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Brasília, 22 a 26 de junho de 1998 - Nº 116

Data (páginas internas): 1º de julho de 1998.

Este Informativo, elaborado a partir de


notas tomadas nas sessões de julgamento das
Turmas e do Plenário, contém resumos não-
oficiais de decisões proferidas pelo Tribunal. A
fidelidade de tais resumos ao conteúdo efetivo
das decisões, embora seja uma das metas
perseguidas neste trabalho, somente poderá
ser aferida após a sua publicação no Diário da
Justiça.

ÍNDICE DE ASSUNTOS

Ação Rescisória: Cabimento


ADIn: Conhecimento
Aldeamento Indígena Antigo e Usucapião
Cisão da Telebrás: Autorização Legislativa
Convênio: Construção de Estrada de Ferro
Depositário Infiel e Penhor Mercantil
Depositário Infiel e Penhor Rural
Devido Processo Legal:Ofensa Reflexa à CF
Execução Extrajudicial: Decreto-Lei 70/66
Invasão de Competência Legislativa
Maus Antecedentes
Nulidade: Alegação Extemporânea
Plano Real: Contrato de Locação Comercial
Prevenção
Telecomunicações: Lei 9.295/96
Teto Remuneratório e Vantagens Pessoais

PLENÁRIO
Convênio: Construção de Estrada de Ferro
Iniciado julgamento de ação cível originária
proposta pelo Estado do Paraná contra a União
Federal, objetivando o ressarcimento das despesas
decorrentes de construção de estrada de ferro em razão
de convênios celebrados entre as partes. Rejeitou-se as
preliminares suscitadas: a) pela União Federal quanto
à prescrição qüinqüenal, tendo em vista o disposto no
art. 4º do Decreto 20.910/32 (“Não corre a prescrição
durante a demora que, no estudo, no reconhecimento
ou no pagamento da dívida, considerada líquida,
tiverem as repartições ou funcionários encarregados
de estudar e apurá-la.”); b) também pela ré União
Federal quanto à inépcia da inicial (CPC, art. 286,
caput: “O pedido deve ser certo e determinado...”),
tendo em vista que o bem jurídico perseguido pelo
Estado ficou devidamente evidenciado; e c) pelo
Ministério Público Federal, em parecer prévio, no
sentido da extinção do processo pela perda do direito
de regresso do Estado do Paraná — ante a ausência de
denunciação da lide à União nas ações de cobrança
que contra ele estariam sendo movidas por
empreiteiras da obra —, uma vez que se trata, no caso,
de ação autônoma e não de ação regressiva.
Prosseguindo quanto ao exame do mérito, após o voto
do Min. Ilmar Galvão no sentido de julgar
improcedente a ação, o julgamento foi suspenso em
virtude de pedido de vista do Min. Nelson Jobim.
Precedente citado: ACO 381-RJ (RTJ 137/53). ACO
453-PR, rel. Min. Ilmar Galvão, 24.6.98.

Plano Real: Contrato de Locação Comercial


Iniciado o julgamento de recursos
extraordinários em que se discute a aplicação da MP
542/94, que instituiu o Plano Real, sobre contrato de
aluguel de imóvel comercial firmado anteriormente à
sua edição. O Min. Carlos Velloso, relator, ao
fundamento de que mesmo a norma de ordem pública,
cuja aplicação é imediata, deve respeito ao ato jurídico
perfeito (CF, art. 5º, XXXVI), votou no sentido de
reformar as decisões do STJ, que concluíram pela
incidência imediata do art. 21 da MP 542/94 (“As
obrigações pecuniárias em Cruzeiros Reais, com
cláusula de correção pecuniária baseada em índices
de preços, em que a periodicidade de reajuste pleno é
maior que a periodicidade de pagamento, serão
convertidos em REAL, no dia 1º de Julho de 1994, de
acordo com as disposições abaixo: ...”) sobre os
contratos de locação de imóvel comercial em curso.
Após, o julgamento foi adiado em virtude de pedido de
vista do Min. Nelson Jobim. Precedentes citados:
ADIn 493-DF (143/724); RE 94.288-RJ (RTJ
104/1142). RE 212.609-SP e RE 215.016-SP, rel. Min.
Carlos Velloso, 24.6.98.

Ação Rescisória: Cabimento


O Tribunal, reafirmando que não cabe ação
rescisória por ofensa a literal dispositivo de lei quando
a decisão rescindenda se tiver baseado em texto legal
de interpretação controvertida nos tribunais (Súmula
343), por maioria, julgou improcedente ação rescisória
em que se pretendia rescindir acórdão que entendera
válido o testamento particular datilografado pelo
próprio testador, já que preenchidos os demais
requisitos do art. 1.645, do Código Civil. Vencido o
Min. Marco Aurélio, que julgava procedente a ação
sob o entendimento de que é inválido o testamento
datilografado como decorre, a contrario sensu, do art.
136, do Código Civil ("Os atos jurídicos, a que se não
impõe forma especial, poderão provar-se
mediante: ..."). Ação Rescisória 1.146-SP, rel. Min.
Néri da Silveira, 25.6.98.

Cisão da Telebrás: Autorização Legislativa


O Tribunal indeferiu medida cautelar em ação
direta requerida pelo Partido dos Trabalhadores - PT,
contra o art. 189, I, da Lei 9.472/97 (conhecida como
Lei Geral de Telecomunicações) que autoriza o Poder
executivo a proceder à cisão, fusão e incorporação de
empresas federais de telecomunicações; e contra o art.
3º - Anexo, do Decreto 2.546/98, que autoriza a cisão
parcial da TELEBRÁS - Telecomunicações Brasileiras
S/A, em doze empresas, que a sucederão como
controladoras. Tendo em vista o caráter genérico da
exigência de lei específica para a criação de empresa
pública, sociedade de economia mista, autarquia ou
fundação pública, a que se refere o inciso XIX, do art.
37, da CF, o Tribunal considerou que a Lei impugnada
atende a esse permissivo constitucional por nela haver
a previsão para essa finalidade (art. 187). Precedente
citado: ADInMC 1.649-DF (julgada em 29.10.97,
acórdão pendente de publicação, v. Informativo 90).
ADInMC 1.840-DF, rel. Min. Carlos Velloso, 25.6.98.

Invasão de Competência Legislativa


O Tribunal, por maioria de votos, deferiu
medida cautelar em ação direta ajuizada pelo
Governador do Estado de Santa Catarina para
suspender, até final julgamento da ação direta , a
execução e a aplicabilidade da Lei nº 10.760/98, do
Estado de Santa Catarina (Art. 1º: "É vedado ao Poder
Executivo, às empresas públicas e de economia mista
cujo controle acionário pertença ao Estado de Santa
Catarina, assinarem contratos ou outros instrumentos
legais congêneres que em suas cláusulas conste a
transferência do controle técnico, administrativo ou
de gestão compartilhada, das mesmas."). Considerou-
se juridicamente relevante a argüição de ofensa à
iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo para
a propositura de leis que versam sobre matéria
administrativa, e de invasão da esfera de atribuições
deste, a quem cabe a direção e o funcionamento da
Administração. Vencidos os Ministros Ilmar Galvão e
Néri da Silveira, que indeferiam a liminar por
entenderem necessário para o exame do pedido o
recebimento das informações ainda não prestadas pela
Assembléia Legislativa requerida. ADInMC 1.846, rel.
Min. Carlos Velloso, 25.6.98.

Telecomunicações: Lei 9.295/96 - 1


Retomado o julgamento de medida liminar
em ação direta requerida pelo Partido Democrático
Trabalhista-PDT e pelo Partido dos Trabalhadores-PT,
contra a Lei 9.295/96, que dispõe sobre serviços de
telecomunicações e sua organização (v. Informativos
64 e 65). Quanto ao pedido de suspensão cautelar da
eficácia do art. 4º e seu parágrafo único, da referida
Lei — que autoriza o Poder Executivo a transformar
em concessões de Serviço Móvel Celular as
permissões do Serviço de Radiocomunicação Móvel
Terrestre Público-Restrito outorgadas anteriormente à
vigência desta Lei, em condições similares as dos
demais contratos de concessão de Serviço Móvel
Celular —, votaram pelo seu indeferimento os
Ministros Carlos Velloso, relator, Maurício Corrêa,
Nelson Jobim, Ilmar Galvão e Octavio Gallotti, sob o
fundamento de que o art. 175, parágrafo único, I da CF
("A lei disporá sobre: I - o regime das empresas
concessionárias e permissionárias de serviços
públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua
prorrogação, bem como as condições de caducidade,
fiscalização e rescisão da concessão ou permissão.")
afastou qualquer distinção conceitual entre permissão e
concessão, ao conferir àquela o caráter contratual
próprio desta. De outro lado, os Ministros Marco
Aurélio, Sepúlveda Pertence, Néri da Silveira, Moreira
Alves e Celso de Mello, votaram pelo deferimento da
medida cautelar por entenderem que os conceitos de
"permissão" e "concessão" não são sinônimos e que a
utilização, pelo referido art. 175, § único, I, da CF/88,
da expressão "o caráter especial de seu contrato" para
ambos os institutos, traduz mera impropriedade e não
equiparação. À vista do empate na votação, o
julgamento foi suspenso a fim de aguardar o voto do
Ministro Sydney Sanches. ADInMC 1.491-DF, rel.
Min. Carlos Velloso, 26.6.98.

Telecomunicações: Lei 9.295/96 - 2


Prosseguindo no julgamento acima
mencionado, o Tribunal indeferiu o pedido de
suspensão cautelar de eficácia do art. 5º da Lei
9.295/96 ("É a Telecomunicações Brasileiras S.A. -
TELEBRÁS autorizada, com o fim de dar
cumprimento ao disposto no parágrafo único do
artigo anterior, a constituir, diretamente ou através de
suas sociedades controladas, empresas subsidiárias
ou associadas para assumir a exploração do Serviço
Móvel Celular."), uma vez que a autorização
legislativa para a criação de subsidiárias de empresa
pública, sociedade de economia mista, autarquia ou
fundação pública a que se refere o inciso XX, do art.
37, da CF, reveste-se de caráter genérico, não se
exigindo autorização específica do Congresso
Nacional para se instituir cada uma das subsidiárias de
uma mesma entidade. Precedente citado: ADInMC
1.649-DF (julgada em 29.10.97, acórdão pendente de
publicação, v. Informativo 90). ADInMC 1.491-DF,
rel. Min. Carlos Velloso, 26.6.98.

Telecomunicações: Lei 9.295/96 - 3


Quanto ao § 2º, do art. 8º, da Lei 9.295/96
("As entidades que, na data de vigência desta Lei,
estejam explorando o Serviço de Transporte de Sinais
de Telecomunicações por Satélite, mediante o uso de
satélites que ocupem posições orbitais notificadas
pelo Brasil, têm assegurado o direito à concessão
desta exploração."), após o voto do Min. Carlos
Velloso, relator, concedendo a liminar para suspender a
eficácia do dispositivo por aparente ofensa ao art. 175,
da CF, que exige procedimento licitatório para a
outorga de concessão ou permissão de serviços
públicos, o julgamento foi adiado, nesse ponto, em
virtude do pedido de vista do Min. Nelson Jobim.
ADInMC 1.491-DF, rel. Min. Carlos Velloso, 26.6.98.

Telecomunicações: Lei 9.295/96 - 4


Relativamente ao art. 10 e seu parágrafo
único, da referida Lei 9.295/96 ("É assegurada a
qualquer interessado na prestação de Serviço de Valor
Adicionado a utilização da rede pública de
telecomunicações. Parágrafo Único - Serviço de Valor
Adicionado é a atividade caracterizada pelo
acréscimo de recursos e um serviço de
telecomunicações que lhe dá suporte, criando novas
utilidades relacionadas ao acesso, armazenamento,
apresentação, movimentação e recuperação de
informações, não caracterizado exploração de serviço
de telecomunicações."), o Tribunal, por maioria de
votos, indeferiu o pedido por ausência de relevância na
argüição de ofensa ao art. 21, XI, da CF, que confere à
União explorar, diretamente ou mediante autorização,
concessão ou permissão, os serviços de
telecomunicações, uma vez que o referido Serviço de
Valor Adicionado não configura serviço público de
telecomunicações, mas tão-só facilidades técnicas
como por exemplo o acesso à internet, a secretária
eletrônica e o facsímile. Vencido o Min. Marco
Aurélio, que concedia a liminar por entender que a
norma impugnada acabaria por afastar o processo
licitatório. ADInMC 1.491-DF, rel. Min. Carlos
Velloso, 26.6.98.

ADIn: Conhecimento
Por impossibilidade jurídica do pedido, o
Tribunal não conheceu de ação direta ajuizada pelo
Partido Popular Socialista -PPS contra dispositivos da
Lei 9.504/97, que trata da distribuição do tempo para a
propaganda gratuita no rádio e na televisão entre os
partidos e suas coligações referente às eleições
majoritárias e porporcionais. Considerou-se que a
declaração de inconstitucionalidade apenas das normas
impugnadas, tal como pretendida, alteraria o sistema
da Lei, transformando o STF em legislador positivo.
ADInMC 1.822-DF, rel. Min. Moreira Alves, 26.6.98.

PRIMEIRA TURMA

Depositário Infiel e Penhor Rural


É legítima a prisão civil do depositário infiel
na hipótese de penhor rural. A Turma considerou que
que os bens objeto da garantia (tratava-se, na espécie,
de penhor agrícola de algodão estocado), ainda que
fungíveis objetivamente, são tratados por força da lei
como coisas infungíveis, nos termos do art. 2º, V e VI,
da Lei 492/37, que exige a individualização de tais
bens, inclusive com a denominação e situação da
propriedade agrícola onde se encontram. Com esse
entendimento, a Turma, por maioria, indeferiu habeas
corpus, vencido o Min. Sepúlveda Pertence, relator,
que concedia a ordem ao fundamento de que se trata
de depósito irregular, que não dá margem à prisão
civil. HC 75.904-SP, rel. originário Min. Sepúlveda
Pertence, red. p/ acórdão Min. Moreira Alves, 23.6.98.

Depositário Infiel e Penhor Mercantil


É legítima a prisão civil do depositário infiel
na hipótese de penhor mercantil. Com esse
entendimento, a Turma, por unanimidade, com a
ressalva do entendimento pessoal do Min. Sepúlveda
Pertence, indeferiu o pedido de habeas corpus.
Precedente citado: HC 71.097-PR (RTJ 162/612). HC
75.900-MG, rel. Min. Ilmar Galvão, 23.6.98.

Aldeamento Indígena Antigo e Usucapião


A Turma confirmou acórdão do TRF da 3ª
Região que excluíra a União Federal da relação
processual em ação de usucapião de imóvel situado em
extinto aldeamento de índios (de São Miguel e
Guarulhos) uma vez que este fora abandonado pelos
indígenas antes do advento da Constituição de 1891,
passando, assim, na qualidade de terras devolutas, ao
domínio do Estado de São Paulo (CF/1891, art. 64).
RE 212.251-SP, rel. Min. Ilmar Galvão, 23.6.98.

Devido Processo Legal:Ofensa Reflexa à


CF
Questões de natureza estritamente processual,
de âmbito infraconstitucional, não dão margem a
recurso extraordinário sob o fundamento de ofensa ao
princípio do devido processo legal (CF, art. 5º, LIV).
Com esse entendimento, a Turma, confirmando
despacho do Min. Sepúlveda Pertence, relator, negou
provimento a agravo regimental em agravo de
instrumento mediante o qual se pretendia ver
processado recurso extraordinário com vistas a discutir
sobre o cabimento de embargos no TST. AG (AgRg)
202.645-MG, rel. Min. Sepúlveda Pertence, 23.6.98.

Teto Remuneratório e Vantagens Pessoais


Não se computam as vantagens de caráter
pessoal para o cálculo do teto de remuneração previsto
no art. 37, XI, da CF. Com base nesse entendimento, a
Turma reformou acórdão do Tribunal de Justiça do
Estado do Paraná que excluíra do teto remuneratório
de delegados, peritos criminais e peritos policiais
locais, vantagens destituídas de caráter pessoal
(vantagens de função gratificada; representação de
gabinete e cargo em comissão; gratificação de regime
de tempo), mantendo, no entanto, a decisão recorrida
quanto à exclusão das vantagens consistentes no
adicional por tempo de serviço e na gratificação de
risco de vida, ambas de natureza pessoal. Precedentes
citados: ADInMC 1.344-ES (DJU de 19.4.96) e SS
(AgRg) 733-PR (DJU de 4.8.95). RE 218.465-PR, rel.
Min. Octavio Gallotti, 23.6.98.

Execução Extrajudicial: Decreto-Lei 70/66


A Turma, entendendo recepcionado pela
CF/88 o Decreto-Lei 70/66 — que autoriza o credor
hipotecário no regime do Sistema Financeiro da
Habitação a optar pela execução do crédito na forma
do Código de Processo Civil ou mediante execução
extrajudicial —, conheceu e deu provimento a recurso
extraordinário da Caixa Econômica Federal para
reformar acórdão do TRF da 1ª Região que entendera
que a execução extrajudicial prevista no DL 70/66 e na
Lei 5.741/71 violaria os princípios da inafastabilidade
da jurisdição, do monopólio estatal da jurisdição e do
juiz natural, do devido processo legal e do
contraditório (CF, art. 5º XXXV, XXXVII, XXXVIII,
LIV e LV). RE 223.075-DF, rel. Min. Ilmar Galvão,
23.6.98.

SEGUNDA TURMA

Maus Antecedentes
Ainda que as condenações anteriores do réu
não sejam consideradas para efeito de reincidência,
nos termos do art. 64, I , do CP [“Para efeito de
reincidência: I - não prevalece a condenação anterior,
se entre a data do cumprimento ou extinção da pena e
a infração posterior tiver decorrido período de tempo
superior a 5 (cinco) anos”], podem ser utilizadas
como maus antecedentes na fixação da pena-base pelo
juiz. HC 76.665-SP, rel. Min. Marco Aurélio, 23.6.98.

Nulidade: Alegação Extemporânea


As nulidades da decisão que submete o
acusado a novo júri devem ser argüidas antes desse
novo julgamento, sob pena de ficarem superadas. Com
base nesse entendimento, a Turma, por maioria,
indeferiu habeas corpus impetrado sob a alegação de
que o defensor público encarregado da defesa do
paciente não fora pessoalmente intimado do acórdão
que, havendo anulado o primeiro veredicto ao acolher
recurso do MP, ordenara a sujeição do réu a novo
julgamento pelo tribunal do júri. Vencido o Min.
Marco Aurélio, que concedia a ordem para anular o
segundo julgamento do tribunal do júri, ao fundamento
de que não ocorrera a preclusão. Precedentes citados:
HC 69.080-PE (RTJ 143/147) e HC 69.867-PE (DJU
de 7.5.93). HC 76.732-MG, rel. Min. Carlos Velloso,
23.6.98.

Prevenção
Se antes da homologação do pedido de
desistência do habeas corpus o juiz deferir ou indeferir
a liminar, fixa-se a competência por prevenção para o
julgamento de novo writ, idêntico ao primeiro. Com
base nesse entendimento, a Turma, por maioria,
indeferiu habeas corpus contra decisão do Órgão
Especial do TRF da 3ª Região que, em virtude de
conflito de competência positivo suscitado entre duas
de suas Turmas, concluíra pela prevenção do juízo que
indeferira a liminar no writ originário. Vencido o Min.
Marco Aurélio, que concedia a ordem por entender
violado, no caso, o parágrafo 5º do art. 15 do
Regimento Interno do TRF da 3ª Região (“Não firma
prevenção do Relator a decisão que deixar de tomar
conhecimento do feito, ou simplesmente declarar
prejudicado o pedido.”). HC 76.967-SP, rel. Min.
Nelson Jobim, 23.6.98.

Sessões Ordinárias Extraordinárias Julgamentos

Pleno 24.6.98 25 e 26.6.98 13


1ª Turma 23.6.98 --------- 201
2ª Turma 23.6.98 22.6.98 347

CLIPPING DO DJ
26 de junho de 1998

ADIn N. 1.696-SE Liminar


RELATOR : MIN. SEPÚLVEDA PERTENCE
EMENTA: I. Greve de servidor público: não ofende a
competência privativa da União para disciplinar-lhe, por lei
complementar, os termos e limites - e o que o STF reputa
indispensável à licitude do exercício do direito (MI 20 e MI
438; ressalva do relator) - o decreto do Governador que - a
partir da premissa de ilegalidade da paralisação, à falta da lei
complementar federal - discipline suas conseqüências
administrativas, disciplinares ou não (precedente: ADInnMC
1306, 30.6.95).
II. ADIn: legitimação ativa: COBRAPOL - Confederação
Brasileira de Trabalhadores Policiais civis.

HC N. 76.111-RS
RELATOR : MIN. NELSON JOBIM
EMENTA: HABEAS CORPUS. SÓCIO-GERENTE DE
EMPRESA. QUEIXA-CRIME ORIGINÁRIA DE
CONTESTAÇÃO EM RECLAMATÓRIA TRABALHISTA
DE EX-EMPREGADO. REJEIÇÃO DE "PLANO", DA
AÇÃO, PELO MAGISTRADO EM FACE DE SER A RÉ
PESSOA JURÍDICA E OS QUERELADOS NÃO
INTEGRAREM AQUELA RELAÇÃO PROCESSUAL.
EXERCÍCIO DE MANDATO PELO ADVOGADO. NÃO
ASSINATURA DA PEÇA EM QUESTÃO. EXCESSO DE
LINGUAGEM DO PROFISSIONAL PELO QUAL NÃO
RESPONDA O OUTORGANTE. AÇÃO PENAL
TRANCADA.
HABEAS CORPUS DEFERIDO.
* noticiado no Informativo 110

HC N. 76.259-SP
RELATOR : MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: HABEAS-CORPUS. LESÃO CORPORAL
CULPOSA. PENA DE DOIS MESES DE DETENÇÃO
SUBSTITUÍDA POR RESTRITIVA DE DIREITOS, NA
MODALIDADE DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À
COMUNIDADE, POR IGUAL TEMPO. ALEGAÇÃO DE
PRESCRIÇÃO PRETENSÃO EXECUTÓRIA.
1. Sentença condenatória trânsita em julgado, apenas para a
acusação, em 04.10.95, visto que pendente recurso especial
interposto pelo paciente; esta data é também o termo inicial
do lapso prescricional (CP, art. 112, I, primeira parte).
Não tendo a decisão transitado em julgado para ambas as
partes, mas apenas para a acusação, não se pode falar em
trânsito em julgado no seu sentido próprio, mas no
impróprio, cuidando-se, assim, de hipótese de prescrição da
pretensão punitiva, e não da executória.
2. No caso de prescrição da pretensão punitiva, o prazo
substitutivo de recurso ordinário contra decisão de Tribunal
de segundo grau denegatória de liminar em habeas corpus.
Decisão colegiada que denega a liminar, não obstante sua
provisoriedade, é decisão denegatória de habeas corpus e,
emanada de Tribunal de segundo grau, susceptível de recurso
ordinário para o Superior Tribunal de Justiça, por isso,
também competente para a impetração de habeas corpus que
substitua o mesmo recurso, como é da jurisprudência firme
do STF.

HC N. 76.941-SP
RELATOR : MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: HABEAS CORPUS. PRISÃO CIVIL.
DEPOSITÁRIO INFIEL. VEÍCULO FURTADO. CASO
FORTUITO. ILEGITIMIDADE.
O depositário deverá restituir o bem depositado, não
podendo furtar-se à sua restituição, sob pena de ser
compelido a fazê-lo mediante prisão civil, cuja legitimidade
já foi proclamada pelo Supremo Tribunal Federal no
julgamento do HC 72.131. Obsta, entretanto, a restituição se
"a coisa foi furtada ou roubada" (CC, arts. 1.268 e 1.277).
Certa a ocorrência de furto do veículo, fica afastada a
responsabilidade do paciente como depositário infiel, não
havendo como subsistir contra ele a ameaça de prisão, sem
prejuízo de que o credor demande o pagamento do que lhe é
devido pelas vias adequadas (CPC, art. 906).
Habeas corpus concedido.

HC N. 76.966-MA
RELATOR : MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: HABEAS-CORPUS. HOMICÍDO. APELAÇÃO
INTERPOSTA CONTRA DECISÃO DO JÚRI POR SER
MANIFESTAMENTE CONTRÁRIA À PROVA DOS
AUTOS A QUE O TRIBUNAL COATOR NEGOU
PROVIMENTO, POR ENTENDER QUE SE TRATA DE
MATÉRIA PRECLUSA QUE DEVERIA TER SIDO
ARGÜIDA EM PLENÁRIO E CONSTADO DA ATA DA
SESSÃO DE JULGAMENTO.
1. Verificar se a decisão do Tribunal do Júri é
manifestamente contrária à prova dos autos exige o
necessário exame de provas, o que é inviável em sede de
habeas-corpus. Ademais, o Tribunal coator não examinou a
matéria impugnada, o que implicaria na supressão de um
grau de jurisdição.
2. Cabe apelação, com base em expressa previsão legal (CPP,
art. 593, III, d), quando houver alegação de que a decisão do
Júri é manifestamente contrária à prova dos autos.
Precedentes.
3. Não pode o Tribunal de Justiça furtar-se ao dever de julgar
recurso de apelação com base no art. 593, III, d, do Código
de Processo Penal, sob invocação de que a matéria está
preclusa porque não suscitada em plenário no momento em
que ocorreu: a preclusão da nulidade prevista no art. 571,
VIII, do mesmo Código não se aplica ao caso.
4. Writ conhecido, porque impugna decisão de tribunal de
justiça, mas indeferido, porque não pode o Supremo Tribunal
Federal julgar o pedido, tal como formulado na inicial, para
examinar provas do processo-crime em sede de habeas-
corpus, tendo em vista o seu rito especial e sumário;
ademais, haveria supressão de um grau de jurisdição.
5. Ordem de habeas-corpus concedida ex-offício, tendo em
vista o manifesto constrangimento ilegal a que está
submetido o paciente, determinando-se que, superada a
questão da preclusão da matéria argüida, o Tribunal a quo
julgue a apelação interposta, examinando o pedido
formulado em decisão devidamente fundamentada, na forma
da lei.
* noticiado no Informativo 111

AG(AgRg) N. 210.680-PR
RELATOR : MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: - Agravo regimental.
- No tocante ao direito adquirido, pelo respeito ao ato
jurídico perfeito, a impedir que, com relação à caderneta de
poupança, em que há contrato de adesão, possa ser aplicada a
ele, durante o período para a aquisição da correção mensal já
iniciado, legislação que altere, para menor, o índice dessa
correção, é entendimento já assentado por esta Corte.
- De outra parte, para entender que havia direito
adquirido também com relação aos períodos posteriores,
partiu o acórdão recorrido da premissa de que, com o
bloqueio compulsório dessa caderneta, teria ocorrido
renovação compulsória do contrato vigente na data em que
esse bloqueio se iniciara, matéria essa que teria de ser
examinada previamente e que se situa no terreno
infraconstitucional, o que implica dizer que as alegações de
ofensa à Constituição, no caso, são indiretas ou reflexas, não
dando margem, assim, ao cabimento do recurso
extraordinário.
Agravo a que se nega provimento.
* noticiado no Informativo 110

AG(AgRg) N. 210.874-RS
RELATOR : MIN. CARLOS VELLOSO
EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. MASSA
FALIDA. MULTA FISCAL COM EFEITO DE PENA
ADMINISTRATIVA. D.L. 7661/45, art. 23, III.
I. - Multa fiscal moratória: pena administrativa: sua não
inclusão no crédito habilitado em falência. Súmula 565-STF,
que não foi alterada pela CF/88.
II. - Precedentes do STF.
III. - RE não admitido. Agravo não provido.

AG(AgRg) N. 211.418-ES
RELATOR : MIN. CARLOS VELLOSO
EMENTA: CONSTITUCIONAL. MILITAR. PRAÇA DA
POLÍCIA MILITAR. EXPULSÃO. C.F., art. 125, § 4º.
I. - A prática de ato incompatível com a função policial
militar pode implicar a perda da graduação como sanção
administrativa, assegurando-se à praça o direito de defesa e o
contraditório. Neste caso, entretanto, não há invocar
julgamento pela Justiça Militar estadual. A esta compete
decidir sobre a perda da graduação das praças, como pena
acessória do crime que a ela, Justiça Militar estadual, coube
decidir, não subsistindo, em conseqüência, relativamente aos
graduados, o art. 102 do Cód. Penal Militar, que a impunha
como pena acessória da condenação criminal a prisão
superior a dois anos.
II. - Agravo não provido.
RE(AgRg) N. 168.078-SP
RELATOR : MIN. CARLOS VELLOSO
EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO.
SERVIDOR PÚBLICO. REMUNERAÇÃO: TETO.
ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO E DA SEXTA
PARTE.
I. - O adicional por tempo de serviço e o adicional da sexta
parte constituem vantagens pessoais, que devem ser
excluídas do teto da remuneração do servidor: C.F., art. 37,
XI. Devem ser calculados, entretanto, de forma singela sobre
os vencimentos, não podendo ocorrer a sua recíproca e
acumulativa incidência. É dizer, o que não pode ocorrer é o
"repique" das vantagens, C.F., art. 37, XIV.
II. - R.E. indeferido. Agravo não provido.

RE(AgRg) N. 207.910-SP
RELATOR : MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. DESMEMBRAMENTO DE
SINDICATO. ENTIDADE PRÉ-EXISTENTE.
MONOPÓLIO DA REPRESENTAÇÃO SINDICAL EM
DETERMINADA BASE TERRITORIAL. PRINCÍPIO DA
UNICIDADE SINDICAL. POSSIBILIDADE DE CISÃO.
NORMAS DA CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO
TRABALHO.
1. Acolhendo o princípio da não intervenção e não
interferência estatal na organização sindical (CF, artigo 8º,I),
o legislador constituinte outorgou aos trabalhadores e
empregadores interessados a capacidade para definir a base
territorial da entidade que não poderá ser inferior à área de
um Município, afastando a competência do Ministério do
Trabalho para delimitá-la na forma prevista no artigo 517, §
1º da Consolidação das Leis do Trabalho.
2. Unicidade sindical. A norma constitucional estabelece que
é livre a associação profissional ou sindical, vedando à lei a
exigência de autorização estatal para a instituição de
sindicato, ressalvado o seu registro no órgão competente
(Ministério do Trabalho) a quem cumpre zelar pela
observância do princípio da unicidade sindical em atuação
conjunta com os terceiros interessados (sindicatos), de
conformidade com as disposições contidas nas Instruções
Normativas nºs 5/90 e 9/90, que lhes facultam, no prazo
nelas fixado, a impugnação do registro de fundação da
entidade, competindo à Administração Pública anular o ato
se julgada procedente a alegação.
3. Artigo 571 c/c o artigo 570, parágrafo único da
Consolidação das Leis do Trabalho. Possibilidade de cisão
do sindicato principal com o objetivo de constituir entidade
sindical específica, desde que observados os requisitos
impostos pela norma trabalhista.
3.1. Em face das disposições contidas nos incisos I e II do
artigo 8º da Constituição Federal não mais prevalecem as
restrições previstas na CLT.
4. Criação de sindicato por meio de desmembramento da
entidade sindical preexistente. Verificação da regular
decisão tomada pelos trabalhadores e comprovação de que a
base territorial da nova entidade não é inferior à área de um
Município. Reexame de provas. Incidência da Súmula
279/STF.
Agravo regimental não provido.

RE(AgRg) N. 208.405-SP
RELATOR : MIN. CARLOS VELLOSO
EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRABALHO. CIPA:
MEMBRO SUPLENTE: ESTABILIDADE PROVISÓRIA.
ADCT, art. 10, II, a.
I. - A garantia inscrita no art. 10, II, a, ADCT, estabilidade
provisória do empregado eleito para o cargo de membro da
CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes -
abrange tanto o membro titular quanto o suplente, dado que
este, substituto do titular, funciona em todos os
impedimentos e ausências deste. Ademais, o preceito inscrito
no art. 10. II, a, ADCT, não distingue entre titulares e
suplentes.
II. - RE indeferido. Agravo não provido.

RE(AgRg) N. 212.852-SP
RELATOR : MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: Trabalho em turnos ininterruptos de revezamento.
- Há pouco, está Primeira Turma, ao julgar o AGRRE
215.946, de que foi relator o eminente Ministro Sydney
Sanches, salientou que a circunstância de não ter transitado
em julgado o precedente - que ainda não foi publicado -
referido no despacho agravado não impede que o relator
negue seguimento ao extraordinário (AGRRE 166.987 e
AGRRE 150.091, ambos da Segunda Turma), tendo sido os
fundamentos desse acórdão sintetizados na decisão agravada,
o que permite o exercício da defesa por parte da agravante.-
Ora, apreciando os diferentes aspectos da questão, firmou o
precedente o entendimento de que a jornada reduzida a que
alude o artigo 7º, XIV, da Constituição Federal - que visa a
compensar o trabalhador do maior desgaste biológico que lhe
provoca esse regime de trabalho - diz respeito ao sistema de
produção da empresa e não ao trabalho individual do
empregado, razão por que o intervalo para descanso ou
alimentação e o repouso semanal em dia certo não
descaracterizam o trabalho em turnos ininterruptos de
revezamento.
Agravo regimental a que se nega provimento.

RE N. 198.637-RS
RELATOR : MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: Previdência. Natureza salarial do 13º salário.
- A incidência da contribuição previdenciária sobre o
décimo-terceiro salário não ofende o artigo 195, I, da
Constituição (nem, em conseqüência, o § 4º desse mesmo
dispositivo), uma vez que a primeira parte do § 4º do artigo
201 da mesma Carta Magna determina que "os ganhos
habituais do empregado, a qualquer título, serão
incorporados ao salário para efeito de contribuição
previdenciária", e a súmula 207 desta Corte declara que "as
gratificações habituais, inclusive a de Natal, consideram-se
tacitamente convencionadas, integrando o salário".
- O mesmo entendimento foi perfilhado pela Segunda
Turma, ao julgar o RE 219.689.
Recurso extraordinário não conhecido.

RE N. 206.958-RS
RELATOR : MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: Assistência Judiciária gratuita. Alegação de
revogação do artigo 4º, § 1º, da Lei nº 1.060/50 pelo artigo
5º, LXXIV, da Constituição. Improcedência.
- A atual Constituição, em seu artigo 5º, LXXIV, inclui,
entre os direitos e garantias fundamentais, o da assistência
jurídica integral e gratuita pelo Estado aos que comprovarem
a insuficiência de recursos.
- Portanto, em face desse texto, não pode o Estado
eximir-se desse dever desde que o interessado comprove a
insuficiência de recursos, mas isso não impede que ele, por
lei, e visando a facilitar o amplo acesso ao Poder Judiciário
que é também direito fundamental (art. 5º, XXXV, da Carta
Magna), conceda assistência judiciária gratuita - que, aliás, é
menos ampla do que a assistência jurídica integral -
mediante a presunção "iuris tantum" de pobreza decorrente
da afirmação da parte de que não está em condições de pagar
as custas do processo e os honorários de advogado, sem
prejuízo próprio ou de sua família.
- Nesse sentido tem decidido a Segunda Turma (assim, a
título exemplificativo, nos RREE 205.029 e 205.746).
Recurso extraordinário não conhecido.
* noticiado no Informativo 109

RE N. 213.323-SC
RELATOR : MIN. NÉRI DA SILVEIRA
EMENTA: - Recurso extraordinário. Provimento
de cargo público. Ascensão. 2. Não é suscetível de
provimento por ascensão o cargo que for objeto de
provimento por concurso público. 3. Concurso de acesso que
no sistema da lei catarinense configura ascensão funcional.
4. Conceito de carreira. Acesso de classe a classe dentro da
mesma categoria funcional. 5. Se para prover cargo inicial de
uma categoria funcional prevê-se concurso público, essa
categoria funcional não pode vir a ter seus cargos
preenchidos, mediante ascensão funcional, com concurso de
acesso, desde a última classe de outra categoria funcional
inferior. 6. Recurso extraordinário conhecido e provido.

RE N. 217.279-SP
RELATOR : MIN. CARLOS VELLOSO
EMENTA: CONSTITUCIONAL. PREVIDENCIÁRIO.
RURÍCOLA: APOSENTADORIA. C.F., art. 202, I.
I. Não auto-aplicabilidade do art. 202, I, da Constituição
Federal.
II. - Precedentes do STF: EREs. 163.332-RS, 175.362-RS,
175.520-RS e 175.580-RS, Moreira Alves, Plenário,
29.10.97.
III. - Voto vencido do Ministro C. Velloso.
IV. - R.E. conhecido e provido.

RE N. 221.342-RN
RELATOR : MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: Recurso extraordinário. Pagamento de
vencimentos. Constituição Estadual que estabelece data-
limite para o pagamento de vencimentos, corrigindo-se
monetariamente seus valores se pagos em atraso.
- A jurisprudência desta Corte já se firmou
(particularmente ao julgar a ADIN 176) no sentido de que o
estabelecimento, em Constituição Estadual, de data-limite
para o pagamento dos servidores estaduais e a determinação
de correção monetária, em caso de atraso, não ofendem o
princípio da independência dos Poderes, pois não implicam a
criação de cargos ou o aumento de remuneração, nem ferem
o poder de iniciativa exclusiva do Governador do Estado.
Ademais, de há muito, e independentemente de lei que a
imponha, este Tribunal se manifesta no sentido da incidência
de correção monetária sobre os vencimentos pagos em atraso
por entender tratar-se de dívida de caráter alimentar; assim,
por haver, em última análise, a Constituição estadual
reconhecido esse caráter a tais débito, não há como
pretender-se tenha ela invadido competência privativa da
União Federal.
Recurso extraordinário não conhecido.

RE N. 223.021-PE
RELATOR : MIN. CARLOS VELLOSO
EMENTA: - CONSTITUCIONAL. MEDIDA
PROVISÓRIA: REEDIÇÃO: POSSIBILIDADE.
REQUISITOS DE RELEVÂNCIA E URGÊNCIA.
PREVIDENCIÁRIO: CONTRIBUIÇÃO DOS
SERVIDORES PÚBLICOS AO PSSSP.
I. - Reedição de medida provisória não rejeitada
expressamente pelo Congresso Nacional: possibilidade.
Precedentes do STF: ADIns 295-DF, 1.397-DF, 1.516-RO,
1.610-DF, 1.135-DF.
II. - Requisitos de relevância e urgência: caráter político: em
princípio, a sua apreciação fica por conta do Chefe do
Executivo e do Congresso Nacional. Todavia, se uma ou
outra, relevância ou urgência, evidenciar-se improcedente,
no controle judicial, o Tribunal deverá decidir pela
ilegitimidade constitucional da medida provisória.
Precedente: ADIn 162-DF (medida liminar), Moreira Alves,
Plenário, 14.12.89; ADIn 1.397-DF, Velloso. RDA 210/294.
III. - Contribuições dos servidores públicos para o PSSSP: a
questão da anterioridade nonagesimal que não teria sido
observada pelas Medidas Provisórias 560 e suas reedições.
Precedente do STF no sentido da inconstitucionalidade de
dispositivos das citadas medidas provisórias que não
observaram o princípio: ADIn 1.135-DF, Velloso (vencido),
Pertence p/acórdão, Plen., 13.08.97, "DJ" de 05.12.97.
Questão não argüida no presente RE.
IV. - R.E. não conhecido.

RE N. 223.179-SP
RELATOR : MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: EXTRAORDINÁRIO. INFRAÇÃO ÀS
NORMAS TRABALHISTAS. PROCESSO
ADMINISTRATIVO. CONTRADITÓRIO E AMPLA
DEFESA. PENALIDADE. NOTIFICAÇÃO. RECURSO
PERANTE A DRT. EXIGÊNCIA DO DEPÓSITO PRÉVIO
DA MULTA. PRESSUPOSTO DE ADMISSIBILIDADE E
GARANTIA RECURSAL. AFRONTA AO ART. 5º, LV, CF.
INEXISTÊNCIA.
1. Processo administrativo. Imposição de multa. Prevê a
legislação especial que, verificada a infração às normas
trabalhistas e lavrado o respectivo auto, o infrator dispõe de
dez dias, contados do recebimento da notificação, para
apresentar defesa no processo administrativo (art. 629, § 3º,
CLT). Considerada insubsistente a impugnação exsurge a
aplicação da multa mediante decisão fundamentada (art. 635,
CLT). Não observância ao princípio do contraditório e à
ampla defesa: alegação improcedente.
2. Recurso administrativo perante a DRT. Exigência de
comprovação do depósito prévio. Pressuposto de
admissibilidade e garantia recursal.
2.1. Ao infrator, uma vez notificado da sanção imposta em
processo administrativo regular, é facultada a interposição de
recurso no prazo de dez dias, que somente será acolhido se
instruído com a prova do depósito prévio da multa (art. 636,
§ 1º, CLT), exigência que constitui pressuposto de sua
admissibilidade.
2.2. Violação ao art. 5º, LV, CF. Inexistência. Em processo
administrativo regular, a legislação pertinente assegurou ao
interessado o contraditório e a ampla defesa. A sua instrução
com a prova do depósito prévio da multa não constitui óbice
ao exercício do direito constitucional consagrado no art. 5º,
LV por se tratar de pressuposto de admissibilidade e garantia
recursal, dado que aferida a responsabilidade do infrator em
decisão fundamentada.
Recurso conhecido e provido.

RE N. 223.521-RS
RELATOR : MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ICMS.
CORREÇÃO MONETÁRIA DOS DÉBITOS FISCAIS E
INEXISTÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL PARA A
ATUALIZAÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO.
ALEGAÇÃO DE OFENSA AO PRINCÍPIO DA
ISONOMIA E DA NÃO-CUMULATIVIDADE.
IMPROCEDÊNCIA.
1. Crédito de ICMS. Natureza meramente contábil. Operação
escritural, razão por que não se pode pretender a aplicação
do instituto da atualização monetária.
2. A correção monetária do crédito do ICMS, por não estar
prevista na legislação gaúcha - Lei nº 8.820/89 -, não pode
ser deferida pelo Judiciário sob pena de substituir-se o
legislador estadual em matéria de sua estrita competência.
3. Alegação de ofensa ao princípio da isonomia e da não-
cumulatividade. Improcedência. Se a legislação estadual só
previa a correção monetária dos débitos tributários e vedava
a atualização dos créditos, não há como falar-se em
tratamento desigual a situações equivalentes.
3.1 - A correção monetária incide sobre o débito tributário
devidamente constituído, ou quando recolhido em atraso.
Diferencia-se do crédito escritural - técnica de contabilização
para a equação entre débitos e créditos, a fim de fazer valer o
princípio da não-cumulatividade.
4. Hipótese anterior à edição das Leis Gaúchas nºs 10.079/94
e 10.183/94.
Recurso extraordinário conhecido e provido.
RMS (EDcl) N. 22.307-DF
RED. P/ ACÓRDÃO: MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: ADMINISTRATIVO. SERVIDORES DO
MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. REAJUSTE
DE VENCIMENTOS DE 28,86%, DECORRENTE DA LEI
Nº 8.627/93. DECISÃO DEFERITÓRIA QUE TERIA SIDO
OMISSA QUANTO AOS AUMENTOS DE
VENCIMENTOS DIFERENCIADOS COM QUE O
REFERIDO DIPLOMA LEGAL CONTEMPLOU
DIVERSAS CATEGORIAS FUNCIONAIS NELE
ESPECIFICADAS.
Diploma legal que, de efeito, beneficiou não apenas os
servidores militares, por meio da "adequação dos postos e
graduações", mas também nada menos que vinte categorias
de servidores civis, contemplados com "reposicionamentos"
(arts. 1º e 3º), entre as quais aquelas a que pertence a maioria
dos impetrantes. Circunstância que não se poderia deixar de
ter em conta, para fim da indispensável compensação, sendo
certo que a Lei nº 8.627/93 contém elementos concretos que
permitem calcular o percentual efetivamente devido a cada
servidor.
Embargos acolhidos para o fim explicitado.
* noticiado no Informativo 102

RMS N. 22.769-DF
RELATOR : MIN. CARLOS VELLOSO
EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO.
ANISTIA. SERVIDORES DO EXTINTO BANCO
NACIONAL DE CRÉDITO COOPERATIVO - BNCC:
NÃO OCORRÊNCIA DA ANISTIA DA LEI 8.878, de 1994.
I. - Servidores do extinto Banco Nacional de Crédito
Cooperativo - BNCC - extinto por força da Lei 8.029/90:
rescisão de seus contratos de trabalho em razão dessa
extinção: não estão esses servidores abrangidos pela anistia
da Lei 8.878/94.
II. - A administração pode anular seus próprios atos, quando
ilegais, deles não originando direitos: STF, Súmula 473.
III. - Recurso não provido.

Acórdãos publicados: 331

Assessora responsável pelo Informativo


Maria Ângela Santa Cruz Oliveira
informativo@stf.gov.br

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