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A ARTE 9HAMAÍCA

FOLHA INSTRUCTIVA, CRITICA E NOTICIOSA

* . REDACTOR PRINCIPAL — SOUSA BASTOS

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Kill. \I -Lisboa,
Lisboa, iI de i\oví'ii)br
\oven»l>D- Jc ilc 187.1 i am\
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ção. Si
Há de Miranda lançou os fundamentos da escola classica, já
AO PUBLICO então restaurada em Italia, e que os castelhanos conheciam por
imperfeitas traducções. As suas comedias Os Estrangeiros e os
A necessiilade
necessidade do apparecimento d'esta folha foi-nos confirma- Vilhal])andos
Vilhalpandos mostram terem sido moldadas pelas de Terencio
da pela niuita
muita protecção que encontrámos ao publicar o nosso e Ariosto; mas com uma notável pureza de linguagem, proprie-
programma. Elie nos servirá de guia no caminho que vamos per- dade e elegância de estylo, viveza ce animação de dialogo, obser-
correr, unicamente com a mira no engrandecimento da arte. vância fiel das regras mais rasoaveis, e copia quanto possível possivcl da
O theatro portuguez chegou indubitavelmente a uma epocha vida real.
de decadência assustadora; procurar a causa d'este abatimento • O discípulo mais notável de Sá de Miranda foi Antonio Fer-
e os meios de sair d'elle, será o nosso mais decidido empenho. reira, posto que inferior ao mestre, de quem tinha talvez o ta-
Confiamos que todos nos auxiliarão; pois desde agora no»
nos cum- lento e a crudicção, erudicção, faltando-lhe porém a veia cómica, o que
pre agradecer a valiosa protecção que temos recebido. tornava enfadonhas as suas comedias.
No numero, já avultado, dos nossos assignantes, temos a hon- Ainda assim, cabe-lhe o maior triumpho, triurapho, como disse o sr. Tri-
ra de contar Sua Magestade Ei.-ReiEi, Rei o Sr.Miou
Senhor D. Luiz, a quasi goso na sua historia da arte em cm Portugal, do theatro clássico
totalidade dos artistas dramáticos portuguezcs
portuguezes e muitos amado- portuguez, escrevendo a primeira tragedia, intitulada Castro.
res da scena nacional. O assumpto foi tão bem bera escolhido, que, não tendo durante dois
Era gratidão a todos, o nosso programma será fielmente cum- séculos apparecido mais tragedia alguma, a que depois nos deu
prido. Quita era ainda baseada no mesmo trágico accontecimento.
Foram pela mesma epocha muito estimadas as comedias de
O THEATRO EM PORTUGAL Jorge Ferreira, em que este auctor pretendeu conciliar o gene-
ro romântico com o clássico e hoje apenas admiradas pelo ma-
gnifico estylo.
Nos primeiros séculos da monarchia apenas encontramos ves- Pouco depois, appareceram
apparcceram ainda dois novos e monstruosos
tígios de umas representações mimicas acompanhadas de dança, (na phrase do sr. Trigoso) generos de composições theatraes, as
a que davam o nome de momos. Os nossos antepassados entre- tragi-comedias sagradas e as comedias magicas. Aquellas devem
gavam-se de preferencia aos excrcicios
exercícios da caça, e a outros que a sua origem aos Jesuítas e foram representadas nos no3 claustros
os adestrassem na arte da guerra; por este motivo as letras pa- com o maior apparato, acompanhadas de grande orchestra, có-
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que d'ellas depende. único merecimento.
nereciinento. As comedias magicas foram inventadas pelo
Inquestionavelmente foi Gil Vicente o pae do theatro portu- celebre comico Simão Machado, que tomou depois o nome de
tuguez, posto seja
sqja provável já antes d'elle se terem representa- Boaventura Machado.
do algumas peças no gosto das do castelhano Enzina,Euzina, visto que Com a dominação castelhana, havendo-se perdido a nossa lit-
as duas litteraturas caminhavam a par. teratura, foi tainbem
também com ella arrastado o theatro portuguez.
A primeira obra de Gil Vicente que se representou foi a vi- Ao contrario, em Hespanha florescia a litteratura littoratura drainatica,
dramatica,
sita ao parto da rainha D. Maria ce nascimento de D. João iu, m, dirigida por Lopo da Vega ec Calderon de la Barca. Comediantes
a 7 de junho de 1502, constando de um monologo pastoril de hespanhoes aqui vinham apresentar o seu reportorio, e os pró-
doze estancias, que se repetiu juntamente com um novo auto em prios portuguezes, uns residindo na sua patria, outros em Hes-
que entravam seis pastores, nas matinas do Natal. Seguiram-se a panha, não se atreviam, pela influencia da epocha, a afastar-se
estas, varias obras, que se representaram nos theatros da corte côrte d'aquella escola e escreviam mesmo cm em castelhano. Estava per-
dos reis D. Manuel e D. I). João ih.
m. dido o theatro nacional apesar da abundancia de escriptores
Gil Vicente mostrou nos seus trabalhos, que muitos
muito3 foram, des- portuguezes, entre os quaes D. Francisco Manuel de Mello, Ma-
conhecer completamente as regras que os antigos haviam deter- nuel de Galhego3 Galhegos e Rodrigo Ferreira.
minado, porém teve a gloria de estabelecer um genero de thea- (Continua)
tro nacional, despresando as obras dos que em outros paizes o
haviam precedido.
As peças do primeiro auctor e primeiro actor portuguez, con- SECÇÃO BIOGRAPHICA
sideradas segundo as regras que 03 os antigos haviam ordenado
para taes composições, e que os modernos teem mais ou menos 1
admittido, postas em balanço com os actuaes costumes, princí-
pios e opiniões, levar-nos
Ievar-nos hão a julgar exagerados os elogios te- AMMO
ANTONIO PEDRO mo DE SOUSA
cidos ao insigne comico portuguez; seria porém um grave erro
comparar com os tempos presentes os passados. Se louvamos sempre aquclles aquelles que, nascendo nobres oe podero-
O talento de Gil Vicente, flores'cendo
florescendo na actualidade, assom- sos, conservam pelos seus actos intacta e brilhante a nobreza e
braria o mundo litterario. São d'isto testemunho as suas obras illustre tradicção de suas famílias,
illustretradicção familias, maior louvor devemos aos que,
de devoção,,
devoção, que constam de dezesete autos, as suas quatro co- tendo nascido em honrada mas obscura classe social, consegui-
medias, dez tragi-comedias, onze farças, varias trovas, etc. ram elevar-se á plana de artistas privilegiados
Da
Da leitura das obras de Gil Vicente deprehende-se que ellascilas Deixem-me, porém, que ponha de parto parte o pesado estylo lau-
eram representadas nas egrejas, nos palacios reaes e em cm outros datorio, e que com toda a sem-cerimonia lhes apresente o actor...
logares.
legares. Os actores representavam já então em palco mais ele- Já se estão a rir... Riam á vontade; quem eu lhes apresento é
vndo que o local onde estavam os espectadores, havia mutações o Alto, vareta!, o solteirão rachitico e graciosíssimo dos Vieux
aproveitavam-se machinas que Garçons, aquelle santo varão, que, na primorosa traducção de
de scena por meio de cortinas, e aproveitavam-sc
de ha muito serviam para as pantomimas. Castilho, se não fartava de perguntar á criada: E Tartufo? Tartufof ,(
Pouco depois da fundação do theatro portuguez por Gil Vi- Vi • Todos o conhecem, todos o estimam, todos riem com elle. Ê E
cente, um talento robusto, um insigne poeta, lhe deu nova direc- divertidíssimo acompanhal-o do theatro a casa, á saida do ensaio.
Um homem que seja. seja delicado e lhe dê de o braço, tem necessaria- O artista recorda-se do que
qne estudára para lho lhe dizer... hesita
mente de ir todo o caminho de chapéu na mão, ínào, retribuindo os e por fim responde:
cumprimentos que ao artista dirigem. *—
— Queira desculpar... só ha pouco mo me lembrei de que faltára
— Adeus, Antonio! ao ensaio.
— Como estás, ó Antonio? Depois disse comsigo:
— Senhor Antonio Pedro!... — SoSe eu esta manhã, ao sair de do casa não beijei o meu que-
— Meu caro. . rido filho 1 Alguma havia de mo acontecer 1
— Como está? Antonio Pedro ó extremosissimo
extremosissirao pala familia. Mentir também
— Olá! elle não sabe, como lhes mostrei; por isso, se, na narração que quo
— Olha o Antonio Pedro! me fez, ommittiu algum facto importante, a memoria de da certo
E todas as mil formas inventadas pa-a se cumprimentar
cumprimenlar qual- o trahiu.
oner
quer amigo ou conhecido. O nosso actor ejaera bem novo quando perdeu seu pae; assim
d'elle deveras,
Gostam d'ello devéras, e nàonão èé porque seja bonito. Se _m
um dia já elle
elie lhe faltava
ílltava aos oito annos em que qne entrou para a c«scola
icola
Antonio Pedro tiver de do dirigir-se á natureza, fallando lhe do ros- do largo de do S. Raphael, onde era professor um homem horaein a quein
quem
to com mimoseou, tem antes a queixar-se do que^^rra
coin que o minioseou, que^^ra chamavam o Tripas-Encolhidas e a quem o menino iueniuo Antoninho
5a^f. AUS* -rOTi >U5 com <te. pouca
rSVBTante .encolhei
colbqi a paciência pelas continuas diabruras.
fliabruraa.
com uma camada do de bexigas, quequo lho
lhe encheu
enchou de Covas
covas a"d cara. Por Se
So mudar para a travessa de do Ma'fto
Matto Gtc&so,
Givsso, pK.xIiiío
pfíx EE' aaõ~
Vale-lhe que no actor o ser feio éó ser bonito. Valle dode Santo Antonio, mudou também de escola, indo para
Entremos em assumpto. uma do Alto da Bella Vista, dirigida por um velho voiiio soldado de
Os pontos principacs de]qualquer
dejqualquer biographia são: nome, na- D. Miguel. O nosso Antonio, que já então tinha as idéas libe-
turalidade, filiação e idade. raes por que hoje é fanatico, não podia ver o mestre, que, alein alem
O nome do nosso actor éó Antonio Pedro de Sousa e nada mais. mais, da palmatória e da canna para os carolos,
cardos, tinha uma carapuça
A sua naturalidade óé Lisboa, e a velha Lisboa, Alfama. Seus com orelhas do burr.o Este ornato pertencia de direito ao profes-
penteeiro Antonio Pedro de Sousa e a sr.a1 D. An-
paes foram o penteciro sor. Começou o pequeno a scismar
seismar na maneira de ali ir as me-
na Rosa d'Assumpção, que ainda vive em companhia do filho. nos vezes que fosse possivel.
possível.
A respeito de idade seria quasi inútil apontal-a; o actor é de dj Saía de casa com o criado, beijava a mão á mão mãe ce ia todo o
todas as idades e de todos osltompos;
oshempos; hoje novo, ámanhã velho;
velho ; caminho muito socegado.
aocegado. Ao eheg.-.r
cheg.-.r á escada do collcgio
collogio toma-
hoje creança, ámanhã decrépito; ainda assim, para que não jul- ju'- va os livros ce o lunch, dizia ao moço que desse muitas sauda-
guem que o meu biographado se recusou a prestar-ine
prestar-me a data do des á sua mamã e lhe dissesse que elle n'aquelle dia havia de
seu nascimento, dir-lhes-hei
dir-llies-hei que Antonio Pedro tem trinta e se- estudar muito; depois subia o primeiro lance da escada, escon-
te annos completos. dia-se no patamar, dava tempo a que o criado voltasse a esqui-
dia-so
A data do nascimento ainda eu pude obter, porque a familia na da rua, descia com toda a cautella e eil-o de corrida até o
lhe festeja os annos; contcntem-se porém com ella os leitores, Terreiro do Paço a encontrar-so
cneontrar-se com rapazes d'outras escolas
que mais nenhuma saberão, visto que Antonio Pedro é inimigo para irem gazear ! QueQne tal era a manha do rapazinho!
rapazinho 1
de apontamentos,'
apontamentos, e na memoria só conserva os papeis que qne re- D'esta escola
escóla mudou ainda para outra na rua dos do3 Remédios,
Remedios,
presenta, e a recordação de alguns dias bem passados. ondo esteve até aos doze annos. As gazetas continuaram a ponto
Nasceu, pois, Antonio Pedro a 15 de maio de 1836 133ti na rua de
do do sair do eollegio no fim de quatro annos mal sabendo ler.
(Continúa.)
(Contimla.)
S. Pedro d'Alfama n.° 22 antigo, n'uma propriedade de seus
paes. Oh!
Oh 1 tempos felizes
felizes!1 em que um modesto penteeiro com-
prava casas com o producto
produeto das suas economias ! O filho agora,
«gora, REVISTA DOS ESPECTÁCULOS
com a regalia de um ura vantajoso ordenado, Deus Deu3 sabe o horror
que tem aos dias 25 de maio e novembro pela visita do senho- nho-
rio, que lhe pede
pede. a renda. De mais a mais Antonio Pedro habi- Abriu o theatro de S. Carlos na quarta-feira com a Favorita.
, „«. "-.VTvctA-jAj—«w.r -ruúo* G •» Haiti 1
...A .GaHotlL-j"
uer modesta casa, proximo ao theatro. O nosso
quer n > quer gamos tr
nt >o homem nu» trazer-nos
cr-nos uma desillusão; a julgar pela primeira recua, recta,
vialnhoa eBeada, nem pôde
risinhos na escada, pódc passar sem immenso quintal, cresceu na idade e diminuiu na voz. Baixo, barítono
s< m um immense baritono e te.iortenor
cultivo couves e alface, e no verão faça arraial. parcceram-nos
onde no inverno cultive pareceraiu-nos inediocrcs.
medíocres. í1' aliaremos mais de espaço
hspaço no proxi-
arrames 1 mo numero.
Antonio Pedro é portuguez de lei; morre pelas feiras eo arraiaes!
Prohibirain
Prohibiram estes nas praças, elle levou-os para casa 1 Pelo San-
to Antonio e S. João, ao acabar os espectáculos, corre para o Acreditam muitos qne que o theatro dc D. Maria foi dado á cra- em-
seu quintal a presidir aos bailes, onde todas as cachopas o que- preza Santos A A- C.a sem subsidio e por isso lhe lho é permitti
permittUo lo to-
rem para par, a fim de ouvirem no redemoinhar da walsa duas do o genero dc espectáculos; isto é um uni erro. Quanto represen-
pilhérias do gaiato Antonio Pedro. taria o aluguer do theatro com o magnifico scenario, mobília mobilia e
Recusam-se de ordinário os nossos artistas a desenrolar o seu adereces que possuo,? possue? Nunca monosmenos da
de oOOjJOOQ
500J0J0 réis mensaes.
frente do escriptor que os deseja biographar, para que Quanto produzem os bailes de
passado á frento do mascaras que annualnaente
annualmente é per-
0o publico ignore as vicissitudes por que muitas vezes passaram, niittidojjámittido-jjá empresa realisar? Talvez nao nào menos de 2:000jiUOO2:001X)
as
a3 contrariedades que softreram,
soffreram, o nada que foram, em frente
do muito que são. Isto Í3to não óé rasoavel. Sem duvida é muito mais Temos pois quo que evidentemente a empresa recebe de subsidio
honroso, á custa de esforços supremos, subir do ultimo ao primei- annual 8:0005000 8:0001000 réis sem que seja obrigada a ter escriptura-
ro degrau da escala social, do que vir ao mundo já em boa bua po- dos quaesquer artistas que não possa aproveitar. A intenção do
sição e conserval-a pela educação distincta. governo, fazendo estas concessões, poderia ser, dar plena liber-
Do meu biographado não tenho a queixar-me. Antonio Pe- dade á empresa para coininetter commctter todos os dispauterios, despre-
homem mais franco e sincero que todos conhecemos; sar a arte, sacrificar os artistas, afastar todo o incitamento á
dro é o homcin
r.ão
não sabe mentir, ce d'isso* lhes vou dar um exemplo.
d isso'lhes litteratura dramatica nacional, transformar o theatro que devia
Sahiu certo dia de casa muito disposto a ir para o ensaio, ser escola do dc bons costumes cin em pestifero exemplo de prostitui-
quando na rua Nova da Palma um amigo lhe deu o braço, o ção ec deboche ? Acreditamos que não, c breve virá a epocha em era
char-a-hanrs e o que os poderes constituídos
fez retroceder alguns passos, o rcetteu n'um char-a-bancs constituidos porão cobro ao estado miserável a
mondou descer no Campo Grande. Passaram ali o dia na maior que chegou o nosso primeiro theatro, e isto (é inacreditável.)
mandou inacreditável!)
satisfação. Á A tarde voltaram a Lisboa, e, ao avistar o theatro, : sob a direcção de um actor portuguez!
diz Antonio Pedro com a maior ingenuidadeingenuidade' do mundo: i Não
Nào viemos á imprensa para fazer eôro côro com aquelles
aquellcs que por
_ —Ora,—'^£2 espera!
'.'spera! Eu.jEo fui.ao ensaio da manha!
Eu não fuuko manhã 1 interesse, por sympathia
sympath' ou por .habit",
habito, .ieehaiu
echaiu.ja o» oihoejá
*25 á mi-
— Ainda
Ai.itla agora dás por isso! isso!?? séria que, combatendo, poderiam evitar. "■_
—L É verdade! Nem ao menos mandei pedir dispensa! Esta folha ha de dc respeitar todos, ha de zelar os 03 interesses de
— Isso ao'ensaiador que mandaste uma todos; mas acima de tudo ha de pugnai
ltso arranja-se bem; diz aomnsaiador pugnar- pelo verdadeiro exp.en-
carta gall ego e que
carto por um pallego t|ue provavelmente se desencaminhou. dor da arte. .
—E boa idéa. Vou já largar-lhe essa. Ainda na presente epocha o theatro dc de D. Mana nao apre-
Os nossos amigos despedem-se e Antonio Pedro entra no thea- sentou um único nriico acto original! Depois da Joanna, um escân-
tro,
tro., dando logo de cara com o director de scena, que lhe diz: dalo dramático, as Mulheres de mármore, já representada n ou-
— Então esta manhã podíamos esperar!... Com ensaio d'a- tra epocha; após esta peca
podiamos esporar!... peça mais duas traducçòes
traducções deque vamos
puro;...
puro !... fellar.
fali ar.
Em beneficio de Emilia Adelaide representou-se pela primei- ctorio. Santos apresenta-se com uma caracterisação e começa
ra vez a Idiota e Uma visita de casamento. declamando por forma,
fórma, que o espectador julga ser um pedante
O que é a Idiota? Não vemos n'ella o punhal do de Melpome- e um tolo que se lhe apresenta, quando mais tarde se reconhece
ne nem a mascara de Thalia, e tendo de do a classificar em dra- que é um galanteador fino e um homem"
homem de espirito.
ma da escóla romântica, preferíamos chamar lhe barbaridade
theatral. Mal andou o sr. Ernesto Biester em verter para a nos- No theatro da Trindade, hoje quasi exclusivamente dedica-
sa pobre lingua uma peça que antes parece parto monstruoso de do á opera cómica e onde um sympathico grupo artistico faz
espirito enfermo, que producção
um .espirito produeção digna de se apresentar na maravilhas, em attenção a que a maioria desconhece a musica,
festa artística de uma primeira actriz. deu-se ultimamente uma peça em 2 actos, intitulada A Cruz de
No prologo ha apenas uma morte; porem o espectador pre- ouro. E obra de enredo ligeiro; mas tem scenas interessantes e
para-se para nos actos que se lhe seguem assistir a uma serie é preferível a muitas que alli se teem representado, em que o
não interrompida de duellos, assassinatos, envenenamentos e até dialogo por vezes fere os ouvidos menos escrupulosos. O desem-
incêndios... nada d'isto. O auctor entendeu dever trocar estes penho satisfaz plenamente. Florinda éc actriz do muito mérito eo
episódios por successiva3
successivas inverosimilhánças, scenas mal delinea- possuo uma voz maviosíssima; dá o maior relevo á parte de Ca- Oa-
das e caracteres inteiramente falsos. tharina. Queiroz no papel do sargento Austcrlitz mostrou mais
O mise-en-scene
mise-en-sceno d'esta peça é satisfactorio,
satisfactorin, como quasi sem- -nua voz que é actor conscienciosissiiuo,
•ima vez conscienciosíssimo, A platea riu muito com
pre accontece
acconteoa n'aquelio
n'aquelie theatro,
theatre, dá parte algumas irregularidades ,u; -.sto, que tirou o máximo partido n'esta
-.agusto, nesta opera.
pouco acceitAveis.
acceitavcis. Tomou
Tornou de do ha muito o ensaiador
eus lador de D. Ma Ma- - E muito bonita ce revela notável talento a mus; musicaa que escre-
ria a mania de transformar em cadeiras as mesas e mandar n'el n'el- veu o compositor portuguez Augusto Machado.
las sentar os actores; ainda ha pouco, nas Mulheres de mármo-
re, era Alvaro;
Alvaro ; agora coube a Antonio Pedro, no segundo acto Tinha-no3 desde o começo da epocha
cpocha o theatro do Gymnasio
da Idiota, declamar quasi dez minutos sentado n'uma banca. habituado a grande variedade de espectáculos; ultimamente as-
Forçoso é confessar, que estas liberdades afinam perfeitamente sim não tem accoiitecido,
accontecido, pois que desde o principio do mez de
com a linguagem desbragada, que por vezes ali se usa. outubro, em que pela primeira vez se representaram as Recorda-
Emilia Adelaide lucta n'este drama com um papel impossivel
Emitia impossível ções da Mocidade, apenas tivemos a Loura, comedia em 1 acto,
e mal tratado, como toda a peça está. A intelligente actriz fez vertida pelo sr. Rangel de Lima com o muito engenho, de que
esforços sobrehumanos para poder alcançar os justos applausos dispõe, sympathico escriptor.
dispõe este syinpathico
do publico. O idiotismo manifesta-se por diversas e variadas A comedia não é feia e tem upm distincta interpretação por
fórmas, pelo que tínhamos
tinhamos de acceitar de boamente aquella por Einilia dos Anjos. Augusto Rosa pareceu-nos
parte de Izidoro e Emilia pareccu-nos
que a artista entendesse dever encarar o papel; havíamos haviainos pois muito exagerado. Esto novel actor tem dotes felizes, que devo
de louval-a ainda que o seu trabalho não tosse fosse tão consciencio- aproveitar e pode,
podo, seguindo o exemplo de seu irmão, que nun-
so e digno de elogios. Emilia Adelaide mostrou mais uma vez ca descansou sobro os louvores adquiridos; mas de dia para dia
na Idiota que não repousa sobre os louros colhidos; estuda sem- progride pelo seu extremo amor ao estudo.
pre e d'isso deu dou provas em todo o decurso da peça ec especial-
mente no ultimo acto em que foi verdadeiramente notável. O theatro do Principe Real vê vc ainda a sua platea e cama-
Gertrudes appareceu-nos n'um papel muito diverso daquel- d'aquel- rotes completamente cheios de espectadores ao annunciar a Grã• Grã-
les que lhe deram jus a ser classificada actriz distincta; ainda fíuqueza
Duqueza de Gerolstein ou os Incendiários. A ultima producção produeção
assim não comprometteu o êxito da peça, assim como Emilia que alli appareceu
apparcceu não sabemos como a classificar. classificar, lntitula-se
Candida e Amelia Vieira. O Pharoleiro, salvador dos Príncipes e o cartaz em vez de a
Depois de Emilia Adelaide, as honras da peça cabem a Bra- proposito respeitoso poderia charaar-lhe ninharia especulativa.
zão, que desempenhou um importante papel dramático, não nào com Um escriptor que prezasse o seu bom nome deveria tel-o oc- ne-
a maxima perfeição; mas procurando observar as regras, de ed tado oc nós aqui lh'o retiramos para não termos cumpiicida-
cultado cumplieida-
que se deve exigir seja fiel cumpridor aquellc, que segue a es- d( ■ no no descrédito
descrédito litterario.
- litterario.
AA empresa
empresa teve
tevesó só
emem mira
mira o in o te
into-
cola. realista,
cola realistr semtt" duvida
'Wy''h..8a jy'
mais'jjjjn."
digna do aproe
«i>r< jjmblico.
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de pflcrxnt.or
escriptor n?íft
não thx. íi irir tu<113
potiia mais I
Antonio Pedro
Fedro é um syinpathico
syrapathico talento sempre
sompro bembera recebi- longe,, attentnsse
attentasse também só no interesse e não procurasse o lou-
do, ainda mesmo, quando, como na Idiota, a parte que desem- vor que por certo não alcançou.
penha dispensava tào tão primoroso interprete. Annuncia-se para breve a representação do espectaeuloso espectaculoso dra-
Heliodoro entra apenas no prologo; a interpretação que deu ma O Almirante da Esquadra Azul.
ao papel de Lazaro honra-o sobre modo.
Alvaro apenas apparecc
apparece no prologo, ec nos dois últimos ultimo3 actos Decididamente as peças marítimas teem tcom grande poder'no
podcr'no nos-
tem algumas scenas violentas. Este actor tem, terri, como poucos 11a na so publico. Apesar de já representado no velho Salitre e mais
scena portugueza, dotes para ser um cxcellcnte excellcnte galan, é amante tarde no Gymnasio, ainda está atrahindo grande concorrência
do estudo; ha tempo porem a esta parte que tem encaminhado ao theatro da Rua dos Condes o drama Naufrágio da Fragata
mal o seu trabalho e vemol-o procipitar-se n'um abysino, abysmo, de que Meduza.
desejamos se affaste cm quanto cé tempo. Em todos os papeis Este theatro, frequentado principalmente por uma parte do
que ultimamente tem representado mostra uma aflectaçao aflcctacão no publico, que pouco attende ao merecimento real das peças e ás
gesto, uma declamação falsa ec desentoada, umas contracções no bcliezas do desempenho
bcllezas desenipeuho ; mas apenas se entbusiasiua
enthusiasma com as si-
rosto, que bastante o prejudicam. tuações violentas e os eífeitos
exfeitos scenicos,
soenico-q bem faz apresentar dra-
Juntamente com a Idiota representou-so
representou-se a Visite de noces de mas que, como o Naujragio,
Naufrágio, temteui todos os dotes exigidos pelos
Dumas filho, que Julio Cesar Machado traduaiu tradusiu com o titulo frequentadores habituaes. Os dois últimos actos enthusiasmam
Uma visita de casamento. sempre o publico pela completa illusâo illusão do naufrágio e da jau-
A moral clastica
elastica do escriptor francez, parece querer n'esta gada; difficilmente
ditiiciliuente se executará melhor trabalho em theatro.
comedia, triumphal-
triumphar ao mostrar-nos que o homem casado não O mise-en-sccne
mise-en-scene é cuidadoso, apenas no coinbatc combate naval do
abandona sua esposa por uma mulher virtuosa, inas ruas sim por uma primeiro acto se nota falta de animaçao.
aniuiaçao.
d'aquellas que cortam as azas ao amor e o arrastam na lama.
d'aqucllas .0
O sr. Eloy tem uma pequena carreira artística; artistiea; mostra po-
Alguém disse já na imprensa que o cartaz de D. Maria nos de- rém n'esta
n'e3ta peça que tem dotes bastante aproveitáveis e que, bem
via annunciar os espectáculos, explicando quaes aquelles a que dirgido,
di:' gido, muito poderá conseguir. Carlos d Almeida, n
d'Almeida, um pa-
n'um
se podiam levar senhoras honestas, e disse uma verdade. O di dia-,
u ppe fóra do seu genero, houve-se
liouve-se muito rasoavelmentc, cora com es-
logo na Visita de casamento nào não pode ser mais indecente; n'u- pecialidade no primeiro acto. Abel foi muito monotono e Julio
ma sala repleota
repleeta de senhoras de bem só um desvairamento po- \Vieira
.eira disse com verdade e graça o seu papel.
deria fazer com que se sc atirassem ao publico tantas obscenida- O sr. Sergio d'Almeida, aactor or novo, apresenta-se digni-
anresent; fe com d:fni-
des. Fergunta-se nlli-para
aili para que se toma uma uiua tunante
amante e iusta-se
iusta-sc dade
d;.de e dechuna
declama naturalmente o pap|Tdi
papel de quo
que lui
ibi ifftum
mcurnOtdo.
xiuo.
pela resposta
resposta!! Dois homens que sc se dizem
dizein amancebados com a Luiza Candida ec Luiza Luizu Lopes concorreram também para o
mesma mulher affirmam
affirmara que de ha muito ella os confundia !... bom êxito da peça, assim como os mais artistas que n'ella to-
Em ultima analyse, um homem agarra-se a uma mulher e pe- pc- maram parto.
parte.
de-lhe para que cm em sua companhia vá sacrificar ao amor! amor!!!!! A
auctoridndc
auctoridadc que preside aos espectáculos no theatro de 1). D. Ma-
ria ignora por certo que o nosso codigo penal pune severamen- MISCELLANEA
te os ultrages á moral publica.
O desempenho d'esta comedia não óé completamente satisfa- Consta com os melhores fundamentos que vae ser nomeado
-r

i;m fiscal do governo junto ao theatro -de


um de D. Maria. Era indis-
pensável.
'Pessoal
Pessoal da companhia do theatro
Ihealro de D. Maria II
Na sexta feira, 24 de outubro, reuniram-se alguns escripto-
EMPREZA SANTOS & C.1a
res dramáticos no salão do theatro do Principe Real com o uti-
líssimo "fim
'fim de fundarem uma associação.
associaçao.
Ag Director de scena — José Carlos dos Santos.
As vantagens que da realisação de tal idéa poderão resultar
Substituto e ponto—Pedro
ponto — Pedro Carlos de Alcantara Chaves.
para a classe são incalculáveis e de primeira intuição.
Elegeu-se a mesa provisória, que ficou composta fios
dos srs.: Au- Actrizes—Emilia Adelaide Pimentel, Carolina Falco dt de La-
cerda, Gertrudes Rita da Silva, Virginia Dias do Espirito San-
gusto Cesar de Lacerda, presidente; Joaquim Augusto de Oli-
to, Emilia Candida, Amelia Vieira, Barbara Volckart, Beatriz
veira, vice-presidente; Carlos Borges, 1.° secretario; Sousa Bas-
Rentes, Emilia Prazeres, Maria Einilia.
Emilia.
tos, 2.°
2.® secretario.
Actores — José Carlos dos Santos, Theodorico Baptista da
A assembléa
asserabléa auctorisou a mesa a solicitar a coadjuvação dos
Cruz, Antonio Pedro de Sousa, Augusto Cesar de Lacerda,
mais graduados escriptores dramáticos, sem o auxmoauxilio dos quaes
impossível se tornará levar a effeito a tentativa. Augusto Cesar Xavier de Lima, Caetano Eleutério Maggiolly,
Alvaro Fifippe Ferreira, Eduardo Brazão, Heliodoro de Al-
Reapparece na noite de 5 de novembro, no theatro do Gym-*
líeapparece Gym- meida Franco, João da Silva Gil, Augusto Xavier de Mello,
José Antonio Moniz, Joaquim Cesar de Castro Barreto.
nasio o drama Mosqueteiro do Rei. E' n'esta noite o beneficio
do sr. Bayard, actor muito estudioso, a quem os amigos por
certo prepararão uma verdadeira noite do de festa.
testa.
MOIMENTO THEATRAL
MOVIMENTO TI1EÁTRAL NO MEZ 11E7 DE OlTllílll)
OUTUBRO
Na Assembléa Familiar, da rua do Alecrim, ensaiam os dia- dis-
tinctos curiosos dramáticos Pedro Moreira, Chaves, Henrique
Araujo, Desterro, Pinheiro, Joaquim Araujo e as srs." srs."5 Gou- Theatro de S. Carlos. — Favorita, 2 vezes.
vêas, uma recita com as comedias Pedro o Tecelão e Morrer Theatro
Theativo de D. Maria. — Mulheres de mármore, 7 vezes. In-
pura ter dinheiro. E' ensaiador o sympathico Taborda. Prcpa- diana, 2. Antony, 1. Audiência na sala, 5. Córa, 1. Fernanda, 1, l,
rem-se os socios para uma noite agradabilíssima. Verão de S. Martinho, 1- Á espera do3dos padrinhos, 2. Morgadi-
nha de Valflôr, 2. Magdalena, 1. Idiota, 4. Visita de casamen-
No Club Lusitano, estabelecido no palacio do conde de Sam- to, 4. Conductor d'omnibus, 1.
paio, á Boa Vista, dá a commissão dramatica a l.1 recita na
ai.® Durante o mez subiram á scena 6 actos novos.
noite de sabbado 8 de novembro. O espectáculo compõe-se da d: Theatro da Trindade. — Tire d'ali a menina, 2 vezes. Liqui-
bonita comedia do sr. Mattos Morei
Moreiraa Guerra aos Ntmes
Vunes e da dação social, 5. Viagem de do recreio, 8. 3.°
3.® acto do Segredo, 1.
opera cómica em dois actos do redactor d esta folha tolha Os dois 3.°3." acto do Campanone, 7. Tres rocas do de crystal, 4. 3."
3.° acto do
sargentos, musica do sr. Rio de Carvalho. Barba Azul, 1. Campanone, 1. Amazonas de Tormes, 3. Amar
sem conhecer, 1. Sargento Frederico, 1. Rouxiuol
Rouxinol das salas, 1.
O sr. Manoel Pereira Lobato, cavalheiro natural de Braga e 1.° 1." acto do Campanone, 1. Por culpa do porteiro, 4. Segredo de
auctor do romance Fidalgos de coração
coraçao de ouro, leu no theatro uma dama, 2. Só morre quem Deus quer, 1. Cruz de ouro, 8.
de D. Maria uma comedia em 4 actos, intitulada As Quarento- Tres chapéus, 1. Um portador para o outro mundo, 1. Baile da
nas, e no Gymnasio O Tio Rezende, em 4 actos e A Vida condessa, 2.
Alheia em 3 actos. • _ , Durante o mez subiram á scena 9 actos novos.
O sr. Lobato é escriptor muito intelligente e os seus origi- Theatro do Gymnasio. — Filha única, 1 vez. Marido e mu-
naes não se podem pôr do parte, agora principalmente que e'
nacs el- lher, 5. Pena de Talião, 5. Lenço branco, 3. Testamento, 1. Bo-
les tanto escasseiam. la de sabão, 3. Recordações da mocidade, 10. Crescente _da da vi-
sinha, 3. Por um triz, 1. Dois homens de bronze, 4. Receita ho-
Diz-se que vem no proximo inverno a Lisboa a orchestra de do
meopática, 1. Paulo, 1. Loura, 4, Tres mulheres, 2. Ventura, o
mulheres, que tanto furor produziu na actu d
il exposição de
do Vienna. bom
velhote, 1.
Durante o mez subiram á scena 7 a; actos
os novos.
Estão a ensaios para subir á scena as seguintes peças: —Era— Era
D, Maria, — Gusmão o bom, de Mery, traducção de Rebello da Theatro do Principe
Príncipe Real. —Incendiários, 13 vezes. Terra-
moto das Antilhas, 1. Tribulações d'um correio, 2. Praça da re-
Silva; Supplicio diurna
d'uma mulher, fazendo Cezar de Lacerda o
serva, 1. Tributo de sangue, 2. Pharoleiro, 6-6. Grã-Duqueza, 2.
papel que coube ao fallecido actor Tasso; no Gymnasio uma pe-
ça traduzida pelo actor Izidoro, e que vae cm em seu beneficio ce Durante o mez subiu á scena apenas 1 acto novo.
duas comedias n'um acto: no Principe Real os dramas Almi- Theatro da Rua dos Condes.—Naufrágio da fragata Medu-
sa, 8 vezes.
rante da esquadra azul e A destruição da Ponte de Santa Ma-
ria ; na Rua dos Condes varias comedias já representadas. Durante o mez subiram á scena 5 actos novos.

N'este mez tivemos, pois, apenas 1 acto original, e esse foi o


Diz-se que o sr. Pinheiro Chagas está traduzindo para o thea-
tro da Trindade a opera cómica La filie de Madame Angot, que Pharoleiro.
tão extraordinário êxito tem tido em Pariz.
EXPEDIENTE
Fez hontem annos o festejado actor Queiroz.
Este jornal publica-se nos dias 1, He
lie 21 de cada mez.
O Circo Price não abre no dia 1.° de novembro, por não ter
ainda chegado o resto da companhia. Dizem nos maravilhas da PREÇO »A ASSIGNATURA
ASSIGNATTJRA
troupe artística com que Price vem deliciar este inverno os ama-
dores d'aquelle
d'aquello genero d'espectaculos. (pagamento adiantado)

Do nosso amigo Apollinario de Azevedo recebemos uma car- Por anno 15!>00 Por trimestre....
1$500 400
ta, que sentimos não poder publicar por absoluta falta de es- Por semestre 800 Numero avulso. 100
paço. Promette s. s.a enviar-nos de Paris, para onde vae par-
tir, quaesejuer
quaesquer novidades que possam interessar aos leitores dd;. Toda a correspondência
correspondência'deve
deve ser dirigida á calçada
calcada do Carmo
Arte l)ramatica,
Dramatica, o que desde já agradecemos. Na mesma car- numero 30.
56. '
ta lamenta o nosso amigo a parcialidade com que muitos exer-
cem a critica theatral e o erro de alguns artistas, que, em vez
de seguirem os rasoaveis conselhos dos mestres, os parodiam. EL Hiffi ÉÕ£Í PW
PDS MEIO
® PREÇO
o sr. Apollinario de parecer que a imparcial apreciação do tra-
balho de qualquer actor nos poderá dar em resultado perdermos
algumas assignaturas. Podemos affiançar-lhe que tal receio não Grande variedade. Livraria Moderna. Calçada do Carmo 56-
nos demoverá do nosso proposito. A Arte Dramatica ha de ter
vida digna ou então deixará de existir. TYPOGRAPHY PROGRESSISTA —Rua do Arco, a Jesus, 19.
TYPOGRAPHIC
A ARTE ORAMATICA

FOLHA INSTRUCTIVE
INSTRUCTIVA, CRITICA E NOTICIOSA

REDACTOR PRINCIPAL — SOUSA BASTOS

m.
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O THEATRO EM PORTUGAL 1 assemos agora á época nefasta para o theatro portuguez, em


Passemos
que o governo concedeu o theatro de D. Maria á especulação
particular, preparando assim a ruina da arte e dos artistas.
(Continuado do numero 2)
v (Coulinua.)
(Continua.)
Concluída
Concluida a edificação do theatro de D. Maria em 1846, foi
aberto concurso para peças dramaticasdraraaticas originaes, destinadas OS ACTORES E 0 CLERO NO SECDLO
SECCLO XVII
Aá abertura do mesmo theatro. Appareceram trinta e tres pro-
dueçoes, sendo apenas approvadas A vespera de um desafio, O
ducçoes, (Continuado do numero antecedente)
poder dos remorsos e O Magriço. Os dois primeiros dramas fo-
XX ,1»
ram considerados dignos de premio e o ultimo foi classificado
de mérito extraordinário absoluto e relativo e muito digno de su- Pelo que diz respeito ás praticas religiosas, vê-se inc ine
á scena na fausta solemnidade da abertura do theatro.
bir áscena íncessante-
mente a prova d'ellas,
d cilas, não só entre os artistas italianos, que
que
n ca-
ca-
F oi, P°'
Foi, pois,
s a primeira peça que se representou no theatro de D.
, prieham de grande regularidade, e que, no momento em
pricham cm que ten-
Maria o drama histórico, original de Jaeintho Jacintho Heliodoro de Fu-Fa- do finalmente um theatro seu, podiam representar todos os dias,
ria Aguiar de Loureiro, Alvaro Gonçalves o Magriço e os doze se absteem escrupulosamente de representar á sexta-feira; po-
de Inglaterra. rém, do mesmo modo se dào dão entre os actores francezes todavia
Pouco depois de fnnccionar
funccionar o theatro, foi dado a uma socie- mais suspeitos a este respeito.
dade de actores para o administrar com plena liberdade, até que Mesmo na época em que a hypocrisia era inútil e para nada
o governo entendeu acertadamente dever nomear um commissa- servia, no tempo da regencia
regência em França, ninguém punha duvi-
rio régio, e dar á arte dramatica
draraatica a protecção que lhe devia. da na devoção dos actores. Desboulmiers, auctor da Historia do
O gosto por este utilíssimo passatempo foi-se desenvolvendo theatro italiano, diz n'este livro, mencionando o primeiro regis-
a ponto de animar a edificação dos theatros do Gymnasio e D. tro depois do restabelecimento do theatro italiano,italiauo, exarado pelo
h ernando, que já não existe, e mais tarde a do Principe
Fernando, Pi'incipe Real e director da d-A companhia: — «Em nome nomo de Deus, da Virgem Ma-
r
Trindade. ria, de S. J'Francisco
rancisco de Paula e das almas do purgatório, come-
Sendo commissario
eommissario do governo junto ao theatro de D. Maria çamos a 18 ik> tte maio de 1716 com 1 L'inganno fortunaton.
fortunaton.
O0 sr. F1 rancisco Palha de E;'r'-i Lí,''rr^1. roc
rs iiseo Falha 1 r - sr.^.1 i, ..... |i v v i. . ... . „
ltíbo,), aqui
líiti aqut-lla poi consequência o theatro portuguez
lia scena, e por tc 1
jrtuguez te- pria durante a s.ia ultima e longa doença, indica sentimentos de-
ve a sua verdadeira edade de ouro. votíssimos : fundou perpetuamente para ella na egreja de S. Pau- /
votissiino.s:
Lntre outras muitas, represcntaram-se
Entre representaram-se n'aquella época as se- lo de Paris, duas missas de requiem por semana; fundou igual-
guintes peças originaes: Pedro, Primeiros amores de Bocage, mente a quantia de cinco sous por dia (45 réis aproximadamen-
Homens ricos, Operários, Diffamadores, Penitencia, Vingança, te), para distribuir a cinco pobres da mesma freguezia, em hon-
Jogo, Cura Cara d.'almas,
d'almas, Sociedade elegante, Homens do mar, Jóias ra das cinco chagas de Nosso Senhor. Estas fundações, que se
de família, Fortuna e trabalho, e algumas primorosas traduc- elevam a duzentas libras de rendimento perpetuo, foram accei-
ç3es de excellentes
ções excedentes peças francezas. tas pelos thesoureiros da parochia. Entretanto a pobre Magdale-
O quadro artistico
artístico da companhia era o mais completo que o na nào
não deixou de ser enterrada debaixo dos carneiros de S. Pau-
nosso theatro tem tido, pois que contava: Emilia das Neves, Del- lo, segundo consta do infallivel registro de La Grange. Regeita-
phina, Manuela Rey
phina,^Manuela Rey,^Emilia
Emilia Adelaide, Gertrudes, Emilia Letrou- vam-lhe o corpo, e recebiam-lhe o dinheiro.
blon, lasso,1 asso, Rosa Senior, Thcodorieo,
Theodorico, Santos, Domingos Fer- Se o registro de La Grange, bastantes vezes testemunha, pe-
reira, Isidoro, Sargedas, Marcolino, Pinto de Campos, Cesar de las notas evidentemente tomadas por elle, sentimentos sérios ácer-
Lima, Rosa Junior, Polia, e muitos outr03 outros artistas de mereci- ca da vida e da morte, encontram-se em compensação n'outros
mento. registros, nos do estado civil, por exemplo, administrado então
Chegados ao anno de 1865 temos a lastimar que o homem pelos curas, que a idéa da morte, pelo menos da do proximo,
que, colloeado
collocado no theatro de D. Maria, como commissario
eommissario do não obstava a que os taes padres fossem amigos dos prazeres
governo, elevára a arte dramatica ao gráo grilo a que nunca chegá- mundanos. Tomamos para exemplo os registros d'essa mesma
ra era em Portugal, esse mesmo homem lhe cavasse a ruina e a re- egreja de S. Paulo, que enterrava a pobre Magdalena arrepen-
duzisse ao estado miserável em que ainda hoje a vemos. dida debaixo dos carneiros. O author do Annuario histórico, mr.
Lembram-se todos que o sr. Francisco Palha deixou o logar Taillandier, conta o seguinte facto: — «No acto d'urn d'um enterramen-
de eommissario
ae commissario régio para administrar uma empreza particular,
to feito em 16 de outubro de 1650, o vigário accrescentou: O
desmembrando uma companhia modelo, como a que até ali des- sr. cura convidou-me para ir jantar com elle, e eu comi perfei-
empenhava o óptimo reportorio do theatro normal. tamente, o que muito lhe agradeço; vivat ad muitos annost.
A morte havia já arrebatado á scena nacional os brilhantes As consequências do lauto jantar são mencionadas no dia se-
talentos de Manuela Rey, Soller, Sargedas, e Marcolino. O sr.
talentos^ guinte depois d'outro enterro. «Tomei um cristel para abrandar
1 alha tirou ao theatro normal alguns dos seus primeiros orna-
Palha uma dor de cólica». • A
mentos taes como Delphina, Emilia Adelaide, Emilia Letroublon, E todas estas minudencias de optimos jantares, de digestões
(Santos, e Isidoro, e... vergonha é dizei o... para mais
lasso, Santos,
a e mais ou menos laboriosas, são amontoadas no meio de circum-
ttardeT? os fazer representar magicas e operas burlescas! stancias d'um caracter differentissirao,
differentissimo, e que deveriam, assim me
L do conhecimento de todos o que se seguiu á saida do sr. parece, affastar n'um verdadeiro crente, toda e qualquer preoc-
p mu e conhecimento
Palha dos artistas do detheatro
todos onormal.
que se Foi
seguiu á saidacommis-
nomeado do sr.
eommis- cupação d'outro genero, como uma escandalosa profanação.
sario do governo junto ao theatro de D. Maria o sr. Dr. Luiz Todavia é necessário confessar que, n'uma época em que as
da Costa Pereira, que então exercia o logar de director de sce-
na. Este Lste cavalheiro era de todo o ponto competentíssimo pelos 1
seus muitos conhecimentos; mas faltava-lhe a energia e activi- Ha uma opera de Rossini, com o mesmo nome, e que foi canta-
dade que a posição reclamava. da cm 1857, e cm
em portuguez no theatro de crystal na Floresta Egypcia,
com o titulo de Engano feliz.
praticas religiosas cram
eram obrigatórias, nem sempre ,provavam
provavam pie- do, se as exclamações do publico não náo me convencessem da realidade.
dade verdadeira ce sincera, e nào não se sabe o que se deve pensar, E quando estes espectadores, que se deliciam com eoin a Quenouille
Qucnouille de
quando se vê o proprio Moliòre
Molicre ter um confessor subornado, o verre, fresquidão em cin tres actos, com musica de mr. Grisarl,
Grisart, e La Jo-
padre Bernardo, padre encommendado na egreja de S. Germa- lie parfumeuse, idem de mr. Jacques Offenbach, se admiram, imagi-
no, o qual óé citado, segundo o dizer do livro de ínr. mr. Eudose na o que será. Emtím,
Emfim, é uma peça que não se pôde deixar vôr vér a uma
menina.
Soulié, que tem por titulo Recherches sur Moliere,Multure, no momento 0 verdadeiro sucesso é Mr. Alphonse, de Dumas fils. Não Náo fallando
da morte do poeta, como tcndo-lhe
tcndo-lbe administrado os sacramen- em Joanna d'Are,
cm d'Arc, peça de um genero especial entre o phantastieo,
phantastico, sa-
tos na ultima Pasehoa.
Paschoa. cro e opera de grande espectáculo, que custoucustou'somrhas
sommas fabulosas pa-
Seja porém o que fôr, vê-se por este exemplo quanto é falso ra pôr em scena, mas que em compensação está dando excellenlcs
excellentes re-
o que Bossuet afiirmou mais tarde, que a praticaptratica constante é de ceitas.
privar dos sacramentos na vida e na morte os que representam Acabo de receber a noticia de uma grande novidade nos fastos do
a comedia, se nãonào renunciarem tlá sua arte, e de os passar na me- rye- maior du de todos os lheatros, d'aquelle em que todos somos actores. 0
sa santa como peccetdores
peccadores públicos
públicos». ». general Bazaine
Bazaioe foi condemnado
condetnnado á morte por unanimidaileÁ
unanimidade!.. Á. vis-
Para quo
que um padre se atrevesse a administrar 03 os sacramen- ta dd'isto,
isto, vai mais ser actor de um theatro de ultima plana, do que
-tos
tos no
ao a-íibox_do
author do 'lartajo,
Jaxtufo, em '>72, era prcc
era 1672,.era precisoj que entào
entito áa tal representar um papel de força com tal desenlace, no drama a que as-
sistimos 'edos
todos os
«8 dias. Até á vista
vista. v-,,. ^ , - | ,
! pratica constante estivesse bem bera longe
nge de ser
>cr rtgorosainaniè
rigorosaraanlo ob-
servada. Mais tarde, a posiçào
posição do clero com respeito aos* aos actores Aiollinario
Afollinario de Azevedo-
mudou, e também, assim me rne parece, os costumes dos actores.
Não que sejam menos devotos; póde-sc
Nào póde-se mesmo a este respeito,
nos seus registros, notar um tanto ou quanto de affectação.
affectaçào. Nào
Não REVISTA DOS ESPECTÁCULOS
só abundam em peças sacras, e acabam por se habituarem a re-
presentar o Polguçto
1'olyuçto regularmente, antes e depois da Pasehoa,
Paschoa, S- Carlos.— A nltima
&. ultima recita da Favorita corroborou o jui-
para santificarem o primeiro e o ultimo dia da época theatral; so que tinhamo3
tínhamos formado do merecimento dos cantores que a des-
porém a redacçào
redacção dos seus registros também se ressente das in- empenham. A substituição do sr. Masini ao tenor Sani, se nos
fluencias devotas então poderosíssimas. livrou dos gritos estridulos
estridulas <■e extonados
extonadosd'este,
d'este,
nàonão
nosnos
deudeu
umauma
Não se
Nào sc limitam, por exemplo, a mencionar simplesmente um boa execução da parte de Fernando.
contra-annuncio, por motivo-,
motivo■. da Ascensão; escrevem: «Nào «Não pô- Donizetti reuniu n'estc personagem, junto á suave emanação
de haver espectáculo, por ser o dia da Ascensão de Nosso Se- de um amor ardente,
s dente, e d'urna
d'uma paixão violenta, os transportes
nhor». E um dos seus registros principia assim: «Principiamos
nhor®. impetuosos e febris d'um orgulho pur sang, que sente a morte
em nome de Deus e da Virgem Santíssima, hoje, segunaa-feira,
era seguuaa-feira, de todas as aspirações na offensa pungente que soffre sofire na sua
26 de abril de 1688». honra.
Fosse qual fosse entretanto a incompatibilidade mais ou me- O maestro prestou-lhe grandiosos accentos, notas admiráveis,
nos real da sua profissão ou do seu sou procedimento com uma de- que o coração acceita e a alma comprehende.
coinprehende.
voção séria, não se pódcpôde considerar como um motivo suíficiente,
sufficiente, O cantor encarregado da execução d'este papel, além de uma
para duvidar da sua sinceridade uma inconsequência que se en- voz possante, vigorosa e bem timbrada para a scena do despei-
contrava então por toda a parte. to, e da imprecação ao rei no terceiro acto, deve ter todo o mi-
O actor Rosimont publicara em 1680 uma Vida dos santos pa- mo, doçura e sentimento para a execução do quarto acto.
ra todos os dias do anno, e não pôde ser suspeito de hypocrisia,
hypoorisia, Masini estava muito abaixo do que exige esta execução. A
porque disfarççu o seu nome de familia,família, que para o publico era sua voz, dia a dia mais velada, soccorre-se constantemente ao
um verdadeiro pseudonymo, J. B. du Mesnil. Mcsnil. Quem nos conta snorsando,
stnorsando, abusando d'elle a toda a hora. Este artista deve em-
isto é Baillet, e accrescent»
accrescenta que o nome do author estava tão pregar os maiores cuidados e desvelos era em conservar a sua voz,
bem occulto, que, quando elle morreu, a egreja lho lhe recusou a se- e aperfeiçoar o seu methodo de canto, se é que methodo inethodo se pô-
pultura ecclesiastiça;
ecclcsiãstiça; o que não,
não faria decerto, se sc houvesse co- de jdiamar
chamar aos meios_por
meios por ello
elle empregados para cantar.
nhecido o author
autnor tmue iivro ião
uto eaincante.
eamcante. A
A sr.*
sr.^làrllhwti
G.Oletti resolvetrpfajurtieAr,
resolve" prejudicar, tanto quarTtiTpossii,
quanto'ptoãu, a« Ciu-
(Continua.) A.
a. Vabella.
Varella. preza, e para isso apraz-lhe
apraz-Ihe adoecer convenientemente aos seus
caprichos intoleráveis
intolerave s n'uma Wilson, n'uma Saxe ou Patti, mas
impossíveis n'uma Galletti,
Gallotti, que de ha muito desceu do pedestal
CORRESPONDÊNCIA DE PARIS em que, com rasào rasâo por muito tempo se conservou.
Acima aosdos caprichos, está a boa fé nos contractos, e o res-
Paris, 10 de dezembro de 1873. peito pelo interesse de terceiro.
Em consequência d'esta enfermidade (?) não ponde a empre-
Meu Sousa Bastos.— Começarei hoje a minha correspondência des- za dar espectáculo na sexta-feira com a opera Sapho.
truindo um canard, que involuntariamente fiz engulir aos nossos lei- Esperaremos as melhoras da sr." sr.a Gallctti
Galletti e a voita do sr. Pa-
tores na minha de 15 do passado. Não está ainda positivamente fi- cini, para continuarmos a fallar d'este theatro. L.
xado o local em que deve funccionar a grande opera, em quanto se
não concluo
conclue o famoso theatro destinado a este fim. Parecia, e dizia-se D. Maria.— Realisou-se na quinta-feira, 18, a festa artísti-
o que eu repeti, estar decidido pelo Odeon ; sobrevieram questões, re- ca do actor Theodorico Baptista da Cruz com a casa completa-
peloOdeon;
clamações, exigências, ce eis que agora se diz ser o theatro italiano mente cheia. O beneficiado recebeu as maiores demonstraçõ"s demonstrações de
que dará a hospitalidade; noticia que ainda dou com toda a reserva. sympathia; os amigos
amig03 não se cançavam de o applaudir. A peça
Não tenho conhecimento de época theatral, que tamanho numero de escolhida para esta festa foi o Porteiro da casa n." n.° 15,
13, de Beau-
B( au-
primeiras representações produzisse, como a actual. Verdade seja, que vallet, traduzida pelo sr. Rangel de Lima, com o esmero que cos-
nela maior parte o êxito
exilo consiste apenas no reclame com que os col- tuma empregar em todos os seus trabalhos.
leges
legas se fazem mutuamente. Comtudo, tivemos esta semana : Mr. Wol- O Porteiro é peça que figuraria por muito tempo no reportó-
fram, na Opera Cómica.
Cómica, Hcapparições
llcapparições dc
de Marion Delorme, na Comédie
Comúdie rio do theatro do Principe Ileal; Real; em D. Maria é impossível que
1'iançaise, e liay
Française, Ray Blas, no Odeon. A companhia do theatro lyrico mu- assim aconteça. Tem fajta falta de novidade, seenas muito falsas e si-
dou-se, sem pôr escriptos, para o de ChAleau-d'Kau.
Chátcau-dTlau. NàoNão foi decerto
a fresquidão que o tentou, porque faz um frio diabólico, a despeito do tuações inexplicáveis. E ura um drama, não para se apreciar como
qual lá vac impingindo La dote dole mal placée, com o novo titulo de Pe- trabalho litterario, mas para entreter a curiosidade dos ávidos
pita, que decerto não dá mais valor áA peça do que o que tinha, c por- de seenas violentas; algumas bellesas apresenta, estas, porém,
tanto não consegue que o seu merecimento suba acima de zero. llon- Hon- perdem-se na confusão dos disparates.
teui primeira representação de Pilules de Brançolar,
tem Brancolar, comedia em um Ao fallar do desempenho temos que dar o logar de honra a
acto de madame Louis Figuier, no theatro Folies-Marigny:
Folies-ilarigny; ec ainda es-
cs- Antonio Pedro. É E esto um dos primeiros e raros génios do nos-
■ ta remafw» tc -«nan»-'»» merrti nas Varindadep,
/n merreiU°Hses, as V*n*4afos rPUules-du
Pilules du diaUe,dinl.de,
no ChA-no Châ-
so theatro; como elle elle. interpreta admiravelmente a parte de Cha- Oha-
.tclel,
. telet, e Mrrquis
Marquis de Yillemer,
Yilhmcr, no Odeon. rançon, o homem amigo de dinheiro e ao mesmo tempo de bom bora
A commissão dos authoresc
autboresc compositores dramáticos decidiu a ques- coração! Sustenta cora com a maior perfeição a individualidade que
tão da originalidade de L'oncle Sam, a favor de mr. Sardou, regeitan- regcilau-
do as reclamações de monsieurs Jules llarhier llurbier e Alfred Assolant. creou; não apresenta a mais leve mancha no seu primorosíssimo
A respeito d'esta
d'esla peça tão fatiada,
fallada, teria muito que te dizer, mas fal- trabalho. O publico fez completa justiça, dando-lhe enthusiasti-
enthuslasti-
ta-rae o tempo. Os jornaes são mais ou menos uniformes em tecer elo- cas provas de agrado.
gios á peça de mr. Sardou;Sardou ; para mim foi uma verdadeira peça que Theodorico é actor de escola que passou, mas ainda hoje tem tem*
elle pregou aos parisienses, fazendo-lhes acreditar costumes exagerados admiradores. Aparte o gesto exagerado e a excessiva elevação
ce impossíveis, mesmo na excêntrica America. Depois é de uma tal de voz, teve momentos felizes e seenas a que deu bastente real-
frescura, que arripia. Tem phrases e seenas de que eu teria duvida- ce. A critica vacilla em frente de Theodorico; descobre-se res-
I

peitosa ante as ruinas do passado, e lamenta que tão cedo vies- Como sempre, agradou muito, concorrendo para isso o notá-
se ao theatro quem mais tarde lhe poderia prestar maiores ser- vel actor Joaquim d'Almeida, que, sem representar o comico com
viços ; não pôde pode castigar quem segue os princípios em que foi edu- uma expressão exagerada, mas tanto quanto possivelpossível natural,
cado. conservou a platóa
platéa em constante hilaridade. Brevemente o apre-
Virginia foi ainda a sympatica e intelligentissima
intclligentissiina ingénua que ciaremos de novo em a noite do seu beneficio na Família Be-
temos admiiado
admii ado em tantos papeis diversos. A interpretação que noiton.
deu á parte de Suzana mais inais tirmou
tirwou os créditos que o seu muno N to terminaremes esta noticia sem darmos os parabéns a Emi-
Não
talento lhe tem conquistado. lia dos Anjos, pela fiel interpretação e bom desempenho do seu
Gil foi ainda d'esta vez incumbido de fazer um papel de ma- papel no Feitiço contra o feiticeiro, espirituosa traducção do sr.
roto; saiu-se bem da empreza. Este actor, que éó um- um exeelleuto
excedente dr. Midosi. L.
rapaz, tem notável habilidade para reproduzir na sceua scena um tra- Circo-Price. — Continuam muito concorridos os espectacu-
espectácu- .
tante ; só lhe pedíamos que arrastasse menos a phrase. Us Os ho- los no Circo. Além dos artistas que citámos no nosso numero an-
mens maus não se distinguem por fallar muito pausadamente. pausadamente.' terior, tecm
teem agradado extraordinariamente os difficilimos
diíficilimos traba-
Gil é artista muito util no theatro.
util'no lhos equestres de mr. Tourniaire.
Heliodoro appareceu visivelmente doente, e apesar ape. r d'isso
d'is30 deu O cavallo anão e a macaca Maripoza também teem chamado
• basufrtte
bastante vigor d A phrase, oe mostrou compronendera
oomprenendera o pupol.
pape concorrência oc despertado o entliusia3mo
concorTcnCi.. enthusiasiuo dos Irequentadores
frequentadores d'a-
Mello é actor muito novo, e em cm quem coníiamos.
contiamos. Perdem qua- quelles
quclles espectáculos.
si sempre os nossos artistasarl istas por quererem começar pelo peio fim; es- Annuneiam-so
Annunciam-se novas estreias, correspondendo assim mr. Price
te começou por onde devia, e por isso muito ha a esperar d'cl- d'el- ao favor publico. .
le. Aristippo
Aristippe diz que, peio pelo menus,
menos, sãosao precisos oito ou dez au-
nos para tornar um actor supportavel; Mello ainda uào não comple-
tou esta época, e já é mais que supportavel. A Naa parte do groom
gruam MISCELLANEA ;
íòourisset,
>Sourisset, houve-se com bastante discrição ; até mesmo nas sce-
nas que teve com Antonio Pedro, lutando com aquelle gigante — A festa artística de Antonio Pedro realisa-se no theatro de
da scena, não nos pareceu pyginou. pyguieu. Continue estudando, que lhe D. Maria a 17 de janeiro coin com a primeira representação do dra-
não falta talento. ma em cinco actos, traduzido pelo peio sr. Ferreira de Mesquita, O
Falco deu n'esta peça mais um passo para o mau caminho a paralytica. Em Fm homenagem a este grande actor, daremos nesse
que a impediu
impelliu o Gusmão o Bom. Bum. É esta actriz muito aproveitá- dia um numero do nosso jornal com uma magnifica photographia photograpliia
vel na comedia, mas de forma alguma se pôde acceitar o seu tra- executada pelo sr. Solas.
balho no drama. Sacrificou completamente a parte de Valeria, — Agradecemos o delicado convite, que para a sua festa artística arlislica
que exigia muito mais sentimento, declamação que não fosse fosso can- nos enviou o actor Joaquim d'Aluicida,d'Almeida, ce o que a sociedade Unido e
tada, e abstenção de umas falsas posições de péssimo eliéito, efieito, e Capricho nos mandou para a sua recita no dia 20 no theatro do Prin-
de uns exageros caricatos. cipe Heal.
Moniz, Costa,
Co3ta, Almeida, Emilia Candida e Barbara, nos seus — No
— Ao theatro do Principe Real sóbe brevemente á scena o drama
vertido pelo sr. Annaya
Aiinaya : A destruição do porto de Santa Maria. Vae
pequenos papeis, tizeramfizeram todos os esforços para dar relevo á peça. lambem reapparecer,
reappareeer, para estreia da actriz Maria Joanna, a parodia ao
Gymnasio.—\ erificou-se n'este
Gymnasio.—Verilicou-se n este theatro o beneficio do actor Trovador.
Taborda em a noite de 13 do corrente. — È na seguoda-feira,
segunda-feira, 22, o beneficio da actriz barbara
Barbará com o ex-
Como sempre, foi uma noite de testa e de alegria para o actor cedente drama de Pinheiro Chagas, Magdalena.
ccllente
; e para os seus amigos ce admiradores, que o appiaudiram appiaudirain e apre- —O 0 beneficio da actriz Gertrudes Rita Kita da Silva realisa-se no dia 3
j. ciaram como deviam. de janeiro com a primeira representação do Elógio mutuo, versão de
1'oi
lí oi uma noite destinada unicamente ao prazer de glorificai; Ricardo Cordeiro.
j uma das nossas mais importantes glorias dramaticas, que tão bem bein — A nova magica da Trindade, que ha-do subir Aá scena no sabba-
tem sabido honrar a arte como homem e como artista, dualida- do de alleluia, inlitula-se
iutitula-se Os pomos de ouro.
— No proximo carnaval representa-se
ropresenta-se no Gymnasio uma bonita co-
de dc sentimentos,
sentimento?, quo
que a lutsquiuiiez
mesquinhez das iaa intrigas
ncrigas do
de bastidor media em tros tres actos, traducção
Laducção do srriirnêsío'
sr. Ernesto Biester."
"«ester.
muitas vezes fazem divorciar. — No dia 29 realisa-se no theatro
ibeatro da Rua dos Gonues
Condes o beneficio do
11 aborda coniprehendeu
coinprchendeu que a arte dramatica é um sacerdócio actor Amaro com coin .aa primeira representação do drama de costumes ma-
que precisa ser desempennado
desempenhado com uma forte e inalterável fir- rítimos em etn tres actos 0 Tormenta, a comedia em ein um
uin acto Enganei-
Enganci-
meza de caracter, para que o artista se não converta em histrião. me... não era ella!,
pie... ella e duas novas sccuas
seenas de imitações pelo actor Trin-
Assim o comprehendeu e assim o executa... Por isso, depois de dade. A sociedade Taborda representa lambem também uma comedia em ob-
cançadas as niaos com os applausos que elle merece, todos pro- sequio.
curam cingir n n'ellas
ellas a do artista, que honrando-se nos honra a — A Revista de 1873 sóbe pela primeira vez á scena no theatro da
todos. Rua dos Condes a 1 de dc janeiro.
1'b elizmente vae-se desenvolvendo entre nos nós o amor pelas artes ; — Está escripturada no theatro do Gymnasio a actriz Julia d'Araujo.
— Estão em Lisboa os actores Valle e Silva Pereira, que vieram,
uma critica conscienciosa, mas ainda débil e vacilante, procura durante dois mezes,
inezes, matar
malar as saudades da patria. Na sua despedida
mostrar o verdadeiro caminho a seguir-se; as considerações pes- do Brasil receberam as maiores provas de syinpatbia;syinpathia; logo que appa-
soaes vao vão cedendo o logar ás apreciações artísticas, e os nossos reçain em etn qualquer dos nossos palcos, não as hão de receber meuo-
artistas principiam a coniprehender
comprehender que os homens que lhes di- res.
zem as verdades, embora lhes molestem o amor proprio, lhes não — Taborda, entre outros muitos brindes valiosos, recebeu, na noi-
querem mal, e que pelo contrario, desejam vêl-os caminhar por te do seu beneficio, o alfinete de peito que pertencera ao fallecido ac-
estiada ampla e desbravada, onde os passos sejam firmes, e cer- tor Tusso.
Tasso. Foi uma delicada lembrança dos socios sócios da Assembléa
AsScmbléa Fa-
to o resultado. miliar, para os quaes está summamente grato o artista.
\A âo desapparccendo as ruidosas ostentações laudatorias, e fi- — Gil foi muito festejado na noite da sua festa no theatro de D. Ma-
ria. Quasi todos os collegas e amigos lhe offereceram brindes, retra-
cando os applausos sérios e justos, que mais valor devem ter pa- tos ce bilhetes de visita. Heliodoro,
Ikliodoro, apesar de muito doente, tomou par-
ra
ia o artista, do que a bulha, que só pôde embriagar os sentidos, le no espectáculo, para não transtornar o beneficio do seu collega. collcga. Eh
deixando a alma bem pouco impressionada. este um acto de excellente
excellcnte camaradagem, que temos prazer em cm regis-
hb oi d estas a ovação
ovaçao feita a Taborda. No camarim mimos e trar.
flores, na platea
platéa sérios, vigorosos e sinceros applausos. — Disseram alguns jornaes que a actriz Margarida rescindira a sua
E quem nao não os concederia a artista tão complexo
complexo?? Descobriu escriptura com a empreza do Gymnasio. Não é exacto; exacto ; a actriz apre-
os segredos da arte, e por isso, quer seja inglez no Feitiço con- sentou attestados dc de doença, que por emquanto a impossibilitam de
tra o feiticeiro,
Jeiticeiro, gallego no Misantropo, e um fulano de tal, ti- trabalhar. Oxalá breve se restabeleça, e progrida na arte em que co-
morato eo medroso no Que será
moiato será?...,
t..., em todos estes papeis repre- meçou com tão felizes auspícios.
auspicios.
* — Vae
Vat entrar cm cut çnsaios
ensaios no theatro do Principe
Príncipe Real o Chrispim
sentados com a verdade de physionomia e de caracter que lhes
e a comadre, traducção
traducçáo do sr. A. Varella.
e peculiar, nos mostrou que o seu muito talento é ampliado por —O 0 sr. J. J. Annaya concluiu a traducção de uma magica.
um esmerado estudo de observação» observação. — Brevemente entrará era em ensaios ns theatro da Rua dos Condes uma
^ Artistas como estes applaudem-se, e apontam-se como mode- nova magica do sr. Baptista Machado, intitulada 0 O rei Perdeu
1'erdeuabola.
"bola.
los. — Vae reappareeer
reapparecer na Trindade áa conhecida peça O 0 duenae,
duende, que
N esta noite representou-se a comedia Duas bengalas. Era a tanto agradou em D. Maria, e depois nas Variedades.
89.a vez que Isidoro desempenhava o papel de marido cioso! Já — E na noite de 10 de janeiro e beneficio do actor Augusto Rosa
ée fortuna de comedia. E ella merece-o,inerece-o, porque é uma brincadei- com a primeira representação da comedia em tres actos, vertida pelo
ra que faz rir deveras. l'edro Vidoeira, Os zelosos.
sr. Pedro
— É no dia 31 o beneficio da actriz Elvira, no Principe Real.
—Do sr. Julio Moreira recebemos uma carta com apontamentos cu- bus, 2. Idiota, 3. Visita de casamento, 4. Morgadinha de Val
riosos;
riosos ; mas que não podemos publicar pelo adiantado da hora. Ain- flor, 2. Gusmão o Bom, 7. Audiência na sala, 4. Céra, 2. Ou-
da assim hcamos muito gratos ao seu obsequio. tro fim,
tím, 4. Supplicio d'uma mulher, 6. Bengala, 1. Historia
—Chegamos da Trindade, onde assistimos ãá festa artística da actriz d'um pataco, 2. Tartufo, 1. Vida d'um rapaz pobre, 1. Soltei-
Dclphina. Fadaremos
Paliaremos no proximo numero; hoje limitamo-nos a dizer rões, 1. Indiana, 1. Fernanda, 1. Louco d'Evora, 1. Maguale-Magdale-
que foi muito festejada a beneficiada. Valle e Silva Pereira foram ao
palco ofiereccr-lhe
offerecer-lhc brindes; Ribeiro tambémappareceuentregando-lhe
também apparcceu entregando-lbc na, 1.
uma linda corôa. Durante o mez subiram á scena 10 actos actos'novos,
íno vos, nenhum ori-
— Foi escripturado para o theatro da Rua dos Condes o actor Mar- ginal.
cellino Franco. Trindade. — Cruz de ouro, 10 vezes. Portador para o outro
—No dia 28 representa-se no tbeatro
theatro de Alhandra o drama Os Cam- mundo, 3. Tire d'ali a menina, 1. Baile da condessa, 8. Tres
pinos, original do sr. J. Salvador M. da Silva. chapéus, 1. Amar sem conhecer, 1. Amazonas de Tormes, 2.
— Raphael Bordalo Pinheiro publicou tres magnificas caricaturas dos Sargento Frederico, 1. Tres rocas de crystal, 3. Novella em ac-
actores Taborda e Theodorico e da actriz Delphina. ção, 5.
çAo, Õ. Liquidação social, 1.
l. Rouxinol das salas, 1. Viagem de
— 0 sr. Francisco Serra publicou a traducção que fez da magnifica recreio, 1. Segredo d'uma dama, 1. Crimes do Brandão, 4. Co-
comedia de Calderon de la Barca, Casa com duas portas èé má de
guardar. mo o diabo as tece, 4. 3." acto do Barba Azul, 1. 3." 3.° acto do
—No saboado
sabbado fez-se no Gymnasio ensaio geral da Família Benoi- Segredo, 2.
ton ; hoje,
ton■; boje, domingo, provam-se as pegas:
peças: Os zelosos e A orfã de Al- Durante o mez subiram á scena 7 actos novos, nenhum ori-
doar. ginal.

—No No theatro
tbeatro Taborda cnsaia-se
ensaia-se a bonita comedia A estreia de
demi-
mi- Gymnasio. — Receita para casar, 7 vezes. Loura, 4. Bola de
nha fúha,
filha, traducção do nosso collega Lino de Assumpção. sabão, 6. Por umura triz, 1. Mosqueteiro do rei, 4. Paulo, 2. Ven-
tura o bom velhote, 1. Receita homeopathica, l. Dois homens de
bronze, 2. Como se enganam mulheres, 1. Por força, 1. Cantor
cosmopolita, 1. Pena de Talião, tí.ti. Testamento, 2. Laços de fa-
CORRESPONDÊNCIA.
CORRESPONDÊNCIA mília,
milia, 1. Castro A Filho, 7. Diário do Governo, 5 Nas armas
do touro, 3. Lenço branco, 1. Tio Matheus, 1. Criado brioso,
Publicamos em seguida uma carta que mosnos enviou o distincto õ. Recordações da mocidade, 2. Filha única, 1. Bom neto, 1. Dois
actor João
Joào Anastácio Rosa. Sentimos não a poder publicar na candidatos, 1. José do Capote, 1.
integra, pois que a isso se oppõe a indole da nossa folha, que ó Durante o mez subiram á scena 8 actos novos, nenhum ori-
completamente estranha ás intrigas de bastidores. Eis a carta do ginal.
sr. Rosa com as omissões que julgámos indispensável fazer-lhe:
fazer-lho: Principe Real.—Pharoleiro, 3 vezes. Incendiários, 6. Grã-
duqueza, 3. Praça da reserva, 3. Tribulações d'um correio, 5,
«Meu caro redactor.— A Arte Dramatica de 11 do corrente, notician-
•Meu Piratas, 4. Duqueza por um sábio, 1. Uma noute cm em casa do
do o proximo beneficio de meu filho João Rosa, dizia que talvez reap- sr. Palha, 1. Almirante da esquadra azul, 5. õ.
comcd!a Marquez de la Seiglière, tornando eu
parecesse n'essa noite a comedia Durante o mez subiram á scena 5 actos novos, nenhum ori-
a representar o papel do protogonista. ginal.
«Bem andou v. cm em dizer talvez, porque em assumptos de theatro o Rua dos Condes. — Naufrágio da fragata Medusa, 8 vezes.
homem põe...
«A historia d'esta abortada reapparição dava para grandes porme- Preço d'um marido, 3. Nilo Não tem titulo, 3. Oh! têmpora oh 1!
nores, se não fosse pouco rasoavel encher as suas columnas com uma mores! 2. Criada impagável, 1. Mysterios do Brasil, 1. Antes
conspiração de bastidor. . da batalha, 3. Abençoada chuva, 2. Scenas tragicas, 1. Novas
«Basta apontar a causa capital:
capital Ha no Marquez da la Seiglière um conquistas, 1 Entre casados, 3. Associação, 2.
papel de ingénua, que demanda sobre tudo graça, formosura e juven- Durante o mez subiram á scena 7 actos novos, sé só uma can-
tude. De todo tode o pessoal artístico da companhia do Gymnasio, notei çoneta original.
3ue
que era a nova actrizn>
Margarida quem reunia esses dotes, c reservan
roservan
de-me
o rne a gniaJ-a
g"'a!-a cem-
m ea
eo raei#
meu* onnsolhos,
onselbes, aponleia-a
ipontpia-a n'esse
I'essc sentido
sciUsdo ao Não appareceu pois uma única poça òriginatttí
originai 1 i i
emprezario. Admittida a escolha por parte d'este, iam começar breve-
mente os ensaios, quando o mesmo emprezario me disse que a actriz
Maria das Dores reclamava, como primeira figura, aquelle papel. papei. EXPEDIENTE
«Eu não
«Ru uáo sou Pãris,
Piris, que possa decidir dos méritos individuaes
individuacs da sr.*
D. Maria das Dores, mas não querendo privar os artistas do nobre es-
timulo da concorrência indiquei ainda ao emprezario que se distri- Este jornal publica-se nos dias 1, 11 H e 21 de cada mez.
buísse o papel ãá primeira figura, a qual o representaria simultanea-
mente com a sua collega Margarida, cabendo-lbe
cabendo-lhe como primeira figu- PREÇO »A DA ASCZGNATURA
ASCXGNATURA
ra também a primeira representação n'este certame.
•«Isto
Isto ainda assim indicava uma condescendência, porque não ha (pagamento adiantado)
lei theatral,
thcatral, ane
qne dó
dé á sr."
sr.* D. Maria das Dores direito a reclamações
similhantes. O conformou-se com o alvitre, acrescentando Por anno
0 emprezario couformou-sc 155001 Por trimestre 400
que não duvidaria offerecer um premio pecuniário áquella que melhor Por semestre 800|Nuraero
8001 Numero avulso 100
se desempenhasse do encargo.
• listavam
Estavam n'este ponto os acontecimentos, quando o sr. Cesar Polia Toda a correspondência deve ser dirigida á calçada do Carmo
interveio. numero 50.
5(5.

• Na minha larga carreira nunca acceitei


acceitci imposições, e seria tarde ANNUNCIOS
agora para reconsiderar n'este ponto. t
• Se o pobre Marquez vier a mostrar-se ainda, não ha-de ser decer-
«Se
to com a concorrência de quem se julga superior de mais para figurar
ao lado do velho tropego, que já jã levou
levefu um bigode do sr. Polia (phra-
se textual d'elle) no Gil Paes da Ccrte
Ccrle na aldca,
aídea, e que talvez ainda
possa vir a pôr loja de cabelleireiro
cahelleireiro com os bigodes futuros, que o JOSÉ FELIX & COELHO
mesmo senhor lhe ha-de dar.
inesmo
•«Nas
Nas combinações trocadas sobre remuneração do meu trabalho, não
fallarei, porque constituem ellas
cilas um pleito particular, cm
em que só eu e
o emprezario somos interessados.
«Agradecendo as expressões agradaveis que me dirigiu na sua illus- Dos tbcatros
theatros de D. Maria, Principe Real, Rua dos Condes,
tiudd revista, creia-uie
truda cieia-uie sempre de v. etc.— João Anastácio Jlosa.
Rosa.»•
D. Augusto, D. Luiz ec da guarda-roupa Cruz

Encarregam-se de todos os trabalhos na sua especialidade.


NGT1MENT0 TIIEATRAL
HOllHESTO TIIEATR4L IVO
NO DEZ
SICZ DE NOVEMBRO * Jí
6 —CALÇADA DO COLLEGIO —6
G
S. Carlos.— Fausto, 5 vezes. Favorita, 2. Rigoleto, 5.
Õ. Tro- (Defronte da porta principal do hospital de S. José)
vador, 2.
D. Maria.—Mulheres de mármore, 4 vezes. Conductor d'omni- TYP0GRAPIIIA PROGRESSISTA.-Rua do Arco, a Jesus, 19.
TYPOGRAPHY
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Á/r . I t

REDACTOR PRINCIPAL—SOUSA
DPEtlISrOXRLAlL—SOUSA BASTOS

Num.
ta. 10
10 Lisboa—Sabbado \ de Dezembro de 1877 II Anno
4nno

AO PUBLICO
-A.O não seremos nós que lh'os regatearemos. O empenho de apre-
sentar peças originaes ó tão louvável, quanto éó digno de cen-
sura o sacrifical-as para antecipar as recitas.
Quem com olhos desapaixonados entra hoje no theatro de
O
0 programma d'esta folha está nos dezoito números publica- D. Maria, reconhece á primeira vista uma péssima direcção,
dos; o seu
sou passado poderá de certo servir de garantia ao seu um extraordinário desleixo do mise-en-scene, uma companhia,
postoque a melhor, ainda assim insufliciente
insufficiente para as exigên-
futuro. Não promettemos mais do que já temos cumprido. Pu- cias do primeiro theatro portuguez.
gnar pela prosperidade da arte é o nosso fim principal; sempre O theatro da Rua dos Condes teve esto este anno a honra de re-
ceber por hospedes Santos e Antonio Pedro, isto é, duas ver-
a clle
cllc mirámos e continuaremos envidando todos os esforços dadeiras glorias da scena portugueza. Ao lado d'elles não fal-
para que se consiga, pelo menos, reconquistar o que em tão tam artistas de merecimento; mas se a companhia óé muito sa-
curto praso se tem perdido. tisfatória para aquelle theatro, é ainda assim incompletíssima
incompletissima
para o desempenho de peças que pretendam fugir ao/genero ao.-genero
Esta folha é completamente independente; não sollicita nem que ali se tem sempre cultivado com mais vantagem.
acceita assignaturas, rejeita todo o favor das emprezas thea- As peças populares, alóra
além da velha maxima ridendo castigai
mores, servem de lição ao povo eo criam os grandes artistas.
traes e, no proseguimento do programma que sempre cumpriu, N'ellas se teem feito reputações immorredouras. Os nossos'pró-
nossos pró-
exercendo a critica, não
nào conhece amigos ou inimigos. prios actores, quando pretendem mostrar até onde pôde chegar
E este o nosso evangelho, nem d'clle
d'elle nos sabemos afastar. o seu talento, lançam mão dos dramas estrangeiros de nenhum
valor litterario, mas que lhes dão ensejo a manifestar valiosos
dotes artísticos. Pois se para este fim lhes servem as peças
francezas e italianas, não desprezem com tamanho desdém desdem as
portuguezas, nas quaes teem ainda a vantagem de poderem
kepogâ
A ÉPOCA 'ffiEÂTML-í®
THEATYtALT® tew-ier&
1877-1078 apresentar cohscienciosos"
cohscienciosos estudos uaaa iiossa~socieaaae..
íiossa socieaaue.
Além de tudo, em peças, cujo êxito dependa da perfeita dic-
ção, será elle muito duvidoso, visto que poucos artistas possuí-
mos que possam n'estc
n'este ponto satisfazer as justas exigências dos
Quando publicámos o ultimo numero d'esta
(guando desta folha, insurgimo- espectadores.
nos contra a flagrantíssima injustiça que então foi commettida A empreza que, á frente do theatro de D. Maria, tendo no
no concurso da adjudicação do theatro de D. Maria. seu elenco artistas tão distinctos como Emilia Adelaide, Falco,
Depois da deslealdade com que o commissario régio junto ao Gertrudes, Virginia, Emilia Candida, Amelia Vieira, Santos,
mesmo theatro desmembrára uma companhia modelo para for- Antonio Pedro, Theodorico, Maggiolly e Brazão, se não recu-
mar uma empreza particular, prejudicando altamente a arte;
mar. sava a pôr na primeira scena portugueza peças como a Idiota,
depois do governo commetter o gravíssimo
gravissimo erro de abandonar Louco d'Évora, Porteiro da casa n.° 15, Paralytico, Trapeiro de
o theatro normal á especulação; depois da morte ceifar alguns Paris, Cruz de Magdalena, Cadet-RousseJ,
Caãet-Iioussd e outras,
outras,' não pôde
talentos robustos da nossa scena; depois da nenhuma protecção agora, dirigindo o popular theatro da Rua dos Condes, faltan-
á litteratura dramatica nacional; cominetter
commetter uma grave injus- do-lhe a maioria d'aquelles
daquelles artistas, envergonliar-se
envergonhar-se de apresen-
tiça para afastar do primeiro theatro portuguez alguns dos seus tar peças populares, as únicas para que o theatro se presta, as
vultos mais eminentes; era sem
sem' duvida um passo que havia de únicas que a sua companhia pôde representar com egualdade,
conduzir o theatro portuguez ao estado lastimoso a que chegou as únicas finalmente que o publico lhe ha de ali acceitar sem-
na época de 1877 a 1878. pre com agrado.
Desde setembro seis companhias estrangeiras teem invadido Depois d'esta rapida analyse do estado dos nossos theatros,
as nossas casas de espectáculos, ao passo que muitos artistas somos obrigados a confessar que é grande o estado de deca-
portuguezes percorrem as províncias, pedindo os meios de sub- dência e urgentes devem ser as reformas.
sistência, que não podem alcançar na capital. Começaremos a indical-as no proximo numero.
Se exceptuarmos o Gymnasio, que só agora, no quarto mez
da época theatral, vae abrir as suas portas ec entregar-se aos
mares da ventura; se exceptuarmos as Variedades, theatro em
péssimas condições e quasi exclusivamente destinado a magi-
cas; se exceptuarmos ainda a Trindade com pretenções a thea-
tro de opera cómica; temos apenas a avaliar o estado da arte REVISTA DOS ESPECTÁCULOS
ESPEGTAOULOS
dramatica em Portugal nos fins do anno de 1877 pelos theatros
de D. Maria ce Rua dos Condes.
O theatro de D. Maria está muito longe de possuir uma com- Theatro de cie S. Carlos.
Carlos.—Isto de" cri-
—Isto não é um artigo de'
panhia modelo e tem á frente d'ella quem já prestou muitos e tica, é apenas um elenco anotado. A empresa de S. Carlos tem
bons serviços á arte, mas que hoje, quebrantado pela edade e andado este anno com uma ligeireza que nos enche agora de em-
pelos achaques, de fórina
forma alguma pode satisfazer as exigências deu-nos nem mais nem menos do que
baraços. Em mez e meio deti-nos
do publico. Sobretudo nota-se n'estc
n'este theatro a febre da especu- oito operas differentes: Somnambula, Lúcia, Cenerentola, Hebrea,
lação sacrificando as peças, que sobem á scena umas após ou- Barbeiro, Favorita, Maria de Rohan, Rigoletto, tem já preparada
tras, sem apuro, sem o tempo material sequer para serem estu- a nona—a Linda. Oito operas, quando apenas dispomos de
dadas pelos artistas. pouco mais de oito linhas. Pará
pòuco Para nos pormos em dia com os leito-
Os louvores que a empreza Bioster,
Biester, Brazão & C.CAa merecer, res, apresentemos-lhes hoje apenas a companhia de S. Carlos;

I
A ARTE DRAMATICA
DRAMATIC A
2

cxpliqucmos-lhcs o elenco que andou ahi por todas as esquinas


expliquemos-lhes eram as únicas que tinham caras de dançarinas. Vae entrar ein
em
ensaios um baile novo—A dança das múmias. Dizem-nos que é
ha dois mezes,
mczes, e d'ahi
d ahi em diante é que começaremos a seguir
xisto em scena com rigorosa verdade, e sem custar um real á
sosto
passo a passo a estação lyrica que este anno nos obriga a an-
empresa. Os costumes são dos artistas.
dar em locomotiva pelo vasto reportorio musical moderno.
Vamos ao elenco: Gervásio Lobato.
Casanova de Cepeda—Uma
Cepeda—Ema aurora explendida,
cxplendida, que brilha
pela primeira vez aos olhos dos portttguezes,
portuguezcs, muito mais costu- I>.
D. ZVIui-isi.—Succedem-se
Maria.—Succedem-se n'este theatro as primeiras repre-
mados aos occasos. Voz fresca ee formosíssima, talento de pri- sentações ; mas por esta mesma rasão, qualquer peça de mere-
meira ordem em brilhante alvorescor.
alvorescer. Tem só dois pequenos se-
cimento tem ali uma vida curta e pouco invejada. Foi assim
nões, a maneira porque ás vezes ataca as notas agudas, e o ex-
cesso do branco Rachel na caracterisação.
caractcrisação. Com mais escola sera
será que, reapparecendo
reapparccendo no começo da época o drama de Julio Diniz
uma celebridade artística, com menos branco uma formosa mu- Os Fidalgos da Casa Mourisca, que o publico não tivera tempo
lher, como o é quando não está caracterisada. _ de ver, porque apenas deu tres ou quatro recitas ao fechar da
época transacta, pouco depois se substituiu pela peça de Be Belot,
>t,
A Iíebrea
Hebrea foi para ella
cila uma estreia feliz, e a liaria
2faria de Rohan
Kohan lamentavelmente traduzida pelo sr. Borges d Avelar, O (,Cu- u
um notável triumpho. Quanto mais a ouvir o publico, mais hade nade
gostar delia, e ella mais do publico que lhe tem sabido fazeriazer nhado. Em seguida fez-se sem vantagem a reprise, não sabe- ,,
mos' se milésima, da Joanna a Doida, para immediatamente ser i|
JU
Buncolixi
Biancolini Rodriguez.—Uma artística em ple- cortada pela versão da comedia do
Rodriguez. — Uma notabilidade ..-tistica de bardou,
Sardou, L'Oncle
L Onde Sam,-a
Sam, * que
quo
na florescência, comediante eximia e cantora idem. Como con- o sr. Palha deu o titulo de Uma Família
Famãia Americana. Estava
tralto é uma maravilha, quasi que um phcnomeno. phenomeno. As notas ainda esta peça nas primeiras recitas quando foi condemnada
graves assustariam com certeza se não encantassem. Ra Cene- para dar logar ao drama histórico, original do sr. Sousa e Vas-
Na Gene-
rentola apenas abriu a bocca teve logo uma ovação. Ha
rentóla Tia muito eoncellos,
concellos, A Duqueza de Caminha.
que não se ouvia d'aquillo cá. Aquellas notas, graves, sonoras, Tem já cgualegual sorte esta peça para se realisarem algumas re-
cheias e aveludadas, chegam a dar o frisson fiisson do enthusiasmo,
enthu, lasmo, a citas com o Bobo, extraliido do romance deste d'este titulo, de Ale-
expressão physica dos grandes enthusiasmos do espirito. A Ko- Ko xandre Herculano; todavia como foi ella a ultima sacrificada,
sina do Barbeiro mostrou que Biancolini tinha um adoravi adoravel1 ta-
ta ainda chegamos a tempo de lhe dedicarmos algumas palavras.
lento comico; a Leonor da Favorita veio demonstrar-nos que tinlia tinha A Duqueza de Caminha, sob o ponto de vista histórico, é um
também o segredo das lagrimas aquella que sabia tão bem sor- trabalho digno de louvor pelo escrúpulo com que a verdade foi
rir. Biancolini hade dar o seu nome á presente época lynca, e seguida, se exceptuamos exceptuarmos a linguagem, que é a mesma ado-
nós havemos d'aqui a annos foliar aos nossos filhos no anno da ptada convencionalmente por quasi todos os dramaturgos que
Biancolini como nossos paes nos faliam no anno da Alboni, e no se entregam a estes trabalhos, e a mesm. mesma que empregam indi-
anno da Novelio. , . , , ferentemente nos reinados,de
reinados de D. Aftonso
Affonso Henriques, D. João 1,
Elena Varezi. — E um rouxinol com o curso completo comp.eto do D. João iv ou D. José. E absolutamente impossivel
impossível na scena
conservatório. Um fio de voz com espantosas torrentes de me- foliar-se fallar-se a linguagem d'aquellas épocas remotas, que hoje seria
lodia. Tem umas notas vibrantes e dulcíssimas como as notas quasi inintelligivel, inintclligivel, portanto achamos ridículo que a maioria
do copophone. Quando canta, as moscas param no ai ar para a ou- dos nossos escriptores,
cscriptorcs, ao fazerem uma peça histórica, empre-
vir;5 e aquella voz pequena, delgada, enche
vir immenso theatro guem phrases que não são da época que estudam; mas apenas
enclie o imminso
murmúrios suaves, embriagadores, fascinantes, que tem o seu usadas por quem trata um assumpto importante sem possuir
de munnurios
quê de phantastico, e de maravilhoso. A voz da sr.a Varezi ce elevação de cstylo estylo condigna.
um espelho da sua alma: uma alma ingénua, pura, suave; uma A verdade histórica, já o dissemos, é escrupulosamente se-
alma de creança, e uma voz de canario. guida
guida;; porém a fabula é extremamente piegas, piegaB, e insignificante
B0LI8.
Bolis.—Deve
— Deve vir a bordo d à um
ím paquete
pacjucte a cantar duettos
due to em para um drama em cinco longos actos. A duqueza de deJJammha,
Camin ia,
11
o oceano, se não está já a estas horas no Lazareto a purificar pela :-i- simples denuncia de um homem^sem homem sem credito,crcdito^não
iinmndintf.iiitinta nail .marido-um infame, alia
^ poderia
o
a sua alma .Entre
sua alma- EntrejoO Lazaretos! imratonoJla nponW"»»
Lazareto e o PureatoripJia apenas uma diL dif-, devia reconhecer como caracter honestíssimo. ^
terença, um abre para o céu, e o outro deita para Lisboa, que
não é precisamente a mesma coisa, apesar apesai de abundarem cá os O primeiro acto deixa o espectador mal impressionado; o se-
pobres d'espirito. Bolis vem rico de dinheiro, de g'oria gloria e de voz. gundo é quasi insuportável: nas geenas scenas de maior interesse dra-
D'este como de mático estão entrelaçados uns quiproquós de força de um sublime
eserever-lhes o nome; a apresentação está ridículo. O terceiro acto é o melhor da peça e quasi todo fun-
Aldighieri, basta escrever-lhes
Aldigiiieri,
feita, e a apreciação lê-se nas saudades que d elles tinham os dado na historia. O quarto é um acto rasoavel de cffeitos dra-
nossos ouvidos. máticos, fechando com uma situação de seguro resultado. A que
Naudin. — Uma magnifica ruina. Um Lm cantor que teve muita vem, porém, o quinto acto? E uma excrescência inqualificável.
gloria e as duas coisas que a conquistam: boa voz ec muito ta- Valerá a pena incommodar o espectador durante meia hora ou
lento. O talento ficou, mas a voz foi-se. Elie trouxe a Lisboa o mais com uma serie de semsaborias e contrasensos unicamente
que tinha. O publico applaudio-o como uma reliquia, relíquia, procurou para ás vistas do publico ser preso ec sofírer soffrer o justo castigo de
a voz na tradição, oe o dia 1 de dezembro na folhinha. seus crimes o tyranno do drama? Não vale de certo. Os nossos
Piazza. —Quando na primeira noite appareceuappareccu tomaram-o por avós é que não sairiam satisfeitos do velho Salitre sem aquella
um gymnasta, embirraram com elle, ce pozeram-se á procura do situação; hoje, de mais a mais no theatro de D. Maria, só pode
nm pôde
trapézio. O grande defeito de PiázzaPiazza n'essa
n essa noite foi trazer os explicar-se aquelle
aquello acto pelo augmento dos direitos de auctor.
bigodes encerados. Na noite immediata
immcdiata desencerou-os e ficou Se a peça,
peça. como somos obrigados a confessar, não é boa, o
sympathico. O publico começou a gostar d'elle com rasão, e a desempenho é sem duvida peior e está esta posta em scena des-
vêr que era gymnasta na voz. E um bom artista, sabe rodear graçadamente, como acontece de ordinário n'este theatro.
as ditficuldades
dificuldades e c sair d'ellas sem fiasco. Nunca nimguem o ou- Emilia das Neves teve momentos felizes, foi energica
enorgica e di-
vio desafinar, e mesmo o espectador de mais má vontade nunca gna nos finaes dos actos terceiro e quarto; mas em cm compensa-
acha occasião de o patear, sem poder comtudo fugir ás vezes a ção foi muitas vezes monotona, atraiçoou a phrase em não pou-
applaudil-o. cas situações e feriu desapiedadamente os ouvidos dos especta-
Vanden.—E um dos melhores segundos-barytonos que tem dores com o grito que solta ao entrar no cárcere do esposo.
vindo a Lisooa.
Lisboa. Tem voz rasoavel e sabe fazer-se ouvir com Virginia sempre bem; sempre correcta; sempre mostrando-se
agrado. Quando se pensava que ia cair levantou-se, e a Lúcia artista moderna e intelligentissima. A sua longa tirada do quarto
mostrou queque_oo ciado
criado da Çenarentola
Cenerentola era um artista hábil e apre-apre acto foi dita admiravelmente.
ciavel.
ciável. João Rosa é um actor de talento e teve n'esta peça ao lado
Bagagiolo. — Um grande nome a que já não corresponde de Virginia as honras do desempenho.
uma grande voz, mas que representa ainda um grande mestre. Pinto de Campos, n'um extenso papel declamatório, conse-
É o que se chama verdadeiramente um gentleman tanto no 110 mundo guiu fazer-scfazer-se ouvir sem enfado e n n'isto
isto está o seu elogio. E um
distincção e correcção primorosa. Quem excellentc
como na arte; tem alta distineção excellente e consciencioso artista.
o ouve cantar vê logo que está ali uma notabilidade artística. Augusto Rosa e Falco sustentaram perfeitamente os dois pa-
Dela Costa.—E já nosso conhecido; mas este anno apre- peis de que se incumbiram e que, com poucos traços, desenham
sentou-se-nos melhorado, moderando mais a voz oe cantando com muito rasoavelmente os caracteres de D. João iv e da duqueza
mais methodo. de Bragança.
Dançarinas.—As mesmas, com a differença de terem mais Os d< demais contribuíram para o mau êxito da peça,
mais artistas contribuiram
um anno. Esta differença nota-se no corpo de baile regularmente devendo especialisar-se Cesar de Lacerda pelo seu péssimo me-
ha 60 annos a esta parte. Os bailados são os mesmos com a dif- thodo de declamar e porque nos apresentou um fidalgo^ fidalgo que nem
ferença de faltarem tres dançarinas que com duas que restam para lacaio servia, e Augusto Antunes, que tendo aliás mereci-
A ARTE DRAMATICA 3

mento, pela falta de escola, em cada novo papel vae vac perdendo priamente uma comedia; é mais uma photographia, em que os
as sympathias do publico. typos foram por vezes apanhados n'uma pose realista. A acção,
i No começo do terceiro acto estão
estilo em scena uns sugeitos que que principia em 1856, divide-sè
divide-se em tres épocas, como a co-' co-
são a verdadaira negação da arte e por isso intoleráveis naquelle
n'aquelle media de Scribe Avant, pendant et aprés,
.media aprts, para vir morrer nos
theatro, principalmente pela falta de quem os dirija. últimos dias do anno actual. Criados que se fazem agiotas e
■A
A mise-en-scene é sobretudo desgraçadíssima, como já disse- senhorios, tratantes que sobem a viscondes, e empregados que
mos, e a peça nas primeiras recitas pedia, pelo menos, mais descem á penúria; eis o assumpto de que Rangel de Lima con-
vinte dias de ensaios.
'vinte stituiu uma revista dos nossos tempos, cujo primeiro acto é de
Antes da Duqueza
Duquezc. de Caminha representou-se n'algumas noi- certo o mais alegre e completo.
tes o Capricho de Musset. Foi de certo um capricho de benefi- O desempenho da noite do beneficio resentia-se talvez da
ellít, a sr.a Emilia
ciada o fazer representar esta comedia, e tanto ella, precipitação nos ensaios. Alguns dos personagens não davam
.das
das Neves, como a sr. a
sr.* Rosa Damasceno, e o sr. BrazSo
Brazão capri- ao conjuncto das scenas o colorido que cilas
ellas pediam. Entretanto
charam em a desempenhar detestavelmente.
detestavclmente. bastava a appariçào
apparicào de Antonio Pedro com a sua franca e sin-
cera feição cómica para salvar de apuros os collegas — o que
não era de estranhar, fazendo elle n'esta peça de agiota e dono
Rua dos(los Conde».
Condes. — Quem, olhando para este mais que de ,prego.
prego.
modestissimo
modestíssimo edifício, poderá imaginar que ali dentro se feri- A comedia de perfumada urdidura de Pinheiro Chagas, e ao
Á
ram os melhores combates da arte nacional? quadro, mais ou menos fiel, do nosso viver actual,
actual,,de
de Rangel
Quem se atreverá a dizer que d'ali sairam os talentos robus- de Lima, seguiu-se a farça do sr. Alcantara Chaves — O casa-
tos da nossa mingoada scena, e as obras aprimoradas dos nossos mento do Alto-Vareta
Alto- Vareta — que é apenas um pretexto para realce
escriptores dramáticos ? de Antonio Pedro n'um papel de soldado bisonho ec meio parvo.
Sem perystilo nem columnas, sem conforto nos camarotes nem A beneficiada — que não guardou, como o leão da fabula, o
ar respirável nas plateas, infesado, rachitico, informe melhor quinhão para si nos dois papeis por ella desempenhados,
infonne e carun-
choso, o theatro da Rua dos Condes resgatava com os seus tra- teve as palmas e os bouquets sempre de rigor em festas de tal
balhos e artistas o que lhe negára de bello o risco do architecto. ordem.
Não menos tosco por dentro que por fóra,
•Não fora, a sua elegância e Pedro Vidoeika.
Vidoeira.
concentraram-se sobre a scena. Amarrotava o publico
primor coneentrarám-se *
os chapéos no tecto dos corredores, mas admirava em compen- Ti-iiiclade.—Di
Trindade. — Durante "ante muito tempo fizeram-se n'este thea-
sação no palco as peças de Garrett e Mendes Leal, o trabalho tro verdadeiros milagres; hoje, porém, os santos estão menos
de Emilia das Neves e de Epifânio. prodigos e os milagres escasseiam. Artistas de merecimento não
E assim foi que de uma sala detestável sairam os melhores faltam ainda alli, que lá estão Delfina, Ribeiro e outros; mas
artistas portuguezes, em cujo grupo figuravam Rosa, Tasso, falta bom senso, direcção acertada, que utilise os muitos recur-
Lisboa, Sargedas e Theodorico. sos de que dispõe.
Á similhança do filho de Giboyer, a companhia e o reportó-
A Na presente época, isto é, durante tres mezes,.
mezes, apenas seis
rio da Rua dos Condes eram plantas de estimação, criadas n'um actos novos subiram á scena.
campo de urzes. A primeira peça alli representada com êxito
exito bastante satisfa-
Depois correram os annos. Os melhores artistas foram-sc tório, foi uma farça em dois actos, extrahida do hespanhol por
foram-se
como os Deuses, ficando só os corredores para tortura dos cha-
•como um escriptor de grande merecimento, que lhe deu o titulo de
péos. Aos dramas incisivos e românticos do bom tempo, segui- Almas do outro mundo.
ram-se as peças populares e os espectáculos de visualidades. E peça que apenas mira a fazer rir os espectadores durante
N'esta quadra o velho templo da arte ainda solta uns arrancos uma hora ce nenhuma ainda o conseguiu com tamanha felicidade,
de alento, e produz Santos, Marcolino e Cesar do 0o que em parto
de Lima. Em parte é devido a um excellente desempenho, em que
seguida esgotam-se-lhe
esgotam-sc-lhc as faculdades creadoras, e começa a vi- sobresae Ribeiro.
sobresac
ver exclusivamente
exclusivamente, de "i magica;
gie-i^e.ide.
•■ de
.-evistas
revistas. A esta farça.seguin-se
farçajseguiits" n.
a peça corn
com musica de LeeLaeome.
"me Joanna,
Toanna,
Foi n'este período
periodo de decadência e decrepitude que Santos Joanninha e Joannica, em que a empresa depositou tão extraor-
Joânniiiha
agora d tomou para ver se lhe inoculava o sangue do seu ta- dinária confiança, que contratou o privilegio da partitura e gas-
gas
Parece-nos tarde para a cura. O nosso grande actor pôde
lento. Parcce-nos tou immenso cabedal com o scenario e guarda-roupa. Parece-nos
pode
fazer prodígios de arte, mas não faz de certo o milagre que fez mal, porque o resultado foi um verdadeiro desastre.
milagre de resus-
. citar este Lazaro senil. As comedias de bom sabor que está E preciso dizer-se abertamente: a companhia da Trindade
pondo em scena são como as mobílias do Gardó não pode já sustentar-se nas condições em que viveu por muito
Gardé mettidas n'um
palacio arruinado. Admira-se o fino gosto d'esta chaujfeuse, tempo. A opera-comica, pela lucta dos compositores no campo
chauffeuse, a
forma graciosa d'aquelle pouf, mas as paredes esbroadas e os da arte, de dia para dia se torna mais difficil e exigente; por
tectos denegridos estão em vez de guarnições a pedir o camar- outro lado os artistas da Trindade, pela sua ignorância musical
tello. e pelo cansaço, cada vez podem menos.
Em quanto, porém, elle não chega, admiremos o esforço do Joanna, Joanninha e Joannica tem um libreto deficientissimo,
mestre que faz representar jóias litterarias como a Roca de Her- vertido com pouco esmero; possue musica pretenciosa
prètenciosa que não
odes, e possuo
cules, possue uma companhia onde figura o nome de Antonio chegou a ser comprehendida, e no desempenho não foi mais fe-
Pedro. liz. Desejaríamos especialisar alguém, mas somos obrigados a
Um dos últimos espectáculos devidos ao esforço do actual confessar que até o proprio Ribeiro pela primeira vez nos des-
emprezario foi o que se representou em beneficio da actriz Bar- agradou.
bara. Paremos para dizer d'elle algumas linhas. As honras da peça couberam a Carlos Cohen pelos explen-
Caso raro nos nossos theatros, representaram-se d'essa vez didos costumes e a Procopio pelo admirável salão do terceiro
tres comedias, e todas cilas
três ellas originaes.. A noite d'aquelle bene-acto.
ficio, ao inverso dos bons sonetos, em logar de fechar com chave Pr<para-se
Prepara-se para breve a nova opera-comica Les Cloches de
ella, isto é, com a Roca de Hercules,
de ouro, abriu com cila, Cornevitte, que em Paris obteve grande exito; também Jeanne,
Corneville,
Herodes, encan-
tadora comedia de Pinheiro Chagas, cujo dialogo,-apenas Jeannette, Jeannetton
dialogo, apenas • sus- Rannetton o alcançou extraordinário na capital da
tentado por duas figuras, é de uma scintillação e de uma graça França, e todavia em Lisboa...
Lisboa...'
que excede a propria graça dos provérbios de Musset. Aquellas
duas figuras são do de uma bclloza
belleza de contornos que fazem lem- Gyimiasio.—Reabriu hontem. Não faltaram applausos á
Gymnasio.—Reabriu
brar um quadro de Fortuni. Tudo que dizem é tão recamado nova companhia. Fallaremos no numero seguinte. seguinte.-
das finas gemmas
geminas de um estylo imaginoso e epigrammatico,
que a gente chega a perguntar se é licito a um homem de le- Iíosil. — Tem agradado a companhia franceza.
Principe Real.—
tras ser tão prodigiosamente espirituoso. Isto prova apenas que No proximo numero fallaremos d'ella.
o talento maleavel do brilhante auctor da Morgadinha adapta-se
tanto aos arrojos do drama e ás finuras da comedia, como aos Recreio» "Whittoyne.
Recreios Whittoyne. — Os mais pomposos reclames,
voos da tribuna e á lucta polemista do jornal.
vôos as phrases mais encomiásticas precederam a companhia italiana
Na Roca de Hercules entram Posser—um curioso de hontem, de Maria Frigerio. Por toda a cidade se dizia que a companhia
que a boa lição e o talento vão convertendo n'um apreciável contractada para o theatro do Gymnasio èra era magnifica. A sua
Anjos — uma actriz festejada, que á in- estreia era'esperada
actor — e Emilia dos Anjos—uma era esperada com anciedade.
tenção maliciosa do dizer junta n'esta comedia a elegância da .Cesar
Cesar chegou, viu e venceu, segundo reza a historia.
sua explendida
explcndida toilette. A companhia italiana foi mais infeliz, chegou, cantou e não
■ Casas, Casas,
criadoscriados
e agiotas
e agiotas
é um quadro
é um quadro
de observação
de observação agradou.
domes-domes-
tica, devido á penna de Rangel de Lima. Aquilio não é pro- 1 Que desillusão! O publico, á saida do theatro, embrulhava-se
4 A ARTE DRAMÁTICA
DRAMATICA

mente um episodio de familia;


família; os accessorios são feitos para de-
no cache-nez
eache-nez e dizia comsigo: Que companhia! E diziam os jor- negrir D. Affonso VI, que, como sabes, foi mais infeliz do que
naes tantas maravilhas! Não volto cá. ^ máo, e para exaltar D. Pedro II, que, como sabes também, não
A companhia continuou a representar e não nào agradava. I ouça foi boa peça. O desempenho, como te disse, foi péssimo.
(rente
gente ec poucos applausos. _ . ^ «Em resumo : Dramas, e principalmente dramas que apresen-
Um dos frequentadores do theatro lembrou-se de receitar aos tam personagens conhecidos na historia, não são para as forças
artistas, não nào mudança de ares e de medico, mas sim mudança d'aquella companhia, principalmente ensaiados a vapor, sc se são
de theatro e de emprezario. ensaiados!»
E foi assim que os artistas da companhia italiana, em vez de
irem tomar ares a Campolide ou irem parar aos braços do dr. Sociedade Tal>oi-rta.—A
Tal>ordu.—A ultima recita realisada n'este
Brilhante, foram cair nos Recreios, nas mãos do sr. Molina, elegantissimo clegantissimo'theatrinho
theatrinho foi verdadeiramente explendida. Repre-
um emprezario hespanhol que contracta tudo quanto appareça, sentaram sentaram-se se as bonitas comedias : Ouros, copas, espadas e paus,
o caso cé elle imaginar que pôde ganhar dinheiro. O Misantropo e Em guerra porticular antes da paz geral.
Eis a companhia nos Recreios, agradando e tendo concorrên-
Eis- Dificilmente nos nossos tlieatros públicos se vê um desem-
Difficilmente
cia. A companhia nào não é de primeira ordem. penhonho tão egual como o que a estas comedias deram os distin-
Entre as primeiras partes ha um tenor, o sr. Passotti, 1 assetti, que ctos amadores Pinheiro, Chaby, F. Andrade, A. Andrade ée J.
canta bem, mas toma a serio os 0 3 papeis;
papeis ; ha dois sopranos, a. a sr. Campos e as actrizes Barbara, Adelaide Lopes ec Maria Peres.
Geminiani, quo que tem boa voz e representa mal, e a sr.a handoni, Sandoni,
No primor com que as peças estavam ensaiadas fácil facilmente
nento
que tem uma voz tão bonita como a sua carinha eo tào tão pequena se descobria a notável aptidão e esmero de Leopoldo do de Car-
como a sua estatura. É uma rapariga muito gentil ec graciosa.
valho, que alcançou com todos os que representaram a mais
Entre as segundas artistas ha uma que tem tpm uma voz magni-
a
1 r estrepitosa ovação.
fica, dá umas notas agudas perfeitissimas.
perfeitíssimas. E a sr. Soavo. Soave. Tem lem —s
um nome bonito, que pôde applicar-se applicar-sc á sua voz, mas nao não a
sua physionomia.
Depois d'estes artistas ha dois que não tem tom voz, mas que misGiED^Xj.A.xsrce.A.
DMCXSGEXJXJ^.3Nr3eA.
representam bem.
sr.1 Frigerio, quê
É a sr.* que finge cantar de contralto, mas que nao
canta coisa alguma, ce o sr. Ficarra, que suppre com a veia có- N'um dos proximos números começaremos a publicar uma
mica a falta de voz. serie de artigos sobre as orchestras dos nossos theatros, a Asso-
Frigerio ôé engraçada, buliçosa, tem vida eo sabe dar colorido ciação Musica e o Monte pio Phylarmonico.
Phglarmonico.
£*
aos papeis. , . , * *
Ficarra é um bom actor comico e de certo o mais engraçado
Se é bastante inommodativo
Sc incommodativo que um individuo qualquer entre
que nos tem visitado. É o primeiro actor e o sustentáculo da mais tarde n'uma sala de espectáculos eo quando já o panno tenha tf nha
companhia. Em cada papel exhibe um typo differente, em cada
subido, óé intolerável que por uso e costumo còstumo os músicos das or-
peça apresenta uma nova creação. . 3 n a a 7 chestras estejam continuamente entrando e saindo, perturbando
Ficarra desempenha perfeitamente os papeis do Gallo e Gal-
assim quem deseja ouvir attentamente as peças. Isto nota-se
lina, Prati San Gervais, Donno Donne Gueriere, Ma Madama L'Arciduca,etc.
da ma L'Ar ciduca, etc. principalmente no theatro de D. Maria, onde é mais necessário
Os córos são afinados, o que éó um milagre nos nossos thea-
O
o silencio pelo genero de espectáculos e onde a maioria dos mú-
Deixemos a companhia italiana, oe fallemos da ultima novidade, sicos que actualmente formam aquclla aquella orchestra não pára um
momento socegada. Providencias.
do espectáculo da moda — Miss Lurline, a Rainha das Aguas, *
ou a .1"Tidher
lulht Peixe. É uma mulher elegantíssima; tem umas for- * *
explendida.
mas magnificas, uma cabeça explondida. Em um dos proximos números daremos a conclusão do ar-
É admirável a serenidade, a maneira airosa e elegante como tio-o tigo Os actores e o clero no secido secxdo XVIIxvn — ec continuaremos a
plln cnlrs no palco, cumprimenta o publico
pila i?ntra. publico oe depois do-subir
dc aubir Historia Geral da Arte Dramatica.
uma
um i pequena escada se lança para dentro d'agua, d agua, onde a espe- Ar#
ram uns peixinhos dourados, seus antigos antigos' conhecimentos
conhecimentos^ e com * *
o quaes ella
os ília brinca. E debaixo d'agua
d agua faz coisas diabólicas. O Regressou a Lisboa de volta da sua viagem ao Brazil o actor
publico applaude-a com enthusiasmo. Os seus trabalhos tem SimSes. Simões. Vem completamente restabelecido da grave enfermi-
grande novidade e são perfeitamente executados. dade que ali soffreu.
$* #*
A. de Menezes.
» Voltou de uma digressão artistica pelas províncias o actor
Variedades. — A ultima peça que subiu á scena n'este
Variedades.—A Taborda.
At
theatro foi o drama em tres actos, O Favorito de D. Affonso II. 11. #* *
Por não nos ter sido possível
possivel assistir á sua representação, pe- Emquanto esteve interrompida a publicação d'este jornal
jornal fal-
dimos a9. sua opinião a um amigo, competentíssimo no assumpto leceram os seguintes artistas dramáticos: Izidoro Sabino IFer- r-
e que n'uma carta que nos dirigiu, nos diz o seguinte: reira, Vicente Franco, Pimenta, Carreira, Carolina Emilia,
Maria Emilia Callegal, e o ensaiador dos theatros populares e
«Não sei o que te hei de dizer do drama em tres actos, origi- escripturario do theatro de D. Maria, José
'.«Não Jose Manuel Alves
nal do sr. Julio Rocha. A acção é um pequeno episodio do rei- Junior.
nado de D. Affonso
Afonso VI, eo resume-se ao seguinte: o conde de do *# * *#
Castello Melhor ama D D. Ignez dc de Cadaval; esta, pordm,
porém, ama o Agradou muito, na Rua dos Condes, a engraçadissima come-
irmão do conde, D. Simão de Vasconcellos, eé por elle amada: dia original do sr. Alexandrino do Canno, Carmo, A Nuvem por Juno.
o conde para possuir essa mulher desterra o irmão, e prende D. O desempenho foi muito satisfatório por parte dos actores
Ignez, fazendo-a conduzir aos seus aposentos, no palacio real de Mello e Gil.
Cintra, e ahi alii tenta violental-a, sendo porém salva por um velho *
* *
criado, que diz a seu amo coisas, que, attento o gen génioo arreba-
tado ec vingativo do conde, era para este o fazer enforcar tres Provou-se hontem no 110 theatro do Gymnasio a comedia em 3
vezes, se fosse possivel;
possível; comtudo saosae incólume, indo esconder actos, Os dominós dominós..brancos,
brancos, em que Taborda desempenha o pa-
a sua protegida, a quem faz passar por sua filha, durante qua- pel principal. - • - - - "—!
tro annos, como se Castello Melhor fosse tosse cego, e os seus agen-
tes também! até que, em 24 de novembro de 1G67, 1 (561, dia
clia cm
em que = EXPEDIENTE
foi acclamado D. Pedro II, e deposto D. Affonso VI, \ 1, o condo
conde
se retira para Traz-os-Montes,
Traz-os-Montcs, arrependido e pedindo perdão a
todos. A acção é simples e pequena; os actos pequeníssimos, JNão se
Não sc aeeeltam assignaturaa para
acceitam assisfuáturns P»'-a este
estejor-
jor-
(o segundo tem apenas tres scenasj scenas) e apesar do de tudo, o desem-
desein- nal. Cada Carta numero
nmnero avulso casta IO réis.
penho
Íenho foi inferior ainda ao merecimento da peça, porque nao não sa- Toda a correspondência deve
Torta «leve sei"
sei* dirigida
iam os papeis, vacillando sempre, cortando as phrases,
biam p irases, e dan-
ao proprietário e redactor da ARIL
no ARTE DKA.- r>l*A_-
do ao que diziam muitas vezes sentido diverso do que o auctor
lhe deu, c e mesmo do que as circumstancias
c.ircumstancias pediam. MATICA, rua
raa Oriental do Passeio, 14®, -•
«Para apresentar a rainha
minha opinião, podia fazel-o cm em duas pa- Publica-se nos dias 1, IO e SJO ~Q de cada
eada nicz.
mez.
lavras— não gostei. A peça tem pouco ou nenhum interesse his-
tórico, porque a pequena acção n'ella apresentada "cc simples- TYPOGRAPIIIA—RUA DOS CALAFATES, 191, 1.°
TYPOGKAPIIIA—EUA
w/ -- W!

* J> i J

REDACTOR PRUSTCLfAE—SOTJS^ft
PRINCIPAL—SOUSA BASTOS

. . .1 Í J ^
22
Num. "22 Lisboa—Domingo
Lisboa —Domingo 13 dc Janeiro dc
de 1878 III Anno
< rsi

totós das damas, mas antes cauJatartc«


caudatários da nobreza d'estes rei-
nos.
JOSÉ CHULOS CARLOS DOS 00S SANTOS Todos imaginavam o sr. Ribeiro .de de Sá muito boa Ooa pessoa,
muito prendado, muito serviçal; mas nimguem o suppunha suppunha caca-
paz de nos sair um dia'dia dramathurgo, e de mais a mais dra-
mathurgo com o proposito firme de lisongear o povo á custa de
Completa hoje quarenta e dois annos de edade o eximio ar- muita perversidade, baixesa e infamia que atira para cima da
exímio al-
tista José Carlos dos Santos. aristocracia. , .
No vigor da vida, quando o seu talento superior mais podia O sr. Ribeiro de Sá deve a estas horas ter muitas portas fe-
quando o theatro tanto precisava chadas, a não ser que o julguem inoffensivo, o que seria um
illuminar a nossa pobre scena, quando.o
dos seus affectos e cuidados, quando os artistas tinham ali o pouco peior. •
melhor mestre, uma horrível enfermidade o arrebata ao palco e Deixou o sympathioo cavalheiro em hora aziaga a agulha e
o ameaça de o deixar completamente privado da vista, anniqui- o dedal com que tantas vezes se tem mostrado perito nus nos lavo-
lando assim uma carreira de brilhantes e consecutivas glorias res feminis, segundo é fama, e tomou a nenna penna de certo párapara
e um futuro de felicidades. perder as sympathias e confiança que que. alcançára.
Dia a dia mais cruelmente se aggravant
aggravam os padecimentos do Verdade, verdade, o sr. Ribeiro de Sá, com a sua peça—O
actor Santos. O publico ainda clama por elle com o mesmo en- dote de Margarida,
Margarida, mostrou que, se a natureza o tivera dotado
thusiasmo, pretendendo assim minorar-lhe o pungir da adversi- com outras propensões e outro feitio, poderia ter sido um sof-
dade; mas as vozes da multidão clamam debalde, porque o frivel litterato. O drama está escripto em linguagem correcta e
desgraçado ha muito jaz no leito da mais cruciante dôr. Se junto até castigada; tem mesmo diálogos perfeitamente travados. Tem
d'elle não chegam já os ecos dos applausos delirantes, quem 0o lances, ainda que de pouca novidade;novidade, bem armados e que con-
seu talento provocava, chegue ao menos a voz da nação, a voz — seguem
Tt arrancar applausos.
,,„uoul„ ,
paiz, bradando-lhe commovida: «Grande artista, génio ; ^Mas,
do seu paizj_bradando-lhe Mas, a par de tudo isto, a base da da^poço
pçça é.falsa,-ps
é falsa, os caracter
caracto-
portugueza, recebe a paga do que te res dos personagens estão mal desenhados, aqui e ali denota-se
que illuminaste a scena portuguezá,
devemos pelo muito que nos honraste!» . o génio de quem escreveu tal obra, e todo o quinto acto é uma
O primeiro actor nacional, o mestre de tantos artistas, pri- verdadeira pieguice.
vado pela doença de adquirir os meios de subsistência, não Desculpe-nos o sr. Ribeiro de Sá; mas, uma vez que as cans
ha de esmollar o pão de seus filhos. Ao paiz assiste o imperioso que lhe cobrem a cabeça nos inhibem de lhe dizermos, que pro-
dever de correr immediatamente em seu auxilio. siga, e no futuro conseguirá fazer um bom drama, limitamo-nos
Camaras legislativas desde a sessão passada está pen- a aconselhal-o a que continue no seu antigo mister, deixando
Nas camaras
dente uma proposta para que ao actor José Carlos dos Santos em paz o theatro, que lhe não merece tanto desamor, e a aris-
seja dada a reforma, que ainda ha pouco se concedia aos ar- tocracia que se diverte com os seus bons ditos e excedentes excellentes
tistas do theatro normal. serviços. Era isto talvez o que lhe deveriam ter aconselhado os
Mais de espaço procuraremos mostrar quanto era justo reva- cavalheiros, que tiveram a desventura de assistir á leitura do
lidar sacratíssimos direitos adquiridos por alguns actores, que Dote de Margarida; era isto o que lhe devia ter aconselhado a
durante muitos annos fizeram parte das companhias contracta- empreza do theatro de D. Maria, se ali houvesse prudente e c
das pelo governo, na esperança e com a clausula de que com acertada direcção.
a permanência no theatro de D. Maria asseguravam o seu fu- O desempenho foi de certo muito melhoimelhor do que a á peça o
turo. merecia, se exceptuarmos a sr.® sr.a Emilia das Neves, que se
Por hoje limitamo-nos a reclamar que se attenda com a maior houve muito abaixo do que se poderia exigir n'uma actriz de
justiça a este caso extraordinário. terceira ordem. Além de não saber uma palavra do papel do de
Quasi toda a imprensa da capital tem manifestado a sua qup qu^e se incumbiu, declamou por fórma que nenhuma escola pôde
podíamos nem quereríamos nós
opinião n'este sentido; não podíamos' dei- admittir e atraiçoou todas as phrases.
nés dei
xar de o fazer. Doe na verdade ver que esta actriz teime em sobrecarregar
Concedam-se a José Carlos dos Santos os meios que o livrem extraordinariamente as emprezas com um vencimento fabuloso,
da miséria, pagando-se assim uma divida de gratidão pelos seus quando melhor lhe fôra em cada época representar uma peça,
serviços prestados á arte, que tanto enobreceu. que estudaria durante o tempo que lhe approuvesse, represen-
Desgraçado o paiz que só tem a ingratidão e o esquecimento tando-a depois em qualquer theatro, que de braços abertos a
para os-seus
os seus filhos mais dignos. Com o actor Santos não ha de receberia para tal fim.
acontecer assim, porque a sua gloria é a gloria de nós todos. Quem vê Emilia das Neves representar hoje O dote de Mar-' Mar-
garida e não assistiu aos seus triumphos, julga exagerado o
muito de bom que a seu respeito se disse. E não foi. Noites
de gloria teve-as ella das maiores e mais esplendidas; os annos,
porém, não passam sem destruir, e os seus dotes não podem
REVISTA DOS ESPECTÁCULOS ser os mesmos de outr'ora, e o theatro tem caminhado muito,
apesar do abandono a que o entregaram.
Os demais artistas, luctando com personagens inverosímeis,
TIIEATBO
TIIEATRO DE D. MARIA. II fizeram quanto podiam para salvar a peça do imminente nau-
frágio.
O sr. Luiz Ribeiro de Sá é extremamente conhecido em Lis- Pinto de Campos viu-se sacrificado n'um papel repugnante e
boa. A gente alegra-se ao vêl-o passar por esgas
essas ruas, da mesma disparatado; mas soube sair da difficuldade com o talento quo que
fórma que sente prazer em avistar o sr. Paradas e outros ca^ todos lhe reconhecem.
valheiros, que não alcunharemos, como o Diário Illustrado,
Ulustrado, de Virginia, se não teve ensejo para mostrar onde chega o seu

I
A ARTE DRAMATICA
THEATBO DA TRINDADE
merecimento, continuou encantando-nos com os seus raros dotes
iirtisticos
ismcos e a sua expressão de candura e Bingeleza. Bingele . Os sinos de Corneviãe
CorneoM" são ainda a ultima noviaadc novidade d'ested este
João Rosa, Augusto Rosa
Jo*o dosa e Brasão fizeram mais doo que se s theatro, e acreditamos que por muito tempo o serão, visto o
lhes devia exigir. agrado com que sempre é ouvida a lindíssima lindissima musica de Plan- 1 lan-
quette, attentos os applausos merecidos com que todas as noi-
THEATKO
THEATBO DA IXáL RfUA.
BUA DOS I>Osí CONDES tes é festejado o excellente
excedente desempenho. N este theatro acon-
tece, cremos que pelo genero que explora, que poucas peças
Contra
•ntra toda a qspectativa,
espectativa, foi infeliz a reprise do drama «na As Aí caem nas boas graças do publico; mas quando alguma obtém
n,
Duas -phãs. Esta
Orphk\». Eme peça',
peça, filiada n'uma
numa escóla que muito agia- agra- tal fortuna, é sempre por fórma, quo que a empreza encontra uma
SBs SSS
Sts nossí pUt platoas
J populares, firmada além d'isso com o no- verdadeira mina. A mina d'esta época éó sem duvida a peça que
rip n Earn v no«t
le D'Ennerv posta em scena com o maior esmero, nao não con
con- esta está em scena e ainda bem, porque nunca foram tão justas a3 as
seguiu
BCqUlU
Tgut «vi**»*" atrahir —a^ coiicorrencia ,1o do -publico, o ,«c que ié difficl
difficil dec-
de ex- sympathias do publico.
plicar.
pl
Tdrama
fTdrama As Duas OrphcLs, OrphA . já muito conhecido pelas recitas THEATBO DO
TIDEATRO do GYMNASIO
Gi'JINASIO
° theatro dc D. Mària, reúne todas as ficdUs do ge-
OUe fieu no Theatro de D. Maria, reúne todas as ficdhs do ge-
nero está admiravelmente architectado, tem scenas set aas escriptas
escnptas A comedia — Les Dominas Dominos Roses, que cm_Françaem França obteve um _
Sor
por 'mão mão dc mestre, e, a n não
io sor
ser o ultimo quadro, poderia con- verdadeiro successo, e que cmHespanha
erdadeiro sucesso, em Hespanha não causou menos ^sen- sen-
flideraderar-se um dos melhores da escóla
Bideràderar-se escola em que se filia- filia. sação, faria época em
cm Lisboa,
LisVa, se o desempenho estivesse à
á al-
01
D'Enm-ry
D'Ennerv sabe como nimguem prepara- ances d<
preparar lances de c^ffeito se- tura do seu merecimento. ; ,•, .
guro e bó
tffifo áó elle
ellc teria habilidade
abilidáde de levantar uma platca, platea, enthu-
entu- A
A peça perdeu necessariamente em nao não ser verlida
vertida do tran- Iran-
siasmada com a vista de um fratricídio. cez, pçii
poi» que, pelo menos no segundo a' acto,
co> lia
ha um descuzuh
descozuk que
AP Beca
peça está posta em scena magnificamente.
magnificamente . se denuncia dos do arregladores
arregladores. hespanhes. O traductor, posto que
Se aÇrepme
i reprisePfoi infeliz para a empreza, foi um verdadeiro bastante consciencioso e correcto, errou em passar a acção para
triumpho ipara ra a companhia; pois ha muito não víamos nos nos- Lisboa, o que dá cm em resultado, entre.outros,
entre outros, os seguintes dis-
sos tl
s08 teatros :ros um desempenho tão egual ogual o completo. Isto diacmo dizem o parates: parates : um sugeito que parte no 110 comboio da noite para o
com todo o desassombro, porque francamente dínamos
cora diríamos oco o co Porto, está de volta no dia seguinte de manhã!... Aquellas Aquellas se se-
torio se o entendêssemos. Nenhnmas
trario Nenhumas considerações nos podeu podem nhoras que envergam os dominós e vão passar a noite .oite para o
impedir de expormos lealmente a nossa opinião. baile de d< mascaras nada teem de portuguezas! Aparte estes e
Amelia
Amtlir Vieira affirmou ainda uma vez o seu brilhante ta outros senões, sentes, a versão'honra,
versão honra, como muitos outros trabalhos, o
lento
lentiT Sempre correcta, sempre á altura de do uma artista muito sr. Quirino Chaves. . *.„««.
estron<
ebtr0
distincta, scenas houve em que arrancou unanimes e V * " O primeiro acto ó bom como poucos primeiros actos,
é actos , o0 se-
«no innlausos No quadro quinto, n'um trabalho que
8os applausos. q^ P poderia
oA
' gundo é animadissimo;
animadíssimo; o terceiro é dos melhores actos de co-
parecer superior ás suas forças, mostrou quanto pôde o estudo
parecer superior ás suas forças, mostrou quanto pôde o estudo media que conhecemos; tem situações admiráveis.
alliado ao talento, alcançando mais um florão para a ssua "a coro
° Já o dissemos, o desempenho não corresponde ao mereci-
de gloria e marcando mais um passo na sua carreira artística. mento da peça. , .
Est! actriz tem, como poucas, o condão de
Esta ™Pr®8!1.0""o pm
de/mpressionar J m<Tabordo
Taborda sim; esse foi primoroso. Reproduz com extraordi-
blico, porque representa com verdadeira paixao, paixão, e dá da sempie
sempre nária verdade e inexçedivel
inexcedivel graça o typo do velho relho a^quem
a quem o
mail
maior relevo aos papeis de que se incumbe. medo da mulher não impede de galantear as constas coristas dos thea-
De Amelia
De Amelia Vieira
Vieira esperávamos
esperávamos já já oo primoroso
primoroso trabatraba 10 iumjikq tros.
tro 8. Fez sobretudo admiravelmente os fanaes finaes dos actos se segundo
0undo
vimos: porém, no desempenho d'e
vimos; destata peça, houve um verda- <
deiro triumpho,
triumpfio, tanto mais notável quanto mais inespera inespenu , ° Depois'do Depois'de Taborda cabem as honras do desempenho a Ger-
visto aue une ou papel da cega Luiza fôra primeiramente
prnneirament "^eipre- interp irudc
trudes Carneiro,
Carneiro. que mais uma vez mostrou ser uma exeellente excellente
a
t-ic
tado porr uma dai das Jios
nossas
sw primeiras actrizes, e a dama de comedia. ► •
' era contradconfiado agora, além de do uma curta carreira, ainda nao não ior fora Maria-Joanna
Maria Joanna fez com graça o papel da criada. N esta actriz
incumbida de tamanha responsabilidade. Estamo-nos refenn refennd nota-se agora que iue está fallando
faltando com muito mais clareza do que
a Beatriz, cujo talento ficou consagrado como de primeira pnmeira or- o nas ultimas épocas em que fez parte das companhias do Prín-
dem. O seu' trabalho difficillimo e verdadeiramente artístico cipe Real e Rua dos Condes. Tem merecimento bastante e bom
seu trabalfio
consume
constitue
constituo uiu successo na presente
um —- época.
~r - - Conseguiu • . ^ aos
~ ii f ~ A o AAcriiAirn.:dar ao SCU ortll é utilisal-a. .... ■ c • • „ , to
seus formosos olhos a fixidade e o pasmo da cegueira ,; ao seu Jesuina foi incumbida de papel muito inferior ao seu ta-
rosto a expressão de bondade e candura que caracterisa a in- lento; ainda assim tratou-o como os bons artistas tratam sem-
feliz ceguinha;
ceguinba; teve lagrimas na voz, disse sempre com corre correc-- pre as mais insignificantes partes de que são incumbidos. _
cão
ção e sentimento; fez principalmente com primor mexcedivel inexcedivel ia Todos os restantes actores ce actrizes estiveram muito abaixo
seena á porta da egreja. Promettedor é, pois, o talento que
scena qu< dos papeis que lhes foram confiados.
1
assim se manifesta já. já. .
Barbara foi novamente uma digna rival de Sophie Ilamet, Hamet, a RECBEIOS AVH1TTOYNE
RECREIOS WH1TTOYNE
eximia interpreto
interprete da velha Frochard da Porte-Samt-Martm. U
publico, nas suas ingénuas expansões de sentimentos genero- O sr. Molina não descança ou antes nem mesmo chega a can- -an
sos, pateia todas as noites esta actriz, eo a pateada ao desem- çar. Elie escriptura tudo quanto encontra, tudo quanto lhe pa-
penho de.taesde taes papeis é sempre uma gloria. rece que podepôde agradar ec sobretudo dar dinheiro.
Emília
Emilia dos Anjos, ainda que fôra fóra do genero em que o seu Agora
Ag ra temos a companhia franceza, uma companhia de se seis
talento mais se rc manifesta, foi distincta e concorreu para o bom artistas todos bons, e que vem provar mais uma vez que a qua-
êxito da peça. lidade
idade é preferível
preferivel á quantidade.
^Antonio
Antonio Pedro, bem como sempre eo distinctissimo na scena Pouco mas bom, foi o que disse o sr. Molina quando enviou
do quadro quarto, á porta da egroja egreja o na do quadro sétimo, em ao sr. Soares a companhia franceza.
que lucta com o irmão até o matar e em que» que* parece transhgu-
transfigu- Os reclamas
reclames foram péquenos,
pequenos, faltaram as locaes, os adjecti-
rar-so.
ia
s n vos laudatorios não tiveram grande gasto, mas a companhia
(>il
Gil muimuito bem. Perfeita
io bem. Perfeita caracterisação,
caracterisação, verdadeira
verdadeira intenção
intenção
chegou, cantou e agradou.
cheirou, . . .
á phrase, nada lhe faltou para realce do seu antipathico papei papel. (Como
omo jájá disse, todos os artistas tem merecimento e como to-
José Bento agradou-nos u'esta n'esta peça mais do que era cm nenhuma das as companhias, esta tem também a sua etoile «toite.
outra. Foi digno e energicoenérgico e notou-se-lhe menos affectação affectaçao do M elle
éUe Pauline Lnigini é uma cantora notabillissima, parece
que aquella com que costuma representar. Tom Tem muitos dotes conhecer todos os segredos do canto, e é prodígiosa na vocali-
este artista eo o publico distingue-o sempre com applausos. sacão.
saeão. Ao canto dá um mimo, uma expressão admiráveis, sus
áparte um pouco de
Salazar, ápárte do enfatuado na, phrase que se lhe lfie tenta perfeitamente os mais extensos trinados e executa aa as es-
nota muitas vezes, houve-se com muita distincçâo distracção e ganhou caías efiomatiess chromaticas perfeitamente.
perfeitamente. A A ,na
sna voavoa •*•».»*>*!> em ™
grande victoria sobre o actor que primeiramente desempenhou umas notas agudas muito firmes e claras. Como actriz tem
cm D. Maria o papel de conde. Taça;
"raça; diz muito bem e com com.aa malícia
malicia tão peculiar nos france-
Mollo
Mello mostra sempre que é artista de muito merecimento. zes • não lhe falta a verve e a coquetterie. coqmttertk: . ,T ,
N'um engraçado papel de criado fez rir a platéa e agradou a ' No desempenho da opereta Les noces de Jeannette, de Mas Massé, sé,
toda a critica. ^ . .,
foi entusiasticamente applaudida pela maneira notave notável por p que q
Emilia Candida, Virginia, Pereira, Ferreira, M. d Almeida, cantou a aria, a romanza romancee o duetto com o sr. Marchand.
Sousa e Farrusca satisfizeram nos pequenos papeis de que se iA _A outra artista, M.clle
M.eUe Champuis, mostrou na opera Pomme Pommede de
incumbiram e coube-lhes inquestionavelmente parte dos applau-
Api, de Offenbach, que é uma actriz muito espirituosa. Sabe
sos em que o publico foi prodigo.

t
ARTE DRAMATI&A
A AME DRAMATICA 3
=1

liar
dar aos papeis um ar malicioso muito engraçado. A vuz
voz é6 fraca
mas harmoniosa. XUXISGEXJX»J5k.3SrEJ5K.
Marehand
Marchand é um bum
bom actor comico ; como cantor não desatina,
desafina,
como actor tem graça sem exagerar. São duas boas qualidades.
Os demais artistas não tiveram ainda papeis onde podessem
podesscm
sobresair. Aguardamos a sua estreia e alors nous parlerons.
pãrlerons. Teem-se infelizmente agravado os padecimentos padcciméntos do exímioeximio
actòr José Carlos dos Santos. Desejanios-lhe
actor Desejamos-lhe promptas melhoras.
Ruy Vaz. *
* *
Latino Coelhc
Coelho traduziu com o titulo de Casamento* Casamentos lastaracs
bastardos
THEATBO BAQTJET
THEATRO BAQUE T (Porto) a comedia em quatro actos, Fatia: Faux manages. menages.
*
* *
Não só pelo desejo de nõticiármusnoticiarmos quanto fossa
possa interessar
aos nossos leitores, mas principalmente por Se se fazer plena jus- Amelia Vieira realisa o seu beneficio com a reprise do drama
tiça ao dÍ8tincto
distincto ensaiador Leopoldo de Carvalho, publicamos A avó e a primeira representação da lindíssima comedia, ulti-
em seguida parte do que a Lucta, importante jornal do Porto, mamente representada em Paris, no theatro do lo Vaudc
Vaudeville,
ille,
escreveu sobre a pr ;
primeira
moira representação do dramá
drama O cunhado, Premier
Fremiti Avnl,
AvrUj traduzida
traduziu,, pelo sr. Antonio Ennes com o titulo
título
no theatro Baquet. — Cm Um susto. " ■ ■ -
#*
■ Todos Todos os mais
os mais jornaes d'aquella
jornaes cidade
d'aquella teceram
cidade eguaes
teceram elo-elo-• . o
eguaes > i < * ♦ ' *
gios ao nosso bom aínigo, amigo, a quem felicitamos pelò pelo sou
seu novo
triumpho. ' Annunciou o carta:-
Annuncíou cartaz do theatro da Rua dos Condes que a*
Eis asa3 palavras da la Lucta, que transcrevemos com a devida scena do primeiro acto acti do drama, Duas orphãs, orpbãs era pintada
vénia: Selos
peíós srs.'
srs. Procopio e Lambertini..O
Lambertini. O sr. Procopio apparccçu;»
appareceu a
declarar
eclarar quequé' riadá
nada pintára para aquelle àqueljo theatp^
theatro. Era clarís-
«Rcalisou-se hontem no theatro Baquet a festa artistica do simo que, sendo a actual emprezt
«Realisou-se empreza ao dó theatro da Rua dos as Con-
«actor Soller, com o drama em cinco actos, O cunhado, cunhadà, versão des a mesma que em tempo pôr,
pôz end
em scena em D. Maria aquelle
«do nosso
nossi amigo Borges de Avellar. drama, e tendo ainda a vista, que era muito sua porque a pa-
«A peça, do auctor d'aquella em que não ha muito tempo gou, se aproveitava d'ella e com toda a lealdade declarava
«applaudimos delirantemente Pezzana, O artigo 47, 47°, affigura- quem a pintara, visto ter de dizer que o resto do scenario era
«se-nos muito superior a este ultimo no desenho dos caracte- dó do sr. Machado. O sr. Procopio quiz retribuir a delicadeza de
«res principaes—Céneri,
principaes — Céneri, o barão e Helena, ee'no òxhu- quem redigiu o cartaz
no trama exhu- artaz com a disparatada declaração de qué que
«burante de situações dramaticas, cheias de interesse e quasi nada pintára para a Rua dos Condes!... O sr. Procopio pintouas
«sempre de verdade. uma scena que lhe encommendaram, e a empreza Santos & C. 0.
«No desempenho, confiado a artistas demasiado conhecidos e«tá está no seu direito de se aproveitar d'ella onde entender, por-
«do publico, reconheceu-se desde o principio do primeiro acto que é muito sua. oua. O theatro da Rua dos Condes não ião deslu
deslustra
stra
«o dedo intelligente do novo ensaiador da companhia, o sr. Leo- os pincéis do sr. Procopio e é realmente magnifico o seu traba-
«poldo de Carvalho. A scena estava sempre «cheia», quer fosse lho que ali appareceu. *
«um só, quer fossem muitos os personagens que se agitassem b ■ j ) . * * * •*'
«n'ella. Havia em tudo uma animação, uma vida, e sobretudo
«uma afinação, para nos servirmos do termo proprio, a que não No mez de março vão fazer parte da companhia do theatro
«estávamos habituados, e que impressionou agradavelmente o da Rua dos Condes o actor Simões e seu filho, que ultimamente
<«espectador.»
ispectador.» no Brazil revelou muita .vocação vocação para a seena. Cremos que a
—•*—-«g "1 """ 1 primeira peça em que representarão
rcpresentarãi será o drama O Centenario.
.. *
THEATBO DE
THEATRO BE "VABIEDADE
VARIEDADES S #* *#
Tem-estado
Tem estado gravemente enfermo o estimado actor Bayard/
Bayard.
i
Durante muito tempo, se nos theatros do Principe Real, Rua i #*
4■s *
dos Condes ou Variedades era justamente pateada uma opera
cómica, não se lançava isso á conta do bom'senso bom senso do publico; Falleceu o tabellião Joilo João Baptista Ferreira, traductor de va-
mas antes se proclamava que as pateadas eram encommenda- rias peças representadas nos theatros de Lisboa.
das pelo sr. Francisco Palha. Passaram tempos e todos se con- i * ,
* #*
venceram de que o sr. Palha só guerreava os seus competido-
res, fazendo sobresahir ai as peças que punha em scena pelo bom Salvini está dando uma serie de recitas em Bruxellas.
desempenho e excedente
cxcellente mise-en-scene. Os theatros da baixa dei- *
* * *
xaram em paz as operas cómicas e o sr. Palha perdeu o cara-
cter de tyránno.
tyranno. Parece não se realisar a vinda a Lisboa da dá cantora Patti o
Hoje o encargo de promotor de pateadas pateadas éó distribuído ao re- do tenor Nicolini.
*
dactor d'osta folha sempre que se representa uma revista do an- * *
no que ello
noque elle não escreveu.
Seria demasiada honra suppôr que todos os espectadores qu quer O beneficio do actor Brazão realisa-se na noite de 15 do cor-
na platea ec cam camarotes assistiram á primeira representação da rente com o drama Kean, traduzido pelo sr. José Antonio de
rotes'assistiram
Revista do anno de ãe 1877 no theatro das Variedades se moveram Freitas. *
á nossa voz; mas mas-por por demasiada a rejeitamos. * *
Poucas vezes temos assistido a recita tão tumultuosa. A pa-
teada estrondosa, os assobios, os apupos, os-ditos ditos provocantes, Ensaia-se no theatro da Rua dos Co' Condes
<des o drama original,
tudo se confundia com o charivari que ia no palco ec que não
tudo- em um prologo e
o quatro actos, Mysterios de Lisboa, tomando
tem classificação. i ■ parte no desempenho os seguintes artistas: Beatriz, Barbara,
Não falíamos da peça porque nem-bem nem bem a ouvimos, e poderia Joanna Carlota, Emilia Candida, Salazar, Pereira, José Bento,
alguém taxar de suspeita a nossa opinião. Mello, Ferreira, M. d'Almeida, Sousa, Miranda e Silva.
Sóbe á scena no dia 18 do corrente, em beneficio do snsaia-
i / dor, o sr. Alcantara Chaves.
ANTIGO CIRCO CERDO PRICE
, ' * * *
*.*
Appareceu inquestionavelmente um digno successor de Thomaz A actriz Virginia realisa o seu beneficio com a traducçáo
traducção do
Era pouco tempo tres novidades no circo. Quando o nosso
Price. Em drama — La Prière des naufragas.
naufragls.
publico parecia indifferente
indifibrente a qualquer espectáculo e perfeita- I
."}!* * *
mente disposto a não sair de casa, a curiosidade é-lhe desper-
tada de fórma,
forma, que o velho circo está sempre cheio. Depois de Ás nossas actrizes em especial e cm geral a todas as nossas
cm especial,"e
M.me Vidal, uma intrépida e formosa amazona, Mr. Vidal, um elegantes leitoras recommendamos, na certeza de lhes prestar-
genero; após este, nada1 menos
artista distinctissimo no seu género; monos de excellente atelier da sr.a D. Maria Ce-
mos um bom serviço, o cxcellente
tres grandes elephantes, domesticados ao ultimo ponto. 1 1 cilia da Conceição d'Almeida Fernandes. Pela profusão e va-
vêl-os, que em breve todas estas novidades serão
Corram a .vêl-os, riedade de chapéos feitos pelos últimos modelos, pelo bom gosto
substituídas por outras maravilhas."
substituidas maravilhas. que
H ae preside a todas as obras de costura e ainda pela modici-
4 A ARTE DRAMATICA

dade dos preços, é sem duvida uma das primeiras a casa casa da onde representarão no theatro dirigido pelo actor Silveira, indo
sr.*1 D. Maria Cecilia, modista de sua magestade a rainha. Esta
sr. em seguida ao Rio Grande, e na volta a Pernambuco e á Bahia.
casa § dirigida pelo
pelo. sr. Marcos Maria
Ma* a Fernandes, cavalheiro O reportorio d'estes artistas é o seguinte: A emigração, O
dotado de uma extrema honradez e de. uma afabilidade de ca- saltimbanco, Os engeitados, A morgadinha de Valjlor, O actor,
racter, digna das maiores sympathias. Os ladrões de Lisboa, A torre de Babel, O palhaço, O paraly-
A casa de modas da travessa de Santa Justa é6 d'aquellas
d aquellas tica e A roca de Hercules.
que por si se recommendam e que dão honra a uma capital. * *
*
't i ' '
* * *# Furtado Coelho alugou por cinco annos no Rio de Janeiro o
Recebemos e muito agradecemos o novo livro do sr. Manuel theatro do Casino.
um solteirão, collecçào #
Pereira Lobato, Memorias de urr. solteirão, primeiro, da collccçao * *
— Divórcios e adultérios. O titulo disperta-nos tamanha curiosi-
—Divórcios
dade, que o vamos ler já, e no proximo numero d'elle fallare- A companhia do actor Soares
S',arcs vae brevemente dar algumas
mos. recitas a Lamego.
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*♦ * * * * ♦*
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Nas noites de 3
3. e 4 do corrente tiveram logar as reciias
recitas de Está em Lisboa a actriz franceza Marie Denis.
inauguração do Thectro
Theatro Antonio Ennes, estabelecido no collegio *
da rua Formosa, de que é director o sr. Barros Proença. Com- * ft*
pôz-se o espectáculo da comedia em tres actos, Ouros, copas, Antonio Pedro realisa o seu beneficio em fevereiro, com
com a
espadas e paus, da comedia em um acto, A gravata branca e da primeira representação do drama original cmem quatro actos, O
poesia do sr. Rocha, Ao successor de Garrett. Antonio Ennes actor, em que desempenha talvez o papel mais difficil de todo
foi victoriado, assim como o ensaiador Leoni, as actrizes Ame- 0o seu vasto reportorio.
*
lia Barros, Estephania e Maria Carolina e os jovens curiosos. * *
O espectáculo correu muito animado.
Agradecemos o convite que nos foi dirigido. Muito cordealmente'agradecemos
cordealmente agradecemos as delicadas felicitações com
que nos honraram a digna empreza do theatro da Rua dos Con-
* * ♦
* des e os estimáveis artistas do theatro da Trindade.
Augusto Rosa realisa o seu beneficio com a traducção da ul- * * *
tima comedia de Meilhac e Halevy, A cigarra, e a comedia ori- >
ginal de Gervásio Lobato, No seio da
dafamilia.
família. Dois moços de bastante merecimento escreveram uma come-
dia em dois actos com o titulo
titulo—— No carnaval—que está cheia
' * * * de interessantíssimos episódios comicos, recheiada de bons di-
Por absoluta falta de espaço não publicamos hoje o terceiro tos, e perfeitamente apropriada á epoça época a que se destina.
artigo sobre a Associação Musica e o Monte-pio Phylarmonico. #* * *
Sairá no proximo numero.
Reabre hoje com o drama — Ltberaes Liberaes e realistas — o theatro
* * *» do Principe Real. A companhia é formada pelos seguintes ar-
Deixaram de fazer parte da companhia do theatro do Gym- tistas : Apollinario, Lima, Costa, Joaquim Bento, Carvalho,
nasio os actores Gaspar e Costa. Corrêa, Ferreira.
Ferreira, J. Ferreira, Maria d'Azevedo, Maria do Céo,
Joanna, Gertrudes e Amelia Vianna.
* * *
Vão entrar em ensaios as applaudidas peças — Ruas de Lis-
Espera-se que suba ainda este mez á scena em S. Carlos a boa oe Fidalgos e operários.
opera de Verdi, Aida. *
* * * * *
\ Entrou em'ensaios cm em S. Carlos a opera—Baile
opera — Baile deae mascara«.
mascaras.
Morreu no Porto a actriz Romana, que nos theatros de Lis- *
boa foi em
cm tempo notada pela sua extrema formosura., * *
Ensaia-se na Trindade uma opereta com oo'titulo titulo —
— Pobre
Pobre
* * *
povo!
Fallcceu
Falleceu o novel actor Ernesto Cesar dos Santos, que na
época passada fez parte da companhia do theatro do Principe EXPEDIENTE
Real.
* * * Não so se acceitam
acecitam assignaturas
assignaturns para estojor- este jor-
nal. Oudu
uni. Cada numero avulso custa casta IO réis.
Tres festejados cscriptores
escriptores dramáticos vão'
vão escrever em col- Toda a' a correspondência devo deve sor*
ser dirigida
laboraçao um drama popular em dezeseis actos, que se repre- ao proprietário e
laboração o redactor da ABTE ARTE DRA-
sentará em tres noites seguidas. MATICA, rua rna Oriental do Passeio, 148, 14®, #2.*
Í3.'
* O ii.°
n.° Í23 publiear-se-ha
pul»liear-so-lia no dia ÍÍ7
S7 do cor-
* ♦* rente.
A actriz Falco faz beneficio com a primeira representação do
drama — A morgadinha dos Canaviaes—extrahido do romance
d'este titulo, de Julio Diniz. 1
ANNUNCIOS
*
♦ *
Miss Lurline, a celebre Rainha das Aguas, volta a Portugal
em março do corrente anno, dirigindo-se primeiro ao Porto,
Braga ec Coimbra e vindo cm
Brags em seguida reapparecer ao publico DRAMAS e COMEDIAS
no theatro Apollo dos Recreios Whittoync. HA grande variedade, assim como scenas scenas-comicas.
cómicas;"Exempla-
Exempla-
♦* res raros de algumas peças, outras manuscriptas, musicas
* * de couplets e de operetas. — Livraria Marques, rua Nova do
O actor Posser já não realisa o seu beneficio com o drama Carmo, 72.
— Os dois renegidos,
reneg idos, mas sim com a Morgadinha de Valjlor,
Valflor,
desempenhada por elle ellc ec a sociedade Taborda no theatro da COMPRA-SE por 200 réis o n.° 1 da Arte Dramatica, na li-
Trindade em a noite de 23 do corrente. vraria dos srs. Pacheco & Carmo, rua ima do Ouro, 136.
* UM professor de instrucção primaria, com longa pratica de
* *
ensino, offereco
offerece o seu préstimo ás pessoas que desejarem
O sr. Silva Vianna imitou do hespanhol uma bonita comedia mandar .instruirinstruir seus filhos nos principios
princípios positivos scientificos,
a que deu o titulo de Guerra ás mulheres. preparando-os
preparando-08 assim a entrarem melhor oe mais conveniente-
* mente na vida social. Dão-se
Dào-se informações na calçada do Com-
* *
bro, 45 e 47.
Devem partir no mez de março para o Brazil os actores An-
tonio Pedro, Gil e Posser. Vão directamente ao Rio de Janeiro, TYPOGRAPHIA —RUA DOS CALAFATES, 191, 1.*
TYPOGRAPIIIA—RUA

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