Anda di halaman 1dari 38

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA – UFPB

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA – DQ/CCEN

FÍSICO-QUÍMICA EXPERIMENTAL

novembro/2018

1
PRÁTICA N° 1:
DETERMINAÇÃO DA VISCOSIDADE DE UM LÍQUIDO

OBJETIVO

Determinar a viscosidade relativa de um líquido puro, usando um


viscosímetro de Cannon Fenske.

INTRODUÇÃO

Líquidos e gases possuem uma propriedade conhecida como viscosidade,


que pode ser concebida como a resistência ao escoamento. Esta resistência é
devida ao atrito interno que surge devido ao movimento relativo de camadas
adjacentes do fluído (gás ou líquido). Esta propriedade é expressa
quantitativamente através de um índice chamado coeficiente de viscosidade ou
simplesmente viscosidade, η (eta, medida no SI em poise ou g cm-1s-1; lê-se
poási).
Há diversos métodos experimentais para se determinar a viscosidade de
líquidos, tais como queda de esferas sólidas através de líquidos (viscosímetro de
Hoppler) e escoamento através de tubos capilares (viscosímetro de Ostwald).
Neste experimento, a viscosidade relativa de um líquido será encontrada através
do uso de um viscosímetro de Cannon Fenske. O princípio do método é baseado
na equação de Poiseville, para o coeficiente de viscosidade absoluta de um
fluído:
π𝑝𝑟 4 𝑡
η= (1)
8ℓ𝑉

onde p é a pressão hidrostática exercida pelo fluido de volume V, que escoa em


um tempo t através de um tubo capilar de raio interno r e comprimento ℓ.
Considerando-se um líquido de viscosidade conhecida como padrão (η1),
pode-se determinar a viscosidade de um líquido desejado (η2) a partir do tempo
de escoamento de um volume fixo de líquido através de um determinado capilar.
De acordo com a equação de Poiseville, a razão entre as viscosidades dos dois
líquidos (viscosidade relativa do líquido “2” em relação ao líquido “1”, η(2,1)) é
dada por:
𝜂2 𝜋𝑝2 𝑟 4 𝑡2 8ℓ𝑉 𝑝2 𝑡2 𝜌2 𝑡2 𝜌2 𝑡2
𝜂(2,1) = =( )( )= = ⇒ 𝜂2 = ( )𝜂
𝜂1 8ℓ𝑉 4
𝜋𝑝1 𝑟 𝑡1 𝑝1 𝑡1 𝜌1 𝑡1 𝜌1 𝑡1 1 (2)

esta última expressão sendo devida a proporcionalidade entre a pressão p e a


densidade ρ dos líquidos. Portanto, conhecendo-se a viscosidade η1 de um líquido
padrão e as densidades ρ1 e ρ2 dos líquidos, a medida experimental dos tempos
de escoamento t1 e t2 de um volume fixo de líquido em um dado capilar permite
determinar a viscosidade do fluido de interesse.

2
O viscosímetro de Cannon Fenske (figura 1) consta de um tubo em U, no
qual um dos ramos consiste de um capilar que contém uma dilatação na forma
de ampola, acima e abaixo da qual existem traços de referência, que demarcam
o volume de líquido a ser utilizado para a medida do tempo de escoamento. O
outro ramo é constituído por um tubo de diâmetro maior, tendo uma grande
dilatação próxima a parte inferior.

Figura 1: Viscosímetro de Cannon Fenske

MATERIAIS: EQUIPAMENTOS & REAGENTES

01 Viscosimetro de Cannon Fenske;


01 Suporte com garra;
01 Pêra de borracha;
01 Cronômetro;
01 Termômetro (0-100 °C±0,5 °C);
01 Pipeta;
02 Béqueres;
01 Pisseta;
Líquidos para estudo: Água destilada, Álcool Etílico e Acetona.

PROCEDIMENTO

PARTE A: DETERMINAÇÃO DO TEMPO DE ESCOAMENTO DO PADRÃO

1. Meça a temperatura de uma amostra de água destilada. Em seguida,


introduza certo volume de água destilada no ramo não-capilar do
viscosímetro, de modo que o tubo fique cheio até 1/3. O nível do líquido
deverá ficar abaixo da extremidade inferior do capilar, contido no outro
ramo do viscosímetro.

2. Por meio da pêra de borracha, insufle lenta e regularmente a água até que
sua superfície livre fique cerca de 2 cm acima do traço de referência
superior. Reproduza sempre esta mesma posição em todas as medidas
subsequentes.

3
3. Observe a descida do líquido e inicie a contagem do tempo no momento
em que a superfície livre da água passe pelo traço de referência superior.
Esta observação deve ser realizada colocando-se a visão no plano
horizontal do traço de referência. Da mesma forma, desligar o cronômetro
quando a superfície livre da água atingir o traço de referência inferior.
4. Repetir a operação 3 vezes, anotando os tempos medidos. Se o aparelho
estiver convenientemente limpo, os tempos não devem diferir de mais do
que 0,2 %. Calcule a média dos tempos de escoamento. Denomine esta
média de t1 para o líquido padrão.
5. Meça novamente a temperatura do líquido em estudo. Encontrar a média
aritmética entre as temperaturas inicial e final. Esta será considerada a
temperatura do experimento.

PARTE B: DETERMINAÇÃO DO TEMPO DE ESCOAMENTO DO LÍQUIDO DE


INTERESSE

1. Repita o procedimento anterior para o líquido de interesse e obtenha o


tempo de escoamento médio t2.

TRATAMENTO DE DADOS

1. Calcule a viscosidade relativa do líquido de interesse a partir da equação


(2), considerando os tempos de escoamento médio t1 e t2 determinados e
a tabela a seguir:

Temperatura Densidade Viscosidade 


(°C) (kg·m-3) (Pa·s)
ÁGUA
20 998,23 1002,00
25 997,08 0890,30
30 995,68 0797,50
35 994,63 0719,50
ETANOL
20 788,89 1210,00
25 783,92 1150,00
30 778,91 1000,00
35 773,85 0920,00
ACETONA
20 791,25 0322,95
25 785,76 0308,40
30 780,20 0295,42
35 774,58 0283,45

4
QUESTÕES PARA O RELATÓRIO

1. Os valores obtidos são satisfatórios?


2. Quais as possíveis fontes de erro ou limitações neste experimento? Para
cada uma, tente dizer que efeito elas terão no resultado esperado dos
experimentos.

BIBLIOGRAFIA

1. ATKINS, P.W.; Físico-Química, 7ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2004.


2. ATKINS, P.W.; Físico-Química: Fundamentos, 3ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2003.

5
PRÁTICA N° 2:
DETERMINAÇÃO DO CALOR ESPECÍFICO DE UM SÓLIDO POR CALORIMETRIA

OBJETIVO

Determinar o calor específico de um sólido a partir de um simples


experimento de calibração de um calorímetro.

INTRODUÇÃO

Calor pode ser definido como uma quantidade que se transfere de um


corpo a outro como consequência exclusiva de uma diferença de temperatura
entre ambos. A experiência mostra que a quantidade de calor recebida por um
sistema, sob pressão constante, é proporcional ao acréscimo de temperatura
produzido, ou seja:
𝑞 = 𝐶 × (𝑇2 − 𝑇1 )
(1)

onde T1 e T2 são as temperaturas inicial e final do sistema, respectivamente, e C


é uma constante de proporcionalidade, denominada capacidade calorífica média,
a qual depende da natureza, do estado físico e do tamanho do sistema. Se
dividirmos a capacidade calorífica pela massa do sistema, obtém-se a capacidade
calorífica específica, ou simplesmente calor específico, do sistema, c:
𝐶
𝑐= ⇔ 𝐶 = 𝑚𝑐
𝑚 (2)

De acordo com a primeira lei da termodinâmica, quando dois sistemas


interagem e trocam energia, um deles ganha e o outro perde a mesma
quantidade de energia. Desta forma, se os sistemas estiverem em temperaturas
diferentes, a quantidade de energia trocada pode ser representada da seguinte
forma:
𝑞1 = −𝑞2 ⇔ 𝑞1 + 𝑞2 = 0
(3)

onde q1 é a quantidade de energia perdida pelo corpo 1 e q2 a quantidade de


energia ganha pelo corpo 2. Se substituirmos q1 e q2, teremos:
𝐶1 × (𝑇f − 𝑇1 ) = −𝐶2 × (𝑇f − 𝑇2 )
(4)

onde C1 e C2 são as capacidades caloríficas dos sistemas 1 e 2, T1 e T2 as


temperaturas iniciais dos sistemas 1 e 2 e Tf a temperatura final (de equilíbrio).
A quantidade de calor trocada entre um sistema e o meio externo é
medida por meio de um calorímetro, que é um reservatório de calor de
capacidade calorífica conhecida, cujas variações de temperatura fornecem as
quantidades de calor recebidas de um sistema ou transferidas para este.

6
MATERIAIS: EQUIPAMENTOS & REAGENTES

01 Calorímetro adiabático de isopor;


01 Copo de alumínio.
01 Esfera de ferro metálico;
01 Esfera de chumbo metálico;
01 Proveta de 250 mL;
01 Chapa Elétrica Aquecedora
01 Balança mecânica;
01 Termômetro (0-100 °C ± 0,5 °C).

PROCEDIMENTO

PARTE A: CALIBRAÇÃO DO CALORÍMETRO

1. Coloque 200 mL de água destilada no interior do sistema calorimétrico e


deixe-o alcançar o equilíbrio térmico. Anote a temperatura.
2. Pese uma quantidade de ferro metálico (c = 0,106 cal/g°C) em balança
adequada (mecânica). Aqueça-a em água destilada até que esta entre em
ebulição e anote a temperatura. Em seguida, transfira rapidamente o ferro
metálico para o sistema calorimétrico, espere o equilíbrio térmico ser
alcançado e anote a temperatura de equilíbrio.
3. Utilize estes dados para calcular a capacidade calorífica do sistema
calorimétrico.

PARTE B: DETERMINAÇÃO DO CALOR ESPECÍFICO DE UM SÓLIDO

1. Esvazie e lave o calorímetro.


2. Repita o procedimento anterior, utilizando uma amostra de chumbo
metálico.

TRATAMENTO DE DADOS

1. Utilize as equações (1) a (4) e os valores de temperaturas obtidos na


parte A para calcular a capacidade calorífica do sistema calorimétrico.
2. Utilizando a equação (4), os dados da segunda parte e o resultado
anterior, determine o calor específico do chumbo.
3. Compare seus resultados com os da literatura. Calcule o erro relativo e o
absoluto e discuta sobre as diferenças.

7
QUESTÕES PARA O RELATÓRIO

1. Os valores obtidos são satisfatórios?


2. Quais as possíveis fontes de erro ou limitações neste experimento? Para
cada uma, tente dizer que efeito elas terão no resultado esperado dos
experimentos.

BIBLIOGRAFIA

1. ATKINS, P.W.; Físico-Química, 7ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2004.


2. ATKINS, P.W.; Físico-Química: Fundamentos, 3ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2003.

8
PRÁTICA N° 3:
DETERMINAÇÃO DO CALOR DE NEUTRALIZAÇÃO, DISSOLUÇÃO E DILUIÇÃO

OBJETIVO

Determinar o calor de neutralização (em uma reação ácido-base) e


dissolução (na solubilização de um soluto em água).

INTRODUÇÃO

Calor pode ser definido como uma quantidade que se transfere de um


corpo a outro como consequência exclusiva de uma diferença de temperatura
entre ambos. A experiência mostra que a quantidade de calor recebida por um
sistema, sob pressão constante, é proporcional ao acréscimo de temperatura
produzido, ou seja:
𝑞 = 𝐶 × (𝑇f − 𝑇i )
(1)

onde Ti e Tf são as temperaturas final e inicial do sistema, respectivamente, e C é


uma constante de proporcionalidade, denominada capacidade calorífica média, a
qual depende da natureza, do estado físico e do tamanho do sistema. Se
dividirmos a capacidade calorífica pela massa do sistema, obtém-se a capacidade
calorífica específica, ou simplesmente calor específico, do sistema, c:
𝐶
𝑐= ⇔ 𝐶 = 𝑚𝑐
𝑚 (2)

De acordo com a primeira lei da termodinâmica, quando dois sistemas


interagem e trocam energia, um deles ganha e o outro perde a mesma
quantidade de energia. Desta forma, se os sistemas estiverem em temperaturas
diferentes, a quantidade de energia trocada pode ser representada da seguinte
forma:
𝑞1 = −𝑞2 ⇔ 𝑞1 + 𝑞2 = 0
(3)

onde q1 é a quantidade de energia perdida pelo corpo 1 e q2 a quantidade de


energia ganha pelo corpo 2. Se substituirmos q1 e q2, teremos:
𝐶1 × (𝑇f − 𝑇1 ) = −𝐶2 × (𝑇f − 𝑇2 )
(4)

onde C1 e C2 são as capacidades caloríficas dos sistemas 1 e 2, T1 e T2 as


temperaturas iniciais dos sistemas 1 e 2 e Tf a temperatura final (de equilíbrio).
A quantidade de calor trocada entre um sistema e o meio externo é
medida por meio de um calorímetro, que é um reservatório de calor de
capacidade calorífica conhecida, cujas variações de temperatura fornecem as
quantidades de calor recebidas de um sistema ou transferidas para este.

9
Calor de neutralização é o calor liberado quando um mol de um ácido
reage com um mol de uma base, ambos em soluções diluídas. Ex.:
- - -
H+ + +
(aq) + Cl(aq) + Na(aq) + OH(aq) → Na(aq) + Cl(aq) + H2 O(l) . (5)

Observa-se experimentalmente que reações entre soluções diluídas de ácidos


fortes e bases fortes são sempre acompanhadas do mesmo efeito térmico, e
este, por sua vez, é totalmente devido à formação da água. Porém, se um ácido
fraco for neutralizado por uma base forte, ou vice-versa, o efeito térmico será
completamente diferente. Isto ocorre devido a vários processos simultâneos:
alguns são exotérmicos, como a neutralização, e outros endotérmicos, como a
ionização do ácido e da base. O calor medido é a soma de todos os processos:
neutralização, ionização, solvatação, diluição, entre outros.
Calor integral de dissolução é a variação de entalpia associada com a
adição de certa quantidade de um soluto a uma determinada quantidade de
solvente, à temperatura e pressão constantes. Exs.:

I: HCl(g) + 10H2 O(l) → HCl · 10H2 O(l) HI = -16,608 kcal.mol-1. (6)
II: HCl(g) + 25H2 O(l) → HCl · 25H2 O(l) HII = -17,272 kcal.mol-1. (7)

Os processos acima representam os calores integrais de dissolução do HCl na


água, à 25 °C. A diferença entre os processos  e  é a quantidade do solvente.
Portanto, H - H representa o calor integral de diluição do HCl quando se
acrescentam 15 mols de água à solução de HCl do processo I.
A determinação do calor de neutralização e do calor integral de dissolução
é feita a partir de um sistema calorimétrico, de acordo com:
𝑞r −𝐶cal 𝛥𝑇
𝛥𝐻r = , 𝑞r = −𝑞cal = −𝐶cal 𝛥𝑇 ⇒ 𝛥𝐻r =
𝑛 𝑛 (8)

onde Hr e qr são a entalpia e o calor da reação (neutralização e dissolução),


respectivamente, n o número de mols neutralizados e Ccal a capacidade calorífica
do calorímetro.

MATERIAIS: EQUIPAMENTOS & REAGENTES

01 Frasco de Dewar (Garrafa Térmica/Calorímetro) de 500 mL;


01 Béquer de 200 mL + Proveta de 50 mL (ou 100 mL) + Funil;
01 Chapa Elétrica Aquecedora;
01 Termômetro (0-100 °C ± 0,5 °C);

HCl 1,0 mol L-1 + NaOH 1,0 mol L-1 (prepare-as se necessário);
Nitrato de Sódio (NaNO3) ou Nitrato de Potássio (KNO3).

10
PROCEDIMENTO

PARTE A: CALIBRAÇÃO DO CALORÍMETRO

1. Coloque 100 mL de água destilada, sob temperatura ambiente, no interior


do recipiente calorimétrico (frasco de Dewar/garrafa térmica) e anote a
temperatura (T1) de equilíbrio. Este conjunto (recipiente calorimétrico +
100 mL de água a temperatura ambiente) constitui o calorímetro a ser
utilizado em todas as demais etapas da prática.
2. Aqueça 100 mL de água destilada até ~80 °C. Coloque 50 mL da água
aquecida em uma proveta e a devolva. Repita este procedimento 3 vezes
de modo que a proveta entre em equilíbrio térmico com a água aquecida.
Finalmente, colete 50 mL da água aquecida em uma proveta, anote a
temperatura (T2) e a transfira para o interior do calorímetro.
3. Espere o equilíbrio térmico ser alcançado e anote a temperatura (Tf).

PARTE B: CALOR DE NEUTRALIZAÇÃO DE UM ÁCIDO FORTE POR UMA BASE


FORTE

1. Esvazie o calorímetro e lave-o cuidadosamente (com bastante água da


torneira e depois com água destilada). Em seguida, coloque 50 mL de uma
solução de NaOH 1,0 mol/L no interior do calorímetro e anote a
temperatura (Ti) quando esta estiver constante.
2. Pegue 50 mL de uma solução de HCl 1,0 mol/L, à temperatura conhecida e
igual à do interior do calorímetro (Ti; caso as temperaturas não sejam
iguais, deve-se esperar que até que as temperaturas estabilizem até
atingirem a temperatura ambiente), e coloque-a (com auxílio de um funil,
se necessário) sobre a solução de hidróxido de sódio do calorímetro.
3. Agite suavemente a mistura e anote a temperatura de equilíbrio (Tf). Note
que os 100 mL de água no interior do calorímetro foram restaurados.

PARTE C: DETERMINAÇÃO DO CALOR INTEGRAL DE DISSOLUÇÃO

1. Esvazie o calorímetro e lave-o cuidadosamente. Coloque 100 mL de água


destilada no interior deste e anote a temperatura de equilíbrio.
2. Pese cerca de 2,5 g de NaNO3 (ou KNO3) e transfira para o interior do
calorímetro. Feche-o, homogeneíze a mistura e anote a temperatura de
equilíbrio.

PARTE D: DETERMINAÇÃO DO CALOR INTEGRAL DE DILUIÇÃO

1. Retire 50 mL da solução do interior do calorímetro e deixe esfriar até a


temperatura inicial (ambiente). Descarte o restante da solução do
calorímetro e lave-o cuidadosamente.
2. Devolva os 50 mL de solução para o calorímetro. Leia a temperatura de
um em um minuto e anote a temperatura de equilíbrio.
3. Adicione 50 mL de água destilada à solução contida no calorímetro. A
temperatura deve ser igual à da solução do interior do calorímetro.
4. Leia a temperatura a cada minuto e anote a temperatura de equilíbrio.

11
TRATAMENTO DE DADOS

1. Utilize as equações (1) a (4) e os valores de temperaturas obtidos na


parte A para calcular a capacidade calorífica do sistema calorimétrico. A
densidade e o calor específico da água a ~80 °C são, respectivamente,
0,971 g/cm3 e ~1 cal/g°C.
2. Com os valores de temperatura obtidos na parte B e a capacidade
calorífica do sistema calorimétrico, calcule o calor de neutralização (em
J/mol) a partir da relação: H = -CcalTcal/n, onde n é o número de mols
neutralizados.
3. Com os valores de temperatura obtidos na parte C e a capacidade
calorífica do sistema calorimétrico, calcule o calor integral de dissolução do
sal (NaNO3 ou KNO3).
4. Com os valores de temperatura obtidos na parte D e a capacidade
calorífica do sistema calorimétrico, calcule o calor integral de diluição do
sal.
5. Compare seus resultados com os da literatura.
6. Calcule o erro relativo em cada caso e discuta.

QUESTÕES PARA O RELATÓRIO

1. Se a quantidade de massa de cada composto fosse reduzida à metade, o


calor de dissolução também seria reduzido à metade?
2. Explique o que aconteceria, em relação ao calor de dissolução, se a
quantidade de solvente fosse o dobro da que foi usada no experimento.
3. Os valores obtidos são satisfatórios?
4. Quais as possíveis fontes de erro ou limitações neste experimento? Para
cada uma, tente dizer que efeito elas terão no resultado esperado dos
experimentos.

BIBLIOGRAFIA

1. ATKINS, P.W.; Físico-Química, 7ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2004.


2. ATKINS, P.W.; Físico-Química: Fundamentos, 3ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2003.

12
PRÁTICA N° 4:
DETERMINAÇÃO DA CONDUTIVIDADE MOLAR DE ELETRÓLITOS FORTES E FRACOS

OBJETIVO

Determinar a condutividade molar de solução de eletrólitos fortes e fracos


pela técnica de condutivimetria.

INTRODUÇÃO

Uma corrente elétrica pode ser conduzida tanto por elétrons (em
condutores metálicos) como por íons (em condutores iônicos e soluções
eletrolíticas). A condutância (G, medida em siemens, S) é definida como o
inverso da resistência (R, medida em ohms, Ω). Verifica-se experimentalmente
que a condutância de uma amostra é proporcional a área da seção transversal
(A, medida em metro-quadrado, m2) e inversamente proporcional ao seu
comprimento (ℓ, medido metro, m), a constante de proporcionalidade sendo
denominada condutividade (κ, medida em siemens por metro, S·m-1):
𝜅⋅𝐴 𝜅 ℓ
𝐺= = 𝐾, com: 𝐾 = 𝐴
ℓ (1)

onde K é a constante de cela (medida em m-1; esta constante é característica da


célula eletrolítica onde se faz a medida e deve ser informada pelo fabricante do
equipamento, denominado condutivímetro).
A condutividade κ de uma solução é proporcional a concentração do íon, a
magnitude de sua carga e a mobilidade deste. Deste modo, é conveniente só
comparar a condutividade de soluções que contenham o mesmo número de
cargas. Esta condição é satisfeita definindo-se a condutividade molar ou
condutividade equivalente (𝛬, medida em siemens metro quadrado por mol,
S·m2mol-1), obtida dividindo-se a condutividade pela concentração da solução:
𝜅
𝛬=
𝑐 (2)

onde c é a concentração da solução (em equivalente por litro). A condutividade


molar aumenta com a diluição da solução e alcança um valor máximo à diluição
infinita, denominada condutividade molar a diluição infinita (𝛬0 ). Para soluções
diluídas de eletrólitos fortes, vale a relação de Kolhrausch:
𝛬 = 𝛬 0 − 𝑘𝑐 𝑐 ½
(3)

onde kc é uma constante determinada experimentalmente (e que depende mais


da proporção entre cátions e ânions por fórmula unitária do eletrólito do que da
identidade do eletrólito). Esta relação pode ser usada para a determinação
experimental de 𝛬0 .

13
MATERIAIS: EQUIPAMENTOS & REAGENTES

14 Balões volumétricos de 100 mL;


01 Pipetas volumétricas de 20 mL, 10 mL, 5 mL;
01 Pipeta graduada de 5 mL;
01 Béquer de 25 mL;
01 Condutivímetro;

Solução de KCl 0,100 mol L-1 e de ácido acético 0,100 mol L-1 (prepare-as se
necessário);

PROCEDIMENTO

PARTE A: DETERMINAÇÃO DA CONDUTIVIDADE DE UM ELETRÓLITO FORTE

1. Ligue o condutivímetro e espere cerca de 1 hora;


2. Prepare 200 mL de uma solução de KCl 0,1 mol L-1.
3. Prepare, por diluição, 100 mL das seguintes soluções de KCl: 0,10; 0,02;
0,01; 0,005; 0,002; 0,001; 0,0005 e 0,0002 mol L-1.
4. Verifique a constante de célula do aparelho, utilizando o KCl 0,10 mol L-1
(condutividade: κ = 12,856 mmho/cm, a 25 °C).
5. Meça a condutividade de cada uma das soluções, começando com a mais
diluída e finalizando com a mais concentrada. Lave a célula duas vezes
com água destilada e uma vez com a solução em estudo antes de cada
determinação.

PARTE B: DETERMINAÇÃO DA CONDUTIVIDADE DE UM ELETRÓLITO FRACO

1. Prepare 200 mL de uma solução de ácido acético 0,1 mol L-1.


2. Prepare, por diluição, 100 mL das seguintes soluções de ácido acético:
0,05; 0,025; 0,0125; 0,005; 0,0025; 0,00125 e 0,0005 mol L-1.
3. Repita o procedimento de medida da condutividade de cada uma das
soluções, da mais diluída e para a mais concentrada (item 5 da parte A).

TRATAMENTO DE DADOS

1. Calcule, para cada concentração de KCl, a condutividade molar e construa


um gráfico de 𝛬 versus c1/2. Faça uma regressão linear e determine o valor
de 𝛬0 para o KCl.
2. Calcule, para cada concentração de ácido acético, a condutividade molar e
construa um gráfico de 𝛬 versus c1/2. Faça uma regressão linear e compare
este gráfico com o obtido para o KCl e comente.
3. Calcule o grau de dissociação  e a constante de dissociação do ácido Ka
para cada solução de ácido acético.

14
4. Compare os valores com os da literatura e comente.

QUESTÕES PARA O RELATÓRIO

1. Os valores obtidos são satisfatórios?


2. Sugira uma maneira de calcular a condutância equivalente à diluição
infinita para o ácido acético.
3. Os valores obtidos são satisfatórios?
4. Quais as possíveis fontes de erro ou limitações neste experimento? Para
cada uma, tente dizer que efeito elas terão no resultado esperado dos
experimentos.

BIBLIOGRAFIA

1. ATKINS, P.W.; Físico-Química, 7ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2004.


2. ATKINS, P.W.; Físico-Química: Fundamentos, 3ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2003.

15
PRÁTICA N° 5:
CATÁLISE ENZIMÁTICA VIA FOTOCOLORIMETRIA

OBJETIVO

Determinar os parâmetros cinéticos de uma reação catalisada por enzima


a partir do acompanhamento de um processo reacional por espectrofotometria.

INTRODUÇÃO

Enzimas são proteínas que catalisam reações químicas com uma eficiência
formidável. Por exemplo, uma única molécula da enzima catalase (ou
hidroperoxidase) pode acelerar de 107 a 108 vezes a decomposição de milhões
de moléculas de peróxido de hidrogênio na reação:

H2O2(aq) → 2H2O(ℓ) + O2(g). (1)

Uma das explicações para a eficiência das enzimas (E, o catalizador) é que
estas formam, com o substrato (S, o reagente), um complexo enzima-substrato
(ES, um intermediário da reação), com uma conformação bem próxima à do
estado de transição da reação, reduzindo desta forma a energia de ativação do
processo que leva à formação dos produtos da reação (P). A região da molécula
onde a enzima e o substrato interagem é denominada de centro (ou sítio) ativo.
O processo pode ser resumido como (mecanismo de Michaelis-Menten):

E + S ⇌ [ES] → P. (2)

Outra característica importante da enzima é a sua especificidade. Cada


enzima se combina com um substrato específico (ou com algumas poucas
substâncias bem semelhantes em estrutura), sugerindo que a enzima e o
substrato se encaixam em um sistema do tipo chave-fechadura.
Medindo-se a velocidade inicial v0 de uma reação (S → P), quando esta é
catalisada por uma dada concentração de enzima [E]0 sob condições constantes
de reação, verifica-se que a velocidade inicial varia com a concentração de
substrato [S]0. Fazendo-se um gráfico de v0 versus [S]0 obtém-se uma curva
hiperbólica (figura 1), que demonstra que: (i) em baixas concentrações, a
velocidade inicial é diretamente proporcional à [S]0, e que, (ii) em altas
concentrações, a velocidade atinge um máximo vmax, e seu valor independe da
concentração [S]0.
A equação experimental que relaciona v0 com [S]0, que pode ser deduzida
do mecanismo de Michaelis-Menten, é escrita na forma:
𝑣max
𝑣0 = , 𝑣max = 𝑘[E]0
1 + 𝐾M [S]−1
0 (3)

onde KM é a constante de Michaelis. Nesta equação, [E]0 e [S]0 são as


concentrações iniciais (ou nominais), e não as concentrações das espécies livres.
Experimentalmente, os valores de vmax e KM podem ser determinados pelo

16
método de Lineweaver-Burk, que utiliza o fato de que o inverso da equação (3)
corresponde a equação de uma reta (figura 2):
1 1 𝐾M 1
= +( )
𝑣0 𝑣max 𝑣max [S]0 (4)

com coeficiente linear 1/vmax e coeficiente angular KM/vmax.

Figura 1: Dependência da velocidade com Figura 2: Gráfico de Lineweaver-Burk,


a concentração do substrato. onde se obtém os parâmetros vmax e KM.

Nesta experiência será utilizada a enzima polifenoloxidase, extraída da


batata, na reação de oxidação do catecol, descrita abaixo:

(5)

A polifenoloxidase é uma enzima que pertence ao grupo de oxidação e redução.


Esta enzima catalisa a remoção do hidrogênio (oxidação) do catecol, com
produção de água e quinona. A quinona apresenta uma forte absorção na região
de comprimentos de onda em torno de 458 nm. A absorbância é uma função
linear da concentração e, portanto, pode ser utilizada para o monitoramento da
formação da quinona.

17
MATERIAIS: EQUIPAMENTOS & REAGENTES

01 Balão Volumétricos de 10 mL;


01 Cubeta de 3 mL para espectrofotômetro;
01 Béquer de 100 mL;
01 Pipeta graduada de 1 mL;
01 Pipeta graduada de 2 mL;
01 Pipeta graduada de 5 mL;
01 Funil pequeno;
01 Bastão de vidro;
01 Ralador ou amassador de batatas;
01 Faca para legumes;
01 Espectrofotômetro UV-Visível;
01 Balança;

Papel filtro;
Frascos lavadores com água deionizada;
½ Batata crua sem casca (a equipe deve trazer);
Catecol 0,05 mol L-1;
Água Deionizada
Peróxido de Hidrogênio ~10%.

PROCEDIMENTO

PARTE A: PREPARAÇÃO DE SOLUÇÕES E CALIBRAÇÃO DO


ESPECTROFOTÔMETRO

1. Prepare 10 mL de catecol 0,05 mol L-1.


2. Prepare um extrato de batata amassando meia batata. Filtre o amassado e
recolha o líquido em um béquer pequeno. Colete ~1,0 mL de extrato.
3. A temperatura do experimento é a ambiente. Meça e anote a temperatura
da água.
4. Ligue o espectrofotômetro e acerte o zero de absorbância no comprimento
de onda máximo de absorção da quinona (λmax = 458 nm). Para operar o
aparelho siga as instruções no manual ou peça ajuda ao professor.

PARTE B: MEDIDAS DE ABSORBÂNCIA DA MISTURA REACIONAL

1. Coloque 0,5 mL de catecol 0,05 mol L-1 e 2,5 mL de água em uma cubeta.
Adicione uma gota de peróxido de hidrogênio 10 % em volume (esta

18
solução deve ser preparada a partir de uma solução de peróxido de
hidrogênio 35 % em volume).
2. Coloque a cubeta no suporte de amostra do aparelho e acerte o zero da
absorbância. Verifique se a cubeta está na posição correta.
3. Agindo com rapidez adicione duas gotas do extrato de batata na cubeta,
coloque a tampa na mesma e agite a solução.
4. Coloque a cubeta no aparelho, feche-o e faça a primeira leitura de
absorbância, disparando imediatamente o cronômetro. Faça leituras de 20
em 20 segundos até aproximadamente 6 min.
5. Ao término das medidas, faça um espectro da solução no
espectrofotômetro, variando o comprimento de onda de 400 nm a 530 nm,
anotando o valor da absorbância a cada 10 nm. (Não é necessário repetir
este item para as demais etapas.)
6. Repita a parte B (dos itens 1 a 4) variando as quantidades de catecol
(0,05 mol L-1) para 0,75 mL, 1,0 mL e 1,5 mL, sempre completando o
volume final na cubeta com água até 3,0 mL.

TRATAMENTO DE DADOS

1. Calcule as concentrações de catecol usadas no experimento, ou seja, as


concentrações finais dentro da cubeta. Lembre-se: c1V1 = c2V2. Use esta
concentração nos cálculos.

2. Faça um gráfico de absorbância versus


tempo (figura ao lado) e calcule as
velocidades iniciais (v0) a partir do
coeficiente angular para cada uma das
cinéticas realizadas.

3. Determine KM e vmax a partir do tratamento gráfico mostrado na figura 2,


de acordo com o ajuste dos dados à equação (4) e discuta o resultado.

QUESTÕES PARA O RELATÓRIO

1. Como podem ser definidas as enzimas? O que é substrato?


2. Que fatores podem explicar a alta eficiência das enzimas como
catalisadores?
3. Qual a definição e o significado de KM e vmax na reação. Veja as unidades.
4. O que é inibidor enzimático e quais os principais fatores que diminuem a
atividade de uma enzima para atuar como catalisador?
5. O que acontece se você mudar o pH ou a temperatura do meio reacional e
mantiver a concentração de enzima e substrato constantes? Explique.

19
6. Cite dois exemplos de enzimas que atuam em sistemas biológicos e
explique a sua atuação.
7. Que tipos de resíduos químicos foram gerados neste experimento, e como
foram tratados ou armazenados? Explique.

BIBLIOGRAFIA

1. LEHNINGER, A. L.; Princípios de Bioquímica; SP, Ed. Sarvier, 1991.


2. CHANG, R.; Physical-Chemistry with Applications to Biological Systems;
Macmillan Publishing Co. New York, 1981.
3. TINOCO, I. Jr.; SAUER, K.; WONG, J. C.; Physical Chemistry: Principles
and Applications in Biological Sciences; Prentice-Hall, London, 1982.
4. ATKINS, P. W.; Physical-Chemistry, 5ª Ed., Oxford, 1994.

20
PRÁTICA N° 6:
DETERMINAÇÃO DE FUNÇÕES TERMODINÂMICAS PELA SOLUBILIDADE DE UM SAL

OBJETIVO

Calcular várias funções termodinâmicas (H, S e G) a partir de um


simples processo de dissolução.

INTRODUÇÃO

Para o processo de dissolução:


-
KNO3(s) + H2 O(l) ⇌ K+
(aq) + KNO3(aq) (1)

a constante de equilíbrio tem a forma:


-
𝐾 = [K+ ][NO3 ] = 𝑠 × 𝑠 = 𝑠 2
(2)

onde s é a solubilidade do sal (em mol por litro). Considera-se que o sistema se
encontra em equilíbrio quando o sólido está em contato com a solução saturada,
ou seja, justamente quando os primeiros cristais são formados.
A solubilidade do composto será medida para seis ou sete temperaturas,
em um intervalo de 40 – 60oC. Estes valores serão, então, usados para calcular
as variáveis termodinâmicas, utilizando as equações:
𝛥𝐺 0 = −𝑅𝑇ln𝐾
(3)

𝛥𝐺 0 = 𝛥𝐻 0 − 𝑇𝛥𝑆 0
(4)

𝛥𝐻 0 𝛥𝑆 0
ln𝐾 = − + (5)
𝑅𝑇 𝑅

Existem duas hipóteses simplificadoras neste tratamento: (i) as atividades


dos íons e a força iônica não são consideradas; (ii) as temperaturas nas quais os
cristais se tornam visíveis é, provavelmente, menor que a de equilíbrio.

MATERIAIS: EQUIPAMENTOS & REAGENTES

01 Proveta de 25 mL;
01 Pipeta de 1 mL e de 10 mL;
02 Tubos de ensaio;
Agitador de vidro;
01 Banho Maria ou chapa elétrica com aquecimento;
01 Termômetro (0-100 °C ± 0,5 °C).

21
Nitrato de sódio ou nitrato de potássio;
Água destilada.

PROCEDIMENTO

1. Pese 10 g de nitrato de potássio (KNO3) e transfira para um tubo de


ensaio.
2. Adicione 10 mL de água destilada e aqueça o tubo em um banho de água,
agitando até a completa dissolução do sal.
3. Determine e registre o volume da solução de nitrato. Isto pode ser feito
enchendo outro tubo de ensaio, igual ao anterior, com água, até o volume
em ambos os tubos se tornarem iguais. Meça o volume da água do
segundo tubo com uma proveta.
4. Insira um termômetro na solução. Remova o tubo com a solução do banho
de água e deixe-o esfriar, agitando suavemente a solução. Registre a
temperatura de aparecimento dos primeiros cristais. Supõe-se que nesta
temperatura o sistema se encontra em equilíbrio e é possível calcular a
concentração dos íons.
5. Adicione 2 mL de água à solução e aqueça a mistura até a completa
dissolução. Determine o volume da solução como antes e anote.
6. Resfrie e registre a temperatura de aparecimento dos primeiros cristais.
7. Repita o ciclo mais 4 vezes, adicionando sempre 2 mL de água.
Obs.: Alternativamente, pode-se trabalhar com 10 g de nitrato de sódio
(NaNO3) em 7 mL de água, adicionando-se 1 mL para cada ponto.

TRATAMENTO DE DADOS

1. Calcule K a partir da equação (2) e G° a partir da equação (3), para cada
temperatura.
2. Utilizando a equação (5), faça um gráfico de ln(K) × 1/T e determine H°
para o processo, a partir da inclinação da reta.
3. Utilizando a equação (4), com os valores de G° e H°, calcule S° para
cada temperatura.
4. Compare seus resultados com os da literatura e comente.

QUESTÕES PARA O RELATÓRIO

1. Os valores obtidos são satisfatórios?


2. Quais as possíveis fontes de erro ou limitações neste experimento? Para
cada uma, tente dizer que efeito elas terão no resultado esperado dos
experimentos.

22
BIBLIOGRAFIA

1. ATKINS, P.W.; Físico-Química, 7ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2004.


2. ATKINS, P.W.; Físico-Química: Fundamentos, 3ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2003.
1. -Química: Fundamentos, 3ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2003.

23
PRÁTICA N° 7:
VERIFICAÇÃO DA LEI DE BOYLE

OBJETIVO

Determinar experimentalmente a relação entre a pressão e o volume de


uma amostra de ar à temperatura constante.

INTRODUÇÃO

Boyle e Mariotte enunciaram, a partir de resultados experimentais, uma lei


que rege as variações de volume e de pressão, à temperatura e composição
constantes. Esta lei é válida para os gases ideais e, experimentalmente, é
comprovada variando-se a pressão de um gás, à temperatura constante, e
determinando o seu volume. Esta lei pode ser expressa da seguinte maneira: “À
temperatura constante, o produto da pressão de uma determinada amostra de
um gás pelo seu volume é constante”. Matematicamente: pV = constante, onde p
é a pressão exercida sobre o gás e V o volume da amostra gasosa.
A amostra de ar é mantida a uma temperatura constante e varia-se seu
volume. A pressão é medida por um manômetro a água. A pressão da amostra
de ar é igual à pressão da coluna d’água mais a pressão atmosférica, que é lida
no barômetro do laboratório em milímetros de mercúrio e deve ser convertida
em centímetros de água. A pressão medida inclui a pressão de vapor da água.
Para obter a pressão do ar seco, deve-se subtrair a pressão de vapor da água na
temperatura do experimento.

(1) Balão de nível.


(2) Balão contendo o gás.
(3) Bureta.

Figura 1: Sistema com manômetro a água para medir a pressão de


uma amostra de ar, à temperatura constante.

24
MATERIAIS: EQUIPAMENTOS & REAGENTES

01 Balão de nível;
01 Balão volumétrico;
01 Bureta;
02 Mangueiras de silicone;

Água destilada.

PROCEDIMENTO

PARTE A: MONTAGEM EXPERIMENTAL

4. Para obter o volume do ar contido no balão e no tubo de borracha até o


zero da bureta de gás (volume morto), desconecte o tubo de borracha no
ponto B. Encha o balão, o tubo de borracha e a bureta, até o zero, com
água destilada. Elimine bolhas de ar comprimindo o tubo de borracha.
Transfira a água cuidadosamente, evitando perdas, para um bécher
previamente tarado. Pese o bécher com a água (utilize a balança mecânica
de contrapesos).
5. Reconecte o tubo de borracha em B. Desconecte agora o tubo de borracha
no ponto A. Encha o balão de nível até à metade com água destilada. Não
deixe bolhas de ar. Ajuste a altura do balão de nível de modo que a bureta
fique com água pela metade.
6. Reconecte o tubo de borracha ao ponto A. Verifique se o balão ficou bem
fechado.
7. Prepare uma tabela no seu caderno de laboratório com uma coluna para
volumes em mililitros e duas colunas para alturas em centímetros.

PARTE B: COLETA DE DADOS

1. Comprima a amostra de ar elevando o balão de nível até que o nível


d’água na bureta fique a um ou dois milímetros da marca superior. Anote a
altura da água no balão de nível (h2) e na bureta (h1). Se necessário,
extrapole a escala da bureta com o auxílio de uma régua graduada.
2. Faça de cinco a dez medidas, baixando o balão de nível até que todo o
volume da bureta seja utilizado.
3. Obtenha a temperatura e a pressão atmosférica sob a qual o experimento
foi realizado. Com essas informações, determine a pressão de vapor da
água e a densidade da água e do mercúrio na temperatura do
experimento.

25
TRATAMENTO DE DADOS

1. Apresente os dados obtidos em uma tabela de pressão em função do


volume.
2. Determine o volume fixo de ar no equipamento (volume morto), dividindo
a massa de água obtida na etapa 1 da parte A do procedimento pela
densidade da água na temperatura do experimento. Cada amostra de ar
terá o volume medido na bureta mais o volume morto.
3. Calcule a pressão total do ar seco em centímetros de água, subtraindo,
para cada medida, a pressão de vapor da água. Some a cada valor a
pressão da atmosfera (lida no barômetro do laboratório), convertida de
milímetros de mercúrio para centímetros de água. Utilize, para a
conversão de unidades, a relação: p = ρgh.
4. Apresente tabelas de pressão (em centímetros de água) em função do
volume, e calcule o produto pV em função da pressão para cada medida.
5. Trace o gráfico 1/V = f(p) e encontre a melhor reta.
6. Trace o gráfico pV = f(p) e determine o valor médio da constante.
7. Discuta os resultados, apontando possíveis causas de desvios em relação à
lei de Boyle, caso elas sejam observadas.

QUESTÕES PARA O RELATÓRIO

1. Que tipos de curvas foram obtidas a partir do tratamento dos dados?


2. Faça uma regressão linear para o gráfico do item 6 e obtenha a equação
que melhor descreve os seus resultados. Faça uma comparação com a Lei
de Boyle.
3. Quais as possíveis fontes de erro ou limitações neste experimento? Para
cada uma, tente dizer que efeito elas terão no resultado esperado dos
experimentos.
4. Como o objetivo da prática é verificar se o produto pV é constante, é
interessante verificar o quanto as medidas experimentais se distanciam de
um valor médio.
5. Caso as medidas experimentais não confirmem a lei de Boyle, indique uma
maneira de verificar o quanto as medidas se distanciam do desejado.

BIBLIOGRAFIA

1. ATKINS, P.W.; Físico-Química, 7ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2004.


2. ATKINS, P.W.; Físico-Química: Fundamentos, 3ª Ed., RJ, Ed. LTC, 2003.

26
PRÁTICA N° 8:
DETERMINAÇÃO DA ORDEM DE REAÇÃO PELO MÉTODO DAS VELOCIDADES INICIAIS

OBJETIVO

Determinar a ordem da reação de oxidação do iodeto de potássio pelo


persulfato de potássio através do método das velocidades iniciais.

INTRODUÇÃO

Neste experimento será estudada a reação do iodeto de potássio (KI) com


o persulfato de potássio (K2S2O8):

K2S2O8(aq) + 2 KI(aq) → 2 K2SO4(aq) + I2(aq). (1)

A velocidade inicial da reação pode ser medida trabalhando-se com uma


concentração baixa e conhecida de íons tiossulfato (S2O32–), com formação de
íons tetrationato (S4O62–):
2 S2O32–(aq) + I2(aq) → S4O62–(aq) + 2I–(aq). (2)
Esta reação é muito mais rápida que a primeira, que prossegue consumindo o
iodo gerado na reação (1) até que todo tiossulfato tenha sido convertido em
tetrationato. Quando isto ocorre, a mínima quantidade de iodo adicional, gerada
pela reação (1), na presença do iodeto que ainda não reagiu, leva à formação de
triiodeto (I3–), que pode ser revelado através do indicador amido. O intervalo de
tempo decorrido entre o início da reação e a mudança na coloração da solução é
uma medida da velocidade inicial da reação.
A lei de velocidade desta reação, sob temperatura e força iônica
constantes, pode ser escrita como:
2–
𝑑[S2 O8 ] 2–
𝑣=− = 𝑘[S2 O8 ]𝑚 [I- ]𝑛 (3)
𝑑𝑡

onde m e n são as ordens de reação em relação ao persulfato (S2O82–) e ao


iodeto (I–), respectivamente. Nesta prática, utilizaremos o método da velocidade
inicial para encontrar m e n. Este método consiste na medição da velocidade de
reação após um período de tempo curto o bastante para que a reação não tenha
ocorrido apreciavelmente, mas longo o suficiente para que a velocidade não seja
afetada pelo tempo de mistura dos reagentes. Para um dado conjunto de
condições iniciais, mede-se o intervalo de tempo (Δt) entre o início da reação e o
aparecimento de uma coloração azul característica, correspondente à formação
de uma quantidade fixa de iodo (Δ[I2]) pela reação (1), que é determinada pela
quantidade de tiossulfato utilizada na reação (2). A taxa de formação do iodo é
igual à taxa de consumo do perssulfato e, portanto, à velocidade da reação.
Assumindo que a quantidade de tiossulfato utilizada satisfaz às condições
necessárias à medida da velocidade inicial, tem-se:

27
2–
𝑑[S2 O8 ] 𝑑[I2 ] 𝛥[I2 ]
𝑣0 = − ( ) = +( ) ≃+
𝑑𝑡 𝑑𝑡 0 𝛥𝑡 (4)
0

Uma vez que são feitas várias medidas em condições iniciais diferentes, porém
se mantendo a quantidade de tiossulfato em um valor fixo, tem-se que Δ[I2] é o
mesmo em cada uma das medidas, o que resulta em:
2–
𝑑[S2 O8 ] 𝑑[I2 ] 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑡
𝑣0 = − ( ) = +( ) ≃ (5)
𝑑𝑡 𝑑𝑡 0 𝛥𝑡
0

Substituindo a equação (5) na lei de velocidade (3) e tirando o logaritmo


neperiano de ambos os membros da equação resultante, obtém-se:
2–
ln(1⁄Δ𝑡) = ln𝑘 + 𝑚ln[S2 O8 ] + 𝑛ln[I- ] − 𝐶
(6)

em que C = ln(Const) = ln[Na2S2O3]. Logo, se fizermos um gráfico de ln(1/Δt)


versus ln[S2O82–], para [I–] constante, obteremos uma reta de inclinação igual a
m, e se fizermos um gráfico de ln(1/Δt) versus ln[I–], para [S2O82–] constante,
obteremos uma reta de inclinação igual a n.

MATERIAIS: EQUIPAMENTOS & REAGENTES

01 Balão de 250 mL;


03 Balões de 500 mL;
14 Béqueres de 50 mL;
03 Buretas de 25 mL;
01 Pipeta volumétrica de 5 mL;
01 Pêra;
01 Termômetro (0-100 °C±0,5 °C);
14 Béqueres (de 50 ou 100 mL).

PROCEDIMENTO

PARTE A: PREPARAÇÃO DAS SOLUÇÕES

1. Prepare as seguintes soluções:(*)


(a) 500 mL de K2S2O8 0,1 M;
(b) 500 mL de Na2SO4 0,1 M;
(c) 250 mL de Na2S2O3 0,01 M;
(d) 500 mL de KI 0,1 M em Na2SO4;(**)
(e) 100 mL de uma solução aquosa 0,5 % de amido.(***)

28
(*)
Verifique se estas soluções foram preparadas antecipadamente pelo técnico do
laboratório e estão disponíveis para uso imediato.
(**)
Para preparar esta solução retire uma alíquota de 333 mL da solução (b) e
dissolva 8,30 g (0,050 mol) de KI na mesma. Transfira para um balão de 500 mL
e complete o volume.
(***)
Coloque cerca de 0,5 g de amido em um almofariz, adicione algumas gotas de
água destilada e triture. Transfira esta pasta de amido para um béquer contendo
100 mL de água fervente e deixe ferver por mais 5 min. Deixe esfriar, retire o
sobrenadante e teste o amido com solução de KI/I2 (deverá aparecer uma
coloração azul intensa).

PARTE B: COLETA DE DADOS

1. Numere os 7 pares de béqueres (um par para cada medida) e coloque as


quantidades especificadas nas colunas da tabela abaixo. Utilize buretas
para as soluções “a”, “b” e “c”, e uma pipeta volumétrica para a solução
“d”. Por exemplo, no béquer 2a coloque 10 mL da solução de K2S2O8 e
2 mL da solução de Na2SO4, enquanto que no béquer 2b coloque 8 mL da
solução de KI+Na2SO4 e 5 mL da solução de Na2S2O3. Note que o volume
total em cada linha da tabela é sempre o mesmo.
K2S2O8 Na2SO4 KI+Na2SO4 Na2S2O3
Frasco Frasco
(a) (b) (c) (d)
1a 10 0 1b 10 5
2a 10 2 2b 8 5
3a 10 4 3b 6 5
4a 10 6 4b 4 5
5a 8 2 5b 10 5
6a 6 4 6b 10 5
7a 4 6 7b 10 5
2. Coloque de 3 a 5 gotas da solução de amido no frasco 1a. Em seguida,
misture o par 1a/1b, acione o cronômetro imediatamente após a mistura,
anote a temperatura da mistura reacional e o tempo necessário para o
aparecimento da coloração azul. Repita o procedimento para os demais
pares de béqueres.

TRATAMENTO DE DADOS

1. Faça dois gráficos, um de ln(1/Δt) versus ln[S2O82–] (a [I–] constante) e


outro de ln(1/Δt) versus ln[I–] (a [S2O82–] constante). As inclinações das
duas retas fornecerão os valores de m e n, respectivamente.
2. Obtenha a constante de velocidade k (na temperatura do experimento) a
partir do coeficiente linear das duas retas (ver equação (6) acima).
3. Compare os resultados obtidos com os da literatura.

29
QUESTÕES PARA O RELATÓRIO

1. Qual a equação iônica efetiva da reação expressa na equação (1)?


2. A velocidade inicial da reação foi medida trabalhando-se com uma
concentração baixa e conhecida de íons tiossulfato (S2O32–), com formação
de íons tetrationato (S4O62–). Por que é importante que a concentração de
íons S2O32– seja baixa?
3. Os valores obtidos são satisfatórios?
4. Quais as possíveis fontes de erro ou limitações neste experimento? Para
cada uma, tente dizer que efeito elas terão no resultado esperado dos
experimentos.

BIBLIOGRAFIA

1. SHURVELL, H. F.; J. Chem. Educ., 43, 555, 1966.


2. HOWELLS, W. J.; J. Chem. Soc., 5844, 1964; J. Chem. Soc., 203, 1946; J.
Chem. Soc., 463, 1939; J. Chem. Soc., 641, 1941.
3. INDELLI, A.; Prue, J. E.; J. Chem. Soc., 107, 1959.
4. JETTE, E.; KING, C. V.; J. Am. Chem. Soc., 51, 1034, 1929.; J. Am. Chem.
Soc., 51, 1048, 1929.
5. MATHEWS, G. P.; Experimental Physical Chemistry, Oxford University
Press, p. 400, 1985.

30
PRÁTICA N° 9:
DETERMINAÇÃO DA CONSTANTE DE VELOCIDADE POR CONDUTOMETRIA

OBJETIVO

Determinar a constante de velocidade da reação de saponificação do


acetato de etila em uma determinada temperatura utilizando a técnica de
condutometria.

INTRODUÇÃO

A reação de ésteres com bases fortes é chamada de saponificação. Neste


experimento a reação de saponificação a ser estudada é:
CH3COOC2H5 + NaOH → CH3COONa + C2H5OH,
a qual segue uma cinética de segunda ordem:

𝑣 = 𝑘[AcEt][NaOH]. (1)

Esta reação pode ser seguida por medidas da condutância elétrica da solução,
uma vez que os íons OH– são progressivamente substituídos por CH3COO– (este
último possui uma mobilidade elétrica inferior à do íon hidroxila).
Consequentemente, a condutância da solução decresce com o avanço da reação.
Para a reação de saponificação do acetato de etila, tem-se:
CH3COOC2H + OH– → CH3COO– + C2H5OH Tempo
5

AcEt OH– Ac– EtOH


a b 0 0 0
a-x b-x x x t

onde a e b são as concentrações iniciais de acetato de etila e hidróxido de sódio,


respectivamente, e x a concentração de íons acetado livres em solução. Portanto,
a velocidade da reação pode ser escrita na forma (com a = b):
𝑑𝑥
𝑣= = 𝑘(𝑎 − 𝑥)(𝑏 − 𝑥) = 𝑘(𝑎 − 𝑥)2
𝑑𝑡 (2)

A integração desta equação resulta em:


𝑥
= 𝑘𝑎𝑡
𝑎−𝑥 (3)

Logo, um gráfico de x/(a-x) versus t fornece o valor da constante de velocidade


k. No entanto, como podemos relacionar a concentração x com a condutância da
solução em um dado tempo t?

31
A condutância (G, medida em siemens, S) é definida como o inverso da
resistência (R, medida em ohms, Ω). Verifica-se experimentalmente que a
condutância de uma amostra é proporcional a área da seção transversal (A,
medida em metro-quadrado, m2) e inversamente proporcional ao seu
comprimento (ℓ, medido metro, m), a constante de proporcionalidade sendo
denominada condutividade (κ, medida em siemens por metro, S·m-1):
𝜅⋅𝐴 𝜅 ℓ
𝐺= = 𝐾, com: 𝐾 = 𝐴
ℓ (4a)

onde K é a constante de cela (medida em m-1; esta constante é característica da


célula eletrolítica onde se faz a medida e deve ser informada pelo fabricante do
equipamento, denominado condutivímetro). Admitindo que os íons migram na
solução de forma independente (lei da migração independente dos íons), a
condutância da solução é devida à soma das condutâncias de cada íon:
1 1
𝐺= ∑ 𝜅J = ∑(𝑐J 𝐿J )
𝐾
J
𝐾
J
(4b)

onde cJ é a concentração molar e LJ a condutância iônica equivalente da espécie


J, respectivamente (para íons monovalentes: n0 de equivalentes = n0 de mols).
No caso sob estudo, tem-se:
1 𝑥
𝐺𝑡 = [𝑎𝐿Na+ + (𝑎 − 𝑥)𝐿OH- + 𝑥𝐿Ac- ] = 𝐺0 + (𝐿Ac- − 𝐿OH- )
𝐾 𝐾 (5a)

onde Gt é a condutância no tempo t e G0 a condutância inicial (em t = 0):


𝑎
𝐺0 = (𝐿 + + 𝐿OH- )
𝐾 Na
Se o valor final da concentração x for c (em t → ∞), pode-se escrever:
1 𝑐
𝐺𝑐 = [𝑎𝐿Na+ + (𝑎 − 𝑐)𝐿OH- + 𝑐𝐿Ac- ] = 𝐺0 + (𝐿Ac- − 𝐿OH- ) (5b)
𝐾 𝐾
Portanto:
𝑥 𝑐 𝐺0 − 𝐺𝑡 𝑥
𝐺0 − 𝐺𝑡 = (𝐿OH- − 𝐿Ac- ), 𝐺0 − 𝐺𝑐 = (𝐿OH- − 𝐿Ac- ) ⇒ = (6a)
𝐾 𝐾 𝐺0 − 𝐺𝑐 𝑐

de modo que a concentração x pode ser relacionada com a condutância Gt,


medida em qualquer instante de tempo t. Logo, a equação (3) pode ser reescrita
na forma:
𝐺 −𝐺
𝑐(𝐺0 − 𝐺𝑡 ) 1 𝐺0 − 𝐺𝑡 𝑎 𝑎
0 𝑐
= 𝑘𝑎𝑡 ⇒ 𝐺𝑡 = 𝐺0𝑐 + ( ), 𝐺0𝑐 = (1 + )𝐺0 − 𝐺𝑐
𝐺 −𝐺
[𝑎 − 𝑐(𝐺0 − 𝐺𝑡 )] 𝑘𝑎 𝑡 𝑐 𝑐 (6b)
0 𝑐

32
Como G0c, k e a são constantes, a expressão (6b) corresponde à equação de uma
reta de coeficiente linear G0c e coeficiente angular 1/ka, para Gt versus (G0-Gt)/t.

MATERIAIS: EQUIPAMENTOS & REAGENTES

01 Condutímetro;
01 Cronômetro;
04 Pipetas de 25 mL + 02 Pipetas de 50 mL;
02 Balões Volumétricos 250 mL + Balões Volumétricos 100 mL;
01 Agitador magnético.

250 mL de CH3COOC2H5 0,02 mol L-1 + 100 mL de CH3COOC2H5 0,01 mol L-1;
250 mL de NaOH 0,02 mol L-1 + 100 mL de NaOH 0,01 mol L-1.

PROCEDIMENTO

PARTE A: PREPARAÇÃO DAS SOLUÇÕES

1. Leia o manual de instruções e ligue o condutímetro.


2. Prepare 250 mL de uma solução de acetato de etila 0,02 mol L-1 e 250 mL
de uma solução de NaOH 0,02 mol L-1.
3. Prepare, a partir de diluição das soluções anteriores, 100 mL de NaOH
0,01 mol L-1 e 100 mL de acetato de etila 0,01 mol L-1.

PARTE B: DETERMINAÇÃO DA CONDUTÂNCIA E DA TEMPERATURA

1. Dilua 25 mL de NaOH 0,02 mol L-1 para metade da concentração. Rince a


célula de condutividade com uma alíquota da solução diluída e, em
seguida, determine a condutância inicial (devida aos íons Na+ e OH–).
[Nota: Verifique se o volume é suficiente para cobrir os eletrodos.]
2. Misture 25 mL de acetato de etila 0,02 mol L-1 e 25 mL de hidróxido de
sódio 0,02 mol L-1 (volumes iguais) e acione o cronômetro. Rince a célula
de condutividade com uma alíquota da mistura reacional. Agite a mistura
reacional continuamente e faça leituras de sua condutância e temperatura
em intervalos de 5 min até a condutância fique praticamente constante
(ao menos 8 medidas).
3. Repita o procedimento com as soluções de acetato de etila 0,01 mol L-1 e
hidróxido de sódio 0,01 mol/L.

TRATAMENTO DE DADOS

1. Faça um gráfico de:


𝐶𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎(0) − 𝐶𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎(𝑡)
𝐶𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎(𝑡) × (11)
𝑡

33
e, utilizando o método dos mínimos quadrados, trace a melhor reta e
encontre a constante de velocidade k. O coeficiente linear desta reta
fornece a condutância no tempo infinito, e deve corresponder à
condutância obtida após um dia de reação. A condutância inicial pode ser
aproximada pela condutância da solução de NaOH diluída à metade da
concentração da solução preparada inicialmente.
2. Compare seus resultados com os da literatura e discuta.

QUESTÕES PARA O RELATÓRIO

1. Por que foi necessário diluir a solução de hidróxido de sódio à metade da


concentração para se medir a condutância inicial?
2. Os valores obtidos são satisfatórios?
3. Quais as possíveis fontes de erro ou limitações neste experimento? Para
cada uma, tente dizer que efeito elas terão no resultado esperado dos
experimentos.

BIBLIOGRAFIA

1. PETEK, A. ; KRAJNC, M.; Int. J. Chem. Kinet., 44, 692, 2012.


2. DANIELS, F.; Experimental Physical Chemistry, 6a ed., Company, Inc., New
York, p. 135.
3. LAIDLER, K. J.; Chemical Kinectics, 3a ed., p. 23-25.
4. TERRY, E. M.; Stieglitz, J.; J. Am. Chem. Soc., 49, 2216, 1927.

34
PRÁTICA N° 10:
DETERMINAÇÃO DA ORDEM DE REAÇÃO POR FOTOCOLORIMETRIA

OBJETIVO

Determinar a ordem e a constante de velocidade da reação do cristal


violeta com o hidróxido de sódio por fotocolorimetria.

INTRODUÇÃO

A reação a ser estudada envolve duas espécies iônicas, uma das quais é
fortemente colorida (o cristal violeta, CV), e a outra incolor (o íon hidróxido, OH–
). O produto da reação é incolor, de forma que, através de medidas da perda de
intensidade de cor em diferentes intervalos de tempo, pode-se calcular a
constante de velocidade diretamente, a partir de leituras de absorbância.
Durante o curso da reação, o desaparecimento da forma colorida segue a
lei cinética:
𝑑[CV] -
𝑣=− = 𝑘[CV]𝑚 [OH ]𝑛
𝑑𝑡 (1)

Se utilizarmos uma concentração inicial do hidróxido muito maior do que a


concentração inicial do cristal violeta, então quando todo o corante tiver reagido,
a concentração de NaOH permanecerá praticamente a mesma e a lei de
velocidade passa a obedecer a:
𝑑[CV] -
𝑣=− = 𝑘ef [CV]𝑚 , com:𝑘ef = 𝑘[OH ]𝑛
𝑑𝑡 (2)

A concentração do cristal violeta pode ser monitorada ao longo do tempo


por fotocolorimetria. Quando um feixe de radiação monocromática atinge um
corpo, esta pode ser refletida, espalhada, absorvida ou transmitida sem sofrer
alteração. A absorção depende da natureza do meio, do percurso óptico, do
comprimento de onda dos fótons incidentes e da concentração dos compostos
absorventes. A fração de energia radiante transmitida através da solução é a
transmitância (T), e é calculada a partir da razão entre a energia radiante
transmitida (It) e a incidente (I0):
𝐼𝑡
𝑇= (3)
𝐼0

A transmitância (T) relaciona-se com a absorbância (A), que segue a lei de


Lambert-Beer (em uma faixa de concentrações):
−log𝑇 = 𝐴 = 𝜀𝑏𝑐 (4)

onde  é a absortividade, b é o percurso ótico e c é a concentração da solução.


Portanto, a concentração pode ser monitorada pela medida da absorbância.

35
De acordo com a equação (4), pode-se determinar a ordem de reação m
em relação ao cristal violeta a partir do ajuste dos dados experimentais de
absorbância a uma lei de velocidade integrada. Para uma lei de velocidade de
ordem m:
𝑑[R]
𝑣=− = 𝑘[R]𝑚 (5)
𝑑𝑡
onde [R] representa a concentração c do reagente R, sendo esta proporcional a
absorbância A, tem-se:(*)
[R] 𝑡
𝑑[R]
∫ = −∫ 𝑘𝑑𝑡 (6)
[R]𝑚
[R]0 0

m = 0: [R] − [R]0 = −𝑘𝑡 ⇒ 𝐴 − 𝐴0 = −(𝜀𝑏𝑘)𝑡 (7a)

[R] 𝐴
m = 1: ln( ) = −𝑘𝑡 ⇒ ln( ) = −𝑘𝑡 (7b)
[R]0 𝐴0

1 1 1 1 𝑘
m = 2: − = 𝑘𝑡 ⇒ − = ( )𝑡 (7c)
[R] [R]0 𝐴 𝐴0 𝜀𝑏

(*) Nesta equação a constante k representa a constante efetiva da equação (2).

MATERIAIS: EQUIPAMENTOS & REAGENTES

04 Balões volumétricos de 50 mL.


01 Balão volumétrico de 100 mL;
02 Balões volumétricos de 500 mL;
01 Pipeta volumétrica de 5 mL;
01 Pipeta volumétrica de 10 mL;
01 Espectrofotômetro;
01 Cronômetro;

Cristal Violeta (C25H30N3Cl, M = 407,98 g mol–1);


Hidróxido de Sódio (NaOH, M = 40,00 g mol–1).

36
PROCEDIMENTO

PARTE A: CALIBRAÇÃO DO ESPECTROFOTÔMETRO

1. Leia o manual de instruções e ligue o espectrofotômetro.


2. Prepare uma solução de cristal violeta pesando 0,018 g para 500 mL de
solução, e chame-a de A0 (não confunda a solução A0 com a absorbância
inicial A0). Pegue uma alíquota de 10 mL desta solução e a transfira para
um balão de 50 mL, completando o volume com água destilada. Chame
esta solução de A1 e a concentração da mesma de a. Faça diluições de
acordo com a Tabela disposta no item 4 desta parte A.
3. Estabeleça o “branco” da absorbância. Para isto, encha a cubeta com água
destilada, coloque-a no espectrofotômetro com a parte transparente
disposta ao longo do feixe de luz, feche a tampa do aparelho e zere a
absorbância.
4. Meça as absorbâncias das soluções, começando com a solução mais
diluída e finalizando com a mais concentrada, para construir a curva de
calibração, que deve incluir o valor da absorbância da solução de
concentração a, e determine a faixa de linearidade da mesma.(**)
Concentração Absorbância
(**)Utilize os dados ao lado, obtidos a c [mol L–1] A [Filtro: 585 nm]
partir de uma calibração prévia. Estes
a 0,776
dados são úteis para a determinação do
produto b da lei de Lambert-Beer, bem a/2 0,394
como para verificar a região de
a/3 0,231
linearidade entre a absorbância e a
concentração. Valores de absorbância a/4 0,192
fora da região de linearidade, quando
a/5 0,136
determinados na etapa de
monitoramento do avanço da reação, a/8 0,088
devem ser descartados.
a/10 0,062
a/20 0,033

PARTE B: MEDIDAS DE ABSORBÂNCIA DA MISTURA REACIONAL

1. Transfira uma alíquota de 25 mL da solução A0 para um balão de 50 mL,


completando o volume com água destilada. Chame esta solução de A2.
2. Prepare 100 mL de solução de NaOH 0,1 mol L-1. Pegue uma alíquota de
5 mL e 10 mL desta solução e transfira para dois balões de 50 mL,
completando o volume com água destilada. Chame estas soluções de B1 e
B2, respectivamente.
3. Tendo sido escolhido o filtro de trabalho, coloque, em um béquer, 10 mL
da solução A2 e, em outro, 10 mL da solução B1. Verta o conteúdo de um
béquer no outro e acione o cronômetro (note que as soluções A2 e B1
foram diluídas para metade da concentração inicial). Agite a mistura
reacional e utilize uma alíquota para lavar a cubeta. Em seguida, encha a
cubeta com a mistura. Coloque a cubeta no espectrofotômetro, feche a
tampa do aparelho e determine a absorbância inicial (tempo “zero”). Faça
leituras da absorbância em intervalos de 1 min até atingir o limite da faixa

37
de calibração (cerca de 30 medidas). Meça a temperatura da mistura
reacional e anote. (Nota: Utilize o filtro empregado na calibração para
evitar a necessidade de recalibração e considere apenas as absorbâncias
dentro da faixa de calibração para o tratamento de dados.)
4. Repita o procedimento usando 10 mL da solução A2 e 10 mL da solução B2.
Utilize o mesmo filtro empregado na calibração, evite trabalhar fora da
faixa de calibração, opere com os mesmos intervalos de tempo da medida
anterior e registre a temperatura da mistura reacional.

TRATAMENTO DE DADOS

1. Encontre m por ajuste linear a uma das equações integradas (ordem zero,
1a ou 2a ordem). Para tal, faça os gráficos de (i) (A-A0) versus t,
(ii) ln(A/A0) versus t e (iii) (1/A)-(1/A0) versus t, onde A é a absorbância
medida no tempo t e A0 a absorbância inicial.
2. Encontre os valores de kef para as duas concentrações de NaOH e, com
estes, encontre o valor de n. Encontre também o valor de k.
3. Compare os seus dados com os da literatura.

QUESTÕES PARA O RELATÓRIO

1. Justifique: por quê escolher o filtro de maior absorbância?


2. Os valores obtidos são satisfatórios?
3. Quais as possíveis fontes de erro ou limitações neste experimento?

BIBLIOGRAFIA

1. CORSARO, G., J. Chem. Educ., 41, 48, 1964.


2. DU, Z.; J. Phys. Chem. A, 117(2), 283-290, 2013.

38

Anda mungkin juga menyukai