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Revista Cesuca Virtual: Conhecimento sem Fronteiras

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EVOLUÇÃO DO EAD E AS NOVAS MÍDIAS

Olemar Antonio Ferreira Teixeira1


Gelson Vanderlei Weschenfelder2

RESUMO

Este artigo apresenta a tecnologia do podcast como ferramenta educativa e tem por
objetivo demonstrar algumas possibilidades de sua utilização. Introduz a ideia do
desenvolvimento do ensino a distância (EAD) ao longo de sua história e adaptação
às tecnologias que surgem a partir da metodologia de ensino por correspondência
(um para um), até a introdução da internet (muitos para muitos) como ferramenta de
aplicação das aulas em EAD, abordando a qualificação e treinamento de
professores para as novas mídias, como ferramenta de aprendizagem e
desenvolvimento de competências neste novo cenário pedagógico. Constatou-se
que o EAD é um ensino sem distâncias e que o som humaniza o computador. A
pesquisa bibliográfica elaborada se concentrou nas questões específicas do ensino-
aprendizagem com utilização de podcast como recurso pedagógico e propõe uma
reflexão sobre a adaptação dos professores a essas novas tecnologias. Por fim, a
conclusão obtida é que, numa perspectiva não crítica, as tecnologias podem auxiliar
o desenvolvimento das competências comunicativas, entretanto, deve haver uma
prática na formação de professores nesse sentido.

Palavras-chave: Podcast; Semiótica; Talk show; Ipodder; Tecnologias EAD.

ABSTRACT

This article introduces the podcast technology as educational tool and aims to
demonstrate some of the possibilities of its use. Introduces the idea of the
development of Distance education (DE) throughout its history and adapting to
technologies that emerge from the correspondence teaching methodology (one to
one) until the introduction of the internet (many to many) as a tool for implementation
of E-LEARNING classes, addressing the qualifications and training of teachers for
the new media as a tool for learning and skill development in this new educational
scenario. It was noted that the Distance education is an education without distances
and humanizes the computer sound. Bibliographic research prepared focused on
specific issues of teaching and learning with use of podcast as pedagogical resource
and proposes a reflection on the teachers ' adaptation to these new technologies.
Finally, the conclusion obtained is that in a non-critical perspective, technologies can
1
Mestre em Educação pelo PPG do Unilasalle-Canoas-RS (2011) graduação em DIREITO pelo
Centro Universitário La Salle (2008) e graduação em CIENCIAS CONTABEIS pela Faculdade Porto-
Alegrense (1988).
2
Mestre em Educação pelo Centro Universitário La Salle - UNILASALLE (2011). Graduado em
Filosofia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS (2007)
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assist the development of communicative skills, however, there must be a practical


teacher training accordingly.

Keywords: Podcast; Semiotics; Talk show; iPodder; E-LEARNING Technologies.

INTRODUÇÃO

A importância do ensino ou educação a distância (EAD) torna-se cada vez


mais evidente e vem sendo muito utilizado e aceito em todo o mundo. A relevância
deste tipo de ensino torna-se maior à medida que novas camadas da população
buscam educar-se ou atualizar-se profissionalmente devido às necessidades do
mercado e ao apagão de mão de obra existente em vários setores e transformações
em todos os campos do saber e da vida humana no planeta.
Historicamente, programas de ensino a distância têm desempenhado um
papel social que poderia ser considerado como terapêutico ou complementar, e de
atualização e especialização. Eles têm ajudado a minorar o elitismo educacional
vigente em muitos países e a corrigir algumas das fissuras do sistema tradicional de
ensino, além de complementá-lo. Em geral, eles auxiliam o sistema tradicional e,
muitas vezes, atingem objetivos emergenciais, decorrentes das constantes
mudanças sociais e tecnológicas.
A flexibilidade e adaptabilidade desses programas sempre teve um potencial
único e versátil. Examine-se o conceito de ensino a distância, sua importância para a
sociedade, algumas das suas modalidades, com foco no sistema sonoro e o que
originou novas modalidades.

1 OS PRIMEIROS CURSOS

No princípio o ensino a distância surgiu em decorrência da necessidade social


de proporcionar educação aos segmentos da população não adequadamente
servidos pelo sistema tradicional de ensino. Eles podem ter um papel complementar
ou paralelo aos programas do sistema tradicional de ensino. Por vezes, são a única
oportunidade de estudos oferecida a adultos engajados na força de trabalho e a

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donas de casa, que não podem deixar crianças e outras obrigações familiares para
frequentarem cursos totalmente presenciais que requerem frequência obrigatória,
cujos professores nem sempre estão preparados para atender às necessidades do
estudante adulto.
Katz (1973, p. 6;7) afirma que o primeiro curso por correspondência nos
Estados Unidos foi de taquigrafia, no ano de 1728. Castro e Guaranys (1977, p. 407)
registram um curso de taquigrafia, em 1840, na Inglaterra, e vários outros cursos por
correspondência no início do século XX, na Rússia e em pelo menos oito
universidades americanas: Wisconsin, Oregon, Kansas, Minnesota, Nebraska,
Texas, Missouri e North Dakota. Rapidamente várias iniciativas de criação de cursos
a distância se espalharam. Os mais bem-sucedidos eram os do tipo extensão
universitária ou técnicos. Havia uma grande resistência com relação a cursos
universitários a distância, por isso poucas foram as experiências duradouras, mesmo
nos países mais desenvolvidos.
Os cursos por correspondência, praticamente em desuso em tempos de
internet, já tiveram seus dias de glória. De acordo com a vice-presidente do Instituto
Monitor, Elaine Guarisi, em meados de 1985 havia 10 mil matrículas por mês em
cursos livres. As reservas de vagas neste instituto especializado em EAD eram feitas
via cupons de revistas, e o número de cartas era um termômetro do sucesso.
Entre os pioneiros na oferta de cursos por correspondência no Brasil que
sobrevivem às novas tecnologias de informação estão o Instituto Monitor, fundado
em 1939, e o Instituto Universal Brasileiro, de 1941.
Estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mostram que
pouco antes de 1900 já existiam propagandas de cursos profissionalizantes por
correspondência em jornais do Rio de Janeiro. Nos anos 1940, com a popularização
do rádio e dos eletrodomésticos, se difundiram os cursos de eletrônica e rádio via
cartas. “Eletrônica sempre foi o curso mais procurado. Primeiro, por causa da
indústria, que estava crescendo, e também porque as pessoas mandavam consertar
os produtos que quebravam”.
O ensino por correspondência também foi utilizado pelas Forças Armadas: em
1939, a Escola de Guerra Naval fez um preparatório para o Curso de Comando e,

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em 1963, o Exército ofereceu o preparatório para o curso de Aperfeiçoamento de


Oficiais.
Os pedidos chegavam por carta e a secretaria abria uma pasta para o
estudante. O aluno recebia um informativo com seu número e com a previsão de
datas das lições, de envio dos exames e das mensalidades.
Uma das formas de aplicação prática eram as questões dissertativas ou
avaliativas, assim como desenhos, que eram encaminhados ao instrutor. Exames
com questões de múltipla escolha eram corrigidos por funcionários da secretaria da
escola com gabaritos. A nota era lançada na ficha do aluno e havia recomendações
em caso de pontuação insuficiente.
Eram eles que respondiam às dúvidas dos alunos e elaboravam as questões
de avaliação. Eles eram contratados conforme a atuação profissional. O regime de
trabalho era o de plantão durante algumas horas por semana na sede da escola.
Materiais como ferramentas e peças eram enviados só quando o aluno
alcançava etapas mais avançadas, com condições de manuseá-las com segurança
e com pagamento suficiente para cobrir os custos.
A Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) oferece, até hoje, entre outras
opções de remessas de valores, o vale postal. O aluno adquiria um vale postal no
valor da mensalidade e encaminhava para a escola. A tesouraria da instituição
recebia o dinheiro nos caixas da ECT. O único problema era possibilidade de
extravio. A avaliação dos materiais de estudo, era feito pela pasta do aluno. Quanto
mais documentos e mais desgaste do material, mais atividades o estudante
realizava.
O público dos cursos por correspondência era composto principalmente por
profissionais que precisavam de qualificação rápida, com rotinas atribuladas,
profissionais com baixa qualificação de cidades do interior do país em que não havia
oferta de cursos técnicos, profissionalizantes ou de aperfeiçoamento.
No Brasil, o Instituto Universal Brasileiro (IUB), iniciado em 1941 parece ser a
instituição mais antiga a manter cursos por correspondência. Desde então, outras
instituições deste gênero foram criadas no Brasil, como o Centro de Estudos
Regulares (CER), fundado em 1981. O objetivo do CER era permitir que crianças,

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cujas famílias se mudavam temporariamente para o exterior, continuassem a estudar


pelo sistema educacional brasileiro.
Durante a Segunda Guerra Mundial vários cursos por correspondência foram
criados com objetivos distintos. A França, por exemplo, implementou-os para
atender crianças cujas famílias tinham que se mudar constantemente.
Em verdade, cursos por correspondência continuam tão úteis em 2012
quando nos século anteriores. A tendência é atualizá-los, acoplando-os às
tecnologias educacionais mais modernas. A The Pennsylvania State University
(EUA) e o CER (Brasil), por exemplo, introduziram, desde a década de 1980, o uso
de microcomputadores, videoteipes e telefones em cursos por correspondência para
auxiliar a aprendizagem do estudante. Atualmente, o DVD e outras mídias vêm
sendo usadas por várias instituições brasileiras.

1.2 Avanços com os Meios de Comunicação

A partir do século XVIII, o meio de comunicação mais utilizado pelo sistema


de ensino a distância foi o correio impresso até que o telefone, o computador, a
internet e os e-mails o suplantaram. Durante muitos anos a comunicação escrita
entre estudante e professor tornou-se o símbolo de ensino a distância e esses
cursos não eram muito respeitados pelos acadêmicos mais tradicionais, que
resistiam às novas possibilidades de ensino e estudos.
Recentemente, o panorama mudou. A crescente tendência é combinar vários
meios de comunicação e usá-los em um só programa ou curso. Todavia, o texto
impresso e a comunicação escrita através do correio impresso continuam sendo
básicos e não podem ser menosprezados. Em vários países, como o Brasil, esse é
um meio de comunicação econômico e eficiente, facilitando a implementação e a
manutenção desse tipo de ensino nas regiões onde o uso de meios de comunicação
mais modernos e tecnologicamente sofisticados ainda não vigora.
Outra possibilidade de ensino a distância é a transmissão pelo rádio. Este é
também um meio de comunicação bastante econômico, eficiente e com algumas
vantagens sobre o correio. O rádio tem um longo alcance e pode atingir áreas de
difícil acesso para o correio. Além do mais, o rádio é um meio de comunicação

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quase instantâneo, dada a rapidez da propagação das ondas sonoras. O advento do


rádio de pilha permitiu que este se tornasse um dos meios de comunicação mais
populares. Presentemente, o rádio não é tão explorado para fins educacionais
quanto pensamos que poderia ser.
Moore (1972, p. 77) afirma que há menos estudos sobre o uso do rádio como
meio de instrução do que sobre o uso da televisão. Isto sugere que o rádio como
meio instrucional não tem sido muito significativo. Contudo, recentemente parece
haver crescente interesse na implementação de cursos por rádio, talvez em
consequência da crise econômica que vem atingindo as nações. É conveniente
lembrar que o rádio pode atingir áreas onde a TV ainda não tem recepção ou a
recepção não é de boa qualidade. A utilidade dos programas de rádio pode variar.
Seu uso vai desde educar ou instruir povos cujos idiomas não têm forma
escrita, até o ensino de línguas estrangeiras e de cursos nas mais diversas áreas ou
níveis do conhecimento.
A Universidade de Purdue (USA), por exemplo, oferecia pelo menos 14
programas educativos através do rádio durante o segundo semestre de 1969. Uma
vez aprovados nos exames, os estudantes poderiam ganhar créditos válidos para o
curso de graduação. Em 1980, a Universidade West Virgínia, Wesleyan (USA)
oferecia curso de graduação completo por rádio. No Brasil, o rádio foi usado para
transmitir programas dos antigos cursos de primeiro e segundo graus, atualmente
Ensino Fundamental e Médio, respectivamente. Hugo Osório (1974, p. 25-26) se
refere a, pelo menos, dois programas de rádio no Brasil: Madureza e Projeto
Minerva. Outros programas educacionais transmitidos pelo rádio ocorreram e ainda
ocorrem no Brasil.
Com essas e outras experiências similares, já se pode falar em ensino sem
distância.
A utilização da televisão como meio de ensino a distância é bem
documentada na literatura. Shulman (1981, p. 7) registra que, na década de 1950,
114 faculdades independentes e universidades americanas já mantinham, com
sucesso, aulas por TV, combinando-as, às vezes, com aulas presenciais. Durante
algum tempo, os cursos por TV entraram em declínio, mas o advento do videoteipe e

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do satélite a reativaram. Em 1979, aproximadamente 71% das universidades


americanas ofereciam cursos por TV em circuito fechado.
A TV tem uma característica peculiar: poder combinar audição, visão e
emoção com grande vantagem para a aprendizagem do estudante. Por causa desta
característica, a televisão se adequa muito bem ao ensino de um número imenso de
assuntos, que variam desde arte culinária, desenho, matemática, línguas
estrangeiras, engenharia, entre outras. Na Flórida, por exemplo, há curso de pós-
graduação por TV para engenheiros. No Brasil, há programas de TV de Ensino
Médio e técnico profissionalizante desde o final do século XX.
Mas foram as transmissões de programas educacionais via satélite que
deram novo impulso aos programas de TV e à internet. Os Estados Unidos têm
longa experiência com o uso do satélite para a transmissão de programas
educacionais.
Em 1971, a Universidade de Washington já oferecia treinamento médico, via
satélite, beneficiando as áreas de Seattle, Alaska, Montana e Idaho. A Universidade
do Pacífico Sul (University of the South Pacific) conduzia programas via satélite,
desde 1977, como uma maneira de superar sua própria carência de professores. A
Índia também, aproximadamente no mesmo período, transmitia programas
educacionais via satélite para cerca de 2.400 vilas, que de outra maneira não teriam
acesso à educação.
Com o desenvolvimento da tecnologia e seu uso para as comunicações de
massa, as transmissões via satélite se fizeram cada vez mais importantes para
vários campos do conhecimento humano (história, geografia, física, química,
matemática, desenho e outros) e em todos os níveis, assim como para obter
informações imediata e visualmente do que ocorre em todo mundo.

1.3 O Panorama da Educação a Distância

No mundo inteiro as instituições de ensino estão procurando aliar a educação


e as tecnologias da informação e comunicação para continuar desenvolvendo e
expandindo a EAD, em especial, através da internet e os recursos de multimídia,
que permitem maior interatividade e melhor qualidade no percurso de formação.

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A aplicação de novas tecnologias na educação a distância (EAD),


especialmente aquelas ligadas à internet, vem modificando o panorama dentro deste
campo de tal modo que, seguramente, pode-se falar de uma EAD antes e depois da
internet. Antes da internet tinha-se uma EAD que utilizava apenas tecnologias de
comunicação de “um para-muitos” (rádio, TV) ou de um-para-um (ensino por
correspondência).
Via internet há as três possibilidades de comunicação reunidas numa só
mídia: “um para-muitos”, “um-para-um” e, sobretudo, “muitos-para-muitos”. É esta
possibilidade de interação ampla que confere à EAD via internet outro status e vem
levando a sociedade a olhar para ela de uma maneira diferente daquela com que
olha outras formas de EAD (AZEVEDO, 2000).
O panorama atual da educação a distância é marcado pelo avanço na oferta e
demanda por cursos em diversos níveis de ensino e áreas do conhecimento e pelos
bons resultados alcançados por alunos que estudam nessa modalidade de ensino.
De acordo com a terceira edição do Anuário Brasileiro Estatístico de
Educação Aberta e a Distância (ABRAEAD) de 2007, publicação da Associação
Brasileira de Educação a Distância (ABED) e do Instituto Monitor, com aval da
SEED/MEC, em 2006 foram matriculados 2.279.070 milhões de alunos a distância
em vários tipos de cursos, registrando um crescimento de 54% em relação ao ano
de 2005. Especificamente nos cursos de graduação e pós-graduação, o aumento foi
de 91% no referido ano. Outra novidade apontada foi quanto às matrículas por
região, a região Sul do Brasil atualmente é a que apresenta maior número de alunos,
com 33,20% do total. Entre as regiões que mais se destacaram na oferta de vagas
para cursos a distância estão as regiões Sul e Centro-Oeste (17,50%), superando a
região Sudeste, que até 2005 apresentava maior concentração de cursos em EAD,
e, embora tenha ampliado o número de vagas, tem 31,20% do total de alunos. As
regiões Norte e Nordeste com 6,50% e 11,50%, respectivamente, apresentam
Estados que ainda não têm cursos em EAD, entre eles Amazonas e Rondônia. O
Piauí, com 473 alunos a distância em 2006 e a Paraíba apenas com 20, ambos na
região Nordeste, têm o menor percentual de alunos em instituições autorizadas pelo
Sistema de Ensino a ministrar EAD no Brasil entre 2004 e 2006 (SANCHEZ, 2007).

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Essa pesquisa da ABED é resultado de levantamento realizado entre as


instituições que buscaram autorizações e credenciamentos no Sistema de Ensino
junto ao MEC e aos Conselhos Estaduais de Educação para ministrar cursos de
educação a distância através de dados fornecidos pelas instituições consultadas.
Como bem mostram os dados estatísticos, são muitas as pessoas e
instituições públicas e privadas que investem e acreditam na EAD como uma
modalidade eficiente e eficaz de formação continuada e permanente, na qual existe
fronteira para a transmissão de conhecimento, sendo possível a disseminação da
informação e do conhecimento via correspondências postais, rádio, TV, telefone, fax,
livros impressos e digitalizados e internet.

1.4 Personagens Importantes

Na EAD, ao longo dos anos participaram desta modalidade de ensino


pessoas importantes na história da humanidade, as quais por meio desta
possibilidade concretizaram sua formação e contribuíram para o desenvolvimento de
todos. Entre vários destacamos alguns como: Charles Dickens, escritor britânico,
autor de “Oliver Twist”. Aos 12 anos, o escritor precisou largar a escola para
trabalhar como operário. Mas era um autodidata e nunca deixou de estudar. Iniciou
os estudos a distância na Universidade de Londres, que Dickens descrevia como
“universidade do povo”, por atender a classe trabalhadora.
Juscelino Kubitschek de Oliveira, ex-Presidente do Brasil entre 1956 e 1961,
responsável pela construção de Brasília, sem dinheiro para terminar o “secundário”
(que corresponde ao atual Ensino Médio), estudou a distância na biblioteca de
Diamantina-MG, para depois prestar exames oficiais em Belo Horizonte. Com
diploma na mão foi estudar medicina.
Marina Silva, ambientalista, ex-senadora e ex-candidata à Presidência pelo
PV, analfabeta até os 16 anos, fez o Ensino Médio graças ao Telecurso 2000, um
projeto de educação pela TV. Mais tarde, licenciou-se em História pela Universidade
Federal do Acre, no modo presencial.

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2 ÁUDIO EM SALA DE AULA

Nossa comunicação está baseada na oralidade, assim como estão pautadas


as nossas relações humanas. Para Vanassi (2007 apud PISA, 2012, p. 74):

O som faz parte de nossas vidas, crescemos acostumados com ele e


através dele podemos nos comunicar, recebendo e transmitindo informação.
Com sua ajuda assimilamos e interpretamos o mundo, indistintamente e
naturalmente, desde jovens.

O uso da oralidade era muito difundido na transferência de conhecimento na


Grécia Antiga, o ensino era através de aulas expositivas, orais, porém registradas
pelos alunos. Não era diferente desse método no período da Idade Média,
Renascença e no século XIX, a oralidade sempre teve um papel fundamental para o
processo de aprendizagem. Baumworcel (2002 apud PISA, 2012, p. 75) nos diz que
ainda era pela audição que se adquiria conhecimento, “...ou seja, havia uma relação
de dependência entre a audição e a visão de forma que estas se complementavam”.
Segundo o autor, “em todo este processo histórico educacional, no entanto, a
oralidade enquanto recurso fundamental da relação professor-aluno esteve
presente” (p. 75).
A conversação, o diálogo, se tornou importante meio para o processo de
transmissão de conhecimento. Assim, com a chegada do Humanismo a troca de
experiências e ideias já não ocorria por uma pessoa (mestre/professor), pois eram
discutidas e debatidas para dessa forma se chegar a um processo de conhecimento.
Com o tempo, principalmente na sociedade industrial, houve a necessidade de
busca por meios de educação em massa, pois havia uma necessidade de mão de
obra qualificada. Assim, o uso do rádio foi de certo modo fundamental para este
processo, principalmente aqui no Brasil. Na região Nordeste do país, na década de
1949, o professor João Ribas Costa3 elaborou um plano para a criação de escolas
radiofônicas, que visavam à alfabetização de adultos. Porém, esta ideia não era
nova: a partir de 1930 até os anos 1960 são muitos e variados os exemplos de
iniciativas oficiais e particulares de educação popular que utilizam o rádio como

3
Ex-professor primário e ex-inspetor escolar na zona rural do Espírito Santo, João Ribas da Costa, era, em 1956,
gerente de relações publicas da Philips do Brasil, que apoiava e divulgava sua iniciativa por interesses
comerciais na venda de equipamentos para emissoras radiofônicas.
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veículo de ensino e integração nacional. Surgem também nesse período as


instituições reguladoras do setor: a Confederação Brasileira de Radiodifusão, em
1933, que reuniu as principais emissoras existentes no país, seguida, em 1937, pelo
Serviço de Radiodifusão Educativa (MENDONÇA, 2007, p. 34).
Em 1947, Benjamin Lago idealizou a primeira experiência de recepção
organizada de educação por meio do rádio no Brasil, que foi a Universidade do Ar de
São Paulo4, onde os alunos se reuniam, em núcleos de recepção, para ouvir e
debater as aulas radiofônicas com um professor auxiliar e recebiam material didático
de apoio pelo correio. Em 1950, Benjamin do Lago aprimorou seu plano, lançando
as bases das escolas radiofônicas a partir de orientação para os núcleos de
recepção (BAUMWORCEL, 2008, p. 4).
Com relação ao uso do áudio, Baumworcel (2002 apud PISA, 2012, p. 76)
coloca que
... não é mais possível subestimar a potencialidade do áudio em pleno
século XXI, quando o rádio já comprovou sua eficiência sobrevivendo às
mídias que o sucederam. O som “humaniza” o computador, que passa a
falar. A voz traduz emoções e a audição provoca sensações no receptor
envolvendo-o.

Outra experiência com o áudio é na Universidade Aberta da Espanha


(UNED), que utiliza programação de rádio (AM, FM e na internet) nos finais de
semana com horários específicos destinados a diversas disciplinas, cultura e vida
acadêmica (PISA, 2012, p. 75).

2.1 Podcast e a Educação


A terceira geração do EAD, que se iniciou na década de 1990 até os dias de
hoje, vem trazendo algumas novas ferramentas para a educação a distância. Os
meios impressos ainda são utilizados, mas com os avanços da tecnologia outros
meios foram utilizados como programas de áudio e vídeo distribuídos via cassetes
ou via antena (broadcasting) e a principal inovação é a utilização de programas
interativos informatizados (em substituição do meio impresso), redes telemáticas

4
Uma emissora da capital paulista, em cadeia com outras 11 de cidades do interior do Estado, transmitia aulas
de 30 a 45 minutos.

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(bancos de dados, e-discussão, sites, etc.) e CD ROMs didáticos (PISA, 2012, p.


73).
Uma tendência que aparece com força é a crescente utilização de material de
uso pessoal (self media), tais como fitas cassetes, CD ROMs, pen drives. E com as
novas tecnologias e sua portabilidade, tais como o MP3, Mp4, IPhone e Ipod pode-
se fazer download de conteúdos, utilizando-os da melhor forma que convier ao
usuário, assim como o self media, que tem objetivo de confeccionar materiais
condizentes com o perfil de cada curso e de oferecer materiais adicionais para a
formação dos alunos e, como aponta Filatro (2008 apud PISA, 2012, p. 74), é uma
tendência apresentar ferramentas que atendam às necessidades específicas do
curso ou conjunto de alunos e que possam ser utilizadas em diferentes contextos.
Dessa maneira, o uso do podcast vem atender essa demanda como um material
portátil.
Mas o que é um podcast? O podcast é uma combinação de duas palavras
“pod” de Ipod, da Apple, empresa que criou inicialmente os aparelhos de mídia
digital e “cast” de broadcasting (transmissão de imagens e sons). Essa tecnologia foi
desenvolvida em 2004, por Adam Curry (ex-Vj da MTV) e Dave Winer
(programador); a ideia era criar um software que permitisse descarregar
automaticamente as transmissões de rádio na internet diretamente para seus IPods,
criando assim o primeiro agregador de podcasts, o iPodder. O podcast é um arquivo
de áudio em MP3, AAC ou OGG (o MP3 é o mais comum) postado em algum
servidor da internet. Ele pode ser associado a um feed RSS, que avisa quando
novos podcasts foram postados (PISA, 2012, p. 77). Com a ajuda de software, este
pode ser descarregado automaticamente para um computador ou IPod e assim as
transmissões podem ser ouvidas onde e quando o usuário pretender.
Segundo Oikawa (2005 apud PISA, 2012, p. 23):

A maioria dos arquivos de podcasting tratam de áudio captado de eventos


no formato “talk show”, mas sua utilização pode ser estendida a músicas e
outras situações como trechos sonoros de programas na televisão, cinema
e grupos de conversação, notícias, informações de interesse específico,
aulas e palestras.

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Segundo Adelina Moura e Ana Amélia A. Carvalho (2010), o podcast, é uma


ferramenta pedagógica que permite novas experiências de trabalho, na qual o
resultado é a colaboração entre professor e aluno.
O desenvolvimento do podcasting e a sua expansão levou-nos a enveredar
por uma experiência de utilização pedagógica do podcast em sala de aula. Esta
tecnologia permite experiências de trabalho colaborativo e cooperativo com
interesse pedagógico (MOURA; CARVALHO, 2010, p. 92).
Outra característica do áudio é tratada pela semiótica que o analisa como
matriz sonora de linguagem e pensamento e assim o classifica:

O som é airoso, ligeiro, fugaz. Emanando de uma fonte, o som se propaga


no ar por pressões e depressões, percorrendo trajetórias, sujeitas a
deformações, cujos contornos e formas nunca se fixam. Vem daí a
qualidade primordial do som, sua evanescência, feita de fluxos e refluxos
em crescimento contínuo, pura evolução temporal que nunca se fixa em um
objeto espacial. O som é omnidirecional, sem bordas, transparente e capaz
de atingir grandes latitudes. Não tropeçamos no som. Ao contrário, ele nos
atravessa. (PEIRCE apud SANTAELLA, 2005, p. 105).

Desse modo, percebemos que o som, encarado como áudio, rádio e


atualmente como webrádios e posdcasting deve ser visto como forma particular de
retenção e de possível imersão de informação e deve ser especialmente pensando
para a EAD, visto que o material didático mediacional ou o material de apoio,
utilizando o recurso do áudio pode contribuir para resgatar a oralidade enquanto
relação professor-aluno (SANTAELLA, 2005 apud PISA, 2012, p. 76).
A oralidade do professor, um argumento de valor para o aprendizado segundo
Pisa (2012), é encontrada nesta nova ferramenta pedagógica para a educação a
distância, o podcast. Esta ferramenta permite o respeito ao ritmo de cada aluno; os
arquivos estão disponíveis em uma página na web, na qual podem ser ouvidos na
melhor hora escolhida. Como coloca Carvalho (2008, p. 54):

A existência de algumas boas práticas, a nível nacional e internacional,


levam-nos a considerar o processo do podcasting como uma forma eficaz
de aproximar o aluno dos objetivos didático-pedagógicos que se pretendem
ver alcançados, tendo em conta, não só a vertente atrativa e emotiva
própria das ferramentas audiovisuais, mas também o lado pragmático da
superação de dificuldades de nível espaço-temporal.

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Para Pisa (2012, p. 85), o uso do podcast é satisfatório tanto no sentido de


aprendizagem quanto no sentido de liberdade e autonomia. Um fator importante a
ser considerado com relação ao uso do podcast é devido à oralidade, à
espontaneidade da fala, que transmite certa proximidade e afetividade por meio da
entonação.

2.2 Adaptação às Novas Tecnologias

Diante de tantas possibilidades de fazer a EAD acontecer, são inúmeros


também os desafios que se apresentam. A complexidade da educação na sociedade
da informação, do conhecimento e da globalização na modalidade semipresencial e
a distância exige momentos de análise do que já foi conquistado, como também
momentos de planejamento, execução e avaliação permanentes e participativos do
que ainda se pode realizar. Alguns questionamentos são importantes para reflexão:
- Como consolidar modelos de EAD compatíveis com a realidade e as
necessidades nacionais, e que possam alcançar o amplo público que
demanda educação de qualidade?
- Como enfrentar a situação de carência socioeconômica dos alunos,
habilitando-os para acessar os recursos mais eficazes de aprendizagem?
- Como auxiliar os educadores a desenvolver estratégias pedagógicas
mediadas pelas novas tecnologias?
- Que características devem ter os materiais pedagógicos, valendo-se das
especificidades das novas mídias?
- Quais os formatos mais adequados para cada situação?
- Até que ponto se pode ser flexível, dando autonomia aos alunos sem perder
o controle do processo?

Sendo assim, o presente artigo sobre a tecnologia podcast reconhece que o


corpo docente apresenta possíveis dificuldades dos professores universitários diante
deste novo método de ensino.

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A partir da constatação em nosso meio e nas práticas docentes e no próprio


curso EAD para professores do qual participamos, existem algumas questões que
precisamos refletir:

- Os pacotes (conteúdos) preparados pelos professores e cada curso exercem


uma autoridade indevida para muitos estudantes, que se tornam
consequentemente menos aptos a questionar o que aprendem.

- Os cursos tendem a ser demasiado pesados em termos de conteúdo, o que


pode desencorajar os estudantes a interpretá-los em detrimento da busca
do significado e da aplicação dos conhecimentos.

- Embora a maioria das universidades abertas ofereça acesso a serviços de


tutoria e mesmo atividades presenciais de apoio, faltam aos estudantes
um retorno imediato vindo de uma interação mais regular com outros
estudantes e com os tutores, o que os torna menos aptos à reflexão, à
discussão ou questionamentos com relação aos conteúdos da
aprendizagem.
Algumas dessas reflexões devem ser respondidas, entre elas as relativas à
consolidação de modelos de EAD quando da formação inicial de professores.

Analisando ainda o papel do professor universitário no EAD, lista-se a seguir


algumas novas funções para o professor de EAD:

- Professor pesquisador: pesquisa e se atualiza em sua disciplina específica,


em teorias e metodologias de ensino-aprendizagem, reflete sobre sua
prática pedagógica e orienta e participa da pesquisa de seus alunos.

-Professor tutor: orienta o aluno em seus estudos relativos à disciplina pela


qual é responsável, esclarece dúvidas e explica questões relativas aos
conteúdos da disciplina; em geral, participa das atividades de avaliação.

-Tecnólogo educacional: é responsável pela organização pedagógica dos


conteúdos e por sua adequação aos suportes técnicos a serem utilizados
na produção dos materiais; sua função é assegurar a qualidade

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pedagógica e comunicacional dos materiais de curso, e sua tarefa mais


difícil é assegurar a integração das equipes pedagógicas e técnicas.

Esse grau de maturidade e desenvolvimento profissional entre professores


que estão atuando e superando os desafios do processo de ensino-aprendizagem
na modalidade a distância muito contribui na melhoria da qualidade da EAD e
remete a pensar sobre a importância da prática reflexiva em contextos educativos
em que o processo de ensino-aprendizagem acontece de forma colaborativa,
interativa e através das tecnologias da informação onde se espera dos docentes
novas competências, habilidades e atitudes. O “pensar” e “fazer” dos tutores do
curso em seu atual estágio de desenvolvimento constituem um valoroso arcabouço
de pesquisa na formação de professores.
Um dos maiores problemas dos cursos em EAD é que os tutores com pós-
graduação em suas áreas não têm experiência no ensino a distância, nem prática de
campo e laboratório.
No que diz respeito à concepção de EAD, para os tutores, coordenadores de
polo, está mais relacionada às concepções de natureza didático-pedagógica e
tecnológica.
O professor precisa superar as dificuldades do uso das tecnologias porque
agora precisa integrar a pedagogia e a técnica para mediatizar os cursos, no sentido
de que “mediatizar” será uma das competências mais importantes e indispensáveis
à concepção e realização de qualquer EAD. De certa forma, ao preparar suas aulas
e os materiais que irão utilizar, o professor “mediatiza”, embora o meio mais
importante neste caso seja a linguagem verbal direta, o que significa que mediatizar
o ensino não é uma competência totalmente nova. O que é novo é o grande elenco
de mídias cada vez mais performantes disponíveis hoje no mercado e já sendo
utilizadas por muitos aprendentes fora da escola, o que acarreta uma crescente
exigência de qualidade técnica por parte dos estudantes.
O professor passa a exercer uma função de prestador de serviços para este
aluno, onde o ensina a aprender e forma o aprendente autônomo. Na EAD, a maior
parte do tempo do professor não é “lecionar”, mas acompanhar, gerenciar,
supervisionar, avaliar o que está acontecendo ao longo do curso. O papel do
professor muda claramente: orienta mais do que explica. Isto também pode
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acontecer na educação presencial; mas até agora desenvolveu-se a cultura da


centralidade do papel do professor como o falante, o que informa, aquele que
proporciona as respostas.
Entende-se que a EAD pode contribuir na formação do perfil do novo
profissional que o mercado exige, uma vez que estimula a educação como um
processo de autoaprendizagem no estudante autônomo, capaz de coordenar seu
próprio processo de aprendizagem. Como o professor universitário está se
preparando para essa nova tendência?
Considerando que vivemos numa sociedade onde cada vez mais a tecnologia
invade os ambientes de trabalho, se expandindo para as esferas da vida social,
conclui-se que se a educação não incorporar as novas tecnologias em seu dia a dia,
a comunicação com essa nova geração será seriamente prejudicada, pois os jovens
perderão a motivação e se afastarão de instituições obsoletas. Isso não quer dizer
que as NTIC irão substituir os livros didáticos, mas serão instrumentos
imprescindíveis neste intercâmbio. O que nos leva ao problema fundamental da
educação: a formação de professores, pois não se pode pensar em qualquer
inovação educacional sem duas condições prévias: a produção de conhecimento
pedagógico e a formação de educadores.
A perspectiva da formação de professores exige a reflexão sobre como
integrar as TICs à educação como caminho, enquanto futuros usuários ativos e
críticos bem como os professores conceptores de materiais para a aprendizagem
aberta e a distância. Usar intensamente a tecnologia no ensino o torna mais
complexo, consequentemente vem a transformação do papel do docente no ensino
universitário a distância: a preparação e autoria de cursos agora serão apresentadas
em livro-texto ou manual, programas em áudio, vídeo, podcast ou informática. A
orientação será através de tutoria a distância, individualizada, mediatizada através
de diversos meios acessíveis.
Exigirá também do professor que saiba trabalhar em equipe, pois a
apresentação final do seu trabalho envolverá várias pessoas: o professor irá
selecionar o conteúdo e preparar seus programas de ensino; o editor dará
legibilidade neste trabalho e o tecnólogo educacional organizará pedagogicamente

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os materiais. Para finalizar, o artista gráfico trabalhará sobre a aparência visual e


arte final do texto. Muitas pessoas da área de TI serão envolvidas neste processo.
Neste processo de aprendizagem aberta e autônoma, onde tantas tecnologias
são incorporadas no novo processo de ensino, está a explicação da mudança do
papel do professor: aqui o mesmo se tornará parceiro dos estudantes no processo
de construção do conhecimento, em atividades de pesquisa e na busca da inovação
pedagógica e fará com que o professor crie novos métodos para o trabalho docente
com práticas inovadoras. Para que o professor passe da condição de “mestre” para
posição de parceiro, este terá necessidade mais acentuada de atualização
constante, tanto em sua disciplina específica quanto em relação às metodologias de
ensino e novas tecnologias. Além disso, ao invés de deter a palavra na sala de aula,
passará para os diálogos dinâmicos dos laboratórios, salas de meios, e-mails,
telefone, etc.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O ensino a distância está em uso desde 1728 nos Estados Unidos e desde
1840 na Inglaterra. Neste longo percurso sofreu várias discriminações pelos mais
diversos motivos, sendo considerado durante muito tempo como ensino de segunda
categoria destinado às classes menos favorecidas economicamente. Pode-se dizer
que foi a partir da implantação bem-sucedida da Universidade Aberta da Inglaterra
no final do século XX que a respeitabilidade do ensino a distância começou a
deslanchar.
Hoje em dia, não restam mais dúvidas sobre sua importância e relevância
para a sociedade do mundo globalizado e tecnologicamente ajustado. A cada novo
desenvolvimento tecnológico, como o podcast, novas possibilidades são
acrescentadas a essa modalidade de ensino, atualmente prestigiada por diversos
organismos nacionais e internacionais.
No Brasil, há várias iniciativas em andamento, podem-se citar algumas que
sinalizam a aceitação dos cursos a distância por órgãos oficias, como: a) a do
Conselho Nacional de Secretários de Educação (CONSED), que implementa, desde
2001, via Secretarias Estaduais de Educação, o Programa de Capacitação a

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Distância para Gestores Escolares (PROGESTÃO); b) as do Ministério de Educação


com o Programa de Formação para Professores Leigos (PROFORMAÇÃO) e com a
criação, em 2004, da Rede Nacional de Formação Continuada de Professores de
Educação Básica, congregando 19 universidades brasileiras, com a perspectiva de
investir 11 milhões de reais em programas de educação a distância.
Importante destacar nesta breve reflexão sobre o cenário do EAD, com as
novas tecnologias, enfocando a utilização do podcast, de acordo com a revista
Exame, de dezembro de 2012:

Nos Estados Unidos, o número de MBAs e cursos complementares que


podem ser feitos pela internet cresce, mas no Brasil ele cresce em uma
proporção ainda maior. Por aqui, segundo dados do relatório “Manual do
Ensino a Distância no Brasil” feito pela HSBC Global Research, cerca de
12% dos alunos matriculados em um curso particular de ensino superior
eram do ensino a distância. Já nos EUA, o número não chegava a um terço
disso.
A expectativa para 2022 é que cerca de 1,2 milhão de pessoas estejam
matriculadas em cursos privados de ensino a distância. Isso representaria
16% do total de matrículas no mercado, e um crescimento médio anual de
3,8% até lá.
O segmento tende a crescer, de acordo com o relatório, por conta das
oportunidades que oferece. O avanço nas tecnologias da área (com chats,
produção audiovisual, podcast e softwares para provas e exames, por
exemplo) também colabora para a disseminação desses cursos e para
maior aceitação deles.

Enfatizando as concepções de EAD, ratifica-se que esta modalidade de


ensino tem como principal característica suas peculiaridades pedagógicas através
da inserção de tecnologias da informação, o que requer planejamento pedagógico
realizado de forma participativa pela equipe multidisciplinar, adequações dos
materiais didáticos e, principalmente qualificação de docentes com formação
específica para atuar na EAD.
As propostas de EAD estão se caracterizando pela multiplicidade de recursos
pedagógicos objetivando facilitar a construção do conhecimento. Atualmente, está-
se diante de uma geração de jovens (geração X e Y), totalmente voltados para a
tecnologia, as empresas cada vez mais otimizando seus treinamentos de
capacitação através de e-learnings. E a área da educação não pode assistir a essa
transformação passivamente, é preciso acompanhar o mercado, considerando que a
EAD está centrada no processo de aprendizagem do aluno e não no processo de
ensino do professor.
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