Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS

Departamento de Tecnologia – DTEC

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil e Ambiental – PPGECEA
Docente: Prof. Dr. Eduardo Cohim
Discente: Tamires Cordeiro

RESENHA CRÍTICA

ARTIGO: REQUISITOS BÁSICOS DE ÁGUA PARA ATIVIDADES HUMANAS:

ATENDENDO ÀS NECESSIDADES BÁSICAS - 1996
AUTOR: PETER H. GLEICK

O presente artigo relata inicialmente as conexões que foram feitas nas últimas
décadas com os termos desenvolvimento e sustentabilidade, na qual houveram pequenos
progressos a partir destes termos, contudo consideráveis preocupações foram
determinadas na área de recursos hídricos, devido a sua vital importância para a produção
de alimentos, manutenção de ecossistemas aquáticos e proteção da saúde humana. Entre
esses conceitos, o autor destaca que as necessidades básicas de qualquer ser humano
independente do nível de desenvolvimento, economia ou cultura permeiam apenas em
beber água para sobreviver, água para higiene humana, água para serviços de saneamento
e necessidades domésticas para preparar alimentos. Tais usos, segundo estudos, são
garantidos através do consumo de 50 litros por pessoa por dia. Caso isso não aconteça, a
miséria e o sofrimento humanos em larga escala continuarão e crescerão no futuro,
contribuindo para o risco de conflito social e militar.
O trabalho de White, Bradley e White, atribui o uso da água e seu respectivo
consumo para cada setor da sociedade como: beber, remover ou diluir os resíduos,
produzir bens manufaturados, produzir alimentos, produzir e usar energia, e assim por
diante. A água necessária para cada uma dessas atividades varia de acordo com as
condições climáticas, estilo de vida, cultura, tradição, dieta, tecnologia e riqueza. Além
disso, o tipo de acesso à água por si só é um determinante para a tamanha variabilidade
do consumo. Por exemplo, dependendo do clima de uma região e o seu acesso à água
potável, o consumo de uma pessoa por dia em uma zona úmida e de fácil acesso é em
torno de 20 a 40 litros, já se a zona for seca e de difícil acesso o consumo é estimado de
30 a 40 litros. Ou seja, quanto mais úmido e com difícil acesso menos consumo.

Tal estudo determina que os requisitos mínimos necessários para o saneamento

estão relacionados diretamente a provisão de água limpa, serviços de saneamento
adequados e melhoria da saúde. Embora o descarte eficaz de resíduos humanos possa ser
realizado com pouca ou nenhuma água quando necessário, recomenda-se um mínimo de
20 litros por pessoa por dia para considerar os benefícios máximos da combinação da
eliminação de resíduos e da higiene relacionada e permitir e preferências sociais. Este
nível pode ser atendido com uma ampla gama de opções tecnológicas. Para o banho
destaca-se o consumo de 15 litros por pessoa por dia independente se o país for
desenvolvido ou estiver em desenvolvimento, garantindo o acesso a água. Já no preparo
de alimentos, recomenda-se o uso de 10 litros por pessoa por dia. Porém, o problema
inicial é garantir a todos os seres humanos a água necessária para satisfazer suas
necessidades básicas.

A má qualidade da água doméstica é severa e generalizada. É provável que muitas

pessoas que podem receber mais do que a quantidade recomendada esteja recebendo água
contaminada e insalubre. Além disso, o crescimento populacional está aumentando na
maioria dessas regiões mais rápido do que as melhorias na disponibilidade de água.
Todo este estudo foi amparado através da literatura e de pesquisas em diferentes
regiões demonstrando que o nivelamento foi feito por baixo, ou seja, o mínimo deverá
ser garantido a todos, devendo ser uma prioridade aos governos, fornecedores de água e
organizações internacionais. Porém, foi constatado que muitos países consomem abaixo
do valor mínimo estipulado. É chocante. Enquanto que a preocupação de alguns é reduzir
drasticamente o seu consumo, o de outros é conseguir ter acesso ao mínimo de água
potável proposto. É pertinente este estudo, mas sobretudo é necessário conscientizar,
educar para que o consumo seja de forma compreensiva e não exacerbada ou justificada
através do pouco consumo por causa do difícil acesso.