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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

(6LINHAS EM BRANCO)

ANÁLISE DE DISPOSITIVOS FACTS APLICADOS NA REDE DE ENERGIA


ELÉTRICA

(3LINHAS EM BRANCO)

HENRIQUE CASTRO STOLLER

(6LINHAS EM BRANCO)

RIO DE JANEIRO
MÊS / 2018
UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
ENGENHARIA ELÉTRICA

MARGENS: SUPERIOR 3
INFERIOR 2
ESQUERDA 3
DIREITA 2 cm
EM TODO MATERIAL
ESPAÇAMENTO ENTRE LINHAS 1,5
PARAGRAFOS DE1,25 CM
SOMENTE NA REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA É QUE SE UTILIZA
ESPAÇAMENTO SIMPLES E DUAS BATIDAS ENTRE AS REFERENCAIS

ANÁLISE DE DISPOSITIVOS FACTS APLICADOS NA REDE DE ENERGIA


ELÉTRICA

HENRIQUE CASTRO STOLLER

Monografia apresentada como requisito da disciplina


Monografia II do curso de Engenharia Elétrica.

Orientador: Edisio Alves de Aguiar Junior, D.Sc.

RIO DE JANEIRO
MÊS / 2018
FICHA CATALOGRÁFICA(Dados deste quadro devem ser obtidos na Biblioteca da
UVA antecipadamente)

SOBRENOME, Nome. Titulo. Rio de Janeiro, RJ: Universidade Veiga de


Almeida. Trabalho de conclusão do curso de Bacharelado em Engenharia
Elétrica. 2017nº de páginas: XX p.
UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
ENGENHARIA ELÉTRICA
(folha de aprovação)
HENRIQUE CASTRO STOLLER(nome)
ANÁLISE DE DISPOSITIVOS FACTS APLICADOS NA REDE DE ENERGIA
ELÉTRICA (Título da monografia)

Monografia apresentada como


requisito final à conclusão do curso
de Engenharia Elétrica.

APROVADA EM: __/__/__

Grau conferido ao aluno: ________________________

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________

PROF. XXXXXXXXXXXXXX

ORIENTADOR

___________________________________________________
PROF. XXXXXXXXXXXXX

___________________________________________________

PROF. XXXXXXXXXXXXX

Xxxxxxxxxxxxxx (assinatura do aluno)

Coordenação de Engenharia Elétrica


Rio de Janeiro

(3LINHAS EM BRANCO)

DEDICATÓRIA (arial 12)

Neste espaço, você pode fazer a sua dedicatória utilizando todo a largura da
folha ou utilizar um recuo de 6 cm , sempre justificado a esquerda
3LINHAS EM BRANCO
AGRADECIMENTOS (arial 12)

Agradeço, (arial 12)

 Você pode pontuar os agradecimentos ou fazê-lo em texto corrido,


normalmente se agradece as pessoas que te ajudaram a fazer o trabalho,
digitador, professor etc.
(3LINHAS EM BRANCO)
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS (ARIAL 12 )
(éfacultativo)
RESUMO
(bloco único; sem entrada de parágrafo, com espaçamento simples)

No Maximo 300 palavras


Diante de uma crescente significativa de consumidores agregados a meios
tecnológicos ao longo dos anos, a demanda do uso da energia elétrica consistente
se tornou uma pauta muito referenciada pelas geradoras, transportadoras e
distribuidoras de energia elétrica. A qualidade de transferência de potência é um
termo muito importante quando tratamos de energia elétrica, devido aos surgimentos
de perturbações maiores no sistema elétrico no decorrer dos anos, portanto a
inclusão dos FACTS nessas situações dentro de um sistema se mostra uma solução
de extrema eficácia. Com isso a pretensão desse trabalho foi discorrer sobre os
principais FACTS existentes tanto em meios de transmissão quanto distribuição de
energia. E por fim expor um estudo de caso referente a um dispositivo FACTS
aplicado em um sistema elétrico.

Palavras chaves: (utilizar 3 palavras chaves)


ABSTRACT

No Máximo 300 palavras. NÃO UTILIZAR SOFTWARE DE TRADUÇÃO

Key words: (utilizar 3 palavras chaves)


LISTA DE ABREVIATURAS

AC Alternated Current
DC Direct Current
DVR Dynamic Voltage Restaure
D-STATCOM Distributed-STATCOM
FACTS Flexible AC transmission Systems
FC-TCR Fixed Capacitor – Thyristor Controlled Reactor
GTO Gate Turn-Off Thyristor
IGBT Insulated Gate Bipolar Transistor
IGCT Integrated Gate Commutated Thyristor
IEEE Institute of Electrical and Electronic Engineers
IPFC Interline Power Flow Controller
L-UPQC Left – UPQC
MSR Mechanical switching of shunt reactor
MSC Mechanical switching of shunt capacitors
PST Phase Shifting Transformer
R-UPQC Right – UPQC
SR Saturated Reactor
SEE Sistema Eléctrico de Energia
SVC Static Var Compensator
SPS Static Phase Shifter
SSSC Static Synchronous Series Compensator
STATCOM Static Synchronous Compensator
TCSC Thyristor Controlled Series Capacitor
TSSC Thyristor Switched Series Capacitor
TCSR Thyristor Controlled Series Reator
TSSR Thyristor Switched Series Reator
TCBR Thyristor Controlled Braking Resistor
TCR Thyristor Controlled Reactor
TSR Thyristor Switched Reactor
TSC Thyristor Switched Capacitor
TCPST Thyristor Controlled Phase Shifting Transformer
TCRV Thyristor Controlled Voltage Regulator
THD Total Harmonic Distortion
UPQC Unified Power Quality Conditioner
UPFC Unified Power Flow Controller
UPLC Universal Active Power Line Conditioner
VSC Voltage Source Converter
LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1a – MSR genérico................................................................................... 22


Figura 1.1b – MSC genérico.................................................................................... 22
Figura 1.2 – Topologia de um compensador síncrono genérico..............................22
Figura 2.1 – Circuito de comutação através de tiristores.........................................22
Figura 2.2 – Circuito de um TCSC...........................................................................22
Figura 2.3 – Circuito do TSSC................................................................................. 22
Figura 2.4 – Comportamento de onda do funcionamento do TSSC........................22
Figura 2.5 – Compensadores TSSC em cascata.....................................................22
Figura 2.6 – Circuito do TCSR.................................................................................22
Figura 2.7 – Circuito do TSSR................................................................................. 22
Figura 2.8 – Circuito do TCBR................................................................................ 22
Figura 2.9 – Circuito simplificado do TCR e TSR................................................... 22
Figura 2.10 – Circuito simplificado do TSC..............................................................22
Figura 2.11 – Circuito FC-TCR................................................................................ 22
Figura 2.12 – Gráfico de perdas em função da energia reativa trocada pelo FC-
TCR com a rede.......................................................................................................22
Figura 2.13 – Combinação genérica de um TCR e TSC......................................... 22
Figura 2.14 – TCPST em ponte AC-AC monofásico................................................22
Figura 3.1 – Circuito do DVR................................................................................... 22
Figura 3.2 – Afundamento momentâneo de tensão.................................................22
Figura 3.3 – Compensação do DVR........................................................................ 22
Figura 3.4 – Circuito SSSC......................................................................................22
Figura 3.5 - IPFC inserido em duas linhas de transmissão..................................... 22
Figura 3.6 – Diagrama unifilar do STATCOM.......................................................... 22
Figura 3.7a – Tensão de saída á 6 pulsos...............................................................22
Figura 3.7b – Espectro harmônico de 6 pulsos........................................................22
Figura 3.8a – Tensão de saída á 12 pulsos............................................................22
Figura 3.8b – Espectro harmônico de 12 pulsos......................................................22
Figura 3.9a – Tensão de saída á 24 pulsos.............................................................22
Figura 3.9b – Espectro harmônico de 24 pulsos......................................................22
Figura 3.10 – Diagrama de blocos de um UPQC inserido numa linha de
distribuição...............................................................................................................22
Figura 3.11 – Diagrama de um UPFC......................................................................22
Figura 3.12 – UPFC inserido numa linha de transmissão........................................22
Figura 3.13 – Diagrama do UPLC............................................................................22
Figura 4.1 - Representação das principais linhas de transmissão da Região Sul e22
do Mato Grosso do Sul............................................................................................ 22
Figura 4.2 – Conjunto dos casos analisados........................................................... 22
LISTA DE TABELAS

Tabela 4.1 – Abreviatura das Subestações analisadas......................................... 12


Tabela 4.2 – Medições das tensões nas barras de acordo com a
indisponibilidade.......................................................................................................22
Tabela 4.3 – Resultados sobre um sistema completo e à rede alterada com e
sem a inclusão do SVC em carga média.................................................................22
Tabela 4.4 – Aumento da capacidade para tais faixas de compensação em
sistema completo para carga média........................................................................ 22
Tabela 4.5 - Resultados sobre um sistema completo e à rede alterada com a
inclusão do SVC em carga pesada.,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,22
Tabela 4.6 – Aumento da capacidade para tais faixas de compensação em
sistema completo para carga pesada...................................................................... 22
Tabela 4.7 – Tabela de simulações de regime de carga média.............................. 22
Tabela 4.8 – Resultados sobre um sistema completo e à rede alterada com e
sem a inclusão do TCSC em carga média...............................................................22
Tabela 4.9 – Tabela de simulações de regime de carga pesada............................ 22
Tabela 4.10 - Resultados sobre um sistema completo e à rede alterada com e
sem a inclusão do TCSC em carga pesada.............................................................22
Tabela 4.11 – Comparação de intercâmbio com e sem o SVC e TCSC................. 22
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO GERAL........................................................................................ 22
1.1 MOTIVAÇÕES E OBJETIVOS...........................................................................22
1.2 METODOLOGIA DE PESQUISA....................................................................... 22
2 FACTS BASEADO EM COMUTAÇÃO DE COMPONENTES PASSIVOS.......22
2.1 CONTROLADORES SÉRIE............................................................................... 22
2.1.1 TCSC (Thyristor Controlled Series Capacitor).............................................. 22
2.1.2 TSSC (Thyristor Switched Series Capacitor)................................................ 22
2.1.3 TCSR (Thyristor Controlled Series Reator) e TSSR (Thyristor Switched
Series Reator).......................................................................................................... 22
2.2 CONTROLADORES SHUNT............................................................................. 22
2.2.1 TCBR (Thyristor Controlled Braking Resistor).............................................. 22
2.2.2 SVC (Static Var Compesator)....................................................................... 22
2.2.2.1 TCR (Thyristor Controlled Reactor) e TSR (Thyristor Switched
Reactor)................................................................................................... 22
2.2.2.2 TSC (Thyristor Switched Capacitor)........................................................ 22
2.2.2.3 FC-TCR (Fixed Capacitor – Thyristor Controlled Reactor)...................... 22
2.2.2.4 Combinação TCR – TSC......................................................................... 22
2.3 CONTROLADORES SÉRIE-SHUNT................................................................. 22
2.3.1 TCPST (Thyristor Controlled Phase Shifting Transformer)........................... 22
3 FACTS BASEADO EM COMUTAÇÃO DE COMPONENTES ATIVOS............22
3.1 CONTROLADORES SÉRIE...............................................................................22
3.1.1 DVR (Dynamic Voltage Restaure).................................................................22
3.1.2 IPFC (Interline Power Flow Controller)..........................................................22
3.2 CONTROLADORES SHUNT............................................................................. 22
3.2.1 STATCOM (Static Compensator ou Static Synchronous Compensator)...... 22
3.3 CONTROLADORES SÉRIE-SHUNT................................................................. 22
3.3.1 UPQC (Unified Power Quality Conditioner)...................................................22
3.3.2 UPFC (Unified Power Flow Controller)..........................................................22
3.3.3 UPLC (Universal Active Power Line Conditioner)......................................... 22
4 ESTUDO DE CASO........................................................................................... 22
4.1 APLICAÇÃO DE SVC NO SISTEMA DE TRANSMISSÃO DE 525KV DA
ELETROSUL: AVALIAÇÃO EM REGIME PERMANENTE................................ 22
4.1.1 RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES............................................................. 22
4.2 APLICAÇÃO DO TCSC NO SISTEMA DE TRANSMISSÃO DE 525KV DA 22
ELETROSUL: AVALIAÇÃO EM REGIME PERMANENTE................................ 22
4.2.1 RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES............................................................. 22
4.3 CONCLUSÕES DAS APLICAÇÕES: SVC E TCSC.......................................... 22
5 CONCLUSÕES.................................................................................................. 22
REFERÊNCIAS........................................................................................................22
LISTA DE ITENS
(ITENS = ORGANOGRAMA, TABELAS, FIGURAS...)
(são listas independentes uma da outra)
(ARIAL 12, 3 LINHAS EM BRANCO)

(FAZER 1 FOLHA PARA CADA LISTA e LEMBRAR QUE TODAS AS


TABELAS ORGANOGRAMAS OU IMAGENS ... TÊM QUE SER
NUMERADAS, UMA NUMERAÇÃO PARA CADA TIPO, POR EXEMPLO)
TABELA
1
2
3

FIGURA
1
2
3

ORGANOGRAMA
1
2
3

E TODAS ELAS TEM QUE TER TITULO ,(titulo na parte superior,


referência na parte inferior)

PRÓXIMA PÁGINA É O INÍCIO DA PERTE TEXTUAL (OS CAPÍTULOS)

A PARTIR DAÍ COMEÇA A APARECER A NUMERAÇÃO DAS FOLHAS, MAS A


CONTAGEM COMEÇA DA FOLHA DE ROSTO

(SUPERIOR, DIREITA, EMARABICO, ARIAL 12)

PARA FACILITAR INSERIR SEMPRE QUEBRA DE SEÇÃO ENTRE UM CAPITULO


E OUTRO, PARA QUE FIQUE FACIL A NUMERAÇÃO

A PRIMEIRA PAGINA DOS CAPITULOS NÃO DEVE SER NUMERADA,


COMEÇANDO A APARECER OS NUMEROS SOMENTE A PARTIR DA SEGUNDA
PAGINA)

(INSERIR QUEBRA/ QUEBRA SEÇÃO PROXIMA PAGINA)


1 INTRODUÇÃO GERAL

No decorrer dos anos o Brasil com sua vasta dimensão territorial, vem numa
crescente populacional acelerada, fazendo com que a energia elétrica esteja
sobrecarregada diante de tal demanda. Diante de tal situação, foi preciso a
construção de grandes redes geradoras de energia, em grande parte hídrica,
resultando também em construções redes de transmissões e distribuições.
Embora haja uma grande evolução e crescimento no decorrer dos anos na forma de
geração, transmissão e distribuição, surgem problemas para os quais não existem
soluções simples, problemas estes que são: o agravamento de problemas
ambientais, exploração predatória de fontes naturais de energia, dificuldade na
ampliação das redes já existentes, eficiência na geração, transmissão e distribuição
de energia e qualidade da energia elétrica entregue aos consumidores etc.[1] [2]
Se tratando de qualidade e eficiência de energia elétrica, ao longo dos anos
surgiram inúmeros dispositivos, basicamente eletromecânicos, com o intuito de
melhoria no fluxo de potência e também visando à melhor compensação nas linhas
de transmissão, dispositivos estes, baseados em duas formas de compensação:
série e paralelo. A série por ser uma compensação “phase shifting”, fazendo o uso
de transformadores defasadores com tomadas eletromecânicas, não era muito bem
empregue. Já a compensação em paralelo com reatância fixa, baseado no uso de
condensadores, houve melhorias na correção das características do sistema, porém
existia limitação por não acompanhar as variações dinâmicas do sistema. Com isso
surgiram outros dispositivos como, MSR ( “Mechanical switching of shunt reactor”) e
por MSC (“Mechanical switching of shunt capacitors”) que se mostrou mais
versatilidade por se basear em bancos de condensadores com reatâncias
mecanicamente ajustável, por fim, veio o Condensador Síncrono e após se juntando
a ele o compensador SR (“Saturated Reactor”), como sendo as soluções mais
empregues [3]. As figuras 1.1a e 1.1b abaixo, mostram as topologias genéricas do
MSR e MSC respectivamente.
Figura 1.1a - MSR genérico. Figura 1.1b – MSC genérico.

Fonte: Adaptado da referência [16].

O Condensador Síncrono tem a utilidade de geração e absorção da potência


reativa no sistema, para ajustes de tensão e melhoria do fator de potência do
mesmo, a figura 1.2 abaixo mostra a topologia genérica do compensador síncrono.

Figura 1.2 – Topologia de um compensador síncrono genérico

Fonte: Adaptado da referência [3]

Com a finalidade de reduzir as limitações apresentadas pelos dispositivos


anteriores, foi necessária a investigação de novas formas de operação e controle de
sistemas elétricos, e uma delas foi à tecnologia FACTS. O Conceito FACTS só foi
formalizado pela primeira vez por fins da década de 1980 por N. G. Hingorani pelo
Instituto Norte Americano “Electric Power Research Institute”. Trazendo ela, novas
oportunidades no gerenciamento da transmissão de potência, pois com ela, permite
o aumento significativo da capacidade do sistema elétrico existente e dos futuros,
tanto em condições sob contingências ou normalizadas, com custo razoável. [4]

1.1 MOTIVAÇÕES E OBJETIVOS

O motivo da realização deste trabalho foi à identificação com o assunto


tratado, encorajado pelo fato de ser um assunto pouco relatado e registrado nos
meios acadêmicos, porém vem tomando uma grande proporção devido à
necessidade e importância da inclusão destes dispositivos em nossos sistemas
elétricos de energia. A proposta é delimitar aos estudos de dispositivos FACTS em
si, porém nos caso que haja necessidade e relevância de se tratar de assuntos fora
ao tema, serão para fins de conduzir aos estudos principais de maneira clara. Os
principais objetivos propostos neste trabalho foram:

- estudo do funcionamento dos dispositivos FACTS existentes;

- expor os benefícios e limitações dos dispositivos FACTS apresentados;

- Apresentação de um estudo de caso com a inclusão dos dispositivos FACTS.

1.2 METODOLOGIAS DE PESQUISA

Este trabalho está dividido em três capítulos além da introdução e conclusão.


No capítulo 2 foram analisados os principais dispositivos FACTS baseado na
comutação de componentes passivos. No capítulo 3 analisamos os principais
dispositivos FACTS baseado em comutação de componentes ativos. No capítulo 4
foi apresentado estudos de caso, contidos na literatura especializada, com a
intenção de demonstrar o quão significativo é a melhoria da qualidade de energia
como um todo a partir da inserção dos dispositivos FACTS numa SEE. Por fim foi
apresentada a conclusão de todo o trabalho realizado.
2 FACTS BASEADO EM COMUTAÇÃO DE COMPONENTES PASSIVOS

Diante de diversos trabalhos revisados e estudados, para este trabalho será


proposto à análise dos dispositivos FACTS em duas partes: baseado em comutação
de componentes passivos e baseado em comutação de componentes ativos. Dentro
dessas duas partes será subdividido de acordo com a topologia de compensação:
série, shunt, série-shunt e série-série.
Os dispositivos FACTS, baseado em comutação de componentes passivos
são considerados mais fáceis a sua compreensão, por se tratar de uma tecnologia
antiga, comparada aos de comutação de componentes ativos. Esses dispositivos
FACTS em grande maioria se utilizam o tiristor como elemento semicondutor, porém
havendo a possibilidade da inserção de semicondutores mais modernos
autocomutável e com a finalidade de substituir o tiristor, em conjunto com tiristor
também é utilizado elementos passivos como condensadores, indutores e resistores.
De modo geral o funcionamento destes dispositivos, se baseia na comutação de
dois tiristores que poderá assumir dois tipos de controle [3]:
- onde ele assume apenas duas condições de estado: o de condução durante todo
meio ciclo de onda fundamental ou de não condução;
- sendo controlado pelo seu ângulo de disparo α, ou seja, o ângulo de fase da
tensão da rede elétrica em que se deseja o tiristor entre em condução.
Quando a corrente se anula e/ou inverte sua polaridade, ou seja, percorre o
meio ciclo negativo, a condução do tiristor pode ser interrompida independente do
método de comutação usado. Na figura 2.1 abaixo se mostra a idealização do
circuito da comutação de tiristores que é muito utilizado nos compensadores de uso
de componentes passivos [3].
Figura 2.1 – Circuito de comutação através de tiristores.

Fonte: Adaptado da referência [17].

Diante desta breve descrição sobre os dispositivos FACTS baseado em


comutação de componentes passivos, serão mencionados em tópicos posteriores
em detalhes, discursando sobre sua topologia de circuito e suas finalidades.

2.1 CONTROLADORES SÉRIE

2.1.1 TCSC (Thyristor Controlled Series Capacitor)

O TCSC trata-se de um compensador série, composto por um banco de


capacitores em série com a linha, em paralelo com uma carga reativa chaveada por
tiristores em antiparalelo como mostra a figura 2.2 abaixo:

Figura 2.2 – Circuito de um TCSC.

Fonte: Adaptado da Referência [5].


O comportamento fundamental de um TCSC é baseado na injeção de uma
reatância capacitiva variável, acarretando numa diminuição da tensão indutiva nesta
linha, sendo assim, ocorrendo uma melhoria ou aumento na capacidade de
transmissão de fluxo de potência da rede elétrica. Um sistema elétrico de Norte e
Sul, apelidado por Linhão, por transmitir até 1.300 MW em ambos os sentidos,
composta por 1.276 quilômetros de linhas de transmissão em 500 kV interligando a
subestação de Imperatriz,no Maranhão, à de Samambaia, no Distrito Federal,
existem a dois TCSCs inseridos um em cada extremo, e com a inclusão deles, foi
notado a diminuição do risco de corte de fornecimento no Brasil, devido a
amplificação da capacidade de transmissão, com isso a geração sendo remanejada
de acordo com os índices de chuvas em cada região [5].
Nos TCSCs podemos classificar em três formas distintas de operação, são
elas:
- operando em modo “Bypass”, o reator do TCSC assume toda corrente da linha, se
comportado como um “jumper” para o banco de capacitores, se ajustando o ângulo
de disparo dos tiristores à 90°;

- através do controle do ângulo de disparo, conhecido como controle contínuo ou


modo “Vernier”, operando de maneira sensitiva com a necessidade, balanceando o
reativo capacitivo ou reativo indutivo;

- operando com seus tiristores bloqueados, ou seja, não ocorrendo disparo, com isso
o TCSC compensará a reatância total do banco de capacitores.

Vale ressaltar que, nas operações no modo “Bypass” e “Vernier”, é


recomendado um ajuste entre a faixa de 20% à 70% da reatância da linha, devido
ao risco de a reatância do dispositivo e da linha entrem em ressonância [5].

2.1.2 TSSC (Thyristor Switched Series Capacitor)

O TSSC é composto por um capacitor em série com a linha, em paralelo com


uma associação de tiristores em antiparalelo como mostra a figura 2.3 abaixo:
Figura 2.3 – Circuito do TSSC.

Fonte: Adaptado da Referência [3].

Seu funcionamento é muito especifico, operando na comutação dos tiristores


somente quando a corrente é nula, ou seja, nos baseando numa corrente alternada
(onda senoidal), o primeiro meio ciclo de corrente de linha o capacitor é carregado,
após a polaridade ser oposta do meio ciclo restante a corrente de linha será
descarregada, então concluímos que os tiristores atuarão nos cruzamentos de zero
da corrente da linha. Entretanto os tiristores só deverão ser atuados, quando a
tensão do capacitor for nula, com a intenção de evitar o transiente do circuito e a
corrente de sobretensão inicial, com isso gerando um atraso de até um ciclo
completo. Na figura 2.4 abaixo mostra o gráfico do funcionamento do TSSC [6].

Figura 2.4 – Comportamento de onda do funcionamento do TSSC.

Fonte: Adaptado da Referência [3].


Lembrando, que por se tratar de um compensador série, é válida a inclusão
de vários TSSC em cascata para efeito de uma compensação maior, ou melhor,
explicitado na figura 2.5, porém, como as características normais de um capacitor
não podem ser alteradas, é preciso se atentar nesta inclusão para evitar a
ressonância subsíncrona, causada pelo alto nível de compensação [6].

Figura 2.5 – Compensadores TSSC em cascata.

Fonte: Referência [6].

2.1.3 TCSR (Thyristor Controlled Series Reator) e TSSR (Thyristor Switched Series
Reator)

O TCSR composto por um reator em série com a linha, em paralelo com uma
carga reativa chaveada por tiristores em antiparalelo como mostra a figura 2.6. Seu
funcionamento é análogo aos dispositivos TCSCs descrito no tópico 2.1.1, porém
sua compensação é baseada na inserção de um reator variável.
Figura 2.6 – Circuito do TCSR.

Fonte: Adaptado da Referência [3].

No TSSR tem seu funcionamento análogo ao dos dispositivos TSSCs,


diferenciando apenas na estrutura do circuito, composto por um reator em série com
a linha, em paralelo com uma associação de tiristores em antiparalelo como mostra
na figura 2.7 abaixo:

Figura 2.7 – Circuito do TSSR.

Fonte: Adaptado da Referência [3].

2.2 CONTROLADORES SHUNT

2.2.1 TCBR (Thyristor Controlled Braking Resistor)


O TCBR é um dispositivo geralmente instalado em paralelo com a linha, ou
seja, se trata de um compensador shunt, composto por uma resistência
normalmente linear, controlado por dois tiristores associados em antiparalelo
ilustrado a figura 2.8.

Figura 2.8 – Circuito do TCBR.

Fonte: Referência [3].

Seu propósito de funcionamento é diferente de muitos dispositivos FACTS


que já foi abordado e serão abordados, por não se tratar de uma compensação
reativa e sim por ser uma frenagem de certos problemas que são acarretados na
linha de transmissão. O resistor pode ser interpretado com uma carga ativa
continuamente variável quando controlado pela comutação dos tiristores a cada
meio ciclo, prevenindo a ocorrência de instabilidade transitória e dinâmica, existem
outras prevenções que são [7]:

- melhoria do amortecimento das oscilações de baixa freqüência;

- o amortecimento das ressonâncias subsíncronas

- facilita a sincronização de uma gerador turbina, a falta desta sincronização pode


produzir torques de eixos mais bruscos.
Embora o TCBR exista diversas funções e também por ter seu custo
relativamente baixo, é recomendado ser utilizado após remoção de algum defeito
inerente à linha de transmissão, para evitar o aumento do valor da corrente de curto-
circuito, aumento este causado pela redução da impedância total vista pelo local do
defeito, devido à inserção do TCBR que é uma impedância em paralelo [3].

2.2.2 SVC (Static Var Compensator)

O dispositivo SVC é um compensador paralelo a linha de potência reativa,


composto por elementos reativos, como indutância e/ou capacitores, semelhante
aos MSC e MSR. Diferentemente dos MSC e MSR, o SVC faz o uso de tiristores
para finalidade de controle dos elementos reativos, proporcionando tempos de
respostas mais rápidos. Embora os dispositivos SVCs em regime permanente
produzam uma quantia harmônica no sistema, são muito proveitosos, assim como
seus homólogos eletromecânicos, diminuindo os picos transitórios de corrente no
instante de comutação, podemos classificar esses dispositivos em três tipos: TCR,
TSC, TSR e seus combinados, FC-TCR e TCR-TSC [3].

2.2.2.1 TCR (Thyristor Controlled Reactor) e TSR (Thyristor Switched Reactor)

O TCR e TSR são dispositivos inseridos em paralelo a linha, de mesma


composição, ou seja, os dois dispositivos são formados de modo simplificado por um
reator em série e controlado por um par de tiristores associados em antiparalelo
como mostra na figura 2.9 abaixo:
Figura 2.9 – Circuito simplificado do TCR e TSR.

Fonte: Adaptado da Referência [3].

O que difere do TCR em relação ao TSR é seu funcionamento, o TSR tem


seu controle resumido em dois estágios: não condução e condução completa,
geralmente esses estágios são atuados no cruzamento da onda fundamental de
corrente ao zero. Já o TCR tem seu controle variado de maneira contínua da
corrente, ou seja, o tempo de condução dos tiristores é em cada meio ciclo de onda
fundamental, se chegando sua máxima condução no ângulo de disparo de 90° e no
seu mínimo valor é 180°, e atuado de forma discreta, assumindo apenas um ângulo
de disparo por vez a cada meio ciclo.
Comparado aos TSRs, os TCRs têm seu circuito de controle menos
complexo, sendo menos custoso a sua implementação na linha, porém os TCRs
produzem harmônicos significativos a ponto que seja necessário o uso de filtros e
arranjos dispendiosos em prol desta eliminação, diferente dos TSRs, portanto numa
combinação de ambos com um controle seqüencial seria uma solução interessante
[3].

2.2.2.2 TSC (Thyristor Switched Capacitor)

O dispositivo TSC tem seu funcionamento similar ao TSR, controlando sua


condução no cruzamento da onda fundamental de corrente da linha ao zero,
assumindo dois tipos de situações, a de condução total e não condução, seu circuito
é composto por um capacitor em série e controlado por um par de tiristores em
antiparalelo mostrado na figura 2.10. Geralmente é incluso um reator em série com o
TSC, para a prevenção do surgimento de ressonância do dispositivo com a rede e a
limitação do gradiente de corrente através dos tiristores [1].

Figura 2.10 – Circuito simplificado do TSC.

Fonte: Adaptado da Referência [3].

É importante ressaltar que há TSCs sem a inclusão deste reator, sem que se
perca sua funcionalidade principal. Uma caracteristica muito importante do TSC é
que, a atuação do chaveamento é realizado em uma frequencia muito baixa,
fazendo com que os harmônicos não sejam um problema sério neste dispositivo,
diferentemente dos TCRs. Uma desvatagem muito comum dos TSCs é que, a
tensão aos terminais dos tiristores pode assumir valores até o dobro do valor de pico
da rede quando eles estão ao corte, tendo que ser dimensionados ou protegidos por
meios externos contra correntes de curto-circuito e sobretensões transitórias [1][3].

2.2.2.3 FC-TCR (Fixed Capacitor – Thyristor Controlled Reactor)


O dispositivo FC-TCR consiste numa combinação de um dispositivo TCR em
paralelo com um capacitor fixo, ou seja, ausente de qualquer tipo de controle neste
capacitor, representado a figura 2.11.

Figura 2.11 – Circuito FC-TCR.

Fonte: Adaptado da Referência [3].

Com o FC-TCR se pode chegar a dois diferentes estados: uma seria a


capacidade de energia reativa capacitiva máxima num ângulo de disparo de 90°, e a
outra uma variação contínua da energia reativa indutiva máxima num ângulo de
disparo de 0°.
Trata-se de uma configuração muito sólida e utilizada, por possuir capacidade
de propor energia reativa regulada de forma contínua, entretanto encontra-se um
problema devido às características dos elementos inseridos neste FC-TCR, que são
as perdas consideráveis mesmo que a troca de energia com a rede seja nula, ou
seja, o próprio compensador terá que absorver a energia reativa que o capacitor fixo
demandará mesmo que o sistema não esteja necessitando de tal demanda abaixo
na figura 2.12 se mostra um gráfico que reforça as perdas que atuam no FC-TCR
[3][8].
Figura 2.12 – Gráfico de perdas em função da energia reativa trocada
pelo FC-TCR com a rede.

Fonte: Referência [3]

2.2.2.4 COMBINAÇÃO TCR-TSC

Esta combinação de dispositivos TCR e TSC tem como proposta reduzir ao


máximo o problema apresentado pelo FC-TCR, por se tratar de um compensador
dinâmico de transmissão de potência, disponibilizando maior flexibilidade de
operação e minimizando aquelas perdas que o FC-TCR gera sobre condições de
não compensação sobre a linha (stand by). O TCR-TSC consiste de diversos ramos
de TSC e um ramo de TCR como mostra a figura 2.13.
Figura 2.13 – Combinação genérica de um TCR e TSC.

Fonte: Referência [3]

A variação contínua da potência reativa por parte do TCR é estabelecida


quando a capacidade dos ramos do TCRs inseridos seja maior ou igual a qualquer
um dos ramos TSC inseridos. O princípio do funcionamento do TCR-TSC é inserção
total de potência reativa dos ramos TSC, excedendo a demanda máxima, porém não
tão dispersa da necessária para compensar, e em contra partida o ramo ou os
ramos TCR absorvendo o excesso imposto pelos ramos TSC, obtendo o valor
preciso de potência necessário para compensação da rede. A vantagem nesse
processo é que na região indutiva não haverá necessidade da produção de energia
para anular os ramos TSC, sendo assim os ramos TCR serão desligados, reduzindo
as perdas totais, diferentemente do FC-TCR. Uma desvantagem do TCR-TSC é
atribuída às perdas dos semicondutores, ou seja, ocorre o aumento nas perdas
conforme os ramos TSC entram em funcionamento, isto se deve a energia reativa
total fornecida, portanto quanto menor for a capacidade dos ramos do TSC, menor
será a perda [3].

2.3 CONTROLADORES COMBINADOS SÉRIE-SHUNT


2.3.1 TCPST (Thyristor Controlled Phase Shifting Transformer)

O TCPST se trata de um compensador série-shunt, basicamente composto


por um transformador defasador ajustado por tiristores comutados para prover
rapidamente um ângulo variável de fase, a figura 2.14 é mostrado um TCPST
inserido numa linha [1]:

Figura 2.14 – TCPST em ponte AC-AC monofásico.

Fonte: Referência [3].

O desenvolvimento do dispositivo TCPST foi originado pelo SPS, baseado em


comutação ou controle eletromecânico. Com um SPS se pode atuar no controle
dinâmico de tensão, na melhoria da estabilidade transitória, no aumento da
qualidade de potência transmitida e a atenuação das oscilações de potência
existentes no sistema. O SPS e PST são semelhantes, apenas se divergem a
respeito da comutação, onde o SPS faz o uso da comutação mecânica e o PST o
uso de interruptores baseados em semicondutores [1][3].
O TCPST é um dispositivo que usualmente é operado em dois modos:
- de forma discreta, onde o tiristor funciona como não condução ou condução total,
produzindo pouco ou nenhum harmônico, sendo um sistema de controle simples e
de baixo custo.

-de forma contínua, controlado através do ângulo de disparo com seu valor máximo
no ângulo de 90°, um modo de operação de certa forma prejudicial, pela inserção de
harmônicos para a rede.

É necessário salientar que com TCPST não é possível o aumento da potência


ativa transmissível para além do seu limite de estabilidade estático apenas
recorrendo apenas a um TCPST, com isso podemos fazer o uso do TCRV para tal
finalidade e realizar um desempenho importante no controle do fluxo de potência e
no controle de níveis de tensão tanto nas redes de transmissão quanto nas redes de
distribuição. O que distingue um TCPST de um TCRV é a configuração dos
enrolamentos que determina se a tensão injetada pelos dispositivos é em fase ou
em quadratura com a tensão da rede [1][3].
3 FACTS BASEADO EM COMUTAÇÃO DE COMPONENTES ATIVOS.

Ao longo dos anos a necessidade de uma demanda maior sobre condições de


rápida resposta, ou seja, apresentando uma rápida perspicácia mediante aos
problemas previsíveis em um sistema elétrico, foi deixando os FACTS com
comutação à tiristores limitados, embora esses FACTS trabalharem em escala alta
de potência, se mostra limitado quando tratamos de propor uma sensibilidade maior
em sua resposta no sistema.
Com o avanço da eletrônica para equipamentos de alta potência, foi capaz de
desenvolver FACTS com componentes autocomutáveis, como IGBT (Insulated Gate
Bipolar Transistor), os GTOs (Gate Turn-Off Thyristor) e os IGCTs (Integrated Gate
Commutated Thyristor). Com a inclusão desses componentes possibilitou o
desenvolvimento de fontes de potência reativa controlável trazendo melhoria tanto
em desempenho e espaço físico [9].
Em conseqüência desse avanço, os FACTS apresentam uma nova proposta,
sendo capaz de ser atuado tanto em situações de regime permanente quanto em
condições dinâmicas, amplificando sua funcionalidade de compensação e trazendo
novas utilidades, como dar estabilidade em um sistema a qual está incluído,
correção de fator de potência, regulação de tensão em barramento a qual o FACT é
inserido, o estancamento da propagação de harmônicos de corrente pela rede,
compensação de fluxo de potência etc.
Neste capítulo enfatizaremos os principais dispositivos FATCS baseado em
comutação de componentes ativos, como o DVR, SSSC, IPFC, STATCOM, UPQC,
UPFC e UPLC, e classificados sucessivamente com suas devidas associações:
série, shunt e série-shunt. Abordando as características principais de cada um dos
dispositivos com a finalidade de um esclarecimento de seus objetivos e de onde
cada deve ser instalado no sistema elétrico.

3.1 CONTROLADORES SÉRIE

3.1.1 DVR (Dynamic Voltage Restaure)


O dispositivo DVR como o próprio nome diz, ele restaura a tensão
descompensada existente a linha de forma dinâmica, esta tensão descompensada é
formada através do fenômeno de afundamentos momentâneos. O DVR é baseado
em um retificador, e inversor em paralelo a linha e um transformador em série com
linha como mostram a figura 3.1 abaixo:

Figura 3.1 – Circuito do DVR.

Fonte: Referência [10].

Os afundamentos momentâneos de tensão são períodos curtos onde ocorre


uma redução no valor eficaz da tensão, que normalmente são causados pelos
efeitos de curto-circuito, partida de grandes motores e sobrecargas, segundo a
norma do IEEE 1346-1998, este afundamento de tensão ocorre quando há uma
redução de cerca de 10 a 90% de seu valor eficaz, na freqüência fundamental, com
uma duração de em torno de meio ciclo há 1 minuto, a figura 3.2 abaixo demonstra
com clareza este efeito [10].
Figura 3.2 – Afundamento momentâneo de tensão.

Fonte: Referência [10].

Este afundamento embora seja momentâneo, é prejudicial quando tratamos


de transmitir ou distribuir essa qualidade para cargas sensíveis ou criticas, ou seja,
cargas que necessitam de uma demanda com qualidade e com freqüência, como
hospitais, centros de processamento de dados, centros de pesquisa etc. Com isso é
de extrema importância o uso do DVR nas linhas, trazendo a compensação
necessária para linha, através do calculo da tensão do barramento de entrada e
sendo sintetizada pelo inversor e por fim sendo inserida novamente ao sistema
através do transformador série com a mesma forma de onda da entrada, porém
compensada e sendo atenuado os efeitos prejudiciais existentes e podendo assim
oferecer uma melhor qualidade de energia para estas cargas, como mostra a figura
3.3.

Figura 3.3 – Compensação do DVR.

Fonte: Adaptado da Referência [10].


3.1.2 IPFC (Interline Power Flow Controller)

O dispositivo IPFC se trata de um compensador série baseado em comutação


de componentes ativos, porém não é um simples compensador série, onde é
inserido apenas em uma linha de transmissão, este dispositivo usualmente inserido
entre duas linhas de transmissão ou mais, através de um enlace DC [1].
O IPFC basicamente é constituído por dois ou mais SSSC, o número de
SSSC é proporcional a quantidade de linhas a compensar. Um SSSC é
compensador série constituído por um transformador de acoplamento e um VSC,
como mostra na figura 3.4. Comporta-se como uma reatância controlável, propondo
a inserção na linha de potência reativa tanto em zona indutiva quanto capacitiva,
através do ajuste da amplitude e fase da tensão, fazendo essa troca de potência
reativa com a linha sem depender da corrente que circula na linha [3].

Figura 3.4 – Circuito SSSC.

Fonte: Referência [3].


Portanto o IPFC tem sua funcionalidade diferente dois demais
compensadores já citados em tópicos anteriores, por ser capaz de fornecer energia
reativa independentemente em cada linha e transferir potência ativa existente de
uma linha para outra. Na figura 3.5 mostra uma topologia onde o IPFC é inserido em
duas linhas [1][3].

Figura 3.5 - IPFC inserido em duas linhas de transmissão.

Fonte: Adaptado da Referência [3].

Com isso o IPFC pode ter a função de seccionar potência de linhas


congestionadas e direcionando em linhas disponíveis, ou até mesmo compensar
linhas de alta prioridade e desviar de linhas de difícil trânsito. Portanto o IPFC se
torna um compensador de importante utilidade quando se trata de balanço e/ou
desvio de potência entre linhas, entretanto este dispositivo não é capaz de absorver
ou até mesmo fornecer potência ativa, apenas para satisfazer as suas perdas e
regular a sua fonte DC, aderindo o uso de uma fonte de potência DC substituindo o
condensador DC, como uma excelente alternativa como solução [3].
3.2 CONTROLADORES SHUNT

3.2.1 STATCOM (Static Compensator ou Static Synchronous Compensator)

O dispositivo STATCOM muito popular e muito utilizado nas linhas de


transmissão, um dispositivo homólogo ao SVC por sua semelhança em sua
operação quando se encontra em regime permanente e por estar inserido em
paralelo em uma linha e exercer a compensação necessária que uma linha possa
demandar.
Diferentemente do SVC, o STATCOM emprega de dispositivos de potência
em estado sólido, fazendo com que o controle destes dispositivos acarrete num
controle rápido de tensão no sistema, tanto em magnitude e fase [9]. Este controle
de tensão é devido à inserção de corrente reativa no sistema capaz de realizar a
regulação de tensão necessária na linha, abaixo é listado características típicas e
benéficas que um STATCOM pode exercer no sistema.
- Controle e regulação de tensão;

- Melhoria da margem de estabilidade transitória do sistema;

- Amortecimento de oscilações no sistema;

- Amortecimento de ressonância subsíncrona;

- Atenuação de flicker;

Vale salientar que assim como o STATCOM inserido numa linha de


transmissão tem suas aplicações, no meio de sistemas de distribuição o STATCOM
também tem suas aplicações (Custom Power), muito conhecido como D-STATCOM
[11].
O STATCOM basicamente é composto por um transformador trifásico de
acoplamento, um conversor trifásico com chaves de estado sólido, usualmente o
VSC e um banco de capacitores, na figura 3.6 abaixo é mostrado um diagrama
unifilar de um STATCOM instalado numa linha de transmissão.

Figura 3.6 – Diagrama unifilar do STATCOM.

Fonte: Adaptado da Referência [15]

Assim como os dispositivos FACTS já mencionados, o STATCOM não é


diferente, geram harmônicos de acordo com sua funcionalidade, em casos de
desequilíbrios (curto-circuito) o STATCOM fica propenso a gerar consideravelmente
o harmônico de terceira ordem, já em situações de regime permanente é suscetível
a aparição dos harmônicos, porém existem meios simples e baratos, como os filtros
passivos, para a redução ou até mesmo a eliminação deste conteúdo harmônico.

Há formas de que o STATCOM possa exercer sua funcionalidade em um


sistema com qualidade, inserindo ao sistema uma tensão relativamente
harmonizada comparada a fundamental, ou seja, sem a inserção de harmônicos
significativos. Formas essas que são feitas através dos conversores, ajustando o
chaveamento e acrescentando mais conversores para se chegar a configurações
como: 6 pulsos; 12 pulsos; 24 pulsos e quasi 24 pulsos [9]. Abaixo mostra nas
figuras 3.7a – 3.7b, 3.8a – 3.8b, 3.9a e 3.9b, o gráfico da saída de tensão e o THD
que um STATCOM de 6, 12 e 24 pulsos pode gerar.

Figura 3.7 – (a) Tensão de saída á 6 pulsos; (b) Espectro harmônico de 6 pulsos

;
(b) Fonte: Referência [9].

Figura 3.8 – (a) Tensão de saída á 12 pulsos; (b) Espectro harmônico de 12 pulsos

Fonte: Referência [9].


Figura 3.9 – (a) Tensão de saída á 24 pulsos; (b) Espectro harmônico de 24 pulsos

Fonte: Referência [9].

Ao compararmos as figuras acima podemos concluir por parte da tensão de


saída do STATCOM que conforme o aumento dos pulsos propostos pelos
conversores se apresenta uma tensão de saída mais limpa e com seu
comportamento similar ao da onda fundamental, a respeito dos espectros
harmônicos é notável a diminuição do THD, se chegando próximo de 5% de THD,
uma margem muito boa se nos basearmos na norma do IEEE (Institute of Electrical
and Electronic Engineers). Um detalhe que vale salientar é que com o aumento dos
pulsos propostos pelos conversores temos a eliminação de harmônicos
significativos, como o quinto e sétimo harmônico e a aparição de componentes
harmônicos de freqüência maior, componentes estes de fácil eliminação através de
filtros passivos.

3.3 CONTROLADORES COMBINADOS SÉRIE-SHUNT

3.3.1 UPQC (Unified Power Quality Conditioner)


O dispositivo UPQC é um condicionador de qualidade de energia, muito
utilizado onde uma linha precisa estabelecer energia de boa qualidade, ou seja,
energia com baixo conteúdo harmônico, distúrbios e a correção de fator de potência,
tanto para cargas sensíveis quanto para cargas não lineares. O UPQC se trata de
um condicionador composto por um filtro ativo série e paralelo em um mesmo link
DC, sendo eles um DVR e o D-STATCOM, o UPQC pode apresentar duas formas de
construção, o R-UPQC e o L-UPQC, a diferença básica é no deslocamento do filtro
ativo paralelo para direita ou esquerda, ficando após, ou antes, do filtro ativo série, o
UPQC de comum uso é R-UPQC por motivos específicos de potência ativa, motivos
esses que não detalharemos para não fugir do escopo deste trabalho, abaixo na
figura 3.10 é apresentado um diagrama de blocos de um UPQC.

Figura 3.10 – Diagrama de blocos de um UPQC inserido numa linha de distribuição.

Fonte: Referência [18].

Conforme ilustrado na figura 3.10, a funcionalidade do UPQC é compensar ou


absorver tanto tensão ou corrente do sistema, ou seja, o condicionador série tem por
finalidade todo ajuste de tensão necessário em prol da mitigação de distúrbios e
desequilíbrios, entregando ao barramento de carga um nível de tensão de boa
qualidade, já o condicionador paralelo se responsabiliza em oferecer um nível de
corrente ao barramento de carga com as mesmas finalidades do condicionador
série. O link DC geralmente conectado entre ambos os condicionadores, exerce a
função de ser o elemento de armazenamento de energia, sendo ele responsável a
oferecer um nível necessário aos condicionadores tanto em prol de compensar ou
absorver.
A efetividade de um UPQC é baseada em sua robustez em situações de
compensação em regime permanente e dinâmicas a compensação em períodos
transitórios, com índices de distúrbios nos limites aceitáveis mantidos em todo
momento. Portanto a robustez em regime permanente se deve a correção do fator
potência, a eliminação de harmônicos de tensão e corrente, a regulação de tensão e
a mitigação de desequilíbrios de tensão no barramento de carga. Dos propósitos
mencionados acima, o mais primordial é a eliminação dos harmônicos, por que a
freqüência de chaveamento, e do processamento do código de controle deve
trabalhar em freqüências altas, garantindo um desempenho adequado do
equipamento, caso contrário, não terá a mitigação dos distúrbios e ainda
acrescentará conteúdos harmônicos, fazendo com que a tensão e corrente
sintetizada proporcionem mais poluição harmônica na rede. Já em situações
dinâmicas, o grau de robustez é definido pelo tempo tanto de percepção das
variações de tensão de curta duração quanto na compensação necessária para esta
variação que o UPQC deve responder, responsável por esta reposta rápida se deve
exclusivamente ao sistema de sensoriamento, do hardware de instrumentação e do
processamento do controle [12].

3.3.2 UPFC (Unified Power Flow Controller)

O UPFC é um dos dispositivos FACTS mais eficiente encontrado nos dias


atuais, por ser o único dispositivo capaz de exercer suas finalidades com sua devida
eficácia, não havendo substituto para tal finalidade sem que perca parte de sua
qualidade. O UPFC se trata de um compensador unificado de fluxo de potência e é
normalmente inserido em linha de transmissão e exerce duas funções principais:
- regulação ou controle da tensão no barramento;
- compensação no fluxo de potência ativa e reativa.

O UPFC é um compensador série-shunt composto basicamente por um SSSC


em série com a linha e o STATCOM em paralelo com a linha, ambos os
compensadores interligados por um enlace DC, na figura 3.11 temos um diagrama
esquemático simples do UPFC e na figura 3.12 é apresentado com mais detalhe o
circuito de um UPFC inserido numa linha de transmissão.

Figura 3.11 – Diagrama de um UPFC.

Fonte: Adaptado da Referência [14].


Figura 3.12 – UPFC inserido numa linha de transmissão.

Fonte: Adaptado da Referência [3].

O UPFC exerce sua função de regulação ou controle da magnitude da tensão


CA através da inserção de corrente reativa feita pelo compensador paralelo
(STATCOM). Esta regulação só será exercida apenas no barramento onde o
compensador é instalado, geralmente no barramento perto da rede geradora, como
podemos observar na figura 3.11 mencionada acima.
Quando se trata de compensação no fluxo potência reativa, tanto o
compensador série quanto o compensador paralelo atuam de maneira
independente, ou seja, são capazes de gerar ou absorver energia reativa do sistema
[3]. Esta independência também se deve pela incapacidade do enlace DC transferir
energia reativa de um para o outro.
Quanto ao fluxo de potência ativa, somente o compensador paralelo do UPFC
é capaz da absorção da potência ativa da linha, transferindo esta potência ao
compensador série através do enlace DC, o compensador série do UPFC fornecerá
ao sistema uma tensão com sua fase alterada gerando assim a potência reativa
necessária para a linha [13]. Portanto é importante concluir que o UPFC não é capaz
da inserção de potência ativa, apenas a absorção através do compensador paralelo,
a respeito de potência reativa o UPFC é capaz tanto inserir quanto absorver a
potência reativa da linha necessária.
Com isso UPFC se mostra um dispositivo muito eficaz e predominante
quando se trata de dispositivos FACTS, por apresentar uma estabilidade maior na
linha, aumentar a capacidade de transmissão, permite uma adaptação da linha
perante anomalias inesperadas etc.

3.3.3 UPLC (Universal Active Power Line Conditioner)

O UPLC se mostra o dispositivo mais completo de todos os já citados em


tópicos anteriores, por engloba as compensações propostas pelo UPFC e UPQC em
um só dispositivo, como:

- Compensar harmônicos de tensão e corrente;

- impedir a propagação de harmônicos de corrente pela rede;

- compensação da potência reativa da carga;

- aumentar a estabilidade do sistema;

- controlar o fluxo de potência ativa passante por uma linha de transmissão;

- prover suporte de tensão em uma barra do sistema;

- controlar a potência reativa no terminal de uma linha de transmissão.

O UPLC é um dispositivo FACTS muito recente, proposto por Aredes (1996a),


e por se tratar de uma junção de UPQC e um UPFC torna seu custo relativamente
alto para a inserção dele em um sistema elétrico, mediante as tantas funções que o
UPLC se propõe, na figura 3.13 um diagrama do UPLC [14].
Figura 3.13 – Diagrama do UPLC.

Fonte: Referência [14].


4 ESTUDO DE CASO

Neste capítulo serão relatadas aplicações reais baseadas em trabalhos já


realizados, como dissertações, monografias entre outros, de alguns dispositivos
FACTS inseridos nos meios de sistema elétricos no Brasil, com o único objetivo, a
constatação de tudo que foi descrito em capítulos anteriores no que se diz a respeito
de sua funcionalidade e a qual limite esses dispositivos deixam de ser proveitosos
ou não. Embora as regiões transitórias sejam de extrema importância ser analisada
e corrigida para fins de proteção do sistema, a finalidade é a avaliação em regime
permanente de alguns dos principais dispositivos FACTS inseridos no sistema de
energia elétrico do Brasil, sejam eles baseados em comutação de componentes
passivos ou ativos.
O estudo de caso desta aplicação foi retirado do trabalho realizado pelo Ruy
Luiz Machado [4], onde se faz o uso dos dispositivos FACTS: SVC e TCSC,
inseridos numa linha de transmissão 525kV da ELETROSUL e sendo analisado em
regime permanente, visando o aumento da capacidade de transferência potência
ativa da Região Sul para a Região Sudeste.
Foi utilizado programas do Centro de Pesquisas de Energia (CEPEL):
ANAREDE na Versão 08/Mar01e FLUPOT na Versão 5.1. O ANAREDE é composto
por várias aplicações computacionais com técnicas e métodos de análise de redes
elétricas, as utilizadas para este estudo foram o Programa de Fluxo de Potência e
o Programa de Equivalente de Redes, já o FLUPOT calcula um estado de uma
rede AC em regime permanente que otimiza uma função objetivo no caso-base,
satisfazendo uma série de restrições físicas e operacionais em condições de
contingências como no caso-base.
Foram estabelecidos critérios gerais para este estudo como:

- A contabilização do RSUL é realizada pelo somatório de fluxo nas linhas de


transmissão das seguintes barras de fronteira:

* LT 138kV Rosana - Loanda em Rosana;


* LT 230kV Assis - Maringá em Assis;
* LT 230kV Chavantes - Figueira em Chavantes;
* LT 88kV Salto Grande - Andirá 1 e 2 em Salto Grande;
* LT 230kV Dourados - Guaíra em Dourados;
* LT 525kV Ivaiporã Furnas - Ivaiporã ELETROSUL 1 e 2 em Ivaiporã Furnas;
* LT 525kV Ibiúna - Bateias 1 e 2 em Ibiúna.

- A tensão foi especificada na seguinte faixa de 0,950pu a 1,050pu. Com exceção


nos casos das barras da Região de Maringá e Londrina 230kV, 138kV
e 69kV, barra de Otacílio Costa 138kV e as barras de Lagoa Vermelha 138kV (RS) e
Santa Marta 230kV (RS) que a tensão mínima foi estipulada para 0,900pu.
- Com o objetivo de mensurar a real potencialidade dos dispositivos FACTS, os
esquemas especiais de corte de geração existentes não foram considerados.
- As linhas de transmissão 525kV Blumenau – Campos Novos e Bateias – Ibiúna
foram analisadas por se tratar de linhas com grande influência na área da empresa,
mesmo não sendo de propriedade da ELETROSUL.

Na figura 4.1 são mostradas linhas de transmissão da ELETROSUL e outros


agentes na Região Sul do Brasil em 525kV, 230kV e 138kV.
Figura 4.1 - Representação das principais linhas de transmissão da Região Sul e do
Mato Grosso do Sul.

Fonte: Referência [4].


Serão mensurados os resultados com e sem a inserção do SVC e TCSC, e
mostrados os resultados com o sistema completo e para rede alterada do mesmo
sistema, visando em duas situações: carga média (potência demandada no horário
comercial) e carga pesada (demandada no horário de pico). Abaixo a tabela 4.1
mostra todas as abreviaturas dos trechos que serão analisados.

Tabela 4.1 – Abreviatura das Subestações analisadas.


ARE Subestação de Areia

BLU Subestação de Blumenau

BTA Subestação de Bateias

CAX Subestação de Caxias

CBA Subestação de Curitiba

CNO Subestação de Campos


Novos
GRA Subestação de Gravataí

IBI Subestação de Ibiúna

IVP Subestação de Ivaiporã

LON Subestação de Londrina

MCH Subestação de
Machadinho
SGD Subestação de Segredo

SSA Subestação de Salto


Santiago
YTA Subestação de Itá

Fonte: Referência [4].


4.1 APLICAÇÃO DE SVC NO SISTEMA DE TRANSMISSÃO DE 525KV DA
ELETROSUL: AVALIAÇÃO EM REGIME PERMANENTE

Os principais critérios estabelecidos para a análise do SVC a linha de 525kV


da ELETROSUL são:

- a forma de controle do SVC é feita pela injeção de corrente;

- foi estabelecido a partir dos níveis de compensação fixa verificados nos


barramentos de 525kV três faixas de injeção de potência reativa:

* -200Mvar à +200Mvar;

* -400Mvar à +400Mvar; e

* -600Mvar à +600Mvar.

- a inserção do SVC parte do princípio da análise das barras críticas, barramentos


de 525kV com a tensão no limite inferior da faixa especificada, na tabela 4.2 foi
mensurado as tensões nos barramentos baseado na indisponibilidade dos trechos
entre subestações tanto para a situação de carga média quanto pesada e se chegou
a conclusão de acordo com a figura 4.2, que as barras críticas de 525kV são:
Blumenau, Bateias e Curitiba.
Tabela 4.2 – Medições das tensões nas barras de acordo com a indisponibilidade.

Fonte: Referência [4].

Figura 4.2 – Conjunto dos casos analisados.

Fonte: Referência [4].


- A reta a qual define a parte linear da curva do SVC (set-point) é posicionada no
valor de mínima tensão (0,950pu) para a barra crítica ao qual o SVC estiver
conectado, e com uma inclinação de 1%.

4.1.1 RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES

Abaixo na tabela 4.3 mostra os resultados mensurados nas simulações com e


sem a inserção do SVC sobre a situação de carga média, tanto em sistema
completo quanto em rede alterada.
Foi optada a inserção do SVC na barra de Curitiba por se tratar de uma barra
crítica tanto para situação de carga média quanto na carga pesada, como já foi
mencionado acima na figura 4.2.

Tabela 4.3 – Resultados sobre um sistema completo e à rede alterada com e sem a
inclusão do SVC em carga média.

Fonte: Referência [4].


Diante das avaliações com indisponibilidade, é importante se observar que:

- Os maiores ganhos com as indisponibilidades das linhas são: Areia – Bateias,


Areia – Curitiba, Bateias – Ibiúna e Blumenau – Campos Novos, ganhos esses
influenciados pela subestação Curitiba, onde foi inserido o SVC, fazendo que a
injeção reativa que o SVC exerça contribua um melhor perfil de tensão na barra,
melhorando assim uma maior capacidade de transferência de potência ativa.

- Para casos de indisponibilidades como Bateias – Curitiba, Campos Novos –


Machadinho e Ivaiporã – Ivaiporã notam-se uma redução em sua capacidade com o
SVC, deve-se ao critério de controle do SVC e o ajuste apropriado do set-point. Na
indisponibilidade Areia – Segredo houve um aumento em sua capacidade não tão
significativo quanto às demais avaliações de indisponibilidade pelos mesmos
motivos causados pelas capacidades reduzidas.

Como já esclarecido os motivos pela escolha do SVC na barra da subestação


em Curitiba, vale salientar também a escolha da faixa de injeção de potência reativa
a qual foi escolhida, nos baseando pela tabela 4.4 abaixo nota-se uma maior
margem de capacidade no sistema completo com SVC em Curitiba de 170 MW, ou
seja, partindo como primícia seria mais plausível o uso da compensação reativa na
faixa entre -600Mvar à +600Mvar, porém para ambas faixas de compensação se
torna válida a escolha, o que definirá qual a melhor compensação será a rede
alterada, detalhando a quantidade e os trechos o qual o SVC se torna inválido, e
assim podendo discriminar como um todo sobre qual compensação o SVC tem
maior predominância, nesta situação a compensação -600Mvar à +600Mvar se
mostrou mais vantajosa.
Tabela 4.4 – Aumento da capacidade para tais faixas de compensação em sistema
completo para carga média.

Fonte: Referência [4].

O procedimento feito em carga média para obter os resultados também foi


realizado para carga pesada e seguindo os mesmos critérios descritos acima, abaixo
mostram na tabela 4.5 os resultados simulados de acordo com a indisponibilidade
em rede alterada e para sistema completo.

Tabela 4.5 - Resultados sobre um sistema completo e à rede alterada com a


inclusão do SVC em carga pesada.

Fonte: Referência [4].


Nota-se como foi para carga média, as maiores capacidades são para as
indisponibilidades próximas de Curitiba onde foi inserido o SVC, ou seja, Areia –
Bateias, Areia – Curitiba, Bateias – Ibiúna e Blumenau – Campos Novos. Sobre os
casos onde a margem de capacidade foi pequena ou nos casos onde houve uma
redução a capacidade se deve pelos mesmos motivos citados acima para carga
média.
A respeito da escolha da faixa de compensação foi utilizado -600Mvar à
+600Mvar, de acordo com a tabela 4.6, que proporciona uma margem de 154MW
com e não o SVC, sendo seguido os mesmos critérios de escolha usado para carga
média.

Tabela 4.6 – Aumento da capacidade para tais faixas de compensação em sistema


completo para carga pesada.

Fonte: Referência [4].

4.2 APLICAÇÃO DO TCSC NO SISTEMA DE TRANSMISSÃO DE 525KV DA


ELETROSUL: AVALIAÇÃO EM REGIME PERMANENTE

Sobre as mesmas condições avaliadas acima com SVC, exerceremos para o


TCSC como: simulações para sistema completo e rede alterada tanto para carga
quanto carga pesada, considerando as linhas de transmissão de 525kV de
Blumenau – Campos Novos e Bateias – Ibíuna inclusas dentro da simulação por se
tratar de linhas de grande influência da ELETROSUL, embora não faça parte dela.

Os critérios usados para esta avaliação foram:


- Valor especificado para fluxo de potência ativa no circuito é mantido enquanto os
valores de reatância do TCSC se mantiverem dentro dos limites;

- Valor especificado para o módulo da corrente mantido enquanto os valores de


reatância do TCSC se mantiverem dentro dos limites.

- O TCSC não atua e a reatância é fixada no valor especificado (default).

Optou-se pela escolha da utilização de reatância constante (default


Programa), pela dificuldade de determinar previamente o valor adequado de
potência ou de corrente na linha a qual o TCSC é inserido, portanto a compensação
(capacitiva) foi especificada a 50% da reatância série da linha.

4.2.1 RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES

Como primícia na tabela 4.7 abaixo foi realizado simulações para regime de
carga média, e pode se constatar que o TCSC inserido na linha de transmissão
Areia – Ivaiporã teve maior transferência que as demais, com 5959 MW em sistema
completo.
Tabela 4.7 – Tabela de simulações de regime de carga média.

Fonte: Referência [4].

A respeito dos demais dados relacionados na Tabela 4.7, podemos salientar


sobre o uso do TCSC na linha de transmissão Ivaiporã - Salto Santiago, acarretou
numa redução em todos os trechos com sua indisponibilidade em rede alterada,
devido ao uso da compensação ser capacitiva como citado nos critérios acima,
porém neste caso específico deveria ser utilizado da compensação indutiva.
Sendo assim partimos dessa análise para serem analisadas as redes
alteradas com as indisponibilidades exercidas, na tabela 4.8 apresenta uma tabela
comparativa com e sem a inserção do TCSC na linha de transmissão Areia –
Ivaiporã.

Tabela 4.8 – Resultados sobre um sistema completo e à rede alterada com e


sem a inclusão do TCSC em carga média.

Fonte: Referência [4].

Em relação às indisponibilidades em rede alterada como Campos Novos –


Machadinho, Ivaiporã – Salto Santiago e Ivaiporã – Ivaiporã apresentam redução em
seu intercâmbio em relação à análise sem TCSC, isso se deve diretamente a
especificação do TCSC de reatância fixa, caso ocorra a haja a variação nesta
reatância possibilitaria então preservar a capacidade de intercâmbio.
Dos mesmos procedimentos feitos para carga média, também foram
realizados para carga pesada, na tabela 4.9 segue os resultados das simulações
feitas para carga pesada.
Tabela 4.9 – Tabela de simulações de regime de carga pesada.

Fonte: Referência [4].

Assim como em carga média, foi escolhida linha Areia – Ivaiporã, por
apresentar a maior capacidade com o uso do TCSC em sistema completo, diante
disto a tabela 4.10 é transparecida as simulações de carga pesada com e sem a
inserção do TCSC diante da rede alterada com sua indisponibilidade.
Tabela 4.10 - Resultados sobre um sistema completo e à rede alterada com e sem a
inclusão do TCSC em carga pesada.

Fonte: Referência [4].

Portanto assim como mencionado na análise de carga média, os casos de


redução nas indisponibilidades como: Areia – Campos Novos; Campos Novos –
Machadinho; Ivaiporã – Ivaiporã; Ivaiporã – Salto Santiago e Itá – Machadinho, é
devido à reatância especificada no TCSC, com a possibilidade de ajuste da
reatância série, se submeteria a maiores intercâmbios.

4.3 CONCLUSÕES DAS APLICAÇÕES: SVC E TCSC


Diante de todas as simulações feitas tanto para o SVC quanto para TCSC
sobre as mesmas condições de cargas e indisponibilidades os resultados individuais
que apresentou maior desempenho foram:
- SVC inserido na subestação Curitiba, com compensação na faixa de -600Mvar à
+600Mvar e com 1% de inclinação; e

- TCSC inserido a linha de transmissão de 525kV Areia – Ivaiporã, com o ajuste de


50% de compensação capacitiva na reatância série da linha.

Na tabela 4.11 abaixo, temos uma comparação dos dois dispositivos onde
tiveram suas melhores atuações, ou seja, propor maior capacidade de intercâmbio
no sistema da ELETROSUL.

Tabela 4.11 – Comparação de intercâmbio com e sem o SVC e TCSC.

Fonte: Referência [4].

Com a tabela 4.11 acima podemos concluir que se tratando no aumento da


transferência de potência ativa na linha de transmissão a qual os dispositivos estão
inseridos, o TCSC exerce melhor este papel do que o SVC, em carga média se
chega a 92MW de diferença entre ambos os dispositivos e em carga pesada se
diferem em 174MW, porém o SVC se mostra eficiente em manter o perfil de tensão
mais elevado em condições de indisponibilidades.
Um detalhe muito importante na tabela acima é que o TCSC conforme a
mudança do tipo da carga ofereceu uma maior capacidade de intercâmbio, situação
contrária a que o SVC apresentou, portanto o TCSC inserido na linha é capaz de
elevar o intercâmbio a cerca de 4,5% em carga média e 6% em carga pesada.
O TCSC apresenta em determinadas indisponibilidades, que o critério de
reatância constante acarreta numa redução indesejada no sistema de transmissão
da ELETROSUL, em situações como esta, é recomendável a especificação de um
TCSC com possibilidade de variação da reatância série da linha. Para melhor
atuação do TCSC é preciso que haja compatibilização do dispositivo com a
elaboração e/ou revisão dos esquemas especiais de corte e/ou remanejamento de
geração da sua área de operação.
5 CONCLUSÕES

Este trabalho teve o propósito de apresentar os principais dispositivos


FACTS, seguindo sua ordem histórica de surgimento, desde os de estrutura básica
com componentes elementares até os mais sofisticados, com sua variabilidade e
numerosos componentes ordenados por uma estrutura de controle mais complexa e
robusta. Expondo em cada um destes dispositivos sua região de aplicação, sendo
maioria deles inseridos em linhas de transmissão, dissertando sobre suas
funcionalidades, ou seja, seus limites de processo de operação e a que tipo de
variável elétrica predominante, ele exercerá para se chegar a uma melhor
compensação na linha. Os dispositivos FACTS além de citados por certa ordem
histórica, em conjunto também foi classificado ao longo deste trabalho de acordo
com sua associação de circuito, ou seja, categorizados em dispositivos de
compensação: série, paralelo (shunt), série – paralelo (shunt) combinados.
Com a intenção exclusiva de confrontar o que foi exposto em toda literatura
disseminada no trabalho, foi retratado de um trabalho de dissertação [4], um estudo
de caso dos dispositivos SVC e TCSC aplicados em toda linha de transmissão de
525kV ELETROSUL, sobre condições de carga média e carga pesada, detalhando
seus critérios de operação e foram realizadas e expostas simulações tanto para um
sistema completo quanto para rede alterada com suas indisponibilidades e
concluindo sim que os dispositivos se mostram eficaz quando escolhemos os
parâmetros corretos diante de tal problema na linha em que será instalado.
Portanto a motivação deste trabalho foi fornecer um conhecimento abrangente a
respeito destes dispositivos FACTS principalmente os que têm seu surgimento
recente nos meios elétricos como: UPFC, UPQC e UPLC, que são tão pouco
buscado ou falado, porém se mostram uns dos dispositivos mais completos,
robustos e eficazes em sua área de atuação.
Os mesmos motivos para os quais impulsionaram a realização deste trabalho
seja os mesmos que outros futuros trabalhos sejam iniciados e concretizados, ou
seja, que neste trabalho venha incentivar outros trabalhos a disseminar uma maior
conscientização do conhecimento amplo destes dispositivos e expor os dispositivos
FACTS a uma perspectiva mais profunda e detalhada, para que se possam propor
melhorias na topologia de circuito destes dispositivos, e se chegar a melhores
respostas de compensação ou dentre outras funções como: maior estabilidade para
o sistema, melhoria de robustez do dispositivo, uma sensibilidade maior para a
percepção de anomalias do sistema etc.
REFERÊNCIAS

[1] Ana Leticia Borille Fogaça - ANÁLISE DE CONTROLADORES FACTS EM


SISTEMAS DE ENERGIA ELÉTRICA

[2] ALINE PETEAN PINA - Comparação entre Modelos do Dispositivo


FACTS STATCOM para o Estudo da Estabilidade a Pequenas Perturbações

[3] Justino Miguel Ferreira Rodrigues - Análise e Modelação de Dispositivos


FACTS Aplicados nas Redes de Transporte e de Distribuição de Energia
Eléctrica

[4] Ruy Luiz Machado - APLICAÇÃO DE DISPOSITIVOS FACTS NO


SISTEMA DE TRANSMISSÃO DA ELETROSUL

[5] Leandro Momenté Almada - O Modelo de Injeção de Potência do TCSC e sua


Aplicação no Estudo da Estabilidade a Pequenas Perturbações

[6] Narain G. Hingorani1 and Laszlo Gyugyi - Understanding FACTS: Concepts and
Technology of Flexible AC Transmission Systems

[7] K. R. Padiyar - FACTS CONTROLLERS IN POWER TRANSMISSION AND


DISTRIBUTION

[8] José Aquiles Baesso Grimoni – ANÁLISE DE COMPENSADORES DE


REATIVOS E SIMULAÇÃO CICLO A CICLO DE UM REATOR CONTROLADO A
TIRISTORES.

[9] Daniel Galiano de Menezes Pimentel - MODELAGEM MATEMÁTICA DE UM


STATCOM PARA OS REGIMES PERMANENTE E DINÂMICO

[10] Diogo Rodrigues da Costa Junior - SÍNTESE E IMPLEMENTAÇÃO DE UM


RESTAURADOR DINÂMICO DE TENSÃO

[11] N. G. Hingorani – INTRODUCING CUSTOM POWER


[12] Bruno Wanderley França – DESENVOLVIMENTO DE UM CONDICIONADOR
UNIVERSAL DE ENERGIA COM TOPOLOGIA INVERTIDA

[13] Edson H. Watanabe , Mauricio Aredes - Teoria de Potência Ativa e Reativa


Instantânea e Aplicaçõe Filtros Ativos e FACTS.

[14] Hirofimi akagi, Edson Hirokazu Watanabe, Mauricio Aredes –


INSTANTANEOUS POWER THEORY AND APPLICATIONS TO POWER
CONDITIONING

[15] Edgefxkits International Website - Compensators – SVC, SSSC and So on


Using Power Electronics. Disponível em: http://www.efxkits.com/blog/different-
types-of-compensators-in-power-electronics/. Acesso em: 09 mai. 2018

[16] Wikiwand - Static VAR compensator. Disponível em:


http://www.wikiwand.com/en/Static_VAR_compensator. Acesso em: 09 mai.
2018

[17] Dispositivos Electrónica de Potência - Dispositivos Semicontrolados (Tiristires-


SCR-TRIAC-GTO). Disponível em:
http://dispositivoselectrnicadepotencia.blogspot.com.br/2012/03/dispositivos-
semicontrolados-tiristires.html. Acesso em: 09 mai. 2018

[18] J.G. Pinto, Henrique Gonçalves, João L. Afonso – Condicionadores Ativos de


Potência para Mitigação de Problemas de Qualidade de Energia Elétrica em
Instalações Industriais.

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