Março/2019
MAURO MENDES FERREIRA
Governador
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 4
7. REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 17
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A FORMAÇÃO DAS/NAS UNIDADES ESCOLARES DE MATO GROSSO:
PROJETO DE FORMAÇÃO
1. INTRODUÇÃO
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que a escola se programe e planeje a superação das fragilidades atendendo as suas
necessidades educacionais.
Vasconcellos (2008, p. 33) aponta que o diagnóstico implica num conhecimento
profundo da realidade para determinar as necessidades e possibilidades. Já Lück (2009, p.
110) define o diagnóstico como a análise interpretativa da realidade para estabelecer
prioridades, necessidades relevantes, importantes e fundamentais, bem como alternativas de
ação.
Podemos observar que, dentre as dimensões utilizadas para a construção do PPP,
encontra-se a dimensão: formação, objeto principal desse Orientativo. Espera-se que o
diagnóstico feito pela escola, no momento de construção do seu PPP, aponte as necessidades
formativas da unidade escolar como ponto estratégico com vistas a superar as suas
fragilidades e garantir uma aprendizagem de qualidade. Caso isso não tenha ocorrido, resta
recorrer a outros métodos de diagnóstico que possibilitem evidenciar a necessidade de
formação e, neste caso, o Cefapro deverá auxiliar com outras ferramentas para a obtenção
do diagnóstico da escola.
Seja por essa via ou por outra, o que se pretende é possibilitar que a escola tenha
consciência plena de sua realidade para que possa criar estratégias para avançar. Este avanço
se traduz na Prática Pedagógica alicerçada em metodologias coerentes com as necessidades
dos estudantes e na Intervenção Pedagógica, ambas ancoradas num processo constante de
atualização profissional que permita ao professor se apropriar de novas perspectivas.
Entende-se por Prática Pedagógica toda ação destinada a promover aprendizagem.
Por estar vinculada a um contexto sócio-histórico, a prática pedagógica se constitui como
uma prática social (ZABALA, 2000, p. 12-13). Por ser a prática social o ponto de partida e
de chegada da ação pedagógica, o entrelaçamento de ações exige uma definição e concepção
teórica de direcionamento.
Para além da concepção teórica adotada, nos moldes da política educacional para a
rede pública de educação, a Prática Pedagógica obedece a uma proposta de educação
temporal e regional que vincula-se, dentre outras normativas vigentes, ao Documento de
Referência Curricular para Mato Grosso (DRC-MT).
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Se a Prática Pedagógica está destinada à promoção da aprendizagem dos estudantes,
entende-se que as dificuldades de aprendizagem requerem outros tipos de medidas. Nessa
perspectiva, a Intervenção Pedagógica é percebida como uma interferência realizada pelo
professor ou por outros profissionais da educação no desenvolvimento da aprendizagem do
sujeito ou grupo de sujeitos quando há evidências de problemas na aprendizagem, bem como
outras demandas formativas dos estudantes que necessitam de ações pontuais para sua
modificação.
Dessa forma, a intervenção requer desses profissionais uma interface com o uso de
metodologias diferenciadas, a elaboração de planos de intervenção (disciplinares,
multidisciplinares, interdisciplinares ou transdisciplinares) e a leitura de novos referenciais
na intenção de possibilitar as correções necessárias ao processo de aprendizagem do sujeito
ou grupo de sujeitos.
Mesmo não sendo específica à intervenção nem à prática pedagógica, a Atualização
Profissional é uma necessidade contínua. Nesse sentido, a Atualização Profissional
abrange todas as dimensões do espaço escolar e a ação educativa passa a ser entendida como
uma necessidade de todos os envolvidos no processo; sejam eles Professores, gestores
escolares ou os profissionais da Área 21 (Técnico Aministrativo Educacional - TAE e Apoio
Administrativo Educacional – AAE).
Assim, ao realizar o diagnóstico, a escola deverá identificar as necessidades
formativas que se apresentarão no campo da Prática Pedagógica ou da Atualização
Profissional, ambas podendo ser concretizadas pela Intervenção Pedagógica e na
Formação Teórico-metodológica.
2. PLANEJAMENTO DA FORMAÇÃO
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formativas da unidade escolar. O projeto de formação da e na escola1 também se constitui
em um processo de planejamento. Sendo assim, adotamos a perspectiva de planejamento
defendida por Lück (2009, p.34) e representada pelo seguinte esquema:
Maior eficiência
Compreender a
situação atual com
visão prospectiva Maior precisão e
determinação de
ações
Estabelecer o que a fim de se
Planejar é
se deseja mudar promover
Maiores e melhores
resultados
Organizar a ação
para a mudança
Maximização dos
esforços e
dispêndios
1A expressão da e na escola implica no reconhecimento de um espaço formativo exclusivo para essa unidade
escolar, baseado no diagnóstico de sua realidade. A escola enquanto lócus de formação dos seus profissionais
representa a valorização do seu contexto e dos saberes que são próprios de sua cultura de maneira a
potencializar os elementos indispensáveis à valorização e fortalecimento da autonomia da escola, dos seus
profissionais e de seus estudantes.
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3. A FORMAÇÃO CONTINUADA COMO DEVER, COMO DIREITO E COMO
NECESSIDADE
Base Legal: Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB - Lei n.º 9.394/96, Art. 61,
Inciso I; Art. 67, Incisos II e V; Art. 87, § 3); Resolução n. º 02/2015 que define as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior e para a formação
continuada (Capítulo I, Art. 1.º, § 1.º; Capítulo VII, Art. 19).
A formação continuada é também uma necessidade. Nesse caso, é entendida como
processo de desenvolvimento dos profissionais da educação que acontece, dentre outros
espaços, em seu contexto de trabalho: a escola.
O desenvolvimento do projeto abarca a compreensão da sua importância por parte
dos professores, gestores escolares, TAE e AAE, assim como o entendimento de que o
processo formativo se dará a partir de dois campos: Prática Pedagógica e Atualização
Profissional, ambos construídos a partir de uma base teórica selecionada pela escola e em
conjunto com o Cefapro na perspectiva de se aperfeiçoar e desenvolver as novas práticas
adquiridas no ambiente de trabalho.
Em suma, teremos:
1. a Prática Pedagógica, incluindo as Intervenções Pedagógicas específicas aos
professores;
2. a Atualização Profissional, podendo incluir as intervenções pedagógicas,
destinada à formação continuada da Equipe Gestora da Escola, TAE e AAE.
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5. Procedimentos Descrever a metodologia a ser utilizada no processo de concepção e execução do Projeto
Metodológicos de Formação da/na Escola.
6. Organização da Apontar as áreas que necessitam de intervenção pedagógica, os ambientes onde
Intervenção Pedagógica acontecerão as intervenções pedagógicas e as evidências de acompanhamento e resultados.
A avaliação será diagnóstica, somativa e global2. Descrever os procedimentos da avaliação
7. Avaliação
somativa e a global. A avaliação diagnóstica já acontece na elaboração do diagnóstico.
8. Cronograma Descrever as datas e horários das reuniões do Projeto de Formação da/na Escola.
Descrever as referências citadas no texto organizadas em conformidade com as normas da
9. Referências
ABNT.
NOTA: O Anexo I apresenta o modelo padrão para o Projeto de Formação da/na Escola.
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A avaliação defendida por Lück se apresenta em três níveis: avaliação diagnóstica (movimento feito na
construção do diagnóstico), formativa (resultados alcançados no processo) e somativa (resultados finais e
globais do plano), (LÜCK, 2009).
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5ª etapa: elaborar relatório global (seminário, relatório, artigo, banner ou portfólio);
6ª etapa: certificação.
A primeira versão do Projeto deverá ser encaminhada ao Cefapro de 01/04 até o dia
15/04 e o período limite para elaboração e apresentação da versão final de 01/05 até 15/05.
Os Projetos de Formação da/na Escola estruturam-se em consonância com o Projeto Político
Pedagógico, a demanda formativa apontada pelos profissionais da unidade escolar, a
implementação do Documento de Referência Curricular para Mato Grosso e os índices de
avaliações internas e externas. Todos esses itens devem estar articulados com a formação
Teórico-metodológica e a Intervenção Pedagógica.
É atribuição do Coordenador Pedagógico “Propor e coordenar atividades de
formação continuada” (LIBÂNEO, 2004, p. 183), assim como desencadear as ações de
elaboração do Projeto de Formação da/na Escola. Entretanto, para que o projeto tenha êxito
é necessário que todos os demais profissionais da educação se envolvam e assumam com
responsabilidade suas atribuições3 desde o momento da concepção do projeto até a sua
conclusão.
A partir das necessidades formativas evidenciadas pelo diagnóstico, os profissionais
definirão as temáticas de estudos e selecionarão seus referenciais teórico-metodológicos4.
Na definição desses referenciais, é importante que os profissionais procurem um campo
teórico de acordo com as tendências contemporâneas de ensino e que contemplem
metodologias inovadoras que possibilitem subsídios para o planejamento de intervenções
pedagógicas5 em consonância com o seu PPP e com as políticas públicas educacionais.
Reconhecer os profissionais TAE e AAE como educadores implica em investir na
construção de uma nova identidade diferente daquela que os concebia como meros
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A Lei Complementar 206/2004 estabelece as competências de diretores escolares, coordenadores e
professores que abrangem, entre outros, aspectos relacionados ao papel de cada um na formação continuada.
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Sempre que necessário o Cefapro deverá ser consultado.
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Para melhor compreensão sobre o tema, verificar o Caderno de Concepções da Educação Básica no
Documento de Referência Curricular para Mato Grosso,.
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tarefeiros, alienados das ações pedagógicas. Requer, também, uma concepção de educação
que considere a dimensão educativa dos diversos espaços escolares.
Diante do exposto, os conteúdos de formação e o referencial teórico-metodológico
deverão ser selecionados para subsidiar as sessões de estudos e os planos de intervenção a
serem colocados em prática nas salas de aula e/ou em outros espaços educativos escolares.
O Cefapro deverá ser consultado sempre que houver dúvidas no processo de elaboração do
Projeto de Formação da/na Escola.
O Projeto de Formação da/na Escola é organizado de acordo com as necessidades
formativas da escola e da Política Pública Educacional, contemplados no campo da prática
pedagógica e no campo da atualização profissional.
Os encontros poderão ser organizados por segmento. Os agrupamentos de
professores poderão ser dispostos por área, por componente curricular, por ciclos,
unidocência e pluridocência, dependendo das ações estabelecidas conforme as necessidades
de formação apontadas pelo diagnóstico ou quando se tratando de estudos e discussões de
interesse comum. Poderão, ainda, ser organizados em um único grupo com a participação de
todos os profissionais da educação – todas as temáticas formativas deverão estar descritas
no item 4: Necessidades Formativas e os encontros descritos do item 8: Cronograma.
A Carga horária será disposta da seguinte maneira:
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tempo destinado à hora-atividade. Para os demais profissionais (gestores escolares, TAE e
AAE) as horas semanais de estudo deverão acontecer fora da jornada de trabalho.
O cronograma de atividades formativas da escola deve garantir que seja possível
cumprir com todos os procedimentos nos prazos previstos e certificar a formação em tempo
de possibilitar a contagem dos pontos para o processo de atribuição de aulas do ano seguinte.
A carga horária semanal prevista no quadro 1 representa o mínimo necessário para
completar a formação continuada de até 80 horas de duração para professores e até 60 horas
de duração para os demais profissionais e gestores escolares, entre estudos teórico-
metodológicos e intervenção pedagógica. Cada escola deverá se organizar para os momentos
de estudos e de intervenção pedagógica observando que: a) para os professores pode se optar
por 50 ou 60 horas de estudos e 30 ou 20 horas de intervenção pedagógica, respectivamente;
e b) para os demais profissionais da educação, estudos de 30 ou 40 horas com intervenção
pedagógica de 30 ou 20 horas, respectivamente.
A intervenção pedagógica planejada pelos professores deve acontecer na jornada de
trabalho e não computa como tempo adicional de formação. Dessa forma, as 20 ou 30 horas
mencionadas no parágrafo superior referem-se às atividades de planejamento e avaliação da
intervenção e não ao tempo utilizado em sala de aula para tal fim. No caso dos demais
profissionais da educação, a intervenção pedagógica acontece no momento de trabalho, uma
vez que a carga horária dos estudos acontece no contraturno e fora do expediente de cada
um deles.
As intervenções pedagógicas podem ser planejadas de forma disciplinar,
multidisciplinar, interdisciplinar ou transdisciplinar, incluindo ações dos professores,
gestores escolares, TAE e AAE de acordo com os desafios que queiram superar.
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do sujeito ou grupo de sujeitos aconteça. Sendo assim, paralelo aos estudos, os profissionais
da educação deverão desenvolver os Planos de Intervenção Pedagógica.
Os Planos de Intervenção Pedagógica deverão constar no item 6: Organização da
Intervenção Pedagógica do Projeto de Formação da/na Escola.
O processo de intervenção poderá acontecer de forma disciplinar, multidisciplinar,
transdisciplinar, em conjunto com os TAE e AAE ou com os gestores escolares (depende
das necessidades apontadas no diagnóstico).
A concessão das 20h ou 30h de intervenção pedagógica definidas no Projeto de
Formação da/na Escola dar-se-á, obrigatoriamente, da seguinte forma:
1. 20h ou 30h: a) Elaboração do Plano de Intervenção, b) Relatório de Resultados
(avaliação somativa) e c) Relatório Final/global, Artigo Científico (Relato de experiência),
Portfólio ou Banner (avaliação global);
1.1. O Plano de Intervenção (anexo II) deverá ser autorizado pelo Coordenador
Pedagógico da Escola e Professor Formador do Cefapro e incorporado ao Projeto de
Formação da/na Escola. O atesto de finalização deverá acontecer imediatamente após a
conclusão da intervenção;
1.2. O Relatório de Resultados deverá ser homologado pelo Coordenador Pedagógico
da Escola e uma cópia deverá ser encaminhada ao Formador do Cefapro responsável pela
escola;
1.3. O Relatório Final, Artigo Científico (relato de experiência), Portfólio ou Banner
deverá ser homologado pelo Coordenador Pedagógico e pelo Formador do Cefapro
responsável pela escola;
2. Somente os Projeto de Intervenção Pedagógica oriundos do Projeto de Formação
da/na Escola concorrerão a pontuação estabelecida no Quadro 4 desse Orientativo.
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5. A CERTIFICAÇÃO DO PROJETO DE FORMAÇÃO DA/NA ESCOLA
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Abaixo de 75% 0h Curso de Formação
90% a 100% 0h 05 pontos
TAE, AAE
80% a 90% 0h 04 pontos
e gestores 40h
75% a 80% 0h 03 pontos
escolares
Abaixo de 75% 0h Curso de Formação
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Os Coordenadores Pedagógicos que mediaram a formação continuada do Projeto de
Formação da/na Escola serão certificados apenas com participação da mesma forma que os
demais profissionais participantes.
O professor com carga horária distribuída em mais de uma escola deverá participar
do Projeto de Formação da/na Escola na unidade escolar em que tiver maior carga
horária/aula, mas é excluída a necessidade de inteirar-se das temáticas de estudo da outra
escola para incorporá-las ao seu planejamento e aulas.
O professor com duas cadeiras em escolas diferentes deverá participar do projeto nas
duas unidades escolares. O professor que tiver duas cadeiras na mesma escola receberá
apenas um certificado.
Não é autorizada a realização da hora-atividade do Projeto de Formação da/na Escola
entre os horários das 11h às 13h.
Os gestores escolares (Diretor Escolar, Coordenador Pedagógico e Secretário
Escolar), Técnico Administrativo Educacional e Apoio Administrativo Educacional
participarão da formação continuada no campo da atualização profissional e poderão realizar
processos de intervenção pedagógica com foco na melhoria do fluxo sistêmico.
Os profissionais lotados nas Assessorias Pedagógicas e Cefapros deverão participar
dos cursos formativos no Cefapro.
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Importante relembrar as datas:
A primeira versão do Projeto deverá ser encaminhada pela escola ao Cefapro
de 01/04 até o dia 15/04 e o período limite para elaboração e apresentação da
versão final de 01/05 até 15/05
7. REFERÊNCIAS
PARO, Vitor Henrique. Diretor da escola: educador ou gerente? São Paulo: Cortez. 2015.
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Serveisx Pedagogics. Barcelona. España, 2000.
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Anexo I
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7. Avaliação-A avaliação será diagnóstica, somativa e global6. Descrever os
procedimentos da avaliação somativa e a global. A avaliação diagnóstica já
acontece na elaboração do diagnóstico.
Cronograma – Sugestão
Atividades 2019
Temática 1
Temática 2
Temática 3
Temática 4
Temática ...
Certificação GFO
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A avaliação defendida por Lück se apresenta em três níveis: avaliação diagnóstica (movimento feito na
construção do diagnóstico), formativa (resultados alcançados no processo) e somativa (resultados finais e
globais do plano), (LÜCK, 2009/2014).
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Anexo II
Escola:
Público atendido: ( ) Educação infantil, ( ) ( ) Ensino Médio regular,
anos iniciais do Ensino Fundamental, ( ) anos modalidades:
finais do Ensino Fundamental ( ) indígena ( ) campo ( ) EJA ( ) quilombola.
( )outros, especificar_________________.
Polo Cefapro:
Diretor (a)
Responsáveis pela Intervenção:
Professor Formador responsável pelo Projeto de Formação da/na Escola:
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