CENA 4 – Uma estrada de terra no meio do mato à noite com uma lua no fundo.
Enquanto o público entra, os dois bandos se enfrentam em pares.
CANGACEIROS - Catolé do Rocha, praça de guerra
Catolé do Rocha, onde o homem bode berra
Catolé do Rocha, praça de guerra
Catonle do Rocha, onde o homem bode berra
Bari bari bari, tem uma bala no meu corpo
Bari bari bari, e não é bala de côco
Bari bari bari, tem uma bala no meu corpo
Bari bari bari, e não é bala de côco
Tenente Geminiano e Lampião lutam no meio do círculo formado pelos duelos de policiais e
cangaceiros.
CANGACEIROS - Se entrega Corisco!
Eu não me entrego não
Eu não sou passarinho Pra viver lá na prisão
Se entrega Corisco eu não me entrego não
Não me entrego ao tenente
Não me entrego ao capitão
Eu me entrego só na morte de parabelo na mão
Se entrega Corisco (se entrega Corisco)
Eu não me entrego não! Eu não me entrego não
Eu não me entrego não
CANGACEIROS – É Lampa, é Lampa, é Lampa
É Lampião
Meu candeeiro encantado
Meu candeeiro encantado...
O Narrador, temeroso, puxa uma fita vermelha de um dos policiais e vai enlaçando o grupo em
uma ciranda. A roda vai se estreitando. Logo, o Narrador se esconde e os policiais caem. Os
cangaceiros se afastam, ainda cantando e dançando e restam Lampião e Geminiano unidos por
um lenço vermelho que agarram com os dentes. Seguem lutando até que Geminiano solta o leço
e cai.
Silêncio. Apagam-se as luzes. Começa o episódio XVI do Bora, projetado na lua no cenário.
***
Acendem-se as luzes. Ouve-se um desfile passar pela praça da matriz, caminhando do Banheiro
do Nezinho até o cenário 5. Tocam uma versão do hino da cidade em marchinha.
NARRADOR (ofegante) – Nem só de tiro e sangue vive o homem, não é mesmo? É carnaval,
meu povo!
O Narrador guia o público em direção ao cenário 5, seguindo o desfile que passa pela praça da
matriz.
NARRADOR – Tucano, Tucano, o teu nome é tradição
Como é bonita e grande a tua história
Foi linda a tua emancipação
Saem.