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Cefaleia em crianças e adolescentes
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1. INTRODUÇÃO
A causa mais comum de cefaleia no pronto atendimento é febre secundária à infecções de vias
aéreas superiores. A maioria das cefaleias é benigna e autolimitada, entretanto pode ser sintoma inicial
de uma doença mais grave. A cefaleia pode ser classificada segundo o modo de instalação e
progressão em:
Aguda
Aguda recorrente ou episódica (< 15 episódios/ mês)
Crônica progressiva (≥ 15 episódios/ mês)
Crônica não progressiva (≥ 15 episódios/ mês)
E segundo a etiologia:
Primária: ocorre sem etiologia demonstrável por exames clínicos ou laboratoriais (Tabela 1).
Secundária: é provocada por doenças demonstráveis por exames clínicos e laboratoriais.
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Outras formas menos comuns da enxaqueca são a basilar, confusional e hemiplégica:
Enxaqueca basilar: Aura caracterizada por vertigem, ataxia, nistagmo, disartria, zumbido/
hiperacusia, parestesia bilateral, diplopia ou alteração visual. Não há fraqueza motora e
frequentemente a cefaleia é occipital.
Enxaqueca confusional: com alteração do nível de consciência, frequentemente
acompanhada de afasia, dificuldade para falar e seguida pela cefaleia.
Enxaqueca hemiplégica: é rara, familiar ou esporádica, caracterizada por hemiplegia
prolongada, entorpecimento, afasia e confusão.
A cefaleia em salvas é rara nas crianças. É sempre unilateral, geralmente começa ao redor da
órbita ou da têmpora, tem início súbito, e rapidamente atinge um crescente em minutos. A dor é forte,
contínua, excruciante e explosiva, com duração de 30 minutos a 3 horas. Frequentemente observa-se
lacrimejamento ipsilateral e vermelhidão no olho, obstrução nasal, rinorreia, palidez, sudorese,
síndrome de Horner e raramente sintomas neurológicos focais.
2. INCIDÊNCIA
A cefaleia é uma queixa comum em crianças e adolescentes tanto no consultório como em pronto
atendimento, com incidência de 58,4%, sendo mais frequente no sexo feminino após a puberdade. A
maioria é primária, como a enxaqueca, ou aguda, relacionada a um processo benigno, como à infecção
viral.
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3. DIAGNÓSTICO
O exame físico deve incluir a medida de pressão arterial (PA) e exame neurológico, incluindo
avaliação de sinais meníngeos, nível de consciência, presença de sinais localizatórios e avaliação de
pares cranianos (II,IV, VI). Na suspeita de hipertensão intracraniana (HIC) sem exame de imagem
disponível, deve-se realizar também o fundo de olho.
A investigação com imagem deve ser considerada nos pacientes com sinais de alerta e suspeita
de cefaleia secundária (Quadro 1). A ressonância nuclear magnética (RNM) de crânio é o exame de
escolha para a investigação de alterações estruturais, infecção, inflamação e isquemia. Porém é um
exame mais demorado, que requer sedação e tem menor disponibilidade.
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Na presença de sinais de emergência como rebaixamento de nível de consciência, hipertensão
intracraniana, convulsão, sinais de localização e suspeita de hemorragia está indicada a realização de
exame de imagem. Em pacientes com Glasgow 15, estáveis, deve-se priorizar a realização de RNM,
desde que disponível. Na indisponibilidade da mesma, está indicada a tomografia computadorizada
(TC) de crânio. Sua indicação não deve ser irrestrita já que a irradiação excessiva em crianças está
relacionada a uma maior incidência de câncer nas mesmas.
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Figura 1 – Diagnóstico diferencial da cefaleia
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4.1 Medidas não farmacológicas
Apesar dos alimentos serem desencadeantes das crises em menos de 20% dos casos, sua
identificação e eliminação pode reduzir a frequência dos episódios. Vários deles foram relatados:
queijos, chocolate, cafeína, glutamato monosódico, vinagre tinto, amendoim, banana, repolho; porém
cada paciente deve tentar identificar aquele que, no seu caso em particular, atua como desencadeante,
e procurar evitar o seu consumo.
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Tabela 2 – Medicações para o tratamento de cefaleias primárias.
Medicação Apresentação Dose Frequência Dose máxima
(HIAE)
®
Paracetamol (Tylenol ) Solução 32mg/ml 10 – 15 mg/kg/dose Cada 4-6 1000mg
Gotas 200mg/ml horas (3000mg/dia)
Ibuprofeno Gotas 50mg/ml 10 mg/kg/dose Cada 6-8 40mg/kg/dia
®
(Alivium ) horas
Dipirona Solução 50mg/ml 15 - 25 mg/kg EV ou VO Cada 6 horas 3000 mg/dia
®
(Novalgina ) Ampola: 500mg/ml
Supositório: 300mg
®
Naproxeno (Naprosyn ) Cp 500mg 5-7mg/Kg/dose Cada 8-12 1000 mg/dia
horas
®
Cetoprofeno (Profenid ) Cp: 50mg 1mg/kg/dose Cada 8hs 300mg/dia
Ampola: 100mg
a
Cetorolaco de Cp: 10mg 0,5mg/kg (1 dose até 1x 15 mg EV
®
trometamina (Toragesic ) Ampola 30mg/ml 1mg/kg) EV 30mg IM
1mg/lg IM
Tabela 3 – Antieméticos
Medicação Apresentação Dose Frequência Dose máxima
Dimenidrato Gotas 25mg/ml 1mg/kg/dose Cada 6 horas 30 mg/dose EV
®
(Dramin B6 ) Cp: 50mg 200mg/dia VO
Ampola:30mg/10ml
Ondansetrona (Vonau Cp: 4mg 0,15 mg/kg/dose Cada 8 horas 8 mg
® ®
flash ; Zofran ) Ampola: 2mg/ml
Para enxaquecas leves recomenda-se analgésicos simples ou AINH ou a combinação dos dois,
associada ou não a antieméticos se náusea/ vômitos presentes. Os triptanos são as drogas de escolha
para a enxaqueca moderada a forte e para as enxaquecas que não cederam com analgésicos comuns
em adultos (Tabela 4). Existem poucas evidências científicas para o uso pediátrico, porém são liberados
nos EUA para crianças maiores de 6 anos e adolescentes. Podem ser dados isoladamente ou em
associação à AINH.
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Tabela 4 – Triptanos
Medicação Apresentação Dose Frequência Dose máxima
®
Sumatriptana (Imigran oral; Cp 100mg Oral: 25mg Repetir se necessário 50mg/24hs
®
Sumax SC) SC: 6mg SC: 3-6mg em 2hs VO, 6mg SC
®
Rizatriptano (Maxalt RDP ) Cp 10mg Oral: 5mg Repetir se necessário 50mg/24hs
em 2hs
4.3 Indicações de internação
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5. FLUXOGRAMA
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6. MEDIDA DE QUALIDADE
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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10. Bonthius DJ, Lee AG. Patient information: headache in children (Beyond the Basics) 2013.
Available from: http://www.uptodate.com.
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CEFALEIA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES
ORIENTAÇÃO PÓS ALTA HOSPITALAR
As cefaleias são comuns nas crianças e adolescentes. Para a grande maioria dos pacientes,
nenhum exame é necessário para o diagnóstico.
Sobre o tratamento
Recomenda-se que a criança/ adolescente tenha um sono adequado e regular, evitando o uso
de eletrônicos no quarto à noite; coma regularmente comidas saudáveis, limitando o café a até 3 vezes
por semana; ingira bastante líquidos; evite o estresse e pratique exercícios físicos regularmente.
Vômitos frequentes,
Apresentar despertar noturno por causa da dor, ou acordar diariamente com dor,
Apresentar sinais neurológicos como fraqueza, tontura, perda de equilíbrio, confusão mental,
sonolência.
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RESUMO
Descrição em forma de resumo para acesso em meios alternativos de conectividade como tablets ou
celulares
ANEXOS
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00
Elda Maria Stafuzza Gonçalves Pires (29/10/2015 06:28:33 PM) - Diretriz de atendimento das cefaleias
em crianças e adolescentes nas UPAs.
Elda Maria Stafuzza Gonçalves Pires (17/11/2015 04:52:11 PM) - Revisão da diretriz.
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