saber cuidar
Subsídios para
desenvolvimento de projetos didáticos
Ensino Fundamental II – Ensino Médio
Logomarca do Programa
Andrea Aly
Impressão e Acabamento
Imprensa Oficial do Estado
Tiragem
30.000 exemplares
B
asta olharmos a nossa volta para ver as belezas e as mazelas
que nós, seres humanos, estamos fazendo ao ambiente onde
vivemos com todas as demais espécies do planeta. Somos
capazes de transformar o ambiente em uma velocidade e intensidade
maior do que qualquer outro ser vivo. Nossas ações podem transformar
uma área com solo pobre, com déficit hídrico, em um pequeno oásis de
produção. No entanto, também conseguimos com facilidade tornar
um ecossistema ecologicamente equilibrado em um local de pura
desolação. As ações sobre o ambiente sempre causam impactos que
podem ou não ser por ele absorvidos. Houve tempos em que se achava
que os ecossistemas se recuperariam naturalmente, que os problemas
ambientais anunciados por integrantes de movimentos ecológicos, os
“radicais verdes” ou “ecochatos”, estavam longe da realidade da maioria
das pessoas. Hoje, além de sabermos que o ambiente pode nunca mais
voltar a ser como era antes, dependendo da degradação a que foi
submetido, temos consciência de que sua exploração só deve ser feita
de maneira sustentável, caso queiramos deixar um planeta habitável
para as futuras gerações.
Nações e seus governantes não podem mais deixar de considerar uma
agenda ecológica em seus governos. Diversas reuniões, declarações,
convenções sobre o meio ambiente vêm sendo realizadas nas últimas
quatro décadas, produzindo documentos de intenção para a melhoria
da qualidade ambiental do planeta. Como o aquecimento global, por
exemplo, é uma realidade cada vez mais aceita por todos os governos,
ações mais radicais estão sendo pensadas e aplicadas em alguns países,
com o objetivo de deter ou, pelo menos, diminuir esse fenômeno. Não é
mais possível ignorar nosso papel em toda essa problemática.
2. Dias, Genebaldo Freire. Educação Ambiental – princípios e práticas. São Paulo: Gaia, 1993.
Projeto 2
Preservação e conservação: relações do ser humano
com o meio ambiente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
Orientações para a visita à instituição . . . . . . . . . . . . . . . 86
Justificativa
De forma geral, podemos dizer que todos os tipos de rela-
cionamento do ser humano com o ambiente podem ser enten-
didos como “questões ambientais”. As intervenções que ele faz
geram determinados impactos no ambiente. Assim, essas
“questões” se apresentam de várias maneiras e podem se cons-
tituir em um “problema ambiental”, caso não estejam sendo
tratadas de modo adequado para não causar impacto negativo
no ambiente e nos seres que nele vivem.
A retirada de uma área natural para a instalação de, por
Suas anotações exemplo, um estacionamento gera um problema ambiental,
Objetivo
Criar condições para que os alunos percebam o ambiente
a sua volta, as diferentes ações antrópicas e se identifiquem
como seus atores. Essas ações deverão ser discutidas sob um
olhar que permita o aprofundamento, de acordo com a faixa
etária, das questões ambientais nos âmbitos social, econômi-
co e político.
• Ambiente natural.
–– Os seres vivos e os fatores não vivos do ambiente.
–– Tipos de ambiente e especificidade: caracterização, loca-
lização geográfica, biodiversidade, proteção e conserva-
ção dos ecossistemas brasileiros.
–– Existência do ar, da água e do solo e a dependência dos
seres vivos.
• Ambiente construído.
–– A ocupação desordenada dos espaços urbanos e suas
consequências.
–– O uso dos recursos naturais.
6ª série
Os seres vivos
• Diversidade da vida animal.
• Diversidade de plantas.
• Os fungos.
A tecnologia e os seres vivos
• Ciência, tecnologia e a subsistência dos seres vivos.
–– Recuperação de ambientes aquáticos, aéreos e terrestres
degradados, visando ao retorno da diversidade de vida
nesses locais.
–– Ambientes artificialmente construídos e controlados
para manutenção da vida humana e de outros seres vivos,
animais e vegetais.
• Os resíduos da tecnologia.
–– Como agem os principais poluentes químicos do ambiente Suas anotações
COMPETÊNCIAS
A seguir, são listadas algumas das competências indicadas
na Proposta curricular do Estado de São Paulo: Ciências – Ensino
2. Fini, Maria Inês Fundamental – Ciclo II 2 que poderão ser desenvolvidas na exe-
(Coord.). Proposta cução desta atividade. Da mesma forma, nas demais ativida-
curricular do Estado de
São Paulo: Ciências – des deste projeto, serão indicadas as respectivas competências.
Ensino Fundamental – 5ª e 6ª séries
Ciclo II. São Paulo: SEE,
2008. Comunicação e expressão
• Conteúdos informativos e descritivos.
• Representações mais próximas do real.
• Códigos do cotidiano.
Compreensão e investigação
• Reconhecimento ou identificação de um fenômeno ou si-
tuação.
• Classificação segundo o critério de igualdade e/ou de dife-
rença observável.
Suas anotações • Identificação de relação direta ou indireta.
Suas anotações
O
s alunos do Ciclo II já tiveram certamente, em oportunida-
des anteriores, contato com o ambiente em que vivem com
algum nível de reflexão acerca dele. Agora, pretende-se que
você resgate um pouco dessa experiência anterior de seus alu-
nos e dela se utilize para uniformizar alguns dos procedimen-
tos que serão realizados nesta etapa do projeto que envolve,
principalmente, a observação criteriosa do ambiente.
Partiremos dessas observações para levantar dados sufi-
cientes e chegar, ao final do projeto, com uma exposição dos
trabalhos processuais e suas reflexões sobre as questões am-
bientais propostas. Vale destacar que, sem boa observação e
sem embasamento teórico, as discussões tornam-se superfi-
ciais, ingênuas e de argumentação frágil.
Como os alunos poderão apresentar vários níveis de prática
em observar a natureza, nas primeiras atividades, é importante
que diferentes formas de observação sejam explicitadas e
experimentadas por eles.
Estimular a percepção do ambiente com os diferentes sen-
tidos é um dos motes de nosso trabalho nesta etapa. Para isso,
nas fases de discussão, é necessário que você conduza a ati-
vidade sempre incorporando as formas de observar o ambien-
te ao plano de execução das observações que serão realizadas
nas visitas.
Estabelecer um cronograma para as atividades de observa-
ção é importante para que eles saibam antes das visitas o que
vão fazer e quando será apropriada sua execução.
Objetivo
Criar condições para que o registro de observações de cam-
po seja possível.
Planejamento
Após escolha de observações feitas com diferentes órgãos
dos sentidos, será elaborado um quadro de registro.
Encaminhamento
1. Inicialmente, retome a discussão da atividade anterior,
mostrando as possíveis observações da natureza. É impor-
tante que os alunos percebam que podem realizar obser-
vações mais amplas, focalizando aspectos mais gerais do
ambiente, que chamaremos aqui de paisagem, e aspectos
mais específicos, com maior nível de detalhamento dos
elementos observados.
• As observações de uma paisagem podem indicar, por
exemplo, se se trata de uma área florestada ou de uma
formação aberta; se é uma área natural intocada ou com
ação antrópica (do ser humano); se é composta por vege-
tação nativa ou por plantas introduzidas (não encontra-
das naturalmente nessa área); se é uma área que sofreu
Sucessão ecológica
uma sucessão ecológica; se está muito degradada; quais
é o processo que
as espécies de plantas predominantes etc. ocorre na colonização
• Já as observações mais detalhadas dos componentes de determinada área
dessa paisagem, tanto dos fatores abióticos (elementos em que a composição
da comunidade (as
não vivos) como dos fatores bióticos (principalmente as
populações de seres
plantas e os animais), revelam características importan- vivos) vai se alterando
tes não só desses elementos, como da própria paisagem. ao longoSuas anotações
do tempo.
Suas anotações
Encaminhamento
1. Os alunos deverão chegar ao local escolhido, divididos em
grupos, sabendo as etapas do trabalho (observação e regis-
tro) e como deverão desempenhá-las.
Eles farão primeiro as observações da paisagem e de seus
detalhes e, em seguida, os registros dessas observações.
Caso alguma observação não conste da lista inicial, ela
deverá ser adicionada nas novas linhas do quadro. No re-
torno à sala de aula, os alunos deverão apresentar os dados
levantados para que todos possam opinar quanto à quali-
dade deles.
2. Não se esqueça de recolher todo o material produzido pelos
alunos para fazer parte do produto final, visto que na ex-
posição pretende-se mostrar como foi todo o processo, em
suas etapas, durante a execução do projeto. Suas anotações
A
s observações feitas nas atividades anteriores por si sós já
são bastante ricas para a condução de uma discussão com
toda a sala. Tendo em mente a qualidade do registro, pode-se
questionar como cada grupo realizou suas observações,
se realmente foram suficientes para uma boa descrição da
paisagem e de seus detalhes ou se, mesmo com elas, não se
consegue ter ideia do que foi observado. As observações tam-
bém versaram sobre as questões ambientais que puderam ser
identificadas na paisagem.
Na atividade 4, os alunos deverão pesquisar certas questões
ambientais mais comuns e, depois, refletir sobre elas, procu-
rando identificar não apenas os problemas como também
possíveis soluções. Vale sempre lembrar que as soluções pas-
sam, necessariamente, por atitudes individuais, que devem
ser o principal foco da reflexão.
Na atividade 5, os alunos vão produzir textos utilizando os
dados relativos às observações de paisagens e os levantados
nas pesquisas.
Como o produto final (exposição) vai incorporar todos os
resultados do primeiro e segundo momentos, insista com seus
alunos para que guardem com cuidado os registros feitos.
Para isso, um cronograma de entrega das atividades deve ser
estabelecido logo no início deste momento do projeto.
Encaminhamento
1. Peça para seus alunos listarem todas as questões ambien-
tais detectadas durante as observações da paisagem (ati-
vidade 3). Uma forma de classificar essas questões é por
meio dos problemas que elas geram. Esse tipo de classifi-
cação é mais próximo do universo dos alunos, já que as
classificações com base na identificação de soluções podem
não ser percebidas com tanta facilidade. Assim, é possível
classificar os problemas ambientais como:
Poluição do ar (cheiro ruim, vestígios de fuligem ou de pó,
poucos liquens nas árvores etc.).
MARE MAGNUM
MARE MAGNUM
DEVANIL TOZZI
Poluição do solo.
Poluição de rio.
Suas anotações
Suas anotações sujos representam 158 kg de gás carbônico a mais na atmosfera por ano.
Objetivo
Produzir um texto com imagens ou outros recursos de
multimídia em que se utilizem os registros feitos sobre as
paisagens e seus detalhes. O texto deverá conter uma descri-
ção da paisagem observada e uma reflexão acerca de questões
ambientais nela identificadas.
Planejamento
Dentro dos grupos, os alunos deverão estar organizados
em duplas e estar de posse dos quadros de registros sobre as
paisagens (atividade 3) e com os dados levantados nas
pesquisas sobre as questões ambientais (atividade 4). Serão
lidos, coletivamente, três textos como modelo para os alunos
basearem-se em sua produção.
Encaminhamento
Para o início da atividade, os textos: 1) O Beagle na América
do Sul: Capítulo II – Rio de Janeiro; 2) O Beagle na América do
Sul: Capítulo III – Arquipélagos de Galápagos e 3) Poluição
aquática ou, ainda, algum outro que você escolher, deverão
estar disponíveis para cada aluno, de preferência em uma
cópia xerográfica.
Os três textos abordam aspectos descritivos e reflexivos
distintos. Os dois primeiros são do naturalista inglês Charles
Darwin (1809-1882), autor da teoria da evolução dos seres
vivos por meio da seleção natural, e foram escritos durante
sua viagem pela América do Sul com o navio Beagle. O pri-
meiro trata da descrição utilizando, principalmente, as dife-
rentes sensações que pôde perceber com órgãos de sentidos
distintos. O segundo faz uma descrição física da paisagem
(orientação visual). O terceiro texto, uma notícia postada
em 8/9/2009, também é uma descrição mais visual, porém
com enfoque mais reflexivo sobre determinado problema
Suas anotações ambiental: o lixo no mar.
WIKIPEDIA.ORG
Mata da floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro (RJ).
Darwin, C. O Beagle na América do Sul. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996, p. 28-29.
Suas anotações
Galápagos.
Darwin, C. O Beagle na América do Sul. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996, p. 37.
Suas anotações
Objetivos
• Refletir sobre questões ambientais relacionadas com a vi-
sitação realizada.
• Desenvolver um produto final na forma de uma exposição
que possa ser contemplado pela comunidade escolar.
Planejamento
A exposição incluirá os trabalhos realizados ao longo do
projeto nas diferentes atividades e os voltados para a exposi-
ção em si.
Os visitantes vão receber na entrada uma espécie de minu-
ta, uma pequena informação, de cada um dos textos e terão
de associá-las às imagens nas quais foram inspiradas.
Os textos produzidos pelos alunos estarão no verso das
imagens e o visitante poderá conferi-los a qualquer momen-
to. Ao final, o visitante deixará sua opinião sobre o impacto
que a exposição poderá causar na mudança de atitudes em
relação, principalmente, aos problemas ambientais mostrados
na exposição. Será preciso organizar-se bem e estabelecer um
cronograma com as etapas de montagem da exposição. Os
alunos deverão saber de antemão qual será esse cronograma
e o tempo que disporão para executá-lo.
Encaminhamento
Em primeiro lugar, antes da montagem da exposição, veri-
fique o espaço físico da escola com o qual poderá contar, bem
como a melhor data para ela acontecer. Como está voltada
para a comunidade escolar, a exposição poderá ser combina-
da para ocorrer na mesma data de algum outro evento que
requeira a presença dos pais dos alunos. Suas anotações
Suas anotações
Suas anotações
Fontes de consulta
Livros Revista Galileu
Ávila-pires, F. D. Fundamentos históricos da Revista Knowledge – Uma revista para
Ecologia. Ribeirão Preto: Holos, 1999. mentes curiosas
Burnie, D. Fique por dentro da Ecologia. Revista National Geographic Brasil
2. ed. São Paulo: Cosac & Naify, 2001. Revista Scientific American Brasil
Callenbach, E. Ecologia – um guia de bolso. Revista Superinteressante
3. ed. São Paulo: Fundação Peirópolis, Sites
2003.
Carta da Terra – www.cartadaterra.org
Corson, W. H. (Ed.). Manual global de Folha do Meio Ambiente –
Ecologia: o que você pode fazer a respeito www.folhadomeio.com.br
da crise do meio ambiente. 4. ed. São Instituto Ecoar Cidadania – www.ecoar.org.br
Paulo: Augustus, 2002. ISA – Instituto Socioambiental –
Dias, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: www.socioambiental.org
princípios e práticas e caderno de atividades. Jornal do Meio Ambiente –
São Paulo: Global, 1998. www.portaldomeioambiente.org.br/
Ricardo, Beto; Campanili, Maura. Almanaque Rede Brasileira de Educação Ambiental –
Brasil Socioambiental. São Paulo: Instituto www.redeambiente.org.br
Socioambiental, 2008. Sistema Integrado de Pesquisa Escolar –
www.sipenet.com/meioambiente.html
Periódicos impressos
WWF-Brasil – www.wwf.org.br
Revista Ciência Hoje
Revista Ciência Hoje das Crianças
Suas anotações
Justificativa
A diminuição de ambientes naturais em todo o planeta
acontece desde os primórdios da humanidade. A capacidade
do ser humano para alterar o ambiente em que vive é ímpar
entre os seres vivos, mostrando-se muitas vezes extrema-
mente prejudicial à continuidade não só das demais espécies
na Terra, mas também da sua própria. Uma das formas de
manter os ambientes naturais foi a criação das atualmente
chamadas unidades de conservação (estações ecológicas; reser-
vas biológicas; parques nacionais; florestas nacionais; áreas
de proteção ambiental; áreas de relevante interesse ecológico
e reservas particulares do patrimônio natural).
MARE MAGNUM
No final do
século XIX, em
1872, foi criado
o primeiro
parque nacional,
o Parque
Nacional de
Yellow Stone,
localizado no
extremo
noroeste do
estado do
Suas anotações Wyoming (EUA).
Objetivo
Criar condições para que os alunos conheçam a história de
algumas áreas naturais (ou construídas) protegidas e de um
lugar de aprender visitado e avaliem a perspectiva utilizada
em sua criação (preservacionista ou conservacionista) e se os
objetivos da implantação estão sendo atingidos.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
Os conteúdos programáticos1 de cada série que poderão ser 1. Fini, Maria Inês
(Coord.). Proposta
explorados durante o desenvolvimento do projeto são apre- curricular do Estado
sentados a seguir. de São Paulo:
Biologia. São Paulo:
1ª série SEE, 2008.
A
pesar de os alunos de Ensino Médio já terem tido contato
com os termos preservacionismo e conservacionismo, é
bem provável que não saibam que não se tratam de sinô-
nimos. O senso comum leva as pessoas a achar que qualquer
ato que indique a proteção de um ser vivo, de uma espécie ou
mesmo de um ecossistema é um ato de preservação. Não
necessariamente, de acordo com a concepção dos movimentos
de conservacionismo e preservacionismo.
Neste primeiro momento, pretende-se que os alunos possam
compreender esses dois movimentos, suas origens e diferen-
ças. Para isso, um texto com as informações sobre os movi-
mentos de conservacionismo e preservacionismo deverá ser
apresentado e trabalhado com seus alunos, de modo que, ao
final da atividade, além de terem adquirido e compreendido
esses termos, eles também tenham desenvolvido habilidades
próprias da leitura e da compreensão de textos.
A elaboração de um cronograma com a turma sempre é
importante, pois todos terão com antecipação o que vão fazer
e quando ocorrerão as etapas de execução.
Planejamento
Após a leitura do texto, será realizada uma discussão cole-
tiva. Em seguida, os alunos elaborarão sínteses do texto. Suas anotações
Preservacionismo
Um precursor do pensamento ambientalista foi John Muir, para quem a
natureza tinha valor intrínseco. Mesmo que em sua época ainda não houvesse
distinção desses termos, Muir hoje seria considerado um preservacionista,
pois ficou conhecido por seu deslumbramento pela natureza em geral e
compartilhou suas emoções em vários textos e livros que se tornaram
marcos do movimento ecológico que se formaria mais tarde. Compreendia a
continuidade que é inerente à natureza, como mostra este seu trecho: “Os dias
quentes e ruminantes são cheios de vida e pensamentos de vida por vir, como
as sementes que amadurecem contendo o próximo verão, ou uma centena de
verões”. Ao enfocar a natureza sem a interferência humana e sem pensar no
uso que determinados elementos poderiam representar, Muir se destaca por
seu amor pelo mundo natural.
Com o correr do tempo, o preservacionismo tornou-se sinônimo de salvar
espécies, áreas naturais, ecossistemas e biomas. Tende a compreender a
proteção da natureza, independentemente do interesse utilitário e do valor
econômico que possa conter.
Conservacionismo
Já a visão conservacionista, contempla o amor pela natureza, mas permite seu
uso sustentável e assume o significado de salvar a natureza para algum fim ou
integrando o ser humano. Na conservação, a participação humana precisa ser
de harmonia e sempre com intuito de proteção.
Por volta de 1940, Aldo Leopold deu grande contribuição ao conservacionismo,
pois demonstrava o amor de um preservacionista pela natureza, mas trabalhou
para integrar o ser humano às áreas naturais, atribuindo uma dimensão de
maior acessibilidade e importância a elas. Propôs o que na época foi inovador
e que continua sendo recomendado até hoje: um manejo que visasse maior
proteção do que a “intocabilidade”. Leopold introduziu uma nova ética
ambiental como no capítulo “Land ethics” (A ética da terra) em seu livro
Sand county almanaque. Precursor da Biologia da conservação, tratava a
conservação como ciência, com os diferentes campos se complementando, de Suas anotações
Leonardo Boff resume que a Carta da Terra, concluída em 2000 e de cuja ela-
boração participou, “foi baseada em quatro princípios. O primeiro é a ideia de que
todos os seres se inter-relacionam na cadeia da vida. O segundo é a filosofia da uto-
pia humana, que aspira a um único mundo governado por todos. Em terceiro lugar,
segundo ele, está a globalização, que com todos os seus efeitos maléficos trouxe
também benefícios, como as redes de comunicação, as estradas e rodovias que per-
mitem a ligação de todos e a nova utopia global. ‘Utopia de uma globalização de
rosto humano, onde a solidariedade e a cooperação se transformem em projetos
políticos, em projetos pessoais.’ O último princípio seria a ideia do risco que paira
sobre o planeta, desde o surgimento das armas de destruição em massa, e o princí-
pio de autodestruição, que possibilita a destruição de toda a biosfera, impossibili-
tando o projeto planetário humano.” (Disponível em: <http://www.apoema.com.br/
boff.htm>. Acesso em: nov. 2009.)
Suas anotações
Suas anotações
I
magens de lugares de aprender serão o mote para este momen-
to de atividades que envolverão levantamento de hipóteses
VINÍCIUS BARROS
Planejamento
É necessário que as imagens que serão apresentadas aos
alunos, na primeira fase da atividade, estejam preparadas e
adequadas para a visualização por todos os alunos ao mesmo
tempo. Nesta etapa, eles levantarão hipóteses a respeito da
criação dos lugares que aparecem nas imagens. Em seguida,
farão em pequenos grupos pesquisas na sala de leitura e/ou
na sala de informática. Verifique com antecedência a dispo-
nibilidade e o cronograma de uso dessas salas. Por fim, com
as respostas obtidas na pesquisa, os alunos poderão confrontar
se suas hipóteses estavam ou não corretas.
Encaminhamento
1. As diferentes imagens comentadas a seguir e incluídas
neste material deverão ser mostradas aos alunos, sem que
tenham acesso às informações disponíveis mais adiante.
2. Passa-se, então, à etapa de levantamento de hipóteses de
quais seriam os motivos para a criação do lugar que estão
vendo na imagem.
3. Pergunte aos alunos se acham que aquele local foi criado com
a ideia de preservação ou de conservação. Busque com eles
elementos nas imagens que ajudem a identificar o tipo de
ação proposta em cada uma e as diferenças entre eles. Por
exemplo, podemos ter várias unidades voltadas para a pre-
servação, mas com finalidades específicas diferentes. O mes-
mo ocorre com unidades direcionadas para a conservação.
4. Anote as hipóteses na lousa e peça aos alunos que façam
Suas anotações seus registros no caderno.
EDSON GRANDISOLI
Castanheira
(Bertholletia
excelsa) na
Reserva do
Patrimônio
Natural do
Cristalino
(RPPN
Suas anotações
Cristalino), no
Mato Grosso.
Imagem 2 Ima
CLAUS BUNKS/WIKIMEDIA.ORG
Imagem 3
FÁBIO BARROS/WIKIMEDIA.ORG
Imagem 4
Imagem 5
WIKIMEDIA.ORG
Ima
Imagem 6 Ima
WIKIMEDIA.ORG
Imagem 8
Imagem 2 Imagem 4
Imagem 7
Imagem 6 Imagem 8
WILSON DIAS/ABR
Imagem 9 Ima
WIKIMEDIA.ORG
Imagem 10 Ima
Imagem 11
THIAGO PEREIRA BARROS
WIKIMEDIA.ORG
Imagem 12
Imagem 13
ARQUIVO
Ima
Imagem 14 Ima
Imagem 16
EDSON GRANDISOLI
Imagem 17
Imagem 10 Imagem 12
estudos técnico-científicos sobre o manejo econômico Natural Feliciano Miguel Abdala (MG)
sustentável de recursos faunísticos. A reserva particular do patrimônio natural é “uma
§ 1o A reserva de fauna é de posse e domínio públicos, área privada, gravada com perpetuidade, com o
sendo que as áreas particulares incluídas em seus objetivo de conservar a diversidade biológica.
limites devem ser desapropriadas de acordo com o § 1o O gravame [ônus ou encargo que incide sobre um
que dispõe a lei.” (Lei 9.985/2000, art. 19.) bem] de que trata este artigo constará de termo de
compromisso assinado perante o órgão ambiental,
que verificará a existência de interesse público, e será
averbado à margem da inscrição no Registro Público
de Imóveis.” (Lei 9.985/2000, art. 21.)
Imagem 13
Imagem 16
Imagem 14 Imagem 17
Lopes (SP)
podem ser visitadas são os jardins botânicos,
Os viveiros de plantas, em geral, constituem-se de
hortos florestais, viveiros de plantas, uma área de produção de mudas, principalmente de
parques e zoológicos. espécies nativas, frutíferas e paisagísticas, utilizadas
na arborização de espaços públicos e privados.
Imagem 13 Jardim
Botânico, Instituto de Biociências, Imagem 16 Parque Ecológico do Tietê (SP)
Unesp – Botucatu (SP) Os parques são espaços também chamados de “áreas
Os jardins botânicos “são áreas protegidas, verdes”, com presença abundante de vegetação e
constituídas, no seu todo ou em parte, por coleções de normalmente sem muitas edificações. Podem ser de
plantas vivas cientificamente reconhecidas, domínio público ou privado e se destinam ao lazer dos
organizadas, documentadas e identificadas, com a habitantes da cidade e/ou à proteção de áreas
finalidade de estudo, pesquisa e documentação do naturais. Parques que se encontram dentro de
patrimônio florístico do país, acessível ao público, cidades são chamados parques urbanos e os que se
no todo ou em parte, servindo à educação, à cultura, localizam, em geral, em áreas fora das cidades são
ao lazer e à conservação do meio ambiente.” denominados parques naturais.
(Resolução Conama 339, de 25/9/2003.)
Imagem 17 Zoológico de São Paulo (SP)
Imagem 14 Viveiro de mudas de espécies arbóreas Os zoológicos reúnem “qualquer coleção de animais
nativas do Horto Florestal de Lins (SP) silvestres mantidos vivos em cativeiro ou em
Os hortos florestais, em geral, constituem-se de uma semiliberdade e expostos à visitação pública. Para
área de produção de mudas, principalmente de atender a finalidades socioculturais e objetivos
espécies ameaçadas de extinção e florestas nativas. científicos, o Poder Público Federal poderá manter
ou autorizar a instalação e o funcionamento de
jardins zoológicos.” (Lei 7.173, de 14 de dezembro
de 1983.)
E
sta etapa do trabalho envolverá pesquisa, criação de propos-
ta e preparação para apresentação e defesa públicas.
Até aqui, os alunos devem ter adquirido boa noção sobre
as diferenças entre os movimentos preservacionistas e con-
servacionistas, a fim de que possam, ao observar e estudar
um lugar de aprender, identificar quais os objetivos principais
de sua criação e qual a concepção (preservacionista ou con-
servacionista) adotada por ela.
Nesta etapa, os alunos que ainda não fizeram a visita a
um lugar de aprender o farão e essa será a instituição sobre
a qual vão realizar as atividades deste momento. Assim, será
necessária a execução de uma pesquisa – estratégia já viven-
ciada na atividade 2 – desta vez de subsídios para uma pro-
posta de melhoria do lugar de aprender, que deve ser pensada
à luz dos objetivos da instituição e do movimento que melhor
se adapta a ela.
Esta fase em que os alunos deverão criar uma proposta é
uma das atividades que podem ser mais enriquecedoras para
seu desenvolvimento cognitivo. A proposta será embasada
nos dados da pesquisa e na visita e deverá ser viável.
Em seguida, haverá elaboração de um documento com a
proposta e posterior preparação para a apresentação e debate
públicos.
Os elementos resultantes dos debates e discussões vão
contribuir para que os alunos possam desenvolver suas capa-
cidades cognitivas, bem como exercitar sua cidadania em uma
situação democrática. Desse modo, são convidados a exercer
seu direito de expressar ideias em um espaço público em que
se convive com o pluralismo. Suas anotações
Planejamento
Em primeiro lugar, será realizada uma pesquisa sobre o
lugar de aprender visitado, conforme as orientações passadas
na atividade 2.
Com base nos dados levantados, os alunos, em grupos,
vão elaborar uma proposta para a possível melhoria desse
local para que ele esteja cada vez mais próximo de seus ob-
jetivos de criação, à luz do preservacionismo ou do conser-
vacionismo.
Encaminhamento
1. Na atividade 2, a pesquisa realizada cobriu os lugares de
aprender que apareciam nas imagens. Nesta atividade 3, as
mesmas perguntas propostas anteriormente para direcio-
nar a pesquisa deverão ser feitas.
A ideia é que os alunos possam conhecer melhor toda a
história do lugar; seus objetivos de criação; a condução
dessa criação, identificando as motivações políticas e so-
ciais na época; além de fazerem uma boa descrição dos
vários espaços e construções existentes. Toda essa pes-
quisa visa também identificar se o lugar de aprender visi-
tado está mais próximo do movimento preservacionista
ou conservacionista.
2. Essa pesquisa pode ser conduzida com os alunos organiza-
dos em duplas, como na anterior, mas seria mais adequada
a formação de grupos maiores, com vistas às próximas
etapas.
Desta vez, os resultados da pesquisa não deverão ser socia-
Suas anotações lizados entre os grupos, pois cada um vai, com base em seus
Planejamento
Uma vez marcada a data para a apresentação e debate pú-
blicos das propostas dos alunos, a preparação da apresentação
será a primeira etapa desta atividade. O debate acontecerá
após a apresentação de todas as propostas. Podem ser cha-
mados alunos de outras turmas da mesma série para assistir
ao debate e, ao final, escolher a proposta que consideraram
melhor e mais bem defendida.
Assim, o cronograma para o desenvolvimento das etapas
desta atividade deverá ser estipulado com boa antecedência,
já que envolverá possivelmente articulações com outras áreas
da escola, como a da informática.
Encaminhamento
1. A preparação da apresentação pública da proposta deverá
ser feita com base no documento elaborado na atividade 3.
Suas anotações Havendo a possibilidade, seria importante que os alunos
Logomarca do Programa
Andrea Aly
Impressão e Acabamento
Imprensa Oficial do Estado
Tiragem
30.000 exemplares
saber cuidar
Subsídios para
desenvolvimento de projetos didáticos
Ensino Fundamental II – Ensino Médio