Anda di halaman 1dari 14

Brasília, 11 a 15 de maio de 1998 - Nº 110

Data (páginas internas): 20 de maio de 1998.

Este Informativo, elaborado a partir de


notas tomadas nas sessões de julgamento das
Turmas e do Plenário, contém resumos não-
oficiais de decisões proferidas pelo Tribunal. A
fidelidade de tais resumos ao conteúdo efetivo
das decisões, embora seja uma das metas
perseguidas neste trabalho, somente poderá
ser aferida após a sua publicação no Diário da
Justiça.

ÍNDICE DE ASSUNTOS
ADIn e Ato Normativo de Efeito Concreto
ADIn: Cabimento
Aposentadoria e Readmissão
Bis in Idem: Inocorrência
Capacidade Postulatória
Competência Originária: Ação Popular
Crime Societário e Denúncia
Direito de Permanência em Cargo Público
Estabilidade Financeira: LC 43/92 de SC
Excesso de Linguagem e Responsabilidade
Intimação do Decreto de Expulsão
Ministério Público e Suspensão do Processo
Poupança e Ato Jurídico Perfeito
Prisão e Trânsito em Julgado
Quadrilha para Tráfico: Progressão
Teto Remuneratório e Direito Adquirido

PLENÁRIO
Intimação do Decreto de Expulsão
Considerando que a publicidade do decreto
de expulsão de estrangeiro do território nacional se faz
mediante publicação na imprensa oficial, o Tribunal,
por maioria, indeferiu habeas corpus em que se
pretendia a nulidade do ato de expulsão do paciente
pela falta de prévia intimação pessoal da execução de
tal medida. Vencidos os Ministros Marco Aurélio e
Sepúlveda Pertence, que concediam a ordem ao
fundamento de que, estando o expulsando preso, seria
necessária a sua intimação pessoal. HC 76.249-SP, rel.
Min. Octavio Gallotti, 6.5.98.

Competência Originária: Ação Popular


Tendo em vista a competência originária do
STF para o julgamento das causas em que todos os
membros da magistratura sejam direta ou
indiretamente interessados (CF, art. 102, I, n), o
Tribunal conheceu de ação popular proposta contra
todos os juízes e desembargadores do Estado do Acre
em que se pretende a suspensão do pagamento de
vantagem remuneratória (gratificação de nível
superior) a estes concedida, com a restituição das
quantias que tiverem sido pagas. Entendeu-se
processualmente cabível a ação popular uma vez que o
autor não requer a nulidade do ato do Presidente do
Tribunal de Justiça local que instituiu a mencionada
gratificação — de caráter normativo, passível de
impugnação via ação direta de inconstitucionalidade
—, mas sim a suspensão dos atos administrativos
consistentes no pagamento de tal gratificação, lesivos
ao patrimônio público. Em seguida, o Tribunal deferiu
o pedido de medida cautelar nela formulado para
suspender a gratificação de nível superior que estiver
sendo paga aos magistrados ativos e inativos do
referido Estado, uma vez a competência privativa dos
tribunais de justiça para a iniciativa de lei que
disponha sobre a remuneração de seus servidores (CF,
art. 96, II, b) não permite que os tribunais fixem
vencimentos ou vantagens a seus membros ou
servidores. Ação Originária 506-AC (QO), rel. Min.
Sydney Sanches, 6.5.98.

Direito de Permanência em Cargo Público


O Tribunal deferiu mandado de segurança
contra decreto do Presidente da República que
exonerara o impetrante do cargo de Juiz Militar do
Tribunal Marítimo — com base na nova redação da
Lei 2.180/54 (dada pela Medida Provisória 1.522-2/96,
art. 12, e suas posteriores reedições), que transformou
o cargo efetivo de Juiz Militar do Tribunal Marítimo
em cargo transitório com mandato de quatro anos —,
reconhecendo o seu direito de permanecer no cargo até
os setenta anos de idade. Considerou-se que o
impetrante, nomeado em 1979, adquirira estabilidade
no referido cargo e que a Lei 2.180/54 determinava
que os juízes militares e civis conservar-se-iam em
seus cargos até atingirem a idade limite para a
permanência no serviço público. MS 22.863-RJ, rel.
Ilmar Galvão, 13.5.98.

Teto Remuneratório e Direito Adquirido


Por maioria, o Tribunal reformou acórdão do
Tribunal de Justiça de Santa Catarina que, em
julgamento de mandado de segurança, afastara a
incidência da LC 43/92, do mesmo Estado, que fixa
em 80% da remuneração de Secretário de Estado o teto
dos servidores do Poder Executivo, sob o fundamento
de haver direito adquirido destes ao teto de 100% da
remuneração do Secretário de Estado. Entendeu-se que
não há direito adquirido a regime jurídico, podendo os
Estados estabelecerem, para seu servidores, limites
remuneratórios inferiores aos do art. 37, XI, da CF (“a
lei fixará o limite máximo e a relação de valores entre
a maior e a menor remuneração dos servidores
públicos, observados, como limites máximos e no
âmbito dos respectivos Poderes, os valores percebidos
como remuneração, em espécie, a qualquer título, por
membros do Congresso Nacional, Ministros de Estado
e Ministros do Supremo Tribunal Federal e seus
correspondentes nos Estados, no Distrito Federal e
nos Territórios, e, nos Municípios, os valores
percebidos como remuneração, em espécie, pelo
Prefeito.”). Vencidos os Ministros Carlos Velloso,
Marco Aurélio e Ilmar Galvão. RE 226.473-SC, rel.
Min. Sepúlveda Pertence, 13.5.98.

Estabilidade Financeira: LC 43/92 de SC


Tendo em vista a orientação da jurisprudência
do STF no sentido de que não há direito adquirido a
regime jurídico, o Tribunal, por maioria, conheceu e
deu provimento a recurso do Estado de Santa Catarina
contra acórdão do Tribunal de Justiça local que,
fundado no princípio da intangibilidade do direito
adquirido e no da irredutibilidade de vencimentos,
determinou a observância, no reajuste da parcela
remuneratória incorporada por servidor em razão do
anterior exercício de cargo em comissão (estabilidade
financeira), dos mesmos critérios aplicáveis ao
reajuste dos vencimentos dos atuais ocupantes
daqueles cargos. Considerou-se que o instituto da
estabilidade financeira visa a manter o padrão de vida
do servidor quando este ocupava cargo em comissão,
conservando, portanto, o valor nominal da
remuneração por ele percebida, não implicando o
direito a ter seus vencimentos atrelados aos dos atuais
ocupantes de cargos em comissão. Afastou-se,
também, a alegada ofensa ao princípio da
irredutibilidade de vencimentos uma vez que não
houve decréscimo no valor nominal da remuneração
dos servidores beneficiados pela referida estabilidade
financeira. Concluiu-se, ainda, não ser aplicável à
espécie o § 4º, do art. 40, da CF — que determina a
extensão aos inativos de quaisquer benefícios ou
vantagens posteriormente concedidos aos servidores
em atividade —, porquanto não houve tratamento
diferenciado entre os servidores em atividade e os
inativos. Precedentes citados: SS (AgRg) 761-PE
(DJU de 22.3.96); RE 193.810-SC (DJU de 6.6.97).
Vencidos os Ministros Maurício Corrêa, Marco
Aurélio, Néri da Silveira e Carlos Velloso. RE
226.462-SC, rel. Min. Sepúlveda Pertence, 13.5.98.

ADIn e Ato Normativo de Efeito Concreto-1


Não se conhece de ação direta de
inconstitucionalidade contra atos normativos de efeitos
concretos, ainda que estes sejam editados com força
legislativa formal. Com base nesse entendimento, o
Tribunal não conheceu de ação direta proposta pelo
Partido dos Trabalhadores-PT, na qual se impugnava o
art. 1º da Resolução nº 61/98, da Agência Nacional de
Energia Elétrica - ANEEL (“Serão outorgadas e
contratadas novas concessões à CELPA, pelo prazo de
trinta anos , para prestação de serviço público de
geração e de distribuição de energia elétrica,
condicionada à concordância da ANEEL em relação
às regras que vierem a ser estabelecidas para sua
privatização e a efetiva transferência do controle
acionário da Companhia para a iniciativa
privada, ...”), pela ausência de abstração e
generalidade da norma atacada. Precedente citado:
ADInMC 1.811-DF (v. Informativo 109). ADInMC
1.827-SP, rel. Néri da Silveira, 13.5.98.

ADIn e Ato Normativo de Efeito Concreto-2


Considerando que o ato impugnado —
Resolução Administrativa 89/97, do Tribunal Regional
Eleitoral do Estado de Sergipe, que reduziu de 12%
para 6% a alíquota da contribuição de seus servidores
ao Plano de Seguridade Social do Servidor - PSSS,
com o ressarcimento dos valores recolhidos acima
desse percentual desde julho de 1994 — não tem
conteúdo normativo, já que decorrera de pedido
administrativo feito nominalmente pelos servidores do
quadro de pessoal do referido Tribunal, de efeitos
concretos e com destinatários específicos, o Tribunal,
por maioria, não conheceu da ação direta proposta pelo
Procurador-Geral da República pela ausência de
abstração e generalidade da norma atacada. Vencidos
os Ministros Carlos Velloso e Octavio Gallotti, que
dela conheciam por entenderem que, embora o
requerimento administrativo tenha sido formulado
nominalmente, os seus efeitos teriam sido gerais.
ADIn 1.712-SE, rel. Min. Moreira Alves, 14.5.98.

Capacidade Postulatória
Embora o réu tenha capacidade para
formular pedido de habeas corpus, não é de se
reconhecer a ele capacidade postulatória para impetrar
ação de reclamação (RISTF, art. 156) para garantir a
autoridade da decisão concessiva de habeas corpus
que não estaria sendo cumprida pelo tribunal apontado
coator, uma vez tratar-se de atividade privativa de
advogado. Com esse entendimento, o Tribunal, por
maioria, não conheceu de ação de reclamação,
vencidos os Ministros Marco Aurélio, relator, e Néri
da Silveira, que reconheciam a capacidade postulatória
a quem, em causa própria, fora beneficiário de decisão
do STF em habeas corpus e pretende, via reclamação,
a eficácia de tal deferimento. Reclamação 678-SP, rel.
originário Min. Marco Aurélio, red. para o acórdão p/
Moreira Alves, 14.5.98.

Aposentadoria e Readmissão
O Tribunal deferiu o pedido de medida
cautelar em ação direta requerida pelo Partido
Democrático Trabalhista - PDT e pelo Partido
Comunista do Brasil - PC do B, para suspender, até
decisão final da ação, a eficácia do § 1º do art. 453 da
CLT (com a redação dada pela Lei 9.528/97), que
dispõe: “Na aposentadoria espontânea de empregados
das empresas públicas e sociedades de economia
mista é permitida sua readmissão desde que
atendidos aos requisitos constantes do art. 37, inciso
XVI, da Constituição, e condicionada à prestação de
concurso público”. O Min. Moreira Alves, relator,
reconheceu a aparente inconstitucionalidade da norma
atacada sob o ponto de vista de qualquer das duas
posições adotadas sobre a vedação de acumulação de
proventos e de vencimentos: de um lado, quanto à
corrente que sustenta a referida vedação não apenas
em relação aos servidores públicos aposentados, mas
também quanto aos empregados de empresas públicas
e sociedades de economia mista, o dispositivo
impugnado seria inconstitucional tendo em vista que
permite a readmissão destes através de concurso
público; e, de outro lado, quanto à corrente que exclui
os empregados de empresas públicas e de sociedades
de economia desta vedação, a norma atacada também
seria inconstitucional uma vez que pressupõe a
extinção do vínculo empregatício como conseqüência
da aposentadoria espontânea — alegação esta que
fora objeto de julgamento de medida liminar na ADIn
1.721-DF, na qual se suspendeu, até o julgamento final
da ação, a eficácia do § 2º, do art. 453, da CLT, que a
previa ( julgada em 19.12.97, v. Informativo 97).
Ponderou-se, ainda, a conveniência da suspensão
cautelar da norma impugnada pelas repercussões
sociais dela decorrentes. ADInMC 1.770-DF, rel. Min.
Moreira Alves, 14.5.98.

ADIn: Cabimento
Tendo em vista a orientação da jurisprudência
do STF no sentido do não cabimento de ação direta de
inconstitucionalidade quando a norma atacada tiver
perdido sua eficácia ou tiver sido revogada, o Tribunal
não conheceu da ação acima mencionada na parte em
que impugna o art. 11, da Lei 9.528/97, por tratar-se de
dispositivo de caráter temporário, cujos prazos nele
fixados já se exauriram (“Art. 11. A extinção do
vínculo de que trata o § 1º do art. 453 da CLT não se
opera para os empregados aposentados por tempo
de serviço que permaneceram nos seus empregos até
esta data , bem como para aqueles que foram
dispensados entre 13 de outubro de 1996 e 30 de
novembro de 1997, em razão da aposentadoria por
tempo de serviço, desde que solicitem, expressamente,
até 30 de janeiro de 1998, a suspensão da
aposentadoria e, quando houver, a do pagamento
feito por entidade fechada de previdência privada
complementar patrocinada pela empresa
empregadora.”). ADInMC 1.770-DF, rel. Min.
Moreira Alves, 14.5.98.

PRIMEIRA TURMA
Bis in Idem: Inocorrência
Iniciado o julgamento de habeas corpus em
que se discute a incidência da causa de aumento da
pena prevista no art. 9º da Lei 8.072/90 [“As penas
fixadas no art. 6º para os crimes capitulados nos arts.
157, § 3º, 158, § 2º 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º,
213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput e
parágrafo único, 214 e sua combinação com o art.
223, caput e parágrafo único, todos do Código Penal,
são acrescidas de metade, respeitado o limite superior
de 30 (trinta) anos de reclusão, estando a vítima em
qualquer das hipóteses referidas no art. 224 também
do Código Penal”], nos crimes de atentado violento ao
pudor contra menor de 14 anos, quando presumida a
violência (CP, art. 214 c/c 224, a). Após o voto do
Min. Ilmar Galvão, relator, no sentido de que o fato da
vítima ser menor de quatorze anos pode ser utilizado
tanto para presumir a violência como circunstância
elementar do tipo, quanto para aumentar a pena devido
à causa de aumento prevista no referido art. 9º da Lei
dos Crimes Hediondos, não havendo, portanto, a
ocorrência de bis in idem, o julgamento foi adiado em
virtude do pedido de vista do Min. Sepúlveda
Pertence. HC 76.004-RJ, rel. Min. Ilmar Galvão,
12.5.98.

Quadrilha para Tráfico: Progressão


O crime de quadrilha para fins de tráfico de
entorpecentes (Lei 6.368/76, art. 14), por se tratar de
delito autônomo que se consuma com a associação
para a prática de tais crimes, não está sujeito ao art. 2º,
§ 1º, da Lei 8.072/90, (“a pena por crime previsto
neste artigo será cumprida integralmente em regime
fechado”), cujo caput é expresso quanto ao tráfico
ilícito de entorpecentes. Com essa fundamentação, a
Turma deferiu pedido de habeas corpus. Precedente
citado: HC (EDcl) 70.207-SP (DJU de 9.12.94). HC
75.978-SP, rel. Min. Sepúlveda Pertence, 12.5.98.

Ministério Público e Suspensão do Processo


Deferido em parte habeas corpus contra
acórdão do Tribunal de Alçada Criminal do Estado de
São Paulo que cassara, mediante pedido de correição
parcial interposto por promotora de justiça, a decisão
do juiz de 1º grau que concedera de ofício a suspensão
condicional do processo prevista no art. 89 da Lei
9.099/95 (“Nos crimes em que a pena mínima
cominada for igual ou inferior a um ano, abrangida
ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer
a denúncia, poderá propor a suspensão do processo,
por dois a quatro anos, desde que ...”). Tendo em vista
que a suspensão condicional do processo é uma
faculdade exclusiva do Ministério Público para fins de
política criminal, a Turma deferiu em parte o habeas
corpus para que a recusa do promotor de justiça em
fazer a proposta de suspensão condicional do
processo, seja submetida à Procuradoria-Geral de
Justiça, aplicando-se, no que couber, o disposto no art.
28, do CPP. Orientação adotada pelo STF no
julgamento do HC 75.343-MG (Pleno, 12.11.97, v.
Informativo 92). HC 76.439-SP, rel. Min. Octavio
Gallotti, 12.5.98.

Poupança e Ato Jurídico Perfeito


A Turma manteve acórdão do TRF da 4ª
Região que reconhecera a depositante em caderneta de
poupança o recebimento dos rendimentos que
deixaram de ser pagos em virtude da aplicação
imediata, ao contrato em curso, da Medida Provisória
nº 168, de 15.03.90 — posteriormente convertida na
Lei 8.024/90, que modificou o índice de correção
monetária aplicável às cadernetas de poupança para
BTN Fiscal (anteriormente obtido pela variação da
OTN ou, se maior, pelo IPC) —, e determinara ainda
que a correção monetária fosse feita pelo IPC no
período de bloqueio dos cruzados novos até a data de
sua liberação, uma vez que o poupador estaria
impossibilitado de optar por qualquer outra aplicação
financeira. Considerou-se que a controvérsia sobre se
houve, ou não, a renovação compulsória do contrato
de poupança com relação aos períodos posteriores, de
modo a prevalecer o IPC com indexador durante o
bloqueio dos cruzados, estaria circunscrita à legislação
infranconstitucional, sendo indireta ou reflexa a
alegada ofensa à CF. AG (AgRg) 210.680-PR, rel.
Min. Moreira Alves, 12.5.98

SEGUNDA TURMA
Prisão e Trânsito em Julgado
O fato de não ter havido recurso da acusação
contra a sentença que assegurou ao réu o direito de
permanecer solto até o trânsito em julgado da
condenação, não impede que o tribunal ad quem,
confirmando a decisão de primeiro grau, determine a
expedição imediata de mandado de prisão. Ausência de
contrariedade ao princípio ne reformatio in pejus. Com
base nesse entendimento, a Turma, por maioria,
indeferiu o pedido de habeas corpus, vencidos os
Ministros Marco Aurélio, relator, e Maurício Corrêa,
que o concediam. HC 76.651-SP, rel. originário Min.
Marco Aurélio, red. para o acórdão Min. Nelson
Jobim, 12.5.98.

Crime Societário e Denúncia


Tratando-se de crime societário, a
participação de cada acusado deve ser apurada no
curso da instrução, sendo, pois, insuficiente para
justificar o trancamento da ação penal a circunstância
de a denúncia não descrever de forma individualizada
a conduta de cada indiciado, se isso não prejudica o
pleno exercício do direito de defesa. Precedentes
citados: RHC 65.491-SP (RTJ 125/1053) e RHC
65.369-SP (RTJ 124/547). HC 75.774-RJ, rel. Néri da
Silveira, 12.5.98.

Excesso de Linguagem e Responsabilidade


As partes não podem ser responsabilizadas
pelo excesso de linguagem cometido por seus
advogados, quando não assinam a petição em conjunto
com os mesmos. Com base nesse entendimento, a
Turma deferiu habeas corpus para determinar o
trancamento da ação penal proposta contra o paciente
pela prática dos crimes de calúnia e difamação
decorrente de imputações criminosas contidas na
petição de contestação oferecida contra reclamação
trabalhista. Precedente citado: RHC 63.942-SP (DJU
de 16.5.86). HC 76.111-RS, rel. Min. Nelson Jobim,
12.5.98.

Sessões Ordinárias Extraordinárias Julgamentos

Pleno 13.5.98 14.5.98 20


1ª Turma 12.5.98 --------- 200
2ª Turma 12.5.98 --------- 63

CLIPPING DO DJ
15 de maio de 1998

AÇÃO ORIGINÁRIA N. 485-PB Q.Ordem


RELATOR : MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: Mandado de segurança impetrado perante o
Supremo Tribunal Federal com base na letra "n" do inciso I
do artigo 102 da Constituição.
- Não há, no caso, impedimento genérico de todos os
membros do Tribunal de Justiça local, porquanto não existe
interesse direto ou indireto deles no feito, uma vez que a
diferença em causa beneficia apenas os juízes de primeiro
grau de jurisdição. Ademais, sendo da competência
originária desse Tribunal o julgamento do mandado de
segurança contra ato de seu Presidente, essa competência só
se deslocaria para esta Corte se mais da metade dos membros
dele se desse por impedida por outra causa que não a
genérica acima referida, ou alegasse suspeição por motivo
íntimo.
Questão de ordem que se resolve com o não conhecimento
da presente ação originária, determinando-se a remessa dos
autos ao Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba.
* noticiado no Informativo 105
HC N. 74.876-PI
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
COMPETÊNCIA - HABEAS-CORPUS - ATO DE
TRIBUNAL DE JUSTIÇA. Na dicção da ilustrada maioria
(seis votos a favor e cinco contra), entendimento em relação
ao qual guardo reservas, compete ao Supremo Tribunal
Federal julgar todo e qualquer habeas-corpus impetrado
contra ato de tribunal, tenha este, ou não, qualificação de
superior.
HABEAS-CORPUS - ELEMENTOS PROBATÓRIOS -
CONDENAÇÃO X ABSOLVIÇÃO. Muito embora o
julgamento de todo e qualquer habeas-corpus seja feito a
partir de certa moldura fática, descabe, em tal via, à mercê
do exame dos elementos probatórios dos autos e surgimento
de sentença inexistente, transmudar a condenação em
absolvição.
EXTORSÃO MEDIANTE SEQÜESTRO - LEI DOS
CRIMES HEDIONDOS - QUALIFICADORA. As
referências contidas no artigo 9º da Lei nº 8.072/90 ao artigo
223 do Código Penal apenas guardam pertinência com os
tipos dos artigos 213 e 214 do Código Penal.
EXTORSÃO MEDIANTE SEQÜESTRO - RESULTADO
MORTE - LEI DOS CRIMES HEDIONDOS -
QUALIFICADORA. Uma vez constatada qualquer das
hipóteses previstas no artigo 224 do Código Penal, cumpre
observar a qualificadora do artigo 9º da Lei nº 8.072, de 25
de julho de 1990, aumentando-se a pena de metade. Isso
ocorre quando, via medicação ministrada em doses maciças,
neutraliza-se a capacidade de resistência da vítima.

HC N. 75.077-SP
RELATOR : MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: "HABEAS CORPUS". HOMICÍDIO
DUPLAMENTE QUALIFICADO. PRISÃO
PREVENTIVA. PRONÚNCIA. GARANTIA DA ORDEM
PÚBLICA.
1. O princípio ínsito no art. 5º, inciso LVII, da Constituição
Federal, não impede a prisão antes do trânsito em julgado da
decisão condenatória, mas apenas que o nome do réu seja
desde logo lançado no rol dos culpados. Precedentes do
Plenário do STF.
2. A revogação da prisão preventiva em sentença de
pronúncia é faculdade atribuída ao juiz, não constituindo
direito subjetivo do réu, ainda que preencha os requisitos
previstos no art. 408, § 2º do CPP.
3. Não constitui constrangimento ilegal a sentença de
pronúncia que, devidamente fundamentada na garantia da
ordem pública pela gravidade do crime e por sua
repercussão, mantém a prisão do réu já decretada
preventivamente.
4. O habeas corpus não é o instrumento processual adequado
ao exame da existência ou não de prova do envolvimento do
paciente no delito.
5. Habeas Corpus indeferido.

HC N. 75.924-MG
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
COMPETÊNCIA - HABEAS-CORPUS - ATO DE
TRIBUNAL DE ALÇADA CRIMINAL. Na dicção da
ilustrada maioria, entendimento em relação ao qual guardo
reservas, compete ao Supremo Tribunal Federal julgar todo e
qualquer habeas-corpus dirigido contra ato de tribunal ainda
que não possua a qualificação de superior. Convicção
pessoal colocada em segundo plano, em face de atuação em
órgão fracionário.
HABEAS-CORPUS - SUBSTITUTIVO DE RECURSO
ORDINÁRIO. Tratando-se de decisão de Tribunal de Alçada
concessiva da ordem, não há como cogitar de habeas com
contornos de recurso ordinário, isso em face ao disposto na
alínea "a" do inciso II do artigo 105 da Constituição Federal.
HABEAS-CORPUS - SUSPENSÃO DO PROCESSO -
CONCESSÃO DA ORDEM - EXTENSÃO A CO-RÉUS.
Sendo a aceitação da suspensão do processo ato
personalíssimo (Ada Pellegrini Grinover), descabe, julgando
habeas impetrado contra ela por um dos co-réus, estender a
ordem aos demais. Insubsistência do acórdão contrário a tal
solução. Habeas-corpus deferido.
* noticiado no Informativo 105

HC N. 76.060-SC
RELATOR : MIN. SEPÚLVEDA PERTENCE
EMENTA: DNA: submissão compulsória ao fornecimento
de sangue para a pesquisa do DNA: estado da questão no
direito comparado: precedente do STF que libera do
constrangimento o réu em ação de investigação de
paternidade (HC 71.373) e o dissenso dos votos vencidos:
deferimento, não obstante, do HC na espécie, em que se
cuida de situação atípica na qual se pretende — de resto,
apenas para obter prova de reforço — submeter ao exame o
pai presumido, em processo que tem por objeto a pretensão
de terceiro de ver-se declarado o pai biológico da criança
nascida na constância do casamento do paciente: hipótese na
qual, à luz do princípio da proporcionalidade ou da
razoabilidade, se impõe evitar a afronta à dignidade pessoal
que, nas circunstâncias, a sua participação na perícia
substantivaria.
* noticiado no Informativo 106

HC N. 76.431-MG
RELATOR : MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: "HABEAS CORPUS". CRIME CONTRA OS
CONSTUMES. TENTATIVA DE ESTUPRO.
REPRESENTAÇÃO FORMULADA POR TIO DA MENOR
VÍTIMA.
1. Sendo a vítima menor, filha de pai não declarado e
encontrando-se a mãe hospitalizada, válida é a representação
formulada por seu tio contra acusado de tentativa de estupro.
2. Demonstrado que a representação atendeu o requisito da
manifestação da vontade da ofendida que não só a ratificou,
mostrando inequívoco interesse no indiciamento do acusado,
como também compareceu a todos os atos e acompanhou o
desenrolar do processo, tem-se como juridicamente válida a
representação.
3. Habeas corpus indeferido.
* noticiado no Informativo 103

HC N. 76.510-SP
RELATOR : MIN. CARLOS VELLOSO
EMENTA: PENAL. PROCESSUAL PENAL. HABEAS
CORPUS. CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA
PRATICADOS POR MILITAR OU POLICIAL MILITAR,
CONTRA CIVIL. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA
COMUM. LEI 9.299, DE 7/8/96. EXAME DE PROVA:
IMPOSSIBILIDADE. PRETENSÃO DE JULGAMENTO
PELO TRIBUNAL DO JÚRI: IMPOSSIBILIDADE.
PRISÃO DOS RÉUS: LEGALIDADE.
I. - Com a promulgação da Lei 9.299/96, os crimes dolosos
contra a vida praticados por militar ou policial militar, contra
civil, passaram a ser da competência da Justiça comum.
II. - A alegação de que os réus agiram em legítima defesa
implicaria o revolvimento de toda a prova, o que não se
admite nos estreitos limites do habeas corpus.
III. - Hipótese em que já tendo sido proferida sentença de
primeiro grau e estando pendente de julgamento a apelação
dos réus, não há falar em novo julgamento, pelo Tribunal do
Júri, em razão da promulgação da Lei 9.299/96. A
controvérsia ficou restrita, no caso, à competência para o
julgamento do recurso.
IV. - HC indeferido.

HC N. 76.587-SP
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
COMPETÊNCIA - HABEAS-CORPUS - ATO DE
TRIBUNAL DE JUSTIÇA. Na dicção da ilustrada maioria
(seis votos a favor e cinco contra), entendimento em relação
ao qual guardo reservas, compete ao Supremo Tribunal
Federal julgar todo e qualquer habeas-corpus impetrado
contra ato de tribunal, tenha este, ou não, qualificação de
superior.
PRESCRIÇÃO PARCIAL - PRETENSÃO PUNITIVA -
CONTINUIDADE DELITIVA - RECURSO DA DEFESA -
PENA FINAL - REPERCUSSÃO - COMPENSAÇÃO -
AUSÊNCIA DE RECURSO DO ESTADO ACUSADOR.
Estampa ato de constrangimento acórdão no sentido da
prescrição da pretensão punitiva no tocante a um dos crimes
considerados, sob o ângulo da continuidade delitiva, na
fixação final da pena e a manutenção desta. Insubsistência da
óptica segundo a qual o réu recorrente já teria sido
"beneficiado o suficiente" em outros aspectos, tais como o
relativo à conclusão sobre a identidade de espécies dos
crimes de atentado violento ao pudor e estupro (para o órgão
revisor, concurso material), bem assim no que o Juízo deixou
de aplicar, porque os teve como inconstitucionais, os artigos
da Lei nº 8.072/90 que prevêem o cumprimento integral da
pena no regime fechado e o acréscimo desta de metade no
caso de enquadramento do crime no artigo 224 do Código de
Processo Penal. Atuação de ofício, em face do silêncio do
Ministério Público, que não interpôs recurso, incompatível
com o papel a ser cumprido pelo órgão julgador.

HC N. 76.652-DF
RELATOR : MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: "Habeas corpus".
- A súmula 155 do S.T.F. continua em vigor em face da
Constituição de 1988.
- Assim, é relativa nulidade decorrente de falta de intimação
da expedição da carta precatória para a inquirição de
testemunha.
- No caso, não está demonstrado o prejuízo sofrido pela
defesa.
"Habeas corpus" indeferido, cassando-se a liminar
concedida.

HC N. 76.707-SP
RELATOR : MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: "Habeas corpus"
- O Código Penal não proíbe que a pena privativa de
liberdade a ser imposta possa ser superior a trinta anos, mas,
sim, que o seu cumprimento não pode exceder a esse limite,
ou seja, pode haver condenação a mais de trinta anos, mas a
duração da execução da pena não pode ser superior a trinta
anos, sendo só para esse fim a unificação das penas a que
alude o § 1º do artigo 75 do referido Código.
"Habeas corpus" indeferido.

PETIÇÃO N. 1.414-MG Q.Ordem


RELATOR : MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: Ação cautelar inominada. Questão de ordem.
- Não se aplica, no âmbito desta Corte, em se tratando de
medida cautelar relacionada com recurso extraordinário, o
procedimento cautelar previsto nos artigos 796 e seguintes
do Código de Processo Civil, uma vez que, a propósito, há
norma especial de natureza processual - e, portanto, recebida
com força de lei pela atual Constituição - em nosso
Regimento (artigo 21, IV). Daí, submeter-se à apreciação da
Turma a petição concernente a medida cautelar que se requer
para a suspensão pleiteada.
- Em casos excepcionais, esta Corte tem admitido a
suspensão da execução de decisão transitada em julgado até
o final julgamento da ação rescisória.
No caso, porém, essa excepcionalidade não se manifesta.
Questão de ordem que se resolve indeferindo-se a medida
cautelar.
* noticiado no Informativo 96

AG (AgRg) N. 193.045-MG
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
RECURSO - FORMALIZAÇÃO. A peça apresentada ao
protocolo há de estar devidamente assinada. Argumentação
em torno de equívoco - entregara-se ao Protocolo a via
assinada, guardando consigo o advogado a via subscrita - há
de fazer-se acompanhar da demonstração respectiva, ou seja,
da peça que realmente foi assinada, contendo o carimbo do
protocolo.

AG (AgRg) N. 129.996-PR
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO - INTERPOSIÇÃO
SIMULTÂNEA DO ESPECIAL - PREJUÍZO. Havendo o
Superior Tribunal de Justiça adentrado a apreciação do
mérito da controvérsia, muito embora fazendo-o para
declarar não enquadrado o especial em uma das alíneas do
inciso III do artigo 105 da Constituição Federal, tem-se o
prejuízo do extraordinário interposto versando sobre a
mesma matéria, ainda que sob o colorido constitucional. É
que a adoção de tese pelo Superior Tribunal de Justiça faz
surgir decisão substitutiva, considerado o teor do artigo 512
do Código de Processo Civil, possuidora de fundamento
suficiente à perpetuação do desfecho da lide.

AG (AgRg) N. 146.785-DF
RELATOR : MIN. CELSO DE MELLO
E M E N T A: AGRAVO DE INSTRUMENTO -
TRASLADO INCOMPLETO - AUSÊNCIA DE
CERTIDÃO COMPROBATÓRIA DA TEMPESTIVIDADE
DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO - FUNÇÃO
JURÍDICO-PROCESSUAL DO AGRAVO DE
INSTRUMENTO DEDUZIDO CONTRA DECISÃO QUE
NEGA TRÂNSITO AO RECURSO EXTRAORDINÁRIO -
SÚMULA 288/STF - APLICABILIDADE - FÉ PÚBLICA
DA CERTIDÃO EXPEDIDA POR SERVENTUÁRIO DE
JUSTIÇA - PREQUESTIONAMENTO EXPLÍCITO DA
MATÉRIA CONSTITUCIONAL - AGRAVO
IMPROVIDO.
TRASLADO INCOMPLETO - PROVA DA
TEMPESTIVIDADE DO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO - SÚMULA 288.
- A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no
sentido de considerar incompleto o traslado a que falte,
dentre outras peças essenciais à compreensão global da
controvérsia, a necessária certidão comprobatória da
tempestividade do recurso extraordinário. Aplicabilidade
da Súmula 288/STF. Precedentes de ambas as Turmas do
STF.
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE E SÚMULA 288/STF.
- Não ofende o princípio da legalidade a decisão que, ao
interpretar o ordenamento positivo em ato adequadamente
motivado, limita-se, sem qualquer desvio hermenêutico, e
dentro dos critérios consagrados pela Súmula 288/STF, a
considerar como "essencial à compreensão da controvérsia"
a peça referente à comprovação da tempestividade do
recurso extraordinário.
O sentido conceitual da expressão "controvérsia" reveste-
se de caráter abrangente, envolvendo não só o próprio fundo
material do litígio, mas também todas as questões e
incidentes, ainda que de ordem formal, que guardem
relação de pertinência com os aspectos emergentes da causa.
PODER CERTIFICANTE DO SERVENTUÁRIO DE
JUSTIÇA - FÉ PÚBLICA
A função certificante, enquanto prerrogativa institucional
que constitui emanação da própria autoridade do Estado,
destina-se a gerar situação de certeza jurídica, desde que
exercida por determinados agentes a quem se outorgou,
ministerio legis, o privilégio da fé pública.
PREQUESTIONAMENTO EXPLÍCITO
- A configuração jurídica do prequestionamento - que traduz
elemento indispensável ao conhecimento do recurso
extraordinário - decorre da oportuna formulação, em
momento procedimentalmente adequado, do tema de
direito constitucional positivo. Mais do que a satisfação
dessa exigência, impõe-se que a matéria questionada tenha
sido explicitamente ventilada na decisão recorrida. Sem o
cumulativo atendimento desses pressupostos, além de outros
igualmente imprescindíveis, não se viabiliza o acesso à via
recursal extraordinária.
- A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, mesmo sob
a égide da Constituição de 1988, tem enfatizado que
continua a subsistir a exigência de prequestionamento em
tema de recurso extraordinário, proclamando a necessidade
de sua explicita configuração (Ag 155.188-8 (AgRg), Rel.
Min. CELSO DE MELLO).

AG (AgRg) N. 186.287-RS
RELATOR : MIN. SYDNEY SANCHES
EMENTA: - DIREITO CONSTITUCIONAL E
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO:
PROVA DE SUA TEMPESTIVIDADE NO AGRAVO DE
INSTRUMENTO. PROCURAÇÃO.
SUBSTABELECIMENTO.
1. É pacífica a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal,
em ambas as Turmas, no sentido de que, no instrumento de
Agravo, deve constar prova a respeito da data em que as
partes foram intimadas do acórdão impugnado no Recurso
Extraordinário, a fim de que se possa verificar se este foi
tempestivamente interposto, já que não se deve mandá-lo
subir, quando intempestivo. E essa tempestividade é
requisito de admissibilidade de qualquer recurso e,
conseqüentemente, deve ser examinada de ofício no Tribunal
"ad quem", inclusive nesta Corte. Tanto mais porque o
Agravo pode ser convertido em R.E. (art. 544, § 4º, do
C.P.C.), que, para ser conhecido, precisa ser tempestivo.
2. Ademais, no caso, do instrumento não constou, sequer,
cópia integral do acórdão impugnado no Recurso
Extraordinário, o que também é indispensável, nos termos do
art. 544, parágrafo único, do Código de Processo Civil. Até
para verificação da viabilidade, ou não, do apelo.
3. Se houve, ou não, falha da Secretaria do Tribunal de
origem, é questão que não deve escapar à vigilância do
agravante, pois a este compete zelar pela correta formação
do instrumento, não cabendo a esta Corte suprir eventuais
omissões, mediante a conversão do julgamento em
diligência.
4. Além disso, não consta dos autos prova de que o
signatário do Agravo de Instrumento seja procurador de uma
das agravantes. Nem de que o signatário do presente Agravo
tenha sido regularmente constituído.
6. Mas, ainda que se pudesse considerar completo e perfeito
o instrumento de Agravo - o que se admite apenas para
argumentação - mesmo assim não teria ele possibilidade de
êxito.
É que o acórdão recorrido, que está reproduzido em parte, ao
que se vê de sua ementa, examinou, tão-somente, questões
processuais, que poderiam, eventualmente, ensejar Recurso
Especial para o Superior Tribunal de Justiça (art. 105, III, da
Constituição Federal) e não Recurso Extraordinário para o
Supremo Tribunal Federal, pois nele só se examinam
questões constitucionais e quando tratadas no acórdão
recorrido (art. 102, III, da C.F.).
7. Aliás, no que concerne a este último ponto, o Recurso
Extraordinário teve seguimento negado na instância de
origem, com base nas Súmulas 282 e 356 do S.T.F.
Agravo improvido.

AG (AgRg) N. 188.890-SC
RELATOR : MIN. NÉRI DA SILVEIRA
EMENTA: Recurso extraordinário. Constitucional.
Empréstimo compulsório sobre o consumo de energia
elétrica. 2. Orientação adotada pelo Plenário do STF, no RE
146.615-PE, reconhecendo que a regra constitucional
transitória inserta no art. 34, § 12, do ADCT, preservou a
exigibilidade do empréstimo compulsório instituído pela Lei
4.156/62, com alterações posteriores até o exercício de 1993,
previsto no art. 1º da Lei 7.181/83. 3. Agravo regimental a
que se nega provimento.

AG (AgRg) N. 194.188-RS
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
EMBARGOS DECLARATÓRIOS - CAUSA DE PEDIR E
PEDIDO. Visando os embargos declaratórios a suprir
omissão, a peça recursal deve conter, de forma clara, os
parâmetros do alegado vício, ou seja, recai sobre os ombros
do embargante o ônus processual de revelar, explicitamente,
a causa de pedir.
RECURSO EXTRAORDINÁRIO - LEGISLAÇÃO
LOCAL. O recurso extraordinário não se presta à análise de
legislação local. O julgamento da lide esgota-se sob tal
ângulo na Corte de Justiça estadual.
CONCURSO PÚBLICO - TÍTULOS - REPROVAÇÃO.
Coaduna-se com o princípio da razoabilidade constitucional
conclusão sobre a circunstância de a pontuação dos títulos
apenas servir à classificação do candidato, jamais definindo
aprovação ou reprovação. Alcance emprestado por tribunal
de justiça à legislação estadual, em tudo harmônico com o
princípio da razoabilidade, não se podendo cogitar de
menosprezo aos critérios da moralidade e da impessoalidade.

AG (AgRg) N. 196.770-RJ
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO
RESCISÓRIA - ÍNDICE DE PREÇOS AO CONSUMIDOR
DE MARÇO DE 1990. Não vulnera os incisos LIV e LV do
rol das garantias constitucionais a admissibilidade de ação
rescisória contra provimento judicial que implicou o
reconhecimento do direito ao reajuste dos salários,
considerado o Índice de Preços ao Consumidor de março de
1990.

ACAO RESCISORIA (EInf) N. 1.178-SP Q.Ordem


RELATOR : MIN. NÉRI DA SILVEIRA
EMENTA: - Ação Rescisória. 2. Embargos infringentes. 3.
Regimento Interno do STF, art. 333 e parágrafo único. 4. Lei
nº 8038/1990, art. 24. 5. Código de Processo Civil, art. 530.
6. Desde o advento da Lei nº 8038/1990, art. 24, não cabe
exigir o número mínimo de quatro votos dissidentes, previsto
no parágrafo único do art. 333 do RISTF, para a admissão de
embargos infringentes, contra acórdão do Plenário do STF,
em ação rescisória. Bastante se faz não seja o aresto
unânime. 7. Questão de Ordem que se resolve no sentido de
não ser mais aplicável às ações rescisórias o disposto no
parágrafo único do art. 333 do RISTF, mas, sim, o art. 530
do Código de Processo Civil.
* noticiado no Informativo 58

RE N. 176.486-SP
RELATOR : MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ATO
NORMATIVO MUNICIPAL. REPRESENTAÇÃO DE
INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA EXTINTA
PELO TRIBUNAL DE JUSTIÇA SOB O ARGUMENTO
DE HAVER CORRESPONDÊNCIA ENTRE O PRINCÍPIO
ESTABELECIDO NA CARTA ESTADUAL E O
CONSAGRADO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
CONSEQÜÊNCIA: INVIABILIDADE DE CONTROLE
ABSTRATO DA CONSTITUCIONALIDADE DO ATO
NORMATIVO.
1. Compete ao Tribunal de Justiça estadual apreciar
representação de inconstitucionalidade de ato normativo
municipal, não sendo de ser declarada extinta a argüição pelo
fato de haver correspondência entre o princípio estabelecido
na Carta Estadual e o consagrado na Constituição Federal.
Recurso extraordinário conhecido e provido, determinando-
se a remessa dos autos ao Tribunal de origem para que,
quanto ao mérito, julgue a ação como entender de direito.

RE N. 209.914-SP
RELATOR : MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: Recurso extraordinário. Precatório. Atividade
administrativa do Tribunal. Inexistência de causa como
pressuposto do recurso extraordinário.
- O Plenário desta Corte, ao julgar o AGRRE 213.696,
decidiu que a atividade do Presidente do Tribunal no
processamento do precatório não é jurisdicional, mas
administrativa, o mesmo ocorrendo com a decisão da Corte
em agravo regimental contra despacho do Presidente nessa
atividade. Inexiste, assim, o pressuposto do recurso
extraordinário que é o da existência de causa decidida em
única ou última instância por órgão do Poder Judiciário no
exercício de função jurisdicional.
Recurso extraordinário não conhecido.

RE N. 211.325-MT
RELATOR : MIN. SEPÚLVEDA PERTENCE
EMENTA - I - Servidor público: remuneração: teto.
Firmou-se a jurisprudência do STF no sentido de excluir do
limite remuneratório do art. 37, XI, CF, as vantagens de
caráter pessoal, mas incluir as de caráter geral.
Acórdão que, filiando-se em tese a esse entendimento, dele
divergiu, in concreto, ao excluir do teto parcela integrante da
remuneração geral e permanente da categoria funcional a que
pertenciam os impetrantes.
RE conhecido em parte e nessa parte provido para sujeitar ao
limite remuneratório do art. 37, XI, CF, a verba de
produtividade do grupo TAF, quando percebida pelos
impetrantes.

Assessora responsável pelo Informativo


Maria Ângela Santa Cruz Oliveira
informativo@stf.gov.br

Anda mungkin juga menyukai