FACULDADE SERRA DO CARMO

ANTONIO BANDEIRA MARTINS

DIREITO I - A

A METAMORFOSE, DE FRANZ KAFKA

RESENHA CRÍTICA

PALMAS
2014
A Metamorfose, de Franz Kafka – Resenha crítica

O curto e envolvente enredo criado pelo escritor tcheco de língua alemã, Franz
Kafka, prende-nos a atenção ao mesmo tempo em que nos leva a uma
profunda reflexão. Os detalhes dos acontecimentos descritos na trama e as
atitudes dos personagens envolvidos refletem fielmente o comportamento da
sociedade hodierna.

Franz Kafka usa de uma habilidade singular ao iniciar a ficção já com um

assunto incomum: a assustadora metamorfose de Gregor Samsa, que
amanhece transformado em um inseto inoportuno.

O autor, após trazer abruptamente a informação da metamorfose de Gregor,

faz uma descrição do ambiente onde o mesmo se encontrava, o qual lhe era
peculiar: seu quarto de acolhida habitual com todos os detalhes conhecidos.

Após a referida descrição, Kafka dá pistas da vida laboral de Samsa, indicando

que este vivia sob um pesado fardo de trabalho, privado da vida social e da
convivência familiar.

No desenrolar da trama é possível depreender que o autor quis, desde cedo,

enfatizar a desprestígio do personagem enquanto pessoa. Era ele importante
apenas como provedor dos meios necessários à sobrevivência de sua família.
Contudo, vivia em total desolação.

A transformação repentina serviu apenas para trazer à luz um fato até então
implícito. Incapaz de servir aos interesses econômicos da casa, Samsa foi, aos
poucos, descobrindo sua total insignificância perante aos olhos de seus entes
queridos.

O antes irmão e filho provedor agora se tornaram num inseto inoportuno. Era
assim que a família de Gregor o via. A medida mais justa era se livrar dele o
quanto antes. O que não demorou acontecer.

Ciente de sua inconveniente presença em meios aos seus, Samsa, já

machucado por espaçamentos domésticos, desfalece e morre. Fato este que
trouxe alívio e alvíssaras à sua família.

Ao desenvolver uma Obra com essa premissa no século XIX, Franz Kafka faz
uma critica ao capitalismo que, embora incipiente, se desenvolvia dando
sentido ao desenvolvimento econômico em detrimento da pessoa humana.

Nos tempos hodiernos a Obra possui importância não menos proeminente do

que teve no passado. Pois, no tempo presente, muitas vezes pessoas são
detratadas como se fossem insetos. Em razão de limitações, diferenças ou por
não servir ao modelo de capital operante. Tem sido assim na família e na
sociedade globalmente reconhecida.