Juazeiro 2017
1. INTRODUÇÃO
Os ensaios de flexão consistem na aplicação de uma força perpendicular a o eixo de corpo de prova, essa
força tende a flexionar o material até a ruptura. Esses ensaios são importantes, pois fazem com que seja possível
analisar como um determinado material reage ao sofrer um esforço de flexão, e através desse processo podem-se
obter várias informações a respeito do material, tal como: tensão e a deformação máxima da viga no regime elástico,
flecha real e teórica para essa carga na região elástica, rigidez e flexibilidade da viga, energia de deformação
armazenada pela viga e os raios de curvaturas da viga (plano longitudinal e transversal) e momento fletor por
deflexão e momento fletor por deformação.
Os ensaios de flexão são classificamos como destrutivos (após executados provocam a inutilização parcial
ou total da peças) e estáticos (a carga é aplicada de maneira suficientemente lenta, induzindo a uma sucessão de
estados de equilíbrio, caracterizando um processo quase-estático.). A máquina utilizada é a Maquina de Ensaios
Universal do tipo mecânica e os corpos de prova possuem eixo retilíneo e seção circular (maciça ou tubular),
retangular ou quadrada.
2. EXECUÇÃO DO ENSAIO
• Flexão em três pontos: Consiste em usar dois apoios separados uma distância L e aplicar a carga a uma
distância L/2 de cada apoio, tendo assim três pontos de carga, a aplicada e duas em resposta pelos
suportes. É medido a carga aplicada e o deslocamento do ponto central do corpo de prova.
• Flexão em quatro pontos: Semelhante ao anterior, porém nesse caso a carga é aplicada em dois pontos
equidistantes dos suportes, tendo assim quatro pontos de carga, as aplicadas em cada ponto e as de
resposta dos apoios.
• Método engastado: consiste em fixar uma das extremidades do corpo de prova e aplicar a carga na
extremidade oposta, nesse caso é medida a carga aplicada e o deslocamento da extremidade de aplicação.
O ensaio realizado no laboratório ao qual este relatório se refere foi do tipo flexão em três pontos.
É o valor máximo de tensão de tração ou compressão nas fibras extremas do corpo de prova durante o
ensaio de flexão. Matematicamente, o modulo de ruptura é dado por:
É um parâmetro mecânico que proporciona uma medida de rigidez de um material solido a flexão. Por
definição tem-se que o modulo de elasticidade é dado matematicamente por:
O módulo de tenacidade é definido como a quantidade de energia absorvida por unidade de volume pelo
material até a fratura. Esse valor corresponde à área total abaixo da curva de Tensão x Flecha. Por definição tem-
se que o modulo de tenacidade é dado matematicamente por:
Para o ensaio de flexão realizado em laboratório foram utilizados dois corpos de prova de mesmo material(madeira)
e de mesmo comprimento (L=160 mm) cuja secções transversais serão mostradas abaixo com as respectivas
dimensões:
Segue abaixo os momentos de inércia das secções transversais dos corpos de prova:
J=3,794.10^-8 m^4
Em que Mf: Momento fletor(N.m); c: distância inicial do eixo do corpo de prova à superfície que ficará em contato com
o cutelo. I=J: momento de inercia da secção transversal.
Seja
Corpo 1:
Pmaxcorpo1=9895.9 N
Mfmaxcorpo1=395,836 N.m
Corpo 2:
Pmaxcorpo2=8695,0 N
Mfmaxcorpo2=347.8 N.m
σ maxcorpo1=306,01 MPa
σ maxcorpo2=63,62 GPa
Conclui-se portanto que a tensão suportada pelo corpo 2 é bem maior que a suportada pelo corpo 1(cerca de 200
vezes maior), Precisou mudar praticamente apenas a posição do corpo de prova durante o ensaio para se ter essa
diferença de tensão. Foi mudado apenas o momento de inercia da secção transversal dos corpos sendo que o material
dos corpos é o mesmo e as dimensões são também muito próximas. Como a tensão é diretamente proporcional ao
momento de inercia conseguiu-se entre os corpos essa diferença de tensão suportável máxima durante um esforço de
flexão.
7. BIBLIOGRAFIA
GARCIA, Amauri. Ensaio dos materiais. 2ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002
SOUZA, Sergio Augusto de. Ensaios mecânicos de materiais metálicos: fundamentos teóricos e práticos. São Paulo:
Edgar Blucher, 1982.