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CLIMATIZAÇÃO 1º semestre /

Unidade curricular dos


Mestrados de Energias Sustentáveis e de
Engenharia Mecânica - Energia
(2º ano, 1ºsemestre)

CLIMATIZAÇÃO

Aula Teórica – tema 7

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Conteúdos programáticos

7. Ventilação natural e forçada e a qualidade do ar interior

Sumário (aula teórica - tema 7)

Ventilação natural e forçada e a qualidade do ar interior


Principais fundamentos da ventilação
A qualidade do ar interior (QAI)
Principais contaminantes do ar interior
Avaliação da QAI
Controlo da QAI: métodos prescritivos e de concentração de poluentes
Eficácia de ventilação
Qualidade do ar exterior e principais contaminantes
Filtragem do ar
Principais estratégias de ventilação
Ventilação natural e infiltrações
Ventilação mecânica
Contabilização das perdas/ganhos térmicos por ventilação
Requisitos RECS

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Ventilação: fundamentos

A ventilação tem como princípio base proporcionar uma adequada


qualidade do ar interior (QAI) num edifício, evitando problemas de saúde
nos seus ocupantes e de patologias associadas à construção (crescimento de
fungos/bolores).

A admissão de ar novo num espaço tem como principal objectivo a remoção


dos principais contaminantes do ar (bioefluentes dos ocupantes e emissões
da construção e dos sistemas), de modo a assegurar a QAI.

Por outro lado, a quantificação da ventilação e/ou infiltração num edifício é


necessária, também, pelos seguintes propósitos:

− determinar as perdas ou ganhos devidos à renovação do ar, no


sentido de calcular as cargas térmicas associadas ao aquecimento e
arrefecimento.

− avaliar o potencial da ventilação natural como modo de


arrefecimento do edifício (arrefecimento passivo).

Qualidade do Ar Interior (ASHRAE 2007)

A ASHRAE Standard 62.1 define como Qualidade de Ar Interior (QAI)


aceitável aquela que resulta da presença de ar ambiente onde não existem
contaminantes conhecidos em concentrações perigosas, de acordo com o
determinado pelas autoridades reconhecidas, e onde a maioria (80% ou
mais) dos ocupantes expostos não expressem insatisfação.

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Em ambientes de conforto, pode considerar-se uma QAI aceitável aquela


onde:

− não mais do que 50% dos ocupantes detecta qualquer odor e

− não mais do que 20%, dos ocupantes não sente qualquer tipo de
desconforto e

− não mais do que 10% dos ocupantes sofrem de irritação da mucosa e,

− para menos de 2% do tempo, não mais de 5% dos ocupantes


apresentou qualquer reacção adversa.

De salientar que esta classificação de conforto não tem em linha de conta os


potenciais efeitos na saúde de contaminantes (p.e. contaminantes inodoros,
como radão)

A importância da QAI:

A exposição prolongada a ambientes com má qualidade do ar interior pode,


a curto prazo, provocar sintomas adversos com reflexo na saúde e bem-
estar dos ocupantes, por exemplo:

− irritação dos olhos ou olhos vermelhos


− garganta seca ou garganta irritada
− nariz entupido ou defluxo nasal
− dores de cabeça
− fadiga sem justificação evidente (particularmente no final do dia)
− tonturas.

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Ou, em situações mais graves, pode traduzir-se, a curto e médio prazo, em


problemas graves de saúde, por exemplo:

− infecções frequentes, tais como, gripe ou constipações;


− ataques de asma e sensibilização das pessoas com tendência genética
para asma e alergias;
− infecções pela bactéria da Legionella como resultado da exposição a
aerossóis infectados com aquela bactéria , por ex: nos chuveiros dos
ginásios ou captações de ar próximas de torres de arrefecimento;
− envenenamento por monóxido de carbono, devido a má exaustão
dos gases de combustão.

O “Síndroma do Edifício Doente”, do inglês “Sick Building Syndrome” (SBS),


traduz uma situação aguda em que um número elevado de ocupantes
durante um período prolongado (20% dos ocupantes durante um período
de pelo menos duas semanas) apresenta sintomas de mal-estar físico, tais
como, dores de cabeça, enjoos, irritação de olhos, pele e garganta, etc.

A causa do SBS não é ainda totalmente conhecida, no entanto, alguns dos


factores que contribuem para o seu aparecimento são: má ventilação,
filtragem desadequada, presença de contaminantes (como o amianto, dióxido
de carbono, monóxido de carbono, formaldeído, níveis de humidade
inadequados, radão, fumo), predisposição dos ocupantes, deficiente
qualidade do ambiente interior. Pesquisas recentes, sugerem que o SBS está
mais relacionado com a má instalação e a desadequada operação e
manutenção, do que propriamente com o tipo de sistema de ventilação ou ar
condicionado utilizado.

Uma adequada QAI promove o conforto dos ocupantes, bem como, um ar


ambiente livre de odores e de níveis perigosos de contaminantes.

A manutenção de uma adequada QAI pressupõe a manutenção de gases e


outros contaminantes abaixo de níveis aceitáveis.

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Nos principais contaminantes do ar interior em edifícios estão incluídos:

− dióxido de carbono (CO2)


− monóxido de carbono (CO)
− compostos orgânicos voláteis (COV’s, ou do inglês VOCs)
− partículas em suspensão
− microorganismos
− material radioactivo, vírus, alergogéneos

O RECS (Regulamento de Desempenho Energético dos Edifícios de comércio


e Serviços, Decreto-Lei n.º 118/13 de 20 de agosto e Portaria n.º 353-
A/2013 de 4 de dezembro) estabelece limiares máximos à concentração de
poluentes no ar interior:

Os limiares de proteção indicados dizem respeito a uma média de 8 horas.

As margens de tolerância previstas são aplicáveis apenas a edifícios


existentes e edifícios novos sem sistemas mecânicos de ventilação.

A análise de radão é obrigatória em edifícios construídos em zonas


graníticas, nomeadamente nos distritos de Braga, Vila Real, Porto, Guarda,
Viseu e Castelo Branco.

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A contaminação do ar interior em edifícios de serviços tem origem na


ocupação humana e, eventualmente, de outros animais, na libertação de
contaminantes pelos revestimentos interiores, pelo mobiliário e por
determinadas actividades desenvolvidas, ao qual acresce a contaminação
proveniente do ar exterior.

Existem diferentes critérios para classificação de contaminantes. Uma


classificação possível para os contaminantes do ar baseia-se no seu nível de
risco para a saúde humana:

Os valores limites para as concentrações de contaminantes são


normalmente expressos por:

− Valores pico: referem-se a valores que não podem ser excedidos;

− valores de Concentração Máxima Permitida (MAC - Maximum


Allowable Concentration), referem-se ao valor médio de oito horas;

− Concentração Interior Aceitável (AIC - Acceptable Indoor


Concentration) refere-se a um valor médio anual.

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Sensibilidade à inalação de poluentes

A percepção de um contaminante pode ter origem em dois sistemas


sensoriais, que podem interagir:

- olfacto: responsável pela detecção de odores

- sensibilidade química geral (localizado em todas as membranas


mucosas): sensibilidade a substâncias irritantes

As seguintes medidas, em ordem sequencial, devem ser adoptadas para


eliminar ou reduzir a exposição dos ocupantes a contaminantes do ar em
edifícios:

− eliminar o contaminante(s) na fonte


− substituir potenciais fontes de contaminantes por outras com menor
emissividade, não-tóxicas e sem odores desagradáveis
− reduzir a taxa de emissão dos materiais
− segregar os ocupantes de potenciais fontes de tóxicos ou substâncias
de odores desagradáveis
− melhorar a ventilação, por exemplo, por exaustão local (se a fonte de
contaminação é local)
− proporcionar protecção pessoal.

Estas medidas não são mutuamente exclusivas, e, geralmente são


adoptadas de forma combinada. A adequada ventilação é sempre
necessária.

Determinação do caudal de ar novo para garantia da QAI:

A renovação de ar é essencial para minimizar a concentração de


contaminantes nocivos.

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O caudal mínimo de renovação de ar num edifício (caudal de ar novo) pode


ser garantido por:

− ventilação natural
− ventilação mecânica
− conjugação dos 2 métodos de ventilação (mecânica/natural)

A quantidade de ar novo requerido depende:

− da densidade de ocupação;
− do tipo de actividade desenvolvida;
− da emissão de poluentes interna.

O CO2 é considerado um bom indicador do nível da qualidade do ar interior,


uma vez que, se trata de um bioefluente, que nas concentrações em jogo
não é perigoso, e está directamente relacionado com a actividade
metabólica e o nível de ocupação, logo a sua concentração aumenta com
aqueles factores.

Assim, a QAI pode ser avaliada pela concentração de CO2 que o ar interior
apresenta acima da concentração do ar exterior.

A EN 13779 define níveis standards de qualidade do ar interior para espaços


com ocupação em função da concentração de CO2.

A norma exige que as medições sejam efectuadas na zona ocupada, ao nível da cabeça, sob
condições de inverno.

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A qualidade do ar interior, quando as pessoas são a principal causa de


poluição interior, pode ser avaliada mediante um método subjectivo,
desenvolvido por O. Fanger, que consiste na avaliação do odor através da
percepção olfactiva, baseada em dois indicadores, o olf e o decipol.

− Olf (unidade de carga poluente): um olf é a carga poluente


produzida por uma pessoa, num estado de repouso, em condições
confortáveis e de higiene normal (0,7 duches por dia).

− Decipol (unidade para a percepção da poluição): um decipol é a


carga poluente num ambiente onde se mediu 1 olf de carga
poluente e onde se assegura uma taxa de ventilação de 10 l/s.

Carga poluente causada pela ocupação

Metodologias para determinar a quantidade de ar novo, isto é, de ar


exterior, a admitir para garantir uma adequada QAI:

− Método prescritivo – aplicável às situações de ventilação corrente


em edifícios cujos principais poluentes têm origem na actividade
humana e no edifício;

− Método de controlo de poluentes – aplicável a situações mais


específicas de ventilação de edifícios ou ambientes industriais quando
a emissão de poluentes (tipo e taxa) e a concentração admissível são
conhecidas.

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Existem diferentes métodos prescritivos, tais como os previstos no RECS, a


ASHRAE 62.1, a EN 13779 e a EN 15251.

Método prescritivo estabelecido conforme RECS

Requisitos de ventilação e qualidade do ar interior


(Portaria n.º 353-A/2013 de 4 de dezembro)

O método prescritivo do RECS baseia-se na determinação dos caudais de ar


novo que garantem a diluição da carga poluente devido:

- aos ocupantes do espaço e em função do tipo de atividade física;

- ao próprio edifício e em função do tipo de materiais usados.

O caudal mínimo de ar novo a considerar é, sempre, o maior dos valores.

O caudal de ar novo mínimo necessário à diluição de poluentes devido à


ocupação é:

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Em espaços ocupados por pessoas com diferentes tipos de atividade, deve


ser calculada a média ponderada do nível de atividade metabólica ( ):

Sendo, nesse caso, o caudal de ar novo dado por:

O caudal de ar novo mínimo necessário à diluição de poluentes devido ao


edifício é:

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Incluem-se na definição de atividades que envolvem a emissão de poluentes


específicos: lavandarias, perfumarias, farmácias, salões de beleza, lojas de
animais, salas de aula de artes, laboratórios de escolas, estabelecimentos
comerciais de mobiliário e de madeiras

São considerados materiais de revestimento ou acabamento de baixa


emissão de poluentes, materiais que pela sua natureza, não emitem
poluentes, tais como, materiais cerâmicos ou pétreos sem aplicação de
produtos de revestimento, como tijoleira, azulejo e similares, com exceção
do granito não selado; materiais metálicos, como aço, alumínio e similares;
vidro. Ou materiais que apresentem certificados ou rótulo que demonstre
explicitamente as suas características de baixa emissão poluente, emitido
por sistemas reconhecidos no espaço comunitário.

Para a verificação da existência predominante (superior a 75%) dos materiais


de baixa emissão poluente deve ser considerada apenas a área exposta de
revestimento de paredes, pavimentos e tetos, incluindo superfície exposta de
mobiliário fixo previsto em projeto.

Um nível baixo de emissão de poluentes pressupõe a utilização de materiais


de revestimento interior de baixa emissividade, mas também que
apresentem as seguintes caraterísticas:

− não desagregáveis
− não higroscópicos
− anti-estáticos
− desinfectáveis com vapor ou solventes halogenados
− não microporosos ou adsorventes

Por seu lado, são considerados materiais de elevada emissão de poluentes


(a menos que sejam certificados como ecologicamente limpos por laboratório reconhecido):

− Aglomerados de madeira
− Aglomerados de cortiça de ligante fenólico
− Tintas de base solvente (esmaltes alquídicos)

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− Colas de base solvente


− Mastique de base solvente
− Lã mineral
− Têxteis de fibra curta
− Amianto e respectivos tecidos
− Fibrocimento ou compósitos de amianto
− Betumes e massas de regularização com COV’s

Independentemente de se encontrarem dotados de sistemas mecânicos de


climatização, o RECS obriga a que os espaços localizados junto das fachadas
devem apresentar uma área útil de abertura de janelas correspondente a,
pelo menos, 2% da área de pavimento do espaço que servem, salvo a
existência de constrangimentos de natureza técnica devidamente
justificados.

Exemplos de outros Métodos prescritivos: ASHRAE 62.1, EN 13779 e EN 15251.

O Método prescritivo: standard 62.1 da ASHRAE define caudais mínimos de


ar novo por ocupante e por área e define níveis de qualidade do ar.

As classes de qualidade do ar interior estabelecidas na ASHRAE 62.1


conforme é apresentado de seguida:
Classe 1 Ar com baixa concentração de contaminantes, de baixa intensidade sensorial
(irritação) e odor inofensivo.
Classe 2 Ar com concentração moderada de contaminantes, de leve intensidade
sensorial (irritação) ou com odores levemente ofensivos.
A Classe 2 também inclui ar que não é necessariamente prejudicial ou
desagradável, mas que não é apropriado para a transferência ou recirculação
para os espaços utilizados para fins diferentes.
Classe 3 Ar com significativa concentração de contaminantes, de significativa
intensidade sensorial (irritação) ou odor ofensivo.
Classe 4 Ar com vapores altamente desagradáveis ou gases ou com partículas
potencialmente perigosas, bioaerossóis, ou gases em concentrações
suficientemente altas para ser considerado nocivo.

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Método prescritivo: standard 62.1 da ASHRAE

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Método prescritivo: a EN 13779:2007

Define níveis de qualidade do ar interior para espaços com ocupação em


função da quantidade de ar novo admitida por ocupante em espaços de não
fumadores mas também de fumadores. Estabelece, ainda, caudais mínimos
de ar novo por área para espaços sem ocupação.

IDA 1 Ar interior de elevada qualidade


IDA 2 Ar interior de qualidade média
IDA 3 Ar interior de qualidade moderada
IDA 4 Ar interior de baixa qualidade

A classificação do ar interior pode ser definida pelas regulamentações


nacionais.

Os valores apresentados na norma EN 15251 podem ser utilizados como


valores padrão. A definição exacta das categorias depende da natureza das
fontes poluentes que são para ser tomados em consideração, e sobre os
efeitos destes poluentes.

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EN 13779:2007 para espaços de não fumadores:

EN 13779:2007 para espaços de fumadores:

EN 13779:2007: espaços sem ocupação

Espaços com 3 m de pé direito e com um índice de utilização de 50%. Para outos parâmetros os valores
acima devem ser corrigidos.

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Método prescritivo: a EN 15251:2007 define a quantidade de ar novo em


função dos níveis de conforto e de PPD.

Também define a quantidade de ar novo em função dos níveis de emissões


de poluentes do edifício.

Nota: o caudal de ar novo a assegurar é a soma dos caudais necessários à diluição dos
bioefluentes e dos poluentes emitidos pelo edifício.

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Método de controlo de poluentes:

Para um qualquer poluente emitido a uma taxa constante, em regime


permanente, a taxa de ventilação necessária para evitar um aumento de
concentração acima de um dado nível prescrito pode ser calculada a partir
da seguinte equação:

Quando a concentração é em mg/ , uma equação alternativa é:

Método de controlo de poluentes estabelecido conforme RECS


(Portaria n.º 353-A/2013 de 4 de dezembro - REQUISITOS DE VENTILAÇÃO E QUALIDADE DO AR INTERIOR)

O método analítico previsto no RECS é aplicável ao controlo do poluente


CO2 e traduz a aplicação da evolução temporal da concentração de CO2
previsível no espaço, em função do respetivo perfil de ocupação, perfil de
ventilação e das características físicas dos ocupantes.

O RECS prevê uma metodologia alternativa ao método prescritivo para


definição do caudal mínimo de ar novo baseado no método do controlo de
poluentes. Essa metodologia, designada por método analítico, é aplicável
ao controlo do poluente CO2 e traduz a aplicação da evolução temporal

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previsível no espaço da respetiva concentração, em função do respetivo


perfil de ocupação, perfil de ventilação e das características físicas dos
ocupantes.

O caudal de ar novo determinado por este critério deve permitir cumprir o


limiar de proteção do CO2 previsto regulamentarmente, durante o período
de ocupação:

No entanto, o caudal de ar novo calculado por este método não pode ser
inferior ao necessário à diluição da carga poluente devida aos materiais,
previsto no método prescritivo.

A evolução da concentração temporal de CO2 no ar interior é dada por:

Sendo o valor típico da concentração de CO2 no exterior (Cext): 702 mg/m3,


(390 ppm).

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Por seu lado, a estimativa da emissão de CO2 deve ser calculada pela
expressão a seguir apresentada, e é uma função da atividade metabólica e
da superfície corporal dos ocupantes:

A área de Dubois é dada por:

Na determinação da atividade metabólica dos jovens deve ser adicionado o


valor ΔM indicado em função da faixa etária. Os valores típicos de atividade
metabólica são:

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Para atender às variações existentes ao longo do dia, o cálculo da evolução


temporal de CO2 deve ser efetuado considerando intervalos de tempo não
superiores a 60 minutos na definição dos perfis de ocupação, sendo que o
passo temporal do processo de integração usado para o cálculo da média
temporal das concentrações durante o período de ocupação deve ser de 1
minuto, tomando em consideração:

− dimensões do espaço;
− número de ocupantes;
− nível de atividade metabólica e área da superfície corporal;
− perfil horário de ocupação do espaço, sendo que para efeitos do
presente cálculo, um dado período horário só será contabilizável se a
ocupação for, pelo menos, de 50%;
− perfil horário de ventilação do espaço, considerando que a ventilação
se encontra permanentemente ligada.

O LNEC DISPONIBILIZA UMA FOLHA DE CÁLCULO QUE PERMITE


DETERMINAR O CAUDAL DE AR NOVO PELO MÉTODO ANALÍTICO PREVISTO
NO RECS, tendo em a evolução temporal do CO2 e de todas as variáveis
elencadas.

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No caso de projetos de novos edifícios ou de grandes


intervenções, o RECS prevê que o caudal mínimo de ar novo pode
ser determinado para as condições em que é atingido o regime
permanente:

Excluem-se do cumprimento de valores de caudal mínimo de ar


novo:

− Espaços sem ocupação permanente, designadamente,


corredores, balneários, instalações sanitárias, arrumos,
armazéns, copas e similares ou espaços que são ocupados
ocasionalmente e por períodos de tempo inferiores a 2h/dia;

− Espaços técnicos e locais sujeitos a requisitos de higiene e


segurança no local de trabalho, relativos à renovação do ar
interior, no âmbito da respetiva atividade, com fontes
poluentes específicas e nos quais são manuseados produtos
químicos ou biológicos.

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Eficácia de ventilação

A eficácia de ventilação é uma medida da avaliação da forma de remoção


dos poluentes num espaço, dependendo também do tipo e localização das
fontes de poluição no interior do espaço tratado.

Os valores de eficácia de remoção de poluentes do sistema de ventilação,


para os diferentes métodos de distribuição de ar nos locais, são função,
essencialmente, do método de ventilação e da diferença de temperatura
entre o ar insuflado e o ar na zona ocupada do espaço, podendo assumir-se
para o efeito os valores previstos no RECS ou os publicados na norma
Europeia EN 13779.

EN 13779: definição de zona ocupada

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Valores de eficácia de ventilação, Ev, admitidos pelo RECS (assumindo que a


emissão de poluentes é uniforme)

Em espaços com geometria mais complexa, pode ser necessário recorrer a estudos mais
detalhados para prever o padrão de circulação de ar no seu interior.

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Difusão do ar nos espaços a ventilar: caudal efectivo de ar novo

O valor de caudal de ar novo a introduzir nos espaços deve ser corrigido


pela eficácia de remoção de poluentes:

Caudais de Exaustão

Sempre que existam locais de forte geração de poluentes, por questões


higiénicas e de QAI, devem ainda ser assegurados os caudais mínimos de
exaustão com vista à remoção dos poluentes e junto da respetiva fonte.

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A EN 13779:2007 define ainda mínimos de ventilação de extracção para


cozinhas e instalações sanitárias:

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Qualidade do Ar Exterior

A contaminação do ar exterior tem a sua origem em:

− indústrias (óxido de enxofre, óxido de azoto, chumbo, COV’s,


partículas de fumo, etc.);
− tráfico rodoviário (CO, pó de carbono, chumbo, óxido de azoto, etc.);
− solo (radão, humidade, etc.);
− vegetação (fungos, pólenes, etc.).

EN 13779:2007: exemplo de concentração média anual de poluentes no ar


exterior

Os valores indicados para os poluentes do ar são as concentrações anuais e


não devem ser considerados para a concepção de sistemas, pois as
concentrações máximas são mais elevadas.

A EN 13779:2007, a exemplo do que define para o ar interior, define 3


classes de qualidade do ar exterior (ODA), em função dos poluentes
presentes.

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ODA 1 aplica-se quando as directrizes da OMS (1999) e quaisquer normas ou regulamentos


nacionais da qualidade do ar exterior são cumpridas.
ODA 2 aplica-se quando os valores de referência acima indicados são excedidos até 1,5 vezes
ODA 3 aplica-se quando os valores de referência indicados são excedidos para além de 1,5 vezes

O radão é um gás de origem natural, radioactivo, cujos átomos se


desintegram originando outros elementos também radioactivos, causando
exposição do Homem a radiações ionizantes. É um gás inodoro, incolor e
insípido e, por isso, não detectável pelos nossos sentidos.

O radão provém das pequenas quantidades de urânio e rádio presentes, em


proporções variáveis, na maior parte dos solos e rochas e,
consequentemente, em materiais de construção.

O tempo necessário para se reduzir a metade a radioactividade do radão


(222Rn) é de 3,8 dias (período ou semi-vida do radão).

Nos solos e rochas, a distribuição do urânio e rádio não é uniforme. As


concentrações mais elevadas ocorrem, usualmente, em rochas graníticas
(plutónicas) sendo mais baixas em rochas sedimentares como os calcários.

A libertação de radão para a atmosfera (exalação) está, ainda, condicionada


pela permeabilidade e porosidade dos solos e rochas e por parâmetros
meteorológicos, como a pressão atmosférica, humidade e temperatura.

A concentração de radão na atmosfera não é constante, variando de uma


região para outra e ao longo do tempo.

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Os regulamentos relativos à ventilação são elaborados no pressuposto que


o ar exterior é limpo e saudável.

No entanto, como resultado da poluição urbana, o ar exterior nem sempre é


uma fonte de ar limpo adequada para diluir os poluentes no interior dos
edifícios.

Pelo que, os sistemas de ventilação devem ser cuidadosamente concebidos


de modo a minimizar potenciais contaminações das admissões de ar
exterior e, em complemento, considerar níveis de filtragem adequados de
modo a promover a introdução de ar novo de boa qualidade.

O adequado nível de filtragem do ar exterior depende:

− da qualidade do ar exterior
− da qualidade do ar interior requerida
− mas também, das especificidades de utilização do edifico e do grau de
protecção a equipamentos e sistemas

A EN 779:2012 define as classes de eficiência dos filtros de ar e recomenda a


instalação de pré-filtros (classes G1 a G4) antes dos filtros principais (M e F).

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Existem, ainda, filtros de ar especiais de elevada eficiência para aplicações


específicas, designadamente em hospitais, laboratórios, museus, indústrias
farmacêutica, electrónica e nuclear, etc.

A EN 1822:2009 classifica os filtros de elevada eficiência EPA (filtros


eficientes, E10 a E12), HEPA (filtros de elevada eficiência, H13 e H14) e ULPA
(filtros de penetração ultrabaixa, U15 a U17).

classificação é baseada na eficiência para a partícula mais penetrante (MPPS).

A luz ultravioleta (UVC) tem vindo a ser utilizada em instalações


hospitalares de AVAC como germicida.

Existem, também, filtros para poluentes gasosos como são o caso dos filtros
de carvão activo (CF), em especial para controlar odores (COV’s) mas
também outros poluentes gasosos (SO2, NO, NO2, O3). O processo de
filtragem baseia-se na adsorção (moléculas de gás aderem à superfície do
material filtrante).

A EN 13779:2007 recomenda a utilização de filtros de ar consoante o nível


de qualidade de ar interior desejável e a qualidade do ar exterior registada.

ISEP – Isabel Sarmento P á g i n a | 33

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Independentemente daquelas recomendações, há que cumprir os requisitos


regulamentares estabelecidos no RECS que exige, no mínimo, a existência
de um andar de filtragem composto por, pelo menos, um filtro, nas
seguintes condições:

− classe mínima de F5, antes de qualquer bateria ou recuperador de


calor;
− classe mínima de F7, a jusante de ventiladores com motores e
transmissão por correias em contacto com o ar circulante;
− classe mínima de F7, a jusante de atenuadores acústicos, exceto nos
casos onde se verifique a existência de um certificado que ateste a
sua não desagregação.

Por seu lado, a Eurovent recomenda a utilização de dois filtros em série, um


pré-filtro (classe F5, no mínimo) destinado a reter as partículas de maiores
dimensões, seguido de um segundo estágio de filtragem (classe F7, no
mínimo) para reter as partículas mais finas, aumentado a sua longevidade.

Os filtros de ar são projectados para reter partículas, incluindo


microorganismos e esporos. No entanto, a presença de humidade nas
proximidades dos filtros pode favorecer o crescimento daqueles organismos
no interior dos filtros e, assim, contaminar o ar a insuflar e promover a
disseminação de odores desagradáveis

O projecto de ventilação deve prever uma adequada filtragem e a sua


instalação ao abrigo da humidade excessiva. A adequada instalação e
manutenção são factores fundamentais à garantia da QAI.

ISEP – Isabel Sarmento P á g i n a | 34

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As várias funções dos sistemas de ventilação em edifícios são:

− assegurar a respiração humana e remover odores corporais


− remover fumo de tabaco
− remover as emissões dos materiais de revestimento interior e de
mobiliário (p.e., COV’s)
− prevenir a disseminação de radão, via fundações e captações de ar

E, ainda:

− ventilação específica de determinadas actividades/processos


− assegurar a adequada exaustão de gases de combustão
− assegurar, em situação de incêndio, a desenfumagem/controlo de
fumos
− em complemento, promover os mecanismos de troca de calor
necessários à climatização dos espaços.

Mecanismos de ventilação
As trocas de ar num edifício podem ser subdivididas em ventilação e
infiltração.

A ventilação, natural ou mecânica, é um mecanismo de renovação de ar


intencional e controlado.

A infiltração (e exfiltração) de ar é um mecanismo de renovação de ar não-


intencional e não-controlável.

ISEP – Isabel Sarmento P á g i n a | 35

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CLIMATIZAÇÃO 1º semestre /

Um qualquer de sistema de ventilação deve assegurar, no mínimo:

− a quantidade de ar novo necessária por razões higiénicas;


− a adequada QAI a remoção ou diluição dos poluentes, de modo a
garantir que a sua concentração se mantém dentro de níveis
aceitáveis;
− obviar situações de patologias construtivas.

A ventilação pode ser garantida de modo natural, mecânico ou híbrido, isto


é, a conjugação de ambos os anteriores sistemas.

No entanto, na concepção de sistemas de ventilação, bem como, no cálculo


das necessidades em aquecimento e em arrefecimento de sistemas de
climatização, os caudais de ar novo a considerar devem ser estabelecidos
com base no regulamento RECS ou, na ausência de referência, em normas
internacionalmente aceites, sem descorar a emissão de poluentes interna e
a qualidade do ar exterior.

Ventilação Natural:
A ventilação natural, onde se incluem as infiltrações de ar, tem origem em
variáveis climáticas, tais como, a força e direcção do vento e a temperatura
do ar.

Dada a sua origem, a ventilação natural é inconstante e muito variável.

Um edifício, independentemente de ser dotado de um sistema de


ventilação (natural, mecânico ou híbrido), está sempre sujeito a um mínimo
de renovação de ar originada pela conjugação das forças do vento e de
temperatura com as aberturas naturais do edifício (frinchas).

ISEP – Isabel Sarmento P á g i n a | 36

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O efeito do vento resulta na variação de pressão na envolvente exterior do


edifício. A distribuição da pressão depende:

− do perfil do terreno e das obstruções locais;


− da velocidade e da direcção do vento;
− da forma do edifício.

O ar flui através do edifício desde as áreas de elevada pressão até às áreas


de pressão mais baixa.

As faces expostas ao vento são sujeitas a pressões positivas, enquanto as


restantes faces são sujeitas a pressões negativas.

No entanto, a influência de outros edifícios ou obstruções pode alterar, de


modo significativo, a relação de pressões a que as fachadas estão sujeitas
pela acção do vento

O efeito chaminé dá-se devido ao facto de o ar frio ser mais denso que o ar
quente. Logo, num edifício aquecido no inverno, por efeito da gravidade
(efeito chaminé), o ar quente interior tem tendência a subir e a escapar
pelas aberturas a nível superior (frinchas, p.e.) e em compensação o ar frio
exterior entra pelas aberturas a nível baixo.

A direcção do movimento é invertida no verão, se a temperatura do ar


interior for inferior à temperatura exterior.

Quando se conjugam ambos os efeitos, tanto do vento como do efeito de


chaminé, os fluxos de ar dependem da relação de forças de cada um dos
efeitos.

O nível de ventilação natural de um edifício depende das áreas e


resistências impostas à passagem do ar das várias aberturas existentes
(…quer as intencionalmente projectadas ou as devidas à própria construção,
normalmente designadas por frinchas…), bem como, da diferença de
pressões que pode ter origem nos seguintes fenómenos, individualmente
ou em conjugação:

ISEP – Isabel Sarmento P á g i n a | 37

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− no efeito do vento, devido às diferenças de pressão a que as fachadas


de um edifício ficam sujeitas;
− nas diferenças de densidade do ar entre o interior e o exterior devido
à respectiva diferença de temperatura … efeito de chaminé;
− desequilíbrio de caudais de ar criado pela ventilação mecânica.

Um sistema de ventilação natural deve promover a admissão de ar novo e


rejeição de ar viciado por conjugação de diferentes estratégias, com sejam,
a abertura de janelas e portas, aberturas permanentes, grelhas, clarabóias,
chaminés de ventilação, etc..

A concepção detalhada de um sistema de ventilação natural deve tomar em


consideração os valores horários de temperatura, velocidade e direcção do
vento, numa base anual. Para pequenos edifícios de geometria simples
existem algumas regras básicas que, quando devidamente aplicadas,
permitem garantir a adequada ventilação natural. No entanto, para
geometrias complexas e grandes edifícios requer procedimentos de cálculo
complexos e trabalhosos resultado de simulações em programas CFD
(Computational Fluid Dynamics).

Um sistema de ventilação natural bem concebido deve garantir o seu


propósito em diferentes situações das variáveis climáticas que a
condicionam. O que é um problema complexo e difícil de resolver.

Para pequenos edifícios ou espaços existem métodos simplificados que


permitem obter o nível de ventilação espectável, com maior ou menor
rigor:

− NP 1037-1
− EN 15252
− métodos previstos no REH e no RECS, simplificação da EN 15252
− método das renovações
− método das frinchas

ISEP – Isabel Sarmento P á g i n a | 38

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A NP 1037-1 define critérios a que devem obedecer os sistemas de


ventilação natural dos edifícios ou fracções de habitação, de modo a que os
mesmos sejam dotados, quer de uma adequada ventilação natural, quer da
evacuação dos gases de combustão dos aparelhos que a equipam, com a
finalidade de garantir uma adequada qualidade do ar interior.

O cumprimento da NP-1037-1 não permite qualquer forma de ventilação


mecânica, nomeadamente a utilização de exaustor mecânico na cozinha,
pelo que, na prática não é utilizada na íntegra.

Ainda assim, a NP 1037-1 apresenta boas práticas de ventilação natural e de


evacuação de gases de combustão e, ainda, alguns valores de referência que
devem ser tidos em consideração, tais como:

− prever aberturas para admissão de ar permanentes, de preferência


auto-reguláveis, e instaladas na envolvente exterior dos espaços
principais;
− a extracção de ar deve ser realizada nos espaços “húmidos” e nos
arrumos interiores;
− prever adequadas áreas de passagem para o ar através das portas de
comunicação entre espaços;
− dimensionar correctamente as entradas e saídas de ar (secções de
ductos, localização, etc.).

No caso da ventilação natural, o caudal deve ser entendido como um


elemento de dimensionamento e não como um caudal a assegurar
fisicamente, uma vez que não há controlo sobre as acções que promovem a
ventilação natural.

A NP 1037-1 recomenda caudais de ventilação tomando em consideração o


volume dos compartimentos a ventilar e as respectivas exigências mínimas:

− 1 rph nos compartimentos principais;


− 4 rph nos compartimentos de serviço.

ISEP – Isabel Sarmento P á g i n a | 39

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NP-1037-1: caudais de ventilação de referência para habitação

No caso de fracções habitacionais ou edifícios unifamiliares, o REH prevê


uma metodologia (Despacho (extrato) n.º 15793-K/2013, 3 de dezembro)
baseada numa simplificação da norma EN15252 que permite obter o nível
de ventilação natural espectável. Aquela metodologia está refletida numa
folha de cálculo disponibilizada pelo LNEC.

ISEP – Isabel Sarmento P á g i n a | 40

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Por seu lado, no caso de fracções ou pequenos edifícios de comércio e


serviços, o RECS, também, prevê uma metodologia (Portaria 353-A/2013 de
4 de dezembro) baseada numa simplificação da norma EN15252 que
permite obter o nível de ventilação natural espectável. De igual modo, esta
metodologia está refletida numa folha de cálculo disponibilizada pelo LNEC.

O RECS (na Portaria 353-A/2013 de 4 de dezembro) prevê 2 métodos de aplicação a


pequenos edifícios:

− Método simplificado (folha de cálculo do LNEC);

− Método condicional (prescritivo)

Existem, também, métodos experimentais que permitem obter o nível de


ventilação num determinado edifício com rigor, no entanto, não são
aplicáveis em fase de projecto, uma vez que exigem que o edifício esteja
construído:

− método de pressurização ou da porta ventilada (para efeito de aplicação


do REH a edifícos ou frações de habitação existentes, pode ser considerado o valor
n50 do ensaio segundo a EN 13829 para estimar o caudal de infiltrações);

− método dos gases traçadores

Ventilação Mecânica:
Os sistemas de ventilação mecânica podem ser caracterizados por:

− admissão de ar novo de modo natural e extracção mecânica do ar


viciado: a extracção de ar é assegurada por ventiladores aos quais
estão, normalmente, associadas redes de condutas dotadas de
grelhas e /ou bocas de extracção, que rejeitam o ar no exterior do
edifício fora da influência da zona ocupada ou de captações de ar
novo. O ar novo é admitido de modo natural, por intermédio de

ISEP – Isabel Sarmento P á g i n a | 41

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grelhas ou outras aberturas, face à depressão causada pela extracção


em relação ao exterior. O ar exterior é admitido sem filtragem e
impõe alguns cuidados de concepção, em especial para não causar
desconforto em período de aquecimento.

− admissão de ar novo de modo mecânico e rejeição natural do ar


viciado: o ar novo, normalmente tratado termicamente, é insuflado
no interior do edifício por ventiladores aos quais estão, normalmente,
associadas redes de condutas dotadas de grelhas e/ou difusores de
insuflação, colocando o edifício em sobrepressão. O ar viciado sai do
edifício de modo natural, por intermédio de grelhas ou outras
aberturas, face à sobrepressão causada em relação ao exterior.

− admissão de ar novo e rejeição de ar viciado, ambos de modo


mecânico: quando a ventilação natural ou híbrida é impraticável,
quer por questões funcionais (p.e. industria farmacêutica, blocos
operatórios, etc.) ou necessidade de movimentação de elevados
caudais ou, ainda, por imperativos de arquitectura.

Ainda que um edifício esteja dotado de um sistema de ventilação mecânica,


existe sempre, em maior ou menor grau, alguma ventilação natural devido
a infiltrações pela envolvente, pela abertura/fecho de portas, etc.

O caudal de infiltrações é de difícil determinação. Alguns estudos levados a


cabo nos EUA e Canadá demonstraram que, apesar de tudo, os edifícios de
serviços não apresentam grandes níveis de infiltração, nem muito distintos
dos edifícios residenciais, variando entre 0,1 e 0,6 rph.

Se, por seu lado, o sistema de ventilação mecânica criar um nível de


desequilíbrio de caudais que se sobreponha ao efeito combinado das
variáveis climáticas, a ventilação por infiltração pode ser desprezada. No
entanto, edifícios de grande altura requerem estudos detalhados.

ISEP – Isabel Sarmento P á g i n a | 42

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Cálculo perdas/ganhos devidos à ventilação


A ventilação, isto é, as trocas de ar interior por ar novo exterior, quer de
modo mecânico, quer de modo natural, resultam em perdas (situação de
aquecimento) ou ganhos (situação de arrefecimento), devidas, quer à
diferença de temperatura (calor sensível), quer à diferença de humidade
(calor latente)… sendo contabilizados em função da diferença de entalpia
entre o ar exterior e o ar interior:

Os sistemas de climatização, no qual se inclui a ventilação são grandes


consumidores de energia num edifício, pelo que, cumpre ao projectista a
responsabilidade de melhor adequar os sistemas às efectivas necessidades
do edifício de modo a limitar o consumo de energia e a sua dependência de
energia de origem fóssil e do que tal implica para as gerações futuras…um
edifício tem uma vida útil de, pelo menos, 50 anos…por isso, deve estar
sempre no horizonte do projectista e como primeira opção a concepção de
sistemas simples e energeticamente eficientes.

Nesta perspectiva, é enquadrada a ventilação natural e híbrida, que devem


ser os pontos de partida, devendo a ventilação 100% mecânica ser encarada
como a última das opções e não como o status quo da climatização.

Do ponto de vista da qualidade do ar interior, um sistema de ventilação


bem concebido deve, ainda, tomar em consideração, , entre outros, os
seguintes requisitos:

− localização das tomadas de ar novo e das rejeições de ar viciado


− relação de pressões entre espaços e com o exterior;
− reutilização do ar interior;
− acessibilidade e espaços para manutenção.

ISEP – Isabel Sarmento P á g i n a | 43

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As captações de ar novo devem ser criteriosamente localizadas:

− longe de exaustões de edifício ou de edificações vizinhas, e fora da


influência destas nas condições de ventos dominantes;
− a uma altura suficiente de modo a estar fora da influência de tráfego
urbano ou outras fontes de poluição locais, por exemplo, garagens,
cozinhas, locais onde é permitido fumar, torres de arrefecimento,
etc., tomando, igualmente em consideração os ventos dominantes.
− a captação de ar em zonas interiores é desaconselhada mas, caso essa
seja uma opção de projecto, deve ser garantida a limpeza e a franca
ventilação da zona de captação de ar novo;
− as saídas de chaminés e de exaustões devem ficar fora de zonas de
recirculação de ar, para evitar situações de curto-circuito com as
admissões de ar.

O RECS refere distâncias mínimas a respeitar na localização das tomadas de


ar, em função do potencial de contaminação de cada fonte:

Nas situações em que existam incompatibilidades de ordem técnica, funcional ou impedimentos


fortes de outra qualquer natureza no cumprimento das distâncias mínimas referidas, pode o
técnico autor do projeto adotar soluções alternativas desde que demonstre que estas não colocam
em risco a qualidade do ar e a garantia da salubridade do interior dos espaços, sendo que, nesses
casos, deve constar do projeto a justificação de forma detalhada e inequívoca das
incompatibilidades existentes e a impossibilidade do cumprimento integral das distâncias
mínimas.

ISEP – Isabel Sarmento P á g i n a | 44

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A ASHRAE 62.1 refere distâncias mínimas aconselhadas para a localização


das tomadas de ar, em função do potencial de contaminação de cada fonte:

No sentido de controlar a direcção de fluxos de ar de transferência entre


espaços e de minimizar as trocas de ar com o exterior através da
envolvente, a EN 13779 define possíveis categorias para as condições de
pressão de projecto em edifícios não-residenciais:

ISEP – Isabel Sarmento P á g i n a | 45

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A escolha do nível de pressão depende da aplicação específica. Em alguns


casos, mais do que um nível de sub ou sobre pressão é necessário para
controlar o fluxo de ar entre todas as áreas do edifício.

Na ausência de especificação quanto ao nível de pressão a garantir, deve ser


tomada como referência a categoria PC 3.

Identificação dos fluxos de ar num edifício

ISEP – Isabel Sarmento P á g i n a | 46

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Classificação do ar de extracção (ETA) e do ar de exaustão (EHA): EN 13779

ISEP – Isabel Sarmento P á g i n a | 47

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Reutilização de ar de extracção: EN 13779

Acessibilidade e espaços para manutenção

− as redes de condutas devem ter previstas portas de visita para


inspecção e limpeza, conforme EN 12097:2006.

− todos os equipamentos devem possuir boa acessibilidade a todos os


elementos, para efeitos de manutenção preventiva e inspecção com
particular realce para os componentes que se mostram críticos na
garantia de uma QAI adequada, tais como, filtros, baterias de
permuta de calor com o ar, tabuleiros de condensados, torres de
arrefecimento, interior de UTA’s, ventiladores, etc.

ISEP – Isabel Sarmento P á g i n a | 48

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RECS – exigências aos sistemas na vertente QAI


a) Inexistência de material de isolamento do sistema de condutas em
contacto direto com o ar circulante;

b) Existência de acessos fáceis para a inspeção e manutenção de filtros,


baterias/permutadores de calor, tabuleiros de condensados, torres de
arrefecimento, unidades de tratamento do ar interior e/ou ar novo
(respetivamente, UTA e UTAN), ventiladores e rede de condutas de
acordo com a NP EN 12097;

c) Nas UTA ou UTAN, que movimentem mais de 1500 m3/h de ar, caso
sejam previsíveis condensações nas baterias de arrefecimento ou
quaisquer permutadores, existência de tabuleiros que assegurem a
recolha e evacuação rápida dos condensados, com as seguintes
características:

o Não permitam a acumulação de água;


o Equipados com sifões que evitem a passagem de odores;
o Ligados preferencialmente à rede de drenagem de águas
pluviais do edifício.

d) Necessidade de instalação de separador de gotas, nos casos em que a


velocidade frontal do ar, na passagem pelas baterias de
arrefecimento nas UTA ou UTAN, seja igual ou superior a 2,5 m/s,
acompanhada da salvaguarda de acesso aos mesmos para
manutenção, inspeção e limpeza;

e) Existência, nas UTA ou UTAN que movimentem mais de 1500 m3/h de


ar, de módulos de filtragem que tenham sido ensaiados de acordo
com as normas EN 779 ou EN 1822, rotulados individualmente, de
classe adequada, tendo em conta a qualidade do ar exterior e a do ar
interior e preconizando, no mínimo, a existência de um andar de
filtragem composto por, pelo menos, um filtro, nas seguintes
condições:
o Classificação mínima de F5, antes de qualquer bateria ou
recuperador de calor;

ISEP – Isabel Sarmento P á g i n a | 49

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o Classificação mínima de F7, a jusante de ventiladores com


motores e transmissão por correias em contacto com o ar
circulante;
o Classificação mínima de F7, a jusante de atenuadores acústicos,
exceto nos casos onde se verifique a existência de um
certificado que ateste a não desagregação do elemento
acústico, emitido por laboratório acreditado, dispensando
neste caso o referido na subalínea anterior.

f) Existência, nas UTA ou UTAN que movimentem mais de 1500 m3/h de ar,
de pressostato diferencial para monitorização do grau de colmatação dos
filtros e alerta para substituição, com especificação do valor de regulação;

g) Proteção das aberturas das partes do sistema de ventilação,


extremidades das condutas, aberturas de UTA e UTAN, e demais
componentes durante o transporte, armazenamento e instalação;

h) Garantia das adequadas condições de captação de ar novo, assegurando


as distâncias mínimas relativamente aos locais de emissões poluentes que
constam na Tabela I.07, ou outras estabelecidas em normalização
internacional, nomeadamente na norma EN 13779 ou na ASHRAE 62.1.

ISEP – Isabel Sarmento P á g i n a | 50

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Referências bibliográficas

− CIBSE Guide A: Environmental design, January 2006 (7th edition)

− CIBSE Guide B: Heating, ventilating, air conditioning and refrigeration

− Manual REHVA Filtragem de Ar nos Sistemas de AVAC

− Manual REHVA Ambiente Interior e Eficiência Energética nas Escolas

− EN 13779:2007 - Ventilation for buildings. Performance requirements


for ventilation and air-conditioning systems

− publicação do Instituto Tecnológico e Nuclear Departamento de


Protecção Radiológica e Segurança Nuclear: Radão – um gás
radioactivo de origem natural

ISEP – Isabel Sarmento P á g i n a | 51

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