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Escola de Capacitação Bíblica

Cursos bíblicos para os obreiros da Seara de Cristo

A doutrina do Homem
(Antropologia)
ECB 1
Escola de Capacitação Bíblica

Nosso conteúdo
O conteúdo de nossos cursos foi pesquisado e adaptado à
realidade de nossos alunos. A nossa fonte bibliográfica tem como
origem as melhores editoras Evangélicas do Brasil.

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pesquisas, leituras, digitalização, digitação, editoração e consulta
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gravação etc. - nem apropriada ou estocada em banco de dados
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Sumário da Matéria:
Introdução....................................................................................................................................................3

Capítulo 1 - DIFERENTES ANTROPOLOGIAS...................................................................................................4

Capítulo 2 - A ORIGEM DO HOMEM..............................................................................................................7

Capítulo 3 - A NATUREZA DO HOMEM........................................................................................................19

Capítulo 4 - A NATUREZA METAFÍSICA DO HOMEM....................................................................................36

Capítulo 5 - O HOMEM DIANTE DA MORTE E DA ETERNIDADE...................................................................40

Capítulo 6 - O DESTINO DO HOMEM.......................................................................................................... 50

Capítulo 7 - A DIVISÃO DOS SERES HUMANOS............................................................................................54

Capítulo 8- AS DIMENSÕES DA IMAGO DEI..................................................................................................58

Capítulo 9 - A UNIDADE DA RAÇA HUMANA................................................................................................61

Bibliografia...................................................................................................................................................69
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Introdução

Nesta matéria usamos o manual do criador, a bíblia, para


estudarmos a cerca do homem. A bíblia é o único livro que conta a
história do Homem sem erros e sem esconder os seus fracassos,
derrotas e vitórias.

A nossa antropologia – aqui -, não é científica, é religiosa e


fundamentada na Palavra de Deus. Esta antropologia é a
abordagem do ser humano sob o prisma da revelação divina.

A Antropologia científica que tem como objetivo estudar o homem


por suas características físicas.

A Antropologia Religiosa entende que o homem não é apenas um


ser vivo (animal, vegetal, Biologia), mas que o homem é um ser
Espiritual, é assim deve ser estudado de forma física-espiritual, o
que chamamos de Antropologia Religiosa.
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Capítulo 1
Diferentes Antropologias
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Definindo Antropologia
A antropologia, por definição, é o estudo do homem. A Palavra
Antropologia é uma composição Grega formada de:

ANTROPOS = Homem
LOGOS = Estudo.

Entretanto a Antropologia bíblica - Religiosa difere-se da


Antropologia científica em fundamento, abordagem e propósito:

Fundamento: encontra-se exclusivamente na Revelação


Especial de Deus ao homem.

Abordagem: feita a partir da visão bíblica do homem, e não,


como propõe a antropologia científica, do homem pelo homem.
A Antropologia Bíblica fundamenta-se na Palavra de Deus, que
afirma categoricamente: “No princípio, criou Deus os céus e a
terra... E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem,
conforme a nossa semelhança” (Gn 1.1; 1.26a).

Propósito: demonstrar a postura privilegiada do homem em


relação às demais criaturas, bem como sua atual deficiência moral
diante de Deus.

TIPOS DE ANTROPOLOGIA

Além da antropologia bíblica – religiosa, existem outros tipos


de antropologias, tais quais:

1. Antropologia Cientifica.
O estudo da espécie humana em seus aspectos biológicos (origem,
evolução, características distintivas, distribuição de subgrupos e
variedades) e comportamentais (especialmente os referentes a
costumes, técnicas e modos de vida de grupos e coletividades). É
Reflexão filosófica, de caráter abrangente e sistemático, acerca da
natureza humana.

2. Antropologia biológica
Estudo da constituição biológica da espécie humana em sua
evolução pré-histórica e em suas expressões e modificações
históricas, incluindo as características corporais e genéticas das
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diversas populações, e suas relações com os modos de vida, de
comportamento e de organização coletiva.

3. Antropologia cultural
O mesmo que antropologia social, quando a ênfase é na noção de
cultura como conjunto de processos e práticas, simbólicos, próprios
de determinados grupos sociais.

4. Antropologia física
O mesmo que antropologia biológica, quando envolve o estudo de
material paleontológico e arqueológico (ossos, artefatos etc.).

5. Antropologia social
Estudo antropológico dos aspectos e expressões coletivos da
condição humana, através de métodos de observação empírica dos
modos de vida ou das realizações culturais e materiais (costumes,
instituições, técnicas) dos diferentes povos, sociedades, grupos e
populações, e considerado como parte das ciências sociais, em
conjunto com a sociologia, a história, a geografia humana, a
economia, a linguística etc.; antropologia cultural.
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Capítulo 2
A origem do Homem
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Ao contrário do que dizem os cientistas materialistas, em sua
presunção e vanglória, o mundo e o homem não surgiram por
acaso, como lemos em Atos 17.24-26:

O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu
e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens. Nem
tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando
de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, a
respiração e todas as coisas; e de um só fez toda a geração dos
homens para habitar sobre toda a face da terra, determinando os
tempos já dantes ordenados e os limites da sua habitação.

Diz, ainda, a Palavra de Deus, em Salmos 33.6-9:

Pela palavra do Senhor foram feitos os céus; e todo o exército


deles, pelo espirito da sua boca. Ele ajunta as águas do mar como
num montão; põe os abismos em tesouros. Tema toda a terra ao
Senhor; temam-no todos os moradores do mundo. Porque falou, e
tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu.

Continuando nossa observação acerca do relato da criação,


verificaremos que a criação do homem foi diferenciada da de todos
os outros seres e elementos da natureza. Ele não foi feito a partir do
nada, mas a partir das substâncias já existentes, como frisamos a
seguir, e de um modo distinto da criação dos outros seres e das
coisas.

A criação do homem. Ainda no dia sexto da criação Deus


disse:

Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa


semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos
céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que
se move sobre a terra. E criou Deus o homem à sua imagem; à
imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou. E Deus os
abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a
terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as
aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra
(Gn 1.26-28).
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Enquanto os outros seres foram criados sob o impacto do fiat
(“faça-se”) de Deus, o homem teve criação de modo bem diferente.
Deus — hb. Elohim, expressão plural de El — concretizou o seu
projeto para criar um ser especial, de forma especial, nos atos da
criação. Assim, Ele, em conjunto com os outros componentes de
sua Unidade, que se consubstanciam na Trindade (Pai, Filho e
Espírito Santo), de modo solene e majestático, disse: “Façamos o
homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (v.24).

A criação do homem foi o coroamento da criação de Deus:

Assim, os céus, e a terra, e todo o seu exército foram acabados. E,


havendo Deus acabado no dia sétimo a sua obra, que tinha feito,
descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito. E
abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou
de toda a sua obra, que Deus criara e fizera (Gn 2.1-3).

Deus, então, “descansou”, isto é, terminou a sua obra, a criação de


todas as coisas.
O DEUS DA CRIAÇÃO

Deus se revela na Bíblia como um ser infinito, eterno, auto existente


e como a Causa Primária de tudo o que existe. Nunca houve um
momento em que Deus não existisse. Conforme afirma Moisés:
“Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o
mundo, sim, de eternidade a eternidade, tu és Deus” (Sl 90.2).
Noutras palavras, Deus existiu eterna e infinitamente antes de criar
o universo finito. Ele é anterior a toda criação, no céu e na terra,
está acima e independe dela (ver 1Tm 6.16; Cl 1.16).

Deus se revela como um ser pessoal que criou Adão e Eva “à sua
imagem” (1.27; 1.26).

Porque Adão e Eva foram criados à imagem de Deus, podiam


comunicar-se com Ele, e também com Ele ter comunhão de modo
amoroso e pessoal.

Deus também se revela como um ser moral que criou tudo bom e,
portanto, sem pecado. Ao terminar Deus a obra da criação,
contemplou tudo o que fizera e observou que era “muito bom”
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(1.31). Posto que Adão e Eva foram criados à imagem e
semelhança de Deus, eles também não tinham pecado (1.26).

O pecado entrou na existência humana quando Eva foi tentada pela


serpente, ou Satanás (Gn 3; Rm 5.12; Ap 12.9).

A ATIVIDADE DA CRIAÇÃO

(1) Deus criou todas as coisas em “os céus e a terra” (Gn 1.1;
Is40.28; 42.5; 45.18; Mc 13.19; Ef 3.9; Cl 1.16; Hb 1.2; Ap 10.6).
O verbo “criar” (hb. “bara”) é usado exclusivamente em referência a
uma atividade que somente Deus pode realizar. Significa que, num
momento específico, Deus criou a matéria e a substância, que
antes nunca existiram (Gn1. 3).

(2) A Bíblia diz que no princípio da criação a terra estava informe,


vazia e coberta de trevas (Gn 1.2).
Naquele tempo o universo não tinha a forma ordenada que tem
agora. O mundo estava vazio, sem nenhum ser vivente e destituído
do mínimo vestígio de luz. Passada essa etapa inicial, Deus criou a
luz para dissipar as trevas (Gn1. 3-5), deu forma ao universo (Gn1.
6-13) e encheu a terra de seres viventes (1.20-28).

(3) O método que Deus usou na criação foi o poder da sua palavra.
Repetidas vezes está declarado: “E disse Deus...” (1.3, 6, 9, 11, 14,
20, 24, 26). Noutras palavras, Deus falou e os céus e a terra
passaram a existir. Antes da palavra criadora de Deus, eles não
existiam (Sl 33.6,9; 148.5; Is 48.13; Rm 4.17; Hb 11.3).

A CRIAÇÃO DO HOMEM DIFERE DAS OUTRAS CRIAÇÕES

Quando Deus criou os animas, os peixes as estrelas, o sol e a lua,


Deus utilizou o verbo, a palavra para criar tudo no universo infinito e
na terra, exemplo: E disse Deus haja luz. E disse Deus haja um
firmamento no meio das águas. E Disse Deus haja luminares no
firmamento do céu. Gênesis 1.3, 7, 14. , mas na criação do homem
Deus utilizou de material já existente para fazer o corpo físico, e na
parte espiritual soprou em suas narinas, e o homem tornou-se alma
vivente. Gênesis 27.
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O HOMEM FOI CRIADO SUPERIOR AOS OUTROS SERES
VIVOS

Quando Deus criou o homem, ele já havia criado todos os outros


seres vivos, as plantas, os peixes, os animais, e por isso Deus fez o
homem superior a tudo o que existia até então, e os deu ao homem,
e disse dominai sobre os peixes do mar, sobre todas as aves do
céu, e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra.

Gênesis 1.28, o homem desde a sua criação já era superior a tudo


na terra, entre o homem e as demais criaturas existiam uma grande
diferença, o homem possuía um nível muito elevado intelectual,
moral e religioso. Gênesis 1.31, 2.19-20, Salmo 8. 4 a 8.

O PROPÓSITO E O ALVO DA CRIAÇÃO

Deus tinha razões específicas para criar o mundo.

(1) Deus criou os céus e a terra como manifestação da sua


glória, majestade e poder. Davi diz: “Os céus manifestam a glória
de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos”
(Sl 19.1; 8.1). Ao olharmos a totalidade do cosmos criado — desde
a imensa expansão do universo, à beleza e à ordem da natureza —
ficamos tomados de temor reverente ante a majestade do Senhor
Deus, nosso Criador.

(2) Deus criou os céus e a terra para receber a glória e a honra


que lhe são devidas. Todos os elementos da natureza — e.g., o
sol e a lua, as árvores da floresta, a chuva e a neve, os rios e os
córregos, as colinas e as montanhas, os animais e as aves —
rendem louvores ao Deus que os criou (Sl 98.7,8; 148.1-10; Is
55.12). Quanto mais Deus deseja e espera receber glória e louvor
dos seres humanos!

(3) Deus criou a terra para prover um lugar onde o seu


propósito e alvos para a humanidade fossem cumpridos.

(a) Deus criou Adão e Eva à sua própria imagem, para


comunhão amorável e pessoal com o ser humano por toda a
eternidade. Deus projetou o ser humano como um ser trino e uno
(corpo, alma e espírito), que possui mente, emoção e vontade, para
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que possa comunicar-se espontaneamente com Ele como Senhor,
adorá-lo e servi-lo com fé, lealdade e gratidão.

(b) Deus desejou de tal maneira esse relacionamento com a


raça humana que, quando Satanás conseguiu tentar Adão e Eva a
ponto de se rebelarem contra Deus e desobedecer ao seu
mandamento, Ele prometeu enviar um Salvador para redimir a
humanidade das consequências do pecado (Gn3. 15). Daí Deus
teria um povo para sua própria possessão, cujo prazer estaria nEle,
que o glorificaria, e que viveria em retidão e santidade diante dEle
(Is 60.21; 61.1-3; Ef 1.11,12; 1Pe 2.9).

(c) A culminação do propósito de Deus na criação está no livro


do Apocalipse, onde João descreve o fim da história com estas
palavras: “... com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo
Deus estará com eles e será o seu Deus” (Ap 21.3).

CRIAÇÃO E EVOLUÇÃO

A evolução é o ponto de vista predominante, proposto pela


comunidade científica e educacional do mundo atual, em se
tratando da origem da vida e do universo. Quem crê, de fato, na
Bíblia deve atentar para estas quatro observações a respeito da
evolução.

(1) A evolução é uma tentativa naturalista para explicar a


origem e o desenvolvimento do universo.
Tal intento começa com a pressuposição de que não existe nenhum
Criador pessoal e divino que criou e formou o mundo; pelo
contrário, tudo veio a existir mediante uma série de acontecimentos
que decorreram por acaso, ao longo de bilhões de anos. Os
postulantes da evolução alegam possuir dados científicos que
apoiam a sua hipótese.

(2) O ensino evolucionista não é realmente científico.


Segundo o método científico, toda conclusão deve basear-se em
evidências incontestáveis, oriundas de experiências que podem ser
reproduzidas em qualquer laboratório. No entanto, nenhuma
experiência foi idealizada, nem poderá sê-lo, para testar e
comprovar teorias em torno da origem da matéria a partir de um
hipotético “grande estrondo”, ou do desenvolvimento gradual dos
seres vivos, a partir das formas mais simples às mais complexas.
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Por conseguinte, a evolução é uma hipótese sem “evidência”
científica, e somente quem crê em teorias humanas é que pode
aceitá-la. A fé do povo de Deus, pelo contrário, firma-se no Senhor
e na sua revelação inspirada, a qual declara que Ele é quem criou
do nada todas as coisas (Hb 11.3).

(3) É inegável que alterações e melhoramentos ocorrem em


várias espécies de seres viventes. Por exemplo: algumas
variedades dentro de várias espécies estão se extinguindo; por
outro lado, ocasionalmente vemos novas raças surgindo dentre
algumas das espécies.

Não há, porém, nenhuma evidência, nem sequer no registro


geológico, a apoiar a teoria de que um tipo de ser vivente já evoluiu
doutro tipo. Pelo contrário, as evidências existentes apoiam a
declaração da Bíblia, que Deus criou cada criatura vivente
“conforme a sua espécie” (1.21,24, 25).

(4) Os crentes na Bíblia devem, também, rejeitar a teoria da


chamada evolução teísta. Essa teoria aceita a maioria das
conclusões da evolução naturalista; apenas acrescenta que Deus
deu início ao processo evolutivo. Essa teoria nega a revelação
bíblica que atribui a Deus um papel ativo em todos os aspectos da
criação. Por exemplo, todos os verbos principais em Genesis 1 têm
Deus como seu sujeito, a não ser em 1.12 (que cumpre o
mandamento de Deus no v. 11) e a frase repetida “E foi a tarde e a
manhã”.
Deus não é um supervisor indiferente, de um processo evolutivo;
pelo contrário, é o Criador ativo de todas as coisas (Cl 1.16).

A criação é apresentada como fato histórico em muitos lugares das


Escrituras (Êx 20; Sl 8; Mt 19; Hb 4).

Qual é a origem das diferentes raças? A Bíblia não dá


explicitamente nos a origem das diferentes "raças" ou cores de pele
da humanidade. Na realidade, só existe uma raça - a raça
humana. Dentro da raça humana, há grande diversidade na cor da
pele e outras características físicas.

Nota:
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Os escritores bíblicos não tinham absolutamente preocupação com
a raça, como distinção entre cor e textura dos cabelos, cor da pele e
dos olhos, estatura, proporções físicas e coisas semelhantes. M. K.
Mayers conclui: "A Bíblia não se refere ao termo 'raça'; e nenhum
conceito de raça é desenvolvido na Bíblia". Por isso, os mitos
raciais de que a maldição de Caim trouxe ao mundo a raça negra,
ou que a maldição de Cão era ficar com a pele escura, devem ser
rejeitados. Ao invés, Gênesis 3.20 simplesmente declara: "E cha-
mou Adão o nome de sua mulher Eva, porquanto ela era a mãe de
todos os viventes".

A ORIGEM DO HOMEM E A UNIDADE DA RAÇA

1. TESTEMUNHO ESCRITURÍSTICOS DA UNIDADE DA RAÇA.

A Escritura ensina que a humanidade toda descente de um único


par. Este é o sentido óbvio dos capítulos iniciais de Gênesis. Deus
criou Adão e Eva como os iniciantes da espécie humana, e lhes
ordenou que fossem fecundos e se multiplicassem e enchessem a
terra. Alem disso, a narrativa subseqüente em Gênesis mostra
claramente que as gerações seguintes, até ao tempo do dilúvio,
estiveram em ininterrupta relação genética com o primeiro casal, de
sorte que araçá humana constitui, não somente uma unidade
especifica, uma unidade no sentido de que todos os homens
compartem a mesma natureza humana, mas também uma unidade
genética ou genealógica. Isso é ensinado também por Paulo em At
17.26, “de um só fez toda raça humana para habitar sobre a face da
terra”.

A mesma verdade é básica para a unidade orgânica da raça


humana na primeira transgressão, e da provisão para a salvação da
raça em Cristo, Rm 5.12, 19; 1 Co 15.21, 22. Não se deve entender
esta unidade de raça realisticamente, como o faz Shedd, que diz: “A
natureza humana é uma substância especifica ou geral criada nos
primeiros indivíduos de uma espécie humana e com eles, não ainda
individualizada, mas, pela geração ordinária, subdividida em partes,
formando estas partes distintas e separados indivíduos da espécie.

A substancia una e especifica é, pela programação,


metamorfoseada em milhões de substâncias individuais, ou
pessoas. Um indivíduo é uma parte fracionaria da natureza humana
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separada da massa comum e constitui uma pessoa particular, tendo
todas as propriedades essenciais da natureza humana”.1 As
objeções a esse conceito serão noutro contexto.

2. TESTEMUNHO DA CIÊNCIA EM FAVOR DA UNIDADE DA


RAÇA.

De varias maneiras a ciência confirma o testemunho da Escritura


em prol da unidade da raça humana. Nem sempre os homens de
mentalidade cientifica acreditam nisto.

Os antigos gregos tinham a sua teoria do autoctonismo, segundo a


qual os homens brotaram da terra por uma espécie de geração
espontânea, uma teoria que não tem nenhum suporte sólido, visto
que a espécie de geração espontânea jamais foi comprovada, mas,
antes, desacreditada. Agassiz propôs a teoria dos coadamitas, que
presume que houve diferentes centros de criação. Já em 1655
Peyrerius* desenvolve teoria dos pré-adamitas, que parte do
pressuposto de que havia homens antes de Adão ser criado. Essa
teoria foi revivida por Winchell, que não negava a unidade da raça,
mas considerava Adão como o primeiro antepassado dos judeus, e
não chefe da raça humana. Em anos recentes, Fleming, sem ser
dogmático na matéria, disse haver razoes para supor-se que
existiam raças de homens inferiores antes de Adão aparecer em
cena por volta de 5500 a.C.
Embora inferiores aos adamitas, já tinham capacidades diferentes
das dos animais. O homem adâmico posterior foi dotado de
capacidades maiores e mais nobres, e provavelmente foi destinado
a levar toda a outra humanidade existente à obediência ao Criador.
Ele fracassou, não preservando a sua própria fidelidade a Deus e,
portanto, Deus providenciou a vinda de um descendente humano e,
contudo, muito mais que humano, para que pudesse realizar o que
Adão não conseguiu.
O conceito que Fleming foi levado a defender é “que o ramo
inquestionavelmente caucasiano é tão somente a derivação, pela
geração normal, da raça adâmica, a saber, dos membros da raça
adâmica que serviam a Deus e que sobreviveram ao dilúvio – Noé e
seus filhos e filhas”.2 Mas essas teorias, todas e cada uma delas,

1 Dogm. Theol. II, p. 72.


* Peyrerius ou Perreyre, Isac de la, apregoava que houve raças humanas antes de Adão. Nota do tradutor.
2 Cf. The Origen of mankind, capítulos VI e VII
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não acham apoio na Escritura, e são contrárias a At 17.26 e a tudo
quanto a Bíblia ensina com referência à apostasia e à libertação do
homem. Além disso, a ciência apresenta diversos argumentos em
favor da unidade da raça humana, como os seguintes:

a. O argumento da história.

As tradições da raça dos homens apontam decisivamente para uma


origem e uma linhagem comuns na Ásia Central. A historia das
migrações do homem tende a mostrar que houve uma distribuição
partindo de um único centro.

b. O argumento da filosofia.

O estudo das línguas da humanidade indica uma origem comum. As


línguas indo-germânicas* têm em suas raízes um idioma primitivo
comum, um velho remanescente do qual ainda existe no sânscrito.
Alem disso, há prova que mostra que o antigo idioma egípcio é o
elo de ligação entre a língua indo-européia e a semítica.

c. O argumento da psicologia.
A alma é a parte mais importante da natureza constitucional do
homem, e a psicologia revela claramente o fato de que as almas
dos homens, quaisquer que sejam as tribos ou nações a que
pertençam, são essencialmente idênticas. Têm em comum os
mesmos apetites, instintos e paixões animais, as mesmas
tendências e capacidade, e, acima de tudo, as mesmas qualidades
superiores, as características morais e mentais que pertencem
exclusivamente ao homem.

d. O argumento das ciências naturais ou da fisiologia.

É agora opinião comum dos especialistas em fisiologia comparada,


que a raça humana constitui tão somente uma única espécie. As
diferenças que existem entre as varias famílias da humanidade são
consideradas simplesmente como variedades dessa espécie única.
A ciência não assevera positivamente que a raça humana descende
de um único par, mas, não obstante, demonstra que pode muito
bem ter sido este o caso, e que provavelmente é.

* Línguas indo-européias, chamadas indo-germânicas pelo filólogos alemães. Nota do tradutor.


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A NATUREZA HUMANA À IMAGEM DE DEUS.
(1) A Bíblia ensina claramente que Deus, mediante decisão especial
criou a raça humana, à sua imagem e semelhança (Gn 1.26,27).

Portanto, nem Adão nem Eva são produtos de evolução (Gn 1.27;
Mt 19.4; Mc 10.6;).

Por terem sido criados à semelhança de Deus. Adão e Eva podiam


comunicar-se com Deus, ter comunhão com Ele e espelhar o seu
amor, glória e santidade.

O HOMEM É A IMAGEM DE DEUS

A imagem de Deus não é uma semelhança física. A Bíblia declara


que Deus, que é Espírito onipresente, não pode ser limitado a um
corpo físico (Jo 1.18; 4.24; Rm 1.20; Cl 1.15; 1 Tm 1.17; 6.16).
O homem e a mulher, igualmente, foram criados à imagem e
semelhança de Deus. À base dessa imagem, podiam comunicar se
com Deus, ter comunhão com Ele e expressar de modo
incomparável o seu amor, glória e santidade. Eles fariam isso
conhecendo a Deus e obedecendo-o (2.15-17).
(a) Eles tinham semelhança moral com Deus, pois não tinham
pecado, eram santos, tinham sabedoria, um coração amoroso e o
poder de decisão para fazer o que era certo (Ef 4.24).

Viviam em comunhão pessoal com Deus, que abrangia obediência


moral (Gn 2.16,17) e plena comunhão. Quando Adão e Eva
pecaram, sua semelhança moral com Deus foi desvirtuada (Gn 6.5).
Na redenção, os crentes devem ser renovados segundo a
semelhança moral original (Ef 4.22-24; Cl 3.10).

(b) Adão e Eva possuíam semelhança natural com Deus. Foram


criados como seres pessoais tendo espírito, mente, emoções,
autoconsciência e livre arbítrio (Gn 2.19,20; 3.6,7; 9.6).

(3) Quando Adão e Eva pecaram, essa imagem de Deus neles, foi
seriamente danificada, mas não totalmente destruída.

(a) Inevitavelmente, a semelhança moral de Deus, no homem, ficou


arruinada quando Adão e Eva pecaram (Gn 6.5); deixaram de ser
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perfeitos e santos e passaram a ser propensos ao pecado;
propensão esta, ou tendência que transmitiram aos filhos (Gn 4.;
Rm 5.12 ).

O Novo Testamento confirma o estrago da imagem de Deus no


homem, quando declara que o crente redimido deve ser renovado
segundo a semelhança moral de Deus (Ef 4.22,24; Cl 3.10); e

Apesar de o ser humano ser pecador como é, ainda retém uma


porção elevada da semelhança de Deus, na sua inteligência, e na
capacidade de comunhão e comunicação com Ele (Gn 3.8-19; At
17.27,28).
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Capítulo 3
A NATUREZA DO HOMEM
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Sob o presente titulo teceremos considerações sobre os elementos
constitucionais essenciais da natureza humana, e sobre a questão
da origem da alma nos indivíduos que constituem a raça.
"Que é o homem?" (Sl 8.4).
Essa pergunta do salmista tem sido alvo de muitas pesquisas,
através de todos os tempos, da parte de filósofos, cientistas,
teólogos e outros. Quando o rei Davi meditou sobre esse problema,
disse: "Eu te louvarei, porque de um modo terrível e tão maravilhoso
fui formado" (Sl 139.14). É realmente um assunto interessante
estudar o que a Bíblia ensina a respeito do homem. Podemos
definir e subdividir esse assunto de várias maneiras. Assim como ó
tabernáculo no deserto era dividido em três partes, também o
homem o é. O pátio do tabernáculo representa a parte externa e
visível do homem, que é o seu corpo o lugar santo, que não se
podia ver de fora, representa a alma, e o lugar santíssimo
representa o espírito do homem. A Bíblia subdivide o homem em
duas partes: "o homem exterior", que é o seu corpo, e "o homem
interior', que é composto da alma e do espírito (cf. 2 Co 4.16; Ef
3.16). A parte exterior do homem é visível e mortal, enquanto a
parte interior é imaterial, invisível e imortal.
1. O corpo do homem
A) Sua criação:
Gênesis 2.7 e 3.19

B) Suas designações:
Corpo Mt 6.22
Carne Gl 2.20
Corpo de humilhação Fp 3.21
Vaso de barro 2Co 4.7
Templo do Espírito Santo 1Co 6.19

C) Seu futuro:
Todos os homens serão ressuscitados dos mortos (Jo 5.28,29). Os
não-redimidos serão ressuscitados para uma existência eterna no
lago de fogo (Ap 20.12,15), e os remidos, no céu (Fp3. 20,21).
O corpo do homem foi formado por Deus do pó da terra ( Gn 2.7),
isto é, da mesma terra que temos hoje sob os nossos pés. Através
de análise química, sabemos que o corpo humano consiste de
vários compostos, como ferro, glicose, sal, carbono, iodo, fósforo,
cálcio etc.
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Escola de Capacitação Bíblica
O valor real do corpo está em sua alta finalidade de ser a morada
da alma e do espírito do homem (cf. 2 Pe 1.14,15; 2 Co 5.1,4; Jó
14.22; 32.8; Zc 12.1).
O corpo humano conserva a vida enquanto o espírito e a alma nele
permanecem. Quando o espírito (cf. Ec 12.7; Tg 2.26; Lc 8.54,55) e
a alma (cf. At 20.9,10; 1 Rs 17.20-22; Gn 35.18) deixam o corpo,
este morre. Por ser um produto feito à semelhança de Deus, o
corpo não será aniquilado, mas ressuscitará (cf. Jó 19.26). Outra
afir-mação de importância é que o corpo foi determinado para ser
templo do Espírito Santo (cf. 1 Co 6.20).
2. A alma do homem
A) Sua origem: Gn 2.7
Aristóteles, Jerônimo e Pelágio, consideram que Deus criou
imediatamente a alma de cada ser humano e uniu-a ao corpo ou na
concepção, ou no nascimento, ou num período entre ambos. Os
defensores desta teoria apresentam em seu favor certos trechos da
Escritura, referindo-se a Deus como o Criador do espírito humano,
juntamente com o fato de que há marcante individualidade na
criança, que não pode ser explicada como simples reprodução das
qualidades existentes nos pais.

Jerônimo diz que Deus “faz almas diariamente”.


As passagens freqüentemente apoiadas pelos criacionistas são: Ec.
12.7
- "o espírito volta a Deus que o deu”; Is. 57.16 - “as almas que eu
fiz”;
Zc. 12.1 - “o Senhor que forma o espírito do homem dentro dele”;
Hb. 12.9 - “Pai dos espíritos”. Mas com igual clareza afirma-se que
Deus forma o corpo do homem: Sl. 139.13,14 - “Tu formaste o meu
interior; entreteceste-me no ventre de minha mãe. Graças dou, visto
que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas
obras são maravilhosas”; Jr. 1.5 - “Antes que eu te formasse no
ventre materno”.
O criacionismo considera o pai terreno gerando apenas o corpo de
seu filho - certamente não como o pai da parte mais elevada dele.

B) Sua característica:
“Imagem e semelhança de Deus”. O estado original de Adão era de
santidade recebida, mas não confirmada. Ele perdeu este estado
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com a queda, mas o homem ainda retém vestígios da imagem e
semelhança de Deus. (1Co 11.7; Tg 3.9).

2.1. O homem interior


A alma, junto com o espírito, formam o "homem interior", a parte
imaterial de todo ser humano. Embora a alma e o espírito estejam
inseparavelmente unidos, tanto dentro como fora do corpo, existe
uma diferença entre eles.
A Bíblia diz que "a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais
penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até à
divisão da alma, e do espirito" (Hb 4.12).
A alma diz respeito à vida pessoal, ao indivíduo. Tem emoções (Jr
31.25) e guerreia contra as paixões da carne (1Pe 2.11).
2.2. Função da alma e do espírito
A alma é a parte que orienta a vida do corpo, e estabelece o contato
com o mundo em redor, enquanto o espírito é a parte do homem
que lhe oferece a possibilidade de relacionamento com Deus.
2.3. A alma é a sede do sentimento
A Bíblia diz: "A minha alma tem sede de Deus" (Sl 42.2); "a minha
alma se alegrará no Senhor" (Sl 35.9); "a minha alma esta
quebrantada de desejar os teus juízos" (Sl 119.20). É com a alma
que podemos amar a Deus (cf. Mt 22.37). A alma também sente-se
aborrecida (cf. 2 Sm 5.8; Jr 14.19; Gn 42.21), ficando triste e
amargurada (cf. 2 Rs 4.27).
2.4. A inteligência reside na alma
A alma é a sede do intelecto com todas as suas faculdades:
pensamento, entendimento e saber (Sl 139.14; Pv 19.2). A vontade
tem também na alma a sua sede. É a alma que centraliza o querer:
"O que a sua alma quiser, isso fará" (Jó 23.13).
A alma também é o centro do temperamento, pois nela habita a
índole. À alma pertencem também os desejos e as paixões em
relação à vida natural e física (cf. Lc 12.19; Ap 18.14).
2.5. A alma do homem não está no sangue
Quando a Bíblia, em Levítico 17.11, afirma: "a alma da carne está
no sangue", a palavra "alma" está sendo usada como sinônimo de
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"vida". Veja em Gênesis 9.4: "A carne, porém, com sua vida, isto é,
com seu sangue, não comereis".
A ideia de que o sangue significa a alma do homem abre a porta
para muitas contradições. Vejamos o texto de Apocalipse 6.9,10:
"E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos
que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do
testemunho que deram. E clamavam com grande voz, dizendo: Até
quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o
nosso sangue dos que habitam sobre a terra?"
Se a alma fosse a mesma coisa que o sangue, como então as
almas poderiam estar no Paraíso, debaixo do altar, uma vez que o
seu sangue havia sido derramado sobre a terra? Está bem claro
que o sangue faz parte do corpo, enquanto a alma é a parte
imaterial e imortal do homem. Se a alma fosse o sangue, uma
transfusão sanguínea seria, na realidade, uma transfusão de alma
— receberíamos a alma de outra pessoa! Isso é doutrina espírita!
Um absurdo!
2.6. A alma pode ser salva
A Bíblia fala da salvação da alma (cf. Tg 5.20) e pergunta: "Que
daria o homem pelo resgate da sua alma?" (Mc 8.37) e: "Que
aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma?"
(Mc 8.36). Devemos, portanto, encomendar as nossas almas a
Deus, como ao fiel Criador, fazendo o bem (cf. 1 Pe 4.19).
3. O espírito do homem
3.1. O que é?
O espírito é a parte invisível do homem que, juntamente com a
alma, compõe o "homem interior". É aquela parte do homem que,
como uma janela aberta para o céu, lhe dá condições de sentir a
realidade de Deus e da sua Palavra (1 Co 2.10,12). Eis o que
distingue o homem de qualquer outro ser: só ele foi criado à
imagem e semelhança de Deus. O espírito do homem é a sede das
suas relações com Deus. "O espírito do homem é a lâmpada do
Senhor" (Pv 20.27, Versão Revisada). Por esse motivo, a Bíblia
muitas vezes usa "coração" como sinônimo de "espírito": "Era um o
coração e a alma da multidão dos que criam" (At 4.32).
3.2. O não-crente
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O espírito do homem não-crente é morto, inativo, isto é, separado
de Deus (cf. Ef 2.1-5; Lc 15.24,32; Cl 2.13; I Tm 5.6). Ele é
dominado pelos seus pecados e concupiscências (cf. Ef 4.17-22; Tt
1.15), sem possibilidade de ver a gloria de Deus (cf. 2 Co 4.4).
3.3. O espírito do homem no processo de salvação
Na salvação, o espírito do homem e vivificado (Ef 2.5; Cl 2.1 3). Um
despertamento começará no seu espírito (Ed 1.1) quando o Espírito
Santo o convencer do seu pecado, e da justiça e do juízo de Deus
(Jo 16.8-10). Quando o homem aceita Jesus como Salvador, recebe
a vida eterna (Rm 6.23) e, então, "o mesmo Espírito testifica com o
nosso espírito que somos filhos de Deus" (Rm 8.16).
Agora, "eis que tudo se fez novo" (2 Co 5.17). O espírito do homem
vivificado pode, doravante, ver a glória de Deus, pois o véu que
antes o impedia foi tirado (2 Co 3.16). O seu coração tornou-se
limpo e pode ver a Deus (Mt 5.8), o Invisível (cf. Hb 11.27). A luz
resplandece em seu interior, para "iluminação do conhecimento da
glória de Deus". Agora ele pode comprovar que Deus é bom (cf. Sl
34.8), e com o seu espírito adorar ao Senhor (cf. Jo 4.23) e orar (cf.
1 Co 14.15,16), e o Todo-poderoso dará ao espírito do novo crente
a inspiração divina que o faz entendido (cf. Jó 32.8).
Assim, podemos observar com clareza que "o espírito do homem"
não significa "o Espírito Santo operando no homem", mas que esse
espírito é um órgão do seu "homem interior", onde o Espírito Santo
opera, fazendo-o ouvir a voz de Deus (cf. At 2.7).
3.4. A consciência
Uma das faculdades mais importantes do espírito humano é a
consciência (cf. Rm 2.15,16), que é uma "janela" existente no
homem, pela qual Deus olha para o seu interior.
A consciência é um "espião" de Deus que persegue o homem
quando ele peca, mas que lhe fala com uma voz elogiosa quando
faz o bem.
A consciência é uma testemunha interior que foi afetada pela
Queda, mas que, apesar disso, pode ser um guia seguro
ocasionalmente (1Pe 2.19; Hb 10.22).
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Escola de Capacitação Bíblica

A CONSTITUIÇÃO DO HOMEM

Psyche Soma
Pneuma

O original do Novo testamento (o grego) usa as seguintes palavras


para se referir as três partes do homem:

1. SOMA. Significa corpo, um conjunto organizado, constituído de


partes e membros.
2. PSYCHE. Significa sopro.
3. PENEUMA. É o principio da vida residindo no homem, a entidade
não material do homem.

A alma é o ponto de encontro do espírito e do corpo, porque ali


estão os dois fundidos. A alma estar entre O CORPO E O
ESPÍRITO, unindo-os.

O espírito e a alma estão intimamente ligados que é difícil distingui-


los em detalhes. Porém isso não é motivo para pensarmos que o
espírito e alma é a mesma coisa. A alma sente (Jó 14.22). O
espírito sabe (ICo 2.12).
Quanto à constituição do ser humano, há duas correntes de
pensamento:

1- DICOTOMISTA.
2- TRICOTOMISTA.
Os dicotomistas ensinam que o homem se divide em duas partes,
quais sejam:
CORPO e ALMA.
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Escola de Capacitação Bíblica
Esta é uma teoria que ensina que só há dois elementos, ou partes
constitutivas do homem: a parte material e a imaterial. Seus
defensores insistem que não há diferença entre alma e espírito, e
que as duas palavras são utilizadas alternativamente com o mesmo
sentido, ou seja, são termos sinônimos e que não poderiam ter
significado oposto. Para o dicotomista, o homem é composto de
duas partes e ponto final.

Quanto ao corpo, não há problema, visto que é impossível negar a


existência do mesmo, na vida do ser humano, quanto à alma, há
vários versículos, que falam sobre a alma, referindo-se à parte
imaterial do ser humano, Mt 11:28-29; Tiago 5:20; 1Pe 1:9; Ap 6:9,
20.4.

ATRICOTOMIA BÍBLICA

A palavra tricotomia significa Divisão em três partes.

Os tricotomistas ensinam que o homem se divide em três partes, a


saber:

1. ESPÍRITO.
2. ALMA.
3. CORPO.

Esta corrente de pensamento tem base em passagens como, 1Tes


5:23; Hb 4:12. A doutrina tricotomista, que honra e se harmoniza
com o conteúdo das Escrituras, compreende que o homem é
formado por três partes distintas: corpo, alma e espírito.

A Palavra de Deus não divide o homem em duas partes de alma e


corpo. Pelo contrário, trata o homem como um ser tripartido:
espírito, alma e corpo. 1 Tessalonicenses 5.23, 24.
Este versículo também faz uma distinção entre espírito e alma, pois
de outro modo Paulo teria dito simplesmente «sua alma». Posto que
Deus distinguiu o espírito humano da alma humana, concluímos
que o homem está composto, não de dois, mas sim de três partes:
espírito, alma e corpo.

Textos bíblicos que apoiam o tricotomismo


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Escola de Capacitação Bíblica
Em 1 Coríntios 2.14-3.4, Paulo refere-se aos seres humanos como
sarkikos (literalmente: "carnal" 3.1,3), psuchikos (literalmente:
"segundo a alma", 2.14) e pneumatikos (literalmente: "espiritual",
2.15). Esses dois textos demonstram de forma ostensiva três
componentes elementares.
Vários outros textos distingue alma e espírito (1 Co 15.44; Hb 4.12;
ITm5.23).

Entendendo Gêneses 2.7

«E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe


nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente.»
(Gn. 2:7).

Formou o homem do pó da terra. Refere-se ao corpo do homem.


Soprou em seu nariz o fôlego de vida. Refere-se ao espírito do
homem ao vir de Deus; e O homem se tornou uma alma vivente se
refere à alma do homem quando o corpo foi avivado pelo espírito e
convertido em um homem vivo e consciente de si mesmo.
Um homem completo é uma trindade: composto de espírito, alma e
corpo.

ESPÍRITO

1 Coríntios 2.11 fala do espírito do homem que está «nele».


2 Coríntios 5.4 menciona «meu espírito».
Romanos 8.16 diz nosso espírito.
1 Coríntios 14.14 utiliza meu espírito.
1 Coríntios 14.32 fala dos espíritos dos profetas.
Provérbio 25.28 se refere a «seu próprio espírito».
Hebreus 12. 23 consigna os espíritos dos justos.
Zacarias 12.1 afirma que o Senhor... Formou o espírito do homem
dentro dele.

Estes versículos demonstram claramente que os seres humanos


possuem, com efeito, um espírito humano. Este espírito não é
sinônimo de nossa alma nem é tampouco o Espírito Santo.

1. O espírito é a parte mediante a qual nos comunicamos com


Deus, e só por ela podemos perceber e adorar a Deus (João 4.24).
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Escola de Capacitação Bíblica
2. Mediante seu espírito o homem mantém relação com o mundo
espiritual e com o Espírito de Deus.

3. O espírito não pode atuar sobre o corpo por si mesmo, só fazê-lo


através e por intermédio da alma. Isto podemos ver em Lucas 1.46,
47:
Disse então Maria: A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu
espírito exulta em Deus meu Salvador.

Aqui a mudança do tempo verbal mostra que primeiro o espírito


produziu gozo em Deus, e então, comunicando-se com a alma, fez
que expressasse o sentimento por meio do órgão corporal.

(Earth'sEarliest Age, de Pember).

As três funções do espírito

O espírito tem três funções principais. Estas são a consciência, a


intuição e a comunhão.

Consciência. A consciência é o órgão que discerne; distingue o


bom e o mau.

Intuição. A intuição é o órgão sensitivo do espírito humano. O


conhecimento que nos chega sem nenhuma ajuda do pensamento,
da emoção ou da vontade é intuitivo.

Comunhão. Nossa adoração a Deus e as comunicações de Deus


conosco acontecem diretamente no espírito. Meu espírito exulta em
Deus meu Salvador (Lc. 1.47).

Os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em


verdade (Jo. 4.23).
A quem sirvo em meu espírito (Rm. 1.9).
Servirmos... em novidade de espírito (Rm. 7.6).

A ALMA

A alma é aquele princípio inteligente e vivificante que anima o corpo


humano, usando os sentidos físicos como seus agentes na
exploração das coisas materiais e os órgãos do corpo para se
expressar e comunicar-se com o mundo exterior.
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Escola de Capacitação Bíblica

1. Sua alma o representa e expressa sua individualidade.


2. A alma é formada pelo intelecto, que nos ajuda no presente
estado de existência, e as emoções, que procedem dos sentidos.

3. À vontade, intelecto e emoções do homem estão na alma.


O que constitui a personalidade do homem são as três faculdades
principais de vontade, pensamento e emoção.

A vontade é o instrumento de nossas decisões e revela nosso


poder de escolha. Expressa nosso consentimento ou nossa
negativa, nosso «sim» ou nosso «não».

Intelecto. A mente, o instrumento de nossos pensamentos,


manifesta nosso poder intelectual. É a fonte da sabedoria, do
conhecimento e do raciocínio.

Emoção. O instrumento de nossas simpatias e antipatias é a


faculdade da emoção. Por meio dela podemos expressar amor ou
ódio e nos sentir alegres, zangados, tristes ou felizes.

A diferença da alma dos animais aves e do homem

A diferença da alma dos animais aves e do homem é que a alma


dos homens não morre, em (Mateus 10.28) “E não temais os que
matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele
que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo”.
Os animais tem alma, mas elas são mortais porque eles não têm
espírito e o espírito é que torna a alma imortal.

Os animais cujas almas são a vida (sangue), são mortais, seus


conhecimentos são limitados.

A alma do homem o distingue dos irracionais. Estes possuem alma,


mas é alma terrena que vive somente enquanto durar o corpo. (Ecl.
3.21.) A alma do homem é de qualidade diferente sendo vivificada
pelo espírito humano.

Características da alma
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Escola de Capacitação Bíblica
1. A alma sente sede de Deus, (Salmos 42.2) “A minha alma tem
sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei
ante a face de Deus”.

2. A alma pode buscar ao Senhor humilhando-se, (Salmos


35.13) “Mas, quanto a mim, quando estavam enfermos, a minha
veste era pano de saco; humilhava a minha alma com o jejum, e a
minha oração voltava para o meu seio”. (Salmos 42.5) “Por que
estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas em mim?
Espera em Deus, pois ainda o louvarei na salvação da sua
presença”.

3. A alma sente (Jó 14.22).

A alma do ser humano não é o sangue.

Examine o que diz em (1 Reis 17.17, 21 e 22) “E, depois destas


coisas, sucedeu que adoeceu o filho desta mulher, da dona da
casa; e a sua doença se agravou muito, até que nele nenhum
fôlego ficou. (...) Então, se mediu sobre o menino três vezes, e
clamou ao SENHOR, e disse: Ó SENHOR, meu Deus, rogo-te que
torne a alma deste menino a entrar nele. (...) E o SENHOR ouviu a
voz de Elias; e a alma do menino tornou a entrar nele, e reviveu”.

Se a alma fosse sangue como tornaria a entrar no menino se não


houvera saído?

OBS.: A palavra "alma" é, portanto, usada frequentemente no


sentido de "pessoa". Em Êx 1.5 "setenta almas" significa "setenta
pessoas". Em Rm. 13.1 "cada alma" significa "cada pessoa".
Atualmente dizemos, “não havia nem uma alma presente",
referindo-nos às pessoas.

A origem da alma e do espírito humano.

Sabemos que a primeira alma veio a existir como resultado de


Deus ter soprado no homem o sopro de vida. Mas como chegaram
a existir as almas desde esse tempo? Os estudantes da Bíblia se
dividem em dois grupos de ideias diferentes:
(1) Um grupo afirma que cada alma individual não vem proveniente
dos pais, mas sim pela criação Divina imediata. Citam as seguintes
escrituras: Is. 57.16; Ecl. 12.7; Hb. 12.9; Zc. 12.1.
ECB 31
Escola de Capacitação Bíblica
(2) Outros pensam que a alma é transmitida pelos pais. Apontam o
fato de que a transmissão da natureza pecaminosa de Adão à
posteridade milita contra a criação divina de cada alma; também o
fato de que as características dos pais se transmitem à
descendência. Citam as seguintes passagens: João 1.13; 3.6; Rm.
5.12; 1 Cor. 15:22; Ef. 2.3; Hb. 7.10.

A origem da alma pode explicar-se pela cooperação tanto


do Criador como dos pais. No princípio duma nova vida, a Divina
criação e o uso criativo de meios agem em cooperação. O homem
gera o homem em cooperação com "o Pai dos espíritos". O poder
de Deus domina e permeia o mundo (Atos 17.28; Hb 1.3) de
maneira que todas as criaturas venham a ter existência segundo as
leis que ele ordenou. Portanto, os processos normais da reprodução
humana põem em execução as leis da vida fazendo com que a
alma nasça no mundo.

A alma e espírito é produto da criação de Deus, ou seja, para cada


criança que nasce Deus cria um espírito e uma alma para a mesma,
é como se Deus soprasse sobre cada criança a nascer, criando a
sua alma e espírito, isto baseado em Hebreus 12:9, Isaías 57:16
Eclesiastes 12:7, e se Deus é o pai dos espíritos, somente ele pode
criar uma nova alma.

Nota:

As "cada alma individual deve ser considerada uma criação


imediata de Deus, que deve sua origem á um ato criador direto".
evidências bíblicas usadas para reforçá-la são os textos que
atribuem a Deus a criação da "alma" e do "espírito" (Nm 16.22; Ec
12.7; Is 57.16; Zc 12.1; Hb 12.9).

CORPO

É por meio do corpo que o homem entra em contato com o mundo


material.

O corpo é a estrutura física do homem. Este foi criado por Deus


com um cuidado especial. Ao criar as demais coisas, Deus disse:
“Haja...” Quando, porém, criou o homem, formou-o do pó da terra e
soprou-lhe nas narinas dando assim o fôlego da vida (Gn 2.7). Davi
disse: “Eu te louvarei porque de um modo admirável e maravilhoso
fui formado.” (Sl 139.14).
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Escola de Capacitação Bíblica
15 elementos químicos compõem seu corpo:
72 partes de oxigênio;
13,5 partes de carbono;
9,1 partes de hidrogênio;
2,5 partes de nitrogênio;
1,3 partes de cálcio;
1,15 partes de fósforo e pequenas quantidades de potássio,
enxofre, sódio, cloro, magnésio, ferro, silício, iodo e flúor.

O QUE A BÍBLIA FALA DO NOSSO CORPO?

Foi criado por Deus: Gn 1.26 e 28 - 2.7 e Sl 139.14.


É templo do Espírito Santo: 1 Co 6.19 e 20.
É usado como metáfora da Igreja: 1 Co 12.12-31.
Podemos glorificar a Deus em nosso corpo (1 Co 6.20 e Fp 1.20),
dedicando-o a Deus (Rm 12.1 e 2).

DEVERES PARA COM O CORPO

1. Alimento saudável;
2. Higiene do corpo, da casa e das roupas assim evitando doenças;
3. Visitas ao médico em caráter preventivo - vacinas, por exemplo,
exames preventivos, etc.;
4. Descanso;
5. Usar trajes santos;
6. Lazer;
7. Fugir da prostituição (1 Co 6.15-18, Cl 3.5);
8. Não fazer uso dos inimigos do corpo: fumo, bebida e drogas.
Cuidar do nosso corpo é um dever. Deus escolheu fazer dele o seu
templo. Sendo assim, deve ser usado de acordo com a vontade de
Deus, que é boa, perfeita e agradável. Sabendo que o nosso corpo
não é nosso, mas de Deus.

O CUIDADO DO CORPO

Temos a responsabilidade de cuidar bem do nosso corpo, que deve


ser instrumento útil no serviço do Senhor. Paulo exorta, em
Romanos 12.1: “Rogo vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de
Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus”.
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Escola de Capacitação Bíblica
Paulo descreve essa dedicação como um ato de “culto racional”.
Isso quer dizer que devemos fazer tudo para manter o nosso corpo
em bom estado!

Precisamos seguir o exemplo de Paulo em I Coríntios 9.27: “Mas


esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo
pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado”.

Enquanto existem pessoas que gastam muito tempo e dinheiro


cuidando do corpo, há crentes que negligenciam o seu corpo.

Para poder servir bem ao Senhor, precisamos ter corpo saudável, e


para mantê-lo saudável, temos que discipliná-lo!

1. Controle no comer e no beber – Precisamos ter uma


alimentação sadia – bastantes verduras e frutas. Devemos evitar
ingerir coisas que vão prejudicar o corpo – os fast foods, batata frita
a toda hora, etc.

2. Controle da vida sedentária – Precisamos exercitar o corpo.


Antigamente, no dia a dia, as pessoas andavam a pé, mas hoje
estamos desacostumados a andar. Ao assistir a TV ou ouvir um CD,
nem precisamos mais nos levantar para mudar de canal – é só
manter o controle remoto por perto! A vida sedentária prejudica
muito o corpo.

3. Controle no vestir – A Bíblia tem uma palavra, em I Timóteo 2.9


que bem remata a respeito do vestir, especialmente para as
mulheres cristãs que devem se vestir “em traje decente”. A moda
hoje não pensa em decência, e sim em sensualidade. Também a
moda dita que temos que expor o corpo ao máximo. Mas a mulher
cristã deve lembrar que a Bíblia diz como ela deve se vestir: com
modéstia e também com bom senso.

4. Manter o Corpo em ordem - Se queremos servir ao Senhor, é


claro que temos que manter o nosso corpo em ordem, cuidando da
saúde física, porque quando ficamos doentes ficamos limitados no
serviço do Senhor.
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Escola de Capacitação Bíblica
5. Controle da vida sexual – Se queremos apresentar o nosso
corpo a Deus, então, é lógico que vamos zelar pela pureza do
corpo.

Não importa o que o mundo aceita como padrão normal. O padrão


do crente tem que ser diferente. O padrão bíblico é claro: “Pois esta
é a vontade de Deus: a vossa santificação. que vos abstenhais da
prostituição; que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em
santificação e honra, não com o desejo de lascívia, como os gentios
que não conhecem a Deus” I Tessalonicenses 4.3,5. Em outras
palavras, o crente deve evitar relações sexuais antes do casamento
e fora do casamento.

6. Aparência e Essência - Será que compensa arriscar a vida para


se submeter aos padrões estéticos “impostos” por alguns
segmentos da nossa sociedade? A quem isso interessa?
Até quando o “parecer” prevalecerá ‘sobre o “ser”? A aparência
sobre a essência?

Diante de Deus, a essência sempre prevalecerá ante a aparência


“Porém o SENHOR disse a Samuel: Não atentes para a sua
aparência, nem para a sua altura, porque o rejeitei; porque o
SENHOR não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém
o SENHOR, o coração.” (1 Sm 16.7), Ver também Mt. 23.25-28.

O nosso corpo deve ser usado de modo que glorifique o nome


do Senhor.
I Coríntios 6.20: “Porque fostes comprados por bom preço;
glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais
pertencem a Deus”.

Não devemos fazer mal uso do nosso corpo, pois é morada do


Espírito de Deus.

I Coríntios 6.19: “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do


Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não
sois de vós mesmos”?

PECADOS CONTRA O CORPO:


ECB 35
Escola de Capacitação Bíblica
Pecamos através do corpo e contra o corpo. Entre os pecados que
cometemos contra o corpo, podemos citar:

- “Prostituição” (gr. pornéia), i.e., imoralidade sexual de todas as


formas (adultério, fornicação, homossexualidade, lesbianismo, etc.).
Isto inclui, também, gostar de quadros, filmes ou publicações
pornográficos (Mt 5.32; 19.9; At 15.20,29; 21.25; 1Co 5.1).

- “Impureza” (gr. akatharsia), i.e., pecados sexuais, atos


pecaminosos e vícios, inclusive maus pensamentos e desejos do
coração; inclui vida devassa e atos impuros (Ef 5.3; Cl 3.5).
- “Bebedices” (gr. methe), i.e., descontrole das faculdades físicas e
mentais por meio de bebida embriagante. Intoxicação, embriaguez.

- “Glutonarias” (gr. Komos), i.e., diversões, festas com comida e


bebida de modo extravagante e desenfreado, envolvendo drogas,
sexo e coisas semelhantes. Bíblia On-line: “procissão noturna e
luxuriosa de pessoas bêbadas e galhofeiras que após um jantar
desfilavam pelas ruas com tochas e músicas em honra a Baco ou
algum outro deus, e cantavam e tocavam diante das casas de
amigos e amigas; por isso usado geralmente para festas e reuniões
para beber que se prolonga até tarde e que favorece a folia”.

“Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa


qualquer, fazei tudo para a glória de Deus (ICo 10.31).”

O corpo é a tenda na qual a alma do homem, qual peregrina, mora


durante sua viagem do tempo para a eternidade. À morte, desarma-
se a barraca e a alma parte. ( Is. 38:12: 2 Pe 1.13, 14).
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Escola de Capacitação Bíblica

Capítulo 4
A NATUREZA METAFÍSICA DO
HOMEM
ECB 37
Escola de Capacitação Bíblica
Temos na Teologia duas interpretações sobre a natureza metafísica
do homem. A primeira, denominada tricotomia, afirma ser o homem
constituído de três elementos: corpo, alma e espírito, não
necessariamente nessa ordem. A segunda, a dos dicotomistas,
sustenta que o homem possui apenas dois elementos constituintes:
corpo e alma.

1. Tricotomia e Dicotomia.

A tricotomia é sustentada, por exemplo, pelo texto de Génesis 2.7,


e pelo texto paulino de 1Tessalonicenses 5.23; "E o próprio Deus
de paz vos santifique completamente; e o vosso espírito, e alma e
corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda
de nosso Senhor Jesus Cristo".

E também pela afirmação em Hebreus 4.12: "Porque a palavra de


Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de
dois gumes, e penetra até a divisão de alma e espírito, e de juntas,
e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do
coração".

Existem ainda outros textos bíblicos que confirmam a tricotomia, no


entanto os acima mencionados são os mais utilizados.

Já a dicotomia foi tomada por empréstimo da filosofia grega,


principalmente de Platão, por meio do neoplatonismo.

O Livro dos Começos da Bíblia Sagrada (Gênesis) afirma de forma


consistente que Deus criou os seres humanos com três partes
essenciais: "E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e
soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma
vivente", Gn 2.7. Nesta expressão bíblica, podem ser identificadas
genericamente as três partes que constituem o homem: “pó da
terra, o corpo; “sopro”, o espírito; e “alam vivente”, a alma.

Os escritores do Antigo Testamento utilizaram cerca de 14


vocábulos hebraicos de alguma maneira ligados ao corpo físico.

A mais comum dessas palavras hebraicas é basar, que significa


"carne" e ocorre 260 vezes.
ECB 38
Escola de Capacitação Bíblica
Porém, no Novo Testamento, encontramos o termo grego soma,
que significa "corpo" e é usado cerca de 130 vezes. E ainda há
sarks, que significa "carne" e é utilizado 136 vezes.

Esses termos indicam a parte material do homem, o corpo físico,


identificado como sendo o invólucro do espírito e da alma (Gn 2.21;
Zc 14.12;Mt 5.29; 16.17; e Ap 17.16).

2. O termo hebraico para espírito.

O termo hebraico para espírito é ruach, encontrado 387 vezes no


Antigo Testamento. Seu equivalente grego é pneuma, que aparece
370 vezes no Novo Testamento.

O significado dos termos pode ser "ar em movimento", "sopro",


"hálito", "vento" e ainda "consciência imaterial do home. Daqui
temos o conceito de que o espírito vincula o ser humano ao mundo
espiritual (Gn 2.7; Pv 16.32; Is 26.9; Mt 27.50; Lc 23.46 e At 7.59).

3. O termo hebraico para alma.

Por sua vez, o termo hebraico para alma é nephesh, que ocorre 755
vezes no Antigo Testamento.

Esse termo significa "vida", "pessoa", "vontade", "desejo".

O termo equivalente em grego no Novo Testamento é psyche, que


ocorre 101 vezes.

Do pressuposto desses termos bíblicos é que conceituamos alma


como sendo a sede dos afetos, das sensações, dos desejos e,
portanto, das emoções, da vontade e do próprio eu (Gn 23.8; Dt
21.14; Js 2.13; IRs 19.3; Jr 52.28; Mc 8.35 e Mt 22.37).

4. A importância da tricotomia.

Assim, visto que o homem é espírito, ele é capaz de ter consciência


de Deus, de comunicar-se com Deus (Jó 32.8; SI 18.28 e Pv 20.27);
e posto que o homem é alma, tem consciência de si mesmo (SI
13.3; 42.5,6,11); e posto que o homem é corpo, mediante os seus
sentidos toma consciência do mundo (Gn 1.26).
ECB 39
Escola de Capacitação Bíblica
Deste modo, admitimos que alma e espírito são inseparáveis e
imortais, com funções distintas no corpo.

Pearlman declara: "A alma sobrevive à morte porque é energizada


pelo espírito, mas alma e espírito são inseparáveis porque o espírito
está entretecido na própria textura da alma. São fundidos e
caldeados numa só substância". Portanto, de acordo com os
pressupostos da tricotomia, alma e espírito não se separam após a
morte.
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Escola de Capacitação Bíblica

Capítulo 5
O HOMEM DIANTE DA MORTE
E DA ETERNIDADE
ECB 41
Escola de Capacitação Bíblica
O materialismo não aceita a doutrina da Bíblia a respeito de uma
vida após a morte. A Bíblia diz, porém, que é um prejuízo
inestimável o homem não pensar no seu fim (cf. Lm 1.9), e, por
isso, nos ensina a orar: "Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal
maneira que alcancemos coração sábio" (cf. SI 90.12; Dt 32.29).
Jesus veio para trazer à luz "a vida e a incorrupção" (2 Tm 1.10).
Portanto, temos na Bíblia a única fonte que nos dá uma verdadeira
luz sobre a vida após a morte. É bem verdade que muitas coisas
sobre essa vida não estão reveladas. Porém, "as re¬veladas são
para nós e para os nossos filhos, para sempre" (Dt 29.29). Essas
coisas reveladas sobre a Vida além do véu da carne é que vamos
procurar conhecer.

"Aos homens está ordenado morrerem uma vez" (Hb 9.27)

A morte entrou no mundo pelo pecado (cf. Rm 5.12)

A morte entrou no mundo no momento em que Deus pronunciou a


sentença sobre o pecado: "Até que tornes à terra; porque dela foste
tomado, porquanto es pó e ao pó tornarás" (Gn 3.19). Assim, a
morte atingiu a todos os homens (cf. Rm 5.12). Uma única exceção
a essa regra infalível acontecerá na vinda de Jesus — aqueles que
estiverem preparados serão transformados e arrebatados (cf. 1 Ts
1.14-17), sendo revestidos de imortalidade (cf. 1 Co 15.53). Desse
acontecimento temos dois exemplos no Antigo Testamento: Enoque
(cf. Gn 5.24; Hb 11.5) e Elias (cf. 2 Rs 2.11) — eles não viram a
morte.

A certeza da morte faz a vida instável e passageira

A Bíblia usa várias figuras para mostrar a instabilidade da vida.


Meditemos nos seguintes exemplos: a vida é como uma "corrente
de água", "um sono" ou "uma erva" (cf. SI 90.5; 103.15; Is 40.6,7;
Tg 1.10,11); como um "conto ligeiro" (cf. SI 90.9), "uma sombra" (cf.
SI 102.11; 144.4); como "navios veleiros" ou "águia que se lança à
comida" (cf. Jó 9.26).
ECB 42
Escola de Capacitação Bíblica
O que acontece na hora da morte com o corpo, a alma e o
espírito?

1. Morte é separação

A morte significa sempre separação. A Bíblia fala de morte em


vários sentidos, mas sempre a separação é o significado principal.

• A morte no sentido espiritual é o estado de uma pessoa que


vive sem Deus, cujo espírito está morto, isto é, separado de Deus
(cf. Ef 2.1).

• A morte física significa não somente que a pessoa que morreu


foi separada dos seus entes queridos, mas, principalmente, que o
seu espírito e a sua alma deixaram o corpo que já morreu (cf. Tg
2.26).

• A Bíblia fala também da "segunda morte" (cf. Ap 2.11; 20.6),


que significa uma eterna separação de Deus.

2. Que acontece com o corpo na hora da morte?

Com a saída da alma (cf. At 20.9,10; 1 Rs 17.21; Gn 35.18,19) e do


espírito (cf. Tg 2.26; Lc 8.54,55; Ec 12.7), o corpo morre e volta ao
pó (cf. Ec 12.7; Gn 3.19), ou seja, é sepultado e encontra a
corrupção. Porém, sendo o corpo uma obra de Deus, feito à sua
imagem e semelhança (cf. Gn 1.26), não será aniquilado, mas
ressuscitará (cf. 1 Co 15.35,38) com uma forma imortal (cf. 1 Co
15.53) e espiritual (cf. 1 Co 15.44,46).

Quando a Bíblia, ao falar da morte, usa a palavra "dormir", refere-se


ao corpo e nunca à alma ou ao espírito (cf. At 13.36; 1 Ts 4.13,15;
Mt 27.52; 1 Co 11.30; 15.51; Dn 12.2). É o corpo que dorme o sono
da morte até a manhã da ressurreição, quando todos ouvirão a voz
de Deus e se levantarão dos seus sepulcros (cf. Dn 12.2; Jo
5.28,29; At. 24.15).

3. Que acontece com a alma e o espírito na hora da morte?

Quando a Bíblia fala do espírito do homem, jamais se refere ao


fôlego (respiração) que se extingue na morte, conforme algumas
ECB 43
Escola de Capacitação Bíblica
doutrinas materialistas querem afirmar. Com isso querem eles
"provar" a inexistência de uma vida real após a morte. Como uma
"prova" dessa sua afirmativa, dizem que a palavra "espírito" ou
"alma" simplesmente quer dizer "fôlego".

A Bíblia mostra claramente que "espírito" e "alma" são coisas


inteiramente distintas do fôlego do homem. Ela registra: "Assim diz
Deus, o Senhor, que criou os céus, e os estendeu, e formou a terra
e a tudo quanto produz, que dá a respiração ao povo que nela está
e o espírito, aos que andam nela" (Is 42.5), e ainda: "Se ele
pusesse o seu coração contra o homem, e recolhesse para si o seu
espírito e o seu folego" (cf. Jó 34.14).

O erro da afirmativa que "espirito", "alma" e "fôlego" na Bíblia


significam a mesma coisa fica patente, de modo palpável e drástico,
se na leitura das seguintes passagens for substituída a palavra
"alma" pela palavra "fôlego". Leia e compare, assim, os seguintes
textos: Atos 23.8; 1 Coríntios 5.5; Gálatas 6.18; 2 Coríntios 7.1;
Mateus 10.28; Lucas 12.19 e Tiago 5.20. Vamos transcrever uma
dessas passagens: "Seja entregue a Satanás para destruição da
carne, para que o espírito [substitua por fôlego] seja salvo no Dia do
Senhor Jesus" (1 Co 5.5).

A alma e o espírito que deixam o corpo voltam a Deus que os deu


(cf. Ec 12.7), isto é, ficam à disposição de Deus para serem
encaminhados ao lugar que corresponda à relação que tiveram com
o Senhor na hora da morte para ali aguardarem o dia da
ressurreição. Existe uma "casa de ajuntamento" destinada a todos
os viventes (cf. Jó 30.23), onde mais que qualquer outro lugar, vê-
se "a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus e o
que não o serve" (Ml 3.18). Logo, "rendendo o homem o espírito,
então, onde está?" (Jó 14.10).

• O espírito-alma do justo irá para o Paraíso (cf. Lc 23.43; 2 Co


5.8), onde gozarão descanso (cf. Ap 14.13), consolação e felicidade
(cf. Lc 16.23,25). Por esse motivo "é preciosa, à vista do Senhor, a
morte dos seus santos" (cf. Sl 116.15).
ECB 44
Escola de Capacitação Bíblica
• Os espíritos dos injustos irão para o Hades, um lugar de
tormentos, onde aguardarão a ressurreição para o julgamento final
(cf. Lc 16.22,23; Ap 20.11,12). Esse lugar é de sofrimento e
angústia. Foi para lá que foi Coré com os seus companheiros de
rebelião, quando a terra se abriu e os engoliu vivos (cf. Nm 16.31-
34).

3. Como será o estado intermediário do espírito e da alma após


a morte?

1. Os espíritos são imortais

Existe uma doutrina materialista que prega a aniquilação dos que


morreram. Porém, a Bíblia afirma que coisa alguma será aniquilada
no homem que foi criado à imagem de Deus. A alma (cf. Mt 10.28) e
o espírito (cf. 1 Pe 3.4) jamais morrerão. Quanto ao corpo, pela
morte transforma-se em pó (cf. Gn 3.19). Todavia, levantar-se-á do
pó na ressurreição para viver eternamente (cf. Dn 12.2). Os
defensores daquela doutrina dizem que determinados versículos da
Bíblia "provam" as suas afirmativas. Comparemos.

• Afirmam que a palavra grega oltheros ("eterna perdição"),


utilizada em 2 Tessalonicenses 1.9, significa uma real aniquilação;
porém, a mesma palavra é empregada em 1 Timóteo 6.9; 1
Tessalonicenses 5.3 e 1 Coríntios 5.5, onde não se trata de
aniquilação!

• Dizem que a palavra grega analisko ("se desfará"),


empregada em 2 Tessalonicenses 2.8, significa uma completa
aniquilação. Pode-se comparar a mesma palavra em Gálatas 5.15 e
Lucas 9.54, onde não possui esse sentido,

• Dizem que a palavra grega karego ("aniquilará"), encontrada


em 1 Tessalonicenses 2.8, significa extinção. Observe-se que o
Anticristo, conforme esse versículo, é "aniquilado" pelo "esplendor
da sua vinda" e lançado no lago de fogo (Ap 19.20). Mas a
"aniquilação” dele não significa extinção, uma vez que após mil
anos, quando Satanás for lançado no mesmo lago de fogo, ali
estará ainda o Anticristo (Ap 20.10), e ambos serão atormentados
eternamente. "Aniquilado” nessa passagem, significa ficar sem
ECB 45
Escola de Capacitação Bíblica
efeito, sem ação”. A mesma palavra também é usada em Hebreus
2.14, Romanos 6.6 e 1 Coríntios 6.13.

• Ainda explicam que a palavra apolluns (“perecer”.), em 2


Tessalonicenses 2.10, teria o sentido de “extinção"; porém, a
mesma palavra é usada em Mateus 8.25, Lucas I 5.17 e 1 Pedro
1.7.

2. Os espíritos dos mortos terão uma existência real e


consciente

Existem doutrinas antibíblicas que afirmam que os espíritos dos


mortos se acham em um estado inconsciente, uma espécie de sono
eterno. Porém, a Bíblia mostra que o estado de inconsciência
refere-se só ao corpo, pois na sepultura "não há obra, nem
indústria, nem ciência, nem sabedoria alguma" (Ec 9.10). É por isso
que os mortos "não sabem coisa nenhuma" (Ec 9.5). "Mas nós
bendiremos ao Senhor, desde agora e para sempre [eternamente]"
(Sl 115.18). As almas dos crentes louvarão ao Senhor no Paraíso.
Contando a história do homem rico e Lázaro, Jesus provou que o
espírito e a alma de crentes ou de descrentes têm uma existência
consciente no estado intermediário entre a morte e a ressurreição
(cf. Lc 16.19-31).

Convém salientar que essa história não é uma parábola, mas fato
verídico que Jesus conhecia. Em uma parábola, Jesus não dava
nomes aos personagens. A história de Lázaro e do homem rico é
verídica e levanta o véu sobre a existência da morte.

Vejamos os testemunhos de alguns personagens na Bíblia sobre o


estado consciente da alma-espírito após a morte:

• Abraão. Deus disse a Abraão: "E tu irás a teus pais em paz;


em boa velhice serás sepultado" (Gn 15.15). Quando Abraão
morreu, o seu corpo foi sepultado na cova de Macpela (cf. Gn 25.9).
Ali não estavam os "pais", mas somente a esposa que fora
sepultada anos antes (cf. Gn 23.19). Foi o seu espírito que entrou
na eternidade. Deus afirmou, 330 anos depois da morte de Abraão,
ser "o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó" (Êx
3.15), e 1.500 anos depois, Jesus explicou essa mesma palavra,
ECB 46
Escola de Capacitação Bíblica
acrescentando: "Deus não é Deus de mortos, mas de vivos" (Lc
20.38). Abraão ainda existia! Jesus disse que quando os crentes
chegarem ao céu, verão Abraão, Isaque e Jacó assentados à mesa
do Senhor (cf. Mt 8.11).

• Moisés. Deus disse a Moisés: "E morre no monte, ao qual


subirás; e recolhe-te ao teu povo" (Dt 32.50). No monte Nebo, onde
Deus sepultou o corpo de Moisés, não havia "povos" aos quais ele
pudesse se recolher. O seu corpo realmente foi sepultado,
enquanto o seu espírito entrava na eternidade, em uma existência
tão real que, 1.500 anos depois, manifestou-se a Jesus no monte
da transfiguração (cf. Mt 17.3).

• Davi. Quando sua criança morreu, Davi afirmou: "Eu irei a ela,
porém ela não voltará para mim" (2 Sm 12.23). Davi tinha certeza
de uma vida após a morte.

• Paulo. Ele testifica: "Desejamos, antes, deixar este corpo,


para habitar com o Senhor" (2 Co 5.8), para "estar com Cristo,
porque isto é ainda muito melhor" (Fp 1.23).

3. Os mortos não possuem missão a cumprir em favor dos que


habitam na terra

Sem exceção, todo o serviço a Deus é feito somente por meio do


corpo (cf. 2 Co 5.10). A Bíblia diz: "Bem aventurados os mortos que,
desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que
descansem dos seus trabalhos e as suas obras os sigam" (Ap
14.13). Com a morte vem a noite, quando ninguém mais pode
trabalhar (cf. Jo 9.4). Por isso o apóstolo Paulo julgava mais
necessário, por amor aos filipenses, permanecer vivo, "para
proveito vosso e gozo da fé" (fp 1.25). É somente pelo corpo que o
crente pode glorificar a Cristo, seja pela vida ou pela morte (cf. Fp
1.20; Jo 21.19). Os espíritos dos mortos são Imateriais e não
podem tler contato com a matéria. Eles não podem interceder ou
orar pelos que vivem aqui na terra, porque no céu há somente um
mediador (cf. 1 Tm 2.5), e é Ele que Intercede por nós (cf. Hb 7.25;
Rm 8.34). Tampouco poderão ser portadores de recados, ou
evangelizar os que permanecem no mundo. O pedido do homem
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Escola de Capacitação Bíblica
rico, de que Lázaro fosse enviado para advertir seus irmãos, não foi
atendido, pois: "Eles têm Moisés e os Profetas; ouçam-nos" (Lc
16.29). A única missão que os mortos terão no Paraíso será louvar
a Deus e atender aquilo que Deus lhes ordenar (cf. Ap 5.10; 7.15 e
20.6).

4. O estado espiritual do homem não sofre alterações após a


morte

Da maneira como o homem entrar na eternidade, assim


permanecerá para sempre. Aquele que entrar como crente jamais
cairá, e quem não for crente, jamais salvar-se-á. A Bíblia diz:
"Caindo à árvore para o sul ou para o norte, no lugar em que a
árvore cair, ali ficará" (Ec 11.3). Por que não existe possibilidade
para salvação após a morte? Vejamos:

• "Buscai ao Senhor enquanto se pode achar" (Is 55.6), isto é,


no "tempo que se chama Hoje" (Hb 3.13). É somente enquanto o
homem ainda "acompanha com todos os vivos" que há esperança
(cf. Ec 9.4). O Filho do Homem tem, na terra, poder para perdoar
pecados (cf. Mc 2.10) e, por isso, é aqui o tempo aceitável, o dia da
salvação (cf. 2 Co 6.2).

• “Aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo,


depois disso, o juízo" (Hb 9.27). Quando o pecador estiver no
Hades, aguardando a ressurreição para a condenação (cf. Lc 16.23;
Jo 5.29), jamais poderá sair de lá, pois existe um grande abismo (cf.
Lc 16.26) que o separa dos salvos.

• A salvação do pecador após a morte é também impossível


porque o Espírito Santo, então, não mais entrará em ação. Para um
homem ser salvo nesta vida, é indispensável a operação do Espírito
Santo (cf. Jo 6.44,65), tanto na sua chamada (cf. Ap 22.17) como
na sua regeneração (cf. Jo 3.8).

Quando o Espírito Santo, após a morte, não mais operar, nenhum


pecador sentirá desejo de salvação. Poderá sentir remorso pelo
prejuízo terrível que o pecado lhe causou, porém não desejará a
salvação. O homem rico, no Hades, não pediu perdão, mas
somente água para refrescar a língua (cf. Lc 16.26). Os perdidos
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Escola de Capacitação Bíblica
citados em Apocalipse 6.16, não pediram salvação, mas que os
montes e rochedos os escondessem do rosto daquEle que estava
sentado sobre o trono.

• O ensino sobre um "purgatório", onde as almas não


preparadas podem ser perdoadas através de sofrimentos e castigos
atrozes, não tem apoio na Bíblia. Como consequência dessa
doutrina, aparece uma outra prática — o esforço de, por meio de
votos, missas, orações, e esmolas em favor dos mortos, procurar
aliviar as penas do pecador. Porém, o único "lucro" dessa doutrina é
aquilo que entra nos cofres daqueles que a promovem. Para os
pecadores, nenhum proveito tem. As duas passagens bíblicas que
estão sendo usadas para "testificar" tal doutrina, nada provam.

A primeira encontra-se em 1 Coríntios 3.15: "O tal será salvo,


todavia como pelo fogo". Essa frase refere-se, exclusivamente, à
prova de avaliação das obras que os crentes realizaram por meio
do corpo (cf. 1 Co 3.12-15; 2 Co 5 10). A segunda está registrada
em Lucas 12.59: "Não sairás dali enquanto não pagares o
derradeiro ceitil". Aí é demonstrada a impossibilidade de sair "da
prisão” se a reconciliação não tiver sido feita "no caminho”, pois a
porta se fechou (cf, Lc 13.24,25).

• A profecia sobre a "restauração de tudo", conforme Atos 3.21,


tem sido interpretada por alguns como prova de que os pecadores
também serão "restaurados" Porém, essa profecia fala "da
restauração de tudo, dos quais Deus falou pela boca de todos os
seus santos profetas, desde o princípio" (At 3.21). E profeta
nenhum falou de salvação de pecadores após morte, pelo contrário,
profetizaram sobre o castigo eterno deles (cf. Ap 20.11-15).

• A expressão "Todo joelho dos que estão nos céus, e na terra,


e debaixo da terra" (Fp 2.10), tem sido usada como uma "prova" de
que há salvação após a morte para os que estão "debaixo da terra",
pois afirma que eles confessarão que Jesus é o Cristo. Porém, na
Bíblia há muitos exemplos de que um reconhecimento da glória de
Deus não é sinal de salvação (cf. Js 7.19; Lc 5.25,26; 23.47; Jo
9.24; Sl 106.12-16).
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Escola de Capacitação Bíblica
• É certo manter contato com os espíritos dos mortos? As
religiões pagãs têm procurado manter essa forma de contato.
Porém, a Bíblia a proíbe terminantemente (cf. Êx 22.18; Lv 19.31;
20.6,7; Dt 18.10-12; Is 8.19 e 19.3), pois todos os mortos estão sob
a responsabilidade de Deus (cf. Ec 12.7). Jesus tem a chave da
morte e do inferno (cf. Ap 1.18). Quando alguém procura contato
com o espírito dos mortos, é enganado pelo demônio, pois só ele
aparece como um espírito de mentira (cf. 1 Rs 22.22): imita aquele
cujo espírito está sendo invocado, conforme a doutrina dos
demônios (cf. 1 Tm 4.1). Essas invocações constituem "as
profundezas de Satanás" (cf. Ap 2.24) e fazem com que os homens
creiam na mentira (cf. 2 Ts 2.11). Foi isso que aconteceu quando o
rei Saul procurou à feiticeira, pedindo que ela chamasse o espírito
de Samuel. O demônio o enganou, fazendo com que cresse que
Samuel havia aparecido (cf. 1 Sm 28.10-19), o que não foi verdade.
A Bíblia afirma que nenhum encantamento contra Israel tem valor
(cf. Nm 23.23), e afirma que "Saul não buscou ao Senhor" (cf. 1 Cr
10.14). Se Samuel tivesse realmente aparecido, Saul teria buscado
ao Senhor. E ele morreu por ter buscado a feiticeira (cf. 1 Cr 10.1 3)
ao invés do Senhor.
ECB 50
Escola de Capacitação Bíblica

Capítulo 6
O DESTINO DO HOMEM
ECB 51
Escola de Capacitação Bíblica
Dentre os diversos livros que mencionam a história da humanidade,
Antropologia, etc..., a bíblia é a única que contem a origem do
homem, de onde ele veio, como foi criado, o objetivo pelo qual foi
criado, e ainda diz para onde ele vai, a bíblia é chamada de o livro
completo, pois contem o passado, presente e futuro do homem.

Na sociedade em geral existem pensamentos variados sobre esta


questão, as diversas religiões, os diversos níveis de conhecimento
bíblico, as diversas classes sociais, a cultura diferenciada de cada
região, fazem com que existam linhas de pensamentos dos mais
variáveis possíveis, e assim daremos alguns dentre eles.

O DESTINO DO CORPO FÍSICO

Nesta questão não há muito a discutir ou a ensinar, o corpo


humano, a carne, no momento da morte do homem, o corpo
começa a se decompor, e sem vida a parte física conhece o sentido
literal da palavra morte, de acordo com Eclesiastes 12.7, o corpo
volta ao pó, de onde foi criado.

O costume de enterrar o corpo após a morte do homem é um


costume muito antigo, já aconteceu com os primeiros habitantes
deste mundo, Abraão, Sara, Jacó, Raquel, etc..., todos foram
sepultados Gênesis 23.4, 35.20, 49.30-31, 50.5, e este costume se
estende até os nossos dias.
Ao contrario do que pensam muitas pessoas, não é o corpo que
poderá ser lançado no inferno, ou mesmo ser salvo, pois o corpo
não tem poder de decisão, e assim não se pode julga-lo, condena-
lo, é a alma que comanda o corpo, e não o corpo que comanda a
alma, a condenação do corpo é a morte física do homem, mas isto
já é o suficiente, esta morte física é uma punição pelo pecado que
Adão e Eva cometeram, e não a punição da alma do individuo.

A IMORTALIDADE DA ALMA

A alma possui natureza espiritual, é muito conhecido como a


consciência do homem, e por isso entendemos que a alma é eterna,
não existe extinção da alma, o pensamento mais popular que diz
“Morreu, acabou”, I Coríntios 15.32, não é a expressão da verdade,
pois não se pode matar a alma, a alma pode se separar do corpo no
momento da morte física, mais matar a alma, isto é impossível. Em
ECB 52
Escola de Capacitação Bíblica
Apocalipse 20.4 fala sobre a alma daqueles que foram degolados
por amor a Cristo, o corpo foi degolado, mas a alma ainda vive.
A alma é a parte intelectual do homem, é a alma que possui os
poderes de decisão dentro do corpo, é ela que obedece ou não a
Deus, é ela que decide consagrar se a Deus, ou menosprezar os
conselhos do Espírito, e por esta razão a alma receberá julgamento
pelos atos e decisões que tomou enquanto ainda vivia o corpo.

Na bíblia encontramos o exemplo do Rico e Lazaro em São Lucas


16.19 a 31, ambos viviam no mesmo mundo, e na mesma época,
eram separados pela classe social em que viviam, e pela fé que
possuíam, e quando morreram, ambos continuaram separados, o
corpo se desfez, mas a alma continuou a viver fora do corpo, não
neste mundo, mas num mundo espiritual, notemos agora alguns
pontos nesta passagem bíblica:

APÓS A MORTE DO CORPO A ALMA CONTINUA A VIVER

Após a morte do Rico e de Lazaro, ambos ainda podiam pensar,


apreciar, viver bem ou mal, Lazaro de acordo com os ensinamentos
bíblicos, tanto Lazaro como rico, estavam bem conscientes, tinham
lembranças de suas vidas antes da morte, sabiam onde estavam, o
rico demonstrou conhecer a Abraão e também a Lazaro, e também
demonstrou arrependimento.

A ALMA NÃO PODE VOLTAR AO CORPO

Esta historia mostra que a alma é imortal, mesmo havendo a morte


do corpo, o homem continua a possuir o poder de pensar, enxergar,
conversar, falar, arrepender, porém mesmo havendo
arrependimento a alma não tem o poder de voltar a viver no corpo,
mesmo que seja em um outro corpo qualquer, isto não lhe é
possível, o Rico pediu a Abraão que lhe permitisse voltar à vida,
que ressuscitasse, afim de que pudesse avisar seus irmãos para
não cometem o mesmo erro que ele, porém isto não é possível à
alma.

O DESTINO DA ALMA
Enquanto Lázaro estava no seio de Abraão, o paraíso de Deus, que
também Jesus prometeu ao ladrão na cruz, São Lucas 23.43, o
Rico que neste mundo teve uma vida em desobediência, estava no
ECB 53
Escola de Capacitação Bíblica
Hades, um lugar de tormento, de angustia, e de muita dor, lá a sede
é imensa, e as lembranças dos erros desta vida são constantes, o
desejo de voltar ao passado estão ao todo momento, porém isto
não é possível.

Existem dois destinos para a alma, um para os salvos em Cristo, e


outro para aqueles que rejeitaram o amor de Cristo.

O DESTINO DAS ALMAS QUE ACEITARAM O AMOR DE


CRISTO

O homem enquanto vive neste mundo, antes da morte física, ele


tem a escolha de aceitar ou não o amor de Cristo, se ele o aceita,
estará aceitando ir morar com Cristo, estar ao lado de Jesus, São
João 17.24, 3.16 a 21, assim a alma daqueles que aceitam a Cristo
estarão na luz para sempre, no momento da morte física, no mesmo
instante vão para o paraíso, São Lucas 23.43, um lugar de gozo
espiritual, um lugar de alegria.

O Paraíso é um lugar de espera até o arrebatamento da Igreja, pois


neste dia Jesus Cristo virá até as nuvens e todos os mortos que
morreram em Cristo, ressurgirão num corpo incorruptível, um corpo
glorioso, Filipenses 3.21, I Coríntios 15.12, e 51-52, e daí para
frente estarão para sempre junto do Senhor, seja no reinado de
Cristo no milênio Apocalipse 3.21 e 20.4, e na eternidade futura a
nova Jerusalém, Apocalipse 21.

O DESTINO DAS ALMAS DAQUELES QUE NÃO ACEITARAM O


AMOR DE CRISTO

Aqueles que rejeitam o amor de Cristo rejeitam a vida, a luz, a


salvação da alma, Cristo é a luz do mundo, é a única opção de vida
para a alma, e se alguém o rejeita, esta rejeitando a vida eterna,
São João 5.27 a 29, e 6.47.

Ap 20.15 E todo aquele que não foi achado inscrito no livro da


vida, foi lançado no lago de fogo.
ECB 54
Escola de Capacitação Bíblica

Capítulo 7
A DIVISÃO DOS SERES
HUMANOS
ECB 55
Escola de Capacitação Bíblica

Leitura bíblica:
1Co 2.14,15 “Ora, o homem natural não compreende as coisas do
Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-
las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é
espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido”.

DIVISÃO BÁSICA DA RAÇA HUMANA.

As Escrituras dividem todos os seres humanos em geral, em duas


classes.

(1) O homem/mulher natural (gr. psuchikos, 2.14), denotando a


pessoa irregenerada, i.e., governada por seus próprios instintos
naturais (2Pe 2.12). Tal pessoa não tem o Espírito Santo (Rm 8.9),
está sob o domínio de Satanás (At 26.18) e é escravo da carne com
suas paixões (Ef 2.3). Pertence ao mundo, está em harmonia com
ele (Tg 4.4) e rejeita as coisas do Espírito (2.14).
A pessoa natural não consegue compreender a Deus, nem os seus
caminhos; pelo contrário, depende do raciocínio ou emoções
humanas.

(2) O homem/mulher espiritual (gr. pneumatikos, 2.15; 3.1),


denota a pessoa regenerada, i.e., que tem o Espírito Santo. Essa
pessoa tem mentalidade espiritual, conhece os pensamentos de
Deus (2.11-13) e vive pelo Espírito de Deus (Rm 8.4-17; Gl 5.16-
26).
Tal pessoa crê em Jesus Cristo, esforça-se para seguir a orientação
do Espírito que nela habita e resiste aos desejos sensuais e ao
domínio do pecado (Rm 8.13,14).

Como tornar-se um crente espiritual? Aceitando pela fé a salvação


em Cristo, a pessoa é regenerada; o Espírito Santo lhe confere uma
nova natureza mediante a concessão da vida divina (2Pe 1.4).
Essa pessoa nasce de novo (Jo 3.3,5, 7), é renovada (Rm 12.2),
torna-se nova criatura (2Co 5.17) e obtém a justiça de Deus
mediante a fé em Cristo (Fp 3.9).
ECB 56
Escola de Capacitação Bíblica
UMA DISTINÇÃO ENTRE OS CRENTES.

Embora o crente nascido de novo receba a nova vida do Espírito,


ele tem residente em si à natureza pecaminosa, com suas
perversas inclinações (Gl 5.16-21). A natureza pecaminosa que no
crente existe, não pode ser mudada em boa; precisa ser mortificada
e vencida pelo poder e graça do Espírito Santo (Rm 8.13).

O crente obtém tal vitória negando-se a si mesmo diariamente (Mt


16.24; Rm 8.13; Tt 2.11,12), deixando todo impedimento ou pecado
(Hb 12.1), e resistindo a todas as inclinações pecaminosas (Rm
13.14; Gl 5.16; 1Pe 2.11). Pelo poder do Espírito Santo, o próprio
crente guerreia contra a natureza pecaminosa e diariamente a
crucifica (Gl 5.16-18,24; Rm 8.13,14) e a mortifica (Cl 3.5). Pela
abnegação e submissão à obra santificadora do Espírito Santo em
sua vida, o crente em Cristo experimenta a libertação do poder da
sua natureza pecaminosa e vive como um crente espiritual (Rm
6.13; Gl 5.16).

Nem todo crente se esforça como devia para vencer plenamente


sua natureza pecaminosa. Ao escrever aos coríntios, Paulo mostra
(3.1,3) que alguns deles viviam como carnais (gr. sarkikos), i.e., ao
invés de resistirem com firmeza às inclinações da sua natureza
pecaminosa, entregavam-se a algumas delas. Embora não
vivessem em contínua desobediência, estavam em parceria com o
mundo, a carne e o diabo em certas áreas das suas vidas, e mesmo
assim querendo permanecer como povo de Deus (10.21; 2Co 6.14-
18; 11.3; 13.5).

(1) A figura do crente carnal.


Embora os crentes de Corinto não vivessem em total carnalidade e
rebeldia, nem praticassem grave imoralidade e iniquidade, que os
separaria do reino de Deus (6.9-11; cf. Gl 5.21; Ef 5.5), estavam
vivendo de tal maneira que já não cresciam na graça, e agiam como
recém-convertidos, sem divisar o pleno alcance da salvação em
Cristo (13.1,2).
A carnalidade deles era vista na “inveja e contendas” (3.3). Não se
afligiam com a imoralidade dentro da igreja (5.1-13; 6.13-20). Não
levavam a sério a Palavra de Deus, nem os ministros do Senhor
(4.18,19). Moviam ação judicial, irmãos contra irmãos, por razões
triviais (6.6-8).
ECB 57
Escola de Capacitação Bíblica
Observe-se que aos crentes coríntios que estavam vivendo em
imoralidade sexual ou pecados semelhantes, Paulo os têm como
excluídos da salvação em Cristo (5.1,9-11; 6.9,10).

(2) Perigos para os cristãos carnais. Os cristãos carnais de


Corinto corriam o perigo de se desviarem da pura e sincera
devoção a Cristo (2Co 11.3) e de se conformarem cada vez mais
com o mundo (2Co 6.14-18). Caso isso continuasse, seriam
castigados e julgados pelo Senhor, e se continuassem a viver
segundo o mundo, acabariam sendo excluídos do reino de Deus
(6.9,10; 11.31,32). Realmente, alguns deles já estavam mortos
espiritualmente, por viverem em pecados que levam a isso (ver 1Jo
3.15 nota; 5.17 nota; cf. Rm 8.13; 1Co 5.5; 2Co 12.21; 13.5).

(3) Advertências aos cristãos carnais.

(a) Se um crente carnal não tomar a resolução de se purificar de


tudo quanto desagrada a Deus (Rm 6.14-16; 1Co 6.9,10; 2Co 11.3;
Gl 6.7-9; Tg 1.12-16), ele corre o risco de abandonar a fé.

(b) Devem tomar como exemplo o fato trágico dos filhos de Israel,
que foram destruídos por Deus por causa de seus pecados (10.5-
12).

(c) Devem entender que é impossível participar das coisas do


Senhor e das coisas de Satanás ao mesmo tempo (Mt 6.24; 1Co
10.21).

(d) Devem separar-se completamente do mundo (2Co 6.14 18) e


se purificar de tudo quanto contamina o corpo e o espírito,
aperfeiçoando a sua santificação no temor do Senhor (2Co 7.1).
ECB 58
Escola de Capacitação Bíblica

Capítulo 8
AS DIMENSÕES DA IMAGO DEI
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Escola de Capacitação Bíblica
A imagem de Deus no ser humano foi distorcida, mas não eliminada
(Gn 9.6; 1 Co 11.7; Tg 3.9).

Dimensão Racional:

O ser humano recebeu a responsabilidade de exercer domínio


sobre a terra (Gn 1.26-28; SI 8.4-9).
Adão foi instruído a cuidar do jardim.
Adão deu nome aos animais (Gn 2.19-20)
Adão reconheceu que a mulher lhe era uma ajudadora idônea (Gn
2.22-24; ver 2.20).

Dimensão Espiritual:
Deus deu a Adão e Eva uma ordem moral (Gn 2.17).
Adão e Eva possuíam um sentido de retidão moral (Gn 2.25).
Adão e Eva reconheceram-se culpados logo após a sua
transgressão (Gn 3.7)
Isto parece indicar que a imagem incluía a justiça original (Gn 1.31;
Ec 7.29).

Dimensão Social:
Adão e Eva [presumivelmente] falavam um ao outro (Gn 2.18,23;
3.6-8; 4.1).

CONCEPÇÕES SOBRE A NATUREZA DA IMAGO DEI

Concepção Apoio Problemas


Concepção Imagem (tselem) em Este conceito define
Substantiva Gênesis 1.26 pode ser Deus ao definir o ser
A imagem de Deus traduzida por “estátua”; humano.
consiste em uma assim, a passagem Deus é espírito (ver Jo
característica específica pode dizer: “Façamos o 4.24). Em que sentido,
física, psicológica e/ou homem parecido então, o nosso corpo
espiritual existente na conosco.” Em João físico representa a
natureza humana. 1.14-18 (e outros Deus? Além disso, os
lugares) fica claro que pássaros e outros
Jesus era Deus e que animais têm corpos
ele tinha um corpo físicos mas não se diz
humano. que foram feitos à
imagem de Deus (ver Gn
1.20-23).
Concepção Funcional Gênesis 1.26-28 diz Gênesis 1.27 indica que
ECB 60
Escola de Capacitação Bíblica
A imagem de Deus claramente que o ser Deus criou o ser humano
consiste no que o ser humano deve governar à sua imagem antes de
humano faz. ou ter domínio sobre o lhe dar o domínio.
restante da criação. Portanto, a Imago Dei
Deus claramente pode ser algo diferente
governa. da capacidade de
dominar.
Concepção Relacional Deus criou o “homem” Gênesis 9.6 e Tiago 3.9
Somente quando temos macho e fêmea (Gn tornam claro que o ser
fé (isto é, “interagimos”) 1.26- 27), indicando o humano não regenerado
em Jesus Cristo nós aspecto relacional de também foi criado à
possuímos plenamente Deus na humanidade. imagem de Deus.
a imagem de Deus. Êxodo 20; Marcos
12.28-31 e Lucas 10.26-
27 também sugerem as
dimensões relacionais
de Deus e da
humanidade.
Toda a Palavra de Deus
registra a natureza
relacional de Deus.
Concepção Reformada Parte da imagem de Gênesis 1.26-28 não se
A imagem de Deus no Deus no ser humano refere a divisões da
homem são as está no ser espiritual, imagem de Deus; antes
tendências conscientes moral e imortal do fala de uma única
do ser humano e o homem, que foi imagem de Deus.
conhecimento “mutilado mas não
verdadeiro do ser apagado.” (Ver Gn 8.15
humano. - 9.7; SI 8.4-9; 1 Co
Parte da imagem de 11.7; 15.49; Tiago 3.9;
Deus no homem (isto é, Hb 2.5-8).
a sua “imagem natural”) O conhecimento da
foi obscurecida mas não justiça e da santidade
destruída pelo pecado, e por parte do ser humano
parte da “imagem moral” foi perdido por causa do
de Deus foi perdida pelo pecado e é restaurado
ser humano em por Cristo. (Ver Ef 4.22-
consequência do 25; Cl 3.9-10).
pecado, mas é Deus é consciente e
restaurada por Cristo. possui verdadeiro
conhecimento.
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Escola de Capacitação Bíblica

Capítulo 9
A UNIDADE DA RAÇA HUMANA
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Escola de Capacitação Bíblica
1. As Escrituras ensinam que a raça humana toda descende de
um só casal.

Gn. 1.27,28 - “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de


Deus o criou; macho e fêmea os criou. E Deus lhes abençoou e
Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos e enchei a terra e
sujeitai-a”;
2.7 - “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra e soprou
nos seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma
vivente”;
22 - “E da costela que o Senhor Deus tomou do homem formou
uma mulher; e trouxe-a a Adão”;
3.20 - “E chamou Adão o nome de sua mulher Eva, porquanto ela
era mãe de todos os viventes”.

2. Esta verdade se encontra no fundamento da doutrina de


Paulo sobre a unidade orgânica da humanidade na primeira
transgressão e da provisão da salvação para a raça em Cristo.

Rm. 5.12 - “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no


mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a
todos os homens, por isso que todos pecaram”; 19 - “Porque, como,
pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos
pecadores, assim, pela obediência de um, muitos serão feitos
justos”; 1 Co. 15.21,22 - “Porque, assim como a morte veio por um
homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem.
Porque assim como todos morrem em Adão, assim também todos
serão vivificados em Cristo”; Hb. 2.16 - “Porque, na verdade, ele
não tomou os anjos, mas tomou a descendência de Abraão”.

O Prof. D. G. Brinton, um dos mais eminentes etnólogos e


antropólogos, não muito antes da sua morte, disse que toda a
pesquisa científica e ensino tendem para a convicção de que a
humanidade descende de um casal.

3. A descendência da humanidade de um só casal também


constitui a base da fraternidade natural com cada membro da
raça.
ECB 63
Escola de Capacitação Bíblica
At. 17.26 - “E de um só fez toda a geração dos homens para habitar
sobre toda a face da terra” - aqui a Versão Rev. e Corrigida omite a
palavra “sangue” (“fez de um sangue” - Versão Autorizada). É
possível que a palavra compreendida seja “pai”, mas não a palavra
“corpo”; cf. Hb. 2.11 - “Porque assim o que santifica como os que
são santificados, são todos de um (pai ou corpo); por cuja causa
não se envergonha de lhes chamar irmãos, dizendo: Anunciarei o
teu nome a meus irmãos, cantar-te-ei louvores no meio da
congregação”.

“O casamento entre irmãos e irmãs era inevitável no caso dos filhos


do primeiro homem, visto que a raça humana descendia de um só
casal e, por isso, pode-se justificar, em face da proibição mosaica
de tais casamentos baseados no fato de que os filhos e filhas de
Adão não representavam simplesmente a família, mas a espécie e
que isto se deu enquanto não surgiram diversas famílias com laços
fraternos e o amor conjugal tornou-se distinto de qualquer outro e
assumiu formas fixas e mutuamente exclusivas, cuja violação é
pecado”. Prof. W. H. Green: “Gn. 20.12 mostra que Sara era meio-
irmã de Abraão; ... as subsequentes regulamentações ordenadas
na lei mosaica ainda não tinham vigência”. G. H. Darwin, filho de
Charles Darwin, mostrou que o casamento entre primos é
inofensivo onde há diferença constitucional entre as partes. A
paleontologia moderna aceita como provável que, no começo da
raça, havia maior diferença entre irmãos e irmãs da mesma família
do que ultimamente.

Considerações tiradas da história e da ciência corroboram as


declarações da Escritura. Podem-se mencionar brevemente quatro
argumentos:

a) A partir da história.

Até onde se pode delinear a história das nações e tribos em ambos


os hemisférios, a evidência aponta para uma única origem e um só
ancestral na Ásia Central.

Reconhece-se que as nações europeias vieram da Ásia em


sucessivas ondas migratórias. Os etnólogos modernos geralmente
concordam em que as raças de índios da América derivaram de
fontes mongólicas da Ásia Oriental, ou através da Polinésia ou
ECB 64
Escola de Capacitação Bíblica
pelas Ilhas Aleutes. Bunsen, Philos. Of Universal History, 2.112 - a
origem asiática de todos os índios norte-americanos “é uma prova
completa da unidade da família entre eles”.

“Antes da época de Colombo, os polinésios faziam viagens de


canoa do Taiti ao Havaí a uma distância de 2300 milhas (3701,5
km). Keane, Man Past and Present, 1-15, 349-440, trata dos
aborígines americanos sob dois tipos primitivos: Os de cabeça
longa vindos da Europa e os de cabeça redonda vindos da Ásia.

Cada um dos grupos primários evoluiu em seu próprio habitat, mas


todos surgiram de um precursor pleistocênico há 100 000 anos. W.
T. Lopp, missionário entre os esquimós, em Porto Clarence, Alasca,
na parte americana do Estreito de Bering, escreve aos 31 de agosto
de 1892: “Nenhum degelo no inverno, e o gelo bloqueia o Estreito.
Isto sempre trouxe dúvidas aos baleeiros.

Os esquimós contaram- lhes que às vezes atravessavam o Estreito


sobre o gelo, mas nunca se acreditou neles. No último bimestre
março/abril nossos esquimós tinham necessidade premente de
tabaco. Dois grupos (de cinco homens) foram com cães que
tracionam trenós para o Cabo Oriental, na costa siberiana, e
negociavam um pouco de peles de castor, de lontra, de marta em
troca de tabaco russo e voltavam felizes. Só durante um inverno
ocasional é que eles faziam isso. Porém durante o verão eles
faziam várias viagens em seus botes de pele de lobo - com
quarenta pés (+ 13 m) de comprimento. Tais observações podem
lançar luz sobre a origem das raças pré-históricas da América”.

“As nações semicivilizadas de Java e de Sumatra possuem uma


civilização que, à primeira vista, mostra-se ter sido tomada de
empréstimo a fontes hindus e maometanas”. Per contra, contudo,
ver Prof. A. H. Sayce: “A evidência agora tende a mostrar que os
distritos na vizinhança do Báltico eram aqueles onde as línguas
arianas irradiaram e onde habitaram a raça ou raças que
originariamente as falavam. Os invasores arianos do noroeste da
índia só podiam ter sido um produto distante do grupo primitivo
rapidamente absorvido na população mais antiga à medida que
avançavam para o sul; e falar dos ‘nossos irmãos índios’ é tão
absurdo e falso como reivindicar um relacionamento com os negros
dos Estados Unidos porque eles agora empregam uma língua
ariana”. Scribner, Where Did Life Begin? mais tarde adicionou
ECB 65
Escola de Capacitação Bíblica
argumentos que provam que a vida na terra teve sua origem no
Pólo Norte e o Prof. Asa Gray favorece este ponto de vista.

O Dr. J. L. Wortman, no YaleAlumni Weekly, 14 de janeiro de


1903.129
- “O aparecimento de todos os primatas da América do Norte foi
muito abrupta no começo do segundo estágio do eocênico. E é uma
coincidência marcante que quase as mesmas formas aparecem nos
leitos da era exatamente correspondente na Europa. Nem este
sincronismo termina nos macacos. Ele se aplica a quase todos os
outros tipos de mamíferos eocênicos do Hemisfério Norte e assim
também à flora contemporânea.

Estes fatos podem ser explicados somente com base na hipótese


de que havia um centro comum do qual estas plantas e animais
foram distribuídos. Considerando mais tarde que as atuais massas
eram essencialmente as mesmas no período eocênico como o são
agora e que a região do Pólo Norte então gozava de um clima
subtropical como as plantas fósseis o provam, somos forçados a
concluir que este centro comum de dispersão fica aproximadamente
dentro do Círculo Ártico. ... A origem da espécie humana não ocorre
no Hemisfério Ocidental”.

b) A partir da língua.
A filologia comparativa aponta para uma origem comum de todas as
mais importantes línguas e não fornece nenhuma evidência de que
as menos importantes também não sejam derivadas.

Sobre o sânscrito como elo de conexão entre as línguas indo-


germânicas, ver Max Müller, Science of Language, 1.146-165, 326-
342, que defende que todas as línguas passam por três estágios :
monossilábico, aglutinante, inflexiva; e que nada necessita a
admissão de diferentes começos independentes tanto para os
elementos materiais como para os formais dos ramos da fala:
turânico, semítico e ariano. As mudanças da linguagem
frequentemente são rápidas. O Latim converteu-se nas línguas
romances e o saxão e o normando se unificaram no Inglês em três
séculos. O Chinês pode ter-se separado do seu primitivo local de
moradia enquanto a sua língua se conservava monossilábica.
ECB 66
Escola de Capacitação Bíblica
As crianças são as construtoras de todas as línguas, distintas da
língua”. O exemplo da súbita aquisição da linguagem é de Helen
Keller, proferindo publicamente uma longa peça só três semanas
depois que pela primeira vez começou a imitar os movimentos dos
lábios.

G. F. Wright, Man andthe Glacial Períod, 242-301 - “Recentes


investigações mostram que as crianças, quando por qualquer causa
isoladas em uma época bem inicial produzirão frequentemente uma
linguagem de novo. Assim de modo algum pareceria improvável
que várias línguas na América e talvez as mais antigas do mundo
possam ter surgido em um curto tempo onde as condições eram
tais que uma família de crianças pequenas poderia ter mantido a
existência quando por qualquer causa elas fossem privadas dos
cuidados paternos ou de qualquer tutor... Dois ou três mil anos de
pré-história é talvez o exigível para produzir a diversificação das
línguas que aparecem no decorrer da história. ... O estágio pré-
histórico da Europa terminou menos do que mil anos antes da Era
Cristã”.

Em um povo cuja fala não se tem fixado por ter sido incumbido de
escrever, a fala de uma criança é uma grande fonte de corrupção
linguística e as mudanças são muito rápidas. Humboldt recolheu o
vocabulário de uma tribo da América do Sul e, depois de quinze
anos de ausência achou a sua linguagem tão mudada que parecia
uma língua diferente.

Um filólogo francês afirma ter interpretado o Yh Kirtg, o mais antigo


e mais ininteligível escrito monumental do chinês, considerando-o
uma deformação do assírio antigo ou caracteres cuneiformes
acádicos e semelhante aos silabários, aos vocabulários e tábuas
bilíngües contidas nas ruínas das bibliotecas da Assíria e da
Babilônia; ver Terrien de Lacouperie, The Oldest Book of the
Chirtese and its Authors e seus The Language of China before the
Chinese, 11, nota; ele defende a “elemento não indígena da
civilização chinesa e sua derivação do foco cultural caldaico-
babilônico através da Susiana”. A evidência mostrará que o chinês
(língua) veio para a China originado da Susiana no século XXIll
A.C..

O G inicial se emprega na época com o som de Y. Muitas palavras


que em chinês começam com Y encontram-se no acádico com G,
ECB 67
Escola de Capacitação Bíblica
como o chinês Ye, ‘noite’, corresponde ao acádico Ge, com o
mesmo sentido. Parece que a ordem de desenvolvimento é a
seguinte:
1. a escrita pictórica;
2. a escrita silábica;
3. a escrita alfabética.

Semelhantemente, há evidência de que os egípcios do tempo dos


faraós eram imigrantes de outra terra, a saber, da Babilônia.
Hommel deriva os hieróglifos egípcios das figuras de que se
desenvolveram os caracteres cuneiformes e mostra que os
elementos da própria língua egípcia estão contidos nessa fala
mesclada da Babilônia que se originou da fusão de sumerianos e
semitas.

O Osíris do Egito é o Asari dos sumerianos. O sepultamento em


túmulos de tijolos nas duas primeiras dinastias egípcias é uma
sobrevivência da Babilônia, como o são os selos cilíndricos
impressos na argila. Sobre as relações entre as línguas ariana e
semítica, ver Whitney, Comp. Philology, Enciclopédia Britânica; Vida
e Desenvolvimento da Linguagem, 269 e Estudo da Linguagem,
307,308 - “A língua fornece algumas indicações de valor duvidoso,
que, tomadas com algumas outras considerações etnológicas,
também de questionável pertinência, fornecem base para suspeitar
de um relacionamento último.... Talvez se possa contar com a
esperança de que a mais completa compreensão da história da fala
semítica nos capacitará a determinar tal relação última, embora não
se espere com confiança”.

“A coloração da pele parece jazer nas influências climáticas.


Cremos na unidade da raça porque isto apresenta as menores
dificuldades. Caso contrário, não saberíamos como interpretar
Paulo em Rm. 5”.

c) A partir da psicologia.

A existência de características mentais e morais comuns entre as


famílias da humanidade evidenciadas em máximas comuns,
tendências e capacidades na predominância de tradições
semelhantes e na aplicabilidade universal de uma filosofia e religião
explica-se mais facilmente com apoio na teoria de uma origem
comum.
ECB 68
Escola de Capacitação Bíblica

Entre as tradições amplamente prevalecentes pode ser mencionada


a de moldar o mundo e o homem, de um primitivo jardim, de uma
inocência e felicidade originais, de uma árvore do conhecimento, de
uma serpente, de uma tentação e queda, de uma divisão do tempo
em semanas, de um dilúvio, de sacrifício. É possível, senão
provável, que alguns mitos, comuns a muitas nações, podem ter
sido transmitidos a partir de um tempo quando as famílias da raça
ainda não estivessem separadas.

d) A partir da fisiologia.

1) É juízo comum dos fisiólogos que o homem é uma só espécie. As


diferenças que existem entre as variadas famílias da humanidade
devem ser consideradas como variedades desta espécie. Como
prova destas afirmações argumentamos:

2) As inumeráveis gradações intermediárias que estabelecem


conexão entre as assim chamadas raças umas com as outras,

3) A identidade essencial de todas as raças nas características


cranianas, osteológicas e dentais.

4) A fertilidade de uniões entre indivíduos dos mais diversos tipos e


a continuada fertilidade do produto destas uniões.

“Sou um dos que creem que atualmente não há nenhuma evidência


para dizer que a humanidade surgiu originariamente de mais de que
um só casal; devo dizer que não posso ver uma boa base, seja qual
for, ou qualquer evidência sustentável para crer que há mais de
uma espécie de ser humano”.

Owen, citado por Burgess, Ant. and Unity of Race, 185 - “O homem
forma apenas uma espécie. As diferenças são apenas indicações
de variedade. Tais variações aparecem de umas para com as
outras através de gradações fáceis”. Alexandre von Humboldt: “As
diferentes raças de homens são formas de uma única espécie; não
são diferentes espécies de um gênero”.
ECB 69
Escola de Capacitação Bíblica

Bibliografia
Teologia Cristã em Quadros - H. WAYNE HOUSE – Ed. Vida
Horton, M. Stanley. Teologia Sitemática – CPAD
Pearlman. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia – Vida
Bergstén, Eurico. A Santa Trindade: O Pai, o Filho e o Espírito Santo - CPAD
Bíblia Anotada
O homem espiritual - Watchman Nee
Bíblia de Estudo Palavra Chave, CPAD
Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD
Bíblia Dake, CPAD
Champlin, R. N. Enciclopédia da Bíblia, Teologia e Filosofia - Hagnos
www.bepeli.com.br
www.palavraqueliberta.com.br
luizantoniooliveira.wordpress.com
www.ebdweb.com.br

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