mer-
cado Redesenho de
Cadeia de Processos
Negócio Suprimentos
via inter- Relaciona-
mento com Reengenharia
net de métodos
o cliente
Excelência
operacional
FASE TEMPO FOCO NEGÓCIO TECNOLOGIA FERRAMENTAS
Organização
em Rede
Podemos ainda analisar as pessoas que marcaram época com seus estudos e
implantações de metodologia de trabalho para fazer com que as empresas esti-
vessem sempre em evolução. São muitos os estudiosos que fizeram história no
seu tempo e até hoje são lembrados, conforme podemos observar no quadro 2:
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América
Estudou profundamente o Sistema Toyota de Produção
Bowen 1999
e escreveu o artigo “Decodificando o DNA da Toyota”.
Hammer Pai da teoria da reengenharia de Processos de Negócios 1993
Rummler Conceito de Gestão dos Processos de Negócio 1995
Rocha Conceito de Sincronismo Organizacional 2002
Fonte: o autor.
Desde o tópico passado, nós estamos falando sobre processo, você sabe qual
é a definição de processo? Podemos definir como um conjunto de atividades
inter-relacionadas ou interativas que recebem insumos (entradas), agregam-lhes
valor e os devolvem para um cliente interno ou externo em forma de produtos
ou serviços (saídas). Essas atividades são preestabelecidas e, quando executa-
das em uma sequência determinada, vão conduzir a um resultado esperado que
assegure o atendimento das necessidades e expectativas dos clientes e outras par-
tes interessadas. Dentro de um processo, nós temos o conceito de atividades,
que são atividades distintas realizadas em um posto de trabalho para a execu-
ção de uma determinada função; um processo é constituído pelo conjunto de
atividades. Temos ainda as tarefas, que podemos conceituar como pequenas
ações exercidas pelo trabalhador; um conjunto de tarefas constitui uma ativi-
dade. Importante ressaltar que alguns autores invertem a definição de atividades
e tarefas, o que nós estamos chamando de atividades eles chamam de tarefa, no
entanto o mais importante é entender o conceito e fixar a definição independen-
temente da nomenclatura utilizada (Figura 1).
Processos
Processos
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Tarefas
Figura 1 - Tarefas, atividade e processos
Fonte: Pavani Jr. (2011, p. 19).
Agora você já sabe a definição de processo. Então, vamos ver qual é o significado
de Gerenciamento de Processos de Negócio (BPM)?
É uma abordagem disciplinada para identificar, desenhar, executar,
documentar, medir, monitorar controlar e melhorar processos de ne-
gócio automatizados ou não para alcançar os resultados pretendidos
consistentes e alinhados com as metas estratégicas de uma organização.
(ABPMP, 2009, p. 30).
Processos Primários
Também chamados de Processos Essenciais, pois representam atividades
de extrema importância para que a organização cumpra a missão fixada em seu
plano de negócio. Eles representam os processos ligados diretamente à agrega-
ção de valor de um produto ou serviço.
De acordo com a ABPMP (2009, p. 38), “esses processos formam a cadeia de
valor onde cada passo agrega valor a cadeia anterior conforme medido por sua
contribuição na criação ou entrega de produto ou serviço, em última instância,
gerando valor aos clientes”.
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Processos de Suporte
São os processos que dão apoio/suporte para o andamento dos processos
primários. A grande diferença entre o processo de suporte e o primário é que
o processo de suporte não agrega valor diretamente ao cliente. O fato de pro-
cessos de suporte não gerarem diretamente valor aos clientes não significa que
não sejam importantes para a organização. “Os processos de suporte podem ser
fundamentais e estratégicos a organização na medida em que aumentam sua capa-
cidade de efetivamente realizar os processos primários (ABPMP, 2009, p. 39)”.
Processo de Gerenciamento
Assim como o processo de suporte, os processos gerenciais não agregam valor
para o cliente. Esses processos são voltados para o gerenciamento da empresa,
fazendo com que os processos primários e os processos de suporte consigam
atingir suas metas e objetivos específicos. Esses processos devem ser utilizados
para medir, controlar e acompanhar as atividades realizadas na empresa.
Sincronismo organizacional é o alinhamento entre a estratégia da empresa,
os processos que a compõem e as pessoas que atuam nesses processos. Todo o
processo de mudança organizacional é necessário tanto para as empresas que
não estão conseguindo atingir suas metas quanto para as empresas que estão
querendo crescer para atingir um patamar ainda maior e buscar a satisfação
dos clientes. Alguns problemas de desempenho referentes ao não atingimento
das metas ocorrem pela falta de clareza e abrangência da meta, desdobramento
inadequado para os níveis mais subordinados e principalmente a falta de enten-
dimento e leitura do mercado, as quais sofrem mudanças continuamente.
Sempre antes de pensar em modelar uma nova estrutura organizacional para
a empresa é preciso identificar o que a empresa espera do futuro, qual a sua visão
de futuro e suas diretrizes, todos os passos organizacionais devem ser definidos
a partir do esclarecimento das estratégias da empresa, definindo as metas de
desempenho (Figura 2). Podemos citar alguns problemas que devem impactar
diretamente e dificultar essa melhoria organizacional na empresa, quais sejam:
■■ Não conectar com as estratégias.
■■ Não envolver as pessoas certas.
■■ Não firmar compromissos sobre resultados e metas.
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■■ Crença de que precisamos reinventar a empresa.
■■ Não tratar os aspectos humanos.
■■ Descuidar na implementação.
■■ Falha na medição permanente do desempenho.
Estratégia
Indicadores
Processos integrados
Pessoas
Figura 2 - Sincronismo Organizacional
Fonte: o autor.
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(Figura 3).
Áreas de conhecimento
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MAPEAMENTO (MODELAGEM) DE PROCESSOS
Caro(a) aluno(a), para entendermos melhor o conteúdo deste tópico, vamos uti-
lizar o termo Modelagem como sinônimo de Mapeamento. Quando se fala em
Gestão por Processos, a ferramenta mais utilizada é a Modelagem dos Processos.
A Modelagem combina um conjunto de processos e habilidades que fornecem
uma visão e entendimento do processo de negócio e habilita análise, desenho e
medição de desempenho (ABPMP, 2009).
Trata-se da representação gráfica do sequenciamento de atividades que repre-
sentará, de maneira clara e objetiva, a estrutura e o funcionamento básico do que
chamamos de processo (PAVANI JR., 2011).
Para Modelar um Processo, é importante seguir algumas fases para facili-
tar o entendimento das pessoas envolvidas e concluir o processo com eficiência
(Figura 4).
1. Representação Gráfica
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■■ Documentar claramente um processo existente.
■■ Utilizar como suporte para um treinamento.
■■ Estabelecer padrões de trabalho.
■■ Responder às mudanças.
■■ Servir como análise na identificação de oportunidades de melhoria.
■■ Desenhar um novo processo ou uma nova abordagem para um processo
existente.
■■ Fornecer uma base para comunicação e discussão.
■■ Definir requisitos para uma nova operação do negócio.
■■ Medir o desempenho.
Cand. RH solicita
Não Cand. Contrata
chamado p/ documen-
CV interessa Sim selecionado entrevista
candidato
tação
para a
empresa? Não Sim
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RH Realiza
analisa Empresa gostou
entrevista da entrevista?
CV
FIM
Figura 5 - Exemplo de Modelagem de um Processo da Contração de uma empresa
Fonte: o autor.
$ Troco
Comando Prepara Bebida Fecha a mesa
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Bar
a bebida “11”!!
Fecha a Separa o
Caixa
Figura 6 - Exemplo da Modelagem de um Processo passando por vários setores e utilizando as raias
Fonte: o autor.
SÍMBOLOS SIGNIFICADOS
Decisão. Indica possíveis desvios para outros
pontos do fluxo de acordo com as condições
estipuladas na decisão. Sempre é apresentada uma
condição.
As entradas para a decisão podem ser várias, porém,
a saída será obrigatóriamente binária, ou atende à
condição ou não atende à condição.
SÍMBOLOS SIGNIFICADOS
Documento. Identifica qualquer tipo de documento
impresso que entra no fluxo, pode ser um relatório,
uma listagem, registro em geral.
A aplicação pode ser dividida em:
• atividades: símbolo sem cor de preenchimento.
• objeto: símbolo preenchido em cores destacá-
veis.
Obs.: Não devem ser utilizados verbos na titulação
de um documento em um fluxo de atividades.
Quando vários inputs de entrada consolidarem-se
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SÍMBOLOS SIGNIFICADOS
xxx
Texto explicativo/anotação
yyy
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necessidade do acréscimo de alguma informação,
utilizar o símbolo específico para este fim denomi-
nado “texto explicativo/anotação”.
Linha de ponta cheia. Direção do fluxo de ativida-
des, indicando o caminho obrigatório.
Obs.: Não se deve escrever sobre este símbolo. Na
necessidade do acréscimo de alguma informação,
utilizar o símbolo específico para este fim denomi-
nado “texto explicativo/anotação”.
Fonte: Pavani Jr. (2011, p. 77-80).
Antes de começarmos a falar sobre a captura das informações, uma das partes
mais importantes da Modelagem do Processo, vamos relembrar as definições
de atividades e tarefa.
■■ Atividade é um conjunto de tarefas que são realizadas em sequência para
alcançar um objetivo.
■■ Tarefa é um conjunto de ações predeterminadas que o operador realiza
para realizar uma atividade.
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■■ Como e por que o entrevistado foi selecionado?
■■ Como essa informação será utilizada?
■■ O entrevistado permanecerá anônimo?
■■ O entrevistado receberá algum feedback do trabalho?
■■ Como o entrevistado poderá participar na implementação do projeto?
■■ Que tipo de recompensa o entrevistado receberá?
■■ Por que as informações detalhadas e precisas são importantes para o
sucesso da entrevista e do projeto?
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■■ Entradas e saídas do processo.
■■ Partes interessadas, internas e externas, incluindo fornecedores, clientes
e suas necessidades e expectativas.
■■ Ineficiências dentro do processo atual.
■■ Escalabilidade do processo em atender a demanda dos clientes.
■■ Regras de negócio que controlam o processo e por que devem existir.
■■ Quais métricas de desempenho deveriam monitorar o processo, o que
significam e quem está interessado em tais métricas.
■■ Quais atividades compõem o processo e suas dependências ao longo de
departamentos e funções de negócio.
■■ Utilização melhorada de recursos.
■■ Oportunidade para reduzir restrições e aumentar a capacidade.
É muito comum, nas empresas, mapear muitos processos de uma vez, pensando
que apenas o mapeamento vai ajudar a empresa a resolver seus problemas. Como
já vimos nesta unidade, só o mapeamento não resolve os problemas da empresa,
é necessário analisá-los de forma a buscar pontos que podem ser melhorados. É
comum nessa hora surgir uma terrível dúvida: qual processo devemos analisar
primeiro? Qual trará mais benefícios aos colaboradores? Qual gerará maior oti-
mização de recursos? Qual gerará maior resultados para os stakeholders?
P5 P2
ALTA
P4
MÉDIO
P3 P8
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
P1
P7 P6
BAIXA
Nesse exemplo, podemos identificar que alguns processos que possuem baixa ou
média severidade e baixo e médio impacto devem ser analisados em uma pró-
xima etapa. Os processos que receberam a nomenclatura de “Médio” e “Alto”
devem ser acompanhados de perto, principalmente os processos que estão pró-
ximos da nomenclatura “Máximo”, mas o seu redesenho do processo também
pode ficar para uma segunda etapa do trabalho. Dessa forma, devem ser prioriza-
dos para análises aqueles processos que possuem alto impacto e alta severidade.
Nesses processos devemos concentrar mais recursos financeiros e profissionais
para alcançar a melhoria em seu desempenho.
Após a escolha do processo, devemos verificar se ele possui indicadores
de monitoramento, alguns autores chamam esses indicadores de KPI (Key
Performance Indicators), em português chamamos de Indicadores Chaves de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado(a) aluno(a), nesta unidade vimos como foi o início das indústrias e
como ocorreu a sua evolução ao longo do tempo. Conhecemos como era o tra-
balho dos artesãos e como a produção em pequena escala foi sendo substituída
pela de larga escala. Entendemos o pensamento de alguns pensadores da época
e a importância deles após a Revolução Industrial.
Começamos a estudar as 3 ondas envolvidas no BPM (Business Process
Management), vimos que a Primeira Onda se originou no Japão logo após a 2ª
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Guerra Mundial porque o país ficou devastado e teve que se reerguer. A Segunda
Onda teve início na década de 1990 utilizando os conceitos de Engenharia de
Processo. A Terceira Onda iniciou-se recentemente, a partir dos anos 2000, e
vem tendo uma aceitação muito grande nas empresas que buscam sempre evo-
luir e manter a melhoria contínua.
Definimos alguns conceitos relacionados à: Gestão de Processos e Gestão por
Processos; qual a diferença entre Processos, Atividades e Tarefas; identificamos
os 3 tipos de Processos de Negócio (Primário, Secundário e Gerenciamento);
Identificamos as características e a importância do Sincronismo Organizacional
dentro de uma empresa e que ele é o elo entre a estratégia, pessoas e processos.
Vimos como essa “nova” filosofia de gerenciar, BPM, está ganhando espaço
nas grandes empresas mundiais, principalmente devido ao seu alto poder de
potencialização dos processos e otimização dos recursos envolvidos.
Abordamos as etapas que devemos realizar para iniciar um trabalho de
Modelagem de Processo, bem como o fato de ser muito importante identificar e
saber escolher o processo que será estudado para que o trabalho tenha sucesso.
Aprendemos a utilizar algumas ferramentas para Modelar o processo e quais
simbologias devemos utilizar em cada etapa da modelagem. Identificamos o
que é “Raia” e que devemos utilizá-las quando um processo passa por mais de
um setor da empresa.
Por fim, notamos que Redesenho do Processo deve estar alinhado com o
objetivo da empresa para se obter o resultado esperado.
Considerações Finais
46
1. Qual das alternativas a seguir está vinculada diretamente ao mundo após a Revo-
lução Industrial?
a) Produtos produzidos de acordo com a necessidade de cada cliente.
b) Produção em pequena escala.
c) Ausência de padronização de procedimentos e tempo para execução das ati-
vidades.
d) Criação de linhas de montagem utilizadas na produção.
e) Mapeamento de Processos.
2. Marque como Verdadeiro (V) ou Falso (F) as características relacionadas ao Sincro-
nismo Organizacional.
( ) É o alinhamento entre a Estratégia, Processos e Pessoas da empresa.
( ) Para conscientizar as pessoas sobre suas responsabilidades, é necessário
possuir um planejamento estratégico com desdobramentos das metas.
( ) O Sincronismo Organizacional está diretamente ligado ao que o cliente
espera dos produtos produzidos pela empresa.
( ) Para que uma empresa tenha sucesso, os setores nela existentes devem
trabalhar em parceria, como se fossem a engrenagem de um relógio.
A Quinta Disciplina
Peter M. Senge
Editora: Best Seller
Sinopse: “A quinta disciplina” é, na verdade, a síntese de outras quatro,
que, segundo Peter Senge, são fundamentais para o sucesso de uma empresa, independente do
ramo ou do tamanho. Essa edição contém exemplos de como grandes corporações aplicaram os
ensinamentos deste livro e obtiveram resultados extraordinários.
Material Complementar
REFERÊNCIAS
1
Em: <http://www.historiadaadministracao.com.br/jl/gurus/88-frederick-winslow-
-taylor>. Acesso em: 13 set. 2016.
2
Em: <http://www.historiadaadministracao.com.br/jl/gurus/52-jules-henri-fayol>.
Acesso em: 13 set. 2016.
3
Em: <http://www.historiadaadministracao.com.br/jl/gurus/52-jules-henri-fayol>.
Acesso em: 14 set. 2016.
4
Em: <http://www.historiadaadministracao.com.br/jl/gurus/145-henry-ford>. Aces-
so em: 14 set. 2016.
5
Em: <http://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/historia-geral/o-fordismo-modelo-
-t.htm>. Acesso em: 14 set. 2016.
6
Em: <http://www.fnq.org.br/informe-se/artigos-e-entrevistas/artigos/qualidade-
-total-e-gestao-de-processos-convergencia-e-alinhamento>. Acesso em: 14 set.
2016.
7
Em: <http://www.bpmglobaltrends.com.br/4seminario/organizacao.html>. Aces-
so em: 28 ago. 2016.
8
Em: <http://www.venki.com.br/blog/automacao-dos-processos-na-bodytech/>.
Acesso em: 9 mar. 2016.
GABARITO
a. D.
b. V, V, F, V.
c. E.
d. D.
e. V, V, V, F.
Professora Regiane Francieli Mendes
II
UNIDADE
LEAN THINKING
Objetivos de Aprendizagem
■■ Conhecer a origem do sistema de manufatura.
■■ Aprender como funciona o Sistema Toyota de Produção (TPS).
■■ Avaliar as condições necessárias do estoque.
■■ Desenvolver percepção sobre os desperdícios dentro de uma
empresa.
■■ Entender a diferença entre produção puxada e produção empurrada.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Histórico do Sistema de Manufatura
■■ O Sistema Toyota de Produção (TPS)
■■ O Estoque e seu Efeitos
■■ Os Sete Desperdícios
■■ Produção Puxada x Produção Empurrada
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INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a)! Nesta unidade iremos aprender um pouco mais sobre o
Lean Thinking, a origem do sistema de manufatura enxuta, que foi baseada no
Sistema Toyota de Produção. Compreenderemos quais seus principais conceitos
e as ferramentas empregadas, as quais têm como objetivo geral eliminar perdas
nos processos, aumentando o valor agregado e qualidade nos produtos.
No decorrer da história, muitos foram os acontecimentos que influenciaram
e deram base para a realidade de produção que conhecemos hoje, especialmente
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em relação aos sistemas de manufatura, os quais vêm passando por muitas mudan-
ças e transformações desde o século XVIII, principalmente após a 1ª Revolução
Industrial, que iniciou o processo de evolução dos sistemas de manufatura, saindo
do sistema artesanal para o sistema de produção em massa. À medida que o mundo
foi evoluindo e se transformando, exigiu-se o desenvolvimento de sistemas que
fossem se adequando às novas realidades, então tivemos o desenvolvimento do
sistema de manufatura enxuta, posteriormente o da manufatura flexível e ainda
continuamos nesse ciclo dinâmico que sempre busca uma maneira de evoluir
com base nas novas exigências dos consumidores e mercados.
As mudanças nos sistemas de manufatura aconteceram e ainda hoje acon-
tecem devido à identificação de necessidades e oportunidades de melhorias em
relação à diminuição de custos, aumento da produtividade, melhor atendimento
das necessidades e expectativas dos clientes, que cada vez ficam mais exigentes
e procuram por produtos com mais qualidade e valor agregado.
No meio de tantas mudanças e precisando se reinventar, após a 2ª Guerra
Mundial, a Toyota, montadora Japonesa, desponta no mercado com seu sistema
de produção, que tem como objetivo aumentar a eficiência e produtividade, elimi-
nando os desperdícios. O modelo possui vários conceitos, ferramentas e métodos
que permitem o desenvolvimento de suas operações em direção aos objetivos.
No decorrer desta unidade iremos conhecer alguns desses conceitos, ferra-
mentas e métodos. Bons estudos!
Introdução
56 UNIDADE II
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mais precisamente no final do século XVIII com o acontecimento da Revolução
Industrial na Inglaterra. A Revolução transformou drasticamente o modo de pro-
dução praticada até o momento, no qual a produção predominantemente artesanal
foi substituída pela manufatura, que se expandiu por toda a Europa e posterior-
mente para o mundo. A produção artesanal praticada até então era desenvolvida
por artesãos em oficinas familiares, formadas pelo próprio artesão, que coordenava
um pequeno grupo de auxiliares. Apesar desses, o único que dominava o conhe-
cimento de todas as etapas de confecção dos produtos era o artesão, que também
detinha todas as matérias-primas e ferramentas necessárias para sua produção,
além de manter o contato direto com os clientes, entendendo suas expectativas e
necessidades (FONSECA; GUTIERREZ; SILVA, 2008).
Com a Revolução Industrial, nascem os sistemas fabris de produção, concen-
trando grande quantidade de trabalhadores que começam a ser organizados em
funções distintas no processo de produção. Esses se tornam assalariados e trei-
nados com o intuito de aprimorar seus conhecimentos sobre o processo e sobre
os equipamentos que utilizavam, com o objetivo de produzir em maiores quan-
tidades, consumindo menos materiais e em menor tempo. Com a invenção da
máquina a vapor em substituição ao trabalho humano, o processo artesanal vai
dando espaço para um processo mais organizado, com a utilização gradativa de
maquinários e a produção, que antes era de pequena escala, agora se torna pro-
dução em massa e padronizada.
O sistema de manufatura então se transformou completamente, antes carac-
terizado pela grande aptidão e conhecimento dos artesãos, baixos volumes, altos
custos e qualidade, além da individualidade dos produtos, e se transforma em um
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sistema de manufatura que já não estava mais tão focado em satisfazer às neces-
sidades dos clientes, mas sim em produzir em maior quantidade, com menores
custos e de forma padronizada. Nesse momento surge Henry Ford, que apre-
senta o conceito de linha de produção, um projeto para facilitar a manufatura
atual da época e produzir produtos economicamente viáveis às massas, supe-
rando os problemas do sistema de manufatura artesanal.
Henry Ford, fundador do Ford Motor Company em 1914, cria o Fordismo ou
Sistema de Produção em Massa, que se refere a sistemas de produção em grande
escala por meio da padronização de todos os produtos e ferramentas utilizadas nos
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• Planejamento de materiais;
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A manufatura enxuta tem origem no Japão, especificamente, dentro da
montadora Toyota Motors e foi concebida pelo engenheiro Taiichi Ohno e seus
colaboradores, tendo como foco a necessidade da empresa em eliminar desperdí-
cios, para assim conquistar um perfil que permitisse concorrer com montadoras
americanas, como General Motors e Ford Motors. O momento histórico tam-
bém favoreceu o desenvolvimento desse novo sistema, uma vez que o Japão está
passando por um momento pós-guerra e se encontra devastado, sem recursos sufi-
cientes para realizar grandes investimentos financeiros, assim os objetivos eram
produzir em pequenas quantidades, com variedade em modelos e cortar todos
os custos que não fossem essenciais para o processo de produção (FONSECA;
GUTIERREZ; SILVA, 2008).
Na manufatura enxuta outro ponto importante é agregar valor ao produto,
atendendo às necessidades e expectativas dos clientes em um curto prazo e preço
adequado. Para isso, a produção é organizada com alinhamento na sequência de
realização das atividades, não havendo interrupções e acontecendo em momen-
tos solicitados, criando assim fluxos contínuos e puxados pela demanda que vem
dos clientes. O sistema enxuto possui cinco princípios:
1. Valor: quem dá valor ao produto é o cliente e não a empresa, então é
necessário entender quais as necessidades e expectativas que o cliente
espera em relação ao produto que deseja comprar a um preço justo.
2. Fluxo de Valor: identificar quais os processos que geram valor aos pro-
dutos e aqueles que não geram e que consequentemente precisam ser
eliminados.
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■■ Flexibilidade na comunicação, para que ocorra uma comunicação efi-
ciente entre as diferentes estações de trabalhos do sistema.
■■ Estrutura hierárquica de controle.
■■ Estratégias adequadas de produção.
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de valor, seguindo como regra a melhoria contínua, que é sustentada por dois
pilares principais: Just in Time e a Automação (Jidoka), que tem as característi-
cas bem visíveis dentro do sistema (REIS, 2010, on-line)1.
Na Figura 1 podemos observar visualmente os dois pilares que sustentam o
Sistema Toyota de Produção.
Custo
Mais Baixo
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De modo geral, então, o Sistema Just in Time tem sua base sobre várias regras e
normas que juntas auxiliam na gestão produtiva, assegurando o sincronismo e a
qualidade de todos os processos presentes, sendo que esse sincronismo é garan-
tido, principalmente, pela utilização do Sistema de produção Kanban.
O Sistema Kanban, por sua vez, foi a metodologia desenvolvida para as
operações da Toyota. A palavra japonesa “Kanban” significa “cartão”, ou seja, a
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determinadas partes ou peças específicas de uma linha de produção, com o obje-
tivo de indicar a entrega de uma quantidade. Quando não houver mais peças, o
aviso é retornado ao seu ponto de partida de onde se origina um novo pedido
para mais peças, ou seja, processos subsequentes coletam a quantidade de itens
indicados no Kanban no processo precedente. No caso da produção de apenas as
peças necessárias, assim a superprodução ou a formação de estoques excessivos
são impedidas totalmente. A utilização do Kanban também impede a produ-
ção de produtos defeituosos, uma vez que o produto com defeito é identificado
visualmente no processo seguinte e retirado de linha, possibilitando também a
identificação rápida do processo que gerou o defeito e agir rapidamente sobre
ele, conseguindo dessa forma garantir a qualidade dos processos e consequen-
temente dos produtos fabricados (REIS, 2010, on-line)1.
O segundo pilar do Sistema Toyota é o Jidoka, termo japonês que significa
“Automação com toque humano”, que surgiu a partir da instalação de dispositi-
vos que atribuem às máquinas e operadores a capacidade de identificar situações
anormais de produção, como produtos defeituosos, e parar imediatamente a
produção, permitindo então que o processo tenha seu próprio autocontrole, con-
sequentemente aumentando a qualidade dos produtos produzidos e diminuindo
os desperdícios na produção. Dessa forma também se libera operadores da fun-
ção de apenas inspecionar as máquinas à espera de ocorrências de anomalias,
assim um operador tem a possibilidade de cuidar de várias máquinas ao mesmo
tempo, diminuindo inspeções que não agregam valor ao processo, o número de
pessoas e aumentando a eficiência da produção (LUZ, 2006).
O Jidoka vai muito além de apenas detectar anomalias de produção, é um
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AUTONOMAÇÃO AUTOMAÇÃO
Controle dos comandos das máquinas são Controle dos comandos realizados pela
realizados pelo operador, que consegue própria máquina e o operador apenas
controlar várias máquinas simultanea- acompanha.
mente.
Como há operador no controle as máqui- Máquinas não contam com o auxílio
nas contam com o auxílio de um humano humano, realizar processos sozinhas.
para detectar anormalidades nos proces-
sos.
Causas de defeitos são investigadas pelo Sistema automaticamente e sem auxílio
operador e uma ação corretiva é imple- externo analisa qual a melhor ação
mentada no processo. corretiva.
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A estratégia organizacional da empresa está estruturada em um sistema
aberto em que cada subsistema tem o objetivo geral da produção de produtos com
qualidade total, tornando os colaboradores qualificados e responsáveis por exe-
cutarem e melhorarem seu próprio trabalho quando identificarem oportunidades
de melhorias, sempre encontrando soluções para os problemas, possibilitando
que os gerentes da Toyota possam delegar tantas responsabilidades sem desa-
justarem o sistema. Assim, são disponibilizadas ferramentas administrativas
relacionadas aos aspectos humanos e sociais, resultando em um equilíbrio dos
processos de forma geral, desde a entrada, transformações e saída em toda a
organização (SPEAR; BOWEN, 1999).
Como estratégia humanística, a empresa possui políticas de recursos huma-
nos denominados de Planejamento e Desenvolvimento de Recursos Humanos
(PDRH). Dessa forma, são executadas as práticas de valores positivos de motivação
fisiológica, segurança, sociais, estima e autorrealização aos seus colaboradores.
O Sistema Toyota de Produção, com todas as suas ferramentas, práticas, proce-
dimentos e operações voltadas a produção, mais a valorização dos colaboradores
fazem uma empresa compactada e sincronizada, tendo como principais alicerces
colaboradores motivados e clientes satisfeitos, na busca constante da excelência
na fabricação de seus produtos (SPEAR; BOWEN, 1999).
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Caro(a) aluno(a), estoques são necessários para a produção e vendas das orga-
nizações, podem ser entendidos como um montante de material armazenado e
classificado de três formas distintas, que são:
Estoque de matéria-prima: consiste em materiais e insumos necessários
para iniciar o processo produtivo de um produto, ou seja, a empresa depende
completamente desses materiais, uma vez que sem eles não há transformação e
desenvolvimento de produtos.
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pelo sistema Kanban.
Apesar de os estoques intermediários servirem de suporte para as esperas,
ou seja, são uma compensação de problemas no processo produtivo, a sua eli-
minação não resolve tais problemas. O que deve acontecer é a eliminação das
causas dos processos que motivam a criação dos estoques, estabilizando o fluxo
e reduzindo consideravelmente os estoques intermediários (REIS, 2005).
A formação de estoque impacta diretamente no custo do produto, uma vez
que impacta primeiro e diretamente no custo total da logística, em que três ati-
vidades principais contribuem para maior parcela desse custo. São elas:
Custos de transportes: não há operações sem transporte, seja pelo desloca-
mento de materiais ou pessoas, é essencial então analisar quais meios de transporte
são melhores para a realidade da empresa, analisando criteriosamente o tempo
de deslocamento, melhores rotas e quantidade a ser transportada.
Custos de manutenção dos estoques: os custos podem ser classificados em
quatro categorias, que são:
■■ Custo de espaço – custos relacionados com pagamento de aluguéis de
espaços locados.
■■ Custo de capital – referentes ao capital que está investido no estoque e
também no custo de possíveis oportunidades não aproveitadas devido o
capital estar investido no estoque.
■■ Custo de serviço – podem ser diversas as taxas cobradas, podem ser de
impostos devido armazenagem, seguro pago para a carga que está ali
mantida e devido ao uso de espaço, já mencionado.
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Não estabelece que o estoque deva ser zero, mas incentiva a busca de estoques
com níveis cada vez mais baixos, até o momento que a empresa consiga identi-
ficar qual o nível de estoque adequado na cadeia de abastecimento. A produção
puxada, que também está relacionada com a filosofia just in time, é outro meca-
nismo que reduz estoques, uma vez que evita sua formação e consequentemente
auxilia na solução de problemas que são camuflados muitas vezes devido à for-
mação de estoques (CELANI; MACHADO; MUNIZ, 2013).
A relação da empresa com seus fornecedores é outro ponto importante que
impacta diretamente a formação de estoques, já que pode ajudar ou prejudicar
consideravelmente a gestão, formação ou eliminação desses estoques. Quanto
melhor o relacionamento com os fornecedores e mais confiáveis eles forem, menor
é a necessidade de criar estoque, ou seja, ter fornecedores que sempre cumprem
os prazos de entrega e que preferencialmente são localizados geograficamente
mais perto são benefícios que podem auxiliar para que as empresas não neces-
sitem criar grandes estoques. O ideal é que os processos de entregas seguissem
o Just in Time, no qual os fornecedores pudessem entregar no exato momento.
Muitas empresas do oriente, principalmente Japão, analisando e acreditando nos
benefícios do just in time com os fornecedores, criaram a cultura de adquirir
terrenos em volta de suas instalações e incentivaram para que os fornecedores
mudassem para essas áreas (ALMEIDA; OLIVEIRA; PERLIN, [2016], on-line)5.
Para um bom funcionamento dos processos produtivos, é importante haver
na empresa um estudo sobre o estoque, para que eles existam em níveis adequados
para a demanda da empresa, uma vez que, em excesso, podem aumentar consi-
deravelmente os custos do produto, dificultar gestão de espaço e movimentos e
OS SETE DESPERDÍCIOS
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Caro(a) aluno(a), falar sobre o Sistema Toyota de produção por aqui não é novo,
mas neste tópico estaremos aprofundando nosso conhecimento na classificação
das perdas que o sistema tenta eliminar dos seus processos de produção.
Como você já sabe, o sistema Toyota surge em um momento pós-guerra, em
que o país se encontra sem muitos recursos e a montadora Toyota, especifica-
mente, sem condições de investir financeiramente em novas tecnologias. Além
disso, naquela época se estimava que um trabalhador norte-americano era pelo
menos 10 vezes mais produtivo que um japonês, e a empresa procurava encon-
trar o motivo de uma diferença tão grande em produtividade. Na viagem de Eiji
Toyoda e Taiichi Ohno aos Estados Unidos, que já citamos em um item anterior,
foi identificado que essa diferença estava nos métodos de produção, principal-
mente nas perdas. A partir desse momento, da identificação desse ponto, se
iniciou um trabalho para identificar e, principalmente, eliminar tudo o que não
agregasse valor ao produto e assim esse era classificado como desperdícios.
Na busca por enxugar ao máximo os processos produtivos executados pela
empresa, foram identificados 7 desperdícios principais, os quais foram perse-
guidos e eliminados da realidade dos processos da empresa, uma vez que são
atividades realizadas que não agregam valor ao produto e consomem recursos,
consequentemente aumentando o custo do produto. Segundo Ohno, em seu livro
“O Sistema Toyota de Produção: Além da produção em larga escala”, ao pen-
sar sobre eliminação total de desperdícios, devemos ter em mente dois pontos:
1. O aumento da eficiência só faz sentido quando está associada a re-
dução de custo. Para obter isso, temos que começar a produzir apenas
aquilo que necessitamos utilizando o mínimo de mão-de-obra;
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Os Sete Desperdícios
72 UNIDADE II
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ocasionado por layouts mal elaborados, que possuem obstáculos no meio do
caminho, fazendo o operador desviar seu caminho. Pode também ser ocasio-
nado por movimentos dos operadores para escolher material, alcançar alguma
ferramenta ou enchendo caixas com peças. Estudo de métodos e tempo podem
contribuir para melhorar a rotina das operações.
Excesso de estoque: estoque de matéria-prima, produto em elaboração ou
produto acabado são grandes problemas para o sistema, uma vez que represen-
tam “dinheiro parado”, devido à produção ser “puxada”. O que pode auxiliar para
minimizar essa perda é a aplicação do Sistema Just in Time, com um planeja-
mento da produção alinhado com as etapas dos processos e sistema logístico
eficaz é possível reduzir consideravelmente os estoques, principalmente, de maté-
ria-prima e de produto acabado.
Excesso de produção: as perdas são devido à produção desnecessária de
produtos. Em determinados momentos, são consideradas uma das mais dano-
sas, pois acabam acarretando outros tipos de perdas também, uma vez que há o
uso de matérias-primas, mão de obra e transporte desnecessário, além de gerar
um estoque excessivo.
Produção de peças defeituosas: com a produção de peças com defeitos, há
perda de matéria-prima e com o retrabalho, que é identificado como dinheiro
jogado fora, uma vez que se além da matéria-prima houve perda de energia, mão
de obra e tempo que podem ocasionar ainda atrasos na entrega do produto. Para
minimizar essas perdas, a empresa pode utilizar de métodos de controle de qua-
lidade, além de criar processos que evitem os defeitos.
Super Processamento: ocasionado por processos dentro da fábrica, mas que
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não agregam valor ao produto, ao contrário, são desnecessários para o bom fun-
cionamento da fábrica. As máquinas e equipamentos em geral são utilizados de
maneira inadequada nas operações, ocasionando muitas vezes desperdícios de
matérias-primas, tempo e energia dentro do próprio processo.
A Figura 2 ilustra os 7 desperdícios identificados por Ohno (1997).
OS 7 DESPERDÍCIOS DA INDÚSTRIA
Os Sete Desperdícios
74 UNIDADE II
Segundo Mike Rother e John Shook (1999 apud REZENDE, [2016], p. 6, on-line)6,
o Mapa de Fluxo de Valor é definido como sendo
A trilha da produção de um produto, desde o consumidor até o forne-
cedor, e cuidadosamente desenhando a representação visual de cada
processo no fluxo de material e informação. Assim, há o questiona-
mento dos pontos e desenha-se um mapa no estado futuro, consideran-
do como o processo deveria fluir. Executando essa tarefa algumas vezes
fica mais simples identificar o valor e os pontos que há desperdícios.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Para a visualização do fluxo de valor é utilizado conjunto de símbolos pré-defi-
nidos, auxiliando na identificação do fluxo dos processos executados, ajudando
na redução da complexidade do sistema produtivo que resulta em diretrizes para
analisar possíveis melhorias, dessa forma não necessitando de técnicas ou fer-
ramentas isoladas.
5’S
Esta ferramenta é denominada pela sigla 5’S, pois relaciona cinco palavras japo-
nesas que iniciam com a letra “s”, que têm como objetivo a conscientização de
todos os colaboradores sobre o resultado de ambientes limpos, organizados,
proporcionando condições para maior produtividade e menos desperdícios. Os
cinco sensos são:
Seiri: é o senso da utilização que se refere a evitar o acúmulo e eliminar
tudo o que não for necessário para utilização no desenvolvimento de processos.
Seiton: é o senso da ordenação que se refere à organização dos espaços e/
ou setores de uma organização. Os materiais que são necessários a um departa-
mento devem ser organizados e guardados em local pré-definidos e de fácil acesso.
Seisou: é o senso que se refere à limpeza dos espaços, deve-se eliminar todas
as sujeiras e analisar quais as causas da sua origem.
Seiketsu: senso da saúde e bem-estar, relacionado com a aplicação dos “s”
anteriores, eliminando as desordens e consequentemente tornando um local
mais agradável e de fácil manutenção.
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Os Sete Desperdícios
76 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: Shingo (1996, p. 290).
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Programação de Produção
OC OM
Segundo Godinho Filho (2010 apud FERNANDES, 2013), todos os sistemas exis-
tentes possuem vantagens e desvantagens. Dentre as desvantagens, destacam-se:
■■ Maior quantidade de matérias-primas nos inventários, para atender à
produção.
■■ Maiores estoques intermediários, já que uma operação precedente não
produz somente o que a operação sucessora necessita, mas sim tudo o
que a operação pode ou deve produzir.
■■ Custos operacionais maiores, já que podem ser produzidos além do neces-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
sário, dessa forma desperdiçando mão de obra, estoque e produção.
■■ Dificuldade de identificar causas de problemas, uma vez que a formação
de estoque pode camuflá-los.
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DEPARTAMENTO
DE Pedido
PROGRAMAÇÃO
Cliente
HEIJUNKA BOX
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 5 - Sistema de Produção Puxado Supermercado
Fonte: Marchwinski e Schroeder (2011, p. 79).
DEPARTAMENTO
LISTA DE Pedido
SEQUENCIAL PROGRAMAÇÃO
Cliente
LEAN THINKING
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Tal sistema permite que os outros dois possam ser aplicados de forma seletiva,
conseguindo usufruir dos benefícios dos dois sistemas, mesmo em situações de
demandas variadas, conforme podemos visualizar na Figura 7.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DEPARTAMENTO
DE Pedido
PROGRAMAÇÃO
Cliente
HEIJUNKA BOX
FIFO FIFO
Figura 7 - Sistema Misto com Supermercado e Sequencial
Fonte: Marchwinski e Schroeder (2011, p. 81).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
cios, que, por sua vez, são classificados como processos que não agregam valor
ao produto fabricado. Podem se dividir em 7 diferentes desperdícios, quais
sejam Defeitos, Superprodução, Estoque, Espera, Transporte, Movimentação e
Superprocessamento.
Para a eliminação de desperdícios e a fabricação de produtos manufatura-
dos com qualidade, vimos que a manufatura enxuta possui dois pilares, sendo
um deles a utilização do Just in Time, que consiste em uma filosofia ou sistema
de administração da produção que determina que tudo será transportado ou
fabricado no tempo exato, para que, entre outros efeitos, não haja formação de
estoques na empresa. Além de ser classificado como desperdício, pode acarre-
tar no aumento do custo do produto, bem como atrapalhar o fluxo correto da
produção que deve ser puxada.
Por fim, aprendemos a diferença da produção “empurrada” e da produção
“puxada”, as vantagens e desvantagens de amplos os sistemas e como podem
impactar na gestão produtiva de uma empresa. Conseguimos, ao final desta uni-
dade, identificar que o Sistema de Manufatura enxuta tem como objetivo inicial
e atual o conceito de se fabricar mais, utilizando menos matéria-prima, menos
mão de obra, focando os esforços para sempre agregar valor ao produto que pre-
cisa atender às necessidades e expectativas do cliente.
LEAN THINKING
83
3. Assinale as questões a seguir sobre Estoques com Verdadeiro (V) ou Falso (F):
( ) Os estoques, basicamente, podem ser classificados em Estoque de maté-
ria-prima, que consiste em materiais e insumos necessários para iniciar o
processo produtivo; Estoque intermediário, que são estoques de produtos
semiacabados na produção; Estoque de produtos acabados, que corres-
ponde a estoques de produtos acabados que se encontram prontos para a
venda aos clientes.
( ) Os estoques, independente da sua classificação, não são considerados des-
perdícios, uma vez que são constituídos de matérias-primas, produtos se-
miacabados ou acabados que serão transformados ou vendidos gerando
ganho financeiro para a empresa em algum momento.
( ) O relacionamento com os fornecedores não afeta a gestão dos estoques de
nenhuma empresa, uma vez que os estoques são produzidos ou consumi-
dos apenas por decisões que vêm internamente da organização, indepen-
dente dos fornecedores da empresa.
4. Em relação aos desperdícios identificados em uma empresa:
a. Os desperdícios são classificados em 7, sendo eles: estoque, movimentação,
transporte, superprocessamento, superprodução, defeitos e espera.
b. São considerados desperdícios todos os processos desenvolvidos na pro-
dução de um produto, que não o agreguem valor, ou seja, processos que
podem ser eliminados, já que não impactam na qualidade desse produto.
c. O desperdício em relação ao movimento é caracterizado pela movimenta-
ção de materiais mais que o necessário, sendo que o ideal é transportar o
máximo de carga, no menor tempo, com pouco recurso.
d. O superprocessamento não é classificado como desperdício, pois quanto
mais processamos determinado produto, com maior qualidade esse mesmo
irá ao mercado.
Assinale a alternativa correta:
a. Apenas I e II estão corretas.
b. Apenas II e III estão corretas.
c. Apenas I está correta.
d. Apenas I, III e IV estão corretas.
e. Nenhuma das alternativas está correta.
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O PROBLEMA
Uma determinada empresa passava por problemas de acúmulo de dívidas, baixo fatu-
ramento que acarretou atrasos recorrentes da folha de pagamento e desmotivação dos
colaboradores. Além da fábrica, a empresa possuía mais 7 lojas em diferentes cidades e
cada uma com clientes distintos.
Diante de tal situação, a empresa contratou uma consultoria especializada que iniciou
os trabalhos aplicando um diagnóstico geral em toda a empresa. Inicialmente já foi
identificado que a empresa não possui um sistema de informação adequado, o que cau-
sou desencontro de informações do estoque real entre fábrica e as 7 lojas da empresa.
Além das informações desencontradas do estoque, foram diagnosticados várias pontos
que necessitavam serem trabalhados e melhorados, como, por exemplo, falta de critério
na apuração dos resultados diários das lojas, desconhecimento do ponto de equilíbrio
de cada loja e da empresa de modo geral, o que impossibilita a utilização de metas e in-
dicadores, além de preço de venda incorreto e também falta de controle de estoque na
fábrica que no momento possuía a quantidade de 22 mil peças nas 7 lojas, devido baixo
giro com um tempo de permanência 10 meses em relação às vendas.
A SOLUÇÃO
Após etapa de diagnóstico, a equipe de consultoria realizou uma análise de balanço
com a qual foi possível observar que no momento os estoques eram os maiores ativos
da empresa, que não baixava com o decorrer do tempo mesmo com diminuição de ven-
da e produção.
Assim foi apresentado a empresa sugestão de ações, uma delas foi o desenvolvimento
de controle diário utilizando uma planilha que concentrasse o estoque de todas as lojas,
dessa forma era possível transferir produto de uma loja para a outra, não necessitando
que o pedido entrasse em produção e gerasse mais estoque para a empresa.
Cada uma das lojas também passou a controlar seus respectivos estoques e caixas
diariamente, realizando um inventário de cada loja e da própria fábrica. A partir desse
momento, antes de produzir para reposição, consultavam as planilhas de estoque para
verificar a possibilidade de transferência do produto e assim cessou o crescimento do
estoque.
Além da gestão de estoques, cada loja fez análises e passou a conhecer seu ponto de
equilíbrio e com isso estabeleceram metas de vendas viáveis para as vendedoras que se
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sentiram mais motivadas. A fábrica por sua vez também desenvolveu uma planilha de
custos diretos e indiretos e assim foi possível calcular o ponto de equilíbrio e preço de
venda para cada loja.
Com essas ações sendo desenvolvidas devidamente nos primeiros meses, as lojas e fá-
brica superaram seus pontos de equilíbrio, diminuíram muito o estoque se tornando
uma empresa lucrativa, colocou salários de colaboradores em dia, quitou dívidas com
fornecedores, bancos e terceiros, ou seja, a situação melhorou consideravelmente e to-
das as ações passada pela consultoria foram continuadas, resultado em uma melhor
gestão e consequentemente em melhores resultados.
Fonte: adaptada de Mendonça (2008, on-line)8.
MATERIAL COMPLEMENTAR
REFERÊNCIAS ON-LINE
1
Em: <http://www.webartigos.com/artigos/modelo-toyota-de-producao-indus-
trial-o-sistema-toyota-de-producao/60176/#ixzz4F3QEqCym>. Acesso em: 15 jul.
2016.
2
Em: <https://seminarioproducaoenxuta.files.wordpress.com/2014/07/artigos-so-
bre-produc3a7c3a3o-enxuta.pdf>. Acesso em: 16 jul. 2016.
3
Em: <http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/509>.
Acesso em: 15 jul. 2016.
4
Em: <http://www.citisystems.com.br/jidoka/>. Acesso em: 16 jul. 2016.
5
Em: <http://www.abenge.org.br/CobengeAnteriores/2000/artigos/170.PDF>.
Acesso em 21 jul. 2016.
6
Em: <http://www.aedb.br/wp-content/uploads/2015/05/104157.pdf>. Acesso em:
18 jul. 2016.
7
Em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2008_tn_stp_069_490_12240.
pdf>. Acesso em: 21 jul. 2016.
8
Em: <http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/case-excesso-de-es-
toque/25973/>. Acesso em: 30 ago. 2016.
91
GABARITO
1. D.
2. C.
3. V, F, F.
4. A.
5. V, F, V.
Professora Regiane Francieli Mendes
UTILIZANDO O LEAN
III
UNIDADE
MANUFACTURING
Objetivos de Aprendizagem
■■ Conhecer as ferramentas que podem ser utilizadas no dia a dia para a
melhoria de processos.
■■ Entender a importância da padronização das atividades da empresa.
■■ Conhecer os tipos de layout e como eles podem contribuir com a
produtividade da empresa.
■■ Identificar e conhecer as formas de medir os processos produtivos da
empresa.
■■ Entender a importância e aprender a balancear o sistema produtivo.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Ferramentas do Lean e suas Utilizações
■■ Padronização
■■ Layout
■■ Métricas do Lean: Tempo talk, Tempo de ciclo, Conteúdo de trabalho
■■ Balanceamento das Operações.
95
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a)! Nesta unidade você aprenderá um pouco mais sobre o
Lean Manufacturing, quais seus principais conceitos e as ferramentas emprega-
das, que têm como objetivo geral eliminar perdas nos processos, aumentando o
valor agregado e qualidade nos produtos.
Assim como o Lean Thinking, o Lean Manufacturing tem sua base no Sistema
Toyota de produção. Aqui, serão apresentadas algumas ferramentas que não
fazem parte do Thinking, porém são importantes para o bom desenvolvimento
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Introdução
96 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
serem evitadas, sendo elas:
1. Superprodução.
2. Estoque.
3. Espera.
4. Transporte.
5. Defeitos.
6. Movimentação nas operações.
7. Processamento.
C/T=1sec.
C/Q=1hour
Stamping Uptime=85% I Tues+
200 T Michigan 27,600 sec. av.
4600L Thurs.
EPE=2weeks
Steel Co. 2400R
Processo Fornec./ Caixa de Dados Inventário Embarque p/
Clientes Caminhão
Weld
chanceover
Flexa de Produtos
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Produção Acabados Super Operador Kaizen
Empurrada p/ o Cliente Mercado
Weekly OXOX
Almoxarifado
Tecido Corte do Montagem produtos
Costura “racks” Tapeçaria acabados Expedição
E tecido final
2 semanas E E E E
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Corte do
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tecido FIF
O
Tecido Lote=7 Costura-tapeçaria Expedição
assentos +montagem
TR=<5min Esteira Plataforma
Takt=132 S
TR=Ø
5’S
Para Lago, Carvalho e Ribeiro (2008), essa ferramenta pode ser utilizada tanto
em ambientes industriais como administrativos. Como já visto na unidade ante-
rior, o objetivo dessa ferramenta é simplificar o ambiente de trabalho por meio
de uma organização que elimina/reduz as atividades que não agregam valor. As
etapas do 5S que devem ser seguidas são fundamentais para a aplicação da fer-
ramenta. Marchwinski e Shook (2011) demonstram os cinco termos iniciados
com a letra S. Esses termos, em japonês, são:
■■ Seiri: separar os itens necessários dos desnecessários – ferramentas, peças,
materiais, documentos – descartando os últimos.
■■ Seiton: organizar o que sobrou, definindo um lugar para cada coisa e colo-
cando cada coisa em seu lugar.
■■ Seiso: limpeza.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O ponto fundamental para utilizar essa ferramenta é que o esforço deve ser sis-
temático e não um programa isolado.
ANDON
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Figura 4 - Exemplo de funcionamento do Andon
Fonte: Guerra ([2016], on-line)2.
KANBAN
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do Lean. Existem algumas outras que não foram citadas, porém também podem
ser usadas no dia a dia das empresas para melhoria dos processos, buscando o
fluxo contínuo das operações e a melhoria contínua, sendo que o principal é a
eliminação de desperdícios.
O Poka Yoke surgiu nos anos 1960, quando Shigeo Shingo, hoje considera-
do um gênio da engenharia, liderava a produção da Toyota. Não havia um
dia em que ele não se deparasse com falhas humanas, que resultavam em
produtos defeituosos: e, por isso, não havia um dia em que não ficasse irrita-
do. Diante disso, Shingo começou a desenvolver técnicos que, por vingança,
chamou de Baka (“Idiota”, em japonês) Yoke (“à prova de”), em um processo
que dispensa traduções. Aos poucos, porém, as técnicas foram aprimoradas,
se provaram profundamente eficazes e ganharam aderência. Para não ofen-
der ninguém, Shingo trocou o Baka por Poke.
Hoje, o Poka Yoke é uma técnica absolutamente consagrada de gestão em
processos industriais, mas não só. A lógica da ferramenta se ampliou, de
modo que ela pode ser aplicada a qualquer situação que envolva riscos de
falhas ou defeitos.
Fonte: Endeavor Brasil (2015, on-line)3.
Não tem tempo para melhorias? Sempre as pessoas estão muito ocupadas e
dizem não ter tempo para tais atividades. Contudo, quando sua empresa for
a falência, aí sim lembrará do tempo e melhorias.
(Shigeo Shingo)
PADRONIZAÇÃO
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Padronização
106 UNIDADE III
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■■ O estoque padrão, considerando também os itens nas máquinas, neces-
sários para manter o processo operando.
Ciclo PDCA
Check Do
Padronização
108 UNIDADE III
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padronização pode proporcionar nos processos e consequentemente na empresa
como um todo:
■■ Redução de falhas.
■■ Estabilidade da linha de produção.
■■ Produção de pequenos lotes.
■■ Regulação e melhorias nos processos das funções.
■■ Valorização, participação e autocontrole dos colaboradores.
LAYOUT
(SILVA, on-line)5.
Para Sims (1990 apud SILVA; RENTES, 2002, p. 2), “a melhor movimenta-
ção de material é não movimentar”. Essa afirmação é excelente, o ideal é ajustar
as células de produção para não ter que movimentar. As características que um
layout deve apresentar são as seguintes:
■■ O fluxo entre consecutivos pares de operações precisa ter uma distân-
cia pequena.
■■ O fluxo precisa ser unidirecional com um mínimo de retorno ou cruza-
mento de dois fluxos em uma mesma máquina.
■■ O fluxo dentro dos setores produtivos precisa ter um perfil que propor-
cione facilidade no entendimento.
Rodrigues (2014) cita os principais tipos de layout, sendo eles:
■■ Layout por linha.
■■ Layout por processo.
■■ Layout por posição.
■■ Layout por células.
Layout
110 UNIDADE III
Esse tipo de layout tem como característica o fato de as estações de trabalho esta-
rem na sequência determinada pelas operações. É usado em unidades produtivas
que não têm muita diversificação. Assim sendo mais elevada a padronização,
consequentemente, o investimento inicial será maior, porém o custo final dos
produtos será menor (Figura 6).
■■ Os pontos positivos desse layout são:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ Facilitação dos métodos de controles.
■■ Gestão dos operadores.
■■ Previsão de fluxo de materiais.
ENTRADA
MATERIAIS Estação de Estação de Estação de Estação de
Trabalho Trabalho Trabalho Trabalho
LINHA A
SAÍDA
ENTRADA PRODUTO
MATERIAIS Estação de Estação de Estação de Estação de FINAL
Trabalho Trabalho Trabalho Trabalho
LINHA B
Layout
112 UNIDADE III
PROCESSO A SAÍDA
PRODUTO
FINAL
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ENTRADA Estação de Estação de Estação de
MATERIAIS Trabalho Trabalho Trabalho
PROCESSO B PROCESSO C
Figura 7 - Exemplo de layout por processo
Fonte: Rodrigues (2014, p. 91).
Esse tipo de layout também é conhecido por layout por posição fixa. Tem como
característica ser utilizado em processos nos quais o produto permanece fixo
durante todo o processamento e quem se move são as estações de trabalho em
volta dele. Geralmente é utilizado na produção de produtos únicos, que não têm
baixa ou não têm nenhuma padronização (Figura 8).
UNIDADE A UNIDADE B
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Produto Fixo
em Construção
PRODUTO ACABADO
Layout
114 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Estação de
Trabalho
Estação de
Trabalho
Estação de
Trabalho
CÉLULA A
Estação de
Trabalho
Estação de Estação de Estação de
Trabalho Trabalho Trabalho
Estação de
Trabalho
Estação de Estação de
Trabalho Trabalho
Caro(a) aluno(a), esse tipo de layout é muito utilizado em forma de “U”, sendo
um formato que o fluxo fica muito próximo do contínuo, ou seja, uma unidade
por vez ou em pequenos lotes, mantidos ao longo das etapas do processamento.
Evita que os colaboradores percorram distâncias muito grandes, possibilitando
combinações diferentes de tarefas para os operadores (Figura 10).
Máquina 5
Máquina 5
Produto
Acabado
Máquina 4 Saída
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Máquina 3 Entrada
matéria-prima
Máquina 2 Máquina 1
Figura 10 - Exemplo de layout por célula em formato “U”
Fonte: Rodrigues (2014, p. 94).
Fica evidente que o layout vai muito além de um aspecto estético de uma empresa,
principalmente, de uma indústria. Um layout bem dimensionado permite melhor
funcionalidade de todos os processos, proporcionando melhor aproveitamento
de espaço, mais segurança aos colaboradores, além de economia nos custos e de
tempo. Assim, é necessário realizar uma análise dos processos e do espaço para
identificar qual tipo de layout se enquadra às necessidades da empresa.
Layout
116 UNIDADE III
TEMPO TALK
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Segundo Marchwinski e Shook (2011), o tempo takt foi usado pela indústria
aeronáutica alemã na década de 1930 como ferramenta de gestão de produção.
Significava o intervalo de tempo em que a aeronave era transportada para a esta-
ção da produção seguinte. Esse conceito foi amplamente utilizado na Toyota na
década de 1950 e o desenvolvimento da ferramenta foi efetivo, tornando-a difun-
dida na cadeia de fornecedores da empresa na década seguinte.
Para Alvarez e Antunes (2001, p. 8), o tempo takt pode ser definido “a par-
tir da demanda do mercado e do tempo disponível para produção; é o ritmo de
produção necessária para atender a demanda”. De acordo com Iwayama (1997
apud ALVAREZ; ANTUNES, 2001, p. 8), “o takt-time é o tempo alocado para a
produção de uma peça ou produto em célula ou linha. A ideia de ‘alocação’ de
um tempo para produção pressupõe, naturalmente, que alguém o ‘aloca’”.
Sendo assim, Alvarez e Antunes (2001, p. 9) ampliaram o conceito da seguinte
forma: “takt-time é o ritmo de produção necessário para atender a um deter-
minado nível considerado de demanda, dadas as restrições de capacidade da
linha ou célula”.
Segundo Rother e Harris (2002, p. 24),
“Takt Time” é a velocidade na qual os clientes solicitam os produtos
acabados. Ela é determinada pela divisão do tempo total disponível de
produção por turno, pela necessidade do cliente. Como uma orientação
geral, quando o “takt time” para a célula ficar abaixo de 10 segundos, o
trabalho do operador pode tornar-se altamente repetitivo e estressante.
Quando uma demanda elevada exigir “takt times” pequenos, pode se
pensar em usar múltiplas células iguais, possivelmente lado a lado, ao
Porém como chega-se nesse tempo takt? Na sequência, veremos alguns exem-
plos de como calcular esse tempo em nossa linha ou célula produtiva.
Marchwinski e Shook (2011) expõem um exemplo de como calcular o tempo
takt. Se uma fábrica opera 480 minutos por dia e a demanda do cliente é de 240
unidades diárias, o tempo takt é de dois minutos. Do mesmo modo, se os clien-
tes desejam dois novos produtos por mês, o tempo takt é de duas semanas. O
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
“takt time”
Usado para ajudar a sincronizar a velocidade da produção ao ritmo das vendas
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Dividindo os 27.600 segundos disponíveis por 690 unidades, determinamos
o tempo takt: 40 segundos.
Tempo takt = 27.600 segundos / 690 unidades = 40 segundos por peça
Assim temos o “ritmo” do mercado, a cada 40 segundos deve ter um pro-
duto pronto no final da linha ou célula produtiva.
TEMPO DE CICLO
A B C D
A
Operação
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
C
t (min)
t=0 t=1 t=2 t=3 t=4 t=5 t=6
CONTEÚDO DE TRABALHO
Rother e Harris (2002) orientam que, após a coleta dos dados, é necessário
elaborar uma Folha para o Estudo do Processo e assim registrar as informações,
conforme exposto na Figura 14.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Figura 14 - Exemplo Folha para o Estudo do Processo
Fonte: Rother e Harris (2002, p. 19).
Caro(a) aluno(a), vimos até aqui algumas ferramentas Lean e suas utilizações, a
importância de um sistema padronizado. Na sequência, os tipos de layout que
contribuem para a produtividade da empresa, as métricas do Lean que são essen-
ciais para a medição do processo produtivo. No entanto precisamos garantir que
o sistema fique contínuo e para isso utilizamos o balanceamento das operações.
Para Shingo (1996), o objetivo do balanceamento é que cada processo sem-
pre produza a mesma quantidade do processo anterior, ou seja, sempre produzir
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Balanceamento Das Operações
124 UNIDADE III
tempo
takt
40 seg
35
30
25
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Pegar a válvula e
Pegar peça colocar no dispositi-
acabada e prender vo de fixação
a mola
20 Colocar e fixar com
grampo
Pegar a mangueira Pegar a braçadeira e Apertar a mola nos
e colocar colocar do lado Colocar na caixa
15 esquerdo e montar na
grampos
Pegar o conector, mangueira
Colocar no Pegar a peça acabada e Inspecionar
colocar e fixar no
grampo dispositivo de inspecionar as dobras
10 fixação e fixar
Pegar o tubo e
Pegar a mangueira e Colocar e fixar a Remover a cobertura
colocar na
montar a braçadeira mangueira do lado da mangueira e
Montagem I
do lado direito esquerdo fixá-la
5 Prender no Pegar a peça acabada,
Pegar o tubo de Colocar no
dispositivo de colocar a mangueira
aço e colocar na dispositivo de
fixação da monta- do lado direito no
dobradeira gem II dispositivo de fixação fixação para testar
1 2 3 4
A B
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
128
3. Cite pelo menos três benefícios que a padronização pode proporcionar para as
empresas que buscam a produção enxuta.
4. Uma fábrica trabalha 8 horas/dia (480 minutos) e a demanda do mercado é de
120 unidades/dia. Qual é o tempo takt?
5. Qual é o objetivo do balanceamento das operações?
129
REFERÊNCIAS ON-LINE
1
Em: <http://www.lean.org.br/artigos/36/como-operar-um-andon.aspx>. Acesso
em: 11 jul. 2016.
2
Em: <https://sites.google.com/site/ingenierosindustrialesumca/localizacion-y-dis-
tribucion-de-plantas>. Acesso em: 21 set. 2016.
3
Em: <https://endeavor.org.br/poka-yoke/>. Acesso em: 12 jul. 2016.
4
Em: <http://www.sobreadministracao.com/o-ciclo-pdca-deming-e-a-melhoria-
-continua/>. Acesso em: 21 set. 2016.
5
Em: <http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/1661>.
Acesso em: 20 jul. 2016.
133
REFERÊNCIAS
IV
UNIDADE
O FLUXO DE VALOR
Objetivos de Aprendizagem
■■ Conhecer o surgimento da estrutura do mapeamento do fluxo de
valor.
■■ Conhecer o conceito de fluxo de materiais e de informações no MFV.
■■ Identificar a importância da seleção da família de produtos e o
gerente do fluxo de valor.
■■ Entender a construção do mapa do estado atual.
■■ Identificar a diferença entre produção puxada e produção
empurrada.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ A origem e Estrutura do Mapeamento do Fluxo de Valor (MFV)
■■ O Fluxo de Informações e Materiais
■■ A Família de Produtos e o Gerente do Fluxo
■■ O Mapa do Estado Atual
■■ Produção Empurrada versus Produção Puxada
137
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a)! Nesta unidade você irá aprender um pouco mais sobre
o Mapeamento do Fluxo de Valor, desde o surgimento dessa ferramenta até a
consolidação de um mapa no estado atual. Será possível se ambientar com a fer-
ramenta para poder seguir em frente com a próxima unidade.
A ferramenta de Mapeamento do Fluxo de Valor (MFV), também conhe-
cida como Value Stream Mapping (VSM), busca, por meio de uma representação
gráfica em um papel comum, a identificação de desperdício. Ela é um dos méto-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Introdução
138 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
der a uma finalidade específica (NATIONAL GEOGRAPHIC, 2005, on-line)1.
O Mapeamento do Fluxo de Valor
(MFV), termo também conhe-
cido em inglês como Value Stream
Mapping (VSM), trata-se de uma fer-
ramenta elaborada pela Operations
Management Consulting Division
(OMCD), da Toyota Motor
Company, companhia criada por
Ohno para a prática do Sistema
Toyota de Produção (VIEIRA, 2006
apud GHINATO, 1996). A fer-
ramenta MFV, apesar de ter sido
desenvolvida pela Toyota na década de 80, acaba por ser disseminada externa-
mente após os anos 90, por Rother e Shook (2003), a pedido de Womack (VIEIRA,
2006 apud WOMACK, 2006).
Diferentemente de outras ferramentas utilizadas para análise de processos,
que apontam o fluxo de materiais e o fluxo de informações, o MFV disponibiliza,
em representação gráfica, ambos os fluxos, juntamente com os respectivos indi-
cadores de desempenho. A ferramenta abrange a análise dos fluxos em diversos
departamentos ou setores, permitindo uma visão geral de onde o valor é trans-
formado para obter o produto (LIMA et al., 2010), conforme exposto na Figura 1.
O FLUXO DE VALOR
139
Controle de
produção
Previsão Pedido
Fornecedor diário Cliente
MAP
2500 pares
1800 à direita; 700 à
esquerda
Plano
Ter e Qui 1x ao
dia
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
! ! !
1500 1 2400 2 1800
bobinas Tempo do ciclo 48 lâminas Tempo do ciclo 62 tesouras
Tempo de mudança 107 Tempo de mudança 86
de fabricação de fabricação
Tempo de
carregamento da
5 dias 2 dias 2,5 dias produção: 9,5 dias
Tempo de
48 segundos 62 segundos
processamento: 110
segundos
Figura 1 - Diagrama do estado atual simplificado
Fonte: Microsoft ([2016], on-line)2.
Mike Rother, por meio de uma análise dos conceitos e técnicas lean, percebeu
a ferramenta de mapeamento do fluxo de valor enquanto estudava as práticas
de implementação lean na Toyota. Notou, também, que esse método poderia
ir muito além do seu uso tradicional. Foi então que Rother acabou formali-
zando a ferramenta que constitui esse método conhecido como MFV. Já John
Shook, que conhece por dez anos a ferramenta, não havia notado a real impor-
tância do método até então, visto que, na época que John trabalhou na Toyota,
o mapeamento tratava-se de “um simples instrumento de comunicação usado
por indivíduos que aprendem sobre seu trabalho através de suas próprias expe-
riências concretas” (ROTHER; SHOOK, 2003, p. 1).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
desperdício. Os princípios que fundamentam o método VSM ou MFV não são
complexos, logo, é de fácil acesso. O grande apoio dessa ferramenta voltada para
a produção enxuta é a redução da complexidade de visualização do sistema pro-
dutivo, disponibilizando uma gama de informações capazes de julgar o estado
atual e então obter diretrizes para o desenvolvimento de uma situação melho-
rada (o mapa futuro) (ANDRADE, 2001 apud MAIA et al., 2010).
O FLUXO DE VALOR
141
Vieira (2006, p. 38) afirma, ainda, que a ferramenta MFV, assim como as outras
do lean, “se concentra mais sobre as questões relativas à redução do lead time
(dimensão do tempo) dos sistemas. A dimensão tempo parece ser a principal e,
às vezes, a única dimensão considerada neste tipo de ferramenta”.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O FLUXO DE VALOR
143
Rother e Shook (2003) sugerem que não se deve mapear todos os seus fluxos
de valor de uma só vez, mas é preciso mapear somente o fluxo que irá realmente
implantar. O melhor é ir direto ao “chão de fábrica” (onde as coisas acontecem)
para construir o desenho. Caso já exista a intenção de criar um novo processo
de produção, pode-se primeiramente construir o desenho do mapa futuro, ou
seja, estado futuro (ideal) do fluxo de valor.
Queiroz, Rentes e Araujo (2004, p. 2) propõem que a construção da estru-
tura do mapeamento do fluxo de valor pode ser facilmente explicada da seguinte
maneira: “siga a trilha da produção de uma família de produtos de porta-a-porta
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
FLUXO INFORMAÇÃO
Controle de
produção
Previsão
P Pedido
FORNECEDOR
Fornecedor diário CLIENTE
Cliente
MAP
2500 pares
1800 à direita; 700 à
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
esquerda
Plano
Ter e Qui 1x ao
dia
EMPRESA
! ! !
1500 1 2400 2 1800
bobinas Tempo do ciclo 48 lâminas Tempo do ciclo 62 tesouras
Tempo de mudança 107 FLUXO MATERIAIS
Tempo de mudança 86
de fabricação de fabricação
Tempo
mpo de
carregamento da
5 dias 2 dias 2,5 dias produção: 9,5 dias
Tempo de
48 segundos 62 segundos
processamento: 110
segundos
Figura 3 - VSM - Mapeamento da Cadeia de Valor
Fonte: o autor.
O FLUXO DE VALOR
145
a formação do fluxo de valor enxuto. Portanto, cada processo possui sua progra-
mação individual, não interligado ao processo anterior ou posterior, produzindo
em um ritmo que gera lotes de dimensões que fazem sentido somente para aquela
ilha (processo). Ou seja, não é enxergado diante da ótica do fluxo de valor enxuto
(produção puxada) (QUEIROZ; RENTES; ARAUJO, 2004).
Vieira (2006) coloca que o fluxo de informação é focado no suporte às
necessidades dos processos. No decorrer do mapeamento, busca-se responder
questões como:
■■ Como a empresa faz para saber o quanto fabricar?
■■ Como a informação chega à linha de produção?
■■ Como o fornecedor sabe quando expedir?
■■ Como ele recebe a previsão de vendas?
Rother e Shook (2003, p. 5) destacam que “na produção lean, o fluxo de infor-
mações deve ser tratado com tanta importância quanto o fluxo de materiais”. O
modelo que segue a Toyota poderia utilizar os mesmos processos das empresas
que produzem em massa, como estamparia, solda, pintura. De acordo com a prá-
tica da Toyota, a produção nas plantas é regulada de maneira muito diferente,
que a todo momento busca responder à seguinte pergunta: “como é possível fluir
a informação de modo que um processo seja acionado somente quando o pro-
cesso seguinte solicitar?”.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
balho, em uma das agências foi possível encontrar mais de 400 problemas
desde o processo de coleta e entrega das correspondências.
Fonte: Ferro (2005, on-line)4.
Para Vieira (2006 apud WOMACK, 2006), o mapeamento do fluxo de valor é divi-
dido em alguns passos, sendo que, primeiramente, deve-se realizar a identificação
da família de produto. O resultado do MFV será proporcionalmente maior para a
empresa, na medida que melhor se definir a família de produtos a ser trabalhada,
já que todo o fluxo será analisado e melhorado em função daquele fluxo de família.
Rother e Shook (2003) sugerem que seja identificada a família de produto par-
tindo do consumidor final (cliente) no fluxo de valor. Uma família de produtos trata-se
de um conjunto de produtos que possuem etapas de processos em comum, ou seja,
são aqueles produtos que utilizam equipamentos em comum em seu processamento.
O FLUXO DE VALOR
147
são dispostos nas linhas. A definição das famílias de produtos fica por conta da
visualização dos processos em comum sobre esses produtos, conforme a Figura 4.
C
Produtos
D
E
F
G
Figura 4 - Exemplo de matriz para seleção de famílias de produtos
Fonte: Rother e Shook (2003, p. 6).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
produtivo”. Ainda, para Shook (1999 apud LUZ; BUIAR, 2004, p. 4), “aconselha-
-se que ele esteja ligado a autoridade máxima da unidade produtiva”.
Rother e Shook (2003) destacam uma descrição das tarefas de um gerente
do fluxo de valor:
■■ Reportar os progressos da implementação lean à pessoa mais influente
da unidade.
■■ Liderar a criação dos mapas do fluxo de valor do estado atual e futuro, bem
como do plano de implementação para sair do presente e chegar ao futuro.
■■ Monitorar todos os aspectos da implementação.
■■ Checar o fluxo de valor, todos os dias ou periodicamente.
■■ Para Rother e Shook (2003), os kaizens podem vir a serem divididos em
dois tipos: kaizen de fluxo e kaizen de processo, conforme Figura 5. O
kaizen de fluxo atua em melhorias no fluxo de valor e está relacionado à
gerência devido ao estilo departamental. Já o kaizen de processo está rela-
cionado ao chão de fábrica, ou “guemba” (no qual as coisas acontecem
– manufatura), por tratar de assuntos pontuais de processo.
O FLUXO DE VALOR
149
KAIZEN DO FLUXO
Alta (melhoria do fluxo de valor)
adm.
de (eliminação de desperdício)
Frente
foco
Figura 5 - Tipos de Kaizen
Fonte: Rother e Shook (2003, p. 8).
O MFV percorre as etapas da Figura 6, sendo que o estado futuro possui desta-
que, pois seu alvo é projetar e inserir um fluxo lean de valor no mapa em questão.
O estado atual e o futuro são esforços superpostos. As ideias sobre o
estado futuro virão à tona enquanto você estiver mapeando o estado
atual. Do mesmo modo, desenhar o estado futuro geralmente mostrará
importantes informações sobre o estado atual que você não havia per-
cebido. (ROTHER; SHOOK, 2003, p. 9).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Família de produtos 1
2
Desenho do estado atual
3
Desenho do estado atual
Plano de implementação 4
O FLUXO DE VALOR
151
Para construir o mapa do estado atual e o futuro, são utilizados ícones e sím-
bolos específicos (Quadro 1) que, de acordo com Rother e Shook (2003), se
dividem em três categorias: Fluxo de Materiais, Fluxo de Informações e Ícones
Gerais. São eles:
Quadro 1 - Ícones do mapa do fluxo de valor
T/C = 45s
Usado para registrar informações
TR = 30min
Caixa de dados relativas a um processo de manu-
2 Turnos
2% Refugo
fatura, departamento, cliente etc.
Segunda
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
+ Entrega via Cami-
Quarta Anotar a frequência de entregas.
nhão
O FLUXO DE VALOR
153
Programação
semanal Informação Descreve um fluxo de informação.
Kanban chegando
em lotes
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ÍCONES GERAIS REPRESENTA NOTAS
Para Luz e Buiar (2004), o fluxo de valor é toda ação, podendo ou não agregar
valor, mas que é necessária para fazer com que passe por todos os fluxos fun-
damentais para sua transformação. “Por exemplo, o fluxo de produção desde a
O FLUXO DE VALOR
155
B D F H I J L M
A C E G
1 1 1 E 1 1 1 1 1
20 dias
E L/T E L/T E L/T
5 dias 4 dias 7 dias 4 dias 7 dias 20 dias
Q
N P E Q
1 20 dias
1
E L/T
R
10 dias 4 dias
5 dias 4 dias 7 dias 4 dias 7 dias 20 dias 20 dias ∑ = 67 dias lead time=
1
67 dias + 4800s tempo de
10 dias 20 dias ∑ = 34 dias processamento=
4800s
600+300+900+2400+600=4800s
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ Número de operadores.
■■ Número de variações do produto.
■■ Tamanho da embalagem.
■■ Tempo de trabalho (menos os intervalos).
■■ Taxa de refugo.
O FLUXO DE VALOR
157
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
necessárias para repor o seu próprio banco, e assim sucessivamente.
PROGRAMAÇÃO
ORDEM DE PEDIDO
PRODUÇÃO
O FLUXO DE VALOR
159
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Conseguimos identificar as diferenças entre o fluxo de materiais e de infor-
mações, pois ambos fazem parte da construção do mapa atual e futuro e possuem
importâncias específicas no fluxo.
Entendemos a importância de seguir o passo a passo para a utilização do
método, especificamente por iniciar com a análise da seleção da família de pro-
dutos. Essa seleção é crucial para ter bons resultados no mapa futuro e até mesmo
na construção da situação atual. O gerente do fluxo de valor também é uma peça
chave inicial para o decorrer dos trabalhos em um MFV, por isso entendemos tam-
bém que é preciso ter uma pessoa liderando o esforço de mapear pessoalmente.
Foi possível conhecer o mapa do fluxo de valor atual, bem como sua cons-
trução e simbologia, que são utilizados tanto para representar o cenário presente
como também o sistema futuro ou ideal. Ou seja, conseguimos esclarecer como
identificar a situação atual de produção utilizando o desenho dos fluxos de mate-
riais e informações.
Ao término da unidade, no último tópico, pôde-se entender melhor as dife-
renças entre a produção empurrada e a produção puxada, ou ainda, sistema
empurrado e o sistema puxado. Tal compreensão é de grande importância para
darmos continuidade a unidade seguinte, pois entender o funcionamento de
uma produção empurrada faz com que identifiquemos desperdícios no mapea-
mento para já construir uma situação melhor ou ideal.
O FLUXO DE VALOR
161
d. Caso a empresa não possua uma família de produtos, não será possível aplicar
o MFV, pois não é viável aplicar a ferramenta em apenas uma linha de produto.
e. Consolidado o mapa do fluxo de valor atual, é importante então selecionar ou-
tra família de produtos para construir o mapa do fluxo de valor do estado futuro.
kanban e poka-yoke, por exemplo), ela deve se dedicar a reduzir o tempo de aprovisio-
namento ou de entrega. Por isso, o conceito se constitui em uma peça fundamental no
bom atendimento aos clientes. E é importante também porque o lead time pode servir
ao planejamento da sua empresa. Tomemos, como exemplo, uma área de compras: as
pessoas envolvidas nos processos devem saber exatamente qual é o lead time, o inter-
valo de tempo para comprar os materiais necessários para a produção, desde a emissão
do pedido até que o material esteja de fato à disposição para uso. Na produção, o lead
time é o intervalo de tempo necessário para que o material passe pela fabricação – do
primeiro até o último processo – e esteja pronto para outra etapa. Ou ainda, o lead time
de entrega, intervalo de tempo necessário desde o momento que o cliente adquiriu a
mercadoria até que ele realmente a tenha em mãos.
Fonte: Endeavor Brasil (2015, on-line)7.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Material Complementar
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS ON-LINE
1
Em: <http://www.nationalgeographic.com/xpeditions/lessons/09/g68/cartogra-
phyguidestudent.pdf>. Acesso em: 30 ago. 2016
2
Em: <https://support.office.com/pt-br/article/Criar-um-mapa-de-fluxo-de-valor-c-
f0739eb-d9f8-4b6d-a557-21a518a7390b>. Acesso em: 23 set. 2016.
3
Em: <https://integrasolucoes.wordpress.com/2013/10/23/mapeamento-do-fluxo-
-de-valor-o-primeiro-passo-para-uma-producao-enxuta/>. Acesso em: 23 set. 2016.
4
Em: <http://www.lean.org.br/artigos/72/novas-fronteiras-de-aplicacao-do-siste-
ma-lean-em-servicos.aspx>. Acesso em: 23 set. 2016.
5
Em: <http://www.petcivil.ufc.br/portal/wp-content/uploads/2012/02/Lean-Cosn-
truction-v1.pdf>. Acesso em: 23 set. 2016.
6
Em: <http://www.fem.unicamp.br/~sergio1/graduacao/EM335/Temas/JIC-JIT.
htm>. Acesso em: 23 set. 2016.
7
Em: <https://endeavor.org.br/lead-time/>. Acesso em: 23 set. 2016.
GABARITO
1. D.
2. E.
3. C.
4. F, V, V.
5. D.
Professor Esp. Ricardo Tomaz Caires
O FLUXO DE VALOR NO
V
UNIDADE
ESTADO FUTURO
Objetivos de Aprendizagem
■■ Identificar o desperdício no MFV.
■■ Enxergar a aplicação lean no fluxo de valor.
■■ Conhecer as principais dificuldades na elaboração do mapa de fluxo
de valor.
■■ Identificar as possíveis melhorias e colocá-las em práticas.
■■ Entender a importância dos gestores da empresa na implantação de
um sistema de melhoria e na mudança de cultura dos colaboradores.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Desperdícios do Mapeamento do Fluxo de Valor
■■ Aplicando o lean ao fluxo de valor
■■ Dividindo a Implementação em Etapas
■■ Desenhando o Mapa do Estado Futuro
■■ A Melhoria do Fluxo de Valor e a Tarefa da Administração
171
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a)! Nesta unidade, você irá aprender um pouco mais sobre
o mapeamento do fluxo de valor futuro. Assim como visto na unidade anterior,
na qual abordamos o mapa do fluxo atual, agora será possível identificar os pas-
sos para chegar a um mapa do fluxo de valor futuro ou também chamado de
estado ideal do mapa.
Por meio da construção da representação gráfica do MFV, é possível enxergar
as etapas que agregam valor e as que não agregam valor naquilo que é entregue
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Introdução
172 UNIDADE V
Caro(a) aluno(a), uma das maiores práticas do STP é a eliminação dos des-
perdícios. A distinção e seleção das atividades que agregam valor das que não
agregam valor e o empenho em eliminar essas que não agregam é uma caracte-
rística da filosofia Toyota.
A etapa de identificação de desperdícios no mapeamento do fluxo de valor
ocorre paralelamente às etapas de identificação dos processos e dos estoques.
Shingo (1996 apud VIEIRA, 2006, p. 53) esclarece que perdas devem ser elimi-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
nadas por meio de método científico, pois assim estará lidando com a causa raiz
do desperdício. Para ele,
o conceito, apesar de ser simples, normalmente não é exercitado. Solu-
ções para movimentações de materiais costumam ser automatizar a ati-
vidade. A solução ordinária para o excesso de tempo perdido com uma
talha manual é utilizar uma elétrica. A gestão de informação no chão de
fábrica utiliza a mesma lógica. Reduzir o desperdício resume-se a fazer
a atividade que não agrega valor mais rápido para não perder muito
tempo. Shingo enfatiza a importância de pensar sem restrições e atacar
a causa raiz do problema. (SHINGO, 1996 apud VIEIRA, 2006, p. 53)
DESPERDÍCIO DESCRIÇÃO
Superprodução Produzir mais do que o cliente necessita em dado
momento.
Esperas Tempo ocioso porque materiais, pessoas, equipa-
mentos ou informações não estão prontos.
Defeitos de qualidade Trabalho que contém erros, retrabalho, enganos
ou falta de alguma coisa necessária.
Inventários desnecessários Mais materiais, peças ou produtos disponíveis do
que o cliente necessita em dado momento.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DESPERDÍCIO DESCRIÇÃO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
processo, restringir o acesso ao conhecimento de informações gerenciais,
entre outros.
Fonte: adaptado de Lean Institute Brasil ([2016], on-line)1.
de agregação de valor torna-se mínimo perto do tempo total que o produto fica
pela fábrica (lead time). Muitas ações lean são voltadas para reduzir esse e outros
tipos de desperdícios, dentre essas ações está a identificação dos sete desperdí-
cios, mas é preciso também estar atento à identificação das causas básicas do
desperdício no fluxo de valor (ROTHER; SHOOK, 2003).
Rother e Shook (2003, p. 43) destacam ainda que “a fonte mais importante
do desperdício é o excesso de produção, que significa produzir mais, antes, ou
mais rápido do que é requerido pelo processo seguinte”. Essa “fonte” acaba cul-
minando em vários outros desperdícios além do estoque, espaço do layout, ou
ainda, em faltas mais graves. O excesso de produção acaba utilizando maior
número de máquinas e pessoas, para produzir algo que não será consumido
naquele momento. Ainda, muitas vezes, são contratadas horas extras para empur-
rar lotes de produto.
A característica de um fluxo de valor lean pode ser resumida por Rother e
Shook pelo seguinte:
o que estamos realmente tentando fazer na produção lean é construir
um processo para produzir apenas o que o próximo processo necessita
e quando necessita. Estamos tentando ligar todos os processos – desde
o consumidor final até a matéria-prima – em um fluxo regular sem re-
tornos que gere o menor lead time, a mais alta qualidade e o custo mais
baixo. (ROTHER; SHOOK, 2003, p. 43).
Rother e Shook (2003) citam alguns procedimentos/dicas que podem vir a ser
aplicados em um MFV para se tornar lean. Podem ser divididos em sete:
PROCEDIMENTO 1: produza de acordo com o seu tempo takt - o tempo
takt sincroniza o ritmo de produção para acompanhar o ritmo das vendas, ou
seja, é a frequência que deve produzir uma unidade de produto. O takt é um refe-
rencial de como o ritmo do processo deveria estar fluindo, seu número consta
na caixas de dados do mapa do fluxo de valor futuro.
tempo takt = tempo do trabalho disponível por turno ÷ demanda do cliente por turno
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Tradicional (tipo funcional) - Os trabalhadores estão separados
A B C
Matéria-prima Inventário Inventário Inventário Inventário produto
acabado
A B C
Material Produto
acabado
Figura 2 - Fluxos de produção
Fonte: Sistema Toyota… ([2016], on-line)2.
processo processo
fornecedor cliente
A produto
SUPERMERCADO
produto B
Figura 3 - Sistema puxado com supermercado
Fonte: Rother e Shook (2003, p. 47).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
rada de somente um pequeno e uniforme incremento de trabalho no processo
puxador (nivele o volume de produção) - “Estabelecer um ritmo de produção
consistente ou nivelado cria um fluxo de produção previsível que, por sua natu-
reza, alerta você para os problemas de tal modo que você pode tomar rápidas
ações corretivas” (ROTHER; SHOOK, 2003, p. 51).
PROCEDIMENTO 7: desenvolva a habilidade de fazer “toda peça todo
dia” (depois, a cada turno, a cada hora, ou palete, ou pitch) nos processos de
fabricação anteriores ao processo puxador - com a redução do tempo de troca
e a produção de lotes menores em processos antecedentes, esses processos esta-
rão potencialmente aptos a reagir a mudanças posteriores com maior agilidade.
O tamanho dos lotes é registrado nas caixas de dados com TPT (“toda peça todo
dia”), isso descreve com que frequência um processo se modifica para produzir
todas as variações de uma peça.
Controle de
Produção
Fornecedor Cliente
Loop Fornecedor
Exemplos de Loops
do Fluxo de Valor
O Plano do Fluxo de Valor: o mapa do fluxo de valor futuro indica onde dese-
ja-se chegar (o ideal) (ROTHER; SHOOK, 2003). Por isso, existe em paralelo
uma outra folha: o plano do fluxo de valor, que deve conter:
De acordo com Rother e Shook (2003), para selecionar um ponto inicial, deve-
mos olhar para os Loops e perceber onde o processo está claro e definido, onde a
possibilidade de obter sucesso é alta e onde é possível estimar um grande impacto
financeiro. E então, é preciso numerar na sequência do plano de implementa-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ção. Normalmente o plano tem seu início no loop puxador, devido a ele estar
mais próximo do cliente final, existe uma reação de cliente interno, que con-
trola as demandas nos Loops antecedentes. Porém essa não é uma regra, pois,
dependendo da estratégia adotada, pode-se trabalhar com outros Loops parale-
lamente em um mesmo fluxo.
Ainda os autores Rother e Shook (2003) destacam que, dentro de um Loop
do fluxo de valor, a ordem de melhorias que podem ser seguidas são aquelas
identificadas como peças chaves daquele processo para que se possa atingir o
estado futuro. Geralmente seguem o seguinte padrão:
1. Desenvolver um fluxo contínuo que opere baseado no tempo takt.
2. Estabelecer um sistema puxado para controlar a produção.
3. Introduzir o nivelamento.
4. Praticar kaizen continuamente para eliminar o desperdício, reduzir os
tamanhos dos lotes, escolher supermercados e estender o alcance do
fluxo contínuo.
Assim, com a ordem de implantação definida, tudo deve ser registrado como
plano anual do fluxo de valor (Figura 5), um quadro que se assemelha ao com-
portamento do gráfico de Gantt, que contém colunas com o objetivo do negócio
da família de produtos; Loop fluxo de valor; objetivo do fluxo de valor; meta
(mensurável); programação mensal; pessoa responsável; indivíduos e departa-
mentos relacionados; programação da revisão, com revisor e data (ROTHER;
SHOOK, 2003).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Já dizia o ditado que uma imagem vale mais do que mil palavras. E a ciência
comprova isso. A capacidade do cérebro de processar informações visuais é
muito maior do que a de processar informações textuais. Mas muito maior
mesmo!
(Endeavor Brasil)
Para Suciu, Apreutesei e Arvinte (2011), o mapa do fluxo de valor futuro deve ser
elaborado com o intuito de guiar as mudanças positivas que são desejadas para o
futuro daquele estado atual. O mapa do estado futuro inclui ações essenciais para
a melhoria contínua do projeto. Profissionais lean podem confiar nesse mapa,
pois é um processo em que os planos de ação podem ser criados pela equipe de
mapeamento, pbserve a Figura 7. No mapa do estado futuro, também é usada
uma série de símbolos para auxiliar a equipe de trabalho a identificar os elemen-
tos que exigem algumas mudanças e como alcançá-los.
Change
Idea
Kaizen Withdrawal
Lightning Supermarket Withdrawal Kanban
Burst
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Production Kanbans Kanban Kanban
Kanban Arriving Path Post
in Batches
Figura 7 - Ícones do estado futuro
Fonte: Suciu, Apreutesei e Arvinte (2011, p. 190).
Definição dos
objetivos e Planejamento
expectativas da logística
Faça isso e o tempo
novamente
Documentação
da evidência
Celebração
do sucesso
Identificação
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
do desperdício
Padronização
do processo
Plano de
Verificação da contra-medidas
alteração/
modificar
Verificação
Mensuração de da realidade
resultados Faça
mudanças
Depois de criado o mapa do fluxo de valor futuro, ele precisa ser apresentado a
todos que estão envolvidos naquele fluxo do processo. Durante a apresentação,
recomenda-se incentivar a equipe para falar livremente e talvez até mesmo indi-
car mudanças ou contribuições ao mapa do fluxo no seu estado ideal (SUCIU;
APREUTESEI; ARVINTE, 2011).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
departamentos e funções.
Rother e Shook (2003) ainda destacam, devido a experiência com as empre-
sas, que são necessários os seguinte elementos:
■■ Eliminar o excesso de produção trabalhando constantemente para isso.
■■ Para a implantação dos princípios lean, é preciso estar disposto a tentar,
falhar e aprender.
O que você frequentemente não ouve a respeito é o processo de “tenta-
tiva e erro”, que Taiichi Ohno enfrentou enquanto procurava eliminar
o excesso de produção na jovem Toyota Motor Corporation. Muitos
erros simplesmente ocorrem devido à dificuldade de implementar as
mudanças nas práticas consolidadas da produção em massa. Se você
fizer isso corretamente, cada novo esforço estará mais próximo do ob-
jetivo e somará ao seu conhecimento. Tais repetições são parte normal
de qualquer esforço da implementação lean e o sucesso será obtido por
aqueles com determinação de trabalhar pessoalmente para enfrentar os
obstáculos. (ROTHER; SHOOK, 2003, p. 96).
Convencional Lean
Chefe
2 2
Somente “peões” vão Vá ver com seus
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Nesse último item dos elementos, Rother e Shook (2003) destacam a importân-
cia dos indicadores lean de desempenho, que devem dar suporte à tomada de
decisões.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
190
Em 2000, a Toyota lançou 14 novos produtos sob uma média de 15 meses de projeto cada,
enquanto seus concorrentes americanos, GM ou Ford, não passavam de 8 novos produtos
e um tempo médio de 30 meses de projeto. E são produtos que conquistaram rapidamen-
te os rankings dos mais vendidos do mundo como o Corolla e o Prius. Qual é o segredo de
tamanha ascensão que trouxe a Toyota para a posição de número 1 do mundo em 2013?
A parte conhecida do sucesso é o seu famoso Sistema Toyota de Produção. Mas uma
parte considerável deste sucesso, e ainda muito pouco conhecida no Brasil, se deve ao
Desenvolvimento de Produto Enxuto (DPE). Conhecido por criar receitas de produtos
que melhoram a qualidade de vida de seus clientes, o DPE é uma técnica que com-
bina muito aproveitamento do conhecimento, autonomia dos desenvolvedores, diver-
sas alternativas de design e soluções simultâneas e uma rígida necessidade de man-
ter-se enxuto ao mesmo tempo em que foca nos mais elevados padrões de sucesso.
Um dos pilares mais importantes é conseguir atingir um design de produto mais
orientado ao cliente, ao mesmo tempo provido de competitividade de custo e qua-
lidade nas primeiras fases do processo de desenvolvimento de produtos. Isto evi-
ta retrabalhos, desperdícios e custos desnecessários, além de atrasos que possam
causar um revés na busca estratégica de ser uma empresa realmente inovadora.
Quanto mais se avança no projeto do produto, mais caro fica para realizar qualquer mo-
dificação. Geralmente, as primeiras definições do produto são responsáveis por mais de
80% da composição final do custo do produto, algo que os modelos tradicionais não
mantêm estável, agregando custos mais ao final do processo com modificações de cor-
reção ou desnecessárias. Como a técnica DPE é baseada em conhecimento e contínua
tentativa de prototipação e experimento, as definições de requisitos de produto ocor-
rem com maior chance de acerto e o custo de modificação é minimizado ao máximo.
Outra vantagem do DPE é que esta técnica procura minimizar as incertezas e oferece
uma solução mais robusta para o produto, o que aumenta as chances de sucesso no mer-
cado. A taxa de sucesso é mais elevada para quem pratica adequadamente essa filosofia.
[...]
As Bases do Desenvolvimento de Produto Enxuto
A filosofia enxuta (“lean”) foi bastante difundida pelo ponto de vista da produção. A ges-
tão de projetos também capturou os conceitos enxutos para difundir as vantagens de
redução de desperdícios, do aumento do foco e da entrega rápida e bem sucedida. Pen-
sa-se que apenas o combate ao desperdício na filosofia enxuta é importante, mas no
DPE os combates à sobrecarga e às irregularidades de fluxo também são considerados.
193
REFERÊNCIAS ON-LINE
1
Em: <http://www.lean.org.br/comunidade/artigos/pdf/artigo_250.pdf>. Acesso
em: 23 set. 2016.
2
Em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAT-QAD/sistema-toyota-produ-
cao>. Acesso em: 23 set. 2016.
3
Em: <http://leanvaluesolutions.com/kaizen-process/>. Acesso em: 23 set. 2016.
4
Em: <http://www.leanti.com.br/artigos/61/desdobramento-da-estrategia-empre-
sarial-%E2%80%93-o-que-vem-antes-do-hoshin-kanri.aspx>. Acesso em: 23 set.
2016.
5
Em: <https://endeavor.org.br/desenvolvimento-produto-enxuto/>. Acesso em: 23
set. 2016.
GABARITO
1. C.
2. C.
3. V, F, F, V, V, V, V.
4. V, F, V.
5. D.
197
CONCLUSÃO
Prezado(a) aluno(a)! Chegamos ao final de mais uma etapa da sua formação profis-
sional, juntamente com este livro da disciplina de Mapeamento de Processos. Espe-
ro que você tenha aprendido um pouco mais sobre o assunto e tenha despertado o
interesse nas ferramentas que vimos aqui.
Em Gestão por Processos, vimos como as empresas e os profissionais nela emprega-
dos estão se preparando e quais ferramentas estão sendo utilizadas para satisfazer
às necessidades dos clientes, buscando sempre a otimização de desperdícios para
agregar maior valor ao produto produzido e gerar um maior resultados para os acio-
nistas das empresas.
No que diz respeito ao Lean Thinking, aprendemos que todos os processos de uma
empresa devem ter uma visão “enxuta”, com o intuito de reduzir todo e qualquer
desperdício, independente da área ou impacto. Tal metodologia foi baseada no Sis-
tema Toyota de Produção (TPS), que visa a qualidade do produto mesclado com a
satisfação do cliente e do colaborador envolvido nos processos produzidos.
O Lean Manufacturing, assim como o Lean Thinking, também possui suas bases no
Sistema Toyota de Produção (TPS). Você conheceu algumas ferramentas e métricas
utilizadas no sistema Lean e aprendeu como e quando devem ser utilizadas cada
uma das ferramentas.
No Mapeamento do Fluxo de Valor (MFV), vimos que a metodologia visa a iden-
tificação de gargalos e oportunidades de melhoria nos processos mediante a re-
presentação gráfica, sempre visando a agregação de valor do produto ao cliente e
consequentemente a redução de desperdício.
Aprendemos que, no Mapa de Fluxo de Valor no Estado Futuro, é importante ata-
car os pontos de melhoria identificados na representação gráfica gerada no Mape-
amento do Fluxo de Valor e utilizar essas informações para se obter um sistema de
produção puxado e com redução de desperdícios.
Esperamos que, com toda as informações geradas neste livro, você esteja prepara-
do(a) para iniciar sua caminhada na busca da melhoria contínua. Sucesso!