Anda di halaman 1dari 16

1

GESTÃO DEMOCRÁTICA NA ESCOLA MUNICIPAL ANTÔNIO DA SILVA


BARROS, NO MUNICÍPIO DE HUMBERTO DE CAMPOS.

José Ribamar Ramos Barrozo


Luiz Lázaro de Miranda Gomes
Maria do Livramento Gomes e Gomes

INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR FRANCISCANO

RESUMO

Este estudo teve como objetivo analisar os desafios encontrados pela gestão democrática para
implementação de uma gestão que favoreça a politização do ambiente escolar. O público analisado
foi formado pela gestão, coordenação pedagógica e professores da Escola Municipal Antônio da Silva
Barros. Para se chegar a um conhecimento prático, e buscar dados consistentes e concretos que
permeiam a gestão democrática na escola, utilizou-se questionários para investigar a opinião dos
diferentes segmentos da comunidade escolar, no que se refere a participação e autonomia na tomada
de decisões dos assuntos escolares, relacionamento entre a gestão, professores e alunos e
mecanismos de participação existentes na escola que configuram uma possível gestão democrática.
Na metodologia do trabalho para coleta de dados, produziu-se 3 (três) questionários, a fim de cada
pessoa respondesse de acordo com sua função na escola.

Palavras-chave: Escola Pública. Gestão Democrática. Participação

1 INTRODUÇÃO

Sabe-se que o tema gestão escolar democrática é muito discutido


atualmente, pois procuram soluções para uma transformação no sistema atual de
ensino, destacam-se as mudanças que se direcionam a descentralização do poder,
a necessidade de um trabalho realizado com ampla participação de todos os
segmentos da escola e da comunidade, para envolver a sociedade como um todo.
Considera-se que esse processo é de grande relevância e importância
para o inicio de uma transformação, portanto, é necessário que ele ocorra por
etapas, proporcione um ambiente de trabalho que seja favorável a essas inovações,


Graduado em Pedagogia pela Faculdade Integradas de Cruzeiro. Professor das Series Iniciais do Ensino
Fundamental.

Graduado em Pedagogia pela pela Faculdade Regional Serrana. Gestor da Escola Municipal Antônio da Silva
Barros. .

Graduada em Pedagogia pela Faculdade Regional Serrana. Gestora da Escola Municipal Major Irineu. .
2

buscando pessoas preparadas e motivadas, que se envolvam, sujeitos que


participem direta ou indiretamente desse processo educacional.
A escola Municipal Antonio da Silva Barros é responsável pela
transmissão do conhecimento, porém, no mundo globalizado, exige-se que a escola
tenha uma nova concepção e uma forma diferenciada de se trabalhar, ou seja, uma
constante renovação na sua postura, para transmitir um conhecimento de nível
elevado para preparar o aluno a serem indivíduos criativos e pensantes, com o
objetivo de formar cidadãos críticos e que se comprometam a uma participação mais
efetiva, para obter resultados com eficácia, favoráveis ao desenvolvimento do
estabelecimento de ensino. Percebe-se nas escolas a problemática a cerca do
entendimento sobre como deve ser uma gestão democrática e como vivencia-la
favorecendo o envolvimento da comunidade escolar. Buscando responder esse
questionamento elencou-se como objetivo analisar os desafios encontrados pela
gestão democrática para implementação de uma gestão que favoreça a politização
do ambiente escolar e como objetivos específicos: conhecer a gestão da escola
municipal Antonio da Silva Barros e atual convivência escolar; identificar até que
ponto as ações desenvolvidas na escola contribuem para implementação de uma
possível gestão democrática; analisar os aspectos da gestão que podem ser
potencializadas no sentido de fortalecer a democracia. Justifica-se a escolha dessa
temática pelo fato de perceber que os gestores estão buscando melhorar a cada dia
a sua gestão e lutando para tornar a escola um lugar propicio para o bem-estar e
desenvolvimento psicológico e social dos educandos.
De acordo com a taxionomia de Vergara (2014) a pesquisa se classifica
da seguinte forma: quanto aos fins é descritiva, explicativa e aplicada. Explicativa
porque busca relação causa efeito para atual situação desmotivadora do ensino na
escola e aplicada por tratar de um problema concreto de elaboração de uma
proposta para ser resolvido. Quanto aos meios, ainda consoante a mesma autora, é
bibliográfica. Bibliográfica, em face da necessidade de recorrer a uma vasta
literatura, livros, periódicos, revistas, hipertextos, entre outros para a elaboração do
marco teórico do trabalho, confrontando as informações com a realidade encontrada
no campo. Investigou-se por meio de questionários com perguntas fechadas,
utilizando a pesquisa de campo de cunho explicativo. Investigou-se por meio de
questionários com perguntas fechadas, utilizando a pesquisa de campo de cunho
explicativo.
3

Este estudo se faz de extrema relevância por discutir problemas


relacionados à gestão escolar e repensar a escola como espaço de reconstrução e
ressocialização do conhecimento e que assegure o direito a esses indivíduos que
não puderam efetivar seus estudos na idade regular. Dessa forma, esta pesquisa
sinalizará a necessidade da gestão democrática ser de fato vivenciada no cotidiano
escolar, envolvendo alunos, professores e todo comunidade em prol de educação
igualitária para todos.

2 CONCEITOS E COMPETÊNCIAS DA GESTÃO ESCOLAR

A gestão escolar vai além do sentido de instigar as pessoas para


realização eficaz das atividades, pois demanda intencionalidade, um rumo a seguir,
uma tomada de decisão frente aos objetivos sociais e político de uma escola. A
escola, ao exercer sua função social, intervém na formação da personalidade
humana, dessa forma, para cumprir sua função social é necessário levar em conta
os objetivos políticos, técnicos e pedagógicos. Lück (2009, p. 24) pontua que:

A gestão escolar constitui uma dimensão e um enfoque de atuação em


educação, que objetiva promover a organização, a mobilização e a
articulação de todas as condições materiais e humanas necessárias para
garantir o avanço dos processos socioeducacionais dos estabelecimentos
de ensino, orientados para a promoção efetiva da aprendizagem dos
alunos, de modo a torná-los capazes de enfrentar adequadamente os
desafios da sociedade complexa, globalizada e da economia centrada no
conhecimento. Por efetividade entende-se, pois, a realização de objetivos
avançados, em acordo com as novas necessidades de transformação
socioeconômico-cultural, mediante a dinamização do talento humano,
sinergicamente organizado. (LÜCK 2009, p. 24)

De acordo com a autora acima citada, a gestão é relacionada ao conjunto


de ideias e práticas associada a uma administração moderna, atualizada em seus
aspectos operacionais, conservando a antiga visão de controle sobre as coisas;
pessoas e ações, na qual a participação é trabalhar para coincidir com os padrões
previamente definidos e/ou esperados.
Segundo Wittmann (2004 apud CAMPOS; SILVA, 2009, p. 6) podemos
falar que a gestão escolar possui três aspectos inalienáveis e inter-relacionados: a
competência técnica, a liderança na comunidade e o compromisso público-político,
4

as demais funções da gestão escolar, por mais importantes e indispensáveis, são


adjetivas e complementares.
A dimensão pedagógica abrange a sistematização do trabalho escolar no
tocante à elaboração do projeto pedagógico, no planejamento anual, nas reuniões
pedagógicas, nos conselhos de classe, na recuperação da aprendizagem, na
recepção das famílias e alunos, na taxa de reprovação e correção da defasagem
idade/aprendizagem.
Lück (2005) pontua que as habilidades e conhecimentos estão
relacionados com as áreas, administrativas, com a relação interpessoal e
pedagógica, listando as principais habilidades e conhecimento que os profissionais
da gestão, precisam refletir sobre qual a melhor forma de liderar com competência
uma escola, independentemente do nível de escolaridade que esta ofereça.
No campo pedagógico a autora sugere

Compreensão dos fundamentos e bases da ação educacional;


Compreensão da relação entre ações pedagógicas e seus resultados na
aprendizagem e formação dos alunos; Conhecimento sobre organização do
currículo e articulação entre seus componentes e processos; Habilidade de
mobilização da equipe escolar para a promoção dos objetivos educacionais
da escola; habilidade de orientação e feedback ao trabalho pedagógico.
(LÜCK 2005, p. 85)

A dimensão política está correlacionada à participação na gestão e a


responsabilidade individual de cada membro da equipe escolar. O gestor coordena,
mobiliza, lidera, delega responsabilidades, decorrentes das tomadas de decisões
dos membros da equipe escolar, presta contas e submete à avaliação do grupo o
desenvolvimento das decisões
Essa dimensão está associada ao desenvolvimento do trabalho no
sentido de buscar parcerias, articular a comunidade escolar na representatividade
dos conselhos escolares, nas ações que abrangem o trabalho no cotidiano da
escola, chamando a atenção da comunidade para dentro da escola, ou seja, abrir as
portas do ambiente escolar para que toda a comunidade possa desfrutar e participar
das decisões decorrentes daquele espaço educacional.
Portanto a presença da comunidade na escola, em especial os pais,
significa que de fato haverá participação nos Conselhos de Escola, Associação de
Pais e Professores para elaboração ou reformulação do Projeto político Pedagógico,
acompanhando e avaliando a qualidade dos serviços prestados pela instituição.
5

3 A GESTÃO ESCOLAR E OS MECANISMOS DE PARTICIPAÇÃO NO


PROCESSO DEMOCRÁTICO.

A gestão democrática é uma prática prevista na Constituição Federal, na


Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e no Plano Nacional de
Educação (PNE). É uma forma de exercitar a democracia participativa, podendo
contribuir para a própria democratização da sociedade. Segundo Grancindo (2007,
p. 37), a gestão democrática é um objetivo e um percurso. É um objetivo porque
trata-se de uma meta a ser sempre aprimorada e é um percurso, porque se revela
como um processo que, a cada dia, se avalia e se reorganiza.
Para Silva (2007, p. 3), a gestão democrática escolar, dentro de uma
perspectiva democrática, “passa pela democratização da escola e por sua natureza
social, não se restringindo exclusivamente aos processos transparentes e
democráticos ligados à função administrativa”. Assim sendo, a gestão escolar
engloba duas dimensões: interna e a externa. A primeira refere-se à organização
interna da escola, que contempla os “processos administrativos”. A segunda está
ligada à função social da escola, sua vocação democrática, mais especificamente,
no “sentido de divulgar o conhecimento produzido e sua socialização”.
Tendo em vista os diferentes mecanismos de participação na escola,
observa-se que esta participação não se apresenta de maneira padronizada. A sua
implementação pode acontecer de diferentes maneiras, em níveis distintos e em
dinâmicas próprias a serem construídas coletiva e cotidianamente na escola.
A efetivação de vários mecanismos de participação podem se configurar
como indicadores de uma gestão democrática e se torna necessária quando se
deseja que a tomada de decisão seja partilhada e coletiva, tais como: o
aprimoramento dos processos de escolha ao cargo de dirigente escolar; a criação e
a consolidação de órgãos colegiados na escola (conselhos escolares e conselhos de
classe); o fortalecimento da participação estudantil por meio da criação e da
consolidação de grêmios estudantis; a construção coletiva do Projeto Político
Pedagógico da escola; a redefinição das tarefas e funções da associação de pais e
mestres, na perspectiva de construção de novas maneiras de se partilhar o poder e
a decisão nas instituições.
A gestão democrática implica, portanto, a efetivação de novos processos
de organização e gestão, baseados em uma dinâmica que favoreça os processos
6

coletivos e participativos de decisão. Nesse sentido, a participação pode ser


implementada e se realiza de diferentes maneiras, em níveis distintos e em
dinâmicas próprias no cotidiano escolar.

3.1 O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

O Projeto Político Pedagógico (PPP), como prática social, baseia-se


historicamente, naquilo que os educadores produzem nas escolas, como
representação de suas escolhas, posicionando-se diante das contradições que se
apresentam no ambiente escolar.
Vasconcelos (2006, p.169), explica que o projeto político pedagógico é

“a sistematização, nunca definitiva, de um processo de Planejamento


Participativo, que se aperfeiçoa e se concretiza na caminhada, que define
claramente o tipo de ação educativa que se quer realizar. É um importante
caminho para a construção da identidade da instituição. É um instrumento
teórico-metodológico para a intervenção e mudança da realidade. É um
elemento de organização e integração da atividade prática da instituição
neste processo de transformação. ”

Para autor acima citado, o projeto político pedagógico só será realmente


um direito e um dever quando os envolvidos nesse processo tornarem-se
conscientes de que fazem parte dele, e acreditarem na sua importância. Sendo
assim, o PPP não será somente um documento, e sim, deverá ser utilizado como
norteador para o trabalho pedagógico, desenvolvido de forma coerente entre a teoria
e a prática.
O PPP por ser um processo deve estar em constante reflexão e
discussão, acerca dos problemas da escola, propiciando a vivência democrática. Ele
busca organizar o trabalho pedagógico, superandos os conflitos dentro do ambiente
escolar e amenizando os efeitos da divisão do trabalho, que reforça as diferenças e
hierarquias nas tomadas de decisões.
A construção do projeto político pedagógico requer muitos dos seus
participantes, para isso é necessária, a articulação dos diferentes segmentos que
constituem a comunidade escolar. Conciliando os diversos interesses existentes na
escola, nesse contexto, o gestor age como mediador no processo de interlocução,
entre os seguimentos da escola.
Para Libâneo Projeto Político Pedagógico:
7

[...] é, também, prática educativa, manifestações do caráter formativo do


ambiente de trabalho. Ou seja, a organização escolar, o sistema de gestão e
a tomada de decisões, carrega uma dimensão educativa, constitui espaço
de formação. O projeto pedagógico assim entendido, é ingrediente do
potencial formativo das situações de trabalho. (LIBÂNEO, 2012, p. 484).

Dessa forma o projeto político pedagógico está dentro do planejamento e


da gestão escolar e sua importância consiste no fato de que ele é um norte, uma
direção para as ações da escola. É uma ação intencional que precisa ser definido de
forma coletiva. O projeto é político porque representa os caminhos e prioridades que
nortearão a formação do cidadão, como sujeito ativo e transformador da sociedade
que está inserido.
O projeto é pedagógico porque aponta as atividades pedagógicas e
didáticas que levam a escola atingir seus objetivos educacionais.
Para concluir entende-se que o projeto político pedagógico deve ser
elaborado a partir do processo participativo, precisa ainda ser consolidado num
texto, para circulação e analise permanente de sua execução no interior do ambiente
escolar, bem como, ser encaminhado ao órgão central da gestão municipal.

3.2 . CONSELHO ESCOLAR

O conselho escolar é constituído por pais, professores, funcionários,


alunos e a comunidade em geral. É um órgão deliberativo responsável pela tomada
de decisão de questões no âmbito escolar, sendo um instrumento de
democratização da escola.
De acordo com Brasil (2004, p. 48), são algumas atribuições dos
Conselhos Escolares:

Elaborar o Regimento Interno do Conselho Escolar;


Coordenar o processo de discussão, elaboração ou alteração do Regimento
Escolar; convocar assembleias-gerais da comunidade escolar ou de seus
segmentos;
Garantir a participação das comunidades escolar e local na definição do
projeto político-pedagógico da unidade escolar;
Promover relações pedagógicas que favoreçam o respeito ao saber do
estudante e valorize a cultura da comunidade local;
Propor e coordenar alterações curriculares na unidade escolar, respeitada a
legislação vigente, a partir da análise, entre outros aspectos, do
aproveitamento significativo do tempo e dos espaços pedagógicos na
escola;
Propor e coordenar discussões junto aos segmentos e votar as alterações
metodológicas, didáticas e administrativas na escola, respeitada a
8

legislação vigente; participar da elaboração do calendário escolar, no que


competir à unidade escolar, observada a legislação vigente;
Acompanhar a evolução dos indicadores educacionais (abandono escolar,
aprovação, aprendizagem, entre outros) propondo, quando se fizerem
necessárias, intervenções pedagógicas e/ou medidas socioeducativas
visando à melhoria da qualidade social da educação escolar;
Elaborar o plano de formação continuada dos conselheiros escolares,
visando ampliar a qualificação de sua atuação;
Aprovar o plano administrativo anual, elaborado pela direção da escola,
sobre a programação e a aplicação de recursos financeiros, promovendo
alterações, se for o caso;
Fiscalizar a gestão administrativa, pedagógica e financeira da unidade
escolar;
Promover relações de cooperação e intercâmbio com outros Conselhos
Escolares; (BRASIL 2004, p. 48)

Dessa forma, o conselho escolar deverá ser um instrumento de


democratização da escola auxiliando na aprendizagem da função política da
educação à medida que os alunos se organizam para formar os grêmios estudantis,
visto que também possuem o poder de decisão dentro da escola. Segundo Werle
(2003, p.102).

Os conselhos escolares adquirem vida e forma material nas articulações


relacionais entre os atores sociais que os compõem; na forma como pais,
alunos, professores, funcionários e Direção apropriam-se do espaço do
conselho, enquanto o constroem, de maneira dinâmica e conflitiva.

Participar apenas dos conselhos escolares não garante a prática de


gestão democrática. É necessário que os membros destes conselhos participem das
decisões de forma democrática, ou seja, devem priorizar as necessidades coletivas
e deixando de lado os interesses pessoais de cada membro.

Os Conselhos escolares tornam-se, neste contexto, instrumentos


importantes para a desejada prática democrática. A escolha democrática
dos dirigentes escolares e a consolidação da autonomia das escolas
alinham-se aos colegiados com a finalidade de desvendar os espaços de
contradição gerados pelas novas formas de articulação dos interesses
sociais. A partir do conhecimento destes espaços, certamente presentes no
cotidiano da vida escolar e das comunidades, é que será possível ter os
elementos para a proposição e construção de um projeto inclusivo.
(AZEVEDO; GRACINDO, 2005, p.34)

Portanto os Conselhos Escolares são órgãos de democratização das


escolas, pois representam as opiniões e sugestões da comunidade, dessa forma,
dividem as responsabilidades com os gestores das escolas acerca das decisões
9

pertinentes à escola, tornando-se um elemento de suma importância para a


efetivação de gestão participativa e democrática.

3.3 CONSELHO DE CLASSE

O Conselho de Classe é um órgão do colegiado, consultivo e decisório da


gestão escolar; ele se configura como uma assembleia de discussões coletivas
acerca de toda dinâmica escolar, contando com representantes envolvidos nessa
dinâmica. Consiste em ser uma atividade avaliativa, como momento de reflexão que
permite a discussão e analise coletiva do processo do ensino e da aprendizagem em
curso. Portanto é considerado um instrumento indispensável ao planejamento
educacional, visto que dinamiza o processo de avaliação por meio das várias
analises de seus participantes, bem como a corresponsabilidade das decisões
tomadas e dos seus resultados. Para Dalben (2006, p.12)

O Conselho de Classe é uma instância contraditória, porque apesar de ser


um mecanismo de organização prescritiva e burocrática do processo de
trabalho escolar, também é um dos únicos espaços existentes na escola
que permite a discussão e a análise coletiva do processo ensino-
aprendizagem.

Dessa forma o Conselho de Classe deve ser pensado, como um


instrumento de transformação da cultura escolar e da prática da avaliação em sala
de aula. Tornando-se um espaço de avaliação diagnostica da construção conjunta do
processo ensino e aprendizagem, devendo refletir sobre a ação e a realização das
práticas pedagógicas da escola. Portanto o conselho de classe não é apenas um
espaço burocrático, mas um espaço de reflexão pedagógica em que professor e
aluno se situem no processo que juntos construíram. Veiga (2007, p.117)

O conselho de classe é um dos mecanismos de participação da


comunidade, tendo como foco o processo de ensino e aprendizagem na
escola, e enquanto instância colegiada “se preocupa com processos
avaliativos capazes de reconfigurar o conhecimento, de rever as relações
pedagógicas alternativas e contribuir para alterar a própria organização do
trabalho pedagógico” (VEIGA, 2007, p.117)
10

É esse processo de acompanhamento e reflexão possibilita a


democratização, assim como a permanência do aluno na escola, e como espaço
educativo, soluciona as questões didático-pedagógicos da escola.
Portanto a função do Conselho de Classe é avaliar o trabalho pedagógico
e as atividades da escola. Nessa proposta, o conselho é um instrumento
permanente do trabalho pedagógico.

4 LOCAL DA PESQUISA

Este estudo teve como lócus de pesquisa a Escola Municipal Antônio da


Silva Barros, que está localizado na Rua Principal s/n Povoado Cocal, Humberto de
Campos-MA. A escola iniciou suas atividades em 02 de fevereiro de 1965,
atendendo alunos de alfabetização. Após três anos, iniciou o ensino de alunos de 1ª
a 4ª série, até então funcionava em casa alugada. No ano de 2002 a escola passou
a funcionar em prédio próprio passando a atender alunos da 1ª a 5ª série. Em 2014
a escola foi ampliada com mais duas salas de aula, passando a contar com 04
(quatro) salas de aula no total.
A Escola Municipal Antônio da Silva Barros, atende hoje 122 alunos dos
mais diversos povoados: Centro dos Miranda, Porto das Tabuas, Pequizeiro,
Mirador, Prudêncio, Bacuri, Rio do Meio, Cajazeira e Cocal (povoado na qual a
escola esta localizada). Funciona nos turnos matutino e vespertino. A equipe escolar
e composta por 1 gestor, 1 técnico pedagógico, 7 professores, sendo 4 (quatro) no
turno matutino e 3 (três) no turno vespertino e 2 auxiliares de serviços gerais.

5. A ESCOLA MUNICIPAL ANTÔNIO DA SILVA BARROS EM ANALISE

Com o propósito de responder aos objetivos apresentados neste estudo,


apresenta-se os dados obtidos a partir da aplicação de questionários para
professores, coordenação pedagógica e também para a gestão. As perguntas
utilizadas na pesquisa foram fechadas, com percentual de 30% do total de
professores da escola. Ruiz (2011, p.51) aponta que:

Na técnica do questionário, o informante escreve ou responde por escrito a


um elenco de questões cuidadosamente elaboradas. Tem a vantagem de
poder ser aplicado simultaneamente a um grande número de informantes;
11

seu anonimato pode representar uma segunda vantagem muito apreciável


sobre a entrevista. (RUIZ, 2011, p. 51).

Nesse estudo, utilizou-se a pesquisa de campo com fins explicativos que


de acordo com Marconi e Lakatos (2010, p.169) esse tipo de pesquisa é importante
por ser

Aquela utilizada com objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos


acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma
hipótese, que se queira comprovar, ou ainda, de descobrir novos fenômenos
ou as relações entre eles. (MARCONI; LAKATOS, 2010, p.169)

5.1 A DIREÇÃO DA ESCOLA E A DEMOCRACIA NA GESTÃO ESCOLAR

Conforme dados coletados, na visão da gestão, a Escola Municipal


Antônio da Silva Barros prima por uma gestão democrática considerando que:
A participação dos pais nos assuntos da escola é regular, porque nem
todos os pais participam ativamente dos assuntos relacionados a escola; fazem
reuniões mensais com os pais como estratégia para aumentar a participação destes
na escola; a prestação de contas é feita somente com o conselho escolar; os alunos
tem conhecimento da condição financeira da escola e essa informação é repassada
pelos professores; a direção apoia a decisão de toda comunidade escolar e
possuem autonomia nas tomadas de decisões.
Quando questionou-se sobre o processo de construção do Projeto Político
Pedagógico (PPP) da escola, afirmou que conta com a participação e compromisso
consolidado dos professores e de toda a comunidade por meio de reuniões.
Para Veiga (2003), o PPP é um veiculo de engajamento coletivo na
integração das ações dispersas, criação de sinergias que busquem soluções
alternativas para diferentes momentos do trabalho pedagógico-administrativo, e por
meio do desenvolvimento do “sentimento de pertencer, mobilizar os protagonistas
para a explicitação de objetivos comuns”, para a definição do norte das ações a
serem desencadeadas e fortalecer a construção de uma coerência comum,
indispensável para que a ação coletiva produza seus efeitos.
12

De acordos com os relatos obtidos na pesquisa a gestão entende que é


fundamental importância que a escola dê abertura para que todos aqueles compõem
a estrutura da escola possam dar suas opiniões, tenham liberdade para expor suas
ideias, discuti-las, escolher a melhor e executar as ações e projetos com o apoio da
direção e equipes que fazem parte da comunidade escolar.

5.2 A GESTÃO DEMOCRÁTICA NA VISÃO DA COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA


DA ESCOLA

Conforme dados obtidos da coordenação pedagógica da escola em


estudo, informou que possui liberdade de expressão e autonomia para exercer suas
funções; as decisões são tomadas em conjunto, pois, no ambiente de trabalho não
existe autoritarismo e todos têm voz e são ouvidos. Diante das diversas situações
vivenciadas no dia a dia da escola e que requer soluções, a direção comunga de
ações consensuais apresentadas pela coordenação pedagógica que beneficiam a
educação, valorizando a todos e agindo com autoridade, respeito e dignidade.
Segundo relatos da coordenação pedagógica, no que diz respeito ao
regimento escolar não participou da elaboração, devido o pouco tempo que esta na
escola desempenhando seu papel, mas participa na aplicação das normas. Em
relação ao PPP participa da reformulação sempre que ha necessidade de fazer as
adequações para melhoria da qualidade da educação; possui um bom
relacionamento com os alunos e com toda comunidade escolar; quanto à pergunta
sobre como deve ser uma escola democrática, obteve-se como resposta: uma
escola participativa, onde haja a participação de todos sobre o que acontece na
mesma, principalmente dentro das tomadas de decisões; e por esses motivos
considera que a Escola Municipal Antônio da Silva Barros, está trilhando um
caminho condizente com gestão democrática, porque ouve a todos da equipe e
comunidade escolar e busca solucionar os problemas que acontece dentro das
possibilidades colocadas.

5.3 OS PROFESSORES E O PROCESSO DE DEMOCRATIZAÇÃO NA ESCOLA

Após questionamentos realizados com os professores, percebe-se que as


respostas em sua grande maioria sinalizam que suas decisões em relação aos
13

alunos nas questões disciplinares são parcialmente acatadas pela direção. Quando
questionados sobre a relação com a coordenação pedagógica e alunos todos
responderam que possuem uma boa relação. Questionou-se se suas propostas são
ouvidas e acatadas pela escola, todos responderam que às vezes. Os professores
questionados consideram que possuem autonomia no planejamento, mas em
algumas vezes há a interferência da coordenação pedagógica; e em sua
unanimidade conhecem o projeto político pedagógico, o regimento escolar e
participaram do seu processo de construção. Quanto ao tempo que trabalham na
escola em sua maioria responderam trabalhar há mais de 10 anos.
Os professores afirmaram que a que sempre a gestão expõe as
condições financeiras da escola aos alunos. Responderam ainda que somente as
vezes as opiniões dos segmentos da comunidade escolar são ouvidas e levadas em
considerações. Consideram ter uma boa relação com a direção da escola. Quanto a
participação da comunidade na escola consideram regular. Por fim questionou-se
considera que a escola em que está atuando é democrática, obteve como resposta
sim, pois todos procuram fazer o melhor, gerindo democraticamente suas salas de
aula, criando condições de respeito mútuo, de aprendizagem para todos os alunos,
acatando suas opiniões, para que possamos formar cidadãos, críticos, honestos e
conhecedores de seus direitos e deveres.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para que a escola se torne democrática ela perpassa por um período de


conscientização devendo ser refletido entre o gestor, equipe pedagógica,
professores, funcionários, alunos, pais de alunos e a comunidade em geral, com o
objetivo de buscar a participação desses sujeitos no compromisso do processo de
mudança. Pois é impossível a atuação da gestão no âmbito escolar, sem que haja
uma articulação entre a escola e a comunidade que a serve, pois, a escola não é
uma instituição isolada e suas ações deverão atender as necessidades da
comunidade, com dedicação, responsabilidade e participação, para assim alcançar o
objetivo da educação, que é promover o cidadão, para ser capaz de dar a sua
opinião e ser participativo dentro do contexto social e político que está inserido.
Dessa forma a gestão só acontece quando o gestor informa os
professores sobre os acontecimentos da escola, cria um ambiente favorável de
14

trabalho, permitindo que os funcionários bem como a comunidade opinem e participe


das tomadas de decisões da escola. Portanto o gestor deve atuar como elo de
ligação, gerenciando e avaliando o dia-a-dia da escola, contando com a participação
de sua equipe.
A gestão democrática não é um processo simples de curtíssimo prazo,
como também não é tão complexo ou irrealizável de prazo interminável. Nesse
sentido, por ser um objetivo a ser sempre perseguido e aprimorado espera-se
contribuir com a escola estudada, sinalizando algumas possibilidades de
encaminhamentos que posam fortalecer os mecanismos de participação já
existentes e a criação de outros mecanismos de participação para revitalização e
consolidação da democracia na escola.
Dessa forma para haja a efetivação de uma escola democrática, é
necessário que as classes dominantes, dentro da instituição, apontem caminhos
para conscientização da comunidade escolar para essa transformação, propiciando
um ambiente favorável; usando estratégias para que os alunos se envolvam, por
meio de participação que favoreça essa compreensão; que os pais possam se
integrar mais à escola, não apenas no acompanhamento do rendimento escolar ou
comportamento do seu filho, mas que possam colaborar da melhor forma possível,
quando chamados à escola para cooperação e compromisso com a qualidade de
ensino desenvolvida na instituição, sempre através de diálogos e opiniões
coerentes; e por fim que o educador busque o aprimoramento constante, para que
possa exercer seu trabalho com segurança, com o objetivo de oferecer um ensino e
aprendizagem de qualidade, formando assim cidadãos críticos e não mero
recebedor de informações, mas que possa, preparar o aluno de maneira satisfatória
para o mercado de trabalho cada vez mais competitivo.

DEMOCRATIC MANAGEMENT IN THE ANTÔNIO DA SILVA BARROS MUNICIPAL


SCHOOL, IN THE MUNICIPALITY OF HUMBERTO DE CAMPOS.

ABSTRACT
This study aimed to analyze the challenges encountered by democratic management to implement a
management that favors the politicization of the school environment. The public analyzed was formed
by the management, pedagogical coordination and teachers of the Antônio da Silva Barros Municipal
School. In order to arrive at a practical knowledge and to obtain consistent and concrete data that
15

permeates democratic management in school, questionnaires were used to investigate the opinions of
the different segments of the school community, regarding participation and autonomy in decision
making school affairs, the relationship between management, teachers and students, and
mechanisms for participation in the school that constitute a possible democratic management. In the
methodology of the work for data collection, we produced 03 questionnaires in order for each person
to respond according to their function in the school.

Keywords: Public School. Democratic management. Participation

REFERÊNCIAS

AZEVEDO, J. M. L; GRACINDO, R. V. Educação, sociedade e mudança. Brasília:


CNTE, 2005

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Nacional de


Fortalecimento dos Conselhos Escolares: democratização da escola e
construção da cidadania. Brasília/DF, 2004.

CAMPOS, Marli & SILVA, Neide de Melo Aguiar. GESTÃO ESCOLAR E SUAS
COMPETÊNCIAS: UM ESTUDO DA CONSTRUÇÃO SOCIAL DO CONCEITO DE
GESTÃO. IX Congresso Nacional de Educação – EDUCARE. III Encontro Sul
Brasileiro de Psicopedagogia, 26 a 29 de outubro de 2009. Disponível em:
http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2009/anais/pdf/2736_1234.pdf. Aceso
em março de 2019.

DALBEN, Ângela Imaculada Loureiro de Freitas. Conselhos de classe e avaliação:


Perspectivas na gestão pedagógica da escola. Campinas-SP: Papirus, 2006.

GRANCINDO, Regina Vinhaes. Gestão Democrática nos sistemas e na escola.


Brasília: Universidade de Brasília, 2007

LIBÂNEO, José Carlos; OLIVEIRA, J. F; TOSCHI, M. S. Educação Escolar:


políticas, estrutura e organização. São Paulo: Cortez, 2012.

LUCK, Heloisa. A Gestão Participativa na Escola. Petrópolis: Vozes, 2006.

LÜCK, Heloísa. Dimensões de gestão escolar e suas competências. Curitiba:


Editora Positivo, 2009.

LÜCK, Heloísa... [et al.]. A escola participativa: o trabalho do gestor escolar.


Petrópolis, RJ: Vozes, 2005.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de


Metodologia Científica. São Paulo: Atlas 2010.

RUIZ, João Álvaro. Guia para eficiência nos estudos. São Paulo: Atlas, 2011
16

SILVA, Lídia Basso e. Gestão Escolar e Democrática. Revista Espaço da Sophia,


a. I, n. 6, set. 2007.

VASCONCELLOS, Celso dos Santos, Planejamento: Plano de Ensino-


Aprendizagem e Projeto Educativo. São Paulo: Libertad, 2006.

VEIGA. IIma Passos Alencastro. (org). Projeto Político Pedagógico da escola:


uma construção possível. 15. ed. Campinas: Papirus, 2002.

WERLE, Flávia Obino Corrêa. Conselhos escolares: implicações na gestão


básica. Rio de Janeiro: DPA, 2003.

Anda mungkin juga menyukai