2014
QUALIFICAÇÃO DA PAISAGEM URBANA:
UMA PROPOSTA HUMANISTA PARA O BAIRRO CAMOBI
2014
Bassan Marinho Maciel, Filipe
Qualificação da paisagem urbana: uma proposta
humanista para o Bairro Camobi / Filipe Bassan Marinho
Maciel.-2014.
270 p.; 30cm
Orientador: Luis Guilherme Aita Pippi
Pesquisa (graduação) - Universidade Federal de Santa
Maria, Centro de Tecnologia, Curso de Arquitetura e Urbanismo, RS, 2014
1. paisagismo 2. espaços livres urbanos 3. Camobi I.
Aita Pippi, Luis Guilherme II. Título.
© 2014
Todos os direitos autorais reservados a Filipe Bassan Marinho Maciel. A reprodução em partes ou do
todo deste trabalho só poderá ser feita mediante a citação da fonte.
Endereço: Rua Álvaro Hoppe, n.60/202, Bairro Camobi, Santa Maria, RS. CEP: 97105-410.
Fone: (55) 96172482; E-mail: filipebassan@gmail.com
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
elaborada por
Filipe Bassan Marinho Maciel
COMISSÃO EXAMINADORA:
A todos aqueles que de uma forma ou de outra contribuíram para a realização deste
trabalho, meus sinceros agradecimentos...
Em especial ao Prof. Luis Guilherme Aita Pippi, pela confiança ao aceitar orientar este
trabalho no momento em que nos conhecemos, pela amizade e pelos eficazes brainstorms das
manhãs de terça-feira;
À arquiteta e urbanista Gerusa Lazarotto, que um dia comentou que o nosso bairro poderia
ser um lugar melhor para se viver;
Àqueles que enriqueceram este trabalho com suas vivências, memórias e percepções sobre
Camobi;
Aos companheiros de sala de aula, de peripécias projetuais e de noites em claro, que fizeram
perder de vista o que se chamava de longos seis anos do Curso de Arquitetura e Urbanismo;
Esta pesquisa reúne os referenciais necessários para a elaboração de anteprojeto de paisagismo para
o bairro Camobi (Santa Maria, RS) com uma abordagem humanista, ou seja, que devolva ao homem
seu status prioritário no espaço público. Camobi, maior bairro da cidade de Santa Maria em termos
de extensão territorial e população absoluta, urbanizou-se de forma acelerada e não planejada nos
últimos cinquenta anos, tendo como resultado uma série de problemas relacionados à ocupação do
solo, infraestrutura e mobilidade urbana. Mais do que nunca, torna-se necessário realizar
intervenções urbanas que revertam essa situação, oferecendo um espaço público seguro, vivo,
saudável e sustentável para seus habitantes.
Quadro 1 – Cronograma........................................................................................................................ 17
Quadro 2 – Potencialidades, fragilidades e diretrizes para o ponto nodal Estação Ferroviária ........... 89
Quadro 3 – Potencialidades, fragilidades e diretrizes para o ponto nodal Trevo do Aeroporto .......... 93
Quadro 4 – Potencialidades, fragilidades e diretrizes para o ponto nodal Av. Roraima ...................... 96
Quadro 5 – Potencialidades, fragilidades e diretrizes para o ponto nodal Centro Comercial .............. 99
Quadro 6 – Potencialidades, fragilidades e diretrizes para o ponto nodal Igreja do Amaral ............. 102
Quadro 7 – Síntese da intervenção paisagística proposta para a Estação Ferroviária. ...................... 105
Quadro 8 – Síntese da intervenção paisagística proposta para o Trevo do Aeroporto ...................... 106
Quadro 9 – Síntese da intervenção paisagística proposta para a Av. Roraima .................................. 107
Quadro 10 – Síntese da intervenção paisagística proposta para o Centro Comercial ........................ 108
Quadro 11 – Síntese da intervenção paisagística proposta para a Igreja do Amaral ......................... 109
LISTA DE APÊNDICES
Apêndice A – Painel e ficha de questionário do exercício aplicado Mosaico da Paisagem ................ 119
Apêndice B – Mapa dos recintos históricos e pontos de interesse turístico do bairro Camobi.. ....... 121
Apêndice C – Mapa das áreas de preservação permanente e área de conservação natural do bairro
Camobi......................... ....................................................................................................................... 122
Apêndice D – Mapa do tecido urbano do bairro Camobi.. ................................................................. 123
Apêndice E – Mapa da ocupação urbana do bairro Camobi.. ............................................................. 124
Apêndice F – Mapa dos espaços livres de lazer e recreação do bairro Camobi – categoria praças de
bairro.......................... ......................................................................................................................... 125
Apêndice G – Mapa dos espaços livres de lazer e recreação do bairro Camobi – categoria áreas
institucionais............ ........................................................................................................................... 126
Apêndice H – Mapa do sistema viário do bairro Camobi .................................................................... 127
Apêndice I – Mapa da mobilidade do bairro Camobi ......................................................................... 128
Apêndice J – Mapa de localização dos pontos nodais do bairro Camobi ........................................... 129
Apêndice K – Levantamento físico dos pontos nodais........................................................................ 130
Apêndice L – Resumo expandido dos resultados da leitura comunitária da paisagem...................... 150
Apêndice M – Resumo expandido dos resultados da análise comportamental ................................. 167
LISTA DE ANEXOS
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 13
1.1 Apresentação do tema ............................................................................................................... 13
1.2 Objetivos ..................................................................................................................................... 13
1.2.1 Objetivo geral ....................................................................................................................... 13
1.2.2 Objetivos específicos ............................................................................................................ 14
1.3 Justificativa ................................................................................................................................. 14
1.4 Contextualização ........................................................................................................................ 15
1.4.1 Contextualização geral ......................................................................................................... 15
1.4.2 Contextualização específica ................................................................................................. 16
1.5 Metodologia ............................................................................................................................... 16
1.6 Cronograma ................................................................................................................................ 17
1.7 Recursos ...................................................................................................................................... 17
2 ESTADO DA ARTE ............................................................................................................................... 18
2.1 Paisagem e espaço urbano ......................................................................................................... 18
2.1.1 Paisagem .............................................................................................................................. 18
2.1.1.1 A abordagem ecológica da paisagem ................................................................................ 19
2.1.1.2 A abordagem simbólica da paisagem................................................................................ 21
2.1.2 O espaço urbano como paisagem cultural ........................................................................... 21
2.2 Qualidade em espaços urbanos ................................................................................................. 22
2.2.1 Um breve histórico ............................................................................................................... 22
2.2.2 Critérios de qualidade urbana .............................................................................................. 25
2.2.2.1 Locais para caminhar......................................................................................................... 26
2.2.2.2 Locais para permanência................................................................................................... 27
2.2.2.3 Locais de encontro ............................................................................................................ 28
2.2.2.4 Locais para pedalar ........................................................................................................... 29
2.2.2.5 Locais para praticar atividades físicas e recreativas ......................................................... 30
2.2.2.6 Locais com escala humana ................................................................................................ 31
2.2.2.7 Locais com segurança........................................................................................................ 32
2.2.2.8 Locais com bom clima ....................................................................................................... 34
2.2.2.9 Locais com qualidade visual .............................................................................................. 34
3 ESTUDO DE CASO E DE REFERENCIAIS .............................................................................................. 35
3.1 Sobre a escolha do estudo de caso e dos referenciais .............................................................. 35
3.2 Paisagismo e comunicação visual da Av. Paulista ..................................................................... 36
3.3 Urbanização do Centro Histórico de Ripoll ................................................................................ 43
3.4 Trilha do rio Saranac ................................................................................................................... 49
4 ANÁLISE DO PROBLEMA .................................................................................................................... 55
4.1 Metodologia de diagnóstico da paisagem ................................................................................. 55
4.2 Macrodiagnóstico da paisagem ................................................................................................. 56
4.2.1 Localização da área de intervenção ..................................................................................... 56
4.2.2 Aspectos históricos do bairro Camobi.................................................................................. 58
4.2.2.1 Recintos históricos e locais de interesse turístico............................................................. 63
4.2.3 Aspectos físico-ambientais do bairro Camobi ...................................................................... 65
4.2.3.1 Clima .................................................................................................................................. 65
4.2.3.2 Hidrografia......................................................................................................................... 67
4.2.3.3 Geologia e geomorfologia ................................................................................................. 68
4.2.3.4 Vegetação .......................................................................................................................... 68
4.2.4 Aspectos da morfologia urbana ........................................................................................... 69
4.2.4.1 Tecido urbano ................................................................................................................... 69
4.2.4.2 Ocupação do solo .............................................................................................................. 69
4.2.4.3 Macrozoneamento, zoneamento e regime urbanístico ................................................... 70
4.2.4.4 Densidade demográfica .................................................................................................... 70
4.2.4.5 Espaços livres de lazer e recreação ................................................................................... 71
4.2.4.6 Sistema viário e mobilidade .............................................................................................. 72
4.2.5 Aspectos sócio-econômicos e culturais do bairro Camobi................................................... 73
4.3 Mesodiagnóstico da paisagem ................................................................................................... 75
4.3.1 Pontos nodais do bairro Camobi .......................................................................................... 75
4.3.1.1 Estação Ferroviária ............................................................................................................ 75
4.3.1.2 Trevo do Aeroporto ........................................................................................................... 76
4.3.1.3 Av. Roraima ....................................................................................................................... 77
4.3.1.4 Centro comercial ............................................................................................................... 78
4.3.1.5 Igreja do Amaral ................................................................................................................ 80
4.4 Microdiagnóstico da paisagem .................................................................................................. 81
4.4.1 Análise comportamental no ponto nodal Estação Ferroviária ............................................ 81
4.4.2 Análise comportamental no ponto nodal Trevo do Aeroporto ........................................... 82
4.4.3 Análise comportamental no ponto nodal Av. Roraima ........................................................ 83
4.4.4 Análise comportamental no ponto nodal Centro Comercial ............................................... 84
4.4.5 Análise comportamental no ponto nodal Igreja do Amaral................................................. 84
4.4.6 Algumas considerações gerais sobre os níveis de atividade nos cinco pontos nodais ........ 85
4.5 Legislação pertinente ................................................................................................................. 86
4.5.1 Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Santa Maria ........................... 86
4.5.2 Programa Caminhe Legal ..................................................................................................... 87
4.5.3 Programa Anuncie Legal....................................................................................................... 87
4.5.4 Política Nacional da Mobilidade Urbana e Plano Diretor de Mobilidade Urbana de Santa
Maria ............................................................................................................................................. 88
4.5.5 Código Florestal Brasileiro e Código Florestal do Estado do Rio Grande do Sul .................. 88
5 SÍNTESE DO PROBLEMA..................................................................................................................... 89
5.1 O problema na macroescala....................................................................................................... 89
5.2 O problema na mesoescala ........................................................................................................ 89
5.3 O problema na microescala...................................................................................................... 104
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................................. 110
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................................... 111
APÊNDICES .......................................................................................................................................... 118
ANEXOS ............................................................................................................................................... 172
1 INTRODUÇÃO
De fato, a utilização do espaço público urbano pelo homem tem sido dificultada por um
discurso político que prioriza investimentos voltados ao trânsito de veículos motorizados individuais,
bem como a desconsideração das paisagens culturais. As cidades tem tido suas áreas livres cada vez
mais reduzidas, destruídas em função do adensamento do solo urbano, das ocupações e
impermeabilizações do solo, entre outras ações antrópicas. Para piorar ainda mais essa situação
caótica, a partir do século XX, as cidades passaram a enfrentar junto a esses, outros problemas como
gentrificação, segregação social e espacial. Desfrutar dos espaços livres da cidade tornou-se algo,
quando não impossível, muito desconfortável e pouco atrativo.
Mais do que nunca, torna-se necessário realizar intervenções na escala da cidade que
revertam essa situação por meio da qualificação da paisagem, oferecendo um espaço público seguro,
vivo, saudável e sustentável para seus habitantes.
1.2 Objetivos
A proposta do trabalho tem como objetivo geral qualificar a paisagem urbana do bairro
Camobi com uma abordagem humanista, ou seja, que devolva ao homem seu status prioritário no
espaço público.
14
elaborar diretrizes para o paisagismo do bairro Camobi como um todo (escala macro) e para
as suas centralidades (escala meso);
fortalecer a identidade de Camobi como um lugar humano, que promove a qualidade de vida
e segurança de seus moradores, incentiva o zelo pelo patrimônio público e reforça o
sentimento de pertencimento ao bairro.
1.3 Justificativa
Do ponto de vista ambiental, priorizar o ser humano na paisagem urbana vem ao encontro
das políticas de incentivo de uma mobilidade urbana mais sustentável através do pedestre e do
ciclista. Esses devem se sentir convidados a caminhar e a pedalar em um bom espaço público,
reduzindo a necessidade de deslocamentos motorizados em curtas distâncias e priorizando a
qualidade de vida urbana uma vez que traz inúmeros benefícios: pessoais, sociais, culturais,
econômicos e ambientais. Em uma zona de expansão urbana, contexto em que se insere o bairro
Camobi, a arquitetura da paisagem também vem a harmonizar o sistema urbano com o natural,
propondo um equilíbrio entre áreas livres e edificadas.
O paisagismo possibilita resgatar a função social dos espaços públicos da cidade como locais
de encontro, de lazer e de recreação através da proposição de ambientes atraentes e funcionais para
o ser humano e mais integrados às paisagens culturais e naturais existentes.
A melhoria da paisagem resgata o pedalar e o caminhar como parte integrante das atividades
diárias das pessoas. Sob a ótica da saúde, colabora no combate ao sedentarismo oportunizando a
prática de exercícios no espaço público, alcançando a parcela da população que não tem condições
financeiras de frequentar academias.
1.4 Contextualização
De acordo com Zein (2006, p. 41), na escala da cidade, a arquitetura da paisagem atua “em
pelo menos duas instâncias: as ‘áreas vazias’ e as ‘áreas cheias’”. A primeira instância corresponde
não somente a áreas não ocupadas, “mas principalmente as que perderam seu uso em virtude das
dinâmicas urbanas” e que vem sendo aproveitadas para parques urbanos no mundo todo.
Nas “áreas cheias”, o paisagismo varia “desde o desenho urbano às intervenções mais
singelas, mas não menos importantes, de colaboração para a harmonização e recuperação de
ambientes urbanos” (ZEIN, 2006, p. 42). Em termos de Brasil, merece destaque a transformação do
Vale do Anhangabaú (até então uma área de conflito de pedestres e veículos motorizados) em um
dos maiores espaços livres da área central de São Paulo: uma grande praça configurada em uma laje-
jardim, sob a qual os veículos circulam por um túnel (KLIASS, 2006). Eventualmente, o paisagismo
pode reunir também as duas instâncias, sendo um bom exemplo o High Line, parque público
concebido sobre uma antiga linha de trem de carga em Manhattan, Nova Iorque, EUA.
1.5 Metodologia
1.6 Cronograma
O cronograma (Quadro 1) foi elaborado para o desenvolvimento das etapas do trabalho para
um período previsto de um ano.
NOVEMBRO
DEZEMBRO
SETEMBRO
OUTUBRO
AGOSTO
MARÇO
JUNHO
JULHO
ABRIL
MAIO
ETAPAS
Recesso
1 Plano de trabalho específico
2 Pesquisa
3 Partido geral
4 Painel intermediário
5 Entrega e defesa final
Quadro 1 – Cronograma
1.7 Recursos
2.1.1 Paisagem
Carlos (1994 apud SCHLEE et al., 2009, p. 35) associa paisagem ao que é “imediatamente
visível, aquilo que somos capazes de apreender pelo olhar, em uma unidade visual”. Pena (2014)
complementa ao dizer que, através de pelo menos um dos cinco sentidos (visão, audição, olfato, tato
e paladar), o homem percebe o conjunto de elementos configuradores de um determinado espaço: a
paisagem. E distingue a paisagem natural, onde predominam transformações realizadas
exclusivamente pela natureza, da paisagem cultural, que revela as transformações realizadas pelo ser
humano, através da exploração e utilização dos recursos naturais. Muitas vezes, essas duas paisagens
não se encontram totalmente isoladas, mas sim, sobrepostas, dividindo o mesmo espaço.
Leite (1992, p. 45 apud SCHLEE et al., 2009, p. 37) subdivide a análise da paisagem em duas
vertentes. A primeira faz referência à paisagem em sua “essência física, material, objetiva,
categorizável”, na qual se inclui a abordagem ecológica da paisagem. A segunda vertente relaciona a
paisagem à sua “essência simbólica, à sua experimentação e criação individual ou coletiva”.
19
Sob uma abordagem ecológica1, a paisagem pode ser entendida como um mosaico no qual
ocorrem ecossistemas específicos e usos do solo diversos que interagem entre si. A paisagem como
sistema vivo exibe três características principais: estrutura, funcionamento e mudança. A estrutura
da paisagem é o padrão espacial de como se arranjam os seus elementos: matriz, fragmento e
corredor (DRAMSTAD; OLSON; FORMAN, 1996).
1
Ecologia é o estudo das interações entre organismos vivos e seus meios físico-ambientais (DRAMSTAD;
OLSON; FORMAN, 1996). Essa interação estabelece um sistema ecológico ou ecossistema, composto por
fatores bióticos, ou seja, todos os seres vivos como animais, vegetais, bactérias e fungos, e os fatores abióticos:
minerais, insolação, temperatura, entre outros. Em um ecossistema há um ciclo de transferência de energia
entre os seres vivos, chamado de cadeia alimentar. Os seres que produzem seu próprio alimento, como os
vegetais, são chamados autotróficos, os quais servem de alimento para seres heterotróficos, que não
produzem seu próprio alimento, como a maioria dos animais. Estes se alimentam de vegetais ou de outros
animais, sendo chamados de consumidores. No final da cadeia alimentar, situam-se os seres decompositores,
também heterotróficos, mas que se alimentam de matéria morta, grupo no qual se incluem bactérias e fungos
(FARIA, 2014).
20
número na paisagem. Quanto à localização, podem ser benéficos, como remanescentes florestais em
áreas agrícolas; ou prejudiciais, como um aterro próximo de áreas alagáveis sensíveis (DRAMSTAD;
OLSON; FORMAN, 1996).
O último elemento da estrutura da paisagem são os corredores, os quais são “unidades que
diferem da matriz e conectam os fragmentos” (FORMAN; GODRON, 1986 apud INSTITUTO
SOCIOAMBIENTAL, 2014). A conectividade da paisagem tem sua importância na facilitação dos
“fluxos biológicos, ou seja, a continuidade espacial do habitat original” (FORMAN, 1998 apud
INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL, 2014). Fragmentos maiores tendem a manter os seus processos
ecológicos e um maior número de espécies. Porém, o seu grau de isolamento na paisagem influi na
sua conectividade. A ausência de corredores compromete a mobilidade dos organismos de um
remanescente de mata isolado no tecido urbano, por exemplo, especialmente quando se
considerada a probabilidade de atropelamento da fauna (INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL, 2014).
Meinig (1979, p. 6 apud SCHLEE et al., 2009, p. 37) considera “todas as paisagens como
simbólicas, como expressão dos valores culturais, do comportamento social e de ações individuais
trabalhadas em localidades específicas por um período de tempo”.
Para Lynch (1997, p. 4), a fisionomia das cidades evoca nas pessoas uma imagem mental do
seu ambiente, “produto tanto da sensação imediata quanto da lembrança de experiências passadas,
e seu uso se presta a interpretar as informações e orientar a ação”. Essa imagem é conformada
através de cinco tipos de elementos físicos perceptíveis nas formas urbanas (vias, limites, bairros,
pontos nodais e marcos), mas sofre influência também do “significado social de uma área, sua
função, sua história, ou mesmo seu nome” (LYNCH, 1997, p. 51). Del Rio (1990, p. 96) enfatiza a
importância da imagem “no fato que a população busca perceber lugares familiares em seu
ambiente construído que estejam carregados de memórias significativas e que possam gerar-lhes
estabilidade psíquica e social”.
O espaço urbano de uma cidade capitalista, de acordo com Corrêa (1989, p. 11), é
simultaneamente “fragmentado, articulado, reflexo e condicionante social, cheio de símbolos e
campo de lutas”. É espaço fragmentado na medida em que diferentes usos da terra justapostos entre
si definem áreas residenciais, industriais, centrais (concentrando atividades comerciais, de serviço e
gestão) e de reserva para futura expansão.
O espaço fragmentado é articulado porque suas partes mantêm relações espaciais com as
demais, em intensidades variáveis. Verifica-se, empiricamente, a manifestação da articulação através
dos fluxos de veículos e pessoas entre as diversas áreas da cidade. Também o capitalismo articula o
espaço fragmentado com a “circulação de decisões e investimentos de capital, mais-valia, salários,
juros, rendas, envolvendo ainda a prática do poder e da ideologia” (CORRÊA, 1989, p. 8). O núcleo
dessa articulação, tradicionalmente, é o centro de cidade.
22
A construção do espaço urbano envolve ações que se acumulam ao longo tempo, realizadas
por agentes sociais produtores e consumidores do espaço. Entre os quais se incluem: os proprietários
dos meios de produção, os proprietários fundiários, os promotores imobiliários, o Estado e os grupos
sociais excluídos (CORRÊA, 1989).
Carmona et al. (2010) denomina de espaço urbano tradicional as formas urbanas do período
imediatamente anterior ao da Revolução Industrial (século XVIII), quando o desenvolvimento urbano
era limitado pelo transporte e pelos materiais e técnicas construtivas. As cidades eram compactas
permitindo o deslocamento a pé e a cavalo. A capacidade de carga das estruturas de alvenaria e
madeira limitava a altura das edificações a seis ou sete andares e os materiais disponíveis no local
geravam ambiências urbanas características e relativamente uniformes e estáveis.
metrô, já no século XX, rompeu-se o paradigma da necessidade de proximidade espacial entre o local
de trabalho e as moradias, permitindo a descentralização da habitação na forma dos subúrbios
(CARMONA et al., 2010).
A oportunidade e vontade política para testar essas novas teorias vieram a partir de 1945,
com o fim da Segunda Guerra Mundial. Sob a forma de intervenções urbanísticas e políticas de
renovação urbana, os projetos visavam à reposição completa de grandes áreas do tecido urbano
consolidado, destruídos pelo bombardeamento durante a guerra, ou considerados deteriorados ou
em decadência. Os novos planos e projetos seguiam os princípios estabelecidos nos Congressos de
Arquitetura Moderna e da Carta de Atenas (DEL RIO, 1990). Um dos elementos-chave da Carta de
Atenas era o zoneamento funcional, que propunha uma rígida separação de usos do solo nos planos
urbanísticos. A justificativa ia além da esfera ambiental, baseando-se na ideia de novas formas de
transporte eficientes unindo as diferentes zonas. A Carta de Atenas também considerava a cidade
despreparada para acomodar o carro, sendo necessárias grandes transformações e segregação entre
pedestres e veículos para resolver conflitos (CARMONA et al., 2010). Esses princípios também foram
aplicados fora da Europa, principalmente nos Estados Unidos, em áreas centrais que se encontravam
em situação de esvaziamento populacional e econômico (DEL RIO, 1990). Assim,
O Brasil, a partir da política de incentivos à indústria automobilística nos anos 1950, deixou
de privilegiar o transporte público. O paradigma modernista de facilitar a livre circulação de veículos
individuais foi seguido à risca, com as cidades sendo invadidas por grandes estruturas rodoviaristas:
24
avenidas de passagem, viadutos, pontes e túneis. No Rio de Janeiro foi construída a Perimetral
carioca (entre as décadas de 1950 a 1970): um elevado de 5,5 km de comprimento, implantado sem
nenhuma preocupação com a cidade existente, conforme relata França (2014):
De acordo com Kohlsdorf (1985 apud DEL RIO, 1990), os trabalhos de planejamento
urbano eram generalizantes, elaborados a partir de estatísticas, que ignoravam especificidades da
cidade nos níveis físico-espacial, sócio-cultural e microeconômico:
Souza (2008) esclarece que o planejamento urbano é um campo que congrega diferentes
profissionais, não apenas arquitetos, mas também cientistas sociais. Já o urbanismo pertence, de
fato e de direito, à tradição do saber arquitetônico, englobando assuntos como o traçado e a forma
de logradouros, os conjuntos espaciais intra-urbanos e o mobiliário urbano. O descontentamento
com o fato de o Urbanismo ter sido excessivamente associado ao modernismo e o desgaste
ideológico do planejamento urbano levou arquitetos da pós-modernidade a adotar a expressão
urban design, ou desenho urbano, assim definido:
Gehl (2013) aborda a necessidade de se projetar a cidade ao nível dos olhos para a
construção da paisagem urbana atraente ao ser humano, chamando a atenção para o fato de que,
logo no início desse milênio, a população mundial passou a ser predominantemente urbana. Sendo
assim, a tendência verificada é o crescimento das cidades, as quais deverão realizar mudanças
cruciais no planejamento de suas prioridades. Um objetivo-chave é um foco maior nas necessidades
das pessoas que utilizam as cidades: “uma política urbana integrada para desenvolver cidades vivas,
seguras, sustentáveis e saudáveis” (GEHL, 2013, p. 6).
A escala mais importante para o planejamento urbano é a da cidade ao nível dos olhos,
aquela em que as pessoas se encontram de perto com a cidade, onde “o pedestre tem tempo para
fruir a qualidade ou sofrer com sua falta” (GEHL, 2013, p. 118). Há uma relação direta entre o
comportamento humano e as estruturas urbanas: “primeiro nós moldamos as cidades – então, elas
nos moldam” (GEHL, 2013, p. 9). As atividades na cidade dependem basicamente de convites feitos à
população. Construir mais vias é um convite ao uso de mais automóveis. Dispor de infraestrutura
para o ciclista é um convite a pedalar pela cidade. Melhorar o espaço urbano é convidar à vida na
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cidade. Para incluir a dimensão humana no planejamento da cidade, o ponto inicial é a abordagem
das atividades humanas universais:
As cidades devem propiciar boas condições para que as pessoas caminhem, parem,
sentem-se, olhem, ouçam e falem. Se tais atividades básicas, ligadas aos sentidos e
ao aparelho motor humano, puderem ocorrem em boas condições, essas e outras
atividades relacionadas deverão ser capazes de se desdobrar em todas as
combinações possíveis na paisagem humana. (GEHL, 2013, p. 118).
Campoli (2012) aponta seis elementos que fazem uma vizinhança ser caminhável: conexões,
estrutura fundiária, densidade, serviços, paisagem da rua e caminhos verdes. As conexões são
importantes porque oferecem ao pedestre a escolha de rotas possíveis. Vizinhanças caminháveis
dispõem de quarteirões menores, com intersecções em intervalos frequentes. Quando os
quarteirões são maiores, a fim de melhor aproveitamento da infraestrutura urbana, há possibilidade
de utilizar caminhos pelo meio de quadra. A proporção de ruas e quarteirões determina quão direta
será a rota entre dois pontos da vizinhança e a facilidade de acesso a pé. A estrutura fundiária de um
parcelamento determina a forma das edificações construídas. Supondo-se um mesmo quarteirão,
dividido de duas maneiras: a primeira com lotes de menor testada e a segunda, com maior testada. A
primeira divisão permite um número maior de edificações diferentes, o que gera diversidade. A
maior diversidade possibilita uma maior quantidade de destinos em uma mesma área, diminuindo a
distância para o pedestre percorrer. A densidade permite a concentração de pessoas em vizinhanças
compactas, o que novamente diminui a distância a ser percorrida a pé. A existência de serviços
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próximos das residências facilita a vida do pedestre, o que deve ser buscado na mistura de usos.
Finalmente, uma boa paisagem da rua e os caminhos verdes tornam o caminhar mais atraente ao
pedestre ao reunir estímulos sensoriais agradáveis.
As atividades humanas estacionárias no espaço público podem ser descritas numa escala
segundo o grau de necessidade. Atividades estacionárias necessárias acontecem independente da
qualidade urbana, como o comércio de rua ou esperar pelo transporte público. Atividades
estacionárias opcionais, como “sentar em bancos, em cafés, para observar o movimento e
acompanhar a vida da cidade” são influenciadas pela “qualidade da situação, do tempo e do local”,
podendo ser usadas como “padrão para medir a qualidade da cidade” (GEHL, 2013, p. 134).
Ficar parado em pé em um curto intervalo de tempo não exige um grande esforço. Quando
os pedestres necessitam ficar mais tempo parados, esperando alguém, por exemplo, procuram por
lugares bons para permanência, tendendo a se aproximar dos limites do espaço público, fenômeno
denominado “efeito dos espaços de transição” (GEHL, 2013, p. 137). Ali, o pedestre não fica no meio
do caminho de outros pedestres, podendo manter-se discreto, com a vista à sua frente desimpedida
e suas costas protegidas de surpresas que venham por trás. Lugares bons “combinam muitas
vantagens e poucas desvantagens” (GEHL, 2013, p. 140). Um espaço urbano que não tenha essas
transições oferece poucas condições para atividades de permanência.
28
Lugares bons para permanência devem dispor de “uma seleção variada e ampla de assentos,
[...] com uma combinação de assentos secundários e primários” (GEHL, 2013, p. 141). Assentos
primários são compostos pelo mobiliário propriamente dito: cadeiras e bancos. Assentos secundários
podem ser qualquer objeto que possa ser utilizado como assento: pedestais, fontes, degraus, pedras,
monumentos, esculturas, pisos etc. Eles permitem uma acomodação mais informal e suprir a alta
demanda de assentos primários nos espaços públicos movimentados. Um bom design e boa
localização são importantes: “mobiliário urbano confortável, de preferência com encosto e braço” e
não disposto “no meio do nada, longe dos espaços de transição” (GEHL, 2013, p. 144).
Uma forte tendência em diversos países é o aumento do número de cafés com assentos nas
calçadas, que oferecem “cadeiras razoavelmente confortáveis e uma boa visão dos passantes. A
verdadeira justificativa e atração dos cafés de calçada é exatamente essa: a vida na calçada” (GEHL,
2013, p. 146).
A cidade como bom local de interação social necessita de oportunidades para a ocorrência de
três atividades humanas básicas: ver, ouvir e falar. Ver e ser visto constituem-se nas formas mais
simples e comuns de encontro social, ocorrendo sempre que andamos, paramos ou ficamos
sentados. A vida urbana é uma atração por si só, devendo ser incluída no planejamento das opções
para se olhar da cidade, da mesma maneira que se consideram visuais da arquitetura, da água e da
vegetação. Também importante é o contato visual entre exterior e interior de edificações,
principalmente no andar térreo, pois aumentam as oportunidades de experiência. Lojas devem ter
visuais mais abertas de suas vitrines, enquanto que residências podem utilizar de recursos como
paisagismo para permitir o contato visual, mas resguardando a privacidade. Em ruas de tráfego
intenso, com alto nível de ruído, é necessário gritar e falar muito perto para poder ouvir e ser ouvido.
Causador de estresse, o ruído é um dos mais significativos argumentos para redução do tráfego
motorizado. Há ainda a questão de se proporcionar espaço para trocas democráticas sob a forma de
festas de rua, manifestações, marchas, encontros, desfiles, recreação, exercícios físicos, entre outros
(GEHL, 2013).
29
Para Peñalosa (2012), é necessário que exista uma rede cicloviária para conexão das partes
da cidade, senão o seu uso não será como esperado. Para que a mais de 10% da população da cidade
pedale, o autor considera duas condições básicas: a velocidade máxima permitida para os carros na
vizinhança não pode ultrapassar 30 km/h e deve existir a separação física entre ciclistas, carros e
pedestres.
Para a integração das bicicletas ao transporte público, Anaya (2012, p. 56) recomenda que se
criem espaços seguros para estacionamento de bicicletas, permitindo que as pessoas utilizem a
bicicleta no “último quilômetro de seu trajeto, que também inclui ônibus, trens e até carro”, num
sistema intermodal. Mais conveniente seria a combinação de bicicletários com lojas de serviço ou
oficinas, configurando “estações de bicicletas”, oferecendo uma infraestrutura para o ciclista
semelhante aos postos de gasolina e oficinas mecânicas para automóveis.
verde cubra 40% da cidade, com rotas para pedestres e ciclistas ligando pontos importantes nas
zonas centrais e periféricas. Através de campanhas de conscientização e obras de infraestrutura, a
previsão é de que seja possível explorar a cidade a pé ou de bicicleta nos próximos 15 ou 20 anos
(UMA CIDADE..., 2014). Na Espanha, o Programa de Vías Verdes existe desde 1993, incentivando a
transformação de estruturas ferroviárias desativadas em rotas não motorizadas para pedestres,
ciclistas e patinadores. Partindo-se de um programa nacional, desenvolveram-se políticas municipais
com planos específicos para atuação local. Apoiada na regeneração de áreas urbanas degradadas, o
programa possibilita a educação ambiental para os cidadãos (PROGRAMA..., 2013)
As diversas mudanças de hábitos pelas quais passa a sociedade contemporânea têm levado a
uma vida sedentária: são mais horas dirigindo e trabalhando sentados frente ao computador; os
elevadores e as escadas rolantes aliviam o esforço físico nas escadas; as pessoas comem mal e fazem
poucos exercícios físicos. Um modelo em que muitas pessoas não têm oportunidade natural de
exercitar o corpo e gastar energia diariamente reflete-se na diminuição da qualidade de vida;
aumento dos custos com a saúde e diminuição da expectativa de vida da população. A solução é
buscar voluntariamente, mas eles exigem tempo, determinação e força de vontade, o que muitos
não têm (GEHL, 2013).
Gehl (2013) sugere que os exercícios façam parte natural da vida diária através de
caminhadas e pedaladas inseridas no transporte cotidiano. Para isso, devem existir incentivos que
incluam “uma infraestrutura física na forma de percursos de qualidade para caminhadas e ciclismo”,
além de uma “ampla campanha informativa sobre as vantagens e oportunidades de se utilizar a
própria energia pessoal para o transporte” (GEHL, 2013, p. 113). Entre as melhorias para pedestres e
ciclistas incluem-se calçadas mais largas, melhores superfícies de piso, mais árvores para
sombreamento, remoção de obstáculos das calçadas e melhoramento dos cruzamentos.
(2013) levanta a problemática da prática de atividade física em ambientes com altas taxas de
poluição ao realizar medições de concentração de poluentes no ar em diferentes ruas de
Minneapolis (EUA). Os resultados indicaram uma drástica redução dos níveis de poluentes em ruas
afastadas um quarteirão apenas das vias de maior fluxo, sugerindo que a saúde das pessoas está
mais protegida em ambientes com menor fluxo de veículos.
De acordo com Bischoff (2011), nos EUA, o conceito remonta ao século XIX, quando
protótipos de corredores verdes foram propostos por Frederick Law Olmsted em seu Park and
Piedmont Way Play, que incluía uma ligação entre o campus do Colégio da Califórnia em Berkley e a
cidade de Oakland. O principal propósito dos corredores verdes era proporcionar um passeio cênico
prazeroso, ou seja, uma boa experiência sensorial no espaço público. Olmsted e seu colega Calvert
Vaux também perceberam a necessidade de conectar os espaços verdes das cidades através dessas
vias não motorizadas. A premissa era de que o oferecimento de mais oportunidades para os cidadãos
entrarem em contato com a natureza aliviaria o estresse da vida urbana.
muito pouco para cima (em torno de 50° a 55°) e um pouco mais para baixo (em torno de 70° a 80°).
Por essa razão, o térreo é a parte da edificação melhor experimentada pelo pedestre. A comunicação
entre usuários de edifícios altos e o seu entorno é “excelente a partir dos dois andares inferiores e
possível a partir dos terceiro, quarto e quinto andares” (GEHL, 2013, p. 42).
Quando o pedestre anda na rua a sua velocidade normal (de 4 a 5 km/h) há tempo para
percepções de detalhes na paisagem, como letreiros pequenos e rostos. Já em um automóvel
movimentando-se numa rodovia a 50, 80 ou 100 km/h, para que passageiros e motoristas
apreendam elementos da paisagem, “os sinais têm de ser simplificados e ampliados” (GEHL, 2013, p.
44), perde-se o detalhe e a escala humana.
De acordo com Gehl (2013), é condição essencial para que as pessoas abracem o espaço
urbano o sentimento de segurança, em relação ao tráfego e à criminalidade. O aumento do tráfego
de veículos coincidiu com um maior índice de acidentes de trânsito, gerando um impacto direto na
circulação de pedestres e ciclistas:
À medida que mais carros tomaram as ruas, cada vez mais planejadores de tráfego
e políticos concentraram-se em criar espaço para eles e para estacionamentos.
Como resultado, deterioraram-se as condições para pedestres e ciclistas.
Gradualmente, calçadas estreitas foram ficando pontilhadas de placas de
sinalização, parquímetros, postes, luminárias de rua e outros obstáculos colocados
de modo a “não ficar no caminho”. Entenda-se, “no caminho do tráfego
motorizado”, que é o que importa. Aos obstáculos físicos, juntem-se as freqüentes
interrupções no ritmo da caminhada causadas pelas longas paradas em semáforos,
difíceis cruzamentos de ruas, passagens elevadas para pedestres e túneis
subterrâneos desertos. (GEHL, 2013, p. 91).
Uma solução para prevenir acidentes com pedestres, dos “primórdios da invasão
automobilística” [1950-1970] foi o uso de passarelas e passagens subterrâneas para segregar
veículos e pedestres (GEHL, 2013, p. 131). Na prática, verificou-se que elas “não eram muito
apreciadas, e somente funcionavam se cercas altas também fossem construídas ao longo das
estradas, para não dar alternativa aos pedestres”. As passarelas geralmente não atendiam também a
critérios de acessibilidade universal. Caminhar tornou-se, quando não impossível, muito mais difícil e
menos atrativo.
33
“Nas cidades, onde a invasão dos carros começou mais cedo e se prolongou por décadas,
percebe-se agora intensa reação contra o foco míope priorizando os carros, foco esse que desferiu
duros golpes na vida urbana e no tráfego de bicicletas” (GEHL, 2013, p. 93). Sobretudo na Europa,
mudaram-se conceitos no planejamento de tráfego no século XXI, reconhecendo-se gradualmente a
importância de promover o tráfego de bicicletas e pedestres. Isso contribuiu para uma melhor
compreensão da natureza e das causas dos acidentes. Até os anos 1960, na Europa só existiam dois
modelos de ruas: com circulação de veículos e de pedestres. Novas modalidades surgiram desde
então: ruas só com passagem de veículos, bulevares, tráfego a 30 km/h; prioridade aos pedestres;
áreas com velocidade de 15 km/h; pedestres e bondes; pedestres e bicicletas; e só pedestres.
Em relação à segurança contra a criminalidade, Jacobs (2000) aponta três características que
a rua por onde circulam desconhecidos precisa ter. A primeira delas é a nítida separação entre o
espaço público e o espaço privado, para que fique claro os limites da área a ser vigiada: o espaço
público. Para Saboya (2010), essa característica é “uma crítica direta [por parte de Jacobs] aos ideais
modernistas [...] de construir edificações sobre pilotis soltas sobre amplas áreas verdes, de forma
que os espaços públicos permeassem todo o bairro”, dissolvendo “os limites do que é visto como
responsabilidade de cada pessoa no que diz respeito à vigilância natural”.
A segunda característica é a existência dos olhos para as ruas: pessoas que frequentam as
ruas ou as observam das suas janelas, exercendo uma vigilância natural sobre o que ali acontece. Os
edifícios devem estar voltados para a rua, sem fachadas cegas. A terceira característica é que “a
calçada deve ter usuários transitando ininterruptamente, tanto para aumentar na rua o número de
olhos atentos quanto para induzir um número suficiente de pessoas de dentro dos edifícios da rua a
observar as calçadas” (JACOBS, 2000, p. 36).
Para que haja a vigilância natural das ruas, é necessário um número considerável de
estabelecimentos comerciais, de serviço e outros locais públicos ao longo das calçadas e que,
sobretudo, eles sejam frequentados também à noite. Tornam-se motivos concretos para que as
pessoas utilizem as ruas e passem por lugares não atrativos e pouco vigiados, gerando movimento e,
por conseguinte, vigilância. Como lojistas e comerciantes importam-se com a segurança dos seus
clientes, acabam exercendo uma maior vigilância sobre as ruas de seus estabelecimentos. A
circulação de pessoas também atrai mais pessoas por si só, pois habitantes das cidades tem prazer
em ver o movimento (JACOBS, 2000).
degraus e patamares que levam aos andares dos edifícios) podem configurar-se como espaços de
transição suave, exercendo um efeito positivo (GEHL, 2013). Conforme orienta o arquiteto Ralph
Erskine em seu relato pessoal a Gehl (2013):
Se o conjunto for interessante e estimulante ao nível dos olhos, toda a área será
interessante. Portanto, tente fazer uma zona de transição convidativa e rica em
detalhes, e economize seus esforços nos andares superiores, que têm muito menos
importância, tanto funcional quanto visualmente. (GEHL, 2013, p. 82).
O trabalho com a qualidade visual da cidade trata da estética: dos detalhes de elementos
individuais à sua coordenação visual “[...] Belos espaços, detalhes cuidadosamente planejados e
materiais genuínos provêem experiências valiosas em si, e também acrescentam uma camada extra
de valor para as outras qualidades que a cidade tenha a oferecer” (GEHL, 2013, p. 178). A arte
contribui para a qualidade do espaço urbano ao comunicar mensagens, ao informar sobre a vida em
sociedade, ao resgatar a memória de eventos. A iluminação da cidade pode, inclusive, ganhar
expressividade artística em espaços livres e edifícios, consistindo em um recurso funcional e estético
à noite.
3 ESTUDO DE CASO E DE REFERENCIAIS
Figura 1 – Ícones das categorias de referências projetuais a serem utilizadas: trato do pedestre, mobiliário
urbano, mobilidade alternativa, patrimônio cultural e patrimônio natural, respectivamente.
O estudo de caso trata da reformulação da Av. Paulista (visitada pelo autor durante viagem
acadêmica do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFSM no segundo semestre de 2011),
aproveitando-se do contexto de conflito entre pedestres e veículos motorizados em uma área urbana
densificada. Os estudos de referenciais tratam da transformação de um centro histórico em área de
pedestres e da proposta de um corredor verde para conexão da paisagem urbana ao longo de um rio.
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INFORMAÇÕES GERAIS
TIPOLOGIA DE
Via arterial
ESPAÇO LIVRE
LOCAL São Paulo, Brasil
Rosa Grena Kliass (paisagismo)
Cauduro e Martino Arquitetos
PROJETISTA
Associados (comunicação visual e
mobiliário urbano)
ANO 1973
EXTENSÃO Aproximadamente 3 km
DADOS DO PROJETO
A Av. Paulista (Figura 2) é uma das mais importantes vias arteriais de São Paulo, desde a
década de 1970. Iniciativa de Joaquim Eugênio de Lima juntamente com dois sócios, foi inaugurada
em 1891, criando um novo eixo norteador de loteamentos associado à expansão do centro na
direção oeste. No início do século XX, configurava-se como um grande boulevard, de lotes generosos
equivalentes a pequenas chácaras, com casarões ecléticos implantados em meio a magníficos jardins.
Seu processo de transformação inicia-se com a construção de edifícios multifamiliares residenciais
nos anos 1940 e do Conjunto Nacional, emblemático edifício de uso misto, nos anos 1950.
Com o crescimento populacional de São Paulo, na passagem dos anos 1960 para os 1970, a
avenida passou a contar com elevado tráfego local, além de servir como ligação entre bairros. Sem
uma estratégia de preservação do patrimônio edificado, os casarões ecléticos foram sendo
demolidos, consolidando a figura do espigão: termo popular para designação de arranha-céu. No
início dos anos 1970, já em processo acelerado de verticalização, a Paulista recebeu intervenções que
mudaram sua ambiência, contexto em que se insere o trabalho de Kliass, Cauduro e Martino
(KATHOUNI, 2008; LONGO JUNIOR, 2007).
Dentro do processo de reformulação e ampliação de pistas da Av. Paulista, tinham-se como
objetivos o tratamento paisagístico, a elaboração da comunicação visual e proposição de mobiliário
37
urbano (KATHOUNI, 2008). O projeto visava contemplar tanto os pedestres como os motoristas que
circulavam pela Av. Paulista.
O principal condicionante para o projeto paisagístico e de comunicação visual era a
ampliação do gabarito viário através da desapropriação de parte dos jardins frontais dos lotes com
testada para a Paulista, já em andamento, justificada em função do aumento do tráfego. O grande
número de pedestres circulando, ocasionando conflitos com os veículos motorizados também era
relevante e foi considerado. Outro condicionante importante era a ambiência da avenida em 1973,
pré-intervenção: a selva de pedra, onde imperavam conflitos de ordem estética, funcional e
ambiental. De acordo com Longo Junior (2007), havia até dez tipos diferentes de suportes para
placas de trânsito, placas de logradouros, semáforos e mobiliário urbano, que tornavam o conjunto
conflitante e desinformante.
SOLUÇÕES PROJETUAIS
Com um gabarito total de cinquenta metros, a ampliação da Av. Paulista destinou dez metros
para cada passeio. O espaço restante ficou reservado para quatro autopistas em cada lado,
separadas por um canteiro central.
A fim de disciplinar a travessia da via, foram implantados bloqueios de pequena altura no
limite do passeio com o leito viário, configurando canteiros vegetados onde se situavam vasos. A
estratégia visava à segurança e criava ambientes de estar, coordenados com o mobiliário urbano.
Para evitar a interferência dos postes de iluminação na área de circulação de pedestres, eles foram
dispostos apenas no canteiro central, com grande altura (KLIASS, 2006). Já os pontos de ônibus foram
deslocados das proximidades de esquinas para o centro dos quarteirões, descongestionando os
cruzamentos (LONGO JUNIOR, 2007).
Diferentes estratos e espécies compunham a vegetação, englobando árvores e arbustos,
escolhidos para que a apresentassem texturas e cores variadas durante todo o ano. Algumas
espécies nativas de pequeno e médio portes utilizadas eram: ipê-amarelo, sibipiruna, quaresmeira e
guaimbê. Do grupo de exóticas, constam a acalifa e a espatódea (KLIASS, 2006).
Dentre todas as peças de mobiliário urbano criadas para Av. Paulista, as mais icônicas são o
poste de uso múltiplo e o abrigo para pedestres. O primeiro foi idealizado para sinalização, de modo
que agregasse o maior número de mensagens em um mesmo suporte, orientando pedestres e
motoristas (a uma distância máxima de 100 m) ao longo de todo o percurso (LONGO JUNIOR, 2007).
Longo Junior (2007, p. 90) resume o conceito na “supressão quase absoluta do suporte stricto sensu”,
ou seja, “informação pura em um suporte (plano de apoio) tendendo a zero”. O design final (Figura
3) definiu-o como um prisma retangular de 7,20 m x 0,42 m x 0,20 m, com três níveis de percepção
38
contemplados. No primeiro nível (até 2,30 m de altura), equivalente ao do pedestre, ficavam o nome
da rua transversal, a numeração do quarteirão, informações de serviços eventuais, o semáforo para
pedestres e uma lixeira embutida. O segundo nível (de 2,30 m a 3,80 m de altura), do motorista a
curta distância, reunia o semáforo rebatedor e as placas de trânsito (no máximo três por poste). No
último nível (acima de 3,80 m), do motorista a longa distância, restavam o semáforo principal, a
identificação da rua transversal (com sua numeração à altura do cruzamento) e as mensagens de
logradouros e percursos (com seus respectivos signos direcionais). Os postes foram produzidos em
três cores que os diferenciavam: preto, nos cruzamentos, sinalizando ruas transversais e recebendo
os semáforos; verde, indicando os possíveis percursos ao longo da avenida e azul, identificando
serviços como ponto de ônibus (LONGO JUNIOR, 2007).
Também em fibra de vidro moldada, foram propostos como complemento do espaço: bancas
de jornal, lanchonetes e bancas de flores (LONGO JUNIOR, 2007), antecipando e prevenindo uma
possível apropriação desregrada do espaço pelos comerciantes.
A pavimentação foi realizada em mosaico português nas cores branco e preto, trabalhado em
faixas com diferentes larguras longitudinais e transversais (Figura 5). Nos pontos onde era possível a
travessia da via, o piso sinalizava através do mesmo desenho. Cada quarteirão teve um desenho
personalizado, considerando acessos de garagem pré-existentes, pontos de ônibus, pontos de táxi e
desembarque de passageiros. Em dois trechos, o desenho do piso era diferenciado: no passeio em
frente ao Parque Trianon e na Praça Osvaldo Cruz, englobando linhas curvas, na última (KLIASS,
2006).
40
O projeto assume a paisagem dos espigões e da velocidade da via expressa, porém humaniza
a rua através da fragmentação da grande escala, incorporando ao espaço público elementos como a
vegetação em diferentes estratos e o piso com desenho diferenciado, ao invés de uma padronização
monótona das peças assentadas.
CONGRUÊNCIA
ao uso de bicicletas como meio de transporte seguro. O que existe hoje é uma ciclofaixa junto ao
canteiro central, sem separação física com as faixas veiculares e com funcionamento apenas aos
domingos, das 7 às 16 horas (AVENIDA..., 2012). Nessas circunstâncias, o andar de bicicleta na cidade
parece ser restrito a uma prática esportiva e/ou de recreação, quando na realidade, a mídia relata
uma demanda diária de infraestrutura para pedalar em muitas cidades. Após a morte de uma ciclista
atropelada por um ônibus na Av. Paulista em 2012, a empresa de consultoria em urbanismo TC Urbes
concebeu uma proposta mostrando como seria possível conciliar diferentes modais de transporte em
um mesmo espaço (Figura 6) (TC URBES, 2012).
Figura 6 – Situação atual da Av. Paulista (A) e proposta da TC Urbes (B). Fonte: adaptado de TC Urbes, 2012.
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
INFORMAÇÕES GERAIS
TIPOLOGIA DE
Área peatonal
ESPAÇO LIVRE
LOCAL Ripoll, Espanha
ANO 2009
EXTENSÃO 4.546,16 m²
DADOS DO PROJETO
SOLUÇÕES PROJETUAIS
A transformação das ruas e praças em área de pedestres não alterou a morfologia urbana,
sendo basicamente definida pelo tratamento do plano de piso, que busca a unidade visual, a
funcionalidade, a acessibilidade do conjunto e a restrição da circulação de veículos. A isso é somada a
proposição de mobiliário urbano exclusivo.
Os usos das praças foram definidos de acordo com a sua forma espacial. A Plaza Sant Eudald,
de forma centralizada, foi elevada à categoria de praça principal da cidade, pensada para ter uso
múltiplo. Para isso, ela é liberada do mobiliário urbano, o qual é disposto apenas na sua periferia. Já
a Plaza Gran, pela sua forma linear, foi concebida como um boulevard comercial e de passeio
contínuo, o que é reforçado pela disposição também linear do mobiliário urbano e do desenho do
piso (Figura 8) (MINGUET, 2010).
A abertura do espaço na Plaza Sant Eudald estabelece uma hierarquia por tamanho, que a
destaca das demais áreas peatonais, lineares, mais enclausuradas pelas edificações e fragmentadas
pela presença do mobiliário e vegetação. Pode-se dizer que a Plaza Gran, mais larga, se torna um
caminho principal em relação às peatonais mais estreitas. O conjunto é bem conectado com as ruas
tradicionais, facilitando o acesso de pedestres e cadeirantes. Há um trecho da Plaza Gran que é
compartilhado com automóveis, porém a preferência do pedestre é enfatizada com a continuidade
do pavimento da praça e o uso de balizadores que conduzem o veículo para a rua mais próxima.
A vegetação é presente apenas na Plaza Gran, porém de maneira escassa, em canteiros
circulares no piso, preenchidos com seixos brancos (Figura 9). São utilizadas bétulas, arbóreas de
pequeno porte, nativas das zonas de clima temperado do hemisfério norte. Sua função é ornamental,
variando seus aspectos de acordo com a estação climática. Também proporcionam às áreas de
passeio e permanência a proteção visual do trecho da praça compartilhado com veículos (MINGUET,
2010).
O mobiliário tem design exclusivo do escritório, sendo projetados lixeiras, bancos e três tipos
de luminárias, de acordo com as dimensões dos espaços (Figura 10). Postes lineares para o
boulevard, postes escultóricos integrados aos bancos para as áreas de permanência e arandelas para
46
as fachadas e colunatas. Na Plaza Sant Eudald alguns embutidos no piso reforçam a iluminação, que
é feita com LEDs (exclusivamente no Centro Histórico) para reduzir o consumo de energia (MINGUET,
2010). O mobiliário mantém relação de escala com o ambiente construído: as arandelas nas
fachadas permitem a iluminação nas ruas estreitas sem comprometer a circulação. Os bancos são
poucos e não possuem encosto, o que não incentiva uma maior permanência. Porém, estão
dispostos em locais estratégicos, favoráveis para se observar a vida na cidade.
Figura 10 - Mobiliário com design exclusivo: bancos e luminárias diferenciadas. Fonte: Albero, 2013.
Figura 11 - Desenho do piso demarcando o local da antiga igreja. Fonte: Albero, 2013.
Figura 12 - Espaço de transição suave entre domínio público e privado. Fonte: Albero, 2013.
CONGRUÊNCIA
O projeto executado mantém o caráter histórico do centro ao criar as áreas peatonais sem
alterar o tecido urbano e as edificações, fazendo inserções de mobiliário e vegetação compatíveis
com a escala do lugar. Potencializa a vitalidade do comércio e da própria cidade ao melhorar a
circulação das pessoas e criar condições mínimas que incentivam a permanência no espaço.
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
INFORMAÇÕES GERAIS
TIPOLOGIA DE
Corredor verde
ESPAÇO LIVRE
LOCAL Plattsburgh, EUA.
Alta Planning + Design em parceria com o
PROJETISTA
Comitê Consultivo do Rio Saranac
ANO 2006 – em processo de implantação
DADOS DO PROJETO
incluindo conexões intermodais para balsa e trem. Espera-se que a trilha catalise o desenvolvimento
econômico, turístico e da qualidade de vida da população (ALTA PLANNING + DESIGN; SARANAC...,
2006). O público-alvo do projeto consiste em pedestres (praticantes de caminhada e corrida) e
ciclistas. Porém, são também previstos pescadores e barqueiros, já que a trilha dará acesso ao rio, e,
nos meses de inverno, esquiadores (ALTA PLANNING + DESIGN; SARANAC..., 2006).
Os principais condicionantes para o projeto foram: os trechos de trilhas, ciclovias e caminhos
de uso múltiplo pré-existentes e com potencial de interligação, como o Gordon Bike Path (Figura 14),
o Fleury Bike Path e a New York State Route 9; a disponibilidade de terrenos de propriedade pública a
serem incluídos no percurso; os principais destinos a serem servidos pela trilha, como as escolas e
universidade existentes, que demandam rotas seguras para acesso dos alunos e, por fim, o potencial
de incorporação do patrimônio cultural e natural local (ALTA PLANNING + DESIGN; SARANAC...,
2006).
Figura 14 – Trecho do Gordon Bike Path, em Plattsburgh, sendo utilizado para patinação. Fonte: Alta Planning +
Design; Saranac…, 2006.
SOLUÇÕES PROJETUAIS
conecta diferentes áreas da cidade, sendo desenvolvido em fases. A primeira fase engloba um
trecho de 4,8 km de comprimento, entre a Escola de Ensino Médio de Plattsburgh e a costa do lago
Champlain, conectando ao longo do seu percurso o centro da cidade, o campus da Universidade
Estadual de Nova York (SUNY) e as vizinhanças residenciais. Futuramente, ela pode ser estendida
para norte e oeste, conformando uma rede de trilhas (ALTA PLANNING + DESIGN; SARANAC..., 2006).
Como elemento de conexão, a trilha do rio Saranac proporciona uma vasta gama de
deslocamentos de curta distância. O percurso da primeira fase (Figura 15) inicia na Rua George Angell
Drive, passa através do campus universitário, segue através do rio pelas ruas Stelzer e Pine até a
ponte de pedestres existente na Rua Saranac. Deste ponto, tem-se a continuidade por uma rota
provisória que aproveita calçadas existentes e uma ciclofaixa aprimorada ao longo das ruas Pine e
Margaret, atravessando o rio pela ponte da Rua Bridge. Na Rua Green, a trilha de uso compartilhado
é retomada, utilizando um pequeno trecho de uma linha ferroviária abandonada chegando à costa
do lago Champlain (ALTA PLANNING + DESIGN; SARANAC..., 2006).
Figura 15 – Mapa com o percurso da primeira fase da trilha do rio Saranac, com demarcação dos elementos
que serão conectados. Fonte: Alta Planning + Design; Saranac…, 2006.
A segunda fase prevê a construção de uma nova ponte para pedestres no terreno da New
York State Electric and Gas Corporation e de acessos ao rio sob a forma de docas flutuantes,
próximas das três pontes existentes no centro da cidade. Por fim, o corredor verde do rio Saranac
52
deve ser conectado às demais trilhas existentes e criando uma rede de caminhos por toda
Plattsburgh (ALTA PLANNING + DESIGN; SARANAC..., 2006).
Nos mapas de percurso apresentados, são visualizados fragmentos de mata ciliar junto ao rio
Saranac, onde já existe uma trilha utilizada para corrida (Figura 16), porém, o projeto não entra em
detalhes a respeito do manejo dessa vegetação.
Figura 16 – Trilha existente junto aos fragmentos de mata ciliar do rio Saranac. Fonte: Alta Planning + Design;
Saranac…, 2006
O projeto do corredor verde indica o conjunto de mobiliário urbano mínimo para dar suporte
à trilha. Para aumentar a experiência do usuário, são previstas placas de informação com fatos sobre
a história e ecologia local, além da contagem de calorias perdidas através de exercício nos percursos,
o que serve como estímulo para a prática de exercícios. Para encorajar os usuários a utilizar a trilha,
serão dispostos: bebedouros de água, para pessoas e animais de estimação; bicicletários; luminárias
na escala do pedestre, aumentando a segurança e bancos em locais estratégicos, garantindo pontos
de descanso ao longo do caminho. Complementando, mapas e quiosques de informação nos pontos
de início das trilhas para guiar usuários habituais e turistas. É sugerido que artistas locais contribuam
com arte pública em determinados pontos da trilha, ressaltando a qualidade estética e funcional do
espaço, podendo servir como marcadores da quilometragem do percurso e assentos secundários. A
trilha proposta tem largura de 3 m com pavimentação asfáltica (ALTA PLANNING + DESIGN;
SARANAC..., 2006).
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O corredor verde do rio Saranac pretende ser mais do que uma trilha para caminhada e
pedalada: possibilitar uma conexão entre passado, presente e futuro da cidade. O projeto trabalha o
patrimônio cultural e a história local como elementos integrados ao design. A trilha conta a história
de Plattsburgh, permeando a população nativa, as batalhas ocorridas, o Comando Aéreo Estratégico
da Guerra Fria e a história natural do rio, através de destinos temáticos ao longo da trilha (Figura 17),
previstos para desenvolvimento nas fases subsequentes (ALTA PLANNING + DESIGN; SARANAC...,
2006).
A B
Figura 17 – Destinos temáticos ao longo da trilha: (A) mirante em forma do navio de batalha USS Saratoga na
margem do Rio Saranac; (B) réplica de um avião B-52, símbolo representativo da história da Força Aérea em
Plattsburgh e (C) playground com temática de pesca, conjugado a acesso ao rio. Fonte: adaptado de Alta
Planning + Design; Saranac…, 2006
A trilha do rio Saranac, por sua característica funcional, mantém uma relação intrínseca com
a paisagem, ao permeá-la e estabelecer a conexão de suas partes ao longo do rio.
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CONGRUÊNCIA
A proposta reafirma a importância histórica do rio para a cidade ao transformar a sua área
marginal. Como infraestrutura de mobilidade alternativa, a trilha interliga destinos importantes de
Plattsburgh, possibilitando percursos de curta distância a pé, de bicicleta ou outro meio de
transporte não motorizado e em um ambiente protegido do tráfego. A melhora das condições de
circulação das pessoas vem ao encontro dos esforços municipais de revitalizar o centro da cidade e a
economia local, dando suporte ao uso e à permanência no espaço público. Incentiva a redução no
número de deslocamentos com veículos motorizados e, por conseguinte, na emissão de poluentes
para a atmosfera. O corredor do rio Saranac converte-se em espaço propício para lazer, recreação e
prática de exercícios físicos, contribuindo para uma melhor qualidade de vida e a interação social dos
moradores de Plattsburgh. A ênfase dada pelo projeto ao patrimônio cultural e natural local
contribui para a sua preservação e reafirmação da identidade local, seguindo a máxima da educação
patrimonial de conhecer para preservar.
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
Provisão de infraestrutura para mobilidade alternativa, com uso opcional para lazer,
recreação e prática de exercícios físicos.
Conforme aponta Carmona et al. (2010), o meio ambiente estimula os sentidos de seus
usuários, principalmente, a partir da visão, da audição, do olfato e do tato, evocando sensações
ambientais que podem ser similares para diferentes indivíduos. Indo além do processo puramente
biológico, a percepção envolve a reunião, a organização e a interpretação da informação apreendida
do ambiente. Indivíduos diferentes expostos aos mesmos estímulos sensoriais de um ambiente
reagem, organizam e avaliam a informação recebida de forma distinta. É um processo sócio-cultural
em que atuam fatores particulares do indivíduo, tais como idade, sexo, etnia, estilo de vida, tempo
de residência em um local, modalidade costumeira de transporte e os ambientes físicos, sociais e
culturais vivenciados ao longo da vida.
2
Os pontos nodais [...] podem ser meras concentrações que adquirem importância por serem a condensação
de algum uso ou de alguma característica física, como um ponto de encontro numa esquina ou uma praça
fechada. Alguns desses pontos nodais de concentração são o foco e a síntese de um bairro, sobre o qual sua
influência se irradia e do qual são um símbolo. Podem ser chamados de núcleos. [...] Da mesma forma, liga-se
ao conceito de bairro, tendo em vista que os núcleos são os focos intensivos dos bairros, seu centro polarizador
(LYNCH, 1997, p. 52-53).
56
mais representativas de Camobi e citar aspectos positivos e negativos dos lugares escolhidos. As
fotografias foram selecionadas utilizando como critério o potencial de evocar imagens mentais do
bairro, conforme Lynch (1997). O exercício foi aplicado com a comunidade na forma de entrevista na
rua e por formulário online, obtendo-se no total 142 respostas. Os aspectos positivos e negativos
mencionados pela comunidade para lugares específicos do bairro foram categorizados para fins
estatísticos e, posteriormente, apresentados agrupados em seus respectivos pontos nodais.
Santa Maria é uma das principais cidades do Rio Grande do Sul, localizada na porção central
do estado, distante 293 km da capital Porto Alegre e com população total de 261.031 habitantes. O
território do município compõe-se de dez distritos: o primeiro constituindo a sede urbana e os
demais, a zona rural. O perímetro urbano divide-se em oito regiões administrativas, as quais são
compostas por unidades de vizinhança denominadas bairros (Figura 18). Dentre os quarenta e um
bairros de Santa Maria, Camobi é o maior em área (20,3463 km²) e em população absoluta (21.822
57
habitantes no ano de 2010), integrando por si só a região administrativa Leste (IBGE, 2014; ADESM,
2014). O bairro Camobi é dividido em 31 unidades residenciais, conforme o mapa base (Anexo B).
De acordo com Beltrão (1958 apud COMIN, 2013), a origem do bairro está ligada ao
povoamento por imigrantes poloneses que ali se instalaram. Incentivados por um plano de imigração
do governo imperial, eles não se adaptaram ao local, sendo substituídos por imigrantes italianos
provenientes da colônia de Silveira Martins. Os italianos desenvolviam atividades econômicas ligadas
ao setor primário, uma “característica ainda presente em determinados locais”, mas que “ao longo
das últimas décadas, vem cedendo espaço para a instalação de loteamentos residenciais e
condomínios horizontais e verticais diversos” (COMIN, 2013, p. 76).
inglesa “Come on boy” (Venha cá, menino) usada pelos soldados norte-americanos
3
que em 1943, durante a 2º Guerra, vieram para construir a Base Aérea no distrito
ao se dirigirem a um garoto, entre tantos outros da vila que, curiosos, iam assistir
ao trabalho daqueles militares estrangeiros. (LAZAROTTO, 2003, p. 30-31).
Figura 19 – Panorama do então 3º Distrito de Santa Maria, visto a partir de oeste, na segunda metade da
década de 1940. Fonte: Marchiori; Machado; Noal Filho, 2008, p. 68.
A ampliação do núcleo inicial só veio ocorrer a partir da segunda metade do século XX (Figura
20), com a instalação da RS-509, segundo eixo rodoviário do bairro, popularmente conhecida como
Faixa Velha. A implantação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) em 1960 repercutiu
numa aceleração da urbanização do distrito, o que foi posteriormente incrementado pela
inauguração da Base Aérea de Santa Maria em 1971 (no mesmo local do antigo aeródromo),
intensificando os deslocamentos de pessoas entre Camobi e o centro da cidade (BECKER, 1996).
3
Os norte-americanos vieram construir apenas um aeródromo, no mesmo local onde posteriormente seria
instalada a Base Aérea de Santa Maria. A construção do aeródromo de Santa Maria foi concluída em 1945, em
sociedade com o Ministério da Aeronáutica e o Departamento do Exército dos Estados Unidos da América do
Norte (COMIN, 2013).
60
Figura 20 – Vista de Camobi a partir do Parque de Exposições da UFSM no ano de 1972. Fonte: adaptado de
Pavezi, 2011, p 223.
Para suprir uma crescente demanda de moradia para os trabalhadores dessas instituições,
novos loteamentos foram abertos e o aspecto rural aos poucos foi sendo deixado para trás.
Entretanto, o núcleo inicial (o entorno da Estação Ferroviária) não sofreu grandes transformações. A
evolução urbana e o desenvolvimento econômico despertaram nos moradores e autoridades
camobienses a intenção de emancipação política. Visando evitá-la, o Plano Diretor de 1979 sugeriu a
incorporação da sede do Distrito de Camobi ao perímetro urbano de Santa Maria (BECKER, 1996).
Em 14 de outubro de 1982, entrou em vigor a Lei Municipal Nº 2410, que delimitou e
denominou os bairros da cidade, ocasião em que a área urbanizada do distrito de Camobi foi elevada
à categoria de bairro4. Posteriormente, em 02 de julho de 1986, a área rural do distrito de Camobi
foi incorporada ao perímetro urbano, deixando de existir o distrito e conformando o bairro Camobi
através da Lei Municipal Nº 2770. Ainda na segunda metade da década de 1980 tem-se a conclusão
da instalação do mais recente eixo rodoviário do bairro: a RST-287, popularmente conhecida como
4
Com a ampliação do perímetro urbano, o então Distrito [de] Camobi, que contava com uma população urbana
de 1.026 habitantes e 5.043 pessoas no meio rural, passou a contar com uma sede urbana localizada nas
proximidades da Olaria Kipper, com apenas 84 pessoas. A população rural também foi reduzida, passando a ter,
então, apenas 2.742 habitantes (BECKER, 1996, p. 36).
61
Faixa Nova, a qual configura na sua junção com a Faixa Velha, o Trevo do Aeroporto. Com a
progressiva diminuição das atividades ferroviárias, o comércio, o desenvolvimento imobiliário e a
vida social de Camobi passaram a se concentrar ao longo das Faixas Nova e Velha (COMIN, 2008).
1992
1999
Figura 21 – Trevo do Aeroporto antes e durante a duplicação da RS-509. Fonte: adaptado de Lazarotto, 1999;
Maciel, 1992.
62
Atualmente, verifica-se uma nova etapa de urbanização do bairro (Figura 22) após a
requalificação viária da Av. Roraima (eixo rodoviário de acesso à UFSM); os novos empreendimentos
imobiliários em construção e o início das obras de implantação de rede de esgoto cloacal e de
duplicação da RS-509 (entre Camobi e o Trevo do Castelinho). Para uma compreensão mais
ilustrativa da expansão urbana do bairro, consultar o mapa do Anexo C.
Figura 22 – Urbanização do bairro Camobi ao longo dos seus eixos rodoviários em 1º de janeiro de 2008. Fonte:
Marchiori; Machado; Noal Filho, 2008, p. 200.
63
Merecem menção outras duas edificações do núcleo inicial do bairro: a Cooperativa de Arroz
Camobi e, ao seu lado, um sobrado em estilo Art Déco. A cooperativa teve suas atividades iniciadas
ainda na década de 1930 (COMIN, 2008, p. 67), tendo grande importância econômica ao beneficiar o
arroz colhido das lavouras da região. Já o sobrado Art Déco, foi mandado construir para hospedar os
viajantes que desembarcavam na Estação Ferroviária, segundo relato de Lorena Martelet, moradora
do bairro. Posteriormente, a edificação foi utilizada como escritório da cooperativa. Desconhece-se a
data de sua construção, mas pelo estilo arquitetônico, estima-se o período entre 1930-1950, auge do
Art Déco em Santa Maria. Atualmente, seu uso é residencial e encontra-se em péssimo estado de
conservação, com diversas patologias.
64
Próximo do núcleo inicial do bairro localiza-se o seu segundo recinto histórico: a antiga Olaria
Kipper, fundada em 01 de março de 1953 por Norberto José Kipper, empresário que dá nome à
estrada em frente à edificação. Relevante por ter sido uma das primeiras indústrias do atual bairro,
impulsionando a economia local. Inicialmente com apenas oito funcionários, a pequena olaria
funcionava sem energia elétrica e sem água encanada, utilizando cavalos como força motora para as
máquinas. Eram produzidos cerca de 4.000 tijolos e 1.500 telhas francesas por dia, a partir da
matéria-prima extraída das jazidas da própria empresa (LAZAROTTO, 2003). Atualmente, a edificação
tem uso como depósito de distribuição de uma rede de supermercados.
Os maiores recintos históricos, em termos de extensão territorial são a Base Aérea de Santa
Maria e a UFSM. A primeira, construída junto ao aeródromo pré-existente da década de 1940, foi
inaugurada em 1971, incrementando o desenvolvimento urbano catalisado pela UFSM. Esta foi
criada em 14 de dezembro de 1960, a partir da articulação de José Mariano da Rocha Filho, que
idealizou a Nova Universidade: um local que integrasse as atividades acadêmicas, sociais e culturais.
Projeto dos arquitetos Oscar Valdetaro e Roberto Nadalucci, o campus reflete os princípios da Cidade
Moderna estabelecidos pela Carta de Atenas no seu plano urbanístico e no projeto das edificações
(PAVEZI, 2011). A UFSM é um recinto histórico com grande valor arquitetônico, urbanístico e
paisagístico.
65
Incluídos os recintos históricos, outros pontos de interesse turístico5 do bairro, com potencial
de atrair pessoas para neles realizar atividades, são os monumentos da entrada da cidade e do avião,
localizados na RST-287 próximos da Base Aérea. Conformando marcos referenciais da paisagem que
sinalizam o início do perímetro urbano na zona leste, configuram-se como atrativos turísticos por
oferecerem a possibilidade de vislumbrar de perto um avião em escala real percorrendo à sua volta
em 360°. Durante visita ao local, foi constatado que já há infraestrutura para o turismo instalada, na
forma de estacionamentos de ônibus e automóveis, além de quiosque de informações. Mesmo
assim, o maior atrativo turístico do bairro continua a ser a UFSM, em função da diversidade de
atividades de lazer, recreação, educação e de saúde desenvolvidas na instituição. Vale mencionar
que Camobi é rota de passagem para quem quer acessar o corredor turístico da reserva de biosfera
da Mata Atlântica e se dirigir à Rota Gastronômica Santa Maria-Silveira Martins na Quarta Colônia.
4.2.3.1 Clima
O clima da região de Santa Maria caracteriza-se como subtropical úmido, com verões
quentes e sem estação seca definida, condicionado por fatores como latitude, altitude,
continentalidade, orografia e circulação secundária da atmosfera. O verão é muito quente, não raro
registrando temperaturas máximas diárias do ar superiores a 29,5°C, sendo janeiro o mês mais
quente. O inverno é ameno, mas sujeito a ondas de frio que podem causar geadas. As temperaturas
mínimas absolutas do ar já registraram -2°C. Podem ocorrer flutuações de temperatura no inverno,
com valores altos em períodos de vento Norte. A amplitude térmica anual é de aproximadamente
10,7°C (HELDWEIN; BURIOL; STRECK, 2009).
A insolação6 em Santa Maria é uma das menores do Rio Grande Sul, devido à alta frequência
de nevoeiros e nebulosidade. Nos meses de junho a agosto, o valor normal de insolação é de até 5,1
horas por dia, enquanto que nos meses de dezembro e janeiro, esse valor pode ultrapassar
5
Turismo é "... o movimento de pessoas, por tempo determinado, para destinações fora de seu local de
residência, e as atividades realizadas durante o tempo de permanência nas localidades visitadas" (CONGRÉS DE
L'AIEST, 1981 apud MINISTÉRIO DO TURISMO, 2014).
6
Insolação é o tempo em horas de brilho solar na superfície, isto é, o tempo em que não há sombreamento por
nuvens e nevoeiros. Esse valor é sempre menor do que a duração astronômica do dia, que é o tempo entre o
nascer e o por do sol em relação ao plano do horizonte do local. No entanto, o tempo de claridade ao longo de
um dia, denominado fotoperíodo, é maior do que a duração astronômica, pois inclui o tempo de duração dos
crepúsculos do amanhecer e do anoitecer (HELDWEIN; BURIOL; STRECK, 2009, p. 46-47).
66
levemente 8 horas por dia. Já a duração astronômica do dia varia desde o máximo de 13h55min, em
21 de dezembro, a 10h05min em 21 de junho (HELDWEIN; BURIOL; STRECK, 2009).
Quanto à umidade relativa do ar7, Santa Maria apresenta valores elevados durante todo o
ano, sendo maior no outono e inverno (valor médio máximo de 85% em abril) e menor na primavera
e no verão (valor médio mínimo de 75% em janeiro). Em relação aos ventos, predominam em Santa
Maria os de quadrante Este e Este-Sudeste, com velocidade média anual de 1,9 m/s. Ocorrem alguns
ventos locais: o vento Sudestado ou Carpinteiro, frio e úmido, predominantemente sudeste, de
intensidade fraca a moderada; o vento Minuano, frio e seco, com direção variando desde noroeste
até sudoeste, de intensidade fraca a moderada e, o vento Norte, quente e seco, com direção
variando de nordeste a noroeste, com intensidade moderada a forte, atingindo com frequência
rajadas acima de 50 km/h (HELDWEIN; BURIOL; STRECK, 2009).
7
A umidade relativa do ar [U.R.] constitui um dos parâmetros de quantificação do conteúdo de vapor de água
na atmosfera. A U.R. varia de 0 a 100%, definida como o quociente entre o conteúdo atual de vapor de água
(que pode ser expresso pela pressão parcial de vapor d’água ou pela umidade específica) e o conteúdo máximo
de vapor de água que a atmosfera pode conter a uma dada temperatura (que poder ser expresso pela pressão
de saturação de vapor ou pela umidade de saturação). Assim, a umidade relativa do ar diminui com o aumento
de temperatura (HELDWEIN; BURIOL; STRECK, 2009, p. 50).
8
Conceitua-se evaporação potencial da água (E) como aquela que atende integralmente a demanda
atmosférica. Ocorre sobre as superfícies de água livre no estado líquido, em condições naturais, como em
açudes e lagos. É um processo físico de mudança da água do estado líquido para o estado de vapor, em que
ocorre consumo de energia, denominado calor latente de evaporação. Por isso a evaporação depende da
densidade de fluxo da radiação solar (Rg) e, por consequência, da temperatura do ar (t). A evaporação também
é diretamente dependente do déficit de saturação de vapor d’água no ar próximo à superfície (HELDWEIN;
BURIOL; STRECK, 2009, p. 54).
67
4.2.3.2 Hidrografia
Cerca de 70% do abastecimento de água potável em Santa Maria provém dos cursos d’água
contribuintes do Rio Ibicuí, componente da bacia hidrográfica do Rio Uruguai. Isso porque as
principais barragens (Saturnino de Brito e Rodolfo da Costa e Silva, conhecida popularmente como
barragem Val de Serra) situam-se fora do território municipal, junto ao leito do Ibicuí-Mirim. Os 30%
restantes são recalcados da barragem do DNOS, no Vacacaí-Mirim, para a estação de tratamento de
água administrada pela Companhia Riograndense de Saneamento (CORSAN), constituindo um trajeto
de 5,7 km de distância e 63 m de desnível (SUTILI; DURLO; BRESSAN, 2009).
Estabelecendo o limite entre o bairro Camobi e o distrito de Arroio Grande, situa-se o rio
Vacacaí-Mirim. No seu trecho visível a partir da estrada Norberto José Kipper, verifica-se depósito de
9
A evapotranspiração potencial (ETP) é a perda potencial de água na forma de vapor de uma superfície
gramada sob condições de ótimo suprimento de água pelo solo, sendo a água perdida para a atmosfera pelos
processos de evaporação na superfície do solo e, principalmente (≈ 90%), pelo processo de transpiração das
plantas (HELDWEIN; BURIOL; STRECK, 2009, p. 56).
10
Ao conjunto de canais que se interligam, escoando em uma determinada direção, dá-se o nome de rede de
drenagem fluvial. A área drenada por essa rede é denominada de bacia hidrográfica, bacia de recepção ou
bacia de drenagem (SUTILI; DURLO; BRESSAN, 2009, p. 80).
68
lixo nas suas margens, assoreamento do leito e mau cheiro decorrente, provavelmente, da poluição
das águas pelo esgoto cloacal proveniente de edificações com ligação clandestina à rede de
drenagem. Outros cursos d’água e suas correspondentes áreas de preservação permanente podem
ser visualizados no Apêndice F.
4.2.3.4 Vegetação
Florestas ocorrem em áreas acidentadas, pois árvores e arbustos mostram-se mais eficientes
em solos rochosos. Já as gramíneas, vegetação característica dos campos, ocorrem em terrenos mais
planos ou de relevo suavemente ondulado. A principal mancha florestal encontra-se nas encostas da
69
Serra da Geral, ao norte da cidade. Na Depressão Central, dominam os campos nativos, com florestas
ciliares e capões11 (MARCHIORI, 2009).
Conforme análise do mapa base do bairro, Camobi apresenta um tecido urbano (Apêndice D)
não homogêneo, com seus quarteirões variando no traçado e dimensões. O núcleo inicial do bairro,
nas imediações da Estação Ferroviária, e a Vila Santos Dumont apresentam traçado regular
ortogonal, com quarteirões de dimensões médias de 70x80 metros, de maior continuidade e
conectividade. Contrastando, alguns quarteirões, como os que constituem o Parque Residencial
Monte Carlo e o Residencial Araçá, por exemplo, tem dimensões entre 300 e 380 metros, com
traçado retilíneo não ortogonal. O campus da UFSM, de concepção urbanística moderna, e a Base
Aérea de Santa Maria, por necessidade de extensa área livre no entorno das pistas de pouso e
decolagem, representam uma quebra na continuidade do tecido urbano e conferem um maior grão
no parcelamento do solo.
A análise da ocupação do solo do bairro Camobi (Apêndice E) revela três grandes matrizes do
tecido urbano, de tamanhos equivalentes: as duas áreas institucionais, UFSM e Base Aérea e a área
de loteamentos abertos e fechados. Predominam no bairro os loteamentos abertos, mas estão em
11
De origem tupi (caá-apoam), essa palavra significa “mata redonda”; no Brasil, o termo “capão” é
popularmente atribuído a fragmentos florestais de áreas campestres, não associados à rede de drenagem
(mata ciliar) e de contorno mais ou menos arredondado (MARCHIORI, 2009, p. 98).
12
Para cumprir suas funções as Reservas da Biosfera estabelecem um zoneamento de seu território composto
por: (a) Zonas Núcleo – sua função é a proteção da biodiversidade. Correspondem basicamente às Unidades de
Conservação de proteção integral como Parques e Estações Ecológicas; (b) Zonas de Amortecimento –
estabelecidas no entorno das zonas núcleo, ou entre elas, tem por objetivos minimizar os impactos negativos
sobre estes núcleos e promover a qualidade de vida das populações da área, especialmente as comunidades
tradicionais; (c) Zonas de Transição - sem limites rigidamente definidos, envolvem as zonas de amortecimento
e núcleo. Destinam-se prioritariamente ao monitoramento, à educação ambiental e à integração da Reserva
com o seu entorno, onde predominam áreas urbanas, agrícolas e industriais (CNRBMA, 2004).
70
Camobi engloba as macrozonas Cidade Leste (zonas 12.c, 12.d, 12.e, 12.f e 12.g), Corredor de
Urbanidade (zona 1.2.c) e Áreas Naturais de Preservação (zona 17.g) (SANTA MARIA, 2009). Através
de percursos pelo bairro, verifica-se que Camobi é uma área predominantemente horizontal, com
muitas residências unifamiliares, estabelecimentos comerciais e algumas pequenas indústrias. A
existência da Base Aérea limita a altura das edificações em Camobi para proteger a área de influência
do aeródromo, cabendo ao Comando da Aeronáutica a determinação da altura máxima possível de
construção, que depende da sua localização. As edificações mais altas do bairro são a torre de
comando da Base Aérea e o prédio da Administração Central da UFSM (com dez pavimentos).
Refletindo a tendência de valorização imobiliária do bairro e a sua crescente verticalização,
constatou-se a existência de um edifício residencial com sete pavimentos, localizado próximo do
Centro Comercial Camobi. O macrozoneamento e o zoneamento urbanísticos encontram-se n Anexo
H, enquanto que o regime urbanístico das zonas encontra-se no Anexo I.
De acordo com o último censo demográfico (IBGE, 2014), as áreas institucionais da UFSM e
da Base Aérea, juntamente com a Área de Preservação do Rio Vacacaí-Mirim correspondem aos
setores com menor densidade demográfica do bairro (0 a 828,21 hab./km²), explicada pela baixa
71
ocupação e pela extensa área. Em seguida, a área do núcleo inicial do bairro, os loteamentos mais
novos e os vazios urbanos apresentam a segunda posição, com densidades de 905,3 a 4.125,25
hab./km². A terceira posição corresponde à área de concentração do comércio e de edifícios
multifamiliares, próxima da Av. Roraima, com densidades de 4.192,87 a 6.815,34 hab./km². As áreas
mais densas do bairro, com valores de 6.837,49 a 9.683,95 hab./km², correspondem ao Núcleo
Habitacional Fernando Ferrari e à Vila Jardim, assentamentos com caráter de interesse social (Anexo
J).
Com relação aos espaços livres de lazer e recreação, Camobi é o bairro com maior
quantidade de praças públicas na cidade, segundo levantamento do Escritório da Cidade (ADESM,
2014b). Pippi et al. (2011) considera como 250 metros o raio máximo de atendimento para praças de
bairro. Espacializando as praças com seu raio de atendimento no mapa base do bairro, constata-se
que a sua quantidade é insuficiente para atender a todo bairro, havendo áreas não atendidas por
esse tipo de equipamento (Apêndice F). A partir de visita in loco, verifica-se que a maioria dessas
praças de bairro apresenta deficiências em termos de estruturas físicas, vegetação, mobiliário
urbano e infraestrutura, sendo que algumas apenas estão com sua área prevista demarcada dentro
dos loteamentos.
O local que oferece uma estrutura mais apropriada para o lazer e recreação em Camobi,
através de seus diversos espaços livres, é a UFSM. Devido à sua concepção urbanística atrelada ao
modernismo, apresenta edifícios implantados em meio a extensos espaços livres vegetados e
diferentes recursos hídricos, que é apreendida pela população como parque público. A diversificada
infraestrutura existente, como o Planetário, a praça das esculturas, o Jardim Botânico, os gramados e
a pista de caminhada junto ao bosque com lago, conferem à área institucional o caráter de parque
setorial. Nos finais de semana, as áreas gramadas e arborizadas do campus são utilizadas para tomar
mate, ler e reunir amigos para conversar, inclusive moradores dos bairros mais centrais da cidade. O
raio máximo de atendimento para essa categoria de espaço livre de lazer e recreação é de 5.000
metros (PIPPI et al., 2011). Espacializando a UFSM e o raio de atendimento para parques setoriais em
mapa da cidade de Santa Maria, verifica-se que essa área institucional supre a carência desses
espaços em toda zona leste da cidade (Apêndice G).
72
De acordo com a hierarquia viária definida pela Lei de Uso e Ocupação do Solo (PMSM,
2009), o sistema viário de Camobi estrutura-se a partir das rodovias RST-287 e RS-509 (Av. Prefeito
Evandro Behr), popularmente conhecidas como Faixa Nova e Faixa Velha, respectivamente.
Hierarquicamente, a primeira tem função de via estrutural, dotada de acostamento, e a segunda, é
via arterial, duplicada dentro do perímetro do bairro e com via lateral para acessar os lotes lindeiros.
As vias coletoras são a Av. João Machado Soares, o primeiro eixo rodoviário do bairro, e a Av.
Roraima, que dá acesso à UFSM. Excluídas as estradas que fazem ligação interdistrital, todas as
demais vias são caracterizadas como locais. Analisando-se o mapa do Apêndice H, verifica-se a baixa
conectividade e continuidade do tecido urbano, em função de óbices como vazios urbanos,
condomínios fechados, quarteirões extensos e grandes áreas institucionais, confere ao sistema viário
a característica de espinha-de-peixe.
Essa forma de traçado viário é caracterizado por longas vias conectadas a apenas
uma via principal, com pouquíssimas conexões diretas entre elas. As distâncias
entre as conexões na via principal costumam ser curtas, mas as distâncias no outro
sentido (perpendicular à via principal) podem chegar a mais de 1 quilômetro. A
falta de conexão dessas longas vias entre si dificultam ou até mesmo inviabilizam
os deslocamentos de pedestres entre elas. Como resultado, todos os
deslocamentos são canalizados para a via principal, que em consequência: [a]
tende a saturar-se por causa da grande quantidade de fluxo (tanto de pedestres
quanto de veículos) que precisa escoar; [b] tende a concentrar o uso comercial,
uma vez que praticamente monopoliza os fluxos que os viabilizam. Isso gera um
círculo vicioso, em que fluxos atraem comércio, que atrai mais fluxo, e assim por
diante. O valor do solo tende a aumentar na via principal por conta da competição
por espaço, enquanto as ruas “interiores” permanecem vazias. Maior número de
conexões entre essas vias (isto é, quadras mais curtas) poderiam gerar ruas que
desempenhassem papel importante de conexão na escala local, intermediária
entre a via principal e as vias perpendiculares, criando espaços adequados para
comércios locais, de menor alcance (SABOYA, 2012).
De maneira geral, a mobilidade no bairro segue a tendência de Santa Maria do uso massivo
do veículo motorizado individual (PMSM, 2013), incluindo os deslocamentos intrabairro, interbairros
e intermunicipal. Ainda assim, o transporte coletivo em ônibus tem grande representatividade, com
73
Em Camobi, a UFSM e a Base Aérea atuam como geradores de fluxos no bairro, saturando os
eixos rodoviários do bairro, principalmente nos horários de pico, correspondentes ao início e fim dos
expedientes, interferindo nos deslocamentos intrabairro. Vale mencionar a existência do Aeroporto
de Santa Maria, junto à Base Aérea, que realiza voos comerciais para Porto Alegre, e a Rodoviária de
Camobi, próxima da Av. Roraima, com linhas intermunicipais para diversas cidades.
De acordo com o último censo (IBGE, 2014), Camobi possui população absoluta de 21.882
habitantes, dos quais 51,8% são mulheres (11.259 habitantes) e 48,2% são homens (10.523
habitantes). A pirâmide etária do bairro (Figura 23) mostra que predominam as faixas etárias de 20 a
24 anos e de 25 a 29 anos, para ambos os sexos.
Quanto ao aspecto cultural, o maior destaque é a UFSM, que através dos cursos superiores,
promove a pesquisa, o ensino e a extensão, além de cursos técnicos e ensino médio no Colégio
Técnico Industrial de Santa Maria e no Colégio Politécnico. Ainda há muitas escolas de ensino infantil,
fundamental e médio no bairro. Destacam-se a Escola Estadual de Educação Básica Profª Margarida
Lopes, um dos maiores e mais antigos grupos escolares e o Colégio Riachuelo, escola particular de
ensino infantil e fundamental. Durante os percursos a pé e a partir de pesquisas online, verifica-se a
ausência de cinemas, teatros e museus no bairro, havendo necessidade de deslocamentos até o
centro de Santa Maria para usufruir desses entretenimentos.
Homens Mulheres
Figura 23 – Pirâmide etária do bairro Camobi (Censo 2010). Fonte: adaptado de IBGE, 2014.
75
O ponto nodal Estação Ferroviária (Figura 24) engloba o centro histórico do bairro,
atualmente sem vitalidade, mas outrora palco da vida social, econômica e religiosa do antigo distrito.
Configura-se como um ponto nodal pela concentração de edifícios com valor patrimonial,
testemunhos da história do bairro, integrantes do imaginário dos moradores e que se encontram
desvalorizados e/ou mal conservados. A leitura comunitária da paisagem confirma essa característica
ao serem apontados como aspectos positivos mais relevantes do ponto nodal o seu valor histórico
e/ou patrimonial (30,2%), o valor de memória (21%) e o valor simbólico (9,6%). Os aspectos
negativos mais representativos da área são o abandono (23,5%), a má conservação (21%) e a pouca
exploração paisagística (17%) (conforme Apêndice L).
76
Figura 24 – Ponto nodal Estação Ferroviária: (A) Estação Ferroviária de Camobi, (B) Igreja Nossa Senhora da
Glória, (C) Cooperativa de Arroz Camobi e (D) sobrado em estilo Art Déco.
acústico (25%), em função do ruído das aeronaves da Base Aérea; a má conservação (20%) e a
insegurança em relação ao tráfego (11%) (conforme Apêndice L).
Figura 25 – Ponto nodal Trevo do Aeroporto: (A) junção da RS-509 com a RST-287, (B) terreno baldio junto ao
trevo, (C) monumento da entrada da cidade, próximo da Base Aérea de Santa Maria e (D) identificação do
acesso ao Aeroporto de Santa Maria.
O ponto nodal Av. Roraima (Figura 26) engloba o eixo rodoviário de acesso à UFSM, uma das
áreas com maior atratividade de pessoas devido aos cursos superiores, ao Hospital Universitário e ao
grande espaço livre, apreendido como parque e utilizado para lazer e recreação tanto nos dias de
semana como nos finais de semana. Com a criação da ciclovia e melhoria dos passeios, a avenida
passou a ser um ponto de convergência de pessoas que se apropriam do espaço para andar de skate,
de bicicleta, caminhar, correr e tomar chimarrão, sentados em cadeiras, no chão ou mesmo na
78
canaleta pluvial de concreto, sofrendo a influência do caráter de parque da UFSM. Vale citar a
existência de um bar no entorno imediato da avenida, muito frequentado pelos universitários e
moradores do bairro, além do espaço no passeio destinado à feira de hortifrutigranjeiros. Na leitura
comunitária da paisagem prevaleceu como aspectos positivos o potencial de utilização da área para o
lazer, recreação e esportes (21,5%), o valor estético do lugar e/ou da paisagem (10,8%) e o valor
simbólico (8%). Já os aspectos negativos mais mencionados foram a má conservação (26,6%), a
pouca exploração paisagística (17%) e a dificuldade na mobilidade motorizada (16,2%) (conforme
Apêndice L).
Figura 26 – Ponto nodal Av. Roraima: (A) apropriação do espaço do passeio e da ciclovia para lazer e recreação,
(B) visuais do morro do Elefante, (C) conflitos na mobilidade e (D) prática de exercícios físicos na via.
O ponto nodal Centro Comercial (Figura 27) corresponde à área onde se concentram os
estabelecimentos comerciais e de serviço no bairro, geralmente sob a forma de edificações de uso
exclusivo comercial ou misto com residências nos andares superiores. Suprindo necessidades básicas
79
Figura 27 – Ponto nodal Centro Comercial: (A) galeria comercial, (B) estacionamento indisciplinado sobre o
passeio, (C) canteiro central da RS-509 com lombada eletrônica, mas sem acessibilidade e (D) problema de
drenagem que causa dificuldades para a mobilidade de veículos e pedestres, esses atingidos pela água lançada.
80
O ponto nodal Igreja do Amaral (Figura 28) corresponde a um dos acessos a oeste de Camobi,
na divisa com o bairro Pé de Plátano e ao entroncamento da RS-509 com a Av. João Machado Soares,
semelhante à característica funcional do Trevo do Aeroporto. É um ponto de convergência de fluxos
intrabairros (em direção ao maior supermercado de Camobi aos condomínios fechados e
loteamentos residenciais mais isolados, como os parques Santa Lúcia e Alto da Colina), interbairros e
intermunicipais. A esta concentração de mobilidade soma-se a problemática da desvalorização do
recinto histórico da Igreja do Amaral, único edifício religioso localizado na via mais importante de
Camobi. Na leitura comunitária da paisagem prevaleceu como aspectos positivos o valor de marco
referencial (25%), em razão da igreja; as opções de comércio e serviço disponíveis (14,2%) e o valor
histórico e/ou patrimonial, também devido à igreja. Os aspectos negativos mais relevantes foram a
pouca exploração paisagística (30,7%), a dificuldade na mobilidade motorizada (15,4%) e o baixo
prestígio da população (15,4%), referente à igreja (conforme Apêndice L).
Figura 28 – Ponto nodal Igreja do Amaral: (A) Igreja do Amaral ou Santuário Arquidiocesano do Divino Espírito
Santo, (B) congestionamento de veículos nos horários de pico do trânsito, (C) presença dos muros de
condomínio residencial fechado e (D) trechos de passeios sem pavimentação, forçando os pedestres a
caminharem sobre a faixa veicular.
81
Define-se como área prioritária para intervenção paisagística no ponto nodal Estação
Ferroviária, as áreas livres do entorno imediato ao edifício da estação, pois esta tem grande
importância histórica, patrimonial e simbólica para Camobi (de acordo com os aportes históricos).
Seu uso atual como residência e péssimo estado de conservação não corresponde aos anseios da
comunidade de ali se configurar como um espaço de memória a ser preservado para as futuras
gerações (conforme leitura comunitária). É um espaço com potencial de catalisar a recuperação da
vitalidade urbana do ponto nodal, possibilitando o desenvolvimento de atividades estacionárias.
A aplicação do método da estação de observação para esse ponto nodal aconteceu nas
tardes dos dias 11/05/2014 (domingo, das 14h30min às 15h00min, com predomínio de sol, 22°C,
56% de U.R. e vento com velocidade de 12km/h NE13) e 23/05/2014 (sexta-feira, das 14h00min às
14h30min, nublado, 11°C, 81% de U.R. e vento com velocidade de 7km/h O). Na tarde de domingo,
observaram-se oito indivíduos utilizando o espaço, dos quais 50% eram homens e 50% mulheres.
63% dos indivíduos andavam sozinhos e 37% formavam um trio. A faixa etária predominante era a
dos adultos (63%), sendo o restante formado pelas crianças (25%) e adolescentes (12%). Quanto às
atividades observadas, verificaram-se as seguintes: parado sentado socializando (39%), pedestre
caminhando (25%), pedestre caminhando com cachorro (12%), pedestre correndo (12%) e ciclista de
passagem (12%) (conforme Apêndice M).
13
Todos os dados relativos às condições climáticas nos horários de aplicação do método foram obtidos online
através do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE) pelo portal <http://www.cptec.inpe.br/cidades/tempo/4599#>.
82
Define-se como área prioritária para intervenção paisagística no ponto nodal Trevo do
Aeroporto, as áreas livres formadas pelo sistema viário e dois terrenos baldios localizados junto ao
entroncamento. Justifica-se a escolha pelo fato do trevo ser uma importante convergência de fluxos
de veículos motorizados e de pedestres, não proporcionando a segurança em relação ao tráfego para
as duas categorias de mobilidade (conforme verificado in loco e apontado pela leitura comunitária).
Durante percursos a pé, observou-se que pedestres utilizam um dos terrenos baldios como refúgio
para o cruzamento em sequencia da Faixa Nova (RST-287) e da Faixa Velha (RS-509), oportunizando
ali uma intervenção no sentido de qualificar a mobilidade local.
A aplicação do método da estação de observação para esse ponto nodal aconteceu nas
tardes dos dias 11/05/2014 (domingo, das 15h10min às 15h40min, com predomínio de sol, 22°C,
56% de U.R. e vento com velocidade de 12km/h NE) e 23/05/2014 (sexta-feira, das 14h40min às
15h10min, nublado, 11°C, 81% de U.R. e vento com velocidade de 7km/h O).
passagem (19%), parado em pé (18%) e pedestre caminhando com cachorro (2%) (conforme
Apêndice M).
Define-se como área prioritária para intervenção paisagística no ponto nodal Av. Roraima, as
áreas livres formadas pelo sistema viário, bem como as áreas verdes nas bordas da via, visto o
grande fluxo multimodal existente na área, conflitos de uso do espaço da ciclovia e apropriação da
área para lazer e recreação da população (verificados durante percursos a pé pelo local e apontados
na leitura comunitária da paisagem).
A aplicação do método da estação de observação para esse ponto nodal aconteceu nas
tardes dos dias 11/05/2014 (domingo, das 16h05min às 16h35min, com predomínio de sol, 22°C,
56% de U.R. e vento com velocidade de 12km/h NE) e 23/05/2014 (sexta-feira, das 15h30min às
16h00min, nublado, 11°C, 77% de U.R. e vento com velocidade de 11km/h SW).
Na tarde de domingo, observaram-se oitenta e nove indivíduos utilizando o espaço, dos quais
59% eram homens e 46% mulheres. 66% dos indivíduos andavam sozinhos, 25% formavam duplas,
5% formavam trios, 2% formavam grupos de quatro pessoas e 2% formavam grupo com mais de seis
pessoas. A faixa etária predominante era a dos adultos (66%), sendo o restante formado por
adolescentes (26%), crianças (7%) e idosos (1%). Quanto às atividades observadas, verificaram-se as
seguintes: pedestre caminhando (53%), ciclista de passagem (19%), skatista de passagem (9%),
parado em pé socializando (5%), pedestre caminhando com cachorro (5%), parado em pé (4%),
pedestre caminhando com carrinho de bebê (4%) e pedestre correndo (1%) (conforme Apêndice M).
Define-se como área prioritária para intervenção paisagística no ponto nodal Centro
Comercial, as áreas livres formadas pelo sistema viário, visto o grande fluxo conflituoso de pedestres
e veículos, passível de acidentes, e a necessidade de melhorar a ambiência das áreas externas às
lojas (conforme verificado in loco e apontado pela leitura comunitária da paisagem).
A aplicação do método da estação de observação para esse ponto nodal aconteceu nas
tardes dos dias 11/05/2014 (domingo, das 16h45min às 17h15min, com predomínio de sol, 24°C,
53% de U.R. e vento com velocidade de 16km/h NE) e 23/05/2014 (sexta-feira, das 16h10min às
16h40min, nublado, 12°C, 77% de U.R. e vento com velocidade de 11km/h SW).
Define-se como área prioritária para intervenção paisagística no ponto nodal Igreja do
Amaral a área livre da igreja e a do sistema viário. A primeira, pela ausência de um tratamento
paisagístico formal, não dá suporte para a realização de atividades de lazer, recreação e
contemplação desse recinto histórico. A segunda apresenta problemática de mobilidade semelhante
à do Trevo do Aeroporto (conforme verificado in loco e apontado pela leitura comunitária).
85
A aplicação do método da estação de observação para esse ponto nodal aconteceu nas
tardes dos dias 18/05/2014 (domingo, das 14h30min às 15h00min, nublado, 18°C, 82% de U.R. e
vento com velocidade de 3km/h S) e 23/05/2014 (sexta-feira, das 16h50min às 17h20min, nublado,
12°C, 77% de U.R. e vento com velocidade de 11km/h SW).
Na tarde de sexta-feira, observaram-se setenta indivíduos utilizando o espaço, dos quais 62%
eram homens e 38% eram homens. 65% dos indivíduos andavam sozinhos, 33% eram duplas e 2%
formavam trios. A faixa etária predominante era a dos adultos (83%), sendo o restante formado por
idosos (7%), adolescentes (5%) e crianças (5%). Quanto às atividades observadas, verificaram-se as
seguintes: pedestre caminhando (57%), ciclista de passagem (30%), parado sentado (11%) e parado
em pé (2%) (conforme Apêndice M).
4.4.6 Algumas considerações gerais sobre os níveis de atividade nos cinco pontos nodais
A comparação dos resultados individuais da análise comportamental para cada ponto nodal
(Apêndice M) revelou que os níveis de atividade humana em cada ponto nodal permanecem com
pouca variação quando comparados dia útil e final de semana (Figura 29). No dia útil, os pontos
nodais com maior e menor nível de atividade foram, respectivamente, a Av. Roraima (33%) e a
Estação Ferroviária (3%). Já no final de semana, o maior e o menor nível de atividade entre os pontos
nodais foram verificados, respectivamente, no Centro Comercial (36%) e na Estação Ferroviária (3%).
Corroborando os resultados da leitura comunitária, os pontos nodais com maior nível de atividade
humana são aqueles com os lugares considerados mais agradáveis e atraentes pela comunidade.
A maior parte dos indivíduos observados estava sozinha, o que pode indicar que os
ambientes são considerados seguros em relação à criminalidade. O mesmo pode-se dizer dos pontos
em que predominavam as mulheres: o Centro Comercial e o Trevo do Aeroporto nas tardes de sexta-
feira, com grande circulação de pessoas. Observa-se que em todos os pontos nodais, predominam os
adultos, sendo muito pouco frequente a presença de idosos, o que indica que esses espaços não
oferecem atrativos para essa faixa etária. É possível que o ambiente físico dos pontos nodais atue
86
como barreira física e/ou psicológica à locomoção dos idosos, inibindo a sua presença. Essa hipótese
é levantada em razão da maior parte dos idosos ser encontrada no Centro Comercial, talvez
realizando atividades obrigatórias como ir ao banco e compras de necessidade básica.
8,0%
36,0%
Tarde de domingo 35,0%
18,0%
3,0%
16,0%
32,0%
Tarde de sexta-feira 33,0%
16,0%
3,0%
Figura 29 – Distribuição percentual de atores sociais realizando atividades não motorizadas nos pontos nodais:
comparativo entre observações na sexta-feira e no domingo.
Em geral, verificou-se que as atividades não motorizadas nos pontos nodais são
predominantemente de passagem. Mesmo as atividades estacionárias que acontecem, na maioria,
são a espera do transporte público. O único local onde atividades estacionárias de lazer e recreação
são representativas é a Av. Roraima, nos finais de semana.
Por fim, a Política de manejo dos recursos naturais engloba o Programa de Manejo de Áreas
com Valor Ecológico-Paisagístico, no qual se inclui o Projeto de Manejo da Bacia do Vacacaí-Mirim
(SANTA MARIA, 2005). A descrição dos programas e projetos do Plano Diretor encontra-se no Anexo
K.
O Programa Caminhe Legal (SANTA MARIA, 2011) é um decreto executivo que trata da
padronização dos passeios públicos no Município de Santa Maria, em conformidade com o Programa
de Valorização de Identidade Urbana do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental e a
Lei de Uso e Ocupação do Solo. De acordo com o programa, o projeto e a execução dos passeios,
coordenada com a disposição do mobiliário urbano, deverá seguir os seguintes princípios:
acessibilidade, segurança, identidade, manutenção, permeabilidade e conforto. O padrão do passeio
é determinado pela hierarquia viária e fluxo peatonal. Os artigos do Programa Caminhe Legal
pertinentes ao tema encontram-se compilados no Anexo L.
O Programa Anuncie Legal (SANTA MARIA, 2012) é um decreto executivo que trata do
regramento e ordenação de anúncios na paisagem urbana de Santa Maria, em conformidade com o
Programa de Valorização de Identidade Urbana do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e
Ambiental. Os artigos do Programa Anuncie Legal pertinentes ao tema foram compilados no Anexo
M.
88
4.5.4 Política Nacional da Mobilidade Urbana e Plano Diretor de Mobilidade Urbana de Santa
Maria
Para efetivação da política, cidades com mais de 20.000 habitantes, como é o caso de Santa
Maria, devem elaborar o seu Plano de Mobilidade Urbana integrado ao Plano Diretor. O Plano
Diretor de Mobilidade Urbana de Santa Maria está em fase final de elaboração, sendo apresentada
em audiências públicas a proposta do programa de atuações. Entre as suas linhas estratégicas de
atuação, citam-se a transformação do pedestre como principal protagonista da mobilidade na
cidade; o fomento do uso do transporte público; a melhoria da circulação dos veículos; o
favorecimento de outros meios de transporte como a bicicleta; a organização do espaço para
estacionamento em superfície; a ordenação da carga e descarga, entre outras. De extrema
pertinência ao tema, está a proposta de criação de uma Zona de Prioridade para Pedestres (ZPP) em
Camobi, no entorno imediato do acesso à universidade (PMSM, 2013).
Como visto, são esperadas adaptações na estrutura física da cidade, oportunizando a sua
coordenação com o paisagismo dos espaços livres. As propostas do programa de atuação do Plano
Diretor de Mobilidade Urbana de Santa Maria pertinentes ao tema foram compiladas no Anexo N.
4.5.5 Código Florestal Brasileiro e Código Florestal do Estado do Rio Grande do Sul
O Código Florestal Brasileiro (BRASIL, 2012b) e o Código Florestal do Estado do Rio Grande do
Sul (RIO GRANDE DO SUL, 1992) são duas leis que estabelecem as normas sobre a proteção,
exploração e reposição da vegetação nativa em âmbito nacional e estadual, respectivamente. Os
artigos das leis pertinentes ao tema foram compilados no Anexo O.
5 SÍNTESE DO PROBLEMA
A síntese do problema na mesoescala propõe diretrizes gerais para os pontos nodais nos
Quadros 2 a 6, a partir da análise das suas potencialidades e fragilidades verificadas no diagnóstico.
(continua)
PONTO NODAL ESTAÇÃO FERROVIÁRIA
ASPECTO POTENCIALIDADES FRAGILIDADES DIRETRIZES
Relevo com baixas O rio Vacacaí-Mirim Aproveitar o relevo
Sistema natural
(continuação)
(continuação)
(continuação)
(conclusão)
(continua)
PONTO NODAL TREVO DO AEROPORTO
ASPECTO POTENCIALIDADES FRAGILIDADES DIRETRIZES
Aproveitar o relevo
Relevo com baixas favorável para criação
Geologia e declividades, favorável de um sistema
Não se aplica. cicloviário no bairro.
geomorfologia aos deslocamentos a pé e
de bicicleta.
Sistema natural
Promover o uso de
infraestrutura verde
para atuar em
Drenagem pluvial conjunto com o
Existência de canteiro precária, ocorrendo sistema de drenagem
Hidrografia e
central na RS-509, com acúmulo de água nas urbana existente.
drenagem
potencial para utilização vias e dificultando a
urbana
na drenagem pluvial. mobilidade não
motorizada.
94
(continuação)
(continuação)
(conclusão)
(continua)
PONTO NODAL AV. RORAIMA
ASPECTO POTENCIALIDADES FRAGILIDADES DIRETRIZES
Relevo com baixas Não se aplica. Não se aplica.
declividades, favorável
Geologia e aos deslocamentos a pé e
geomorfologia de bicicleta.
Hidrografia e
potencial de utilização para atuar em
drenagem
para drenagem pluvial. conjunto com o
urbana
sistema de drenagem
urbana existente.
Visuais do morro do Arborização incipiente Implementar um
Elefante aumentam a no lado leste da via, plano de arborização
presença do verde na que não gera sombra viária para o bairro
paisagem. no passeio e contribui Camobi, coordenado
Vegetação Existência de corredor para o desconforto com o projeto dos
arbóreo no lado oeste da térmico do pedestre. passeios e de
via, sombreando o infraestrutura do
passeio e configurando bairro.
um microclima agradável.
97
(continuação)
ciclistas, ocasionando
conflitos de usos.
(continuação)
(conclusão)
(continua)
PONTO NODAL CENTRO COMERCIAL
ASPECTO POTENCIALIDADES FRAGILIDADES DIRETRIZES
Relevo com baixas Trechos de aterros da Buscar soluções de
declividades, favorável duplicação da RS-509 acessibilidade para
Geologia e aos deslocamentos a pé configuram desníveis entre o desnível entre as
geomorfologia e de bicicleta. pistas solucionados apenas faixas da RS-509.
com escadas, dificultando a
acessibilidade.
Existência de canteiro Drenagem pluvial precária, Promover o uso de
central na RS-509, com ocorrendo acúmulo de água infraestrutura
Hidrografia e potencial para nas vias e dificultando a verde para atuar
drenagem utilização na drenagem mobilidade não motorizada. em conjunto com
Sistema natural
(continuação)
(conclusão)
(continua)
PONTO NODAL IGREJA DO AMARAL
ASPECTO POTENCIALIDADES FRAGILIDADES DIRETRIZES
Relevo com baixas Não se aplica. Aproveitar o
declividades, favorável relevo favorável
Geologia e
aos deslocamentos a pé para criação de um
geomorfologia
e de bicicleta. sistema cicloviário
no bairro.
Existência de canteiro Drenagem pluvial precária, Promover o uso de
central na RS-509, com ocorrendo acúmulo de água infraestrutura
Hidrografia e potencial para nas vias e dificultando a verde para atuar
drenagem utilização na drenagem mobilidade não motorizada. em conjunto com
urbana pluvial. Ocupação urbana sobre o sistema de
nascentes e canalização de drenagem urbana
cursos d’água. existente.
Alguns fragmentos No espaço livre da RS-509, a Implementar um
arbóreos existentes no vegetação urbana é pouco plano de
Sistema natural
(continuação)
(conclusão)
Camobi, o antigo distrito anexado ao perímetro urbano para que não se emancipasse, reflete
uma dinâmica complexa, equivalente à de uma pequena cidade. Neste trabalho, o diagnóstico e a
síntese do problema estabeleceram seu foco na paisagem e na apropriação pela população dos
espaços livres de uso público. Outras questões diretamente relacionadas à qualidade de vida urbana
não receberam a mesma atenção, sendo mencionadas na revisão de literatura e em diretrizes para
escalas macro e meso do bairro, como é o caso da problemática do ambiente natural e do
construído. Reforça-se aqui, que algumas dessas diretrizes visam fomentar projetos específicos, os
quais demandariam equipes multidisciplinares para sua elaboração e execução.
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APÊNDICES
119
Apêndice B – Mapa dos recintos históricos e pontos de interesse turístico do bairro Camobi
122
Apêndice F – Mapa dos espaços livres de lazer e recreação do bairro Camobi – categoria
praças de bairro
126
Apêndice G – Mapa dos espaços livres de lazer e recreação do bairro Camobi – categoria
áreas institucionais
127
(continua)
DELIMITAÇÃO DA ÁREA
Figura 1 – Imagem aérea do ponto nodal Estação Ferroviária. Fonte: adaptado de IPLAN, 2013.
Configuração
Declividades
(continuação)
VEGETAÇÃO
Configuração
Componentes
Espécies
Função
Configuração
Configuração
(continuação)
Espaços livres de lazer e recreação □ Espaços livres de conservação e preservação □ Espaços livres de
produção e serviços Espaços livres de circulação Espaços livres institucionais □ Espaços livres não
utilizados (vazios urbanos) □ Espaços livres em potencial de u?lização (conservação dos recursos, lazer,
recreação, cultural, ecoturístico)
VERTICALIZAÇÃO
1 a 2 3 a 5 □ 6 a 8 □ 9 a 16 □ Mais de 16
OCUPAÇÃO DOS LOTES
□ Sem recuo frontal □ Recuo viário Ajardinamento □ Sem recuo lateral Recuo lateral
Recuo de fundos □ Ocupação demasiadamente não uniforme
DENSIDADE / CONTIGUIDADE DOS EDIFÍCIOS
Comercial/prestação de serviços
Pavilhão ou sala comercial isolada □ EdiUcio de escritórios □ Galeria ou centro comercial
□ Shopping Center
Industrial
Pavilhão industrial inserido em área urbana de uso misto □ Loteamento industrial
EDIFICAÇÃO DE VALOR HISTÓRICO E/OU PATRIMONIAL
Sim □ Não
ÁREAS IRREGULARES
□ Sim Não
ÁREAS DE RISCO GEOLÓGICO E/OU HIDROLÓGICO
□ Sim Não
ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE
□ Sim Não
133
(continuação)
Tipos
Estado de conservação/manutenção
Materiais
Asfalto □ Concreto moldado in loco Pedra irregular basalto □ Paralelepípedo basalto □ Bloco
intertravado □ Outro □ Sem pavimentação
Estado de conservação/manutenção
Materiais
□ Asfalto Concreto moldado in loco Lajota de concreto □ Pedra portuguesa □ Pedra basalto
□ Pedra arenito □ Ladrilho hidráulico □ Cerâmica □ Paralelepípedo basalto Bloco intertravado
Brita □ Piso-grama □ Emborrachado □ Madeira □ Saibro □ Solo compactado □ Outro
Sem pavimentação
Estado de conservação/manutenção
Abastecimento de água Rede de esgoto pluvial □ Rede de esgoto cloacal □ Infraestrutura verde
Telefonia Eletricidade Iluminação pública TV a cabo Internet
Coleta de lixo
SEGURANÇA CONTRA A CRIMINALIDADE
(conclusão)
Sim □ Não
DELIMITAÇÃO DA ÁREA
Figura 2 – Imagem aérea do ponto nodal Trevo do Aeroporto. Fonte: adaptado de IPLAN, 2013.
135
(continuação)
Configuração
Declividades
Configuração
Componentes
Espécies
Função
Configuração
Configuração
(continuação)
Espaços livres de lazer e recreação □ Espaços livres de conservação e preservação □ Espaços livres de
produção e serviços Espaços livres de circulação Espaços livres institucionais □ Espaços livres não
utilizados (vazios urbanos) □ Espaços livres em potencial de utilização (conservação dos recursos, lazer,
recreação, cultural, ecoturístico)
VERTICALIZAÇÃO
1 a 2 3 a 5 □ 6 a 8 □ 9 a 16 □ Mais de 16
OCUPAÇÃO DOS LOTES
□ Sem recuo frontal Recuo viário Ajardinamento □ Sem recuo lateral Recuo lateral
Recuo de fundos □ Ocupação demasiadamente não uniforme
DENSIDADE / CONTIGUIDADE DOS EDIFÍCIOS
Comercial/prestação de serviços
Pavilhão ou sala comercial isolada □ EdiUcio de escritórios □ Galeria ou centro comercial
□ Shopping Center
137
(continuação)
Industrial
Pavilhão industrial inserido em área urbana de uso misto □ Loteamento industrial
EDIFICAÇÃO DE VALOR HISTÓRICO E/OU PATRIMONIAL
□ Sim Não
ÁREAS IRREGULARES
□ Sim Não
ÁREAS DE RISCO GEOLÓGICO E/OU HIDROLÓGICO
□ Sim Não
ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE
□ Sim Não
ELEMENTOS COMPLEMENTARES / ESTRUTURAS FÍSICAS DO ESPAÇO LIVRE
EQUIPAMENTOS
Tipos
Estado de conservação/manutenção
Materiais
Asfalto □ Concreto moldado in loco Pedra irregular basalto □ Paralelepípedo basalto □ Bloco
intertravado
□ Outro □ Sem pavimentação
Estado de conservação/manutenção
Materiais
□ Asfalto Concreto moldado in loco Lajota de concreto □ Pedra portuguesa Pedra basalto
□ Pedra arenito □ Ladrilho hidráulico □ Cerâmica □ Paralelepípedo basalto Bloco intertravado
Brita □ Piso-grama □ Emborrachado □ Madeira □ Saibro Solo compactado □ Outro
Sem pavimentação
138
(conclusão)
Estado de conservação/manutenção
Abastecimento de água Rede de esgoto pluvial □ Rede de esgoto cloacal □ Infraestrutura verde
Telefonia Eletricidade Iluminação pública TV a cabo Internet Coleta de lixo
SEGURANÇA CONTRA A CRIMINALIDADE
Sim □ Não
(continua)
DELIMITAÇÃO DA ÁREA
Figura 3 – Imagem aérea do ponto nodal Av. Roraima. Fonte: adaptado de IPLAN, 2013.
139
(continuação)
Configuração
Declividades
Configuração
Componentes
Espécies
Função
Configuração
Configuração
(continuação)
□ Espaços livres de lazer e recreação □ Espaços livres de conservação e preservação □ Espaços livres de
produção e serviços Espaços livres de circulação □ Espaços livres ins?tucionais □ Espaços livres não
utilizados (vazios urbanos) Espaços livres em potencial de utilização (conservação dos recursos, lazer,
recreação, cultural, ecoturístico)
VERTICALIZAÇÃO
1 a 2 3 a 5 □ 6 a 8 □ 9 a 16 □ Mais de 16
OCUPAÇÃO DOS LOTES
□ Sem recuo frontal □ Recuo viário □ Ajardinamento □ Sem recuo lateral □ Recuo lateral
□ Recuo de fundos Ocupação demasiadamente não uniforme
DENSIDADE / CONTIGUIDADE DOS EDIFÍCIOS
Comercial/prestação de serviços
Pavilhão ou sala comercial isolada □ EdiUcio de escritórios □ Galeria ou centro comercial
□ Shopping Center
141
(continuação)
Industrial
□ Pavilhão industrial inserido em área urbana de uso misto □ Loteamento industrial
EDIFICAÇÃO DE VALOR HISTÓRICO E/OU PATRIMONIAL
□ Sim Não
ÁREAS IRREGULARES
□ Sim Não
ÁREAS DE RISCO GEOLÓGICO E/OU HIDROLÓGICO
□ Sim Não
ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE
□ Sim Não
ELEMENTOS COMPLEMENTARES / ESTRUTURAS FÍSICAS DO ESPAÇO LIVRE
EQUIPAMENTOS
Tipos
Estado de conservação/manutenção
Materiais
Asfalto □ Concreto moldado in loco Pedra irregular basalto □ Paralelepípedo basalto □ Bloco
intertravado □ Outro □ Sem pavimentação
Estado de conservação/manutenção
Materiais
□ Asfalto Concreto moldado in loco □ Lajota de concreto □ Pedra portuguesa □ Pedra basalto
□ Pedra arenito □ Ladrilho hidráulico □ Cerâmica □ Paralelepípedo basalto Bloco intertravado
□ Brita □ Piso-grama □ Emborrachado □ Madeira □ Saibro □ Solo compactado □ Outro
Sem pavimentação
142
(continuação)
Estado de conservação/manutenção
Abastecimento de água Rede de esgoto pluvial □ Rede de esgoto cloacal □ Infraestrutura verde
Telefonia Eletricidade Iluminação pública TV a cabo Internet Coleta de lixo
SEGURANÇA CONTRA A CRIMINALIDADE
Sim □ Não
(continua)
DELIMITAÇÃO DA ÁREA
Figura 4 – Imagem aérea do ponto nodal Centro Comercial. Fonte: adaptado de IPLAN, 2013.
143
(continuação)
Configuração
Declividades
Configuração
Componentes
Espécies
Função
Configuração
Configuração
(continuação)
□ Espaços livres de lazer e recreação □ Espaços livres de conservação e preservação □ Espaços livres de
produção e serviços Espaços livres de circulação □ Espaços livres ins?tucionais □ Espaços livres não
utilizados (vazios urbanos) □ Espaços livres em potencial de utilização (conservação dos recursos, lazer,
recreação, cultural, ecoturístico)
VERTICALIZAÇÃO
1 a 2 3 a 5 6 a 8 □ 9 a 16 □ Mais de 16
OCUPAÇÃO DOS LOTES
□ Sem recuo frontal □ Recuo viário □ Ajardinamento □ Sem recuo lateral □ Recuo lateral
□ Recuo de fundos Ocupação demasiadamente não uniforme
DENSIDADE / CONTIGUIDADE DOS EDIFÍCIOS
Comercial/prestação de serviços
Pavilhão ou sala comercial isolada □ EdiUcio de escritórios Galeria ou centro comercial
□ Shopping Center
145
(continuação)
Industrial
□ Pavilhão industrial inserido em área urbana de uso misto □ Loteamento industrial
EDIFICAÇÃO DE VALOR HISTÓRICO E/OU PATRIMONIAL
□ Sim Não
ÁREAS IRREGULARES
□ Sim Não
ÁREAS DE RISCO GEOLÓGICO E/OU HIDROLÓGICO
□ Sim Não
ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE
□ Sim Não
ELEMENTOS COMPLEMENTARES / ESTRUTURAS FÍSICAS DO ESPAÇO LIVRE
EQUIPAMENTOS
Tipos
Estado de conservação/manutenção
Materiais
Asfalto □ Concreto moldado in loco Pedra irregular basalto □ Paralelepípedo basalto □ Bloco
intertravado □ Outro □ Sem pavimentação
Estado de conservação/manutenção
Materiais
□ Asfalto □ Concreto moldado in loco Lajota de concreto □ Pedra portuguesa □ Pedra basalto
□ Pedra arenito □ Ladrilho hidráulico □ Cerâmica □ Paralelepípedo basalto Bloco intertravado
Brita □ Piso-grama □ Emborrachado □ Madeira □ Saibro □ Solo compactado □ Outro
Sem pavimentação
146
(conclusão)
Estado de conservação/manutenção
Abastecimento de água Rede de esgoto pluvial □ Rede de esgoto cloacal □ Infraestrutura verde
Telefonia Eletricidade Iluminação pública TV a cabo Internet Coleta de lixo
SEGURANÇA CONTRA A CRIMINALIDADE
Sim □ Não
(continua)
DELIMITAÇÃO DA ÁREA
Figura 5 – Imagem aérea do ponto nodal Igreja do Amaral. Fonte: adaptado de IPLAN, 2013.
147
(continuação)
Configuração
Declividades
Configuração
Componentes
Espécies
Função
Configuração
Configuração
(continuação)
□ Espaços livres de lazer e recreação □ Espaços livres de conservação e preservação □ Espaços livres de
produção e serviços Espaços livres de circulação Espaços livres institucionais □ Espaços livres não
utilizados (vazios urbanos) □ Espaços livres em potencial de utilização (conservação dos recursos, lazer,
recreação, cultural, ecoturístico)
VERTICALIZAÇÃO
1 a 2 3 a 5 □ 6 a 8 □ 9 a 16 □ Mais de 16
OCUPAÇÃO DOS LOTES
□ Sem recuo frontal □ Recuo viário Ajardinamento □ Sem recuo lateral Recuo lateral
Recuo de fundos □ Ocupação demasiadamente não uniforme
DENSIDADE / CONTIGUIDADE DOS EDIFÍCIOS
Comercial/prestação de serviços
Pavilhão ou sala comercial isolada □ EdiUcio de escritórios Galeria ou centro comercial
□ Shopping Center
149
(continuação)
Industrial
Pavilhão industrial inserido em área urbana de uso misto □ Loteamento industrial
EDIFICAÇÃO DE VALOR HISTÓRICO E/OU PATRIMONIAL
Sim □ Não
ÁREAS IRREGULARES
Sim □ Não
ÁREAS DE RISCO GEOLÓGICO E/OU HIDROLÓGICO
□ Sim Não
ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE
Sim □ Não
ELEMENTOS COMPLEMENTARES / ESTRUTURAS FÍSICAS DO ESPAÇO LIVRE
EQUIPAMENTOS
Tipos
Estado de conservação/manutenção
Materiais
Asfalto □ Concreto moldado in loco Pedra irregular basalto □ Paralelepípedo basalto □ Bloco
intertravado □ Outro □ Sem pavimentação
Estado de conservação/manutenção
Materiais
Asfalto □ Concreto moldado in loco □ Lajota de concreto □ Pedra portuguesa □ Pedra basalto
□ Pedra arenito □ Ladrilho hidráulico □ Cerâmica □ Paralelepípedo basalto Bloco intertravado
□ Brita □ Piso-grama □ Emborrachado □ Madeira □ Saibro □ Solo compactado □ Outro
Sem pavimentação
150
(conclusão)
Estado de conservação/manutenção
Abastecimento de água Rede de esgoto pluvial □ Rede de esgoto cloacal □ Infraestrutura verde
Telefonia Eletricidade Iluminação pública TV a cabo Internet Coleta de lixo
SEGURANÇA CONTRA A CRIMINALIDADE
Sim □ Não
Levantamento físico realizado in loco durante o primeiro semestre de 2014, utilizando quadro de levantamento
adaptado de PIPPI, L. G. A. et al. A dinâmica dos espaços livres intra-urbanos da cidade de Santa Maria.
Paisagem & Ambiente: ensaios, Universidade Federal de São Paulo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo,
São Paulo, n. 29, p. 220-225, 2011.
Figuras 1 a 5 adaptadas de IPLAN – INSTITUTO DE PLANEJAMENTO DE SANTA MARIA. [Imagens aéreas brutas
do levantamento aerofotogramétrico de Santa Maria – RS, realizado no ano de 2013]. Santa Maria, 2013.
151
UFSM 15%
Base Aérea de Santa Maria 12%
Av. Roraima 11%
Estação Ferroviária de Camobi 8%
Morro do Elefante 7%
Igreja do Amaral 6%
Igreja Nossa Senhora da Glória 5%
Monumento do avião da BASM 5%
Canteiro central da RS-509 4%
Monumento de entrada da cidade 3%
Rótula da RS-509 e Av. Roraima 3%
Centro comercial e supermercado 3%
Trevo do Aeroporto 3%
Sobrado em estilo Art Déco 3%
Antiga Olaria Kipper 3%
Trilhos da Via Férrea 2%
Cooperativa de Arroz Camobi 2%
Rio Vacacaí-Mirim 2%
Centro Comercial Camobi 2%
Restaurante e loja de departamentos 1%
Figura 1 – Distribuição percentual dos votos para os lugares mais representativos de Camobi segundo a leitura
comunitária da paisagem.
A seguir são apresentados os gráficos com as distribuições percentuais dos aspectos positivos
e negativos mencionados na leitura comunitária para os cinco pontos nodais (Figuras 2-4).
Posteriormente, são apresentadas citações que exemplificam os aspectos positivos e negativos mais
mencionados.
152
Figura 2 – Distribuição percentual de aspectos positivos mencionados na Leitura Comunitária da Paisagem para
o ponto nodal Estação Ferroviária.
153
Abandono 23,5%
Má conservação 21,0%
Pouco explorado paisagisticamente 17,0%
Dificuldade de leitura do lugar 7,5%
Insegurança (criminalidade) 6,7%
Comprometimento da integridade ecológica 6,7%
Fim de atividade produtiva ou serviço oferecido 5,9%
Falta de acessibilidade 5,0%
Insegurança (tráfego) 2,5%
Não tem aspecto negativo 1,7%
Falta de continuidade física 1,7%
Falta de visibilidade 0,8%
Restrita ao público na maior parte do tempo 0,0%
Poucas opções de comércio e/ou serviço 0,0%
Falta de significação para a comunidade 0,0%
Falta de mobiliário urbano 0,0%
Falta de escala humana 0,0%
Falta de conexão da via com o entorno 0,0%
Falta de arborização 0,0%
Estética questionável 0,0%
Drenagem pluvial problemática 0,0%
Dificuldade na mobilidade não-motorizada 0,0%
Dificuldade na mobilidade motorizada 0,0%
Desconforto térmico 0,0%
Desconforto acústico 0,0%
Curto período de funcionamento 0,0%
Conflitos no uso do espaço 0,0%
Baixo prestígio da população 0,0%
Valor histórico e/ou patrimonial: “Ambiente cheio de história e importante para o bairro Camobi e para a
cidade” [Estação Ferroviária]; “deve ser carinhosamente preservada, com suas reais características” [Estação
Ferroviária]; “foi construído para ser um hotel, uma pousada para hospedar os viajantes de trem” [Sobrado em
estilo Art Déco]; “indústria importante para o desenvolvimento de Camobi” [Antiga Olaria Kipper]; “tão antiga
quanto Camobi” [Cooperativa de Arroz Camobi]; “a Igreja Nossa Senhora da Glória e a praça que fica em frente
fazem parte da história do bairro, configurando um núcleo com a estação e a cooperativa”.
Valor de memória: “Peguei o trem húngaro para ir até Uruguaiana quando tinha 14 anos” [Estação
Ferroviária]; “eu tomava banho no rio quando criança” [Rio Vacacaí-Mirim]; “fiz catequese, crisma e fui
coroinha” [Igreja Nossa Senhora da Glória]; “muitas recordações de brincar na plataforma e nos trilhos”
[Estação Ferroviária]; “me lembro que a cor era amarela” [Sobrado em estilo Art Déco].
Valor simbólico: “Representa os primórdios do bairro, pois, antigamente, as coisas aconteciam ao seu redor”
[Estação Ferroviária]; “a igreja é para o bairro o que a Catedral é para Santa Maria” [Igreja Nossa Senhora da
Glória]; “representa a força do campo através do processamento do arroz colhido por agricultores do entorno”
[Cooperativa de Arroz Camobi].
Valor estético do lugar e/ou da paisagem: “Lugar lindo” [Estação Ferroviária]; “belíssima área de Camobi, bela
paisagem” [Trilhos da via férrea]; “área nobre, com o Morro do Elefante ao fundo, próximo à praça da igreja e à
cooperativa” [Estação Ferroviária].
Valor arquitetônico e/ou urbanístico: “Arquitetura bonita, elegante” [Estação Ferroviária]; “tem uma
arquitetura diferenciada, é muito bonita” [Igreja Nossa Senhora da Glória]; “boa representatividade de como
fora acolhida a arte provinda da Europa na cidade, suas modificações e alterações em relação à art déco
original” [Sobrado em estilo ArtDéco].
Abandono: “Edificação fantasma, sem uso e que poderia servir a população de alguma maneira” [Estação
Ferroviária]; “descomprometimento da população e do poder público com esse recurso” [Rio Vacacaí-Mirim];
“a vida social do bairro foi deslocada para a área comercial da Faixa Velha”; “à noite, passar por ali é como
passar numa cidade fantasma, caráter reforçado pelo sobrado, pela praça escura da igreja e pela estação”
[Cooperativa de Arroz Camobi].
Má conservação: “Virou tapera”; “precisaria de uma restauração, mantendo-se a Arquitetura original” [Estação
Ferroviária]; “lastimável o estado nessa foto” [Sobrado em estilo art déco]; “descaracterização deste conjunto,
como, por exemplo, a péssima pintura em vermelho dos pavilhões. Deveriam ter, no mínimo, mantido o
caráter de tijolo à vista original” [Antiga Olaria Kipper].
Pouco explorado paisagisticamente: “Poucas pessoas conhecem o rio, o que contribui para seu esquecimento”
[Rio Vacacaí-Mirim]; “deveria ser um cartão postal do bairro. Infelizmente, não é” [Estação Ferroviária];
“pouquíssimas pessoas o conhecem” [Sobrado em estilo art déco]; “falta uma requalificação local que propicie
a sua visitação e contemplação” [Antiga Olaria Kipper].
Dificuldade de leitura do lugar: “Não há sinalização indicando a sua existência, é um lugar pouco divulgado”
[Estação Ferroviária]; “falta conhecimento da comunidade quanto à sua história e arquitetura” [Sobrado em
estilo art déco]; “a praça se confunde com o estacionamento”; “falta de cuidado visual com a área externa”;
“fica escondida, sem identificação e placas que ajudem na localização” [Igreja Nossa Senhora da Glória].
155
Insegurança (criminalidade): “Com pouca segurança no local” [Estação Ferroviária]; “a porta da igreja já não
fica mais sempre aberta como antigamente”; “usuários de drogas e prostituição na frente da praça à noite”
[Igreja Nossa Senhora da Glória].
Figura 4 – Distribuição percentual de aspectos positivos mencionados na Leitura Comunitária da Paisagem para
o ponto nodal Trevo do Aeroporto.
156
Valor simbólico: “Marco do progresso de Camobi”, “cartão postal da cidade”, “representa o poder aéreo
instalado em uma cidade de porte médio como Santa Maria, o que lhe dá importância no cenário nacional”
[Base Aérea de Santa Maria]; “ícone representativo de boas-vindas da cidade” [Monumento da entrada da
cidade]; “lembra automaticamente a Base Aérea, o que remete de imediato a Camobi, sendo um símbolo do
bairro” [Monumento do avião da Base Aérea].
Valor estético do lugar e/ou da paisagem: “Visuais abertas na entrada do bairro”, “visão bonita” [Trevo do
Aeroporto]; “lugar que proporciona uma vista bonita” [Monumento do avião da Base Aérea].
Eventos institucionais: “Quando ocorrem eventos lá, o público frequenta massivamente”, “muitos visitantes
em função dos eventos (mateadas, show da esquadrilha da fumaça, etc.), que geralmente são aliados à
arrecadação de donativos para entidades carentes” [Base Aérea de Santa Maria].
Valor histórico e/ou patrimonial: “Era um grande ponto estratégico de defesa das fronteiras”; “assim como a
UFSM, fez de Camobi um bairro importante para a cidade” [Base Aérea de Santa Maria].
Mobilidade motorizada: “Momento de escolher entre a Faixa Velha e a Faixa Nova” [Trevo do Aeroporto];
“aeroporto civil, de suma importância para o desenvolvimento econômico e social da cidade” [Base Aérea de
Santa Maria].
Desconforto acústico: “Barulho ensurdecedor dos aviões”; “treinamentos noturnos com as aeronaves
incomodam um pouco” [Base Aérea de Santa Maria].
Má conservação: “Sujeira, falta de capina, mal iluminado, mal sinalizado e as paradas de ônibus são um lixo”;
“mato muito alto impedindo a visibilidade dos motoristas” [Trevo do Aeroporto]; “a entrada do aeroporto e da
Vila Militar é descuidada, poderia ter uma aparência melhor” [Base Aérea de Santa Maria]; “sem iluminação e
asfalto ruim” [Monumento da entrada da cidade].
Insegurança (tráfego): “O trevo é muito confuso, causa insegurança trafegar ali”; “mal projetado, é perigoso
tanto para os pedestres como para os veículos” [Trevo do Aeroporto].
Falta de significação para a comunidade: “Poucas pessoas sabem o que representa e acham que não tem nada
a ver com a cidade”; “na verdade, não conheço ninguém que goste”; “as pessoas não sabem o significado do
monumento”; “o monumento em si não acho tão bonito. O seu significado deveria ser melhor explicado”
[Monumento da entrada da cidade].
Restrita ao público na maior parte do tempo: “Espaço bacana, deveria ter mais dias de portões abertos para a
comunidade”; “só dá para ir à EXPOAER” [Base Aérea de Santa Maria].
158
Figura 6 – Distribuição percentual de aspectos positivos mencionados na Leitura Comunitária da Paisagem para
o ponto nodal Av. Roraima.
159
Má conservação 26,6%
Pouco explorado paisagisticamente 17,0%
Dificuldade na mobilidade motorizada 16,2%
Dificuldade na mobilidade não-motorizada 8,9%
Conflitos no uso do espaço 6,5%
Falta de arborização 5,6%
Insegurança (criminalidade) 4,0%
Dificuldade de leitura do lugar 4,0%
Não tem aspecto negativo 3,2%
Falta de mobiliário urbano 2,4%
Desconforto térmico 2,4%
Insegurança (tráfego) 1,6%
Falta de conexão da via com o entorno 0,8%
Desconforto acústico 0,8%
Restrita ao público na maior parte do tempo 0,0%
Poucas opções de comércio e/ou serviço 0,0%
Fim de atividade produtiva ou serviço oferecido 0,0%
Falta de visibilidade 0,0%
Falta de significação para a comunidade 0,0%
Falta de escala humana 0,0%
Falta de continuidade física 0,0%
Falta de acessibilidade 0,0%
Estética questionável 0,0%
Drenagem pluvial problemática 0,0%
Curto período de funcionamento 0,0%
Comprometimento da integridade ecológica 0,0%
Baixo prestígio da população 0,0%
Abandono 0,0%
Espaço propício para lazer, recreação e esportes: “Atrativa tanto para caminhadas e andar de bicicleta, quanto
para tomar um chimarrão e conversar”; “as pessoas circulam diariamente tanto para trabalhar como para
passear” [Av. Roraima]; “a UFSM é o grande parque de Camobi”; “um lugar muito bom para passar um final de
semana ensolarado” [UFSM].
Valor estético do lugar e/ou da paisagem: “Avenida bonita e bem cuidada”; “visual do morro [do Elefante]
marcante”; “linda paisagem”; “uma parte bonita de Camobi” [Av. Roraima]; “com certeza, o que temos de mais
belo e organizado na cidade”; “capricho, organização da vegetação, agradável, seguro, bonito, limpo” [UFSM].
Valor simbólico: “o arco da UFSM e a Av. Roraima remetem de imediato ao bairro” [Av. Roraima]; “é o nosso
maior orgulho”; “talvez seja o mais importante símbolo de Camobi, juntamente com a Base Aérea”; “leva o
nome da nossa cidade mundo afora” [UFSM].
Valor educacional: “Pólo de desenvolvimento educacional da região”; “uma porta para o futuro de muitas
pessoas” [UFSM].
Lugar de encontro social: “Onde a comunidade passou a desenvolver atividades de lazer e de encontro” [Av.
Roraima]; “lugar freqüentado por parcela significativa da população de Santa Maria” [UFSM].
Má conservação: “Falta cuidado e manutenção do espaço” [Rótula da RS-509/Av. Roraima]; “lixo acumulado”;
“escuridão total no trecho entre as Faixas Nova e Velha” [Av. Roraima]; “as calçadas chegam a ser perigosas de
andar”; “muitos prédios não recebem a devida manutenção”; “lixo espalhado” [UFSM].
Pouco explorado paisagisticamente: “Falta arborização” [Rótula da RS-509/Av. Roraima]; “faltam mais flores
no canteiro central e árvores nas laterais”; “falta um espaço para as pessoas ficarem conversando ou cuidando
de seus filhos”; “necessita de um melhor tratamento paisagístico, aproveitando o espaço de bordas da avenida,
aos moldes de um parque linear” [Av. Roraima]; “não disponibiliza espaços livres para convívio dos alunos”;
“poucas e precárias quadras poliesportivas, trancadas nos finais de semana”; “melhorias urgentes nas
instalações próximas à pista de caminhada, cujos banheiros tem péssimas condições e quase sempre estão
fechados”; “falta um sistema de caminhos seguros, agradáveis e arborizados, para diferentes usuários, que
propiciem locais de pauso, encontros e diferentes ambientes” [UFSM].
Dificuldade na mobilidade motorizada: “Por ser uma das únicas saídas da Universidade, há congestionamento
nos horários de pico”; “falta de planejamento do trânsito” [Av. Roraima]; “o fluxo de veículos provenientes da
universidade geram um impacto muito negativo nos fluxos de pessoas do bairro e veículos de outras cidades
que passam pela região. Falta um sistema de transporte coletivo mais eficiente”; “acesso único e mal
projetado”; “trânsito cada vez pior”; “horários de ônibus um pouco desorganizados”; “transporte público não
atende corretamente esse destino” [UFSM].
Dificuldade na mobilidade não motorizada: “O intenso trânsito durante a semana dificulta a acessibilidade dos
pedestres entre um lado e o outro da avenida”; “a ciclovia não dá a possibilidade de atravessar as vias sem
descer da bicicleta, é preciso subir na calçada”; “a ciclovia termina em lugar nenhum” [Av. Roraima]; “a ciclovia
construída ao longo da Av. Roraima deveria prosseguir no interior do campus” [UFSM].
161
Conflitos no uso do espaço: “Falta de local para praticantes de skate faz com que a garotada dispute espaço
com pedestres, com risco de acidentes”; “os cidadãos ainda não aprenderam que a ciclovia é para uso dos
ciclistas”; “aglomeração de pessoas em alguns horários ocupando calçada e ciclovia, assim impedindo ou
dificultando o tráfego de pedestres e ciclistas” [Av. Roraima].
Figura 8 – Distribuição percentual de aspectos positivos mencionados na Leitura Comunitária da Paisagem para
o ponto nodal Centro Comercial.
162
Má conservação 23,0%
Dificuldade na mobilidade não-motorizada 20,5%
Pouco explorado paisagisticamente 13,0%
Dificuldade na mobilidade motorizada 10,3%
Dificuldade de leitura do lugar 8,0%
Drenagem pluvial problemática 5,2%
Poucas opções de comércio e/ou serviço 2,5%
Insegurança (tráfego) 2,5%
Insegurança (criminalidade) 2,5%
Falta de escala humana 2,5%
Falta de arborização 2,5%
Estética questionável 2,5%
Curto período de funcionamento 2,5%
Baixo prestígio da população 2,5%
Restrita ao público na maior parte do tempo 0,0%
Não tem aspecto negativo 0,0%
Fim de atividade produtiva ou serviço oferecido 0,0%
Falta de visibilidade 0,0%
Falta de significação para a comunidade 0,0%
Falta de mobiliário urbano 0,0%
Falta de continuidade física 0,0%
Falta de conexão da via com o entorno 0,0%
Falta de acessibilidade 0,0%
Desconforto térmico 0,0%
Desconforto acústico 0,0%
Conflitos no uso do espaço 0,0%
Comprometimento da integridade ecológica 0,0%
Abandono 0,0%
Ambiência agradável: “Lugar aconchegante, tranquilo e que nos leva a fazer pequenas compras sem desgaste
com trânsito” [Centro Comercial Camobi]; “restaurante e lojas acolhedores” [Restaurante e lojas de
departamento].
Valor simbólico: “Dá ar de cidade ao bairro”; “ideia de progresso”; “é muito marcante, uma referência”
[Canteiro central da RS-509].
Opções de comércio e serviço disponíveis: “Simples, mas com variedade de lojas e preços acessíveis”,
“restaurante”; “tem muitas opções, não sendo necessário ir até o centro da cidade” [Centro Comercial
Camobi]; “os moradores tem a possibilidade de comprar e pesquisar produtos em Camobi, ganhando mais
tempo para si” [Restaurante e lojas de departamento].
Mobilidade motorizada: “As faixas de segurança estão bem distribuídas, do ponto de vista do motorista”;
“principal eixo rodoviário de Camobi”; “até o ponto onde a faixa está duplicada, não engarrafa” [Canteiro
central da RS-509].
Mobilidade não motorizada: “Torna possível a travessia de grande número de pedestres em segurança”
[Canteiro central da RS-509]; “bom lugar para caminhar” [Centro comercial Camobi].
Má conservação: “Pouco iluminado” [Centro comercial Camobi]; “normalmente está com a grama altíssima”;
“deveria ser limpo com mais frequência”; “carece de manutenção” [Canteiro central da RS-509].
Dificuldade na mobilidade não motorizada: “Seria melhor se cuidassem da pavimentação dos lugares onde os
pedestres passam. Para um cadeirante ou pessoas com mobilidade reduzida, a travessia fica impossível ou
inviável”; “área de pedestres pouco valorizada (pavimentação irregular e/ou danificada)”; “faltou planejar uma
ciclovia” [Canteiro central da RS-509].
Pouco explorado paisagisticamente: “Falta de árvores e arbustos, que poderiam ser plantados, desde que não
prejudicassem a visibilidade de motoristas e pedestres”; “não há investimento em paisagismo”; “pobre
esteticamente, não tem espaço de permanência como uma banca de revistas na rua” [Canteiro central da RS-
509].
Dificuldade na mobilidade motorizada: “Há travessias fora da faixa de segurança”; “o capim alto dificulta a
visibilidade e propicia acidentes, principalmente aqueles que envolvem pedestres” [Canteiro central da RS-
509].
Dificuldade de leitura do lugar: “Falta informação sobre as lojas existentes” [Centro comercial Camobi];
“sinalização inadequada”; “precisa receber pintura constante em seus meios-fios para melhorar sua visibilidade
no período noturno” [Canteiro central da RS-509].
164
Marco referencial: “É a referência que os moradores da Av. João Machado Soares dão para quem vem do
centro ‘na Faixa Velha, dobra à esquerda na Igreja do Amaral’”; “demarca limites de um extremo ao outro de
Camobi”; “único monumento religioso ao longo da Faixa Velha (via de maior circulação do bairro)”; “ponto de
referência da duplicação da Faixa Velha”[Igreja do Amaral]; “marca a área de início do bairro Camobi para
quem vem do Centro” [Centro comercial e supermercado].
Opções de comércio e serviço disponíveis: “Aglomeração de comércio e serviços de apoio aos moradores do
bairro, bom restaurante”; “facilidade em comprar”; “ótimo local para compras, com estacionamento amplo”;
“muitas opções, não sendo necessário ir até o centro da cidade” [Centro comercial e supermercado].
Valor histórico e/ou patrimonial: “Uma igreja histórica para o bairro”; “um dos primeiros centros religiosos do
bairro, fundado por imigrantes italianos” [Igreja do Amaral].
Eventos institucionais: “Proporcionam grande convívio para a comunidade”; “local envolvido com várias ações
durante o ano”; “além da igreja, se destaca o salão com diversos eventos, como feira de roupas e risoto do
Lions Clube” [Igreja do Amaral].
Valor religioso: “Local de religiosidade”; “paz, acolhimento espiritual, emoções positivas” [Igreja do Amaral].
Má conservação: “Pouco iluminado” [Centro comercial Camobi]; “normalmente está com a grama altíssima”;
“deveria ser limpo com mais frequência”; “carece de manutenção” [Canteiro central da RS-509].
Dificuldade na mobilidade não motorizada: “Seria melhor se cuidassem da pavimentação dos lugares onde os
pedestres passam. Para um cadeirante ou pessoas com mobilidade reduzida, a travessia fica impossível ou
inviável”; “área de pedestres pouco valorizada (pavimentação irregular e/ou danificada)”; “faltou planejar uma
ciclovia” [Canteiro central da RS-509].
Pouco explorado paisagisticamente: “Falta de árvores e arbustos, que poderiam ser plantados, desde que não
prejudicassem a visibilidade de motoristas e pedestres”; “não há investimento em paisagismo”; “pobre
esteticamente, não tem espaço de permanência como uma banca de revistas na rua” [Canteiro central da RS-
509].
Dificuldade na mobilidade motorizada: “Há travessias fora da faixa de segurança”; “o capim alto dificulta a
visibilidade e propicia acidentes, principalmente aqueles que envolvem pedestres” [Canteiro central da RS-
509].
Dificuldade de leitura do lugar: “Falta informação sobre as lojas existentes” [Centro comercial Camobi];
“sinalização inadequada”; “precisa receber pintura constante em seus meios-fios para melhorar sua visibilidade
no período noturno” [Canteiro central da RS-509].
167
0%
0%
Igreja do Amaral 0%
2%
33%
65%
2%
1%
Centro Comercial 2%
7%
30%
58%
0%
2%
Av. Roraima 11%
14%
24%
49%
0%
0%
Trevo do Aeroporto 1%
4%
14%
81%
0%
0%
Estação Ferroviária 0%
0%
14%
86%
Grupo de seis ou mais Grupo de cinco Grupo de quatro Trio Dupla Indivíduo
Figura 1 – Distribuição percentual do número de indivíduos componentes dos grupos observados realizando
atividades não motorizadas nos pontos nodais - tarde de sexta-feira.
0%
0%
Igreja do Amaral 0%
6%
27%
67%
0%
2%
Centro Comercial 5%
9%
21%
63%
2%
0%
Av. Roraima 2%
5%
25%
66%
0%
0%
Trevo do Aeroporto 7%
7%
36%
50%
0%
0%
Estação Ferroviária 0%
37%
0%
63%
Grupo de seis ou mais Grupo de cinco Grupo de quatro Trio Dupla Indivíduo
Figura 2 – Distribuição percentual do número de indivíduos componentes dos grupos observados realizando
atividades não motorizadas nos pontos nodais - tarde de domingo.
168
Feminino Masculino
Figura 3 – Distribuição percentual por sexo de indivíduos realizando atividades não motorizadas nos pontos
nodais - tarde de sexta-feira.
Feminino Masculino
Figura 4 – Distribuição percentual por sexo de indivíduos realizando atividades não motorizadas nos pontos
nodais - tarde de domingo.
169
7%
Igreja do Amaral 83%
5%
5%
11%
Centro Comercial 72%
16%
1%
4%
Av. Roraima 89%
6%
1%
3%
Trevo do Aeroporto 89%
5%
3%
0%
Estação Ferroviária 81%
0%
19%
Figura 5 – Distribuição percentual por faixa etária de indivíduos realizando atividades não motorizadas nos
pontos nodais - tarde de sexta-feira.
0%
Igreja do Amaral 95%
5%
0%
12%
Centro Comercial 76%
4%
8%
1%
Av. Roraima 66%
26%
7%
2%
Trevo do Aeroporto 78%
13%
7%
0%
Estação Ferroviária 63%
12%
25%
Figura 6 – Distribuição percentual por faixa etária de indivíduos realizando atividades não motorizadas nos
pontos nodais - tarde de domingo.
170
0%
0%
0%
11%
0%
0%
Igreja do Amaral 0%
0%
0%
30%
0%
2%
0%
57%
0%
0%
0%
6%
0%
2%
Centro Comercial 0%
0%
2%
11%
0%
0%
0%
79%
0%
0%
0%
0%
0%
0%
Av. Roraima 0%
0%
1%
12%
0%
0%
0%
87%
0%
0%
0%
0%
0%
18%
Trevo do Aeroporto 0%
0%
0%
19%
0%
2%
0%
61%
0%
0%
0%
6%
0%
0%
Estação Ferroviária 0%
0%
0%
19%
0%
0%
0%
75%
Figura 7 – Distribuição percentual das atividades não motorizadas observadas nos pontos nodais - tarde de
sexta-feira.
171
0%
0%
0%
9%
0%
19%
Igreja do Amaral 0%
0%
0%
24%
0%
0%
0%
48%
0%
0%
0%
5%
0%
0%
Centro Comercial 0%
0%
0%
13%
0%
1%
0%
81%
0%
0%
0%
0%
5%
4%
Av. Roraima 0%
0%
9%
19%
4%
5%
1%
53%
0%
0%
0%
3%
5%
7%
Trevo do Aeroporto 0%
0%
0%
18%
0%
0%
0%
67%
0%
0%
39%
0%
0%
0%
Estação Ferroviária 0%
0%
0%
12%
0%
12%
12%
25%
Figura 8 – Distribuição percentual das atividades não motorizadas observadas nos pontos nodais - tarde de
domingo.
ANEXOS
173
Anexo G – Mapa das áreas com risco geológico e hidrológico do bairro Camobi
180
CAPÍTULO II
DOS PRINCÍPIOS
Art. 2º A execução e manutenção dos passeios, bem como a instalação, nos passeios, de mobiliário
urbano, equipamentos de infraestrutura, vegetação, sinalização, entre outros permitidos por lei,
devem estar de acordo com os seguintes princípios:
I. Acessibilidade: garantia de mobilidade plena para todos os usuários, assegurando o acesso de
idosos e pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida em rotas acessíveis, concebidas de
forma contínua e integradas por conexões convenientes entre destinos, incluindo as habitações, os
equipamentos de serviços públicos, os espaços públicos, o comércio e o lazer, entre outros;
II. Segurança: não ofertar riscos de acidentes, minimizando interferências decorrentes da instalação
do mobiliário urbano, equipamentos de infraestrutura, vegetação, sinalização, publicidade, tráfego
de veículos e edificações;
III. Identidade: os passeios devem reforçar a hierarquia viária e o tipo de fluxo peatonal da área,
observando os aspectos estéticos e harmônicos de seu entorno para promoção da identidade,
qualidade do ambiente urbano e valorização turística da cidade;
IV. Manutenção: a escolha dos materiais deverá garantir o trânsito de pedestres e passagens
eventuais de veículos sem danos ao passeio público, como, também, facilitar a recomposição após
eventuais obras e serviços locais;
V. Permeabilidade: estimulada através da faixa de mobiliário e da faixa permeável, contribuindo para
a drenagem urbana;
VI. Conforto: promover mobilidade peatonal confortável, estimulante, mediante revestimentos com
materiais adequados, presença de vegetação, disciplinamento e oferta de mobiliário e generosidade
de dimensões;
CAPÍTULO III
DOS PADRÕES DE PASSEIOS
Art. 3º A padronização dos passeios de que trata a presente lei é de acordo com a hierarquia viária e
fluxo peatonal e está definida conforme segue:
I. Padrão 1 - direcionado aos eixos prioritários de mobilidade urbana, na área central e nos bairros e
em suas interligações importantes; caracteriza-se por homogeneidade dimensional e de coloração,
promovendo leitura facilitada e estímulo à continuidade de fluxo;
II. Padrão 2 – direcionado aos canais viários de hierarquia local, em áreas de dominância da ocupação
residencial; caracteriza-se por permeabilidade e variedade de materiais, cores e elementos vegetais,
oportunizando um caminhar mais lento e observativo;
III. Padrão 3 – direcionado aos setores residenciais populares, onde implantados loteamentos e/ou
condomínios de habitações de interesse social; caracteriza-se por permeabilidade, homogeneidade,
dimensionamento mínimo e materiais com resistência e abrasividade comprovados, porém, menor
custo de mercado em aquisição e execução, facilitando a implantação e manutenção dos passeios
públicos em tais setores;
212
VI. Padrão Setorial – padrão concedido ou determinado pelo Executivo, através de projeto específico
do Escritório da Cidade, para caracterizar loteamentos, condomínios ou áreas especiais na zona
urbana e rural do município.
CAPÍTULO IV
DAS FAIXAS E ELEMENTOS COMPONENTES
Art. 5º O passeio, em qualquer dos padrões, fica estruturado em até 3 (três) faixas e pelos seguintes
elementos:
I. Meio-fio;
II. Faixa de mobiliário;
III. Faixa livre;
IV. Faixa permeável;
V. Esquina.
Seção I
Do meio-fio
Seção II
Da faixa de mobiliário
Art. 10. A faixa de mobiliário é o espaço do passeio localizado em posição adjacente ao meio-fio e à
faixa livre.
Art. 11. A faixa de mobiliário será destinada à implantação de equipamentos e mobiliário urbano, à
vegetação e a outras interferências existentes nos passeios, tais como rampa de acesso de veículos,
tampas de inspeção, grelhas de exaustão e de drenagem das concessionárias de infra-estrutura,
lixeiras, sinalização vertical, iluminação pública e eletricidade.
Art. 12. Os canteiros com vegetação, nesta faixa, serão classificados em:
I. Canteiro isolado, com dimensões internas de 80 x 120 cm;
II. Canteiro contínuo, seguindo a configuração da faixa de mobiliário com largura interna de 80 cm.
Parágrafo único. O canteiro isolado ou trecho do canteiro contínuo, mediante análise do Escritório da
Cidade, poderão receber grelhas para facilitar o fluxo de pedestres.
213
Art. 13. O canteiro contínuo será interrompido em locais de travessia de pedestres, acessos de
garagens ou para implantação de mobiliário ou equipamento.
Art. 14. No padrão 1 será adotado o canteiro isolado, com exceção dos passeios com larguras
superiores a 3 m, que deverão adotar o canteiro contínuo.
Art. 15. Nos padrões 2 e 3 será adotado o canteiro contínuo.
Art. 16. Caso o munícipe deseje trocar a modalidade de canteiro estabelecido pelo padrão, deverá
encaminhar solicitação ao Escritório da Cidade, o qual, respaldado pelo Fórum Técnico, emitirá
parecer.
Art. 17. Os equipamentos, mobiliários urbanos e vegetação implantados nessa faixa deverão seguir
as disposições constantes no capítulo X deste decreto.
Seção III
Da faixa livre
Art. 18. A faixa livre é o espaço do passeio localizada entre a faixa de mobiliário e a faixa permeável.
Art. 19. A faixa livre será destinada exclusivamente à livre circulação de pedestres, desprovida de
obstáculos, equipamentos urbanos ou de infra-estrutura, mobiliário, vegetação, floreiras,
rebaixamento de meio-fios para acesso de veículos ou qualquer outro tipo de interferência
permanente ou temporária, devendo atender às seguintes características:
I. Possuir superfície regular, firme, contínua e antiderrapante sob qualquer condição;
II. Ter inclinação longitudinal acompanhando o caimento da rua;
III. Ter inclinação transversal constante, não superior a 2% (dois por cento);
IV. Ser livre de qualquer interferência ou barreira arquitetônica;
V. Ser livre de emendas ou reparos de pavimento, devendo ser recomposta em toda sua largura,
dentro da modulação original, em caso de interferências.
Art. 20. A faixa livre terá largura mínima de acordo com a largura do passeio, conforme menciona o
Capítulo VI - Das disposições de acordo com a largura dos passeios, mas nunca inferior a 1.20 m.
Seção IV
Da faixa permeável
Art. 21. A faixa permeável é o espaço do passeio localizado entre a faixa livre e o alinhamento
predial, com largura variável.
Art. 22. A faixa permeável é destinada a proporcionar maior permeabilidade do solo, obrigatória em
passeios com larguras superiores a 2,5 m (dois metros e meio), conforme estabelecido pelo padrão.
Parágrafo único. Esta faixa poderá receber plantas de forração ou arbustivas que não se projetem
sobre a faixa livre, nem contenham espinhos.
Art. 23. A faixa permeável deverá ser pavimentada nas esquinas e acessos de veículos e pedestres
aos lotes.
214
Art. 24. Quando permitida a pavimentação, deverá ser nivelada com a faixa livre.
Art. 25. Não poderá possuir elementos divisores sobressalentes.
Art. 26. A qualquer momento, quando detectado aumento de fluxo de pedestres, o município poderá
solicitar pavimentação desta faixa para ampliação da faixa livre, devendo esta ser pavimentada
seguindo o estabelecido pelo padrão.
Art. 27. A faixa permeável deverá começar a 6 m da esquina, sendo esta distância considerada a
partir do alinhamento predial da via transversal.
Seção V
Da esquina
Art. 29. Para garantir a segurança do pedestre nas travessias e do condutor do automóvel nas
conversões, as esquinas deverão estar livres de interferências visuais ou físicas, conforme distâncias
estabelecidas no capítulo X, do mobiliário urbano e arborização.
Parágrafo único. Exceção são as placas de sinalização de trânsito, que deverão seguir sua legislação
específica.
Art. 30. Todas as esquinas deverão ser constituídas de rebaixo de meio-fio para pessoas com
necessidades especiais, devendo este ser executado após a parte curva do meio-fio.
Art. 31. As esquinas totalmente rebaixadas só serão liberadas mediante aprovação do Escritório da
Cidade.
CAPÍTULO V
DA COMPOSIÇÃO E DAS ESPECIFICIDADES DOS PADRÕES
Seção I
Do Padrão 1
Art. 32. O Padrão 1 é composto pelos seguintes elementos, conforme ilustrado pela Fig. 1 (Anexo2):
I. meio-fio;
II. faixa de mobiliário;
III. faixa livre.
Parágrafo único. Nos passeios largos, em trechos com baixo fluxo de pedestres, poderá haver Faixa
Permeável mediante análise ou projeto específico do Escritório da Cidade.
215
Art. 33. Para assegurar mobilidade e continuidade visual nestes trajetos, o padrão requer uma
linguagem específica e uniforme, através da implantação dos seguintes materiais para pavimentação:
I. Lajota de concreto em tom cinza, 40 x 40 cm;
II. Ladrilho em tom cinza, 40 x 40 cm;
III. Basalto regular, 40 x 40 cm.
Parágrafo único. O material a ser utilizado para pavimentação do passeio, entre os citados neste
artigo, deve seguir o material dominante na face da quadra em que o lote está compreendido.
Art. 34. Poderá ser definida, pelo Escritório da Cidade, a inserção de desenhos de piso para assegurar
a unidade dos passeios, sendo que tais elementos não serão considerados como outro tipo de
material na composição do padrão 1.
Seção II
Do Padrão 2
Art. 35. O Padrão 2 é composto pelos seguintes elementos, conforme ilustrado pela Fig. 2:
I. meio-fio;
II. faixa de mobiliário;
III. faixa livre com largura mínima de 1,5 m;
IV. faixa permeável, nos passeios com largura superior a 2,5 m.
§ 1º A faixa permeável é opcional nos passeios existentes, sendo que mediante projeto específico,
poderá o Escritório da Cidade exigir a implantação da mesma.
§ 2º A faixa permeável será obrigatória nos novos loteamentos e condomínios.
Art. 36. Neste padrão, será possível a utilização de diferentes materiais para pavimentação dos
passeios, entre os seguintes:
I. Bloco intertravado de concreto natural, admitindo peças com coloração;
II. Concreto reguado ou alisado, estampado ou não;
III. Basalto irregular;
IV. Outros materiais, mediante aprovação do Escritório da Cidade.
Parágrafo único. O material a ser utilizado para pavimentação do passeio, entre os citados neste
artigo, deve seguir o material dominante na face da quadra em que o lote está compreendido.
Seção III
Do Padrão 3
Art. 37. O Padrão 3 é composto pelos seguintes elementos, conforme ilustrado pela Fig. 3:
I. meio-fio;
II. faixa de mobiliário;
216
Seção VI
Do Padrão Setorial
Art. 45. Poderá ser apresentado, para aprovação do Escritório da Cidade, projeto específico para os
passeios públicos de bairros ou setores com peculiaridades urbanísticas, utilizando materiais e
desenhos diferenciados.
Art. 46. O setor para este plano deverá compreender, no mínimo, os passeios das duas faces de
quadra voltados para a mesma via.
Art. 47. A solicitação deverá ser encaminhada com anuência de, no mínimo, 80% dos proprietários
dos imóveis localizados no trecho de via pública onde será readequado, construído, reconstruído e
conservado, observando os parâmetros atinentes estabelecidos nesse decreto.
Seção VII
Dos passeios pertencentes a imóveis tombados, de interesse patrimonial e entorno
Art. 48. Nos passeios pertencentes a imóveis tombados, de interesse patrimonial e entorno destes,
prevalecerão as diretrizes determinadas pelo órgão patrimonial responsável quanto aos materiais e
critérios de instalação, se houverem.
Seção VIII
Da transição de padrão
Art. 49. Nas esquinas em que houver encontro de dois padrões, o padrão 1 ou 2 deverá seguir até o
passeio adjacente, considerando os seguintes limites e o disposto na Fig. 5:
I. Início do rebaixamento do passeio para as larguras menores ou iguais a 2,5 m;
217
CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES DE ACORDO COM A LARGURA DOS PASSEIOS
Art. 51. Os passeios, para fins de padronização, serão divididos de acordo com as seguintes larguras
(L):
I. largura menor que dois metros (L < 2 m);
II. largura maior ou igual a dois metros e menor ou igual a dois metros e meio (2 ≤ L ≤ 2,5 m);
III. largura maior que dois metros e meio e menor que três metros e meio (2,5 <L < 3,5 m);
IV. largura maior ou igual a três metros e meio (L ≥ 3,5 m).
Parágrafo único. Os passeios com largura igual ou maior a 3,5 m serão considerados passeios largos.
Seção I
Da largura menor que dois metros
Art. 52. Nesta variação de largura, não será permitida a utilização de canteiros, nem o plantio de
árvores, devido à sua dimensão reduzida, devendo ser estimulado o plantio de espécies de médio a
grande porte no recuo de jardim.
Art. 53. O acesso das pessoas com necessidades especiais a estes passeios deverá ocorrer através do
rebaixamento do meio-fio e passeio, ou através da faixa elevada de pedestres.
Art. 54. Quando houver alargamento da esquina, incorporando a área de estacionamento, deverá ser
implantada a rampa para pessoas com necessidades especiais, ao invés de rebaixamento do meio-fio
e passeio.
Art. 55. Não será permitida a faixa permeável.
Seção II
Da largura maior ou igual a dois metros e menor ou igual a dois metros e meio
Art. 56. Nesta variação de largura, de modo a garantir que a faixa livre tenha largura mínima de 1.5
m, a faixa de mobiliário poderá ter sua largura reduzida.
§ 1º No padrão 1, os canteiros isolados, de dimensões 80 x 120 cm, terão a dimensão de 80 cm
reduzida no limite da faixa de mobiliário.
§ 2º No padrão 2, o canteiro contínuo terá a largura de 80 cm reduzida no limite da faixa de
mobiliário.
218
Art. 57. Será permitido o plantio de árvores de pequeno e médio porte no eixo da faixa de mobiliário.
Art. 58. O acesso das pessoas com necessidades especiais a estes passeios deverá ocorrer através do
rebaixamento do meio-fio e passeio, ou através da faixa elevada de pedestres.
Art. 59. Quando houver alargamento da esquina, incorporando a área de estacionamento, deverá ser
implantada a rampa para pessoas com necessidades especiais, ao invés de rebaixamento do meio-fio
e passeio.
Art. 60. Nesta largura não será permitida a faixa permeável.
Seção III
Da largura maior que dois metros e meio e menor que três metros e meio
Art. 61. Será permitido o plantio de árvores de médio a grande porte no eixo da faixa de mobiliário.
Art. 62. O acesso das pessoas com necessidades especiais a estes passeios deverá ocorrer através do
rebaixo de meio-fio e rampa.
Art. 63. Poderá haver faixa permeável.
Seção IV
Da largura maior ou igual a três metros e meio
Art. 64. Será permitido o plantio de árvores de médio a grande porte no eixo da faixa de mobiliário.
Art. 65. O acesso das pessoas com necessidades especiais a estes passeios deverá ocorrer através do
rebaixo de meio-fio e rampa.
Art. 66. Poderá haver faixa permeável.
CAPÍTULO VII
DAS LARGURAS DOS CANTEIROS DE AVENIDAS
Art. 67. Os canteiros das avenidas, para fins de padronização, serão divididos de acordo com as
seguintes larguras (L):
I. Largura menor que dois metros e vinte centímetros (L < 2,2 m);
II. Largura maior ou igual a dois metros e vinte centímetros e menor que dois metros e sessenta
centímetros (2,2 < L < 2,6 m);
III. Largura maior ou igual a dois metros e sessenta centímetros (L ≥ 2,6 m).
Art. 68. Os locais de travessia de pedestres, em canteiros de avenidas com largura inferior a 2,2 m,
deverão ter o canteiro interrompido e sinalizado somente com uma faixa de piso tátil de alerta,
conforme ilustra a Fig. 6.
Art. 69. Os locais de travessia de pedestres, em canteiros de avenidas com largura igual ou superior a
2,2 m e inferior a 2,6 m, deverão ter o canteiro interrompido e sinalizado com duas faixas de piso
tátil de alerta, conforme ilustra a Fig. 7.
219
Art. 70. Os locais de travessia de pedestres, em canteiros de avenidas com larguras iguais ou
superiores a 2,6 m, deverão ter o canteiro interrompido ou rampa, sinalizado (a) com o piso tátil de
alerta e piso tátil direcional, conforme ilustram as figuras 8 e 9.
CAPÍTULO VIII
DAS PAVIMENTAÇÕES ESPECIAIS
Art. 71. Os passeios contarão com pisos especiais para acessibilidade ou caracterização temática,
entre eles:
I. Tátil de alerta;
II. Tátil direcional;
III. Pictograma.
Art. 72. Os locais de embarque e desembarque de transporte coletivo e taxi, deverão ser sinalizados
com pisos de alerta e/ou direcionais, conforme as figuras 10 e 11 e NBR 9050.
Art. 73. Os telefones públicos, ou demais elementos suspensos entre 0.60 e 2.10 m de altura,
deverão ser sinalizados com pisos de alerta e/ou direcional, conforme Fig. 12 e NBR 9050.
Seção I
Do piso tátil de alerta
Art. 74. O piso tátil de alerta será obrigatório para sinalização de qualquer obstáculo suspenso no
passeio público, seguindo orientações da NBR 9050.
Art. 75. Em edificações recuadas ou com novo alinhamento em relação às vizinhas, quando não
houver o piso tátil direcional no passeio, deverá haver uma faixa de piso tátil de alerta para auxílio de
locomoção, conforme Fig. 13.
Art. 76. As rampas para pedestres deverão sempre ser sinalizadas com o piso tátil de alerta em todo
seu perímetro voltado para o passeio, conforme Fig. 14.
Art. 77. As dimensões do piso tátil de alerta deverá ser de 40 x 40 cm na cor vermelha, reduzido para
25 x 25 nas seguintes situações:
I. No perímetro das rampas de acesso para pedestres ao passeio;
II. Em edificações recuadas ou com novo alinhamento predial;
III. Nos locais de embarque e desembarque.
Art. 78. Sempre que a rota de piso tátil direcional sofrer mudança de sentido, nível ou interrupção,
esta deverá ser sinalizada com o piso tátil de alerta, conforme NBR 9050 e figuras 14 e 15.
220
Seção II
Do piso tátil direcional
Art. 79. O piso tátil direcional será obrigatório nos passeios considerados largos e do padrão 1.
Parágrafo único. Os passeios com larguras inferiores a 3,5 m não deverão ter piso tátil direcional.
Art. 80. O piso tátil direcional deverá estar a 2,40 m da face interna do meio-fio.
Art. 81. A distância do piso tátil direcional poderá ser variável em relação ao meio-fio nas transições
de padrões, conforme Fig. 14.
Art. 82. Deverá haver alinhamento e continuidade do piso tátil direcional do passeio público na
transição de um lote para o outro.
Art. 83. As dimensões deste piso deverá ser 40 x 40 cm, na cor cinza chumbo ou cinza claro, de modo
a contrastar com o piso utilizado.
Art. 84. Nos projetos especiais e setoriais, poderão ser utilizadas cores diferenciadas, mediante
aprovação do Escritório da Cidade.
Seção III
Do pictograma
Art. 85. O município poderá instalar ou solicitar a instalação de piso com pictograma característico,
no intuito de caracterizar eixos de mobilidade temáticos, interligando diferentes áreas ou setores da
cidade.
CAPÍTULO IX
DOS DISPOSITIVOS ESPECÍFICOS DE ACESSIBILIDADE
Art. 86. Os passeios devem incorporar dispositivos de acessibilidade de acordo com o estabelecido
nesse decreto, exceção aos casos omissos, onde inferem disposições da NBR 9050, da ABNT, ou
norma técnica oficial, posterior, que a substitua.
Seção I
Do Rebaixamento do Meio-fio
Art. 87. O rebaixamento do meio-fio deverá atender o disciplinado no capítulo referente a passeio
público da Lei Complementar nº 070/09, de 04 de novembro de 2009, Código de Obras e Edificações,
ou respectivas alterações.
Parágrafo único. Para fins de acesso de pessoas com necessidades especiais, este rebaixo de meio-fio
não será computado na extensão máxima permitida.
Art. 88. Deverá ocorrer rebaixamento do meio-fio junto à faixa de travessia de pedestres e, também,
junto às vagas destinadas ao estacionamento de veículos que transportam pessoas com necessidades
especiais, junto aos passeios públicos.
221
Seção II
Das rampas
Art. 89. Em passeios de até 2,50 m, a largura mínima do rebaixamento do meio-fio e passeio é de
1.50 m e inclinação de 1%, com as rampas laterais de inclinação máxima 10%, conforme Fig. 16.
Art. 90. A rampa de acesso para pessoas com necessidades especiais e o rebaixamento de meio-fio e
passeio, deverão ser implantados no segmento retilíneo do meio-fio, conforme figuras 16 e 17.
Art. 91. O rebaixamento total de esquina ou rampa curva em esquina, conforme figuras 18 e 19, só
poderá ser implantando em casos excepcionais, mediante aprovação prévia do Escritório da Cidade.
Art. 92. A largura mínima das rampas de acesso para pessoas com necessidade especiais é de 1.20 m,
e esta deverá ter inclinação máxima de 8,33%, conforme Fig. 20.
§ 1º. Nos casos em que a rampa não possibilitar passagem livre de 80 cm entre ela e o alinhamento
do lote, a inclinação poderá ser aumentada para, no máximo, 10%.
§ 2º. Nos passeios com piso direcional, para garantir a distância mínima de 40 cm entre este e o final
do piso alerta da rampa, a inclinação poderá ser aumentada para, no máximo, 10%, conforme Fig. 21.
Art. 93. Nos passeios onde houver fluxo intenso de pedestres, o município poderá solicitar que a
largura do rebaixamento seja igual à largura das faixas de travessia de pedestres.
Art. 94. As rampas de acesso ao lote para pessoas com necessidades especiais, veículos ou outros
fins, não poderão avançar sobre o passeio público.
Art. 95. Nos acessos de veículos a estacionamentos e garagens com mais de dez vagas, deverá ser
implantada a sinalização tátil de alerta, visual luminosa e sonora, seguindo as disposições constantes
nas figuras 22 e 23.
I. A instalação do piso tátil de alerta deverá ser na cor vermelha, distante entre 40 e 50 cm da rampa
de acesso de veículos sobre o passeio, no sentido transversal;
II. O equipamento de sinalização luminosa e sonora deverá estar em funcionamento sempre que
houver fluxo de veículos, com pisca nas cores amarela e vermelha, a uma altura de 2,2 m e 2,6 m, a
contar do nível do passeio junto ao alinhamento predial;
III. O dispositivo sonoro não poderá ser acionado quando não ocorrer fluxo de veículos.
Art. 96. Todos os abrigos em pontos de embarque e desembarque de transporte coletivo deverão ser
acessíveis.
Parágrafo único. Quando houver desnível da plataforma em relação ao passeio, este deverá ser
vencido por meio de rampa ou plataforma elevatória, nos padrões da NBR 9050, da ABNT, ou
substitutiva.
Seção III
Das Guias de Balizamento
Art. 97. Em projetos especiais, o Poder Público poderá determinar a implantação de guias de
balizamento, de acordo com os critérios adotados na NBR 9050 da ABNT ou norma técnica oficial que
a substitua.
222
CAPÍTULO X
DA INSERÇÃO DO MOBILIÁRIO URBANO E DA ARBORIZAÇÃO
Art. 98. As distâncias entre os elementos integrantes do mobiliário urbano, e destes com a
arborização, deverão seguir as disposições mínimas constantes no Quadro 1 - Distâncias mínimas
entre elementos urbanos.
Árvore
Árvore Médio Árvore Grande
Esquinas Pequeno
Porte Porte
Porte
5 m ou
Pequeno porte 6m diâmetro da 7m 11 m
copa
7 m ou
Arborização Médio porte 6m 7m diâmetro da 12 m
copa
15 m ou
Grande porte 6m 11 m 12 m diâmetro da
copa
4 m ou
3 m ou raio da 8 m ou raio da
Poste de luz 6m diâmetro da
copa copa
copa
Boca de lobo 3m 2,5 m 3,5 m 5m
Mobiliário
urbano Parada de ônibus e
15 m 1,5 m 2,5 m 2,5 m
módulos temporários
Lixeiras 6m Poderão ser implantadas no canteiro das árvores
Demais elementos 6m 1,5 m 1,5 m 1,5 m
Art. 99. Será permitida a implantação do abrigo de ônibus sobre a faixa livre, desde que este não
tenha anteparo vertical e permita a livre passagem sob a estrutura.
Art. 100. A vegetação arbórea, arbustivas e/ou de forração deverá ser implantada na faixa de
mobiliário, exclusivamente, do seguinte modo:
I - no centro do canteiro isolado;
II - no eixo do canteiro contínuo e afastado a 60 cm do seu início ou término.
Art. 101. Para instalar um mobiliário ou equipamento permanente na faixa do mobiliário é necessário
solicitar aprovação do Escritório da Cidade.
Art. 102. As espécies arbóreas a serem adotadas são as incluídas no Plano de Arborização Urbana do
Município de Santa Maria, ou em consulta aos técnicos da Secretaria Municipal de Proteção
Ambiental.
CAPÍTULO XI
DOS DEMAIS ELEMENTOS NOS PASSEIOS
Art. 103. Qualquer elemento vertical deverá estar implantado na faixa de mobiliário, com distância
mínima de 30 cm do meio-fio.
Art. 104. Os locais de acesso à infra-estrutura das concessionárias, como tampas de inspeção,
deverão estar localizadas dentro da faixa de mobiliário ou da faixa permeável.
§ 1º. Os armários elevados deverão estar dentro da faixa de mobiliário, respeitando o limite de 80 cm
de largura ou no recuo de frente dos lotes.
§ 2º. Os existentes poderão permanecer desde que não interferiram na acessibilidade e/ou na
padronização dos passeios, sendo que, a qualquer momento, poderá o município solicitar a
realocação.
Art. 105. Elementos eventualmente presentes na faixa livre deverão:
I. Ser nivelados pelo piso da faixa livre, sendo os ressaltos ou juntas de dilatação embutidos no piso,
transversalmente ao sentido do fluxo de pedestres;
II. Possuir textura da superfície diferenciada em relação à de pisos táteis de alerta ou direcionais.
Art. 106. As grelhas de exaustão ou ventilação deverão estar dentro do recuo de frente.
Parágrafo único. as grelhas de exaustão ou ventilação existentes poderão permanecer como se
encontram, desde que não interfiram na acessibilidade e/ou na padronização dos passeios, sendo
que, a qualquer momento, poderá o município solicitar a realocação.
Art. 107. Em situações especiais, quando liberada a implantação da grelha no passeio, fora da faixa
de mobiliário, esta deverá estar com os vãos no sentido transversal ao fluxo de pedestres;
Art. 108. Os elementos das aberturas, como venezianas, portas, janelas maximar e portões de
garagens, quando abertos, não poderão invadir a área do passeio público, devendose prever este
recuo ou ter o sistema de abertura voltado para dentro do lote.
Art. 109. Os estabelecimentos comerciais, como bares e restaurantes, quando ocuparem o passeio
público com mesas e cadeiras, não deverão interferir na acessibilidade.
§ 1º Nos passeios estreitos, as mesas e cadeiras deverão estar na faixa de mobiliário, deixando uma
faixa livre para circulação com, no mínimo, 1,5 m junto ao alinhamento, conforme Fig. 24.
224
§ 2º Nos passeios largos, as mesas e cadeiras não poderão estar sobre o piso tátil, assegurando uma
faixa livre, de no mínimo, 70 cm para cada lado do limite do piso tátil direcional conforme Fig. 25.
Art. 110. O sistema de drenagem superficial deverá ser executado conforme os seguintes critérios:
I. As canalizações para o escoamento de águas pluviais deverão passar sob o piso dos passeios, não
interferindo na declividade transversal do passeio, principalmente da faixa livre;
II. As bocas-de-lobo deverão ser locadas junto às guias da faixa de mobiliário, distante o suficiente
das esquinas de modo a não interferir no rebaixamento de passeios, faixas de travessia de pedestres
ou qualquer outro elemento;
III. Quando utilizar grelhas, as aberturas ou frestas deverão ter vãos ou juntas com, no máximo, de
1,5 cm (um centímetro e meio), locados transversalmente ao sentido do fluxo de pedestres;
IV. Sempre que possível, deverão ser evitados obstáculos ao escoamento das águas pluviais para os
canteiros de vegetação.
CAPÍTULO XII
DAS TÉCNICAS CONSTRUTIVAS E MATERIAIS
Art. 111. Os passeios deverão ser contínuos, sem mudança abrupta de níveis ou inclinações que
dificultem o trânsito seguro de pedestres, observados os níveis imediatos dos passeios vizinhos
quando executados de acordo com este decreto.
Art. 112. O pavimento dos passeios deverá ser construído com o material especificado no padrão e
apresentar as seguintes características:
I. Garantir superfície firme, regular, estável e não escorregadia sob qualquer condição;
II. Evitar vibrações de qualquer natureza que prejudiquem a livre circulação, principalmente de
pessoas usuárias de cadeira de rodas;
III. Ter durabilidade garantida, ou mínima, de 5 (cinco) anos;
IV. Possuir resistência à carga de veículos, quando os materiais forem utilizados em locais de acesso a
garagens e estacionamentos, e no rebaixamento de guia para veículos.
Art. 113. Nas faixas livres, os passeios deverão atender às seguintes especificações:
I. Inclinação longitudinal, acompanhando o greide da rua, não superior a 8,33% (oito vírgula trinta e
três por cento), exceto para os locais em que a declividade do terreno não permitir, caso em que
deverá ser formulada consulta ao Escritório da Cidade, para o estabelecimento da solução
adequada;
II. Inclinação transversal da superfície máxima de 2% (dois por cento).
Art. 114. As peças do padrão 1 deverão ser assentadas de modo alinhado, como exemplifica a figura
26.
Art. 115. O pavimento intertravado deverá ser assentado de modo paralelo ou perpendicular ao
meio-fio, ou do canteiro contínuo da faixa de mobiliário.
Art. 116. O assentamento deverá garantir continuidade dos rejuntes nos passeios, tanto no sentido
longitudinal quanto transversal.
Art. 117. As juntas de dilatação, quando necessárias, deverão estar no mesmo nível do piso e ser no
sentido transversal do fluxo de pedestres, com espessura máxima de 1,5 cm.
225
Art. 118. Não será permitida a pintura e/ou utilização de adesivos nos passeios públicos.
Seção I
Das situações atípicas de execução
Art. 119. No caso de áreas com declividade acentuada, o responsável deverá, antes da execução do
passeio, formalizar consulta ao Escritório da Cidade, instruída com croqui do passeio, fotografias do
local e proposta de execução que atenda aos seguintes critérios:
I. Os passeios das vias com declividade superior a 12% deverão ser subdivididos, longitudinalmente,
em trechos com declividade máxima de 12% e a interligação entre as subdivisões poderá apresentar,
no sentido longitudinal, degraus ou desníveis, ressalvado o estabelecido neste decreto;
II. Conforme a declividade da via e a consequente impossibilidade de total atendimento ao disposto
no inciso I deste artigo, o passeio poderá apresentar, também, escadaria;
III. Nas hipóteses dos incisos I e II deste artigo, as rampas ou degraus projetados, acompanhados de
corrimão, com altura de 70 cm e 92 cm, deverão recuar, no mínimo, 60 cm e no máximo 1 m da face
externa do meio-fio, conforme Fig. 26;
IV. Nas rampas e escadas, a largura recomendada é de 1.50 m;
V. Os degraus deverão ter altura entre 17 cm (dezesseis centímetros) e 18 cm e largura entre 28 cm e
30 cm (trinta centímetros);
VI. Eventuais desníveis no piso, de até 5 mm (cinco milímetros), não demandam tratamento especial
e quando superiores a essa medida, até 15 mm (quinze milímetros), deverão ser tratados em forma
de rampa, com inclinação máxima de 1:2 (um por dois) ou 50% (cinquenta por cento).
Art. 120. Poderá haver a ampliação do passeio sobre o leito carroçável, mediante aprovação do
Escritório da Cidade, em razão da necessidade de maior área para acomodação do fluxo de
pedestres.
Art. 121. Para as demais situações em que se caracterize a impossibilidade de cumprimento das
exigências deste decreto, deverá o munícipe ou o responsável pela execução do passeio consultar o
Escritório da Cidade.
CAPÍTULO XIII
OUTRAS SITUAÇÕES ATINENTES A PASSEIOS
Art. 125. As áreas pavimentadas remanescentes, residuais da implantação de soluções viárias e/ou
urbanísticas, deverão ser pavimentadas de acordo com as disposições desse decreto sempre que
oferecerem condições, tais como: largura mínima, inclinação aceitável e integrarem uma rota
acessível; caso contrário, deverão configurar-se apenas como áreas arborizadas ou calçadas verdes,
quando a legislação assim o determinar, ou pavimentadas com piso irregular, que iniba a circulação
de pedestres.
Art. 126. As áreas de canteiro divisor de pista e ilhas de sinalização horizontal, especificamente em
vias estruturais, arteriais e coletoras, deverão configurar-se preferencialmente como áreas verdes,
devendo ser pavimentadas nas áreas destinadas à travessia e circulação de pedestres.
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CAPÍTULO I
DOS OBJETIVOS E DIRETRIZES DO PROGRAMA ANUNCIE LEGAL
Art. 2º A ordenação dos anúncios na paisagem urbana de Santa Maria objetiva o atendimento ao
interesse público, em consonância com os direitos fundamentais da pessoa humana e às
necessidades de conforto ambiental, com a melhoria da qualidade de vida na cidade, assegurando:
I. Valorização do ambiente natural e construído;
II. Bem estar estético, cultural e ambiental da população;
III. Segurança das edificações e da população;
IV. Segurança, fluidez e conforto na mobilidade de veículos e pedestres;
V. Percepção e compreensão dos elementos referenciais da paisagem;
VI. Preservação da memória cultural e das características peculiares dos logradouros e edificações;
VII. Equilíbrio entre o direito de uma atividade econômica ou de um indivíduo identificar-se ou
veicular a sua mensagem e o direito do público em se proteger contra possíveis prejuízos resultantes.
CAPÍTULO II
DAS DEFINIÇÕES E EMPREGO DE ANÚNCIOS NA PAISAGEM URBANA
Art. 4º Anúncio é qualquer indicação executada sobre veículo de divulgação, presentes na paisagem
urbana, visíveis nos logradouros públicos e dos logradouros públicos, cuja finalidade seja a de
promover, orientar, indicar ou transmitir mensagem relativa a estabelecimentos comerciais,
empresas industriais ou profissionais, produtos de qualquer espécie, ideias, pessoas ou coisas,
classificando-se em:
I. Anúncio Indicativo: indica ou identifica estabelecimentos, propriedades e serviços;
II. Anúncio Promocional: promove estabelecimentos, empresas, produtos, marcas, pessoas, ideias ou
coisas;
249
III. Anúncio Institucional: transmite informações do Poder Público, organismos culturais, entidades
representativas da sociedade civil, entidades beneficentes ou similares, sem finalidade comercial;
IV. Anúncio Orientador: transmite mensagens de orientação, tais como tráfego ou de alerta; e
V. Anúncio Misto: transmite mais de um dos tipos anteriormente definidos.
XIII. A identificação das empresas nos veículos automotores utilizados para a realização de seus
serviços.
III. Prejudique, por qualquer forma, a insolação ou a ventilação da edificação em que estiver
instalado ou a dos imóveis vizinhos;
IV. Apresente conjunto de formas e cores que se confundam com as convencionadas
internacionalmente para as diferentes categorias de sinalização de trânsito ou a prevenção e o
combate a incêndios.
Art. 9º Pelo presente decreto estão enquadrados todos os anúncios visíveis do logradouro público,
em movimento ou não, instalados em:
I. Imóvel de propriedade particular, edificado ou não;
II. Imóvel de domínio público, edificado ou não;
III. Bens de uso comum do povo;
IV. Obras de construção civil em lotes públicos ou privados;
V. Faixas de domínio, pertencentes a redes de infra-estrutura, transporte, transmissão de energia
elétrica, oleodutos, gasodutos e similares;
VI. Mobiliário urbano.
§ 1º Para fins do disposto neste artigo, considera-se visível o anúncio instalado em espaço externo e
interno da edificação;
§ 2º No caso de se encontrar afixado em espaço interno de qualquer edificação, o anúncio será
considerado visível quando localizado até 1m (um metro) de qualquer abertura ou vedação
transparente que se comunique diretamente com o exterior;
§ 3º Os anúncios também serão considerados visíveis quando estiverem localizados sob áreas
cobertas da edificação.
Art. 10. Fica proibida, no âmbito do Município de Santa Maria, a colocação de anúncio publicitário
nos imóveis públicos e privados, edificados ou não.
CAPÍTULO III
DOS TIPOS E PARÂMETROS PARA ANÚNCIOS INDICATIVOS
Art. 12. A área total de anúncio será determinada pela fórmula Ata = t x i, onde:
Ata – área total do anúncio;
t – testada da edificação ou fração;
252
Art. 13. Será permitida a combinação de até dois tipos entre os relacionados, desde que, em
conjunto, não excedam a área total de anúncio.
Art. 14. Para as testadas inferiores a 6,5m (t ≤ 6,5m), deverá ser considerada a Ata = 1m².
Art. 15. Os anúncios indicativos paralelos às fachadas, tipo placa, painel ou pintados na edificação,
deverão atender as seguintes condições:
I. Área total calculada conforme Art. 12º;
II. Quando composto apenas de letras, logomarcas ou símbolos grampeados ou pintados na parede,
a área total do anúncio será aquela resultante do somatório dos polígonos formados pelas linhas
imediatamente externas que contornam cada elemento inserido na fachada;
III. A altura máxima de qualquer parte dos anúncios paralelos não poderá ultrapassar 5m (cinco
metros) desde a cota média do passeio, na testada do lote ocupado pela edificação;
IV. Nas edificações no alinhamento, regulares e dotadas de licença de funcionamento, o anúncio
paralelo poderá avançar até 15 cm (quinze centímetros) sobre o passeio, desde que esteja a, pelo
menos, 2,20m de altura do referido passeio;
V. Para áreas de anúncio superiores a 5,00 m2 (cinco metros quadrados) será exigido
responsabilidade técnica de profissional arquiteto, arquiteto urbanista, engenheiro civil ou
engenheiro mecânico, com respectiva ART;
VI. Na hipótese do imóvel, público ou privado, abrigar mais de uma atividade, como galerias,
shoppings, prédios e centros comerciais, a área do anúncio indicativo para cada atividade será
considerada pela fração da testada em que se realiza a atividade.
Parágrafo único. A soma das áreas dos anúncios externos, nessas situações, não poderá exceder a
área estipulada para a testada das respectivas edificações.
CAPÍTULO IV
DOS PARÂMETROS PARA ANÚNCIOS VOLUMÉTRICOS
Art. 20. Anúncios volumétricos serão permitidos somente em mobiliário urbano e através de
permissão decorrente de licitação pública, conforme prevê o Art. 105 da Lei Complementar n.
003/02.
IV. A empresa responsável pela veiculação do anúncio fica responsável, também, pela conservação e
manutenção do mobiliário, mantendo-o em perfeitas condições de funcionalidade, estabilidade e
plasticidade.
Parágrafo único. Caso a CPPM ou o Escritório da Cidade julgue necessário, poderá solicitar redução
da área ocupada pelo anúncio, tanto como, sob justificativa, o requerente poderá solicitar a
ocupação de porcentagem superior a determinada.
Art. 22. Para os efeitos desse decreto, são considerados como mobiliário urbano de uso e utilidade
pública:
I. abrigo de parada de transporte público de passageiro;
II. totem indicativo de parada de ônibus;
III. sanitário público "standard";
IV. sanitário público com acesso universal;
V. sanitário público móvel (para feiras livres e eventos);
VI. painel publicitário/informativo;
VII. painel eletrônico para texto informativo;
VIII. placas e unidades identificadoras de vias e logradouros públicos;
IX. totem de identificação de espaços e edifícios públicos;
X. cabine de segurança;
XI. quiosque para informações culturais e turísticas;
XII. bancas de jornais e revistas;
XIII. bicicletário;
XIV. estrutura para disposição de sacos plásticos de lixo e destinada à reciclagem;
XV. grade de proteção de terra ao pé de árvores;
XVI. protetores de árvores;
XVII. quiosque para venda de lanches e produtos em parques;
XVIII. lixeiras;
XIX. relógio (tempo, temperatura e poluição);
XX. estrutura de suporte para terminal de Rede Pública de Informação e Comunicação;
XXI. suportes para afixação gratuita de pôster para eventos culturais;
XXII. painéis de mensagens variáveis para uso exclusivo de informações de trânsito;
XXIII. colunas multiuso;
XXIV. estações de transferência;
XXV. abrigos para pontos de táxi.
Parágrafo único. Elementos não listados serão avaliados pelo Escritório da Cidade e CPPM para
enquadramento.
Pedestres
Melhorar as condições dos pedestres de forma geral na cidade, e de forma prioritária nas
vias dos bairros da cidade em que há maior presença de pedestres e ao redor dos grandes
centros atratores (zonas comerciais, hospitais, escolas...).
Bicicletas
Transporte público
Reordenar e simplificar a rede de transporte público para fazê-la mais racional e entendível
para os usuários;
256
Transporte privado
Assegurar uma largura de calçada adequado [sic] para os fluxos para pedestres inclusive a
implantação do calçadões [sic];
Assegurar a continuidade dos itinerários de pedestres com plena acessibilidade e segurança
(semáforos, elementos que evitem que os veículos estacionem na calçada, continuidade das
calçadas…);
Reservar espaço para as bicicletas, naquelas zonas que fazem parte dos eixos prioritários de
bicicletas;
Dotar da máxima acessibilidade ao transporte público nestas zonas;
Evitar na medida do possível o estacionamento de veículos [e]
Propor uma circulação pacificada dos veículos motorizados (traffic calming)
257
[Figura 1 – Proposta de perfil viário para a Faixa Velha, trecho próximo da Av. Roraima. Fonte: PMSM, 2013.]
3.1.5 Propostas de seções viárias a implantar em futuras reordenações do espaço urbano bem como
em futuros desenvolvimentos urbanos
Calçada
Se recomendam [sic] uns valores de largo [sic] de calçada útil. Estes valores são variáveis em
função do fluxo esperado de pedestres, a presença de mobiliário e a existência de edifícios e/ou
presença de lojas (atividade comercial).
258
Faixa de veículos
Se propõe [sic] que o largo [sic] das faixas seja de forma geral de 2.8 metros, aumentando
este valor até os 3.2 metros, quando se preveja a circulação de ônibus o veículos de carga. As faixas
de estacionamento se propõe [sic] que tenham um largo de 2.2 metros, enquanto o espaço para o
estacionamento em bateria é de 5 metros (estacionamento em 45º).
Os centros escolares são centros onde deve garantir-se [sic] a acessibilidade para os
pedestres de forma cômoda e segura. Para isso se propõe que em um radio [sic] de 1km dos centros
escolares (distancia média dos deslocamentos a pé por motivos escolares) realizem-se uma série de
melhoras no espaço urbano bem como uma proposta de sinalização que facilitem [sic] o acesso a pé
dos estudantes aos centros escolares:
De forma generalizada as calçadas nos meios de centros escolares tenham um largo [sic] livre
de 1,6 metros, sendo recomendável que este valor seja de 3 metros.
Correta iluminação
O nível médio mínimo de iluminação será de 20 luxes nos caminhos escolares, sendo a
uniformidade mínima (Umin) não menor a 0,25.
Cruzamentos
Os cruzamentos vinculados aos centros escolares devem estar devidamente sinalizados com
faixas de pedestres (sinalização vertical e horizontal) e com rebaixamentos que permitam assegurar a
acessibilidade universal (Pessoas de Mobilidade Reduzida). Em caso que o cruzamento esteja
semaforizado para veículos, propõese [sic] complementá-lo com um semáforo para pedestres.
As calçadas que oferecem acesso muito próximo dos centros escolares estarão protegidas
com balaústres para evitar que os veículos estacionem sobre as calçadas e para proteger aos
escolares do tráfego.
259
Sinalização específica
Se propõe [sic] reforçar os caminhos escolares com indicações nas faixas de pedestres que
recordem a presença de escolares, ao mesmo tempo [em] que se propõe utilizar sinalização
horizontal para orientar aos escolares.
Traffic calming
3.1.1 Trasferencia [sic] da propiedade [sic] da calçada para la [sic] municipalidade de Santa Maria
A atual legislação brasileira considera que as faixas de pedestres são propriedade privada e
tenha [sic] um uso público. Esta situação provoca deixar em mãos da propriedade privada este
espaço; aspectos como as condições de conservação ou o desenho não presentem [sic] as condições
adequadas. Assim propõe-se o trasferencia [sic] da titularidade da calçada ao município. Este
traspasso suporá que a municipalidade passaria a ser responsável da construção, desenho e
conservação destes espaços.
Para favorecer o uso da bicicleta nos deslocamentos cotidianos da cidade se propõe a criação
de ciclovias que unam as zonas da cidade com uma topografia mais favorável para os deslocamentos
em bicicleta. Propõem-se dois tipos principais de infraestrutura: ciclovias e ciclofaixas.
Bicicletarios: Estos [sic] estacionamentos massivos (mais de 20 bicicletas) são um espaço coberto,
protegido fechado e de longa duração
Paraciclos é o suporte físico onde a bicicleta é presa, podendo ser instalado como parte do mobiliário
urbano (em calçadas ou fachadas). Estes devem respeitar a legislação urbana e não podem
atrapalhar a circulação de pedestres. Os suportes (paraciclos) adequados devem permitir que o
ciclista encoste e prenda a bicicleta pelo quadro. Os modelos mais indicados são em formato de “U
invertido” ou “R”.
3.3.1 Melhora das condições dos pontos de ônibus. Necessidades de espaço e equipamento
Dentro da melhora da oferta de transporte público se propõe uma melhora das condições
dos pontos de ônibus. Para isso se propõe que os espaços de espera dos usuários disponham de
umas dimensões mínimas e de um equipamento mínimo. As melhoras em equipamento consistem
em dotar aos pontos de ônibus de um poste ou de uma marquise. A eleição de um ou outro
elemento dependerá principalmente do espaço disponível em a via pública.
261
Os postes de parada
- Os postes de parada se utilizam [sic] para identificar o ponto exato de parada dos ônibus assim
como para alojar informação relacionada com o serviço, em calçadas de menos de 4m.
- Em calçadas de largura inferior a 2,10 m se recomenda a localização do poste de paragem adjacente
à fachada do edifício mais próximo em seu ponto de paragem, reduzindo assim ao mínimo a afecção
[sic] do poste à circulação dos pedestres.
- Para calçadas de largura superior a 2,10 m, propõe-se [sic] situar o poste de paragem a 0,50 m
desde a borda da calçada. Em caso que tenha mobiliário este valor se pode [sic] aumentar para
alinhar-se com o mobiliário urbano.
- A largura mínima que um poste de paragem tem que deixar para os itinerários de pedestres é de
1,60 m.
- Recomenda-se que o limite superior do poste de paragem tenha uma altura de 3 m, para facilitar a
identificação. Em caso de existir sinal sobressaindo, esta tem que deixar uma altura mínima livre de
obstáculos de 2,10 m, apesar de que seria recomendável que este valor aumentasse até 2,40 m.
- Há que localizar [sic] o sinal do poste da paragem perpendicularmente à calçada, já que assim se
permite o acesso à informação pelas duas caras do poste de paragem, e ademais resulta mais fácil do
que [sic] os usuários e motoristas a identifiquem.
- Nos pontos de ônibus devem ser instalados a sinalização tátil de alerta ao longo do meio fio e o piso
tátil direcional, demarcando o local de embarque e desembarque [...].
Abrigos
- Os Abrigos são uns elementos com forma de coberta que oferecem um espaço protegido para os
usuários do serviço de transporte público.
- Recomenda-se localizar os abrigos só naquelas calçadas que têm uma largura superior a 4 m, para
não por obstáculos os [sic] pedestres, e tendo em conta o número de usuários que utilizam a
paragem.
- A parte em sacada do abrigo tem que estar localizada a uma distância mínima de 0,80 m desde o
limite exterior da borda. Assim se evita que os ônibus choquem com a estrutura do abrigo.
- O abrigo tem que estar fechada [sic] no mínimo pela parte posterior.
- O limite inferior da informação disponível tem que se situar a 1 m de altura desde o terra [sic],
enquanto o limite superior não tem que [sic] superar 2 m.
- Como en el [sic] caso de los [sic] postos de ônibus los espacios deben disponer de uma [sic]
sinalização tátil de alerta ao longo do meio fio e o piso tátil direcional, demarcando o local de
embarque e desembarque.
Se mostra [sic] a seguir proposta de abrigo com dimensões mínimas dos principais elementos
[Figura 3]:
262
Em caso de dispor de espaço (abrigos) se recomenda adicionar outra informação como plano
de linhas de ônibus de toda a cidade, tarifas, normas de uso do serviço, etc. Às paragens com mais
demanda se recomenda a localização de telas digitais para informar os usuários do transporte
público do tempo que têm do que [sic] esperar para a chegada dos diferentes serviços. Quando se
utilizem painéis eletrônicos para dar informação aos usuários do transporte público, podem-se
completar estes dispositivos com informações sonoras para fazer a paragem acessível também aos
cegos.
263
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO II
DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE
Seção I
Da Delimitação das Áreas de Preservação Permanente
Art. 4º. Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os efeitos
desta Lei:
I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os
efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de: (Incluído pela Lei nº
12.727, de 2012).
a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura;
b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de
largura;
c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros
de largura;
d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos)
metros de largura;
e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos)
metros;
II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de:
a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20 (vinte) hectares de
superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros;
b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas;
III - as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou
represamento de cursos d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental do empreendimento;
(Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua situação
topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros; (Redação dada pela Lei nº 12.727, de 2012).
V - as encostas ou partes destas com declividade superior a 45°, equivalente a 100% (cem por cento)
na linha de maior declive;
VI - as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;
VII - os manguezais, em toda a sua extensão;
VIII - as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a
100 (cem) metros em projeções horizontais;
IX - no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e
inclinação média maior que 25°, as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3
(dois terços) da altura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano
horizontal determinado por planície ou espelho d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela
cota do ponto de sela mais próximo da elevação;
X - as áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação;
265
Seção II
Do Regime de Proteção das Áreas de Preservação Permanente
Art. 7º. A vegetação situada em Área de Preservação Permanente deverá ser mantida pelo
proprietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direito
público ou privado.
§ 1º. Tendo ocorrido supressão de vegetação situada em Área de Preservação Permanente, o
proprietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título é obrigado a promover a recomposição
da vegetação, ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei.
Art. 9º. É permitido o acesso de pessoas e animais às Áreas de Preservação Permanente para
obtenção de água e para realização de atividades de baixo impacto ambiental.
Seção III
Do Regime de Proteção das Áreas Verdes Urbanas
Art. 25. O poder público municipal contará, para o estabelecimento de áreas verdes urbanas, com os
seguintes instrumentos:
I - o exercício do direito de preempção para aquisição de remanescentes florestais relevantes,
conforme dispõe a Lei no 10.257, de 10 de julho de 2001;
II - a transformação das Reservas Legais em áreas verdes nas expansões urbanas
III - o estabelecimento de exigência de áreas verdes nos loteamentos, empreendimentos comerciais
e na implantação de infraestrutura; e
IV - aplicação em áreas verdes de recursos oriundos da compensação ambiental.
266
CAPÍTULO I
Da Política Florestal
Art. 2º - A política florestal do Estado tem por fim o uso adequado e racional dos recursos florestais
com base nos conhecimentos ecológicos, visando à melhoria de qualidade de vida da população e à
compatibilização do desenvolvimento sócio-econômico com a preservação do ambiente e do
equilíbrio ecológico.
XIII - efetuar o controle estatístico da oferta e procura de matéria-prima florestal em níveis regional e
estadual;
XIV - planejar e implantar ações que permitam encontrar o equilíbrio dinâmico entre a oferta e a
procura de matéria-prima florestal em níveis regional e estadual, com base no princípio do regime
sustentado e uso múltiplo;
XV - integrar as ações da autoridade florestal com os demais órgãos e entidades ambientais que
atuam no Estado.
CAPÍTULO II
Da Exploração e Reposição Florestal
Art. 6º - As florestas nativas e demais formas de vegetação natural de seu interior são consideradas
bens de interesse comum, sendo proibido o corte e a destruição parcial ou total dessas formações
sem autorização prévia do órgão florestal competente.
Art. 26 - O Estado estimulará a pesquisa de espécies nativas a serem utilizadas para projetos de
proteção e recuperação ambiental.
Art. 27 - O Poder Público Estadual, em projetos de manejo de bacias hidrográficas, deverá priorizar a
proteção da cobertura vegetal dos mananciais de abastecimento público.
Art. 35 - O órgão florestal competente deverá proibir ou limitar o corte das espécies vegetais
consideradas em via de extinção, raras ou endêmicas, delimitando as áreas compreendidas no ato.
Parágrafo único - O órgão florestal competente deverá divulgar relatório anual e atualizado das
espécies raras ou endêmicas e ameaçadas de extinção.
Art. 36 - Qualquer árvore poderá ser declarada imune de corte por ato do Poder Público, ouvido o
órgão florestal competente, por motivo de sua localização, raridade, beleza, importância científica ou
interesse cultural ou histórico.
Art. 37 - É vedada a introdução de espécies exóticas nas unidades de conservação, cujo objetivo é a
preservação dos ecossistemas naturais "in situ".
Art. 38 - Ficam proibidos o corte e a respectiva exploração da vegetação nativa em área de Mata
Atlântica, que será delimitada pelo Poder Executivo. (artigo 38 com redação alterada e 1º, 2º e 3º
parágrafos incluídos pela Lei 10.688, de 09 de janeiro de 1996)
268
Art. 40 - O Estado deverá, através do órgão florestal competente, em conjunto com outras
instituições públicas e privadas promover, com espécies nativas da mesma região fitofisionômica, a
arborização das rodovias estaduais.
269
Anexo A
Adaptado de MADDEN, K. (writer); SCHWARTZ, A. (editor). How to turn a place around: a handbook
for creating successful public spaces. New York: Project for Public Spaces, 2000.
Anexos B e C
Anexo D
Anexo E
Anexo F
Anexo G
Adaptado de PMSM – PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA MARIA. Lei de Uso e Ocupação do Solo.
Anexo 9. Mapa do perímetro urbano e macrozoneamento urbanístico do 1º distrito. Santa Maria,
2009. 1 mapa. Escala 1:50.000.
Anexo H
Anexo I
ESCRITÓRIO DA CIDADE. Mapa clinográfico. 1º Distrito – Sede – Município de Santa Maria – RS. Santa
Maria, nov. 2010a. 1 mapa. Escala 1:18.000. Disponível em: <http://www.iplansm.net.br/admin
/geo/mapas/arquivos/mapa_clinografico.pdf>. Acesso em: 09 jun. 2014.
270
Anexo J
PMSM – PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA MARIA. Lei de Uso e Ocupação do Solo. Anexo 7. Quadro
Regime Urbanístico – Usos e atividades do 1º Distrito – Sede do Município. Santa Maria, 2009.
PMSM – PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA MARIA. Lei de Uso e Ocupação do Solo. Anexo 8.
Quadros Resumo Regime Urbanístico por Zona do 1º Distrito - Sede do Município. Santa Maria,
2009.
Anexo K
SANTA MARIA. Lei complementar nº 039, de 29 de dezembro de 2005. Dispõe sobre a Política de
Desenvolvimento Urbano e sobre o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental do
Município de Santa Maria. Anexo G: Bases para as políticas e projetos. Disponível em:
<http://www.iplansm.net.br/planodiretor.php>. Acesso em: 24 jun. 2014.
Anexo L
SANTA MARIA. Decreto executivo nº 072, de 08 de julho de 2011. Instituiu o Programa Caminhe
Legal, que trata da padronização dos Passeios Públicos no Município de Santa Maria. Santa Maria:
2012. Disponível em: <http://www.iplansm.net.br/decretos.php>. Acesso em: 24 jun. 2014.
Anexo M
SANTA MARIA. Decreto executivo nº 047, de 02 de abril de 2012. Institui o Programa Anuncie Legal
e dá outras providências. Santa Maria: 2012. Disponível em: < http://www.iplansm.net.br/decretos.
php>. Acesso em: 25 jun. 2014.
Anexo N
PMSM – PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA MARIA. Ateliê de visão de futuro do PDMU: proposta
do programa de atuações. Santa Maria, 12 set. 2013. Disponível em: <http://www.iplansm.net.br/
planejamento/mobilidade.pdf>. Acesso em: 15 jun. 2014.
Anexo O
BRASIL. Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012b. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera
as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de
dezembro de 2006; revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de
1989, e a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm>. Acesso
em: 25 jun. 2014.
RIO GRANDE DO SUL. Lei estadual nº 9.519, de 21 de janeiro de 1992. Institui o Código Florestal do
Estado do Rio Grande do Sul e dá outras providências. Porto Alegre: 1992. Disponível em:
<http://www.mprs.mp.br/ambiente/legislacao/id606.htm>. Acesso em: 25 jun. 2014.