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Coleção Lingualgeml

l. Porluguês ou brasileiro? Um convite à pesquisa, 40. C eo I ingu i,r t i cu, Suzana Alice Marcelino Cardoso
Marcos Bagno 41 -Dae conteíÍos ern qnálise do discurso, Dominique Maingucneau
2. Linguagen & comunicação social, 42. O disturso pornografico, Dorninique Maingueneau
Manoel Luiz Gonçalves Corrêa 43. Fahndo ao pé da /etra, Roxane Rojo
3. Por uma linguística crítica, Kanavillil Rajagopalm 44. Nota prtrgmática, Kanavillil Rajagopalan
4. Educação em línguq mqterna: a sociolinguística na sala de 45. Bakhtin lesmqscqretlo. Jean-Paul Bronckafi &
oulc, Stellâ Maris Borloni-Ricardo Cristian Bota
5. Sistemq, mudança e lingmgefl, Dante Lucchesi 46. Gênero texnal, ugência e tecnologla, Carolyn R. Miller
6. "O porÍuguês são dois ". Rosa Virgínia Mattos e Silva 47. Linguística de texÍo: o que é e como seJu!.
7. litrstrios puro uma sócio-históriq do português brasileiro, l,uiz Antônio Marcuschi
Rosa Virgínia Mattos e Silva 48. A granatica passada a limpo,Mxia Helena de Moura Neves
11. / litryui.stitr qtte nos faz lolhor. 49. O sujeíto em peças de teatro (1833-1992),
Kanavillil Rajagopalan & Fábio Lopes da Silva [orgs.] Maria Eugênia Larnmogliâ Duâfle lorg.]
t). I \ t sirut uo discarso, lnês Lacerda Araújo 50. Porhquês no século XYl,LuizPaúo da Moita Lopes lorg.l
1ll. lirttrtios dt' ftlosofio da linguística, José Borges Neto 51 . Da linguisti<tt.formal à línguislícct social,
I L Nrir cheguernu no escola, e agora?. Stella Maris Bortoni-Rictrdo Roherto Cionres Camacho
I ). l\ n sc lindot .filhotes de pooclle, Maria Marta Pereira Schere 52. Estudos tb discarso, [.uciano Amaral Oliveira [org.]
l\. Á gatryditi«t do inglês, 53. 6êrcrrr, Ànis B. Bawarshi & Mary Jo Reiff
Yvcs l.âcostc Iorg.], Kanavillil Rajagopalan 54. lntroduç'[io t) ltttríu enun<iutito tle Benveniste.

qU ESrÕES iJs§El'r ff
14. (irirrrrs. .losé L,uiz Meurer. Adair Bonini & Valdir do Nascimento FIores
)úsiréc Molta-Roth lorgs.]
I 55. Linguí,»tiru aplicudcr no noderniddde recente,
l5. ( ) tcult tro.t terltos clo português, M" Luiza M. S. Corôa l,uiz Paulo da Moita l-opes [org.]
l(t. ('r»t.ritlt,n4ie.s sobre a folo e a escrfta, Darcilia Simões 56. Grarnálicas contemporâneâs do pofiuguês, Maria Helena de
l7 . I'rircipios dc linguislica descritiva, Mário A. Perini Moura Ncves & Vânia Cristina Casseb-Galvão
lll. littnhntt,rtlo.v enpiricos para uma teoria da mudança 57. Lelruncnkt.r .xtl iili,\, tkr etfrogr.tÍia e nq educ:aÇão,
linlqttistittt, (1. Weinreich, W. Labov & M. I. Herzog Brian V. Strecl
lt). l\r untt linguistíco aplicado indisciplinar,
l.Lriz l'rulo da Moita Lopes
2ll. ()rigcrt.s tLt português brasileiro,Anthony Julius Naro &
Mrrir
)l. lutnrltlào
Marta Pereira Scherre
à gr«maticalizaçào, Sebastião Carlos Leite
58. Á orden dos 1xilcl,rus no lrorÍuguês, Erotilde Goreti Pezatti
59. F roset se tn re-rto. Dominique Maingueneau
60. Esputthol c portuguôs hr«sileiro,
Adrián Pablo F'an jul & Neide Maia González [orgs.]
61. Sujeito,s am amhiente.t virtuqis, Maria Cecilia Mollica.
PARA ANALISTAS
( iorrçalvcs, M" Célia Lima-Hernandes & Vânia Cristina Cynthia Patusco & Iladinei Ribeiro Batista lorgs.]

l.
( 'rrsscb-( ialvâo
[orgs.]
).) . ( ) u tnto ttt ltorlrgrás, Gabriel Antmes de Araújo [org.]
) ,\rx irlitgtí.ttit'u quantitatiro.GÍegory R. Guy &
Ârra Mrrria Stahl Zilles
).1. ilLrtili»tt, 'lirny tlerber Sardinha
62. Voloiínov a a filosofía du lingaagem, Patrick Sériot
63. A história dos língaos, Tore Janson
64. l)íscur.so e onltlise clo rlrcarso, Dominique Maingueneau
65. Sobre a.fala dialogal, Lev .lakubinskij
66. R etóri co do cr çiio I etrado, Charles Bazerman
DO DISCURSO
) \. N r t u t L u l t t hnrsllt ira. Carlos Albeft o Faraco
r 61. Teorio do oção letrada, Charles Bazerman
)(t. I'ruIrt)t'.t .sttt irtIinguísticos. William Labov 68. Unidade e voriaçõo na língua portuguesa, Andre C. Valente
)7 ( irttttu' ,hts liscrrsos, Dominique Maingueneau 69. Lingttística.funcional, Maria Angélica Furlado da Cunha,
.tl\ ( t'tttt\ tltt (iluiltri4 âo, Dominique Maingueneau Marimgela R. de Oliveira & Mário Eduardo Martelotta forgs.]
.t | l': \ t ! k h ).\ ( h, lremtil i c u descr itiya, Mário A. Perini 70. O texto e seus concell-os, Ronaldo de Oliveira Batista [org.]
\

lll. ( | utrit tlt t.r út lirtguistiw historic cr, Rosa Virginia Mattos e Silva 7t. Gramáticos brasilelras, Carlos Albeúo Faraco & Francisco
ll l.iuitt.t rht tliscraso, Sírio Possenti Eduardo Vieira [orgs.]
l.' ()rn,.ttin's lutnt rnuli.ttus do discurso, Sírio Possenti 72. Saussure, o texto e o discurso, Marcjo Alexandre Cruz,
I I I i4lautu & rürilogo, Carlos Alberto Faraco Carlos Piovezani & Pierre-Yves Testenoire [orgs.]
I l Nonnnt'húunt Onrnttit al Bxtsileinr,ClaudioCezarHenriques 73. O efeito Squsstire, Carlos Albeúo Faraco [org.]
l\ I n!!n tnr uí,ltr. Strirl l'rlsscttli 7 4. D inômi cus fun c i on o i s da mud an ç a I i nguís Í ic q, MaÍcos Bagno,

lh lt h I r t »t rl r trk u hts I i t tgut t,s,Sírio Possenti Vânia Casseb-Galvào & Tânia F. Rezende [orgs.]
I l. I it+iuttlrtt (iincnt. ,\t,.rrnlitlrttlr,, Ana Cristina Ostetmann & 75. Gêneros no conlexto brasileiro. Benedito Gomes Bezena
llcillril li)nlonil lor8s, I
76. À pessoa no disrurso, Adrián Pablo Fmjul
lll Lil l,!L\t u tlt' I'\,nliaml th,&trt,t,rrr,. Michcl Arrivc 77. O tulo da língt«r, Vânia Casseb-Galvão & Maria Helena de
lt) .'l tut\'rio rh' liirntult ' cu rutili.tc lo li.tttrso, Moura Ncves Iorgs. I
Aliec Kricg.-l'hnqrre 7ll. ,\iarssrrt t llutrtrti.tt' no Brosil. Yaldir do Nascimento Flores
{"r"
CAP r Piorlro cR^Frcoi AndÍéla Custódlo
EDÍoR! Marcos Marclonilo

ry
Corsrrgo Eomonnt: Ana Stahl Zilles [Unisinos]
Angela Paiva Dionisio [UtPE]
Carlos Alberto Faraco [UFPR]

"r
Egon de Oliveira Rangel IPUC-SP] Nota prévia
Hêníique Monteagudo [Universidade de Sântiago de compostela]
José Ribamar Lopes Batista Jr. [uFPl/CÍF/lnl

Relações entre análise do di itura

m
Kanavillil Rajagopalan [UNICAMP]
Marcos Bagno [UnB]
Maria Marta Pereira ScherÍe [UFEs]

t
Rachel Gazolla de Andrade IPUC-SP]
RobeÍto Mulinacci [Universidade de Bolonha] O discurso a tespeito de leitura em editoriais dâALB
Roxane Rojo [UNICAMPI
Salma Tannus Muchail [PUC-SP]
sírio Possenti [UNICAMP]
Stella Maris Bôrtoni-Ricardo [UnBl
Ler embalagens

üL O linguístico e o sentido

Sobre língua e discurso


crP-BRASlt. CATALOGAçÃO NA FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

Observações esparsas sobÍe discurso e texto


P889q §

E
Possenti, 5írio
Questôes para analistas do discurso / Sírio Pbssenti. - São Paulo
Parábola Editorial, 2009.
:
Dez observações sobre a questão do suieito
(Lingua[gem] ; 32)

lnclul bibliografra
Enunciação, autoria e estilo

ill
rsBN 978-85-88456-94-5

L Análise do discurso. 2. Linguagem e línguas. l.TÍtulo. ll' Série.

Indícios de autorra
09-0553

Direitos reservados
Parábola Editorial
à
CDD: 401.41
CDU :81?2

3
1I
A noção de acontecimento

Slogans que se Íetomâm

Lt
Rua Dr. Márlo Vicente,394 - lpiranga
04270-000 São Paulo, SP
pabx ] 5061 -9262 | 2s89-9263 | fax -8075
[1 1 [1 1 I 5061
Ducrot e a análise do discurso

ill
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e-mail: parabola@parabolaeditorial.com.br

Observações sobre interdiscurso

D
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tnclulndo foiocóÉla e gravação) ou arquivada em qualquer slstema ou banco de
dados sem permlssão por escrlto da PaIábola EditoÍial Ltda.
Sobre dois conceitos de Foucault
ISBN: 978-85-88456-9+5

1. êdlçáo
@
- 2' relmpressào: feverelro de 2018
da edlçáo brasllelra: Parábola Edltorlal, Sâo Paulo, feverelro de 2009
ill Bibliografia
Y
152 sílllt»t'tlssl,lN'l'l(.)r t-t()t \t'\ti \ \\\l,ltl\-l)r)l)l:( ll( .rr

çrro positivir clcssa corrrruricirçri«r" ip l6). ZiZek lista vários pettsatclorcs tluc cle
;rlgrrrrrir lonna clisscrartt isso, cle Barthes a Pêcheux. Mas, diz ele, "pode-se di-
z('r (lrrc a vcrsão rnais elaborada clessa abordagern é a teoria da argumentação
t lc' ( )srvltkl Dttcrot; ernbora não erupregue o tertrto "icleologia", seu potencial

irlcolrigico-crítico é trentendo", arfiltna esse autor. E acrescenta:


A iclcia básica de Ducrot é cprc não se poclc traçar utrta linha derr:.rrcatória
crrtrc os nír,eis descritivos e arguurentativos cia lingtragerrt: ttão existe conteÍt-
tlo clcsclitivo neutro; toda clescrição (designação) ;á é urr.r tnomento cle algum
(,s(lucrra argumentativo; os prriprios predicaclos descritivos são, em riltirna ins-
Ohserv ?ções sohre
lirrt.ia, gcstos argrrrrrentativos reificaclos-naturalizaclos. Esse irnpulso argtllnen-
lrrlil'o asserta-se nos topoi,t-ros "ltrgares-comttns", que operam aPellas cnquanto
interdiscurso.
rr:rlrrlirliz:rclos, apenas enqu:rnto os elllpregalnos cle tnaneira automática, "itt-
t.orrsr.icrrtc"
- unla argurrrentaçao berti-sucedida pressupõe a irrvisibilidade
tkrs rrrccirrrisrros que regul:utt sua eficiência (p 16-17).

l,lssrr uproxiuração éabsolutamcnte consisterte com a reivindicação da


n» «lc tlrrc l icleologia não é urna característica apenas cle discr-rrsos usualmen-
li. r.orrsirlcraclos icleológicos, uras que é constitutiva exatamente clo sentido.
l)c rrovo, por outra viar, reaparece a qlrestão dos corpora privilegiados. Mas, l- ob diversos nomes
- polifunia, dialogismo; hetelsgengidade,
L l intertextualidade - cada um iinplicando algum viés. erpecí-
\
rrrlrri, com unta especificidade, quc, inclusive, obrigaria a qualificar rnelhor
unra cvcr-]tual reivindicação de um suieito tático: a avaliação deLtZekcle que
c l auhlise de Ducrot a que tnais raciicahrente exigc que ;r lingr-ragertr seiit
[::;::u;.::*, ;;:T'il::: ;TffiH':: :r,.t:11J
I t bem específico e à primeira vista não relacionado a es§a
corrsirlererclzr runâ instância icleológica. l\-/ probternátrca:
Sob o noure sapiente de intertextualidade, [até] o plágio voltou a ser alguma
coisa qr-re não é mais urna fatalidade, mas sim ttm procedimento de escrita
corno outro qrralquer, às vezes reivindicado como Ítnico (Schneider 1985: 59).

Thmanha unanirnidade poderia fazer pensar que ou o interdiscurso nem


cleveria mais ser urn tetna (pelo menos, ttão na forma de probtema) ou que se
trataria aperas cle cletalhar o quebracabeças, especificando cada vez mais mi-
Irncioszrntcrrte um cottiunto de aspectos dos discursos, que se fttndam nessa
categoria oll que ;r transfortnarant ent um Inonuillento teórico e empírico.

Mas a ,A,» rrão fnnciona corlro (supornos que ftrrtciona) a física otl mesillo
rr granrática gcrativet, ou seja, e partir da última versão da teoria, porqtte ela

Iirvr r,t: "Ol;st,nrrqot s solrrt irrlcrrlist rrrso s;rirr rr;r licvisÍo LsÍrrrs ((rl ) - rr" cspccial. Ortriliba: I ilrl)ll,
qrP lii-3(r(). t'rrr l()()'1.
llt4' sirtt0 t,r)sst,lN'l'l(.)r t,st()t \ t,\t( \ \\ \il\t\\ tr() t,t\r r ti\r) í)ll5l,:ll\ \(,rl \ s,ltlu,, ly1, l1,l\r I lt\, lÍ-»Í» ,M

teria sttpcraclo tts artlcri«lrcs. Isso sigrrifir'lr c;rrc rlio lui ploplirrrncrrlc,, rr«r ('lrur-
po da,to, questões venciclas. E por isso scllprc lravc:ril o r;rrc rlizcr llrrrrbórrr
sobre interdiscurso. 'ffi pÊcn,ux
Por exen'rplo, há algum tempo, Fiorir (1994)propôs que se distirguisse Urna das teses de Pêcheux (1975:162):
intertertualiclade de interdiscursividade (a segunda implica a primeira, mas Toda forrnação discursiva dissimula, pela transparência de sentido cpre pelrr sc,
a relação inversa não é necessarianente verdadeira). 1-iata-se, de maneira constitui, sua dependência com reiação ao "todo complexo con-r dominaltc" <l:rs
geral, cle uma distinção irnportante, embora possa ser problen-ratizada, se se for,rações discursivas, intrincado no complexo das formações ideológicas...

tnostrar convincentemente que o texto é rnais que a materialiclade linguística,


o que rnais importa destacar dessa formulação é a afirn-ração da delterr
fazendo parte cla própria discursividade, na medida em qlle um discurso, em dência da po em relação ao todo complexo com dominante (a questão <lrr
decorrência c1e sua semântica global, parece preferir certos gêneros a outros, clissirr-rulação é relevante, lnas aqui deve ficar de lado). o que se especifir:rr
corno é o caso do jansenisrno e do humanismo devoto, segundo a alálise rnelhor em outra passâgem, na qual o autor propõe
de Mainguetteau (198'l-) ou introcluzir citações segundo estratégias diversas,
charnar interdiscurso a esse "todo complexo com clominante" clas fomaçr)cs
segur-rdo se trata de nma ou de outra fonte(Brunelli [200] | mostra que o dis- discursivas, esclarecendo que tambérn ele é sr-rbmetido à lei de desiguzrlclrr«[..
curso da autoajuda cita fontes corro a Bíblia só na fonna de discurso direto, corrtraclição-suborciinação que (...) caracteriza o complexo das formações iclco-
mas cita indiferentemente em discurso direto e ir-rdireto textos menos "altos"). lógicas (ibidem).
Isso sem contar a problemática do ethos, qrue é, evidentemente, cliscursiva,
Nesta passagelu, o qlle mais irnporta destacar é a caracterização do toclg
lnas qlle configura os textos de certa forma.
complexo conr dominante conto interdiscurso e a insistência em clizcr qrrc
Neste capítulo, desejo âpenas comentar certos aspectos das definições uma FD depende dele.
c de algumas de suas consequências
- - de interdiscurso em Pêcheux Ambas as formr-rlações parecem plenamente aceitáveis, pelo rnenos crrr
(1975) e em Cotrrtine (I981), de um lado, e ern Mainguenealr, cle outro.
relação ao qlre foi destacado (quero clizer que alguérn poderia aceitar esser tcsc
Vejamos o que parece consensuâl. En-r Charaudeau & Mailgucneau sem considerar, oLr mesmo não aceitando, a tese cla dissimulação). Mas, pel«r
(ZÇ)02), o verbete "interdiscurso" é apresentaclo com Lun sentido restritivo lrenos para mim (talvez unl mâLr su jeito...), à rnedida que isso se cletalha, rpc
(conjunto de discursos do mesrno campo que rnaltêrrr rclações de deli- outras categorias se clefinen, nem tuclo continua tão claro.
n-ritação recíproca uns com os outros) e com unl sentido arnplo (conjunto Refiro-me especificamente ao papel crucial do pré-construíclo. Atrav(.s
clas unidades cliscursivas coll as quais um discurso entra ern relação explí- deste conceito, ttrna interessantíssima reformulação da noção cle prcsstrposi-
cita ou irlplícita). No rnesmo verbete, um subitem refere-se ao "prirnado ção, a Ao pretende clar conta do fato de que algo sempre fala antes e alhtrrcs. ( )
clo interdiscurso", uma tese da escola francesa, tanto cm teoria qualto pré-construído "corresponde ao 'sempre-já-aí' da interpelação icleolírgica tyrrc
ern análise. Tal primado inplica que unla no produz o assujeitarnento clo fortrece-impõe a 'realidade' e seu 'sentido' sob a forrna de universaliclaclc ('<r
sujeito r-ra meclicla em que cada Rn é dominada pelo interdiscurso e exclui rnundo das coisas')" (p. l6a). Em termos, cligarnos, filosóficos, o r[re cstrí crrr
cltrc sejam colocadas em contraste pos consideradas independentemente questão é a posição segundo a qual os sujeitos falan-r a partir do dito c
urnas clas outras.

ó exatarnente o que o interdiscurso lhes põe à clisposição e/ou lhcs irnpiic.
- iss«r

Vale a pena reter, desse dicionário, o fato cle qtre propõe definições nrais Uma interpretação "favorável" destzr passagern rrão veria rrcla problcrrur
rcslritas c nrais amplas. algunr. Mas às custas rle cluas rcstriçõcs:
l5(r sílll, l,t)tisl,:N't'l(.)t t:trt rt,\ti \ \\\il.t\,t)()tlt..r tti.i, |ll\l. li\ \( ()l . \()lilil, t\ ll. lil)l] ( l li\( t lltT

il) rrrrii'c[slllitl:ttlc' clct'c sigrri[icltr cfcito rlc urrii'crsaliclzrcle para cleterrni-


coll)o cllt nrra clas itttcrvcrrÇr)es clc (}rurtirrc (l9ft2, irrlrorlrrq'lro, rrollr 3), t.orr-
r,,r«la rrD, ou l)llrâ urrr srrjcito cl]l sua relação coln Llnla certa ro;
sicleráJo couto o exteriorespecífico cpre clorrrinal urrrzr t'D
lr) rrcrr krclos os pré-construídos estãoà disposição, ou, alternativa- - scja cstc cxlc'rior
ontra Fo detenninada, ou Lrnl conjunto clelas, conr a cpral, ou colll lrs t;rrlris,
r,crrtc, ,enr toclos são irrpostos a cada sujeito, rnas apeilas aqueles
uma relação específica e relevante se rnantém.
cpre ele pocle/deve clizer.
O interdiscrtrso, colno definido por Pêcheux, lembra bern ir noção rlr.,
Se for assitu, o pré-construído uão é daordem do intercliscrrrso (não rele-
universo de cliscurso, como definido por Maingueneau (ver abzrixo). ll.r,r.*
vu clcle), ar não ser naquilo que é por den-rais óbvio, ou seja, serr pecessária
a nhecer sua existência é, por um lado, urna obrigação, daclo o quaclro (ó rrrrur
relevância. Ou é rclevante apenas se se entencler por intercliscurso
o que veio lapalissacla). O conceito teoriza o "fâto" de que nm discurso não nasc'c <lt,
a,tes (,ras e,tão algo fala a,tes, rnas .ão necessariarnente alhures...). o pré-
urn retorno às próprias coisas, mas cle un trabalho sobre outros cliscrrrsos
co.struíclo parece ser da ordem de cada F,D olr claquelas com âs quais cacla
(Maingueneau: l9B7:120), tese que, é ben verdade que na forma cle talci., ri
rrnar est/r em posição cle franca aliar-rça. Isso é ainda mais claro quanclo
pré_ aincla mais radicahnente defendida
constmídos se articulam na forma de discurso transverso, claclo que tanto
a
- oLl, melhor dizendo, mostracla - l)()r'
Schneider (1985): "tuclo já foi clito" é seu rnote funclamental.
cquivalência quanto a irnplicação só se dão só funcionarr r-ro interior
t,'ns clefir-ridas (científicas
- - cle
Otrtro aspecto cla tese de Pêcheux, segunclo a qual é o intercliscurso (lu(,
ou ideológicas) isto é, jarnais em unr:l FD antâgo-
-
,ista. Em outras palavras, o "toclo complexo" põe à clisposição um conjunto assujeita2, c quc clispõe materiais pâra Ll[ra FD, senr especificação rrltclior,
x cle pró-construíclos, nlas, para cada sujeito, ou para cada "comnniclade,, cle parece urn ecluívoco. Essa concepção é talvez o correlato da noção clc "irlc.o-
suieitos (ou, aincla, pzrra cada r-o), só são selecionáveis os pré-construíclos logier ern ger:r1", de Althusser. A clespeito desse traço cle coerência, a rrr»çrr,
acei_
llír'cis para essa FD. Dizendo de outro modo, só estão clisponíveis, para contintta parecendo, pelo rnenos operacionalrnente, problernática. Diria r;rrt,
ctrcla
t'lr, os pré-construíclos cujo sentido é evidente para é mais aclequado propor que o qlle assujeita
essa FD. - se a tese for aceita - ó rrrrur
certa po. O clue pode ficar mais claro em outras passagens cla mesmm obrlr,
Seja o seguinte exemplo: para rlm enunciador tucano/goverlista/liberal,
conro cluanclo Pêcheux trata de urna questão específica, a cla "fonr:r-srrjcilo
r1.c clisse/o,r,iu durante vários anos que o governo FHC foi bem-sucecliclo,
na apropriação subjetiva dos conhecinrentos..." (1975:2l3ss.). Aqui rlpirr(,(.r,nl
(lllc corrsegrriu estabilizar a econorrria, que organizou nma
base parlarnentar outras brechas nessa concepção.
srilicla, qtrc foi o.viclo no exteri<lr corno estadista etc., a expressão
o slLcesso...
(,t1. gt»'cnrc F'HC) será p.ra evidê,ci:r. Mzrs, Segunclo Pêcheux, tal apropriação se opera segundo três rnoclalitlzr<lt.s,
para um oposicio.ista (p,ra um
srri.il. ckrnrinaclo por outra nn), trata-se de uma sequência não-enunciável. clas quais inrporta acltti comentar a segunclas,ttseparação, caso cprc clc r.lrrrrrrr
orrrlrrc clc só poclerir proferirpondo-a à distância marcanclo-a cle algurna cle cliscurso do "rnau su jeito", que ocorre quando "o suieito da e ntrnciuçio "st,

I,r'rrur ccrrrro sendo clo


- volta" contra o sujeito universal por rneio de r-rrna "tomacler clc posição" r;rri'
outro (pretenso sucesso, sLLcesso entre aspas, o que eles
t'lrttrtrrttrt etc.). De fato, o que "pertence" a uma pn ou é retornaclo,
cl.e su.cesso
cot-tsiste clrl tlltla separação (distanciarnento, clúvicla, c;nestionanrcrrl«r, r.orr.,

rrlirrrrrrlcl, otr, altcrnativamente, denegado. Mas o que pertence a outra testação, revolta...) com respeito ao qlle o "sujeito trniversal" thc "clli l
FD, l)(.r-
nrcsrlo f:rzcnclo parte clo interdiscurso (o que é óbvio, dada a clefinição), sar".'ltatar-se-ia, para Pêcheux, cle luta contra;r eviclência icleolrigicir, s«rlrrr.

J
r,tlc scr- rcctrsaclo, ironizado, parocliaclcl, tornaclo sirnulacro.
Mas pellso tlrte o fettôuretro pocle ocorrcr nresrro sc sc lralal rlc rrrnir r,n rlonrirlrrrlt., (rr (.lrl()
O t;tlc cstott c;tteretrclo clizer é que não parece satisfatório clefilir inter- interdiscrrrso.seettcontrealgttmaro"dorttinacla",cunroóocrrsorlir t,lrcirlrilit;r rrot,irsorrnrrlisrrrl,rlr,r
Courtinc (1981).
tlisc'ttrso ('olllo o toclo ccttnplexo collr clorninante, a não ser quc r Às vezes, cliz-sc rlrrt,o r;rrc irssrrjcilrr o sujcilo (i lllnil trt)...
tr exprcssão
st'j;t l,rrtlltlit rcsh-itivlttttcttlc. Mas, sc frrr cssc o caso, scria urais preycitgsg, ' llrirrrcira t' lt tcrct irlt tttrt<litlirlrttlts trto ittlt ttssirrn lrtlrti rlrrr,lrrrrrr.rrlr,, rrr rrrcrlirl;r r,rrr r1rrt, ;r rlrrcslrro
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!l ,rrn sÍta. t,,sst,rN,r,r()rrr,:s,r'or,rs r,\* \ \N\r,rs,r,,\s rx) r)r:i(:rr*so
olrst,llt\ \(.:í[,;s st)ttlil.:tN't't.]llt)ts( I lls. ll->9
I
«r tcrrcrro clessa eviclência,
luta afetacla pela negação, e que apresenta traços
deveria ser óbvio. Dizer que é o intercliscllrso (lllc provô tais rrurtcriais ('irrri-
lirrgrrísticos (aquilo que você chama crise do petróleo, suas ciências
sociais...). cuo origirralidadc. A<1rri
a não ser lalvez para combater "eu-r geral" a tese cla
l')nr s.r,a, o rnau sujeito se contraidentifica com a FD que lhe é imposta
pelo
-
talvez valha urna analogia com as noções de intertextualidade intenra (c«lrn a
"irrtcrdiscurso" como deterrninação exterior de sua interioridade
subjetiva...a memória discursiva de cada ro) e cle intertextualidade externa (aquilo r;rrc ('
Posso estar equivocado, mas não me convence a ideia de que da memória discursiva de outras FDs com as quais as relações de uma ll)
uma FD rrão
scia irrrposta ao sujeito pelo interdiscurso, mesmo que essa palavra, no texto são de antagonisrrro)8.
rlc Pêcheux, venha entre aspas5. Em outros teruros, seus próprios exemplos,
rncsrr)o brevíssimos, indicam que se trata da recusa de um discurso
por parte
clc u,r "sujeito da enunciação", pouco importando ou importando menos
se é o caso de um processo de contraidentificação (de um sujeito
- COURTINB
- que se
"rebcla" contra urna FD que até então o dominava) ou de
um processo mais Quando um estudioso clo discurso se põe a analisar um corpus, tcrr«l«r
ba,al, o cla confrortação de um discurso com outro discurso incorporado uma teoria do interdiscurso, o que ele faz? Analisa um discrrrs«r
- por exemplo,
cr) uur debate. ou seja, trata-se, em qualquer caso, de serem enunciados, nas qlle se confronta con outro (e não com todos os outros). O melhor exenrltlo,
flrrnrras linguísticas típicas dos pré-construídos, elernentos que para o que aqui importa, talvez seja o de Courtine (1981, isto é, Courtirrc
pertencem não
i.terdiscurso, eu diria, mas a discursos específicos, em relação aos quais,
luo antes da queda). O que ele revela talvez se deva em parte ao âcaso, ou seja,
cle algun-ra forma, o sujeito está em franca oposição ao fato de que analisa urn discurso específico, o discurso comunista dirigid<r
- independentemente,
rcpito, de tratar-se de um caso cle rebeldia ou de uma outra posição já sólicla. aos cristãos. Uma das características do trabalho foi revelar que não se poclc
1,, é isso que as marcas linguísticas indicam. (isto é, não vale a pena) analisar corpora sincrônicos
- o que produz efeitos
voltando na noção de interdiscurso. Partindo de um enunciado cor-r-ro
a uma afirmação anterior: creio ser mais operacional a concepção
clc intercliscurso como exterior específico, embora ela talvez não recubra
todas as (l ) Nossa política em relação aos cristãos não tem absolutamente nadct
lxrssibilidades, especialmente as que dizem respeito ao esquecimento número 16.
de uma tática de cirannstâncid, é umd política de príncípio

H,fir,, parece mais adequado propor que, para cada FD, há um conjun_ assinala que ele provérn de uma sequência discursiva que responde a cps clc-
lo clc pré-construídos (cliscursos transversosT etc.) no interdiscurso, aos
quais tenninadas (é extraída de uma entrevista do então Secretário GeralAcljurrto
rrrrr srrieito pode ou deve recorrer. Mas ele não pode recorrer a
todos, como do PCF ao jornal la Croix). Assim, pode-se re lacionálo a rn suieito enutcitt-
dor, qtse enuncia rttnta situação de enunciação determinada.

Mas esse enunciado estabelece laços conl formulações que sc podcrrr


' St'riit cxtlclrltillente interessante analisar os termos que neste trecho cle Pêcheux
estão entre âspas,
lx)r(lll('cssc Procedinlento de escrita parece clesmentir o que venr sendo ciito. O que, a rneu ver, carrega descobrir no processo discursivo inerente à r» que o domina, a FD "corrrrr-
rigrrrr p:rr:r rrrcrr rrroinho.
' l"'rt í::llta tttrta Leoria e ttma análise do(s) processo(s) de assujeitamento, nista". Ou seia, existe igualmente numa rede interdiscursird'), ou vcrtical, rlc
análogas aos diversos disposi-
livos rlc prodrrção de subjetividacle descritos pà. For,"ruit. forrnulações tais como (2)-(9):
". o srrjcikr não pode sc enc.ontrar no exterior da nn que o domina o que remete âo exterior que
rlt'ltrrrrirrir il t,l) erD questão (p. 173). - (2) De Lille, um pai de família, católico praticante, escreyelt ent iullrc cla
' sua eleição,.Lula
.. Qrrando,
aPós lançou o progrâma "Fome Zero,,, surgiu imediatamente umâ reâção
ttit íirrtlta rlo discttrso da "strbalimentaçao", asiurnldo, na ocasião, 36 que atribuíra pouca importância ao prinrciro apelo, que se poclia
por um"especialista universitário, com
It 1>rt'lctlsÍio dc negar o cliscurso da fgrne O presiciente F. H.
Carcloso, à rn.rrl,o objetivo, nlas com
sc'rr líPit! ctltos tttc':rtto de strperioridarle (cf. Miqueletti
2002), rlisse que"o*o que há é,,súnutrição,,.
Ora,
It;tlit-sc rlo tttcsttto disctrrso, cuio outro ó o disctrrsir rla forne, que "stibali,r.àntação,'mantérn ,,s.b- ' C[ Maingueneau (1984: 83-86).
1á com
trrtlriç:io" ttttta rclaçlio de caltszt c cfeito trrrra clas nrodaliclacles dc cliscrrrso transve.rn. " Não fica muito c]:rro sc cssa redc ó irrlt.r<lisc'rrrsivir Polr;rrc ó scrrrPrc j;1 "1;olô,rrri<':r" orr sc 1;ortlrt'ti:rrrlc
- rior:ro atontccinlcnlo (luc 11 o 1>ronttttciittrrcr:lo rlc Marclritis. Nltdlr irrrJrcrl<'t;rrc st j;r pol irrrrl>;rs irs rirzôt'r
l(10 sílll0 l,t)ssl,lN,l'l(.rt trt.()l s t,\ti\ \\\tr,t\ r), rrt.r r rr rr
'f,F
()li-l.li\ \( 0l \ -()lilil l\ l t.lil)t\{ | li\(l l(tl

ser tentado d crer que erd ditudo pero interesse


eleitorar. k,re túo (10) O u»ttrrrtisnto é intrituecornente penterso
lrcsitou em nos farar cre sua concorcrância c ttãrs sa prxlc <tdrnitir.(nt u(,
ent nos ertcorajar, co,sta-
e
nltunt
tando em segtLída nossa Xl, l g rlc r r rarçg rlc l () 17 ).
terrenct a colaborttçõnt ctutt el e (|'}ío
persever(tnça inflexíver (M. T',orez,
o,t. cre (11) La volx (de ThoLez) se fez iruttilnrcnte trTo tenunnenre
te37). l:rartrt,rrr<,
(3) Temos ouvido contra nós a crítíca, cotno d do camponês qtLe chanta sua ninhada: "pipipipipipi". lt,rr
tarvez poltco originar, de mano-
me dizia: "Não, é impossfiel qtLe eles ayancem!,,(F. M.rrrirrr., /r,
brar, de empregdr ardis, de agir com úLplicidade
(I4. ,Ihorez, out. Figaro, lB de abr. de 1977).
de 1937).
(4) E, se, hoie, confinnantos noss(l posição
(12) os cristãos se deixam prender na armadilha de tnrt filosctlitt ',tl
de 1937, é que rúo se tratava, gar da história (R. Aron, le Grand Schisme).
então, como arguns pretendent, de unt ardil,
cJe unru tática ocasionar, (13) O católico não pode contintLar nem ingà'ttLo, nenT abarxlorrtt<I,
mas de uma posição política perfeitamente
de acordct como nossct diante da sedução discreta, da impregnação lenta otL drL s<tlit,i-
doutrina: o rnarxismo-reninisrto (w. Rochet,
l3 cre clez. c1e r9,r4) tação organiza&t do contuttistno de hoje (dom Faucl'ret, l;ispo «lt,
(.5a) Para nós, a união
não é uma táüca ocasional, tLnta manobra
riga- Troyes, fer,. de 76).
da à coniuntura.
(14) Os católicos são solicitados, numerosos são os qLLe se deixant layttr
(5b) A luta pela união constittti uma
constante, urn princípio da poríti_ (f . Botrdais, le Figaro,l0 cle jun. de 1976).
ca de nosso partido.
(5c) Nosso partido hofe empenha-se com paixão
(1 5) Haverá tnna ninhada católica para depenar? (y. Levai, FhLropt, | ,
e paciência ent unir os I I cle jun. de 1976)
trabalhadores, em ogrupar em tonrc deles
toda.s as yítin_tas do (16) Fl nTestno se Marclnis abitrrasse sua fe, não seria tun desses trdis
l:oder
do dinheirct, todas as
forças vivas (J(t nctcAo. que aconselhava precisanrcnte l,ônin? ( Selchet, l,Atrrore, ll tlt,
(5d) Propontos às diversas ccnnacras sociais qrrc se rLnam,
nito na confusãct, nrus junl'ro de 1976).
sobre una hase f:recisa ()c,, co,gresso pcli
24 cre o,t. rre 1974).
cro
[Jma fórrnula corno (17) poderia condensar de maneira aproxirrrrr-
(7 l Os cristàos rt,ri
ficatn ('LtdLt ve,: nt(tis que d coop?rLt\,ào, (t ltttLt (()trrrl tiva esse conjunto de entrnciados:
que nós llrcs propontos rtíto é Lnnct amndilha,
n7(ts Lrtlct atitude de (17)A união corn os cristãos não é tnn. ardil, é unt princípio da políLicrt
princípio (princfuios cla política c1o pCF,, out.
cle lg75). dos comunisúas vs A política dos
(8) Dizer isso é subrinhar o quanto porítica conu-Lnistas é unut crmtadillut rrrr
a de união é para nós tntta qual os cristãos não deyem deixar-se prender.
política de princípio ()cflr congresso clo pcF,,r
cle fer,. cre r976).
(()) Nao, não é por tática momentânea Veiarnos o qr-re cliz Courtine, depois da apresentação cle snars cviclôrrc'i;rs
e na confitsão ideorógic(t q1Le
ttós proctLrcunos apaixonadamente er-npíricas:
fctzer con-L qtrc se encontrertt racJ,
o ludo todos os qLLe qlrcrenT
libertação clo Lrcnrcnt
cL Se urna po dada não é isolável das relações cle desigualdacle, cle corrlra<liçio orr
porque é seu ideal sctciarista e os cristãos, - os cr,urttutistas, de subordillação que assilalam stra dependência ein relação ao toclci cornplt,ro
porque é sett icrear etcntgéri_
«o (O. Marchais, l0 clc jun. cle 1976). corn dominante (Pêcheux 1975:146) das nos, (...) e se se chanra húerclisc,trrxt tr6
\4rrs o c,trrrciado (l), cliz co.rti.e,.ã, toclo complexo cont don-rinante da ro, então é preciso acluitir clrc o cstrtlo rlr, rrrrr
se ri,rita:ro corju.t'(2)-(9)
rLrs lirrrrrrl,çÕcs pertencertcs à F'D
cornu.ista, porque elas próprias só têrrr Processo discursivo no seio cle ttma po dada não é dissociáyel cln cstrrrlo <lrr «k,lc'rrrri-
t'rislôrrt'irt cliscttrsivrr rlet corrtraclição que as rlação ciesse Processo discursivo por seu intercliscurso. Isso irnplica prin<.iprrlrrrc,rrl«'
opõc tro conjrrnto clas for,rrlações
(10)-l l(r), clue:r clecalagellr etttre cluas rns, t:rl cpe a priureira scryc clc rrrulóril prirrrr rr,pt.
rrrochrziclas crrr {;r,s rrclcr.gôrrcas às srlas, â:l partir cle 1;osiçires clc sentacional (l"trchs & Pêr:hetrx, 1975: I 3) p:rru ir scgrrrrrll, rlt,r,t.sc,r rrt.t.r.ss;rrirlrrrt'rr
clrrssc lrr rIrrgrtrrisllrs:
te le'aclo crn..rrl:r crrr lc<lri, ('o,ro ('lu lrrrlilisc «l. rlist'rr's..,, (11 j51.
d rnz sí*ta t,,ssr,rN,r'r(.)r \ \\
r,;,,r'or,:s r,\rr \r,rs,r,\s r)í) rlr\( l *\()
I ' ()lt:1,)lt\ \(.,()1,:s s()lilll,: lN'l'1,;l{lrl:(.1 ll\o lílll

I,l acrcsccrrta:
sivos". A noção clc rrniverso clisctrrsivo prol>osla p<lr Mairrgrrcuclnl rcc:ol>rc, ó
(lorrr efcito' o interdiscrrrso é o ltrgar no qual
se constituernT para um sljeito rnais ou rrrenos equivalente, à noção de intcrcliscurso dc I'ôchcrrx.
[rlante cltre ptodttz ttnrzr sequência cliscursiva dominada por.rrru po
dete,nina-
rla, os obietos cle que esse su jeito enunciaclor se apropria para Por "campo discursivo", Maingueneau entende uur conjtrrrto clc frrrrrrl-
fazer deles ob jetos
clc scu cliscursolí), bern como as articulações entre esses
objetos, pelos quais o ções discursivas que se encontrarn ern concorrência, delinritarn-se rccil>rocir-
srr jcito enunciador vai dar urna coerência mente em utrrâ região determinada do universo discursivo, seja em confiorrl«l
a seu propósito (p 35)
aberto, em aliança, na forma cle neuiralidade aparente etc... entre discrrrs«ls
ora,
pocle-se verificar claramente que a forma de incorporação
dos pré- que possuem a meslna função social e divergen-r sobre o rnodo pelo qtral clu
c.rrst^ríclos não é a mesma segu,do se trate, em cada caso, dos
elementos de deve ser preencl'rida. Pode tratar-se do carnpo político, filosófico, dran'ratrirgi-
uru olr clc outro discurso. ou
seja, os termos característicos da r,» comunista
co, gramatical etc... Esse recorte em "campos" não clefine zonas insulares; ('
sã. rct«rrrados, os da po cristã são precedidos de negativas. Do
que resulta apenâs urna abstração necessária, que deve permitir abrir múltiplas reclcs dc
lrlg, r;rre cleveria ser claro para esta teoria: que cada ro fornece os elementos trocas. Não se trata cle delimitações evidentes.
lr scrcrr) por ela retomados, e que a outra po fornece os elementos a serem re_
Para o autor, é no interior do campo discursivo que se constitui unr clis-
r:rrs:rcl,s pela mesma FD, o que confirmaria o que disse
acima, a propósito clo
curso, e sua hipótese é que tal constitr"rição pode deixar-se descrever err tenrros
J)roccsso de contraidentificação. Parece que tanto pêcheux quanto courtine
de operações regulares sobre formações discursivas já existentes. O que rrão
frrrrrcce rrr fatos (u.r, a título de exemplo, outro, com base em L]rl corpus) q.e
significa, entretanto, que os discursos se constituam todos da mesrna forma crrr
põrcrrr cm xeque suas próprias teses.
Íodos os discursos desse campo; nem é possível deterninar apriori as mocl;rli-
dades clas relações entre as diversas formações cliscursivas de um campo.

Finalmente, Maingueneau propõe isolar espaços discursivos, isto é, sul>


flMAII\GUENEAU conjuntos cle formações discursivas cuja relação o analista fulga pertinerrtc
para seu propósito. Tâis restrições devem resultar âpenas de hipóteses ftru-
Maingueneau apresenta urnâ noção de interdiscurso rne,os pomposa,
dadas sobre um conhecimento dos textos e um saber histórico, que serão crn
uras rnais operacional e mais produtiva. segundo ele,"énecessário
afinar este seguida confirmados ou infirmados quando a pesquisa progreclir.
lcrrr, rrrnito vago para nosso propósito e substituíJo por uma tríade:
universo
<liscttrsivo, campo discursivo, espaço discursiyo,, Acrescenta que reconhecer esse tipo de primado do interdiscurso é inci-
(p Z7)rr.
tar a construír um sistema no qual a definição da rede semântica qtre cirunts-
l'clr "universo discursivo", o autor entencle o conjunto de formações
dis- crel)e d especificidade de um discurso coincide com a definição das relações cles-
('rrrsivils cle todos os tipos que interagem numa
conjuntura dacla. Este uni_ se disctLrso com seu Outro. No nível das condições de possibilidade hilvcril,
vclso disc:ursivo representa necessariamente um conjunto finito,
mesmo que pois, apenas um espaço de trocas e jarnais de identidade fechada. Esse porrlo
rri. prrssa ser apreendido em sua globalidade. É de pouca utilidade para o de vista vai de encontro ao que adotam espontaneamente os enunciarclorcs
rrrrrlistir c clefine apenas urna extensão máxima, o horizonte a partir discursivos; esses, longe de adrnitir esse descentramento radical, reivinclicarn,
do qual
scrrlo construídos dornínios suscetíveis de ser estuclados, ,,campos de fato, a autonomia de seu discurso.
os discur_
Esse questionamento de uma concepção primária do "fechaurcrtto" cs-
',,'\tt't '' IHlt,-t "lliscttrso" pirrece significar urna seqnência produzida em detenninacla
circ.nstância,
( ililo lItl:t I,t) trutural ilrscreve-se no prolongamento de uma corrente da análise do cliscurso
rr A t'xlxrsição tlc cottccitos (ltlc se segue é às vezes a tr:rnscrição quase literal de trccl.ros 4e Maing.e- que busca repensar as relações do Mesmo e do Outro tais corno sc clcscrtlut-
rrcrrrr ( l()li4: 27-30).
vârrl nos anos 1960. Os procedimentos utilizados ncssa ópoca visltvirrrr rcvclltr
l(l,l sílllo l,oslil,]N,l,l(.rl t \t()t,\ t,\ti \ \\ \t t:t \\ t)(, t)t\r l ti\(] i)li\l li\ \{ {)l r -r)lilil t\ I I titrt ( I li.iil l(15

lr i<lt'lltitlaclc lt si clc t'ittllt lirnrtitçiio cliscrrrsivil, grilçus ir corstnrçãg


clc pírcleos a) cxprcssercs colr)o"o logicisrrro", "o lorrrlrlisrrrr,". "rr lcu<l['rrcilr logi-
ilc irrVrtriârrcia cttl torrto clc alguns pontos privilegiaclos clo cliscurso.
Ncssc rlua- cista-fomralista", "o l-riologisrrr<1", r'«lrÍculcs t'rrr rliscrrrsos c'icrrlíllcos
ilr«r, a rclação colll as ontras fonnarções discr-rrsivas
só poclia ser pensada segun-
(ou de saber) que privilegiam o social ou o lrisltirico, corrtr-u o pri-
rlo o nroclo espontâneo da iustaposição de unidades exteriores
umas às ontras. vilégio do biológico e clo forn-ral (que nern sernpre anrlarrr jrrrrlos).
o irrtercliscurso aparecia como Llln conjunto cle relações entre cliversos "intrar-
'l-rata-se claramente de simulacros dos projetos quc sc prclcrrrlc'rrr
cliscursos" cor,pactos. o que se trata de subverter
é essa equivalência ertre
fornrais, ou seja, das correntes que adotarn metalinguagens forrruris,
exterior do discrrrso e i'rterdiscurso, para pensar a presença
do interdisc,rso no
próprio coração do intradiscrrrso, o que que representam err outras linguagens o(s) sentido(s) das cxl)r'('s-
].J. courtine chama a,,ilconsistôncia
cle uma formação discursiva, entendicla corno efeito
sões, que postularn um certo aparato biológico (eventr-rahncntc irrr
clo interdiscurso enquanto
exterior específico cle uma for.nação discrrrsiva ,o próprio to). Or"rtros exernplos do mesrno tipo são "clesvio teoricisia", "psico-
interior clela,,.
logismo", "economicisno".
Assim, o outro não deve ser pensaclo corno Lrrna espécie
cre "enverope,,
clo cliscurso ne, url co,junto de citações. No espaço "pré-colstruíclos" têrn urna origem benr específica. Não são tornrr-
Esses
cliscursivo, o outro
,ão é nem um fragmento localizável, u,ra citação, nerr uma dos do intercliscurso, no sentido de Pêcheux e de Courtine. Derivalr clrrrr
enticlacle ex-
terior; ,en é ,ecessário q.e seja localizável por algur.a ruptura rnente de uma relação de ernbate eltre FDs, ou seja, não são iá ditos dar rrrcsrrur
visível da
coripacidade do discr-rrso. Ele se encontra na raiz cle natureza dos propostos corno exemplos paradigrnáticos (a crise do petr(rlco, o
.,r Mes,ro sernpre já
clescentrado ern relação a si próprio, que não é em terrorismo etc.). Derivarr mais claramente do intercliscurso no senticlo rruris
monrento algum passível
cle ser considerado sob a figura de uma pler-rit.cle restrito de espaço discursivo, ou seja, são constitutivamente interdiscursivos, o
autô,o.ra. o orrtro é o que
[az sistematicamente falta a um cliscurso, é aquela que qller clizer que só vêm à existência corno efeito da polêmica.
parte cle senticlo que foi
rrecessário que o discurso sacrificasse parâ constituir
sua icle,ticlade. Outro exemplo, no mesmo campo. No discurso da ccr nào sc crr-
l)isso clecorre o caráter essenciarntente dialógico de tod.o enunciaclo contra jarnais a afirnação de que "la langue ne peut pas tolérer le florr
do
tliscttrso, a impossibilidacle de dissociar a interação
clos cliscursos clo funcio-
ou dire deux choses à la fois" (Cadet & Pêcher-rx,l98l:155)rr. Ent ontros
rrrrrrcrrto i,tradiscrrrsivo. Essa imbricação do Mesmo terrnos, este enunciado é um sirnulacro cla tentativa cle descrição e clc rc-
e clo o,tro rouba à
.rcrôrrcia senrântica das forrr-rações discursivas todo o caráter ,,essência,,, presentação forrr-ral da ambiguidacle, clue iguala a teoria descritiva (bor «rrr
cle
.rrjrr irrscrição na história seria assessória; .ão é clela rnesma
que a formação
ruim, pouco irnporta) com o sonho de construir Llrna língr-rar perfeita, prr-
rlist'rrrsiv'rr tira o pri,cípio de sua uniclacle, uras
cle urn conflito regraclo. ieto absolutamente fora clos propósitos da ccr (embora, eveltualrrrcrrlr',
as clescrições que adota possam até sugerir caminhos para a construçl-lo rlr'
outras linguagens, ou ela possa valer-se dessas linguagens pârâ seu apltrlrlo
clescritivo assin como Pêcheux valeu-se dos compr-rtaclores orr (lirlilcrr
O SIMULACRO, UM TIPO ESPECIAI, -
da balar-rçai+). Essas represeltações formais, c1o ponto de vista clc c;rrc'rrr rrs
I lrí co,st*rções cujo efeito é idê.iico ao clo
pré-construíclo, e qrle, no
faz, são ape nas descrições (boars ou ruins) claquilo que, pocler-sc-ia rlizcr, ti
.rrlrrrrl,. nro se er.ontrarn no interdiscurso. on seja, não pertencerr, o próprio da língua, e que o analista do cliscurso ató chcga A "usal", r'orrrrr
a rigor,
;r <lisc'rrrs. ,crlrrrrr. A Ír.ica erplicação para
se, aparecime,to é trnr clos efei-
los tl;r rclação rle polêruica, o simulacror2. Dou erernplos. '' LJm "forrralistar" não r,ê ncnhurur clifcrcnça cntrc o rprc clc diz c o rlnc t'slii dilo lrlrri. Sr) rrclrrrr ,;rr
o rpc cJc faz ó rrnr:r clcscrição crplícitir ou chras - clo "duplo".
rr O cfeito ó quc são Oadct c Pôclrcrrx rlrrc fazcrrr a p:rrririiir tlt (llrrrrrskr t n;lo. tonro r'lts rlrz,rrr
l';trt csllr rroçio. \,llingrrcrrc;rrr ( I ()li-l.
(llrorrrskt,clrterrrtrtzaparritliatlaarrrlrigrrirlltrlt.l'llrt'rrrltlclrrltr;rrt'logostrcrlirrrtrrr.r'r'ltsrrrtsnrosrt'r,,
r'1. crtl;. .{)
rlrcccnr tlttr Olronrktr niio plclcrrrlt lrrl 'rlt'lrrrrri-io" rlrr lirtLirlrgit rrr
Y
l(r(l sÍtllo l,(]ssl,lN,l'l(.)t t,.s,t,ot,,s t,\il \ \\ \t,ts,l,\s lr() t)t\r.t nsí] ( )*sl,,lt\ .\(,,( )1,:s sr )1,.,, l \ l l, l. )l\( I ll\( t l(t7t

o [cz (]«rttrlittc c«rttt a dcscrição clas cstnrturas sirrliiticus clivaclas fc:ita


por (t) I,,rrr srra confcrência cle abcrhrrur rlo 5" (ll'll,Stll,, J«rsc l,rriz l"i«rrirr
Marrricc Oross. procluziu um excelente exeurpl«1, airrrlir rrrais c«rrrrplcx«r tlo tlttc «ls
b) o cliscurso hurnorístico, notaclamente o das piaclas, fornece, salvo que âpresentei. Introduzindo a noção cle ethos, clissc, tutttt ccrt«l trt»
cngalllo, um exernplo relevante pâra essâ mesma tese. usualmen_ rnento: "Mas isso não é psicologismo...". De onde srlrge a pahvnt
te, piadas põem em relação dois discursos (dois muncros, segundo "psicologismo"? Uma hipótese é que Fiorin ar-rtecipa o qtte sc poclc-
rá dizer cle seu discurso, a partir de certa FD
Iire.cl, dois scrlpús, segur-rdo Raskin etc.). Ao contrário do que ,lgr.,, - suponhamos cptc sciit
h.uroristas gostaria,r de pensar, os discursos postos em relaçaã (ln a AD: "Mas isso que você diz é psicologismo". Que se classifiquc clc-
praesentia ot in absentia) são prévios à piada terminado discurso como psicologismo se explica pela reieição, por
- o que forneceria
mu,ição para teses do tipo "tudo já foi dito" e, alternativamente, parte cla eo, de fundamentos psicológicos parâ a explicação cle f:ttos
para teses de que só nos resta o estilor5. por exemplo, ao bom dis- discursivos. O simulacro de "psicologia" é "psicologismo". O c;trc
curso sobre escola, oll casarrento, ou igreja, opõe-se o ilrau discurscl Fiorin fezfoi negar antecipadar-r'rente o que poderia vir a ser clito rt
sobre as rresmas instituições propósito do que ele enunciava. O exernplo é interessante por(luc,
- ambos correntes e sólidos, eviden-
temente, embora com espaços de circulação diferentes. da posição de que falava Fiorin, ele pode negar antecipadamcrrtc
Mas há u,r tipo de piacla, que se tornou relativamente popular, r,ros úl- o que cliria cle seu discurso outro que estivesse em outra posição,
lirrros ternpos, que "cria" um discurso, r'rão o retorna. Refiro-me às chamadas sendo que o enunciado negado antecipadamente é um simulacro
lriarlas cle gaúcho. Elas opõem ao estereótipo do gaúcrro macho o clo gaúcho do que Fiorin está dizendo.
veudo. ora, este Írltimo cliscurso é novo, no sentido cle que ele não tem,,cor- Concluindo, diria que, provavelmente, uma tentativa de comparação
Po" em outro lugar que não seja o discurso hr-rmorístico. A meu ver, estas entre as versões de Pêcheux e de Maingueneau esbarraria numa espécie cle
l>iaclas constroem
- as razões históricas estão por ser i,vestigadas - um dis-
cruso "novo", não o retomam de outras e diferentes fontes (pelo rnenos,
"incomensurabilidade"
- que lalvez produza simulacros de ambas. Não sei
não se valeria a pena arrnar um pandemônio por causa de suas diferenças. As êrr-
púrblicars, literárias, folclóricas etc.). penso que umâ forma d"
con,p.".nder o fases diversas são notórias. Pêcheux se inscreve na vertente althusseriana c
(lrrc sc passa é a hipótese de que se trata do
simulacro do macho. ou seja, a
-
provavelmente o assujeitamento ao interdiscurso é uma "aplicação" da noção
Piacla trabalha contra (ia dizer "sobre"...)o discurso do macho, e faz dele uma
irrlcrPrctação de ideologia em geral e o assujeitamento â uma FD, uma aplicação da noção
qr-re incide sobre o traço rnais negativo da macheza: não a pou-
t'it de ideologias particulares. Mainguer-reau filia-se de certa forma a Foucattlt,
por exernplo, mas a inversão de papéis o. preferências sexuais.
'ulcrtia, embora, ao contrário dele, privilegie a "superfície" e sua linguística seia clc
c) o terceiro exemplo, torno-o emprestado de Fiorin (1994). Segundo preferência uma semântica discursiva.
cle, o discurso rnilitar ligado ao golpe de 1964, para desqualificar o
cliscurso de oposição, não combate seu sentido "original", mâs O que pretendi mostrar foi a r-recessidade de especificar rnelhor a natu-
seu
si,nlacro. cita trecho de um pronunciamento de castelo Branco, rcza de determinados elementos preseltes ern certo discurso, especialtttctt-
rro clrerl aparecem sequências co,o "os que ahnejam i,rplantar
te na rnedida em que eles têrn a ver com interdiscurso. Pareceu-me, conlo
o to-
clisse, que os pré-construídos que derivam diretamente cle uma rn (e não cl«r
talitarisrno de esquerda" e "exploram o nacionalismo para proteger
interdiscurso) poclem ser retomados. Mas quando provêm do intercliscttrso,
sua irreficiê.cia" no lugar, respectivamente, de "forças populares cle
são negados, recusados, ou "postos à distância", exatamente porque ttãrl sc
vanguarda" e de "membros da burguesia nacio,al progressista,,.
apresentam como evidentes
- como deveria ser um pré-construído. Altcrrra-
r' "Vtlttos ito riltinro lr-aço da cxPcriêrrcia tlc tivamente, são construídos por um processo peculiar, a partir cla scrttânticit
l"larrbcrl, onde a brrsca cio corno làzer se recluz ao fazer
t otrro" (Sclrrrr.itlcr | 9ll5:3 I ). de um discurso específico, que, estando ern relação de altericlacle (polêrrri-
l6Íl sílll0 l,0ssl,:N,i'lr.)t t,:trrt :t,\li\ \\\t t\t\.nrrt)l.r Iti.,r l

t'it)c'ottt ottlro, t'orrslr«ii <lclc ccrlos sirrrrrlacros. Ncslr.r,rrso,


llrrllr-sc llrll,cz clc
1lr('-c:«rtrstrttítlos t;ttc ttrrtciorrarn t'orrro pse uclocviclências, rra rncclicla elll (*re
t'crtlts lirrttrtrlitç^ões ttlicl sc cttcotttranr, conro tais,
enr nenhurn clisc.rso, ao
t',rrf*írio das.cgaclas ou recusadas. rsto é, não são retomaclas,
não estão clis_
p,rrívcis, cle'cr. ser "co.struíclars" na polêrnica. se
se quiser clizer que perten_
cc,r :l rllra IrD, ter-se-ia clue especificar, ainda assim, qlre ,,orige.r,,deve
sua
scr atribuída ao rnecanisrno qlle gera o simulacro.

Sobre dois_conceitos

deFoucaulr

INTRODUÇÃO

o,,Serninárjo do GEL de 2005, râ,mesa que inaugurou as


atividades intelectuais, lqgo após as cerirnô,nias de abertu-
ra do evento, Baronas falou de uma espécie de clichê que
marca muitos trabalholem anáJise do discurso: os autores
costumam colocar.se sob o amplo ou colorido _ guar_
-
claçhuva de Pêeheux, Bakhtin e Foucault (Baronas 2006).

Minha intervenção tem um;pgpç,g,,a ve1 cgm iso, ou seja, çom o fato
de que também encontro com freguência bem
rnaior que o recomendável a
mesrna afirmação, e, rnais eqpecifiqafngnte; de que se
encorrtra-, além disso,
leilrrras rliscLrtír eis de corrc.eitos desses autores. Neste
texto, vou discuür apenas
dois casos. Trata-sc de leituras ecluivocadas de Foucault:
refiro-me, uso
(talvez produtivo, não nego) de suas ".rto
Minha tese não é que esses co'r.ei.-tos de Foucaurt devam ser preserve-
clos tal como ele os formulou, que esse autor não possa ser remexiJo,
que a
leitura clue fazemos de seus textos não cleva fazêJãs Íanger,
atitude que ele,

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