Departamento de Máquinas
Engenharia de Máquinas Marítimas
Discentes: Docente:
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1. Introdução
Durante o presente trabalho, ira-se fazer um resumo do que foi estudado durante a cadeira de
geradores de vapor e turbinas 1, pois descrever-se-á os pontos mais essências tais como definição
dum gerador de vapor, sua classificação quanto à posição dos gases quentes, aos combustíveis,
aplicação, vantagens e desvantagens. Posteriormente também debruçar-se-á sobre as turbina a
vapor, tipos de turbinas, de acção e reacção, como realizam o trabalho, representação dos
diagramas de pressão e velocidade, fórmulas de cálculo das velocidades da expansão nas
agulhetas, velocidades periféricas, rendimento e trabalho teórico. Ainda vai se descrever os
órgão anexos das turbinas principais, das turbinas auxiliares.
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2. Objectivos
3. Limitações
O presente trabalho tem como restrição resumir os conteúdos que foram abordados na sala.
4. Metodologia
O presente trabalho foi elaborado tendo como base consultas em fichas fornecidas pelo docente
da cadeira. Engo Felizardo Chemane.
5. Relevância
O presente trabalho é relevante porque ajudará o estudante a consolidar a matéria estudada
durante o semestre, e como consequência não apresentara muitas dificuldades no campo de
trabalho ou seja na prática.
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6. Geradores de vapor
6.1 Definição
Geradores de Vapor (GV’s) podem ser considerados como sendo trocadores de calor complexos
que produzem vapor de água sob pressões superiores a atmosférica a partir da energia de um
combustível e de um elemento comburente (Ar).
6.2 Classificação dos geradores de vapor quanto á posição dos gases quentes
Caldeiras flamutubulares; neste tipo de caldeira, os gases quentes circulam pelo interior de
tubos e a água se encontra na parte externa aos tubos. Fig1
Fig.1
Caldeiras aquatubulares Neste tipo de caldeira, os gases quentes circulam pela parte externa
dos tubos e a água se encontra na parte interna dos mesmos, dispostos na forma de paredes
d’água ou de feixes tubulares. Fig2.
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Fig.2
São caldeiras mais difíceis de serem construídas e necessitam de maior controle na operação.
Suas características operacionais são: Alta produção de vapor, chegando a 750ton/h –
normalmente entre 15 e 150ton/h e alta pressão de operação, normalmente entre 90kgf/cm² a
100kgf/cm².
A produção de vapor ocorre nos tubos que interligam dois (paredes de água) ou mais
reservatórios cilíndricos, chamados colectores ou tubulões:
Vantagens
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As principais desvantagens
7. Turbinas a vapor
Turbinas a Vapor são Máquinas Térmicas que utilizam a energia do vapor sob forma de energia
cinética. Deve-se transformar em energia mecânica a energia contida no vapor sob a forma de
energia térmica e de pressão.
Assim sendo os princípios da acção e reacção são as duas formas básicas como podemos obter
trabalho mecânico através da energia cinética inicialmente obtida. (Fig.3)
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Fig.3
Se o expansor for fixo e o jato de vapor dirigido contra um anteparo móvel, a força de
acção do jato de vapor irá deslocar o anteparo, na direcção do jato, levantando o peso W.
Se, entretanto o expansor puder mover-se, a força de reacção, que atua sobre ele, fará
com que se desloque, em direcção oposta do jato de vapor, levantando o peso W.
Em ambos os casos a energia do vapor foi transformada em energia cinética no expansor
e esta energia cinética, então, convertida em trabalho.
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7.2 Transformação da energia calorífica em uma turbina de acção
O vapor chega á turbina a pressão da caldeira, e é forcado a passar através de uma ou mais
agulhetas, sofre uma queda de pressão e adquire um aumento de velocidade, há portanto na ou
nas agulhetas uma transformação da energia potencial (calorífica) do vapor em energia cinética.
Além disso, as agulhetas são convenientemente dispostas a fim de orientarem o vapor para
melhor actuação nas pás do rotador.
Fig.4
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7.3 Transformação da energia calorífica em energia mecânica numa turbina de
reacção
O vapor chega á turbina á pressão da caldeira e passando através duma fiada de pás fixas, Fig.5
com secção variável entre elas sofre uma queda de pressão e adquire um aumento de velocidade,
ao mesmo tempo as pás fixas orientam o vapor para incidir com a direcção mais conveniente nas
pás móveis.
O vapor animado de grande velocidade que adquiriu na expansão sofrida na sua passagem
através da fiada de pás fixas, incide nas pás móveis, provocando o movimento de rotação do
rotador, em virtude de lhe ceder parte da sua energia cinética, pelo que perde velocidade. Mas o
vapor ao atravessar a fiada de pás móveis sofre nova queda de pressão, visto que a secção entre
elas vai diminuindo para o lado do fluxo do vapor adquirindo um aumento de velocidade que é
cedido á essa mesma fiada de pás móveis por onde acaba de passar.
A Fig.5 representa o esquema de uma turbina de reacção de uma só coroa de pás fixas e de uma
velocidade absoluta do vapor numa só coroa de pás móveis, mostrando turbinas de reacção, as
variações da pressão e da velocidade absoluta do vapor.
Fig.5
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7.4 Determinação das velocidades numa turbina de acção.
Considera-se uma turbina de acção de simples impulso (formada por uma única fiada de pás
móveis), o esquema que indica o diagrama da velocidade do vapor nesta turbina, em que:
Fig.6
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Cálculo do trabalho indicado teórico
Ao qual, por analogia com o realizado nas maquinas alternativas, se chama trabalho indicado
teórico, genericamente esta formula poderá escrever-se;
Em que;
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Cálculo da velocidade teórica do vapor ao ser expandido numa agulheta
Como se considera que esta evolução é adiabática e não há atritos nem redemoinhos, as duas
espécies de energia são equivalentes, ou seja
Nesta turbina toda a expansão do vapor dá-se nas agulhetas. Quanto menor for a velocidade
absoluta do vapor Vf á saída das pás móveis, tanto maior terá sido o aproveitamento da energia
cinética desse vapor e portanto maior o rendimento da turbina. Com n fiadas de pás móveis a
1
velocidade periférica ideal da turbina de acção será da velocidade ideal duma turbina de uma
𝑛
𝑣𝑐𝑜𝑠𝛽
𝑢=
2𝑛
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7.6 Velocidade periférica duma turbina de reacção
Numa turbina de reacção de n andares, cada andar é constituído por uma roda fixa e uma roda
móvel. Se p-p1, a queda de pressão ao longo de um andar, constata-se na prática que esta queda é
divida em duas partes; de p a uma pressão intermédia na roda fixa e desta pressão intermédia a
p1 na roda móvel, e assim em todos os outros andares. Considera-se o gráfico das velocidades,
duma turbina de reacção só com um andar. (Fig.7)
Fig.7
As pás fixas são semelhantes às pás móveis, e a secção de passagem do vapor quer dumas quer
doutras vai diminuindo segundo o sentido do fluxo do vapor, assim, tento as pás fixas como as
pás móveis das turbinas de reacção, comportam-se como verdadeiras agulhetas. Desta forma, o
vapor sofre uma queda de pressão em cada fiada de pás fixas, e uma queda de pressão em cada
fiada de pás móveis quando flui através duma turbina de reacção.
Observando a Fig.8 verifica-se que a velocidade Vf será mínima, quando a sua direcção for
perpendicular à da velocidade u da roda. Então;
𝑢 = 𝑣𝑐𝑜𝑠𝛽
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Portanto; nas turbinas de reacção, a sua velocidade periférica ideal deve ser um pouco inferior à
absoluta do vapor à entrada na finda de pás móveis. Compreende-se facilmente que, para se
utilizar toda a energia cinética adquirida pelo vapor, este deveria abandonar a roda móvel com
uma velocidade absoluta igual a zero, o que se verificaria apenas quando a velocidade da roda
igualasse a do vapor.
Fig.8
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2. Passagem repetida são deste tipo as turbinas de fluxo helicoidal, o rotador das
turbinas consiste de uma roda com uma só fiada de pás de impulso.
E. Quanto ao numero de expansões que o vapor sofre ao atravessar as turbinas;
1. Turbinas de simples expansão- estas são sempre de acção, o vapor sofre uma
única expansão numa agulheta ou num grupo de agulhetas
2. Turbinas de múltipla expansão
F. Quanto à constituição mecânica das turbinas
G. Quanto ao fim ou serviço a que se destinam
1. Turbinas principais ou de propulsão (de marcha avante, a ré e de cruzeiro)
2. Turbinas auxiliares (turbo-extractoras, turbo-bombas de circulação, turbo-bombas
de alimentação, turbo-bombas de óleo, turbo-geradores, turbo-ventoinhas)
H. Quanto à pressão do vapor e posição relativa das turbinas dum grupo de turbina
1. Turbinas de alta pressão
2. Turbinas de média pressão
3. Turbinas de baixa pressão
Uma turbina é constituída por duas partes; a turbina propriamente dita e os acessórios.
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Os acessórios duma turbina são;
As válvulas de manobra das turbinas principais, regulam a passagem do vapor das caldeiras para
as caixas das agulhetas das turbinas, devendo permitir o rápido arranque ou rápida paragem da
turbina, e de igual modo, proporcionar um meio de regular o fluxo de vapor consoante a
velocidade que se pretende obter. Para isso é necessário qualquer sistema de compensação da
válvula de manobra, especialmente se esta for operada manualmente. A seguir indica-se três
tipos de válvulas de manobra muito em uso, a saber;
Fig.9
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2. Válvula de manobra diferencial equilibrada de êmbolo (Fig.10)
Fig.10
Fig.11
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8.2 Regulador limitador de velocidade das turbinas principais.
Este regulador limitador usa-se para evitar que a turbina onde é montada desarvore quando a
hélice sai fora de água, actuara também por exemplo, no caso do veio propulsor perder a hélice.
Ele tem uma pequena bomba de óleo e é directamente accionada por cada turbina, as quais
aspiram do tanque de lubrificação de serviço, a pressão do óleo comprimido é proporcional à
velocidade das turbinas a que estão acopladas, pressão deste óleo actua na parte inferior do
êmbolo do cilindro de emergência que possui uma mola na parte superior.
Fig.12
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O movimento deste êmbolo é transmitido por meio duma haste à válvula de controlo do vapor, a
qual neste caso estrangularia a passagem do vapor para a válvula de manobra, o que se traduziria
numa diminuição da velocidade da turbina. Se o aumento da velocidade fosse muito grande, a
pressão do óleo na face superior do êmbolo operador descia até zero, pelo que o êmbolo
submetido somente a tensão da mola subia e fecharia totalmente o vapor para a turbina, pelo que
a sua velocidade desceria até um valor tal que o regulador limitador começaria a abrir.
As engrenagens redutoras de velocidades servem pois para reduzir a alta velocidade das turbinas
para uma baixa velocidades dos veios propulsores, classificam-se em engrenagens redutoras de:
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8.4 Uniões flexíveis e viradoras
Numa instalação propulsora a turbina com redutores de velocidade, é necessário instalar uma
união flexível, entre o veio de cada turbina e o veio do carreto da sua engrenagem redutora.
(Fig.14)
Fig.14
Virador- por várias razões é por vezes necessário virar as turbinas principais a frio, isto é
admitir vapor nas mesmas, ele podem ser; viradores manuais ou eléctricos. Tem por finalidade
virador os rotadores das turbinas para efeitos diversos.
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9. Conclusão
Chegado ao final do trabalho conclui-se que geradores de vapor são equipamentos que produzem
vapor de água sob pressões superiores a atmosférica a partir da energia de um combustível e de
um elemento comburente (Ar). Estes equipamentos são conhecidos popularmente como caldeiras
de vapor, estes equipamentos trabalham sempre com as turbinas que são também máquinas
térmicas que utilizam a energia do vapor sob forma de energia cinética para se transformar em
energia mecânica a energia contida no vapor sob a forma de energia térmica e de pressão.
Portanto existem diversos tipos de turbinas, elas classificam-se de acordo com sua aplicação,
(principais e auxiliares), como realizam trabalho (acção e reacção), a forma como admitem o
vapor, etc.
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10. Referência bibliográfica
FICHA DE APOIO – Geradores de vapor e turbinas fornecidos pelo Engo Felizardo Chemane,
docente da disciplina, Escola Superior de Ciências Náuticas, no ano 2018.
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