• Conceito: Tratando do processo penal precisamos estabelecer que seu objeto principal é a
realização da atividade jurisdicional, fornecendo, por intermédio do processo contraditório a
satisfação da pretensão punitiva estatal.
Conceito e delimitação do instituto: Podemos definir questão prejudicial como toda questão
jurídica de direito penal ou extra penal que verse elemento integrante do crime e cuja
solução, escapando à competência do juiz criminal e provocando a suspensão da ação
penal, deve preceder à decisão da questão principal. São as soluções dadas pela lei
processual para as variadas eventualidades que venham ocorrer no andamento do processo,
e que devem ser resolvidos pelo juiz antes da solução da causa principal. Trata-se de
questão de direito, cuja solução se apresenta como antecedente lógico e jurídico da de
direito penal objeto do processo e que versa sobre uma relação jurídica de natureza
particular e controvertida. De acordo com a Magalhães Noronha, questão prejudicial “é a
questão jurídica, que se apresenta no curso da ação penal, versando elemento integrante do
crime e cuja solução, escapando à competência do juiz criminal, provoca a suspensão
daquela ação”. (NORONHA, Edgard Magalhães. Curso de direito processual penal. São
Paulo: Saraiva, 2002, p. 57.)
Significa dizer que o objeto do processo penal é determinar a existência de um crime e a medida de
pena que lhe seja justa.
Apesar disso do exercício da jurisdição podem surgir questões ou circunstância de carácter principal
na lide e que ainda assim podem influenciar na prestação jurisdicional penal.
Implica dizer que tais questões merecem resolução antes da efetiva prestação jurisdicional, sob pena
desta se ver prejudicada.
Tais questões, conforme visto, podem ter carácter de direito material ou de direito processual essa
diferença de determinada apenas a forma de abordagem também o momento processual em que
devam ser discutidos .
✔ A questão prejudicial é uma infração penal ou uma relação jurídica civil, cuja existência ou
inexistência, condiciona a existência da infração penal que está sob julgamento do juiz.
São quatro os elementos essenciais da prejudicialidade. A anterioridade lógica, necessidade,
autonomia, e competência na apreciação.
O problema insere-se não só no poder, mas também na necessidade que tem o juiz de, para
julgar o fato punível sob sua jurisdição, apreciar ou examinar outro fato punível em uma
relação jurídica civil que não é objeto do processo, mas o condiciona.
As questões prejudiciais podem ser homogenias ou heterogenias.
Homogenias – é uma infração penal que é exigida como antecedente da existência da
infração em julgamento, como acontece com o furto e o roubo para que possa existir a
receptação, que exige a procedência criminosa da coisa adquirida. O juiz da receptação, para
julgá-la, depende da existência do furto ou roubo que são prejudiciais a ela.
Heterogenias – é uma relação jurídica civil que condiciona a existência de uma infração
penal. Divide-se em: relações jurídicas civis relativas ao estado civil das pessoas, o complexo
de suas qualidades, excluídas as referentes às suas ocupações, que para se ter relevância e
provoque, obrigatoriamente, a suspensão do processo penal é preciso que:
Sobre a relação jurídica civil exista controvérsia que o juiz repute séria e fundada;