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;*ir;íllg::;:+
f,rioção segunclo a qual todas as sociedacies humanas 'ílÊrcorrem, en'l seu desenvolvimenia,
u,-nà i,,ricJestracia, que parte Ce f*rrnas rnals simples cle organização e "avança" em direção a
complexiclarJe das íarn'las de arganização sociai, das técniças-maieriaiíe--da vjda... t-
"r*."*ntu. ü poni,: de particia dess* periurso seria t-lrn "esiado de natureza" e, o de óhegada, a
;*iiii;=àça"';.
"uiúruf üs europeus acreriitavam que a sua prôpnia sociedade era a q.ue mais tinha
,runç*Áo nesse suposto carninho, A Aírica, por outro iado, era o lugar eín-que,'desse ponto de
"prinritivos" e
oirtu,'"= passos tinhart sid,: os mais tímidos. Daí para aíirrnar sereÍn os africanos
séculos 'iatrás" rios europeus foi muito rápido. Os europeus -pãssaram
uàiro*r,1 rnuitos .a
acreclitai- que, ao estudar os "povos prin-riivos", estariam desyendándo o passado longÍnquo de
ur" propriu scciedade; mais que issr:, eles passâram a se sentir moralrnente-opligados a
"civilizá-los''.

,"'.'ir,l'i...,' ,
t_

I rnuitas vezes coníunciiclo com o racisrno, rnas, para me]hor combaier a cliscriminação e seus
ãf*;t"*, iery:cs que cirfelenciar a ciisci"íminação racial do conjunto de idéias que o jusiifica e lhe
Àãsupo:rte e signiílcado. Por isso, usamcs ã iermo racialisrno pâra nos referir à noção de que a
irumanicía4e J*tu Oiridi.ta em raÇas que detêm caracierísticas físicas e psicologicas
r:lararnente distinLas.

[Muitos raciêíistasdo seculo XIX açreditavavr na existêr]eia de


umâ hicranqula na capaüídade intelectr.la! rjas raças, que se
refletia nüe seus feitos "civílizaiórios" (cr:mo a arquitetLlra
Í:lofiumental, as aítes decorativas, ê esürita, a maternática, o
monoteísíTto e0 estado territoriai centrallzado). Porém, nãCI
CcitçorrlavaÍrl em tudo. alguns acreclitavarn que eSSaS ciifônenças
erarn devidas a um "atraso" eultural e íaziam coro Çom QS
evolucionistas quando cliziam ser um "dever moral" europeu
civilizar as "raÇas inferiores"; oLltros pensavam que os limites
intelectuais estavam cleterrninados peio "sangue", e que o destino
dessas raça5 seria simplesniente o extermínio por raças mais
"foftes" e "capazes".
ééÍ!^
]@e
ffi,
§ffi . onde podemos rdentifrcar
Mas. as
#.8
B.4g
:É:#r noÇoes de evo Luc'on; smo e racia Lisrno ?

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Módulo 1- História do Áfríca


Curso de Formação parq o Ensino de Hístór'is e Cultura Afro-brasileiras (CEAO/UFBA)
g

As noções de evolucionismo e racialismo estão presente no


trabalho de um cios rnais infiuentes pensadores europeus, cr
filosofc alemão Goarg V{ilhelm Friedriah Heget. Ele escreveLi, erí]
183.1, ern suãs "Lições de Fiíosofia da HistÓria universal"
(uml

cláss!co do evolucionismo):

onegro,comojáobservamos,exibeohomemnaturalemseu
estadó mais completamente selvagem é desregrado. Devemos
deixar de Iado qualquer pensamento de reverência e moralidade -
tudooquepodemoschamardesentimento_sequisermos
compreendê-lo corretamente; não há nada em consonância com
a
humanidade que possa ser encontrado neste tipo de caráter.1

fl{este pequeno tneçho, vemos o raclãlisrno em ação. 0 que

reslilta clisso é, por urn lado, a hornogeneização dos habiiantes de


todo urn continente soh urna categoria racian ("o negro") e, por
outro, a associação deste "tipo" racial à naiureza, corno fornra de
afastá-lo da "civilização" -.e da própria hurnanidade'
Tratar a Africa exclusivamente conro uífi espaço natural sigrrifica
esconden a experiência milenar da vlda humana que se ' r-rEGEL, Georg
Wilheim Friedrich. Ihe
desenrolou e se desenrola alí. Na Europa, esse imãginário serviu Philosophy of HístarY,
byGWFHegel,with
para justificar a rjcr^ninação colonial do continente entre o firn dcr prefaces by Chorles
Hegel and the
século XIX e o terceiro qllarto do século XX e serve ainda hoje tronslator, J. Sibree,
M.Á.. Ontario: Batoche
para julstificar a continuidade das trocas econÔmicas desiguais e a Books,1900.

influência política dos antigos colonizadores em países [compilação de


palestras proferidas
em Berlim, entre 1830
"independentes". e 18311. lntrodução. .
Disponível em
Nas Américas, SUa função é reforçar- a discriminação racial, http://sea rch. marxists.
o rg/refe rence/a rch ive/
negando uma plena humanidade, e, em consequênÇia, uma plena hegel/works/hili ntrod
uction-lectu res.htm
cidadania, aos descendentes de africanos'

Agora que i á compreender-:, melhor o


que é evolucionismo e racialismo,
você consegue identificar, no dia a
dia, como estas noçÕes são
traduzidas em Prátlcas?

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Módulo 1- Históriq da África


curso de Formoção pars o Ensino de Hístóriu e cultura Afro-brosileiras (.EAO/UFBA)

l:.. .:
reíígião percebiam-se mutuarnente corno estrangeiras.
A suposição de cíue havia L,rír co*senso aosoruto sobre a
organízação social e a vida eultunaí ere eada tribo
so era possíveí
atra*ffia--idda-gus-os adrninistradones e eíentístas eurüpeLis
tinham da "tnadição".
As socíedades "tribais" (ou "prirnitivas") seriam, para eres,
"socieáades tnãclicionais"
-
não so as regras de conduta erani
pautadas rigidamente peío co§tume, corno esse
costume era
transrmitido, orarmente e de forrna imutáver, de geração
a geração,
ciescie o priilcípio dos tempos.

os eur"opeus não admitiam que os afrícanos pudesse*i refietín


criiicamente sob.e a s.ia propria cultura. As rnudariçes
ocorridas
no passado erarn atrilluidas a "i-nígi"acões,, de outros povos
(ern
geraí, povas que vinha*r do oríente fl#édio
ou eJo fviediterrâneo,
identif,icados com "raças,, maís,,civiiizadas,,).

Vamos refletir juntos... O que


si gnifica. caracl_erizar o conilnente
africano como um'espaÇo '.trlba1,,? Você
já parou parâ pensar sobre isso.r

Essa caracteriiaçào significa priviregiar o aspecto


curturar e
acultar o aspecto porítíeo: eseonder a ronga
tradição e grande a
varieciade de formas assumidas pero Estado na Africa era
fui-rdamentar para
o projeto de crominação europeu, que não se
cansava de afirmar não existirem sinais de ,,civilizaÇãa,,
no
continente

As "tribos" forneciam, arém disso, uma forma


famirÍar de crassificar
pessoas e gi'upos,-através da quaí os
administraclores europeus
podiam entender minimamente a rearidade
africana para merhor
governá-la

Módulo 1- História doÁfrico


Curso de Formação para o Ensino de
História e Curtura AJro-brasireiras (cEAoluFBA)
[sse esfcrçc €81'1 eOnrg:reend*n para rne|hor" donrinar ge(ou'

tar:lhéam Õ qUÊ ehagnarn*s ele umaffip§iBBsffi'Be, ou se.!a, a ideia d.q.ule,'


no fuRdc, as pr-ii:,:lpais earaeterístleas *ultuc-ais sao eolmulns a toda
a Africa GU, pelo íl1ei'lüs, a todas âs regrões do eontir-lente
firal;itaelas pl:r populações de pc{e negta.

l,.{aa basta [anÇart-*os urn olhar lreais euidadcso sCIbre a êrfrica e

vererílos exataunente O ecnirárãc: desde rmuito ar:tes d*


colonialisnlo, aS formas de onEanização dos povos clo contir:ente
erarn extrerfiaíflente íiuiclas e variadas ea ir:ovação e a

eriativiciacle eraíTi bastante cúrns-!íls.

l\ tradição, ectrlstanteffienie reer;eCiã, s-nu<leva qulando nÜ'uas

slti:açÕes exíEíar*. Fe$SúãS, ieieías,e'le*v:icas cineulavaífi ' viageris


de estudô, neüóciüs üu coí'r-t rbjetivos espírituais crairl fileciüeniies
e Coi'reepondiait a iongos percursos por terras estrarigeinas. E
clarü, havia, desde entãG, ldentidades grupãis que hole
ehen:aríamos de "etnicas". Ü impor'tante Q perceklermos que
essas identidade§ erarfl (e são) construçoes sociais e, como tãl,
*-^-r,,+^^,^,,nia
uu u i-ristorEa.
l-)íullutL!*

ít4uitas vezes, e§ses grupos estavam relacionadÕs a a[gurn tipo de


autoridacle central (neligiasa, política ou rnilítar). Podía acontecer
também clue um deterr"nir*rado núnreno de grupos que reconheciarn
ten origer:s cilfec'entes habitasse a rnesma reÜião ou até a me§Ír]a
ciclacle, compondo uma rede inierdependenie e intensa de trocas
comercrats siryrbotricas em que cada
e ^-.J^ grupo tinha uma
esPecialldade.

Em outras partes, grupos etnicos surgiram no contexto cio tr'áfico


Asformasde de escravos e da escravidãg - tanto a partir de grupos militares
organizaçãc social
nãÁÍiicãiãmf,a espeeiaiizados na Capiura de peSSoaS quanta a
partir cie suas
vida nômade em
;;;;;;
;;;";; grandes vítimas preferenciais'
íamiliares a
Estados flyieSmO Onde existiarn icientidades étnicas claramente definidas,
centralizados e
burocrático haVia OUtfAS fOnnlaS de agrupamento e identificação, como o

-t5

curso de Formação parq o Ensina de Históris e cultura Afro-brasíleíras {cEAO/urBA)


pertencimento a grupos dc ãdadc ou
ãnmaatdades reEcgão§a§, :à
soçEcdades secr€tas de eaçadcnes ou fenreiros, por exeffirplo,
que tecian-l usg:a nede de iealdades e solidariedades c1ue, rnuitas
vez:es, ãti"avessavaE-n as frot'lieinas etnicas.

Reconhecer a enorme clivensidade cultural, política e soeial

africana é urgente e necessário. Nlegá-la equlvale a desacreditar a


capacidade e a propria hurnanidade dos africanos e de seus
descendentes nas Américas. Afinal de Contas, em todos os
lugares onde a humanidacle fez história, a pluralidade foi a regra.
tJão há motivo para pensar clue na Africa teria sido diferente.

b""i3 il,l r r-Í- l3à? Ê Ê *íã

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<http://www.afroasia. u fba -br I pdf I afroasia-n23-p89. pdf>.

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tt/iódulo 1- História do
Curso de Farmaçõo para o Ensino de Históría e Cultura Afro-brasileiras (CEAO/UFBA)
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se pai"armcs Bessoas nê rua ao ãeãso € pedireflCIs a cadã uma


deâas para faíer a pi"ãr-neira paíavna qure. íh* víer à rner:te .eo pensar
i

em "Áfriea", eertasmente ouvirernos a-nuites termos xígados ao


nrurmdo natural ("treôes", "gerilas", ''elefar:tes", ,,g!Bafas,,, ,,deserto,,,

"floresta", "s&\r&na", etc,). A ldeia qi..te a nraíoria elas pessoas tern


sobre a Afriea e de eÍa rqer Liffii ar-nbíente dominado pela natureza,
G que é, rlo mínís'no, urna distorção. A vida humana teni uma Ionga
historia no centinente; a palsegern africana. ceino eí-rr quase todos
os krgar*s, é pi"*funrdam*nte rnareacla pela preseÍ-iÇa e traí-iailio
s:ur*anos.

É íácll Ber-cebermos eomCI ês pessü;as ecnsiroem essas


neg:resentaçôes equlvocadas (e só rios lenrhrarmos dos fílmes de
safari, dos desenhos de Tanzan; rjas reportagens,sohre a vida
anirnaN africana e imesrno ders !ivros escoflares utiíizados, ineiusive,
no presente). Pv'?a!s difíeii é perceberrvics G que está por inás
dessas nr:ções" Para isto, varnüs ao g:assado buscan as porquês
destas r*preseniações"

r-àrra+ç+rlea"nÊ++

Fera comcÇarmos a entender rnerhon essa historia, tenios de


rvoltar nossos olhares, não à Afriea pne-coloniai, mas à Eurr:pa
da
revorução industrial e do lh.rrninisrno" Então, por algurns instantes,
vãi"nos voitar aer passacío, entre o firn do século XVíll e o fim do
sécu!o XlX"

tlaEuropa cleste período foi closenvorvído urn amplo sisterna de


observação, descrição e explicação do mundo não-europeu e
seus habitantes e, ainda hoje, podemos ideniificar seus efeítos na
maior parte das visões sobre esses espaços. Aqui, vamos
ccnversar sobre doís elementos irnrportantes deste sistenra: o
+,r+§ C.red r:r-; sç gtt* e O ;"A eãc rseq:*.
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Ir/tódLtlo 1- Históriq da África


Curso de Formação pars o Ensino de História e Culturo Afro-brssileírss (CEAO/L:FBA)

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