Anda di halaman 1dari 4

5ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS DA

BAHIA

PROCESSO Nº 0000069-81.2014.8.05.0113
CLASSE: RECURSO INOMINADO
RECORRENTE: BANCO DO BRASIL S/A
RECORRIDO(A): IMARRARA ALVES DO BOMFIM FERREIRA
JUIZ PROLATOR: ANTONIO HENRIQUE DA SILVA
JUIZ RELATOR: TAMARA LIBORIO DIAS TEIXEIRA DE FREITAS SILVA

EMENTA

RECURSO INOMINADO. RESPONSABILIDADE CIVIL.


IMPUTAÇÃO DE DÍVIDA RELACIONADA A EMPRÉSTIMO SEM
PROVA DA CONTRATAÇÃO. INSCRIÇÃO IMERECIDA EM
ÓRGÃOS DE RESTRIÇÕES CREDITÓRIAS. REVELIA. DANO
MORAL CONFIGURADO. QUANTUM INDENIZATÓRIO
ARBITRADO, NO ENTANTO, EM VALOR EXCESSIVO FACE ÀS
CIRCUNSTÂNCIAS APURADAS. PROVIMENTO PARCIAL DO
RECURSO APENAS PARA REDUZIR O VALOR DA INDENIZAÇÃO,
MANTENDO-SE OS DEMAIS TERMOS DO JULGADO.

Dispensado o relatório nos termos do artigo 46 da Lei n.º 9.099/95.

Circunscrevendo a lide e a discussão recursal para efeito de registro, saliento


que o Recorrente, BANCO DO BRASIL S/A, pretende a reforma da sentença lançada nos
autos que, reconhecendo sua responsabilidade pela cobrança de dívida relacionada a
empréstimo sem prova da contratação pela Recorrida, IMARRARA ALVES DO BOMFIM
FERREIRA, que motivou a inscrição indevida de seu nome em órgãos de restrições
creditórias, condenou-o ao pagamento de indenização por danos morais, no valor de R$
11.820,00 (onze mil, oitocentos e vinte reais).

Presentes as condições de admissibilidade do recurso, conheço-o,


apresentando voto com a fundamentação aqui expressa, o qual submeto aos demais membros
desta Egrégia Turma.

VOTO

A sentença recorrida, tendo analisado todos os aspectos debatidos, inclusive


aqueles novamente trazidos à baila em sede recursal, merece confirmação quase integral por
seus próprios e jurídicos fundamentos, carecendo apenas de pequeno reparo em razão de
entendimento jurídico diverso em determinado pormenor, o que, para explicitá-lo conduzo a
uma fundamentação mais alongada, nos termos aqui expostos.

Sendo óbvia a impossibilidade de se compelir a consumidora a fazer prova


negativa de qualquer contratação, cabia ao Recorrente comprovar que a Recorrida subscreveu
o contrato de empréstimo discutido ou mesmo consentiu a contratação em seu nome, ônus de
que não se desincumbiu.

1
“A simplificação de procedimentos para agilização da atividade econômica,
em prejuízo da segurança, é risco assumido pela empresa para bem exercer sua atividade de
fins lucrativos. Se houve falha nesse procedimento, advindo dano à vítima, esta não pode ser
responsabilizada, mas a própria empresa, que assumiu o risco de sua ocorrência ao exercer a
atividade econômica”. (TAPR – AC 0244359-0 – (209920) – Foz do Iguaçu – 6ª C.Cív. – Rel.
Juiz Luiz Carlos Gabardo – DJPR 20.08.2004).

Os documentos apresentados pelo Recorrente não servem para os fins


colimados, sobretudo porque foram juntados apenas na fase recursal, contrariando a regra
inserta no art. 396, do CPC1, na medida em que, não havendo justo impedimento ou não se
referindo a fato novo (posterior ao julgamento), sua apresentação deveria ter ocorrido antes da
prolação da sentença.

Com isso, não tendo origem lícita o débito atribuído à Recorrida, deve o
Recorrente responder pela sua desorganização administrativa, sendo, portanto, absolutamente
acertada a sua condenação ao pagamento dos inegáveis prejuízos morais sofridos pela
Recorrida, já que, segundo pacífico entendimento da jurisprudência, a inclusão indevida no rol
de maus pagadores é evento ilícito apto por si só a gerar prejuízo de natureza moral,
independentemente da comprovação efetiva de prejuízo2.

Quanto ao valor da indenização, entendo que, In casu, considero que a


importância estabelecida pelo MM. Julgador de primeiro grau se distanciou em demasia dos
valores fixados por esta Turma Recursal em casos da espécie, pondo ainda em especial relevo
o fato de a Recorrida não ter comprovada a ocorrência de todos os eventos constrangedores
narrados na inicial, sem olvidar que não se comprovou a inscrição de seu nome em órgão de
restrições creditórias, além de não se cogitar a reiteração pela Recorrente da prática condenada
para autorizar grave reprimenda a título de admoestação.

Com isso, atendendo às peculiaridades do caso e à míngua de outros


dados tangíveis que pudessem auxiliar na quantificação da indenização, sem olvidar as lições
da jurisprudência, entendo que emerge a quantia de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), como o
valor próximo do justo, a qual se mostra capaz de compensar, indiretamente, os desgastes
advindos à Recorrida e trazer a punição suficiente ao agente causador sem centrar os olhos
apenas na aparente capacidade econômica do Recorrente.

Assim sendo, ante ao exposto, voto no sentido de CONHECER e DAR


PROVIMENTO PARCIAL ao recurso interposto pelo Recorrente, BANCO DO BRASIL
S/A, para, confirmando todos os demais termos da sentença hostilizada, reformá-la apenas na
disposição pertinente ao valor da indenização pelos danos morais observados, ora arbitrada na
1

Art. 396. Compete à parte instruir a petição inicial (artigo 283), ou a resposta (artigo 297), com os documentos destinados
a provar-lhe as alegações.
2
– APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS – Negativação indevida do nome do apelado junto
ao serviço de proteção ao crédito - Dano moral configurado passível de indenização - Ato ilícito e nexo comprovados - Arbitramento
do quantum indenizatório - Diminuição - Recurso conhecido e provido em parte. (TJSE – AC 2006213583 – (1308/2008) – 1ª C.Cív.
– Relª Desª Maria Aparecida Santos Gama da Silva – J. 31.03.2008)
– RECURSOS SIMULTÂNEOS – AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS –
NEGATIVAÇÃO DO DEVEDOR NO SPC E SERASA – DANO MORAL CARACTERIZADO – DESNECESSIDADE DE
COMPROVAÇÃO DOS PREJUÍZOS – APELOS IMPROVIDOS – "Na concepção moderna da reparação do dano moral, prevalece
a orientação de que a responsabilidade do agente se opera por força do simples fato da violação, de modo a tornar-se desnecessária a
prova do prejuízo concreto. Comprovada a conduta ilícita, impõe o arbitramento do quantum indenizatório, que deverá levar em conta
o prestígio da vítima no meio social, a capacidade financeira do autor do dano, bem como os princípios da razoabilidade e
proporcionalidade ". (TJBA – AC 31.644-0/2003 – (52727) – 1ª C.Cív. – Rel. Des. Robério Braga – J. 03.12.2003)
2
quantia de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), em favor da Recorrida, IMARRARA ALVES DO
BOMFIM FERREIRA, com juros moratórios, na taxa de 1% ao mês, incidentes a partir da
citação, nos termos dos arts. 405 e 406, do CC complementados pelo disposto no § 1º, do art.
161, do CTN, e correção monetária a partir do julgamento do recurso.

Como o Recorrente logrou êxito em parte do recurso e o disposto no art.


55, caput, da Lei 9.099/95 não se aplica ao recorrido, mas ao recorrente integralmente
vencido, não há condenação de sucumbência, nos termos do Enunciando nº 11 das Turmas
Recursais dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais da Bahia, publicado no DPJ em 20 de
agosto de 2008.

Salvador, Sala das Sessões, 26 de maio de 2015.

Tâmara Libório Dias Teixeira de Freitas Silva


Juiz Relator

COJE – COORDENAÇÃO DOS JUIZADOS ESPECIAIS


TURMAS RECURSAIS CÍVEIS E CRIMINAIS

PROCESSO Nº 0000069-81.2014.8.05.0113
CLASSE: RECURSO INOMINADO
RECORRENTE: BANCO DO BRASIL S/A
RECORRIDO(A): IMARRARA ALVES DO BOMFIM FERREIRA
JUIZ PROLATOR: ANTONIO HENRIQUE DA SILVA
JUIZ RELATOR: TAMARA LIBORIO DIAS TEIXEIRA DE FREITAS SILVA

EMENTA

RECURSO INOMINADO. RESPONSABILIDADE CIVIL.


IMPUTAÇÃO DE DÍVIDA RELACIONADA A EMPRÉSTIMO
SEM PROVA DA CONTRATAÇÃO. INSCRIÇÃO IMERECIDA
EM ÓRGÃOS DE RESTRIÇÕES CREDITÓRIAS. REVELIA.
DANO MORAL CONFIGURADO. QUANTUM INDENIZATÓRIO
ARBITRADO, NO ENTANTO, EM VALOR EXCESSIVO FACE ÀS
CIRCUNSTÂNCIAS APURADAS. PROVIMENTO PARCIAL DO
RECURSO APENAS PARA REDUZIR O VALOR DA
INDENIZAÇÃO, MANTENDO-SE OS DEMAIS TERMOS DO
JULGADO.

ACÓRDÃO

Realizado julgamento do Recurso do processo acima epigrafado, a QUINTA


TURMA, composta dos Juízes de Direito, WALTER AMÉRICO CALDAS, EDSON
PEREIRA FILHO e TAMARA LIBORIO DIAS TEIXEIRA DE FREITAS SILVA decidiu, à
unanimidade de votos, CONHECER e DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso
interposto pelo Recorrente, BANCO DO BRASIL S/A, para, confirmando todos os

3
demais termos da sentença hostilizada, reformá-la apenas na disposição pertinente ao
valor da indenização pelos danos morais observados, ora arbitrada na quantia de R$
5.000,00 (cinco mil reais), em favor da Recorrida, IMARRARA ALVES DO BOMFIM
FERREIRA, com juros moratórios, na taxa de 1% ao mês, incidentes a partir da citação,
nos termos dos arts. 405 e 406, do CC complementados pelo disposto no § 1º, do art. 161,
do CTN, e correção monetária a partir do julgamento do recurso.

Salvador, Sala das Sessões, 26 de maio de 2015.

JUIZ WALTER AMÉRICO CALDAS


Presidente

JUIZ TAMARA LIBORIO DIAS TEIXEIRA DE FREITAS SILVA


Relator

Anda mungkin juga menyukai