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ESTUDO EXPERIMENTAL DE SOLO


REFORÇADO COM FIBRA DE COCO VERDE
PARA CARREGAMENTOS ESTÁTICOS EM
OBRAS GEOTÉCNICAS

RAFAEL EDUARDO ZACCOUR BOLAÑOS


MICHÉLE DAL TOÉ CASAGRANDE

GOIÂNIA
2017
RAFAEL EDUARDO ZACCOUR BOLAÑOS
MICHÉLE DAL TOÉ CASAGRANDE

ESTUDO EXPERIMENTAL DE SOLO REFORÇADO


COM FIBRA DE COCO VERDE PARA
CARREGAMENTOS ESTÁTICOS EM OBRAS
GEOTÉCNICAS

Monografia apresentada na disciplina Metodologia


Científica do Curso de Graduação em Engenharia Civil
da Universidade Federal de Goiás.
Orientador: Renato Angelim

GOIÂNIA
2017

RESUMO
Apresenta-se o estudo experimental do comportamento de um solo argiloso reforçado e não reforçado
com fibras de coco verde (resíduo proveniente do consumo da água de coco), através da realização de
ensaios de compactação e de ensaios triaxiais isotropicamente drenados. Dados da análise
granulométrica, limites de liquidez e de plasticidade, bem como o peso específico dos grãos,

R. E. Z. BOLAÑOS, M. D. T. CASAGRANDE
previamente conhecidos, também são fornecidos. A fibra de coco utilizada é obtida por processo
mecânico na empresa ECOFIBRA, que possui uma parceria com a Companhia de Limpeza Urbana da
cidade do Rio de Janeiro (COMLURB) em projeto piloto de coleta seletiva das casca de coco verde. O
material recebido foi cortado no comprimento aproximado de 2 cm, enquanto que o seu diâmetro não é
constante, por se tratar de uma fibra natural. O solo, de origem coluvionar, é retirado do campo
experimental da PUC-Rio. Busca-se estabelecer padrões de comportamento que possam explicar a
influência da adição da fibra de coco verde, relacionando-a com os parâmetros de resistência ao
cisalhamento e deformação do solo. Os ensaios foram realizados em amostras compactadas na
densidade máxima e umidade ótima, com teores de fibra nas proporções de 0,5%, 0,75%, 1%, 1,25% e
1,5%, em relação ao peso seco do solo. Comprova-se a existência de um incremento na resistência ao
cisalhamento das misturas solo-fibra, uma vez que se observou um expressivo aumento da coesão das
misturas, além de um discreto aumento do ângulo de atrito, em comparação aos dados obtidos para o
solo puro. Os resultados se mostraram satisfatórios para aplicação do solo reforçado com a fibra de
coco em camadas de aterros submetidos a carregamentos estáticos, tais como aterros sanitários e
aterros sobre solos moles, dando assim uma destinação mais sustentável a esse resíduo.

Palavras-chave: Fibras naturais. Solos reforçados. Sustentabilidade.

R. E. Z. BOLAÑOS, M. D. T. CASAGRANDE
LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 - Corte longitudinal do coco......................................................................................9


Figura 2.1 - Fibra de coco beneficiada......................................................................................10
Figura 2.2 - Mistura solo-fibra..................................................................................................11
Figura 3.1 - Curva granulométrica do solo...............................................................................13
Figura 3.2 - Curva de compactação do solo puro e das misturas solo-fibra.............................13
Figura 3.3 - Corpo-de-prova antes do ensaio............................................................................14
Figura 3.4 - Ensaio triaxial isotropicamente drenado...............................................................15
Figura 3.5 - Tensão desviadora x def. axial e Variação volumétrica x def. axial para tensão
confinante de 50kPa..................................................................................................................16
Figura 3.6 - Tensão desviadora x def. axial e Variação volumétrica x def. axial para tensão confinante
de 150kPa..................................................................................................................................17
Figura 3.7 - Tensão desviadora x def. axial e Variação volumétrica x def. axial para tensão confinante
de 300kPa..................................................................................................................................18
Figura 3.8 - Envoltórias p’x q...................................................................................................19

R. E. Z. BOLAÑOS, M. D. T. CASAGRANDE
LISTA DE QUADROS

Tabela 3.1 - Parâmetros de resistência c’ e ϕ’ do solo puro e das misturas..............................19

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


CH Argilas Inorgânicas de Alta Plasticidade
CID Consolidado Isotropicamente Drenado
COMLURB Companhia Municipal de Limpeza Urbana
IP Índice de Plasticidade

R. E. Z. BOLAÑOS, M. D. T. CASAGRANDE
LL Limite de Liquidez
LP Limite de Plasticidade
NBR Normas Brasileiras
PUC Pontifícia Universidade Católica
SECONSERVA Secretaria de Conservação e Serviços Públicos
SMAC Secretaria Municipal de Meio Ambiente

LISTA DE SÍMBOLOS

wótm Umidade ótima de compactação


γdmáx Peso específico aparente seco máximo
Gs Densidade real dos grãos
σ Tensão desviadora
p’ e q' Parâmetros de tensão
c’ Coesão efetiva
ϕ’ Ângulo de atrito efetivo
a’ e α’ Parâmetros de resistência

R. E. Z. BOLAÑOS, M. D. T. CASAGRANDE
R. E. Z. BOLAÑOS, M. D. T. CASAGRANDE
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................8

2 PROGRAMA EXPERIMENTAL..................................................................................10

2.1 FIBRAS DE COCO..................................................................................................10

2.2 PREPARAÇÃO DAS AMOSTRAS........................................................................11

2.3 ENSAIOS DE COMPACTAÇÃO...........................................................................11

2.4 ENSAIOS TRIAXIAIS CID....................................................................................12

3 RESULTADOS E ANÁLISES........................................................................................12

3.1 DENSIDADE REAL DOS GRÃOS (Gs).....................................................................12

3.2 LIMITES DE ATTERBERG........................................................................................12

3.3 ANÁLISE GRANULOMÉTRICA...............................................................................12

3.4 ENSAIOS DE COMPACTAÇÃO................................................................................13

3.5 ENSAIOS TRIAXIAIS CID.........................................................................................14

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................19

Referências................................................................................................................................20

R. E. Z. BOLAÑOS, M. D. T. CASAGRANDE
Estudo Experimental de Solo Reforçado com Fibra de Coco Para Carregamentos Estáticos em ...
9

1 INTRODUÇÃO

Um dos muitos desafios dos engenheiros geotécnicos é garantir, através de um projeto de


engenharia, que um determinado solo resista mecanicamente às solicitações estimadas.
Muitas vezes, tais solicitações estão além da capacidade de resistência do solo sobre o
qual se quer construir e então, é necessário que ocorra algum tipo de intervenção.

Dentre as opções de intervenção com a qual os engenheiros geotécnicos têm à disposição,


podemos citar a possibilidade de remover o material existente no local e substituí-lo por
outro com características adequadas ou, modificar e melhorar as propriedades do solo
existente por meio de compactação mecânica, estabilização por processos químicos ou
também, a adição de algum elemento de reforço, tais como geotêxteis, grelhas, tiras,
fibras.

A introdução de um elemento reforço como tiras ou fibras resulta em um material


conhecido como compósito, na verdade, trata-se da união de dois matérias com
propriedades distintas (o solo e o elemento de reforço), que juntas, adquirem
propriedades distintas das propriedades de seus constituintes individualmente (Budinski,
1996).

Os compósitos formados por solo e fibra tem sido muito estudados em diversas regiões
do planeta. Em geral, as fibras contribuem para o aumento da resistência do compósito,
uma vez que lhe confere um aumento de tenacidade (capacidade de resistir à propagação
de fissuras pré-existentes), fazendo com que assim, o material apresente uma maior
resistência à esforços de tração (Taylor, 1994).

O coco verde, habitualmente vendido em cidades praianas para consumo de sua água,
possui a maior parte de seu volume e peso concentrado em sua casca. Essa casca,
conhecida pelo nome de mesocarpo é na verdade composta por fibras, que vem sendo
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empregada cada vez mais em diversas finalidades. A figura 1.1 exemplifica as diferentes
partes do coco.

Figura 1.1 - Corte longitudinal do coco

O consumo do coco verde vem crescendo ano após ano, e como isso, cresce também a
quantidade de resido gerado com seu comércio. Estima-se que na cidade do Rio de
Janeiro, entre 1,1% e 3,4% do resíduo sólido urbano é composto por cascas de coco verde
(Passos, 2005), o que representa um grande impacto nos aterros sanitários.

Como resposta a essa questão, a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro vem realizando
um Projeto Piloto de coleta seletiva Coco Verde, coordenado pela Secretaria de Meio
Ambiente da Cidade do Rio de Janeiro (SMAC) e com a participação da Companhia de
Limpeza Urbana (COMLURB) e da Secretaria de Conservação e Serviços Públicos
(SECONSERVA) que realiza a segregação, coleta e a entrega à empresa ECOFIBRA,
para beneficiamento da fibra da casca de coco verde e seus derivados (Dias e Silva,
2012).

A fibra de coco apresenta propriedades mecânicas modestas, quando comparadas a fibras


sintéticas utilizadas em diversos compósitos, incluindo aplicações em reforço de solos.
Entretanto, essa fibra possui um baixo custo de produção e gasto de energia, e seu
emprego como material de reforço implica numa diminuição da geração de resíduos nas
cidades. Tal fato, é a justificativa para se determinar a viabilidade do uso deste material
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como elemento de reforço. O objetivo deste trabalho foi estimar a influência desta fibra
no incremento de resistência ao cisalhamento de solo submetidos a carregamentos
estáticos. Todavia, cabe lembrar que por se tratar de uma fibra natural, e por tanto,
passível de sofrer com a decomposição ao longo do tempo, é necessário que se realizem
estudos para se encontrar formas de proteger este material da decomposição química e
biológica, de forma que a fibra de coco possa, eventualmente, ser empregada não só em
obras temporárias, mas também, em obras permanentes.

2 PROGRAMA
EXPERIMENTAL

Para a realização dessa pesquisa utilizou-se um solo maduro, coluvionar, argilo-arenoso,


coletado no Campo Experimental II, localizado no campus da Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro.

Este solo possui características de tonalidade vermelha amarelada, textura microgranular


e aspecto homogêneo, sendo constituído basicamente por quartzo, granada alterada,
argilominerais (essencialmente caulinita) e óxidos de ferro e alumínio, como produto do
intemperismo dos minerais primários da biotita gnaisse.

2.1 FIBRAS DE COCO

As fibras de coco utilizadas nessa pesquisa são provenientes da ECOFIBRA, empresa


responsável pelo beneficiamento da casca do coco verde. As fibra de coco vieram secas,
soltas e com comprimentos que variavam entre 8cm e 25cm aproximadamente (Fig. 2.1).
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Utilizando tesouras e gabaritos, as fibras foram cortadas com um comprimento de 2cm,
podendo haver uma variação de até 2mm, para mais ou para menos. Não se pode precisar
o diâmetro das fibras utilizadas, já existe uma variação muito grande de fibra para fibra e
até mesmo em uma fibra ao longo de seu comprimento.

Figura 2.2 - Fibra de coco beneficiada

2.2 PREPARAÇÃO DAS AMOSTRAS

Foram ensaiados 5 diferentes teores de fibra, misturados ao solo de forma aleatória, cujos
valores foram de 0,5%, 0,75%, 1,0%, 1,25% e 1,5%, além de ter havido ensaios com o
solo puro (Fig. 2.2). As misturas foram calculadas com respeito à massa total do solo
seco. As misturas foram feitas primeiramente para o ensaio de compactação, no qual se
deseja descobrir a umidade ótima de cada mistura.
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Figura 2.3 - Mistura solo-fibra

Uma vez conhecida a umidade ótima, através da curva de compactação, este valor é
adotado como umidade utilizada para elaborar a mistura destinadas para a confecção dos
corpos de prova a serem usados nos ensaios triaxiais CID.

2.3 ENSAIOS DE COMPACTAÇÃO

Os ensaios de compactação foram realizados com o intuito de se determinar a umidade


ótima de compactação (wótm) e o peso específico aparente seco máximo (γdmáx) dos
materiais e das misturas. Foram realizados segundo as diretrizes da norma NBR 7182 da
ABNT, utilizando-se a energia de compactação Proctor Normal e com reuso de material,
adotando-se o reuso do material.
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2.4 ENSAIOS TRIAXIAIS CID

Os ensaios triaxiais realizados no presente trabalho são do tipo Consolidado


Isotropicamente Drenado (CID) e foram executados no Laboratório de Geotecnia e Meio
Ambiente da PUC-Rio.

3 RESULTADOS E
ANÁLISES

3.1 DENSIDADE REAL DOS GRÃOS (Gs)

A densidade real dos grãos (Gs) do solo ensaiado foi encontrada através da média obtida
em quatro ensaios, tendo havido uma variação de 1,2 %. O resultado encontrado foi um
Gs de 2,72.

3.2 LIMITES DE ATTERBERG

Seguindo as normas NBR 6459/1984 – Determinação do Limite de Liquidez e NBR


7180/1984 – Determinação do Limite de Plasticidade, obteve-se para o Limite de
Liquidez (LL) e para o Limite de Plasticidade (LP), respectivamente, os valores de 54% e
38%. O índice de plasticidade (IP), definido como a diferença entre os valores do Limite
de Liquidez e do Limite de Plasticidade, é de 16%.

3.3 ANÁLISE GRANULOMÉTRICA

O ensaio de análise granulométrica do solo argiloso (Fig. 3.1) forneceu um


comportamento comparável com o obtido em pesquisas precedentes. Assim, para
amostras situadas em profundidades parecidas as porcentagens de material passantes na
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peneira #200 e retidas nesta, são parecidas. O solo argiloso coluvionar do campo
experimental da Puc é classificado como CH, sendo a uma argila arenosa.

Figura 3.4 - Curva granulométrica do solo

3.4 ENSAIOS DE COMPACTAÇÃO

A curva de compactação Proctor Normal do solo puro e das misturas solo-fibra (Fig. 3.2)
foi elabora a fim de se conhecer a umidade ótima de cada mistura.
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Figura 3.5 - Curva de compactação do solo puro e das misturas solo-fibra

Pode-se perceber que a inclusão das fibras diminui a densidade da mistura com respeito
ao solo puro, contudo, não foi possível estabelecer uma relação direta entre o aumento do
teor de fibra e a diminuição da densidade, quer dizer, uma amostra com um maior teor de
fibra não é necessariamente menos densa que uma amostra com um menor teor de fibra.

Também não é possível estabelecer uma relação direta entre a variação do teor de fibras e
o valor da umidade ótima. A amostra compactada com 0,75% de teor de fibra apresentou
uma umidade ótima inferior a do solo puro, a amostra com 1,0% de fibra apresentou uma
umidade ótima similar a do solo puro e as demais amostras apresentaram umidades
ótimas maiores que a do solo puro. Os valores de densidade máximas encontradas para as
fibras cortadas varia entre 1,48 e 1,55, ou seja, entre 0,02 e 0,09 a menos que a densidade
máxima do solo puro, enquanto a umidade ótima para essas misturas variam entre 23% e
26%, ou seja, 1,5% a mais e a menos do que a umidade ótima do solo puro.

3.5 ENSAIOS TRIAXIAIS CID

Foram moldados três corpos de prova para o solo puro e três para cada mistura solo-fibra
(Fig. 3.3), compactados com a umidade ótima e ensaiados no equipamento triaxial do
Laboratório de Geotecnia e Meio Ambiente da PUC-Rio. O tipo de ensaio triaxial
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realizado foi o Consolidado Isotropicamente Drenado (Fig. 3.4) a partir dos quais se
obteve os valores de tensão desviadora (σ1 - σ3) e de deformação, para diferentes valores
de tensão de confinamento (50kPa, 150kPa e 300kPa).

Figura 3.6 - Corpo-de-prova antes do ensaio

A partir dos resultados obtidos, e utilizando as definições de p’ e q’, foram feitas as


trajetória de tensões, de onde se pode extrair os parâmetros de resistência a’ e α’, e que
com os quais, pode-se determinar os parâmetros do critério de mohr-coulomb c’ e ϕ’.
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Figura 3.7 - Ensaio triaxial isotropicamente drenado

As curvas de tensão desviadora x deformação axial e de variação volumétrica x


deformação axial para as tensões confinantes de 50kPa (Fig. 3.5), 150kPa (Fig. 3.6) e
300kPa (Fig. 3.7) apresentam informações relevantes a respeito do comportamento do
solo reforçado com a fibra de coco.
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Figura 3.8 - Tensão desviadora x def. axial e Variação volumétrica x def. axial para tensão confinante de
50kPa
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Figura 3.9 - Tensão desviadora x def. axial e Variação volumétrica x def. axial para tensão confinante de
150kPa
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Figura 3.10 - Tensão desviadora x def. axial e Variação volumétrica x def. axial para tensão confinante de
300kPa

As amostras reforçadas com fibra apresentaram um comportamento dúctil, não sendo


observado um pico de ruptura nos gráficos tensão desviadora x deformação axial. Esse
comportamento pode ser explicado pelo fato das fibras trabalharem evitando a
propagação das fissuras que surgem na amostra a medida que esta vai sendo cisalhada.
Devido a ausência de um pico de ruptura, com o qual se poderia determinar os valores
finais de σ1 e σ3, e assim, elaborar as trajetórias de tensão, optou-se por usar os valores
de tensão obtidos em todos os ensaios, para uma deformação axial de 15%. Assim, os
valores dos parâmetros de resistência que serão apresentados a seguir, são referentes a
essa deformação. A figura 3.8 apresenta a envoltória no diagrama p’ x q’, para o solo puro
e das cinco misturas de solo-fibra. Pode-se perceber que dentre todas as amostras
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testadas, a que apresentou parâmetros de resistência mais modestos foi a do solo puro,
enquanto que a amostra com 1,5% de teor de fibra (o maior teor ensaiado) apresentou os
resultados mais expressivos. A tabela 3.1 abaixo exibe os valores dos parâmetros de
resistência c’ e ϕ’ obtidos.

Figura 3.11 - Envoltórias p’x q

Tabela 3.1 - Parâmetros de resistência c’ e ϕ’ do solo puro e das misturas


TEOR FIBRA (%) c’ (kPa) ϕ’ (graus)
0 29,83 25,17
0,5 54,37 25,69
0,75 42,10 28,48
1,0 67,77 29,47
1,25 63,69 28,45
1,5 86,08 29,39
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados obtidos com os ensaios de compactação e triaxiais isotropicamente drenados


realizados permitiram que se chegasse a algumas conclusões a respeito das propriedades
mecânicas do solo argiloso reforçado com fibras de coco verde. Pode-se dizer que existe uma
expectativa bem favorável quanto ao uso deste resíduo na constituição de um material
geotécnico, tendo em vista a melhoria das propriedades mecânicas obtidas nessa pesquisa,
quando comparadas ao solo puro.

Dentre as conclusões, podemos citar que baseado nos resultados dos ensaios de compactação,
pode-se perceber uma redução do peso específico das misturas solo-fibra, com respeito ao
solo puro. Os resultados sugerem que a inclusão das fibras aumenta discretamente a umidade
ótima das misturas com fibras cortadas.

Com respeito ao resultado dos ensaios triaxiais, estes demonstraram um bom potencial para o
emprego deste material como reforço geotécnico. Dentre todos os teores testados, o teor mais
alto (1,5%) foi o que apresentou os melhores resultados de resistência ao cisalhamento. As
curvas tensão desviadora x deformação axial unitária não apresentam picos de ruptura. O
material apresenta um comportamento dúctil.

Observou-se um aumento de 4° no ângulo de atrito da mistura de 1,5% de teor de fibra, com


respeito ao solo puro. Também notou-se um aumento bastante significativo na coesão do solo
reforçado. O teor com 1,5% de fibra apresentou um aumento de 188% na coesão, em relação a
amostra de solo puro. Embora não tenha havido uma linearidade com relação ao aumento do
teor de fibra e as melhorias dos parâmetros de resistência do solo, pode-se afirmar que o
aumento do teor de fibra aumenta a resistência do solo, para a faixa de porcentagem de
reforço estudada.

Os resultados obtidos com essa pesquisa sugerem que a fibra de coco verde agrega um
incremento significativo na resistência mecânica do solo e por tanto, tem grande potencial
para ser utilizada como reforço geotécnico de baixo custo e com aspectos ambientalmente
corretos, uma vez que se trata de um resíduo urbano abundante.

R. E. Z. BOLAÑOS, M. D. T. CASAGRANDE [Digite aqui] 4. Considerações Finais


Referências

BUDINSKI, K.G. Engineering materials, properties and selection. 5. ed. New Jersey:
Prentice Hall International, 653p. 1996.

DIAS, T. M. da S.; SILVA, B. de A. Potencial de uso da fibra de coco verde em


pavimentação na cidade do Rio de Janeiro - seus benefícios para o meio ambiente. 18a
rpu – reunião de pavimentação urbana São Luís, Ma, 2012.

PASSOS, P. R. A. Destinação sustentável de cascas de coco (Cocos nucifera) verde:


obtenção de telhas e chapas de partículas. 2005. 166f. Tese (Doutorado), Universidade Federal
do Rio de Janeiro, 2005.

TAYLOR, G.D. Materials in construction. 2. ed. London: Longman Scientific & Technical,
284p. 1994.

R. E. Z. BOLAÑOS, M. D. T. CASAGRANDE [Digite aqui] Referências

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