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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS


Processo Nº. : 0001572-77.2015.8.05.0057

Classe : RECURSO INOMINADO


Recorrente(s) : FTC FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIENCIAS
Recorrido(s) : MARIA DE FATIMA SANTOS GUERRA
Origem : JUIZADO ESPECIAL CÍVEL - CÍCERO DANTAS

Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

VOTO- E M E N T A

RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. FACULDADE. OBRIGAÇÃO DE FAZER .


ATRASO NA ENTREGA DO DIPLOMA. PARTE AUTORA QUE COMPROVA O
PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS PARA OBTENÇÃO DO MESMO. FALHA NA
PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. DANOS MORAIS
CONFIGURADOS. QUANTUM ARBITRADO DE ACORDO COM OS PARÂMETROS DA
RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto contra sentença que julgou


parcialmente procedente os pedidos, nestes termos: “Isto posto, julgo PROCEDENTE
EM PARTE o pedido para condenar a empresa ao pagamento de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), a
titulo de danos morais, com juros de 1% ao mês e correção monetária pelo INPC/IBGE, ambos a
partir desta sentença.”

2. A recorrente busca a reforma da sentença , aduzindo, em síntese, que


inexiste ato ilícito que lhe possa ser imputado, que não fora comprovado pela parte
autora qualquer prejuízo ao dano; em caráter eventual pugna pela redução do
quantum arbitrado a título de danos morais.

3. A demonstração do fato básico para o acolhimento da pretensão é ônus do


autor, segundo o entendimento do art. 373, inciso I, do NCPC, partindo daí a
análise dos pressupostos da ocorrência de indenização por danos morais, recaindo
sobre o réu o ônus da prova negativa do fato, segundo o inciso II do mesmo artigo
supracitado.

4. Em que pese o quanto alegado pelo réu, não consta dos autos a prova de
fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito da parte autora. A versão autoral,
por seu turno, além de dotado de verossimilhança, está embasado por elementos
de prova que fortalecem a tese apresentada. Com efeito, a demora na confecção e
entrega do diploma de curso, desde que preenchidos os seus requisitos , cumprida
a carga horária e cursadas todas as disciplinas, consitui manifesta ofensa a direitos
da personalidade. Ressalte-se ademais que se trata de um dano continuado, dado
que a parte que concluiu o curso alimenta a justa expectativa de adentrar o
mercado e exercer a sua atividade profissional.

5. Nesse sentido : APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PRIVADO NÃO


ESPECIFICADO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. DEMORA NA
ENTREGA DO DIPLOMA. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. QUANTUM
INDENIZATÓRIO MAJORADO. 1. Na hipótese, restou comprovada a falha na prestação
do serviço por parte da ré que, sem justificativa, deixou de disponibilizar o diploma da
demandante em prazo razoável. Montante indenizatório que comporta majoração, consoante
precedentes deste Colegiado. 2. Honorários advocatícios arbitrados em conformidade com
os vetores do art. 20, §3º, do Código de Processo Civil/73, que devem ser mantidos.
APELAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDA. (Apelação Cível Nº 70070043203, Décima
Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Marta Borges Ortiz, Julgado em
15/12/2016)

6. Constam dos autos comprovante de colação de grau ( ev.01), datada de


21/07/2014, o que comprova ter a parte autora preenchido os requisitos para
obtenção do diploma. Por seu turno, a ré não comprova a entrega do diploma, o
que consubstancia a falha na prestação dos serviços.
7. Presentes, ademais, os requisitos caracterizadores da responsabilidade
objetiva O art. 14 do CDC, dispondo sobre a responsabilização do fornecedor pelo
fato do produto ou serviço, preleciona que: “Art. 14. O fornecedor de serviços
responde, independentemente da existência de culpa pela reparação dos danos causados
aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.”

8. O conjunto probatório demonstrou cabalmente a ocorrência do dano moral


que muito mais que aborrecimento e contratempo, resultou em situação que por
certo lhe trouxe intranqüilidade e sofrimento, máxime levando em conta o tempo
transcorrido entre a colação de grau, a solicitação do diploma e a sua efetiva
entrega, ocorrida em 28 de abril de 2016, causando-lhe prejuízos continuados,
inclusive com fundamento na teoria da perda de uma chance, por estar habilitada a
exercer profissão, todavia desprovida do instrumento que comprova ter a mesma
realizado o curso de graduação.
9. O valor da indenização fixado pelo juiz sentenciante, a título de
danos morais, guarda compatibilidade com o comportamento do recorrente e com a
repercussão do fato na esfera pessoal da vítima e, ainda, está em harmonia com os
princípios da razoabilidade e proporcionalidade, devendo ser mantida.
9. ISTO POSTO, voto no sentido de CONHECER DO RECURSO
INTERPOSTO E NEGO-LHE PROVIMENTO, para manter a sentença objurgada
pelos próprios fundamentos. Custas processuais e honorários advocatícios
pelo recorrente, que arbitro em 20% sobre o valor da condenação.
10. Salvador, Sala das Sessões, 08 de Junho de 2017.
11. BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
12. Juíza Relatora
13. BELA CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ
14. Juíza Presidente
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS

Processo Nº. : 0001572-77.2015.8.05.0057

Classe : RECURSO INOMINADO


Recorrente(s) : FTC FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIENCIAS

Recorrido(s) : MARIA DE FATIMA SANTOS GUERRA

Origem : JUIZADO ESPECIAL CÍVEL - CÍCERO DANTAS

Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

ACÓRDÃO
Acordam as Senhoras Juízas da 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais
Cíveis e Criminais do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, CÉLIA MARIA
CARDOZO DOS REIS QUEIROZ –Presidente, MARIA AUXILIADORA SOBRAL
LEITE – Relatora e ALBÊNIO LIMA DA SILVA HONÓRIO, em proferir a seguinte
decisão: RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO . UNÂNIME, de acordo com a ata
do julgamento. Custas processuais e honorários advocatícios pelo recorrente, que
arbitro em 20% sobre o valor da condenação
Salvador, Sala das Sessões, 08 de Junho de 2017.
BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
Juíza Relatora
BELA CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ
Juíza Presidente

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