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NÃO AME!

1 João 2:15-17

15 Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele;
16 porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida,
não procede do Pai, mas procede do mundo.
17 Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece
eternamente.

INTRODUÇÃO

As conhecidas concupiscências são apontadas neste texto, contudo elas estão longe de
representar o principal problema na situação. Existe um desafio mais crucial que deve ser
encarado, a questão da posição do amor: onde ele está depositado, em Deus ou no mundo?
O amor do Pai e do mundo são incompatíveis! Só é possível nutrir adequadamente um único
em nosso coração.

I – O QUE NÃO SE DEVE AMAR?

O apóstolo João já havia falado, num sentido positivo, sobre o que devemos amar:
“Aquele que ama a seu irmão permanece na luz” (2.10). Devemos amar o irmão, o próximo,
e isso é sinal de nossa comunhão com Deus, pois “Aquele que diz estar na luz e odeia a seu
irmão, até agora, está nas trevas” (2.9). Entretanto, aqui (2.15) o apóstolo nos fala numa
perspectiva negativa, ou seja, sobre o que não devemos amar. Sua recomendação é que não
se deve amar o mundo.
Esse amor mundano é traduzido por uma relação de admiração, aquiescência,
comprometimento, submissão ou obediência ao mundo. O amor a Deus, da mesma forma, é
assim traduzido por obediência. No evangelho João afirma: “Aquele que tem os meus
mandamentos e os guarda, esse é o que me ama” (João 14.21). O mundo tenta atrair as
pessoas e conquistar seus corações. Ele seduz e envolve. Seu objetivo é fazer com que
amemos a ele, que vivamos em obediência e submissão a seu modus operandi.
Uma observação quanto ao ensino baseado na negação é interessante ser feito. O
Senhor nos ensina de diversas maneiras. A forma positiva de ensino é sempre aquela que
aponta o que se deve fazer, o que é correto, aquilo que traz boas recompensas. Contudo, Ele
trabalha também com o ensino no sentido negativo, marcado caracteristicamente pela
negação “Não”, ou, o que se deve evitar, o que é ruim. O ensino é por “complemento” digamos
assim. Às vezes é melhor, mais fácil ou útil esse tipo de abordagem. A eficiência dessa
metodologia se nota quando a negativa simplifica as implicações do mandamento. Por
exemplo, o “não matarás” sintetiza de forma negativa uma série de demandas positivas, tais
como: Preserve a vida, ame ao próximo, reconheça a soberania de Deus sobre a vida, respeite
ao Senhor da vida, etc.
Ademais, a negativa tem uma conotação de fixar limites. O “não” indica uma barreira,
uma limitação para não ser ultrapassada. O homem é limitado. Existem extremos e termos
para sua ação. Mas, o mais interessante ainda é que existe uma autoridade digna do
estabelecimento do “não”. Esse ser superior tem poder e autoridade para tomar a atribuição
de dirigir a humanidade, pois os conselhos bíblicos são para todo homem, certamente.
Assim, a negativa tem o valor de enaltecer a figura do Senhor nosso Deus soberano e colocar
o homem em seu contexto.
Portanto, o “não” é extremamente necessário e útil.
II – O QUE É O MUNDO?

Uma dificuldade surge quando se tenta compreender o que é o “mundo”? São as


pessoas, é o “secular”, no sentido de ser tudo que “está fora da igreja”? É o diabo?
É necessário saber o que é o mundo, pois se temos que “não o amar”, precisamos saber
o que ele é para evitar.
De modo sintético, o mundo não deve ser identificado precipitadamente e
superficialmente com o secular, com o de “fora da igreja”. “Há três significados diferentes no
Novo Testamento para a palavra ‘mundo’: 1) o mundo físico, o universo – ‘Deus que fez o
mundo e tudo o que nele existe’ (At 17.24); 2) o mundo humano, a humanidade – ‘Porque
Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito para que todo o que nele
crer não pereça, mas tenha a vida eterna’ (Jo 3.16); 3) o mundo sistema, inimigo de Deus –
‘Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo...’ (2.15)”1. Ele está mais relacionado
a um sistema de governo, pensamento e prática independente e oposto a Deus. Mais
relacionado com as manifestações da natureza pecaminosa do homem. Augustus Nicodemus
comenta que “O apóstolo usa aqui o termo para se referir à humanidade decaída, corrompida,
e perdida, que se rebela e se opõe a Deus, assim como seus valores e conceitos (cf. Jo 1.10;
17.14-18)”2. “Pelo termo mundo entende-se tudo quanto se acha conectado à presente vida,
à parte do reino de Deus e à esperança da vida eterna”3. Como tal, esse sistema é influenciado
pelo diabo: “o mundo inteiro jaz no maligno” (5.5). Esse é o mundo que não se deve amar.
Tiago fez a seguinte advertência: “Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo
é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de
Deus”. (Tiago 4.4). Paulo emenda: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-
vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e
perfeita vontade de Deus” (Romanos 12.12).
O “desamor” deve ser recíproco. O mundo também deve nos odiar. “Se o mundo vos
odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o
mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos
escolhi, por isso, o mundo vos odeia” (João 15.18-19). Ser odiado pelo mundo é bom sinal, é
indicativo de que não pertencemos a ele e fomos resgatados por Deus. O mundo odiou o
Senhor Jesus Cristo, odeia o Pai e, por conseguinte, odeia os crentes!
Hernandes Dias Lopes comenta que:
1) o mundo é o sistema de Satanás que se opõe à obra de Cristo; 2) Jesus chamou o
diabo de príncipe deste mundo; 3) O diabo tem uma organização de espíritos maus
trabalhando com ele e influenciando as coisas deste mundo; 4) As pessoas não salvas
pertencem a esse sistema do mundo; 5) Este mundo não conheceu a Cristo nem conhece a
nós (3.1); 6) Esse sistema odiou a Cristo e odeia a igreja (Jo 15.18); 7) Este sistema do mundo
não é o habitat natural do crente; 8) Nossa cidadania está no céu (Fp 3.20); 9) Estamos no
mundo, mas não somos do mundo (Jo 15.15). Estamos no mundo, mas o mundo não deve
estar em nós, assim como a canoa está na água, mas a água não deve estar na nela.4.

III – O QUE SÃO “AS COISAS QUE HÁ NO MUNDO”?

Podemos identificar “as coisas que há no mundo” como sua produção, sua cultura,
seu modo de viver.
O mundo é a sociedade independente de Deus, [as coisas que há no mundo podem
ser...] governo sem a linha do prumo de Deus, sistemas econômicos que não têm a soberania
de Deus, indústrias e corporações sem interesse pelas pessoas ou pelos propósitos divinos”5

1
WARREN, Wiersbe (2006) apud LOPES, Hernandes (2010). LOPES, Hernandes Dias. 1, 2 e 3 João: como ter garantia da salvação: São
Paulo/SP: Hagnos, 2010.
2
LOPES, Augustus Nicodemus. Interpretando o Novo Testamento: Primeira Carta de João. São Pualo: Cultura Cristã, 2004. p. 58.
3
CALVINO, João. Epístolas gerais. São José dos Campos, SP: Fiel, 2015. p. 394.
4
LOPES, Hernandes Dias. 1, 2 e 3 João: como ter garantia da salvação: São Paulo/SP: Hagnos, 2010.
5
OGILVIE, Lloyd John apud LOPES, Hernandes (2010).
IV – NÃO AME... ...O MUNDO

“Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele”. É preciso compreender
corretamente essa afirmação. Normalmente pensamos que a ausência do amor do Pai se
trata de Deus não mais amar o pecador. Contudo, a exegese do versículo aponta que “amor
do Pai” é uma qualidade do amor e não sua procedência, ou seja, o texto está dizendo que
aquele que ama o mundo, deixa de amar a Deus. Em outras palavras, o “amor à Deus”
findou-se.
Augustus Nicodemus explica melhor o entendimento. “O ‘amor do Pai’ [...] deve ser
entendido como o amor que os filhos de Deus têm para com ele, como seu pai, criador e
salvador. O que João está dizendo é isto: ‘se vocês amam o mundo, não amam a Deus, o Pai’.
Ou seja, esses dois amores se excluem mutuamente”6. O sujeito da ausência do amor é o
homem e não Deus.
O próprio Jesus afirmou que não é possível servir a dois senhores. Da mesma maneira,
não é possível amar a dois senhores. Ou amamos a Deus, ou o mundo. Esses amores são
exigentes demais para terem comunhão. Desta forma, a escolha deve ser radical, ou amamos
a Deus ou ao mundo!
A razão da incompatibilidade desses dois amores está no fato de produzirem resultados
diametralmente opostos. Enquanto no amor do mundo existem as concupiscências, no amor
do Pai existe santificação. Enquanto o amor do mundo é terreno, o do Pai é celeste. Enquanto
aquele é passageiro, este é eterno. Enquanto o amor do mundo é cheio de frutos da carne, o
amor do Pai se manifesta nos frutos do Espírito. Enfim, o amor do mundo condena enquanto
o amor do Pai salva!

V – AMOR DO MUNDO E SUAS CONCUPISCÊNCIAS

O sistema mundano representa um perigo para o crente. Devemos evitá-lo por, pelo
menos, cinco motivos.

I) Pois o amor do Pai não estará lá. Como visto anteriormente, amar o mundo significa
excluir o amor do Pai. Deve-se evitar o mundo porque ama-se a Deus e preza-se por
seu amor.
II) Porque no mundo há a concupiscência da carne. Concupiscência é desejo, vontade,
cobiça, mas, neste contexto, num sentido corrompido. A concupiscência da carne
são os desejos e apetites pecaminosos, provindos de nossa natureza depravada. Um
bom exemplo de como são tais desejos ou vícios é encontrado em Gálatas 5.19-21.
“Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia,
idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões,
facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das
quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de
Deus os que tais coisas praticam”.
III) Porque no mundo há a concupiscência dos olhos. Tal concupiscência é definida
como sendo “a vontade de contemplar aquilo que agrada aos olhos, mesmo que seja
proibido”7. João Calvino comenta assim: “A concupiscência dos olhos [...] inclui
olhares libidinosos, bem como a vaidade que se deleita em pompas e esplendor
fúteis”8. Eva e Davi representam bons exemplos da ação da concupiscência dos
olhos. Seus olhos viram e desejaram ardentemente aquilo que não lhes era
permitido.
IV) Porque no mundo há a soberba da vida. Está ligada ao “orgulho ou arrogância, com
a qual se conecta a ambição a vanglória, o desdém por outros, o amor cego em si
mesmo, a obstinação da autoconfiança”9. A soberba da vida igualmente “pode ser

6
LOPES, Augustus Nicodemus. Interpretando o Novo Testamento: Primeira Carta de João. São Pualo: Cultura Cristã, 2004. p. 68.
7
Idem. p. 69.
8
CALVINO, João. Epístolas gerais. São José dos Campos, SP: Fiel, 2015. p. 396.
9
Idem. p. 397
entendida como uma confiança vaidosa e arrogante nos bens materiais que alguém
possui”10. A confiança no poder, na riqueza ou em qualquer outra parte, constitui-
se uma afronta a Deus. Os recursos nos são dados para agirmos como despenseiros
de Deus, administrando-os da melhor maneira possível, incluindo, assim, a ajuda
e o cuidado com os necessitados. O dinheiro não deve ser um deus, nem tornar
ninguém em um! A soberba da vida fala de um viver altivo, presunçoso, ao pior
estilo dos piores nomes da história.
V) Porque o mundo passa. Quando se diz que tudo sem Deus é uma ilusão não é
apenas uma figura de linguagem ou retórica. De fato, o mundo é uma “vaidade” e
“correr atrás do vento” como diria Eclesiastes. Esse mundo passará, já não mais
existirá, está entesourado para juízo e condenação.

APLICAÇÕES

1) Conseguimos entender e aproveitar o ensino de Deus numa abordagem “negativa”?


Sabemos aproveitar o “não” de Deus? Sabemos compreender a limitações que Deus
nos impõe? Ainda mais, temos usado o “não” para nosso relacionamento com o
próximo? Você sabe dizer “não”?
2) O que é o mundo? É preciso que nós consigamos saber identificar o mundo para evitar
suas paixões e concupiscências. Nosso trabalho tem sido o mundo? Nossa
escola/faculdade tem sido o mundo? Nosso lazer tem sido o mundo? Nossa religião?
Quais perigos esse “mundo” nos causa? Como podemos vencê-lo?
3) Temos amado incondicionalmente o Pai? O amor do Pai está em nós? Podemos citar
alguma atitude prática que demonstra esse amor? Temos tido momentos de profunda
comunhão com o Senhor diariamente?
4) O amor do Pai não compactua com a prática das concupiscências. Apesar de não ser
perfeito, o cristão deve ter forças para vencer as correntes das concupiscências. Você
tem algum testemunho sobre a vitória contra forças de vícios ou desejos pecaminosos?
Ainda enfrenta alguma concupiscência? Já colocou essa situação diante de Deus e
pediu socorro?
5) A grande pergunta a se fazer é: vamos consentir em “passar” com esse mundo e sermos
“destruídos” com ele? É como se estivéssemos num navio cruzeiro transatlântico que
sofreu uma pane e irá naufragar, contudo, existe botes salva-vidas a bordo.
Continuaremos no navio? Naufragaremos com ele por apego aos prazeres da viajem?
Continuaremos por afeição à visão majestosa da embarcação? Ou ainda ficaremos por
causa do valor material do bem?

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Onde está depositado nosso amor, em Deus ou no mundo? O amor do Pai e do mundo
são incompatíveis! Só podemos ter um verdadeiro amor.
O amor do Pai e do mundo são diametralmente opostos. O amor do Pai representa a
salvação, enquanto o do mundo, condenação. Demas é um exemplo trágico de
sucumbimento ao mundanismo. “Demas, havendo amado mais o mundo secular, me
abandonou [...]” (2 Tm 4.10).
Que a igreja do Senhor posso viver o amor do Pai e se desviar das condenáveis
concupiscências que existem no mundo.

10
LOPES, Augustus Nicodemus. Interpretando o Novo Testamento: Primeira Carta de João. São Pualo: Cultura Cristã, 2004. p. 68.

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