Contratos Interempresariais e
Títulos de Crédito
Prof. Raphael Fraemam
Graduação: 2018.1
Direito - UFPE
DIREITO EMPRESARIAL III
Contratos Interempresariais e Títulos de Crédito
SUMÁRIO
Art. 121 - As regras e disposições do direito civil para os contratos em geral são
aplicáveis aos contratos comerciais, com as modificações e restrições
estabelecidas neste Código.
- Critério subjetivo
- Código de Defesa do Consumidor (1990)
- Como aplicar/definir o regime contratual?
- Enfraquecimento do critério subjetivo
- Unificação do Direito Privado (Código Civil de 2002)
- Ainda existem contratos empresariais?
- Se sim, qual o sentido?
- Para quê servem?
- Destinatário final
i) Finalistas
ii) Maximalistas
iii) Finalismo aprofundado
- Redefinição do conceito
i) Leigo x Leigo (civil)
ii) Leigo x Comerciante (consumerista)
iii) Comerciante x Comerciante (?)
- O objeto do contrato importa?
- Considerações gerais acerca do tratamento contratual
- Tendência de produção de contratos atípicos
- Enunciados 20 e 21 da I Jornada de Direito Comercial
“21. Nos contratos empresariais, o dirigismo contratual deve ser mitigado, tendo
em vista a simetria natural das relações interempresariais.”
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
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Contratos Interempresariais
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Contratos Interempresariais
AULA 02 – TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
INTEREMPRESARIAIS
“21. Nos contratos empresariais, o dirigismo contratual deve ser mitigado, tendo
em vista a simetria natural das relações interempresariais.”
“26. O contrato empresarial cumpre sua função social quando não acarreta
prejuízo a direitos ou interesses, difusos ou coletivos, de titularidade de
sujeitos não participantes da relação negocial.”
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Contratos Interempresariais
Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá
ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la,
a fim de evitar a onerosidade excessiva.
VII. Lesão
- Art. 157 do Código Civil
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por
inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da
prestação oposta.
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Contratos Interempresariais
- Enunciado 28 da I Jornada de Direito Comercial
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
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Contratos Interempresariais
AULA 03 – COMPRA E VENDA MERCANTIL
Art. 191 - O contrato de compra e venda mercantil é perfeito e acabado logo que
o comprador e o vendedor se acordam na coisa, no preço e nas condições; e
desde esse momento nenhuma das partes pode arrepender-se sem
consentimento da outra, ainda que a coisa se não ache entregue nem o preço
pago. Fica entendido que nas vendas condicionais não se reputa o contrato
perfeito senão depois de verificada a condição (artigo nº. 127).
- Móveis ou semovente
- Comerciante
- Objetos revendidos ou alugados
III.1 Coisa
- Bem utilizado no exercício da atividade empresarial
- Mercadoria
- Coisa viciada
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Contratos Interempresariais
III.5 Contrato de Fornecimento
- Fornecimento de mercadorias em entregas parciais em preço fixado
antecipadamente
- Frequência e estabilidade
III.6 Incoterms
- CCI (Câmara de Comércio Internacional)
- Siglas
- Padrões de distribuição
- Do mínimo ao máximo de obrigações no transporte e na entrega da coisa
III.8 Startups
- Acordo de confidencialidade
- Contrato social
- Investimento anjo (arts. 61-A, 61-B, 61-C. 61-D da Lei Complementar 123/06)
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Contratos Interempresariais
§ 8º O disposto no § 7º deste artigo não impede a transferência da titularidade do
aporte para terceiros.
§ 9ºA transferência da titularidade do aporte para terceiro alheio à sociedade
dependerá do consentimento dos sócios, salvo estipulação contratual expressa
em contrário.
§ 10. O Ministério da Fazenda poderá regulamentar a tributação sobre retirada
do capital investido. (Artigo acrescido pela Lei Complementar nº 155, de 27/10/2016,
produzindo efeitos a partir de 1/1/2017)
Art. 61-C. Caso os sócios decidam pela venda da empresa, o investidor-anjo terá
direito de preferência na aquisição, bem como direito de venda conjunta da
titularidade do aporte de capital, nos mesmos termos e condições que forem
ofertados aos sócios regulares. (Artigo acrescido pela Lei Complementar nº 155, de
27/10/2016, produzindo efeitos a partir de 1/1/2017)
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Contratos Interempresariais
AULA 04 – ARRENDAMENTO MERCANTIL (LEASING)
I. Noções iniciais
- Indicação de um bem para ser adquirido
- Arrendamento
- Opção de aquisição
- Operação financeira
- Intuitu personae
- Tempo determinado
II. Origem
- P. Boothe Jr. (U.S. Leasing)
III. Brasil
- Carlos Maria Monteiro (Rent-a-Maq) - 1967
- ABEL
- Lei n. 6.099/74
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Contratos Interempresariais
adicionalmente, obtenha um retorno sobre os recursos investidos;
II - as despesas de manutenção, assistência técnica e serviços correlatos à
operacionalidade do bem arrendado sejam de responsabilidade da arrendatária;
III - o preço para o exercício da opção de compra seja livremente pactuado,
podendo ser, inclusive, o valor de mercado do bem arrendado.
V. Lease-back/Leasing de retorno
- A arrendatária vende os bens para a arrendadora
- Empresas que possuem grande parte do ativo imobilizado
- Gerar capital de giro sem perder os bens
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Contratos Interempresariais
Art. 1o As operações de arrendamento mercantil com o tratamento tributário
previsto na Lei no. 6.099, de 12.09.74, alterada pela Lei no. 7.132, de 26.10.83,
somente podem ser realizadas por pessoas jurídicas que tenham como objeto
principal de sua atividade a prática de operações de arrendamento mercantil,
pelos bancos múltiplos com carteira de arrendamento mercantil e pelas
instituições financeiras que, nos termos do art. 13 deste Regulamento, estejam
autorizadas a contratar operações de arrendamento com o próprio vendedor do
bem ou com pessoas jurídicas a ele coligadas ou interdependentes.
Parágrafo único. As operações previstas neste artigo podem ser dos tipos
financeiro e operacional.
- Cláusulas obrigatórias
- Arts. 5o a 7o da Resolução n. 2.309/96
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Contratos Interempresariais
§ 3º A manutenção, a assistência técnica e os serviços correlatos à
operacionalidade do bem arrendado podem ser de responsabilidade da
arrendadora ou da arrendatária.
- Self-leasing
- Empresas coligadas
- Art. 27 da Resolução n. 2.309/96
Art. 27. Para os fins do art. 2º, parágrafo 1º, da Lei nº. 6.099, de 12.09.74, e deste
Regulamento, considera-se coligada ou interdependente a pessoa:
I - em que a entidade arrendadora participe, direta "ou indiretamente, com 10%
(dez por cento) ou mais do capital;"
II - em que administradores da entidade arrendadora, seus cônjuges e
respectivos parentes até o 2º (segundo) grau participem, em conjunto ou
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Contratos Interempresariais
isoladamente, com 10% (dez por cento) ou mais do "capital, direta ou
indiretamente;"
III - em que acionistas com 10% (dez por cento) ou mais do capital da entidade
arrendadora participem com 10% (dez por cento) "ou mais do capital, direta ou
indiretamente;"
IV - que participar com 10% (dez por cento) ou mais do "capital da entidade
arrendadora, direta ou indiretamente;"
V - cujos administradores, seus cônjuges e respectivos parentes até o segundo
grau participem, em conjunto ou isoladamente, com 10% (dez por cento) ou mais
do capital da entidade arrendadora, direta ou indiretamente;"
VI - cujos sócios, quotistas ou acionistas com 10% (dez por cento) ou mais do
capital participem também do capital da entidade arrendadora com 10% (dez
por cento) ou mais de seu capital, "direta ou indiretamente;"
VII - cujos administradores, no todo ou em parte, sejam os mesmos da entidade
arrendadora.
- Riscos da coisa
- Regra geral
- Perda do bem
- Inadimplemento
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
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Contratos Interempresariais
AULA 05 – LOCAÇÃO COMERCIAL
E CONTRATO DE SHOPPING CENTER
I. Noções iniciais
- Lei n. 8.245/91
- O que é imóvel urbano?
Art. 55. Considera - se locação não residencial quando o locatário for pessoa
jurídica e o imóvel, destinar - se ao uso de seus titulares, diretores, sócios,
gerentes, executivos ou empregados.
Art. 56. Nos demais casos de locação não residencial, o contrato por prazo
determinado cessa, de pleno direito, findo o prazo estipulado,
independentemente de notificação ou aviso.
Parágrafo único. Findo o prazo estipulado, se o locatário permanecer no imóvel
por mais de trinta dias sem oposição do locador, presumir - se - á prorrogada a
locação nas condições ajustadas, mas sem prazo determinado.
Art. 57. O contrato de locação por prazo indeterminado pode ser denunciado por
escrito, pelo locador, concedidos ao locatário trinta dias para a desocupação.
Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito
a renovação do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente:
I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo
determinado;
II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos
dos contratos escritos seja de cinco anos;
III - o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo
mínimo e ininterrupto de três anos.
§ 1º O direito assegurado neste artigo poderá ser exercido pelos cessionários ou
sucessores da locação; no caso de sublocação total do imóvel, o direito a
renovação somente poderá ser exercido pelo sublocatário.
§ 2º Quando o contrato autorizar que o locatário utilize o imóvel para as
atividades de sociedade de que faça parte e que a esta passe a pertencer o fundo
de comércio, o direito a renovação poderá ser exercido pelo locatário ou pela
sociedade.
§ 3º Dissolvida a sociedade comercial por morte de um dos sócios, o sócio
sobrevivente fica sub - rogado no direito a renovação, desde que continue no
mesmo ramo.
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Contratos Interempresariais
§ 4º O direito a renovação do contrato estende - se às locações celebradas por
indústrias e sociedades civis com fim lucrativo, regularmente constituídas, desde
que ocorrentes os pressupostos previstos neste artigo.
§ 5º Do direito a renovação decai aquele que não propuser a ação no interregno
de um ano, no máximo, até seis meses, no mínimo, anteriores à data da
finalização do prazo do contrato em vigor.
Art. 71. Além dos demais requisitos exigidos no art. 282 do Código de Processo
Civil, a petição inicial da ação renovatória deverá ser instruída com:
I - prova do preenchimento dos requisitos dos incisos I, II e III do art. 51;
II - prova do exato cumprimento do contrato em curso;
III - prova da quitação dos impostos e taxas que incidiram sobre o imóvel e cujo
pagamento lhe incumbia;
IV - indicação clara e precisa das condições oferecidas para a renovação da
locação;
V – indicação do fiador quando houver no contrato a renovar e, quando não for
o mesmo, com indicação do nome ou denominação completa, número de sua
inscrição no Ministério da Fazenda, endereço e, tratando-se de pessoa natural, a
nacionalidade, o estado civil, a profissão e o número da carteira de identidade,
comprovando, desde logo, mesmo que não haja alteração do fiador, a atual
idoneidade financeira;
VI - prova de que o fiador do contrato ou o que o substituir na renovação aceita
os encargos da fiança, autorizado por seu cônjuge, se casado for;
VII - prova, quando for o caso, de ser cessionário ou sucessor, em virtude de
título oponível ao proprietário.
Parágrafo único. Proposta a ação pelo sublocatário do imóvel ou de parte dele,
serão citados o sublocador e o locador, como litisconsortes, salvo se, em virtude
de locação originária ou renovada, o sublocador dispuser de prazo que admita
renovar a sublocação; na primeira hipótese, procedente a ação, o proprietário
ficará diretamente obrigado à renovação.
“O locatário, que não for sucessor ou cessionário do que o precedeu, não pode
somar os prazos concedidos a este, para pedir renovação, nos termos do Decreto
n. 24.150.”
Art. 72. A contestação do locador, além da defesa de direito que possa caber,
ficará adstrita, quanto à matéria de fato, ao seguinte:
I - não preencher o autor os requisitos estabelecidos nesta lei;
II - não atender, a proposta do locatário, o valor locativo real do imóvel na época
da renovação, excluída a valorização trazida por aquele ao ponto ou lugar;
III - ter proposta de terceiro para a locação, em condições melhores;
IV - não estar obrigado a renovar a locação (incisos I e II do art. 52).
1° No caso do inciso II, o locador deverá apresentar, em contraproposta, as
condições de locação que repute compatíveis com o valor locativo real e atual do
imóvel.
2° No caso do inciso III, o locador deverá juntar prova documental da proposta
do terceiro, subscrita por este e por duas testemunhas, com clara indicação do
ramo a ser explorado, que não poderá ser o mesmo do locatário. Nessa hipótese,
o locatário poderá, em réplica, aceitar tais condições para obter a renovação
pretendida.
3° No caso do inciso I do art. 52, a contestação deverá trazer prova da
determinação do Poder Público ou relatório pormenorizado das obras a serem
realizadas e da estimativa de valorização que sofrerá o imóvel, assinado por
engenheiro devidamente habilitado.
4° Na contestação, o locador, ou sublocador, poderá pedir, ainda, a fixação de
aluguel provisório, para vigorar a partir do primeiro mês do prazo do contrato a
ser renovado, não excedente a oitenta por cento do pedido, desde que
apresentados elementos hábeis para aferição do justo valor do aluguel.
5° Se pedido pelo locador, ou sublocador, a sentença poderá estabelecer
periodicidade de reajustamento do aluguel diversa daquela prevista no contrato
renovando, bem como adotar outro indexador para reajustamento do aluguel.
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Contratos Interempresariais
V. Considerações Finais
- Procedimento ordinário
- Locação mista
- REsp 1323410/MG
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Contratos Interempresariais
CONTRATO DE SHOPPING CENTER
I. Considerações Iniciais
- Um estabelecimento para estabelecimentos
- Contrato atípico
- Contrato de adesão
- Remuneração do empreendedor
i) contrato de reserva de localização
ii) luvas iniciais e aluguel
- Administrador
i) estrutura organizacional
ii) remuneração
- Regimento interno
- Fundo de promoção e publicidade
- Responsabilidade do Empreendedor/Administrador
III. Locação
- Aluguel mínimo
- De acordo com o metro quadrado/localização
- Prestação de serviços
- Art. 54 da Lei n. 8.245/91
Art. 54 [...]
2º As despesas cobradas do locatário devem ser previstas em orçamento, salvo
casos de urgência ou força maior, devidamente demonstradas, podendo o
locatário, a cada sessenta dias, por si ou entidade de classe exigir a comprovação
das mesmas.
Art. 54 [...]
1º O empreendedor não poderá cobrar do locatário em shopping center :
a) as despesas referidas nas alíneas a , b e d do parágrafo único do art. 22; e
b) as despesas com obras ou substituições de equipamentos, que impliquem
modificar o projeto ou o memorial descritivo da data do habite - se e obras de
paisagismo nas partes de uso comum.
Art. 22 [...]
Parágrafo único. Por despesas extraordinárias de condomínio se entendem
aquelas que não se refiram aos gastos rotineiros de manutenção do edifício,
especialmente:
a) obras de reformas ou acréscimos que interessem à estrutura integral do
imóvel;
b) pintura das fachadas, empenas, poços de aeração e iluminação, bem como das
esquadrias externas;
d) indenizações trabalhistas e previdenciárias pela dispensa de empregados,
ocorridas em data anterior ao início da locação;
V. Acesso à contabilidade
- Proteção aos interesses da administração
- Acesso à contabilidade do lojista
- Dever de sigilo
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
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Contratos Interempresariais
AULA 06 – CONTRATOS DE COLABORAÇÃO
E CONTRATO DE COMISSÃO MERCANTIL
CONTRATOS DE COLABORAÇÃO
I. Contratos de intercâmbio
- Interesses contrapostos
V. Intermediação x Aproximação
- Posição na cadeia de circulação (Intermediação)
- Diminuição da distância entre as partes com interesses em comum (Aproximação)
COMISSÃO MERCANTIL
I. Conceito
- Art. 693 do Código Civil
Art. 693. O contrato de comissão tem por objeto a aquisição ou a venda de bens
pelo comissário, em seu próprio nome, à conta do comitente.
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Contratos Interempresariais
III. Características
- Aquisição ou venda de bens pelo comissário;
- Em nome do comissário;
- À conta do comitente
Art. 694. O comissário fica diretamente obrigado para com as pessoas com quem
contratar, sem que estas tenham ação contra o comitente, nem este contra elas,
salvo se o comissário ceder seus direitos a qualquer das partes.
IV. Classificação
- Bilateral, consensual, típico e oneroso
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Contratos Interempresariais
Art. 699. Presume-se o comissário autorizado a conceder dilação do prazo para
pagamento, na conformidade dos usos do lugar onde se realizar o negócio, se
não houver instruções diversas do comitente.
Art. 708. Para reembolso das despesas feitas, bem como para recebimento das
comissões devidas, tem o comissário direito de retenção sobre os bens e valores
em seu poder em virtude da comissão.
- Prestação de contas
Art. 701. Não estipulada a remuneração devida ao comissário, será ela arbitrada
segundo os usos correntes no lugar.
Art. 702. No caso de morte do comissário, ou, quando, por motivo de força
maior, não puder concluir o negócio, será devida pelo comitente uma
remuneração proporcional aos trabalhos realizados.
Art. 703. Ainda que tenha dado motivo à dispensa, terá o comissário direito a ser
remunerado pelos serviços úteis prestados ao comitente, ressalvado a este o
direito de exigir daquele os prejuízos sofridos.
Art. 705. Se o comissário for despedido sem justa causa, terá direito a ser
remunerado pelos trabalhos prestados, bem como a ser ressarcido pelas perdas e
danos resultantes de sua dispensa.
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Contratos Interempresariais
Art. 697. O comissário não responde pela insolvência das pessoas com quem
tratar, exceto em caso de culpa e no do artigo seguinte.
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. vol. 03. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2016, p. 103-129.
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Contratos Interempresariais
AULA 07 – REPRESENTAÇÃO COMERCIAL (AGÊNCIA),
DISTRIBUIÇÃO MERCANTIL E
CONCESSÃO MERCANTIL
REPRESENTAÇÃO COMERCIAL
I. Conceito
- Art. 1o da Lei n. 4.886/65 e art. 710 do Código Civil
Art. 710. Pelo contrato de agência, uma pessoa assume, em caráter não eventual
e sem vínculos de dependência, a obrigação de promover, à conta de outra,
mediante retribuição, a realização de certos negócios, em zona determinada,
caracterizando-se a distribuição quando o agente tiver à sua disposição a coisa a
ser negociada.
Parágrafo único. O proponente pode conferir poderes ao agente para que este o
represente na conclusão dos contratos.
Art. 34. A denúncia, por qualquer das partes, sem causa justificada, do contrato
de representação, ajustado por tempo indeterminado e que haja vigorado por
mais de seis meses, obriga o denunciante, salvo outra garantia prevista no
contrato, à concessão de pré-aviso, com antecedência mínima de trinta dias, ou
ao pagamento de importância igual a um têrço (1/3) das comissões auferidas
pelo representante, nos três meses anteriores.
Art. 720. Se o contrato for por tempo indeterminado, qualquer das partes poderá
resolvê-lo, mediante aviso prévio de noventa dias, desde que transcorrido prazo
compatível com a natureza e o vulto do investimento exigido do agente.
Parágrafo único. No caso de divergência entre as partes, o juiz decidirá da
razoabilidade do prazo e do valor devido.
III. Características
- Profissionalidade (art. 2o e art. 4o de Lei n. 4.886/65)
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Contratos Interempresariais
b) o falido não reabilitado;
c) o que tenha sido condenado por infração penal de natureza infamante, tais
como falsidade, estelionato, apropriação indébita, contrabando, roubo, furto,
lenocínio ou crimes também punidos com a perda de cargo público;
d) o que estiver com seu registro comercial cancelado como penalidade.
- Autonomia
- Habitualidade
- Mercantilidade dos negócios
- Delimitação geográfica das atividades dos representantes (Art. 711 do Código Civil e
art. 27, alínea “d”, da Lei n. 4.886/65)
Art. 711. Salvo ajuste, o proponente não pode constituir, ao mesmo tempo, mais
de um agente, na mesma zona, com idêntica incumbência; nem pode o agente
assumir o encargo de nela tratar de negócios do mesmo gênero, à conta de
outros proponentes.
- Onerosidade
IV. Classificação
- Consensual, bilateral e oneroso
Art. 712. O agente, no desempenho que lhe foi cometido, deve agir com toda
diligência, atendo-se às instruções recebidas do proponente.
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Contratos Interempresariais
- Dever de sigilo (Art. 19, alínea d, da Lei n. 4.886/65)
Art. 716. A remuneração será devida ao agente também quando o negócio deixar
de ser realizado por fato imputável ao proponente.
Art. 717. Ainda que dispensado por justa causa, terá o agente direito a ser
remunerado pelos serviços úteis prestados ao proponente, sem embargo de
haver este perdas e danos pelos prejuízos sofridos.
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Contratos Interempresariais
Art. 35. Constituem motivos justos para rescisão do contrato de representação
comercial, pelo representado:
a) a desídia do representante no cumprimento das obrigações decorrentes do
contrato;
b) a prática de atos que importem em descrédito comercial do representado;
c) a falta de cumprimento de quaisquer obrigações inerentes ao contrato de
representação comercial;
d) a condenação definitiva por crime considerado infamante;
e) fôrça maior.
- Dispensa por justa causa alegada pelo agente (art. 716 do Código Civil e art. 36 da
Lei n. 4.886/65)
Art. 716. A remuneração será devida ao agente também quando o negócio deixar
de ser realizado por fato imputável ao proponente.
- Dispensa sem justa causa (art. 718 do Código Civil, art. 27, j, e art. 27, § 1o)
Art. 718. Se a dispensa se der sem culpa do agente, terá ele direito à remuneração
até então devida, inclusive sobre os negócios pendentes, além das indenizações
previstas em lei especial.
DISTRIBUIÇÃO MERCANTIL
- Conceito
- Distribuição x Agência
CONCESSÃO MERCANTIL
- Conceito
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Contratos Interempresariais
- A classificação de Fábio de Ulhoa
- Exclusividade de zona
- Contrato típico
- Lei n. 6.729/79 (Lei Ferrari)
- A regra do primeiro contrato (art. 21, parágrafo único, da Lei n. 6.729/79)
Art. 23. O concedente que não prorrogar o contrato ajustado nos termos do art.
21, parágrafo único, ficará obrigado perante o concessionário a:
I - readquirir-lhe o estoque de veículos automotores e componentes novos, estes
em sua embalagem original, pelo preço de venda à rede de distribuição, vigente
na data de reaquisição:
II - comprar-lhe os equipamentos, máquinas, ferramental e instalações à
concessão, pelo preço de mercado correspondente ao estado em que se
encontrarem e cuja aquisição o concedente determinara ou dela tivera ciência
por escrito sem lhe fazer oposição imediata e documentada, excluídos desta
obrigação os imóveis do concessionário.
Parágrafo único. Cabendo ao concessionário a iniciativa de não prorrogar o
contrato, ficará desobrigado de qualquer indenização ao concedente.
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Contratos Interempresariais
faturamento de bens e serviços concernentes a concessão, que o concessionário
tiver realizado nos dois anos anteriores à rescisão;
IV - satisfazendo-lhe outras reparações que forem eventualmente ajustadas entre
o produtor e sua rede de distribuição.
Art. 27. Os valores devidos nas hipóteses dos artigos 23, 24, 25 e 26 deverão ser
pagos dentro de sessenta dias da data da extinção da concessão e, no caso de
mora, ficarão sujeitos a correção monetária e juros legais, a partir do vencimento
do débito.
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. vol. 03. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2016, p. 103-129.
33
Contratos Interempresariais
AULA 08 – CONTRATO DE FRANQUIA
I. Noções Iniciais
- Origem
- Conceito
- Dominação do mercado e controle de distribuidores
- Lei n. 8.955/94
- Art. 2o da Lei n. 8.955/94
II. Classificação
- Contrato bilateral, consensual, comutativo e oneroso, de execução sucessiva
- Entre empresas
- Com exclusividade ou delimitação territorial
III. Objeto
- Uso da marca
- Título de estabelecimento ou nome comercial
- Assistência técnica
- Remuneração por royalties
V. Subordinação ou independência?
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Contratos Interempresariais
devolução de todas as quantias que já houver pago ao franqueador ou a terceiros
por ele indicados, a título de taxa de filiação e royalties, devidamente corrigidas,
pela variação da remuneração básica dos depósitos de poupança mais perdas e
danos.
- Causa de anulabilidade
- Conteúdo da COF (art. 3o da Lei n. 8.955/94)
Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer
prazo para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da
conclusão do ato.
X. Extinção do contrato
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
36
Contratos Interempresariais
AULA 09 – CONTRATOS ELETRÔNICOS
I. Noções Iniciais
- Comércio Eletrônico
- Estabelecimento virtual
- Estabelecimentos virtuais e Ação Renovatória
- Franquia e comércio eletrônico
- Momento da contratação: reanálise dos arts. 427, 428 e 433 do Código Civil.
Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar
dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.
Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao
proponente a retratação do aceitante.
- Local do contrato
i) estipulação pelas partes
ii) art. 435 do Código Civil
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. vol. 03. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2016, p. 50-67.
37
Títulos de Crédito
AULA 10 – PRIMEIRO EXERCÍCIO DE AVALIAÇÃO
I. Noções Iniciais
- Conceito de Título de Crédito
“Título de crédito é o documento necessário para o exercício do direito, literal e
autônomo, nele mencionado.” (Vivante)
- Considerações de Fábio Ulhoa
- Título de crédito e demais documentos que representam direitos e obrigações:
i) relações creditícias;
ii) facilidade de cobrança;
iii) disciplina jurídica própria;
II.1 Cartularidade
i) posse da cártula
ii) a questão do PJE
iii) títulos de crédito eletrônicos
II.2 Literalidade
i) atos lançados no títulos
ii) a questão dos atos documentados em instrumentos apartados
II.3 Autonomia
i) quando há pluralidade de relações
ii) a questão da relação fundamental/negócio originário
iii) desnecessidade de investigação da origem da relação fundamental
iv) a questão da má-fé;
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Títulos de Crédito
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Títulos de Crédito
AULA 12 – LETRA DE CÂMBIO
I. Contextualização Histórica
- Idade Média
- Os 4 períodos históricos
i) italiano (até 1650)
ii) francês (até 1848)
iii) alemão (até 1930)
iv) uniforme (1930)
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Títulos de Crédito
i) aceite limitativo
ii) aceite modificativo
VII. Vencimento
- Vencimento ordinário e extraordinário
- Vencimento extraordinário
i) recusa do aceite
ii) falência do aceitante
- Classificação das letras segundo o vencimento
i) letra com vencimento em dia certo
ii) letra à vista
iii) letra a certo termo da vista
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Títulos de Crédito
iv) letra a certo termo da data
VII. Pagamento
- Extinção de obrigações cambiais (uma, algumas ou todas)
- Se o devedor principal paga
- Se o codevedor paga
- Prazo para apresentação (dia do vencimento)
VIII. Protesto
- Ato para formalizar a prova de fato jurídico
- Necessidade do protesto (executar os codevedores)
- 2 dias úteis seguintes ao vencimento
- Letra de câmbio sem aceite – protesto por falta de aceite (contra o sacador)
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Títulos de Crédito
AULA 13 – NOTA PROMISSÓRIA E CHEQUE
NOTA PROMISSÓRIA
I. Noção Inicial
- 2 personagens
i) subscritor (ou sacador)
ii) tomador
- Sistemática
Art. 76. O título em que faltar algum dos requisitos indicados no artigo anterior
não produzirá efeito como nota promissória, salvo nos casos determinados das
alíneas seguintes.
A nota promissória em que se não indique a época do pagamento será
considerada à vista.
Na falta de indicação especial, o lugar onde o título foi passado considera-se
como sendo o lugar do pagamento e, ao mesmo tempo, o lugar do domicílio do
subscritor da nota promissória.
A nota promissória que não contenha indicação do lugar onde foi passada
considera-se como tendo-o sido no lugar designado ao lado do nome do
subscritor.
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Títulos de Crédito
CHEQUE
I. Noção Inicial
- É regulado pela Lei n. 7.357/85
- Modelo vinculado
- Ordem de pagamento à vista
- Não há prazo de apresentação
- O banco é o sacado, mas ele não é o devedor
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Títulos de Crédito
Art. 7º Pode o sacado, a pedido do emitente ou do portador legitimado, lançar e
assinar, no verso do cheque não ao portador e ainda não endossado, visto,
certificação ou outra declaração equivalente, datada e por quantia igual à
indicada no título.
§ 1º A aposição de visto, certificação ou outra declaração equivalente obriga o
sacado a debitar à conta do emitente a quantia indicada no cheque e a reservá-la
em benefício do portador legitimado, durante o prazo de apresentação, sem que
fiquem exonerados o emitente, endossantes e demais coobrigados.
§ 2º - O sacado creditará à conta do emitente a quantia reservada, uma vez
vencido o prazo de apresentação; e, antes disso, se o cheque lhe for entregue
para inutilização.
Art. 45 O cheque com cruzamento geral só pode ser pago pelo sacado a banco ou
a cliente do sacado, mediante crédito em conta. O cheque com cruzamento
especial só pode ser pago pelo sacado ao banco indicado, ou, se este for o sacado,
a cliente seu, mediante crédito em conta. Pode, entretanto, o banco designado
incumbir outro da cobrança.
§ 1º O banco só pode adquirir cheque cruzado de cliente seu ou de outro banco.
Só pode cobrá-lo por conta de tais pessoas.
§ 2º O cheque com vários cruzamentos especiais só pode ser pago pelo sacado no
caso de dois cruzamentos, um dos quais para cobrança por câmara de
compensação.
§ 3º Responde pelo dano, até a concorrência do montante do cheque, o sacado ou
o banco portador que não observar as disposições precedentes.
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Títulos de Crédito
§ 2º Responde pelo dano, até a concorrência do montante do cheque, o sacado
que não observar as disposições precedentes.
V. Prazo de apresentação
- Mesma praça – 30 dias
- Praças diferentes – 60 dias
- Art. 33 da LC
“Cabe ação executiva contra o emitente e seus avalistas, ainda que não
apresentado o cheque o sacado no prazo legal, desde que não prescrita a ação
cambiária.”
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Títulos de Crédito
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Títulos de Crédito
IX. Execução
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Títulos de Crédito
AULA 14 – DUPLICATA
I. Noção Inicial
- A duplicata é regulada pela Lei n. 5.474/68 (Lei da Duplicata)
- A questão do aceite obrigatório
- Requisitos (art. 2o e 3o da LD)
Art. 2º No ato da emissão da fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata para
circulação como efeito comercial, não sendo admitida qualquer outra espécie de
título de crédito para documentar o saque do vendedor pela importância
faturada ao comprador.
§ 1º A duplicata conterá:
I - a denominação "duplicata", a data de sua emissão e o número de ordem;
II - o número da fatura;
III - a data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata à vista;
IV - o nome e domicílio do ven dedor e do comprador;
V - a importância a pagar, em algarismos e por extenso;
VI - a praça de pagamento;
VII - a cláusula à ordem;
VIII - a declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-la,
a ser assinada pelo comprador, como aceite, cambial;
IX - a assinatura do emitente.
§ 2º Uma só duplicata não pode corresponder a mais de uma fatura.
§ 3º Nos casos de venda para pagamento em parcelas, poderá ser emitida
duplicata única, em que se discriminarão tôdas as prestações e seus
vencimentos, ou série de duplicatas, uma para cada prestação distinguindo-se a
numeração a que se refere o item I do § 1º dêste artigo, pelo acréscimo de letra
do alfabeto, em seqüência.
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Títulos de Crédito
Art. 19. A adoção do regime de vendas de que trata o art. 2º desta Lei obriga o
vendedor a ter e a escriturar o Livro de Registro de Duplicatas.
§ 1º No Registro de Duplicatas serão escrituradas, cronològicamente, tôdas as
duplicatas emitidas, com o número de ordem, data e valor das faturas
originárias e data de sua expedição; nome e domicílio do comprador; anotações
das reformas; prorrogações e outras circunstâncias necessárias.
§ 2º Os Registros de Duplicatas, que não poderão conter emendas, borrões,
rasuras ou entrelinhas, deverão ser conservados nos próprios estabelecimentos.
§ 3º O Registro de Duplicatas poderá ser substituído por qualquer sistema
mecanizado, desde que os requesitos dêste artigo sejam observados.
Art. 7º A duplicata, quando não fôr à vista, deverá ser devolvida pelo comprador
ao apresentante dentro do prazo de 10 (dez) dias, contado da data de sua
apresentação, devidamente assinada ou acompanhada de declaração, por escrito,
contendo as razões da falta do aceite.
§ 1º Havendo expressa concordância da instituição financeira cobradora, o
sacado poderá reter a duplicata em seu poder até a data do vencimento, desde
que comunique, por escrito, à apresentante o aceite e a retenção.
§ 2º - A comunicação de que trata o parágrafo anterior substituirá, quando
necessário, no ato do protesto ou na execução judicial, a duplicata a que se
refere.
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Títulos de Crédito
- Modalidades de aceite
i) Ordinário
ii) Por presunção (tipo mais comum)
iii) Aceite por comunicação
- Falta de aceite
- Falta de devolução
- Falta de pagamento
- Protesto – 30 dias seguintes ao vencimento (art. 13, § 4º, da LD)
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§ 1º - Contra o sacador, os endossantes e respectivos avalistas caberá o processo
de execução referido neste artigo, quaisquer que sejam a forma e as condições do
protesto.
§ 2º - Processar-se-á também da mesma maneira a execução de duplicata ou
triplicata não aceita e não devolvida, desde que haja sido protestada mediante
indicações do credor ou do apresentante do título, nos termos do art. 14,
preenchidas as condições do inciso II deste artigo.
- Protesto por indicações – É feito com base nas informações do registro do vendedor
- Sistemática moderna – registro em meio eletrônico/ banco expede a guia de
compensação/ com não pagamento, o banco remete as indicações para o cartório
para o protesto por indicações
- Triplicata (2a via da duplicata para apresentar no cartório)
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AULA 15 – SEGUNDO EXERCÍCIO DE AVALIAÇÃO
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