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Tiretutetilidede, portento innignificagae e absurdidade. A cegunde altemativa é * contemplagio da influéncia de ciéncia sobre a nossa cena,provocou em nds duas_ COPIA tendencies contraditézies, ambas a serem recusadas 8 sober: cienti_ fismo e anti-cientifismo. Concordamos todos, creio, que a cigntia aplicada exer se sobre nér uma influencia determinante, ¢ que é contra ela que’ devemos projeter nos. Soncordemos ainda que a ciéncia tedrica é existencialménte inecessivel. A “rua afirmagZo de ser o seu ergumento controlavel objetivamenté, dedos on conbeci_ mentos e inctruméntos adequados, é@ uma afirmagio insignificativa no nosso contex_ to evistencial, j& que esses conhecimentos e instrumentos, sbo ipreelizaveis.Ac ca clusdes da ciencia pura passam a ser sentengas incontroléveis por nds, © a tote. lidede desras conclusdes num dado instante do argumento cientifico é@ incontrolé_ vel por quelouer intelecto humeno. Acresce que essas sentengar da ciencia pura nBo podem ser sceitas com £8, porque sio vasadas em linguagem hermética e deven ser treduzides para a lingua cotidiena pare poderem ser acreditedes. Uma ‘conside ragdo dessas tradugdes, que chamemos "ciencia vulgerizeda", demonstrou “que as tradugées introduzem elementos anticientificos no argumento cient{fico, e queé@ vido a esses elementos que surge o cientificmo. Recusamos esse cientifismo como Feiss inedequado pera o nosso projeto existencial contra a nogea circunstan. Gia, J que explice 6 nossa situegdo demasiedamente dem, aad oun se sua ede der as cortar a ciencis pura. léentificamos essa alternativa coma traigaéo ao intelecto, portanto com uma fuga. Neste ponto da nossa andlise da situagio ne quel nos encontremos restevam apenas, a meu ver, tees caminhos a serem seguidos: © empenho na eiencia pure como especialistas, ito é a deciséo de abandoner a ten tative de ume visio abercadora e a sbdicagéo da existencia como transcendéncia da cirgusy tencia, que é,ume decisio e uma ebdicagSo que é feite stualmente vela noio rie. ‘A,éecis%o para o emedoricmo esclarecido, cue é um cientifismo critico e.fin! sofizente e que resulta em fragmentagdo frustrente e fructrede." Be decisSo em Prol de una nova ébeitura pela qual nos postemos projeter contré nossa careunstén cia determinade om grende parte pele ciencia aplicada. ‘Tentei prover que essa ter’ ceira aecigéo nao pressup3e un dezinteresse pela ciéncia® pure, mes apenas nege"a ‘asca cienéia, pura 6 éimeito de focalizar todas, ae tendencias’ do meu empenho. & conriderdgdo: dessa’ terceira deciséo dedicarei a discuseSo de hoje. % sephores estardo lembrados que procured caracterizer o clime, no quel decisdes existenciais so tomadas, pelo termo "nojo". Disse que me-Secido e projeterme contra e minha cireunstaneia porque’esta me causa nojos “gore posso articuler mé hor este nojo.. “ncontro_me em ciréunstancia altemente, determinada pela ciéneia a plicada, encontro-me lengade em méio de alto_felantes ¢ regulamentos de _ brbnaito,. de‘ radionovelas ¢ Tnetitytos de 4posentadoria, © isto,me caysa nojo, pordué viven’ cio tudo isto como algo totalmente cheio de si.mesmo e carente de significado. 4, quilo que esté pox traz deacas coicad todas, e que sei intelectualmente ser a cies cia,pura, nfo me diz respeito existencialmente, j& que nfo poss dutenticanente. a cange-lo. © meu nojo dos. instrumentés da ciencia aplicada 6 6 sintoma vivgdeial éa ingompetencia- da cioneia gure conc ‘sistéma referencial a de? significado’a cir cunstancia fa qual me entontzo: Sm outzes palevras: 6 meu nojé dos instrutentor prova para min vivencielmente que a diéncia é incapi, @ estes aituras, de me for necer uma gbertura para um projeto de vide, 4 A minhe docis&o de ne projetar ‘contm ® circunstencie que me determine 6, 0 estas altura, ums decisio que cupera a’ ci_ encia como ponto de partide. No era sempre essim na hirtoria Ga nossa gocieda { t , | ge. * cirevnstancia na qual se encontravan por exemplo os norsos avés, néo prove cava esse nojo dos instrumentos, e os projetos’ existencieis nessa cir cunstancia podiam pertir, ‘cono efetivamente partiram, de porigdes fornecidas pela cieneia pura, %e for honesto, devo confescar que a estas alturas essa abertura esté pera mim fechada. Aités, a vivencie da pesquize cientifica o comprova. Out rora aventurosa e festiva, é atualmente planejada e tediosa. Pois é dustamente este o sine] de um projeto autentico: passer do clima do nojo para o clima da a. ventura e festividede. A sensagio que se apodera de mim depois de ter ev tosiado uma decisio existencial, @ @ seneagfo do arriscer_se, do perigo. 5 aquilo que 4irke chama ae “Wagnis". Ne minhe decisio de langar.me contra a minha circunsten cia arrisco tudo, porque me exponho ao aniquilamento. isto confere a minho da. ciso o clima de aventura e festividade. 7 ee _ He °; especialistes e emadores dos queis falei nfo ce ar:iscem neste sentido, Ertéo pelo contrério bem integredos, "well integreted", fozem parte de um sparetho ou 6 outro, e icto prove vivencialmente que n&o se decidiram autenticomente. Mas o. qe dizer danueles ‘repazes a¢ rua Augusta que passam a cento e quarenta howtlémetros por hora cortejando a morte? Ngo sero eles existencies fecididas, 54 a se ern | ~‘scem? Ngo creio que estéo se arriscando, nee crejo qué esto fugindo. 0 arrig! ‘ctir-se nfo é, na ane opinido, um lance desesperado o (fatil, mas uma aposta no sentido pancaliano. © clima de aventura e festividade #ésulta de‘um lence oue errisca tudo e esté disposto a perder, tudo na esperanga de genhar tudo. Os rapa_ ves da rua,“ugusta nada esperam, e n&o so, a meu yer, existencies decididas nes_ te sentido. Creio que a glorificagio de Senet feita por Sartre pode ser refutada por este,meu argumento, e que temos razBo ao vivenciar Genet como um sento bem na Jentinho, “cresce que a estas alturas do desenvolvimento de nosra situag3o néo ca Semen o* repares da rua Augusta e Jean Genet nem ter aquele velor negative que o inrles chema de “nuisance value", J que néo espentem nen os burgueses, * GecicZo autentica da quel estou felando ecarreta.um risco muito menos obvio, ja nue 6 uma Gecis&o tomada ne soliddo da intimidade. Nessa decisio Antime a existe cia sé projeta em bused do sigmifieddo tomando como base o abeurdo da circunsten \Uese, e errisca a perda dos liases que a prendém a esra eircunetancia, portento ‘arrisce © totalidade dpquilo que é, afinal, a sua realidade. Lembro neste contex toe foxosa frase de “iddherta o Budéhe ao receber « noticia do nascimento do seu filno: "Mais.um elo @ ser cortado”. # aquele slogan sdcialista: "Nada tendes a perder a nao ser as sua’ algemas"., uem néo sente a vibrago aventurosa e festi_ va que acompenha este corte do né gordico que nos prende.& nossa circunstancia na jente’ Pisce gue a decis§ o oxistenciel 6 tomade em clifa existencial, om clima estético, chamado “nojo". “crescento agora que este clina se modifica, pela deci séo tomeda, em outra vivencia estética chanada "poesia", 8 dermos un significa. 40, muito amplo eo termo “poesia”, podemos dizez” que uma deciséo sutentica é seupe ume decis&o em’ prol de um projeto poetico da vide. Yor ser, na nossa circunstan, cis, a ciencia uma discipline eltemente prosaisada, nfo permite, ou quase néo per mito, um projeto poetic Ge vide, a néo ser que @ perfuremos. Alguns dos nossos srendes cientistas ainda so poetes, porque perfureram a ciéheia, ad emvez de em_ Penheren—se nele. Deve ter havido um momento de deéis&o por exemplo no Projeto, Ge Boisenbegg, pelo qual cle perfuroi a ciéneia eo formuler o principio aé incer!. teza “rriscou-se, € erriscou a ciéncia toda. Apostou_se e apostou a ciéncia mm Septido pascaliono. Mas a eiéncia tual torne spoctas quase‘ impossiveis, t P= 7 rmitam que tente descrever_lhes um pouco este clima aventuroso e fertivo qe COPIAstened de poesia. Volterei para tanto & imagem do pote de mel, A-qual vecorri numa aula precedente. ¥stou merguihado nesse pote e o mel sé cola a mim Go todos oc ledos e me ceute nojo. Mobilizo todes as minhas forges, e num momen to decisivo lango-me para féra do pote. N&o sei pera onde me lango, nem sei aon de me encontrarei, se é que me encontrarei jamais depois deste calto. Na sinto que me lancei ¢ que me éstou projetendo. Visto da compactidio massiva do pote es toy me projetando pelo vazio do nada, mas sinto que tude pode econtecer nesse na da. “into que este meu novo espaco esté prenke de virtualidades, prenhe ée algo ave no é nede mas que serd algo quando eu me encontrar gom ele. Abro_me, aten_ | toe “sur le qui vive", pars poder inspirer esse algo e realize_lo dentro de min, para po-lo para cé e estabelece_lo om algo. # como se este espago pelo qual me e5{ tou projetendo tivesse estado sempre diente da minha mio, esperendo por mim e pra | , 0 8 ser realizado, mas tapado pelo mel que me prendia ao pote. Ao ter rasgado | o* fice doces que me prendiam a massa pegajosa, desvendei esté eepaco das potench | atidedes ilimitades e inexauriveis. ¥ estas potencialidades se precipitan sobre | .mim ne ansie de ‘seren realizades. For onde queire que extenda a minha no, apre_ 14 endo algo ainda trémvlo e pléstico, jé que recem durgido © heurido por mim do: ttero do nade. 4% tudo isto quer ser, © exige ser, urge para ser estabelecido por nip on ente. % neu espago novo "west nich an”, (ae edenta) pare "Secorremos © uma eypress%o heidegreriene quase intreduaivel. % eu ent&o estabeleco’ estas vir tuelidades inerticuledes, permito que cheguem ste & palavra, ("'y Worte kommen") deivollner"estas potencialidedes, ponho.os para cé ne forma de versos. Os meus versos sko estas potencislidades realizadas, articuladas, estabelecidas en entes. Yer-os so a minhe marca que impiz, como existencia, sobre o vira.ser pelo qual me lengo, Verti em versos o inarticuledo, converti o nada. Tornei conversével o nage. Apri uma passagem pelo abismo do neda, e esta pascagem atesta o meu.proje_ to. 4o ter realizedo 22 virtuelidades.em versos; realizei_me. .Satou, realizado nog mevs versos, tento quento esta realizada neles a Virtualidede gue encontrei, m meu projeto. 4 virtuelidede yue encontro no meu projeto é minha virtualiaade, E Co espace peto qual me iengdd & essa vacuidade em mim‘meono gie chanel, om avles frecedentes, o estar ayii para a morte. Zauri as virtualidedes de iim mesmo, & de mim mesmo que exauri os meus versos. i Moe quando contéiplo os vercos que Ge uim e por mim se cotebeleceram, sinto com uma espécie de celefrio que ndo os reconhego como sendo meus. Hé algo de meu ne cua estrutura, sem divide, ¢ isto eu reconhego. Mas hé neles ainda um algo, uma } vibragio misterioté, um acorde, uma simpatia, que diz "deg stimmt"” (istd esté de acordo), © meu versd vibra com a sua origem, @ verdadeiio. .Sste algo que nio re eonhego no meu verso ¢ 0 que se chama, comumente, de “conhecimento"”. Neste cela. frio espantoso da situagao poetica vivencio um aspecto da verdade. Nao posso ir além desca situagéo, néo posso ultrepesser o verso para articular o inerticuledo com 0 qual o verso vibra. © préprio verso é essa articulagio do inarticulado.. A viptualidade do qual o verso surgiu pode ser spreendida’ apenas no verso e pelo ver so. © verso & meu limite’ %e procurer forgar esse limite, mergulharei no Anerti, evlado, no misticismo e na loucura. Fois é este justeménte o risco que eceitei ao 4 projeter-me; mergulher no inarticuledo e anicuiler.me. Esta a eposta que fiz: er riscer-ne pgra estebelecer versos. Sate o meu projeto. ROu) Gro Olina Aras pred atinad: 0 RS" 0 emer, ts

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