Faculdade Batista do Cariri

Especialização em Teologia Bíblica

Módulo: Teologia Bíblica do Ensino

Professora: Jean Peterson
Aluna: Érica Guedes Rebouças

Resenha Critica do artigo “ No ministério vital do ensino”

Resenha
O autor inicia seu artigo discorrendo sobre a Grande Comissão, comentando que
esta foi ordenada pelo próprio Jesus, enviando cristãos, através do poder do Espírito
Santo, a serem testemunhas sacrificiais da mensagem de arrependimento e remissão de
pecados, o evangelho. Segundo o autor, esse evangelho pode ser resumido na pessoa de
Jesus como criador de todas as coisas, como substituto ao receber a ira de Deus pelos
nossos pecados, e como esperança nos dando a promessa de vida eterna.
Após a definição da Grande Comissão, o autor destaca, com base no texto de
Mateus 28:18-20, a ênfase que Jesus dá ao ministério do ensino de que todos devem ser
ensinados, e esse ensino deve ser sobre todas as coisas que Ele ensinou. A partir disso, o
autor lembra da responsabilidade de "domínio" que Deus deu a todo homem no princípio,
que englobava também a educação, a qual surgia através da transmissão das descobertas
de geração em geração.
O autor, então, chega a uma conclusão de que existem duas comissões: uma de
domínio e outra missionária. Aquela se aplica a todas as pessoas, cristãos e não cristãos,
ao passo que esta é responsabilidade somente dos cristãos. Dentro da responsabilidade
cristã, o autor acrescenta que essas comissões não podem ser obedecidas individualmente,
mas em conjunto, por meio de pessoas capacitados pelo Espirito Santo, exercendo cada
um o seu dom, em unidade e esmero. Aproveitando o assunto dos dons espirituais, o autor
afirma o ensino como um dom incessante de acordo com as passagens de Romanos 12:6-
8, I Coríntios 12:28; 13:8, Efésios 4:11 e Apocalipse 22:18.
Para concluir, o autor responsabiliza os cristãos de exercerem o ensino pela
importância dada por Cristo na Grande Comissão e por Deus no mandato de domínio,
além da posição de destaque que o ensino tem entre os dos espirituais.
Crítica
É válido ressaltar a importância de se escrever sobre esse assunto, o qual tem sido
alvo de consideráveis distorções, principalmente quando se trata do que a Bíblia, a Palavra
de Deus, nos ensina.
Com relação a estrutura do artigo, e a formulação das ideias ao longo do texto,
seria mais compreensível se houvesse um raciocínio lógico e temporal para os assuntos
dentro da discussão, o qual facilitaria a fixação do conteúdo. Por exemplo, iniciar falando
sobre o mandato de domínio, por Deus, comum a todas as pessoas, seguido de uma
restrição aos cristãos da ordenança missionária de Jesus na Grande Comissão, finalizando
com a importância do ensino dentro dos dons espirituais, capacitados pelo Espírito Santo.
Com relação ao conteúdo abordado, particularmente gostei da explicação sobre o
“domínio” em Gênesis 1:28, o qual se refere também ao ensino. Nunca havia pensado por
esse lado, mas é uma observação muito coerente, partindo da interpretação que Deus deu
autoridade ao homem desde o princípio. Além disso, achei bastante interessante a ênfase
da extensão e do que deve ser ensinado na explicação da passagem de Mateus 28. É
importante sempre relembrar que independente de um ensino “secular” ou bíblico, tudo
deve estar submisso à Palavra de Deus, a Bíblia. Entretanto, com relação a discussão dos
dons espirituais, não concordei com a interpretação do autor com relação a passagem de
I Coríntios 13:8, sobre o desaparecimento de alguns dons nos dias de hoje. Dentro do que
já li sobre o assunto, Jonathan Edwards e Charles Ryrie acreditam que o momento que
Paulo se referia no texto era a segunda vinda de Cristo. Eu acredito que os dons já
cessaram hoje, apesar de me faltar uma base bíblica satisfatória que prove isso, porém
não explicaria o cessacionismo por esse texto.
Apesar de algumas críticas negativas, o artigo me proporcionou uma boa leitura e
informações muito importantes sobre o ensino. É de grande valia para todos nós, cristãos,
que estamos constantemente discipulando e sendo discipulados.