Práticas culturais e práticas escolares: aproximações e especificidades
no ensino de história - Lana Mara de Castro Simian
Problema: Escola e museu: Uma relação marcada pela escolarização? Termo para discussão “escolarização” “Não há como ter escola sem ter escolarização de conhecimentos, saberes, artes: o surgimento da escola está indissociavelmente ligado à constituição dos 'saberes escolares', que se corporificam e se formalizam em currículos, matérias e disciplinas, programas, metodologias, tudo isso exigido pela invenção, responsável pela criação da escola de um espaço de ensino e de um tempo de aprendizagem” (SOARES, Magda Becker. aescolarização da literatura infantil e juvenil. In: Brandão, Helena. B. et aI. (org) Aescolarização da leitura literária: ojogo do livro infantil ejuvenil. Belo Horizonte: Autêntica, 1999, p.l8.) Educação escolar X Cultura Escolas e visitas esporádicas ao museu e não sistemática; O tradicional e a reprodução em outros espaços (“ouvir, copiar/ registrar e devolver ao professor, no caso sob a forma de um relatório”) "pedagogia do não”; “[...] que os alunos copiem os textos das placas informativas que nem sempre são adequadamente elaboradas ao "público cativo", o infantil ou de adolescentes.” P.187 Falta de tempo ou mesmo o pensar em explorar os espaços museológicos; disciplinarização do tempo O museu e o espaço que talvez será o único que um aluno poderá visitar Quando que o sujeito e objetos iniciam a sua interação? Os objetos e as vivências dos discentes; (P.189) Problemática: “como tornar o espaço do museu e outros espaços culturais em espaços educativos sem didatizá-los? Como a escola poderia relacionar com esses espaços livre de visões utilitaristas ou dogmáticas? Como articular escola e museu nas diferentes dimensões envolvidas nos processos educativos: a educação dos sentidos, a educação do respeito ao patrimônio, a educação científica? Como formar professores sensíveis e capazes intelectualmente de empreenderem ações que não incorram na escolarização inadequada, ou no desconhecimento especificidades da cada um desses espaços?” (P.190) “busca-se identificar e preservar a pluralidade das memórias históricas e científicas retratadas pela multiplicidade das experiências humanas, em oposição ao entendimento até então dominante de preservação apenas da memória das elites, do estado-nação o qual reforçava e perpetuava a representação de uma memória unívoca e de um passado homogêneo” (P.190) De patrimônio histórico para patrimônio cultural, incluindo patrimônio arquitetônico, patrimônio documental e arquivístico, bibliográfico, hemerográfico, iconográfico, oral, visual, museológico, enfim, o conjunto de bens que atestam a historicidade das sociedades humanas. Objetos mediadores na construção do conhecimento Para Vygotsky, a construção e a aquisição do conhecimento (e da própria subjetividade) é mediada pela cultura e pela linguagem, ou seja, o processo de construção do conhecimento não é algo que se processa diretamente entre o sujeito e o objeto a ser conhecido. Apropriação dos museus pelo ensino da história. Por que a história? Inserção de outros mediadores culturais, criando uma pluralidade de objetos que podem complementar e sensibilizar os estudantes. Koselleck: "conhecer um mundo histórico é responder a esta questão maior: como, em cada presente, as dimensões temporais do passado e do futuro foram postas em relação"? (P.192) As memórias coletivas e suas identidades; “a essência de examinar agentes e ferramentas culturais na ação mediada é examinar como eles interagem. Problemática: Como poderia a relação museu/ escola favorecer os processos de ensino aprendizagem da História? Que papel podem desempenhar os objetos e os espaços museológicos na construção do conhecimento histórico? Como podem os objetos e espaço museológico contribuirem para a passagem de um tempo vivido para um tempo histórico carregado de significações que ultrapassam o universo do experienciados pelos sujeitos? (P.193) funcionando portanto como agência não formal de pesquisa e inovação educacional, (O que é necessário para que se torne formal?) pretendendo desempenhar, assim, um papel de relevância para a democratização da cultura. Experiencia da professora e sua preocupação em indagar e contextualizar o papel dos mediadores e da ação mediada na aprendizagem desenvolvimento do pensamento histórico
As crianças. Elas aceitam o convite da professor para entrarem na
fazenda. Ao entrarem na fazenda e interagirem com os objetos, elas se colocam no lugar do outro e vão, portando, construindo conhecimentos e desenvolvendo o raciocínio histórico. (P.200) Piaget qualificou de descentração, à saber, a capacidade de se pensar em relação aos outro, ou considerar a reciprocidade dos pontos de vista. Objetos e a leitura histórica – Aproximação das temporalidades e memórias diversas; OS silêncios e a participação dos mediadores no processo de "fazer os objetos falarem".