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A CRÔNICA DO REINO DO SINDI

Paulo Roberto de Miranda Leite


Criador e ex presidente da ABCSindi

Participantes do histórico encontro Participantes do histórico encontro


na EMBRAPA / Petrolina - PE na EMBRAPA / Petrolina - PE

No intricado mosaico dos acontecimentos geográficos e políticos que marcam e fixam as conquistas
humanas e determinam a exeqüibilidade de uma região marcada por desequilíbrios climáticos, como
parte integrante de uma sociedade plural, muitas vezes essas conquistas são obstáculadas por atitudes
que não deveriam existir.
Dois grandes acontecimentos marcaram a fixação e a história da raça Sindi no semiárido brasileiro e
voltaram as atenções dos criadores de todo país para o que estava surgindo de diferente por estas
bandas. O ano de 1980 foi marcante para a pecuária bovina da região Nordeste com a transferência
simultânea para os currais e cercados de alguns Estados, dos primeiros rebanhos da raça Sindi, fossem
em estabelecimentos oficiais ou em propriedades particulares.
Neste ano, premidos pelos resultados de periódicas secas, quase sem esperanças de se manter uma
pecuária bovina de resultados, as ações de criadores e técnicos, convergiram para a raça Sindi, ainda
quase desconhecida da maioria dos calejados, sofridos e predestinados homens e mulheres que
labutam por uma pecuária de sobrevivência. Foi neste ano que se iniciaram os núcleos da EMEPA-PB e
UFPB- Campus de Patos e os primeiros rebanhos particulares, em especial os da Fazenda Carnaúba-
Taperoá/PB; Fazenda Riacho do Navio-Campina Grande/PB; Fazenda Fazendinha- Mogeiro/PB e
Fazenda Brito- Queimadas/PB. Em breve a raça se expandiu para outras propriedades na Paraíba e
chega forte no Rio Grande do Norte, transformando a Festa do Boi, em Parnamirim-RN, na maior e
melhor exposição da raça no mundo.
Antes de 1980, um pecuarista do Estado de Alagoas, Talvanes Augusto de Barros, iniciou e chegou a
desenvolver um bom trabalho com a raça Sindi possuindo mais de 200 animais em sua Fazenda Santa
Luzia, no município de Joaquim Gomes, havendo em 1982, cerca de 80 animais registrados pela ABCZ.
Razões desconhecidas pelos estudiosos desse grupo zootécnico levaram a extinção desse importante
rebanho, sendo mais provável a falta de divulgação e de interesse pela raça por seus descendentes ou
seguidores.
Mas estava destinado ao Nordeste, tornar-se também o centro de preservação do núcleo importado em
1952, do Paquistão, pelo Dr. Felisberto de Camargo. Em 1988, era transferido para a EMEPA-PB, por
comodato com a EMBRAPA-CPATU (Amazônia), um lote de 4 reprodutores, 30 matrizes e 4 crias, todos
oriundos ou descentes diretos dos animais importados.
Em 1998, fechando o grande ciclo de transferências do gado da Amazônia para o Nordeste, a
Embrapa/Trópico Úmido, remete para Embrapa/ Semiárido, em Petrolina-PE, um grupo de 2
reprodutores de 30 matrizes também descendentes diretos dos importados. Os bovinos Sindi que
ficaram na região Norte perderam a identidade e destinação. Ficou a região Nordeste, através dos
rebanhos da EMEPA-PB e EMBRAPA/SEMIÁRIDO, como depositária desse importante e raro grupo
zootécnico de bovinos puros de origem importados do Paquistão e excepcional material genético à
Luís Cláudio, Ronaldo Bichuette e Núcleo da raça Sindi ‘‘Felisberto
Paulo Leite. de Camargo’’

disposição dos criadores de todo país. Esses animais a partir de 1974 tinham perdido seus registros
genealógicos por questões administrativas, mas a partir de 2001 foram sendo recuperados através de
autorizações do MAPA/ABCZ, que reconheceram a preservação de suas origens, através da análise de
documentos oficiais antigos e exames de tipagem sanguínea e de DNA.
Todos os bovinos descendentes da importação, já nos Estados da Paraíba (EMEPA-PB) e Pernambuco
(EMBRAPA/SEMIÁRIDO) confirmaram suas purezas e ascendências, com resultados de DNA-mt “bos
indicus”, fato raro, dentro da população atual de zebuínos no país.
O rebanho da EMEPA-PB a partir de 2001 passou a ser registrado como PO e teve e tem contribuído para
o sucesso da raça Sindi no país, pelo fornecimento através de leilões, de touros e matrizes para todos os
criadores do Brasil. Foi a ferramenta que faltava para aprimorar rebanhos e consolidar as qualidades
zootécnicas da raça. O epílogo dessa quase odisséia, veio acontecer em 23 de novembro de 2015
quando através de atuação da ABCSindi, e novamente endossados pelo MAPA e ABCZ, se concretizou o
registro como PO, de mais 46 descendentes da importação de 1952 do Paquistão (45 fêmeas e 1
macho), como reservas genéticas dessa importante e predestinada raça vermelha. Agora, o Brasil
deverá contar com 2(dois) núcleos puros de origem dessa raça, que devidamente conduzidos com
sabedoria e zelo, garantirão o fornecimento de material genético raro para o equacionamento das
seleções dos rebanhos hoje disseminados por todo país.
Estamos convictos de que a história dessa raça e seus cronistas, jamais olvidarão os feitos dos homens
e mulheres que juntaram suas forças, suas energias, suas esperanças, para num esforço quase
hercúleo e coletivo, junto aos órgãos públicos dedicados ao estudo da convivência e sobrevivência da
pecuária nas áreas semiáridas dos trópicos secos, sejam reconhecidos e que essas ações sirvam para
garantir e chancelar a permanência de seus descendestes e continuadores como uma parte integrante
da sociedade produtiva.
A fundação em 2003 da Associação Brasileira dos Criadores de Sindi, e os feitos com a manutenção e
preservação dos bovinos da raça Sindi, importados do Paquistão na região, necessitam que sejam
perenes e isentos de intervenções usurpadoras e desagregadoras dos sonhos e projetos forjados com
sabedoria e honra por brasileiros nordestinos.

Sede Nacional da ABC Sindi na Sede Nacional da ABC Sindi na


Paraíba Paraíba
Momentos do registro como PO, do gado Momentos do registro como PO, do gado
Sindi da EMBRAPA / Petrolina - PE. Sindi da EMBRAPA / Petrolina - PE.

A histórica data de 23 de novembro de 2015 deve servir de balizamento para a expansão da raça no país
e a preservação dos núcleos de excelência de genética pura do Paquistão. Nunca deve ser esquecido
que a importação dos zebuínos da raça Sindi do Paquistão, realizada por Felisberto de Camargo, foi a
primeira e única a ser feita daquele país, e ainda, que essa importação foi a única realizada pelo
Ministério da Agricultura do Brasil, portanto, a única importação oficial de uma raça zebuína na história
desse país. Só a raça Sindi teve o privilégio e a oportunidade de contar com a participação de um
obstinado e competente cientista, um estudioso eloqüente dos mitos, problemas e soluções sobre os
desafios de se produzir agricultura e pecuária nos trópicos. Sua maior contribuição à pecuária brasileira
foi estudar definir e importar essa extraordinária raça vermelha tropical para se tornar a melhor e a
mega esperança dos criadores nordestinos em desenvolverem uma atividade de retorno produtivo e de
cunho social. Foi com o pensamento nos feitos do Dr. Camargo, que homens e mulheres que
participaram dessa histórica reunião (pesquisadores e pesquisadoras da EMBRAPA SEMIÁRIDO e
criadores da Paraíba, Minas Gerais e Rio Grande do Norte), concordaram em prestar uma singela e
merecedora homenagem, denominando por unanimidade o rebanho da EMBRAPA SEMIÁRIDO, como
“NÚCLEO DA RAÇA SINDI- FELISBERTO DE CAMARGO”.
Também foi firmado compromisso de apoio as ações iniciais de reestruturação zootécnica do rebanho,
com o empréstimo de touros da EMEPA-PB e o uso de sêmen de reprodutores consagrados da mesma
origem com objetivo de ser preservada a genética original do rebanho.
As descrições e colocações dos fatos narrados nesta matéria, remete-nos a fazer uma metáfora sobre o
atual momento que vivenciamos: “Na rica corte em (Uberaba-MG), nesta sinonímia com o Reino Unido,
está a sede do Império com seus lordes e mantendo a rainha (a raça Sindi) como figura central,
poderosa e hegemônica, e o Nordeste Semiárido sofrido, deverá ser como os membros da Comunidade
Britânica das Nações “British Commonwealth” (Austrália, Irlanda ou mesmo a Índia), que com seus
aborígenes e patriotas veneram a “Rainha”, mas não serão súbitos passivos, pois detinham por
atavismo, um ideal repartido por culturas, atitudes e costumes sociais diferentes, impossíveis de serem
dissolvidos. Viva a Rainha!”.

Exemplares descendentes diretos da Exemplares descendentes diretos da


importação de 1952 do Paquistão. importação de 1952 do Paquistão.

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