Autos nº XXXXX-XX.XXXXXXX
II – PRELIMINARES
Nos termos do art. 337, III, do NCPC, incumbe ao réu impugnar, agora
em sede de contestação, a incorreção do valor da causa.
Por sua vez, o art. 292, III, do NCPC, assevera que nas ações de
alimentos o valor da causa corresponderá ao valor de 12 (doze)
prestações alimentícias.
Nos termos do art. 337, XIII, do NCPC, também cabe ao réu impugnar,
em contestação, a concessão indevida dos benefícios da assistência
judiciária à parte que dela não necessita.
No caso dos autos a benesse foi concedida tendo como base
declaração de hipossuficiência financeira assinada pela representante
legal do Autor, em nome próprio.
Cabe então apontar, desde já, que eventual gratuidade haveria de ser
postulada a favor do Autor, como titular dos direitos discutidos nos
autos, ainda que a declaração fosse assinada por sua representante
legal.
IV – DOS FATOS
Antes de adentrar ao mérito da causa, cumpre esclarecer a V. Exa.
alguns aspectos factuais importantes.
Dizer que a mãe do Autor e ele próprio nunca receberam qualquer tipo
de suporte (não apenas material, diga-se) é inaceitável.
Ver-se-á abaixo, portanto, que o pedido formulado pelo Autor deve ser
julgado improcedente, por não atender os requisitos legais
necessários à estipulação dos alimentos.
V – DO DIREITO
– a necessidade do alimentando;
– a possibilidade do alimentante;
V.2 – DA NECESSIDADE
Veja, Excelência, que a petição inicial nada mais fez do que ignorar,
por completo, a demonstração do requisito material aqui analisado.
Tentou-se, a todo custo, pintar o quadro fático de que o Autor
necessita de toda ordem de cuidados específicos, sejam eles médicos
ou psicológicos, mas, ao mesmo tempo, tal situação foi lançada de
forma desarrazoada, sem comprovação, de fato, de qual a correlação
entre as supostas necessidades e a efetiva demonstração das
despesas correspondentes no orçamento familiar mensal.
Não foram apresentados comprovantes das despesas mensais
realizadas pela representante legal a favor do Autor.
Como será possível alegar, pois, não ter ela meios para custear a vida
do filho?
V.3 – DA POSSIBILIDADE
– aluguel: R$XXX
– gás: R$XX;
– lavanderia: R$XXX;
– gás: R$XX;
– combustível: R$XXX;
E diga-se, desde já, que ela certamente o faria mesmo, por respeito e
amor a ele, mas jamais poderia aceitar que a pensão fosse estipulada
arbitrariamente por sua representante legal.
V.4 – DA PROPORCIONALIDADE
Então, ainda que se conclua que os fatos alegados quanto aos avós
maternos sejam verdadeiros, cabe a questão: não seria viável a
estipulação de uma contribuição de cada um deles ao Autor, em
importe criteriosamente arbitrado por V. Excelência, a partir da análise
dos fatos e das provas produzidas? Tal contribuição comprometeria
sua subsistência? Talvez não. E, com certeza, representaria suporte
importante ao Autor, ainda que supostamente módico. Matéria a ser
analisada e discutida nos autos.
VII – PROVAS
Pede deferimento.
2018
OAB/MG 131.717