Anda di halaman 1dari 24

1

A Iluminação da Arquitetura Tombada – com Abordagens de Monumentos no Centro Antigo de Salvador


dezembro/2014

A Iluminação da Arquitetura Tombada – com Abordagens de


Monumentos no Centro Antigo de Salvador

Nereida Passos dos Reis Eloy – nereida.eloy@gmail.com


Master em Arquitetura
Instituto de Pós-Graduação e Graduação – IPOG
Salvador, BA, 31/03/2014

Resumo
A arte de iluminar fachadas de Monumentos Tombados cria uma poética da luz, na atmosfera
noturna, destacando a volumetria e detalhes da arquitetura da edificação, que muitas vezes
não são percebidos com a iluminação natural. A pesquisa realizada contempla abordagens dos
processos que envolvem a Iluminação dos Monumentos, a concepção projetual e sistemas
luminotécnicos utilizados com novas tecnologias. A iluminação da arquitetura tombada tem
procedimentos determinados pelos orgãos fiscalizadores à exemplo do IPHAN – Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que delimitam as ações intervencionistas para que
se mantenha a integridade da edificação. Considerada como iluminação pública está deve ser
harmônica com o entorno e atender os critérios executivos de acordo com a normatização. O
que norteou a pesquisa é como conceber a arte de iluminar de forma a conciliar o
enaltecimento arquitetônico do monumento, respeitando-se os critérios estabelecidos que
envolvem a salvagarda, a ambiência e a percepção na área urbana. O desenvolvimento do
estudo foi embasado em pesquisas bibliográficas sobre o tema e uma abordagem dos
monumentos com iluminação cênica no Centro Histórico de Salvador. A Iluminação da
arquitetura tombada, como agente transformador do cenário urbano, fomenta as ações
preservacionistas da cidade e da cultura de um povo.

Palavras-chave: Iluminação. Arquitetura. Patrimômio. Monumento.

1. Introdução
A poética que a luz cria quando destaca uma edificação histórica, proporciona e enaltece o
elemento que durante anos resistiu a passagem do tempo e por ser um marco de uma época
transmite as gerações futuras a sua história e o seu momento.
“Iluminar não é apenas aplicar as frias regras predefinidas, mas integrar técnica e criatividade.
A iluminação arquitetônica pode ser uma forma de interpretação da arquitetura, uma maneira
de apresentar a edificação de formas diferentes sem modificar sua estrutura” (LIMA,
2010:105).
A proposição para o artigo na iluminação da arquitetura tombada decorreu em função de
verificar o quanto é transformador a percepção noturna do monumento, onde percebe-se
claramente o grande diferencial entre a iluminação diurna e noturna. A pesquisa procurou
verificar os critérios adotados para a arte de iluminar e os sistemas utilizados que envolvem a
concepção da arte final, fazendo uma trajetória histórica da luz como arte e tecnologia e o seu
contexto na iluminação pública.

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 dezembro/2014
2

A Iluminação da Arquitetura Tombada – com Abordagens de Monumentos no Centro Antigo de Salvador


dezembro/2014

Na iluminação de edifícios históricos que requerem cuidados e intervenções


harmoniosas a fim de evitar interpretações que contrastem com o espírito da
arquitetura original, tenta-se fazer com que as luminárias desapareçam, escondendo-
as o máximo possível e deixando que a luz fale por si própria (LIMA, 2010:106).

A iluminação de destaque em um monumento histórico tombado é de grande importância não


só pelo cunho significativo que a edificação possui como também a transformação da
ambiência, influenciando nos aspectos: de interesse dos governantes para projetos de
revitalização e valorização local; de orgulho dos cidadãos da cidade; de fomento para o
desenvolvimento das atividades sociais, culturais e turísticas. A interferência nessas
edificações requer o conhecimento da sua arquitetura e o estudo da percepção que envolve o
observador e as ações intervencionistas que devem obedecer aos critérios adotados pelos
órgãos responsáveis pela sua salvaguarda. O evento que norteou a concretização da pesquisa
da iluminação de destaque em monumentos históricos foi fascínio provocado pela visita
realizada ao Centro Histórico do Pelourinho em Salvador, quando da iluminação cênica dos
cinco monumentos a citar: Catedral Basílica; Ordem Primeira de São Francisco; Igreja de São
Domingos de Gusmão; Igreja São Pedro dos Clérigos e o Prédio da Faculdade de Medicina
todos tombados individualmente pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional, exceto o Prédio da Faculdade de Medicina, que fizeram parte da primeira etapa do
programa “Tempo e Luz” pelo Governo do Estado da Bahia, inaugurada em 21 de dezembro
de 2012. O impacto diferencial dessa iluminação nas edificações, fizeram com que buscasse
um maior entendimento para os processos que envolvem as etapas da concepção projetual, as
restrições em função das intervenções realizadas, os equipamentos utilizados e a integração
no contexto da iluminação pública. O artigo também contempla uma abordagem de alguns
monumentos envolvidos no programa “Tempo e Luz” do Governo do Estado da Bahia e os
benefícios gerados dessas ações de revitalização.
“A iluminação é um instrumento importante que reafirma a memória da cidade”
GONÇALVES (2005:2.4).

2. A Luz como Arte em Monumentos Urbanos

“A luz é utilizada há tempos como forma de expressão, criadora de simbolismos e emoção”


(CANDURA; GODOY, 2009).

Quando se trata de iluminar monumentos históricos, prédios tombados pelo


Patrimônio Histórico Nacional, a iluminação torna-se definitivamente arte pura, pois
além de lidar com a luz devemos entender o valor artístico de cada prédio e de cada
monumento. É importante ter sempre em mente a legislação, que manda
respeitarmos as características do prédio (SILVA, 2009:140).

“Neste caso, a luz dá vida ao monumento, fazendo que a noite a obra do artista seja
enaltecida, potencializada. A luz dignifica qualquer obra de arte, é a vida de um monumento,
como é a vida da arquitetura em geral” (SILVA, 2009:140).
O ato de iluminar é prover a percepção e a acuidade aos indivíduos, bem como a segurança,

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 dezembro/2014
3

A Iluminação da Arquitetura Tombada – com Abordagens de Monumentos no Centro Antigo de Salvador


dezembro/2014

com o nível correto de luminância, pois o que vemos é a luz refletida, observando também os
parâmetros técnicos (CANDURA; GODOY, 2009). A iluminação de fachadas em
monumentos mostra uma nova cidade à noite por proporcionar efeitos visuais e ambientes
diferentes dos existentes durante o dia (CEMING, 2012:34).

2.1. A Evolução da Iluminação de Destaque

A iluminação de monumentos e edificações urbanas relevantes se tornou frequente em todos


os países no final do século XX e início do XXI, decorrente do desenvolvimento tecnológico
dos equipamentos. No Brasil o pioneirismo para iluminação de monumentos foi da Rio Luz –
companhia responsável pela iluminação no Rio de Janeiro, outras cidades brasileiras seguiram
o exemplo carioca e promoveram a revitalização e o destaque de seu patrimônio (CANOSA,
2003).
A França atualmente é líder no que corresponde a iluminação urbana de qualidade e a
abordagem criteriosa de seus projetos são referências para diversos países. Os critérios
adotados pela escola francesa se propagaram nos países da Europa e da Ásia por apresentar
conceitos e observação sobre a iluminação dos monumentos e centros históricos. A evolução
da iluminação dos monumentos históricos sob o ponto de vista da escola francesa inicia-se
com a concepção clássica, onde as primeiras iluminações de monumentos e ainda muito
frequente, consistia em iluminar o edifício com a ajuda de alguns projetores dispostos nas
imediações, sem ter a preocupação com a valorização estética da edificação. Os
“Iluminations”, denominação dada pelos franceses, nasce da vontade de reproduzir da melhor
forma possível a imagem diurna no monumento com a predominância do princípio
luminotécnico, que através do posicionamento dos projetores passa a destacar os pontos de
observação das principais fachadas, obtendo maior iluminação que a pública viária, com a
iluminância maior que a do entorno. Já na abordagem contemporânea por uma outra leitura do
monumento temos o conceito da “Mise en Lumière”, que é pensada de maneira original e
autônoma, longe de qualquer referência à imagem diurna e abstraindo-se de certos princípios
que no passado foram considerados dogmas. Esse conceito também traduz a intenção e a
visão sensível do seu criador, propicia uma ou mais leituras do monumento, transforma a
imagem arquitetural procurando não descaracterizá-la, assim como estuda a escolha do
posicionamento dos projetores, o nível de iluminamento e as tonalidades da cor das lâmpadas
com a intenção de “mettre en lumière” - valorizar pela luz – e não mais simplesmente
destacar o volume arquitetônico (CANOSA, 2003).

Em busca de uma perspectiva história: Em que pesem as grandes diferenças entre as


cidades do velho e do novo mundo, os edifícios que contam a história das cidades
foram construídos durante longos períodos históricos e o crescimento urbano
progressivamente os absorveu. Um monumento não somente é somente um conjunto
de fachadas. Ele também é o testemunho de uma época, uma verdadeira referência
estilística e temporal. Mas a iluminação dos monumentos históricos nunca
considerou os diferentes estilos arquitetônicos: castelos medievais, catedrais góticas,
pousadas do século XVIII, mercados do século XIX, fontes art déco são ainda hoje
iluminados segundo os mesmos princípios “clássicos” (CANOSA, 2003).

Na iluminação de monumentos observa-se que a visão diurna é global, a luz do sol o envolve
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 dezembro/2014
4

A Iluminação da Arquitetura Tombada – com Abordagens de Monumentos no Centro Antigo de Salvador


dezembro/2014

integrando-o ao seu ambiente. Ao contrário a iluminação artificial é restritiva: ela pode


diferenciar ou destacar a edificação histórica do seu entorno e como consequência provocar o
isolamento do contexto urbano comenta (CANOSA, 2003).
Segundo Canosa (2003), a reflexão sobre o assunto no que concerne ao papel que a luz pode
desempenhar na identificação e valorização de um estilo arquitetônico, sobre o simbolismo da
luz nos diferentes períodos históricos, sobre o sentido da iluminação na época em que o
monumento foi construído poderiam ser realizados pelos estudiosos da história da arte.
“Esses estudos poderiam determinar novas opções para o partido da iluminação levando em
conta o contexto histórico do monumento; permitiriam também a criação de mobiliários de
iluminação originais e criativos que proporiam uma interpretação contemporânea”
(CANOSA, 2003). Ainda segundo Canosa (2003), o estilo arquitetônico é expresso por
formas, volumes, ornamentos e cores. Em função dessas características a proposta de “mise en
lumière” histórica, seria embasa pelas informações dos estudiosos da história da arte,
agregando aos projetos de iluminação um componente da realidade histórica que determinaria
uma ambiência mais coerente com a arquitetura. Historicamente os monumentos fazem parte
da estrutura das cidades, pois este é considerado um patrimônio “sacralizado”, que faz parte
de uma imagem forte e atrativa da cidade. Canosa (2003) questiona sobre o risco de
desestruturação urbana. Para ele o fato da “sacralização” do monumento pode levar a
concepção de intervenções de maneira exclusiva fora do contexto urbano, conduzindo-se a
criação de “Iluminations” que dissocia a intervenção de uma política de iluminação urbana.
“O destaque do patrimônio deve deixar de ser considerado como um fim em si mesmo e
evoluir para considerar os conjuntos monumentais a as paisagens que os cercam, contribuindo
assim para a estruturação noturna da paisagem urbana” (CANOSA, 2003).
A iluminação de destaque de fachadas e monumentos é considerada também como iluminação
pública pela Resolução ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica n° 456 – Condições
Gerais de Fornecimento de Energia Elétrica de 29 de Novembro de 2000.
A “mise en lumière dos centros históricos” vai buscar uma abordagem ampla tratando o
monumento e o tecido urbano que o envolve, a sua arquitetura, o sítio histórico e a paisagem
ao redor de forma a proporcionar a unidade de conjunto com a rede urbana de iluminação
pública dos acessos (CANOSA, 2003).
“A iluminação dos monumentos históricos constitui, por si só, um ato de preservação e
valorização do patrimônio, uma vez que beneficia a leitura da imagem arquitetônica do
imóvel, permitindo o seu destaque sobre a paisagem urbana” (JUNQUEIRA; YUNES,
2013:11).

2.2. A iluminação da arquitetura no ambiente urbano

Características Gerais:
A arte de iluminar o patrimônio histórico e cultural faz parte do sistema de iluminação para o
embelezamento das cidades, que visa atender de forma integrada o interesse da Administração
Pública que se traduz em ações bem vistas pelos cidadãos (GODOY, 2003).

A luz revela a beleza do cenário urbano noturno, propiciando efeitos visuais


diferentes daqueles observados durante o dia. Além disso, ela cria uma identidade
cívica tornando as cidades mais atrativas, receptivas, carismáticas e convidativas aos

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 dezembro/2014
5

A Iluminação da Arquitetura Tombada – com Abordagens de Monumentos no Centro Antigo de Salvador


dezembro/2014

visitantes e turistas.
Durante o dia, a cidade e seus edifícios são iluminados pela luz solar direta e pela
luz indireta e difusa do céu, ou por ambas ao mesmo tempo, mudando
constantemente a direção a cor e as relações de luz e sombra. Esses mesmos
volumes iluminados com luz artificial contrastam-se com a escuridão da noite,
tornando-se dramaticamente destacados e belos (GODOY, 2003).

Por muito tempo a iluminação nas cidades cumpria um papel estritamente utilitário e
funcional com o objetivo de permitir a visão noturna nas vias e edificações, encobrindo assim
as diversas potencialidades da luz. Estas potencialidades compreendem: capacidade de
criação cenográfica urbana e definições de ambiências psicológicas e simbólicas, explica
(Canosa, 2003). Para ele é importante analisar essas funções da iluminação urbana.

O potencial cenográfico da luz, é a mais importante no que diz respeito à iluminação


de monumentos e fachadas: o uso competente de todas as múltiplas possibilidades
de manipulação das fontes de luz. O conhecimento técnico, sensibilidade e a
criatividade do lighting designer são fundamentais para selecionar o partido
adequado entre tantas possibilidades que a iluminação artificial oferece.
A definição de ambiência psicológica e simbólica, a luz gera impressões
psicológicas, imprime de maneira duradoura e diferenciada a nossa percepção do
espaço ou a imagem de um local. Ela provoca sensações e nos associa a símbolos
que permitem qualificar a ambiência do espaço que percebemos. Por exemplo, a
simples escolha de lâmpadas com uma determinada temperatura de cor pode gerar
associação às noções de calor e de frio pela maioria das pessoas.
A Luz tem sido relacionada com a obscuridade ou com as sombras sempre que se
quer simbolizar uma evolução ou dualidade. Ela tem sido muitas vezes identificada
com o divino. A luz organiza o caos e, para nossos antepassados, se opunha às
“forças maléficas” escondidas nas sombras da noite, nas vielas das cidades antigas.
A falta de luz é também considerada como fator de insegurança. O medo do cidadão
se confunde com o medo da noite e o clarão da luz simboliza o refúgio.
A luz pode ser metafórica: ela restitui a ideia de fausto, cerimônia, de festa.
Estas características da luz começam a ser exploradas na iluminação da arquitetura e
dos espaços urbanos (CANOSA, 2003).

“A iluminação de destaque é uma ferramenta muito eficiente quando tratamos da valorização


do patrimônio, tornando-se assim uma ferramenta artística no sentido da valorização de uma
das características de uma cidade, que é seu acervo arquitetônico” (GODOY, 2003). Para
Godoy (2003), as ações no sentido de valorização urbana devem fazer parte do Plano Diretor
para se tenha uma unidade visual, em se tratando de um edifício de relevância histórica.
Deve-se ter cuidado para que as ações intervencionistas não causem poluição luminosa, para
isso verificam-se os efeitos como: ofuscamento, luz invasora, efeitos na população, efeitos
nos pedestres, efeitos nos sistemas de transportes, efeitos em plantas e animais.

Um ambiente bem iluminado deve utilizar as apropriadas tecnologias disponíveis,


baseando-se nas condições sociais e econômicas da cidade, suficientemente
definidas, objetivando as seguintes questões:
-Utilização somente da quantidade de luz necessária e suficiente para cada
aplicação;
-Utilização de sistemas que não prejudiquem a visão noturna;
-Eliminação do ofuscamento;

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 dezembro/2014
6

A Iluminação da Arquitetura Tombada – com Abordagens de Monumentos no Centro Antigo de Salvador


dezembro/2014

-Controle do fluxo luminoso em função da aplicação, do local e do período noturno


(GODOY, 2003).

3. Diretrizes da Iluminação de Destaque

A concepção de processos projetuais deve embasar-se em avaliar critérios de importância


histórica ou o mérito arquitetônico da edificação, viabilidade economicamente inerente aos
gastos iniciais e de operação dos elementos relacionados à iluminação e as questões no que
tange o consumo de energia elétrica e os aspectos de sustentabilidade. É interessante destacar
que o conceito de lightdesign é ressaltar as características do prédio. O design da instalação
tem que ser harmônico com seus arredores, proporcionando segurança e proteção e
encorajando as pessoas a frequentarem o local (GODOY; CANDURA, 2009:35).
Para a realização do projeto de iluminação em monumentos tombados alguns aspectos devem
ser considerados: macro escala (meio ambiente); condições do meio ambiente; arredores e
periferia; disposição dos prédios; estilo da construção (clássico, contemporâneo,
convencional); formas, volume e fachadas; cores, fatores de reflexão.
Após a obtenção de dados e antes de realizar a implantação e qualquer solução técnica em
design de iluminação, é necessário estabelecer parâmetros como: o nível de iluminação;
controle da luminância; contrates e uniformidade; modelagem; cor da luz e controle do brilho.

3.1. Estilos de Iluminação

Para definição do estilo a ser utilizado na iluminação de destaque é necessário avaliação do


monumento tombado e como proceder às ações intervencionistas. Existem diferentes escolas
de estilo com os quais se pode identificar qual é o mais apropriado para utilizar no
monumento.
- Estilo Italiano – prioriza a iluminação de patrimônios com o mínimo possível de
intervenção, fazendo-o inclusive a determinada distância.
- Estilo Francês – prima pelo trabalho da luz de forma mais integrada aos edifícios, tendo-se
uma iluminação mais intervencionista.

4.0. Processo projetual técnico-artístico

Para desenvolver um plano de iluminação para um edifício histórico, utiliza-se de um método


de análise de vários aspectos técnicos e artísticos, que podem ser agrupados nas áreas
humanas; referencial; luminotécnica e elétrica (GODOY; CANDURA, 2009:60).
“Devemos sempre lembrar que estamos destacando o patrimônio e não utilizando-o para criar
um show de iluminação” (GODOY; CANDURA, 2009:61).
O processo projetual contempla uma análise geral de estudos e especificação dos recursos
técnicos e econômicos que serão alocados, primando para resguardar o próprio patrimônio.
“A luz destaca. E só se destaca o que se aprecia, ou o que se quer apreciar” (CANOSA, 2003).

A atividade criativa do lighting designer, ao projetar a iluminação dos volumes


urbanos mais significativos, estará permanentemente balizada pela consciência de
que, em várias oportunidades ele estará trabalhando sobre a obra de terceiros, seja

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 dezembro/2014
7

A Iluminação da Arquitetura Tombada – com Abordagens de Monumentos no Centro Antigo de Salvador


dezembro/2014

ele a própria natureza ou outro artista.


Portanto, iluminar os espaços, construções e obras de arte das cidades exige um
sentimento de profundo respeito pelo trabalho daqueles que as conceberam e
construíram. Impõe responsabilidade em preservar a identidade dos monumentos e
edifícios. A iluminação não é mais importante que a obra iluminada. Deve, sim,
expressar a releitura noturna desta obra através da sensibilidade criativa e da
consideração profissional de quem ilumina (CANOSA, 2003).

O projeto de iluminação em arquitetura tombada deve envolver não só o lighting designer e


sim, também envolver uma equipe multidisciplinar composta de estudiosos da história da
arquitetura, história da arte, engenheiros eletricistas, entre outros, para ter noção do que é o
edifício e a intenção de seus projetistas (GODOY; CANDURA, 2009:61).
“O que se pode entender como eficiência visual dos volumes é o quanto, ao iluminar
determinado volume, vai-se contribuir para percepção final do edifício. Se não houver esta
diferenciação, corre-se o risco de iluminar-se tudo: o interessante é ter luz e não luz”
(GODOY; CANDURA, 2009:62).
Vários elementos estão envolvidos com a concepção do projeto, a saber: a alocação de
recursos, para não inviabilizar o projeto com custos elevados, mão de obra específica e
exaustivas avaliações à sua percepção de como ele se encaixa no âmbito urbano, o fato de não
proceder às verificações principalmente no que tange a ambiência pode-se incorrer em erros.

A iluminação tem a faculdade de mudar a percepção que temos de um objeto. A


volumetria dos diferentes elementos que compõem um edifício não é marcada
apenas pela luz, mas principalmente pela sombra. Luz e sombra são dois lados da
mesma moeda, não se pode pensar em forma e volume sem considerar as sombras e
suas projeções (LIMA, 2010:109).

Richard Kelly foi o pioneiro a criar projetos a partir da percepção. Ele se libertou
dos fatores condicionantes que fizeram da iluminância critérios essenciais da
luminotécnica. Trocou a quantidade de luz por suas qualidades individuais e uma
série de funções da iluminação dirigidas ao observador que percebe a realidade. O
ponto central do conceito de seus projetos é: Luz para ver, luz para olhar e luz para
contemplar (Lima, 2010:106).

A luz que destaca a arquitetura é percebida através da visão, um dos sentidos que nos permite
apreciar as formas, detalhes, cores e sensações de bem estar e segurança. O olho transmite
sensação de luminosidade. A nossa retina é formada por bastonetes e cones, os bastonetes nos
permite ver quando está escuro e também ajuda a visão periférica. Já os cones são
responsáveis por determinar as cores, portanto a visão associada aos cones é conhecida como
fotópica referente a altos níveis de luz (dia), já os bastonetes estão associados a baixos níveis
de luz (noite) sendo conhecida como visão escotópica. A área entre as duas, a fase de
transição para que contribuem os bastonetes e os cones, é conhecida como visão mesópica. A
visão mesópica corresponde a níveis de iluminação muito inferiores a luz do dia, mas que
continuam a ser mais altos do que a escuridão total. Condições de iluminação encontradas nas
ruas de uma cidade à noite (GODOY; CANDURA, 2009).

[...] sem luz os olhos não podem observar nem forma, nem cor, nem espaço ou

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 dezembro/2014
8

A Iluminação da Arquitetura Tombada – com Abordagens de Monumentos no Centro Antigo de Salvador


dezembro/2014

movimento. Mas a luz é mais do que apenas uma causa física do que vemos. Mesmo
psicologicamente ela continua sendo uma das experiências humanas mais
fundamentais e poderosas uma aparição compreensivelmente venerada, celebrada e
solicitada [...]. Ela interpreta para os olhos o ciclo vital das horas e das estações
(ARNHEIM, 2000:293 apud JUNQUEIRA, 2014).

5.0. Entendendo o Projeto de Iluminação da Arquitetura Tombada

Após as análises e definições dos conceitos que envolvem as premissas determinantes do


processo projetual artístico, já abordado anteriormente, começa-se assim a desenvolver o
projeto luminotécnico, mediante as informações à seguir:
a) Análise prévia dos elementos arquitetônicos a serem destacados como torres, cúpulas,
cornija, estátuas, telhados, etc.;
b) Composição luminosa incluindo considerações estéticas relativas ao tipo de cor das
lâmpadas, cor e refletância da superfície, níveis de iluminância, composição de luz e sombra;
c) Posicionamento horizontal e vertical dos projetores.
Segundo Godoy e Candura (2009) a partir do que se quer iluminar, o projeto luminotécnico
também pode ser dividido em: sistemas de iluminação e a definição das fontes de luz do
projeto.
Os sistemas de iluminação compreendem:
- O sistema básico ou primário, mostra o edifício como um todo de maneira real, mesmo sem
detalhes destacando-o volumetricamente.
- O sistema específico de destaque onde são iluminados os detalhes do edifício, tais como:
arcos, sacadas, brasões, entre outros elementos decorativos ou de importância arquitetônicas
criando “movimento” na percepção. É um sistema mais relacionado a emoção nos
observadores.
- O sistema complementar ou secundário é um tipo de iluminação que vem corrigir as
sombras ou distorções que alterariam a percepção do edifício produzida pelo sistema
primário. O sistema secundário complementa a imagem do edifício, cabendo ao projetista
definir se uma edificação histórica comporta os três tipos de sistemas. Pode-se em alguns
casos quando as edificações são muito próximas utilizar a iluminação de destaque. Em síntese
o importante é obter, utilizando as três ferramentas dos sistemas de iluminação, o melhor
resultado possível.

5.1. Definição de cores no projeto

Segundo Leão (2008), a cor da luz projetada na superfície de um edifício, e como esta luz
reproduz as cores naturais de seus acabamentos, influenciam a compreensão do objeto.

Dentre a enorme variedade de lâmpadas existentes, e suas respectivas temperaturas


de cor e composição espectral (que é responsável pela fidelidade da reprodução de
cores), as mais utilizadas para iluminar edifícios estão disponíveis, no mínimo em
quatro opções de luz branca: 2.700K, 3,000K, 4,000K e 5.000K (LEÃO, 2008:73).

Entende-se por temperatura de cor, como um termo utilizado para descrever a aparência da
cor de uma fonte de luz, pois existem várias tonalidades de cor e são catalogadas conforme
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 dezembro/2014
9

A Iluminação da Arquitetura Tombada – com Abordagens de Monumentos no Centro Antigo de Salvador


dezembro/2014

sua temperatura em Kelvin, assim define (SILVA, 2004). Já o IRC – Índice de Reprodução de
Cor é uma medida de correspondência entre a cor real de um objeto ou superfície e a sua
aparência diante de uma luz artificial. É medido de 0 a 100, em que 100 representa a cor do
objeto iluminado pela luz do sol (cor real).
A aparência da cor de uma lâmpada vista em combinação com outras lâmpadas de cores
diferentes é mais importante do que quando vista isoladamente.

A utilização de diferentes temperaturas de cor na iluminação de uma mesma fachada


pode servir como uma estratégia de hierarquia e informação da profundidade, desde
que compatibilizada com a linguagem da arquitetura. Quando um detalhe particular
de um determinado edifício é iluminado com uma fonte de 4.000K, enquanto a
maior parte dele recebe luz com 3.000K, este detalhe será destacado por um tom de
branco azulado. Neste caso, a temperatura de cor mais alta cria um diferencial no
conjunto, direcionando o olhar. Se usada como instrumento para facilitar a
compreensão tridimensional de um edifício, como pavimentos e reentrâncias,
permite a leitura de sua profundidade mesmo que todos os níveis e relevos sejam
iluminados. Contudo, em situações extremas, esta estratégia pode levar ao
rebuscamento excessivo comprometendo a interpretação da arquitetura (Leão,
2008:75).

Na figura 01, foram utilizadas lâmpadas com três tipos diferentes de temperatura de cor com
2.000K (destaque da volumetria dos arcos), 3.200K (destaque elementos arquitetônicos –
sistema específico) e 5.000K (banho de luz – sistema primário).

Figura 1 – Exemplo de combinação de cores


Fonte: Cemig (2012)

5.2. Incidência de luz, contraste de luz e sombra

A direção da luz incidente sobre a edificação influencia no aspecto de percepção dos


elementos arquitetônicos da superfície iluminada.
Quando os refletores são posicionados perpendicularmente à superfície iluminada
praticamente não há formação de sombras, e os detalhes arquitetônicos não são percebidos.
Porém, se eles forem posicionados em ângulo com a superfície, são projetadas sombras que
agregam qualidade dimensional e textura. O tamanho das sombras sobre a superfície está

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 dezembro/2014
10

A Iluminação da Arquitetura Tombada – com Abordagens de Monumentos no Centro Antigo de Salvador


dezembro/2014

relacionado à altura da posição dos projetores e dos ângulos de focalização (CEMIG, 2012).
“A variação entre luz e sombra é decisiva no resultado final do projeto. O efeito da
iluminação apresentará mais contraste quanto mais acentuado forem as sombras ou mais
direcional for a iluminação” (CEMIG, 2012). Deve-se ter cuidado com o excesso do
contraste, pois pode alterar o contexto de entendimento arquitetônico da edificação.

Figura 2 – Iluminação com alto contraste


Fonte: Cemig (2012)

“Pode-se valorizar ou ocultar texturas e relevos dependendo do posicionamento e da direção


da luz em relação a uma superfície. Quando a luz incide de forma rasante ou paralela a uma
superfície texturizada, produz sombras da própria rugosidade” (LEÃO, 2008:70).
A depender da direção da luz podemos ter diferentes interpretações das formas e relevos, a
saber:
- Direta: a luz é projetada de cima para baixo, como a luz natural e a maioria das luminárias
de alumínio fixadas em postes de iluminação viária;
- Indireta: a luz é projetada de baixo para cima, com projetores embutidos no piso para
valorização de pilares;
- Direta e indireta: a luz é projetada na vertical para baixo e para cima sem emissão lateral
(horizontal);
- Difusa: quando a luz é projetada para todas as direções.

5.3. Níveis de Iluminância e refletância da superfície

A percepção da iluminação sobre uma determinada superfície depende da claridade


do entorno onde a mesma está inserida. O nível de iluminância (medida em lux – é o
fluxo luminoso que incide em uma superfície a uma certa distância) necessário para
destacar uma fachada na área central de uma cidade será maior que o nível em seus

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 dezembro/2014
11

A Iluminação da Arquitetura Tombada – com Abordagens de Monumentos no Centro Antigo de Salvador


dezembro/2014

bairros ou uma cidade menor. Elementos como esculturas, arcos e outros detalhes
arquitetônicos podem requerer maior nível de iluminância em relação a área total da
fachada. A refletância da superfície também deve ser considerada na definição dos
níveis de iluminância, pois quanto mais clara menor poderá ser a luz incidente
necessária para destacar a superfície (CEMIG, 2012: 7.4).

Abaixo são apresentados os níveis de iluminância e refletância:

Refletância predominante da Iluminação do entorno


superfície Baixo Médio Alto
Áreas rurais Áreas urbanas Áreas urbanas
pouco iluminadas centrais muito
iluminadas iluminadas
Alta Mármore ou pastilhas 20 lux 30 lux 60 lux
Média Concreto, pedra ou 40 lux 60 lux 120 lux
pintura clara
Baixa Tijolo vermelho ou 80 lux 120 lux 240 lux
pintura escura

Tabela 1 – Níveis de iluminâncias para fachadas e monumentos em função do entorno e da refletância da


superfície
Fonte: Cemig (2012)

5.4. Posição dos projetores e ofuscamento

“Ao elaborar um projeto de iluminação com projetores, o ofuscamento deve ser


cuidadosamente controlado. Em nenhum, caso a iluminação decorativa deve comprometer o
desempenho visual dos pedestres e, principalmente, dos condutores de veículos” (CEMIG,
2012).

O controle do ofuscamento deve ser feito principalmente pelo correto


posicionamento dos equipamentos, considerando os ângulos de abertura do facho
luminoso dos projetores. Como regra geral, os projetores devem ser instalados
perpendicularmente ao sentido do trânsito, com abertura de facho luminoso limitado
ao ângulo de meia intensidade luminosa (1/2 Imax) (CEMIG, 2012).

A área em vermelho indica as regiões onde o ofuscamento deve ser evitado para não
comprometer o trânsito dos veículos e pedestres, como apesentado nas figuras 3 e 4.

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 dezembro/2014
12

A Iluminação da Arquitetura Tombada – com Abordagens de Monumentos no Centro Antigo de Salvador


dezembro/2014

Figura 3 – Posicionamento horizontal de projetores


Fonte: Cemig (2012)

Percebe-se que o ângulo dos projetores nas figuras 3 e 4, não ultrapassam os aspectos técnicos
de abertura de foco, fator esse, importante para se alcançar os objetivos estéticos de um
projeto de iluminação, contribuindo assim para se evitar o ofuscamento da via de veículos e
pedestres.

Figura 4 – Posicionamento vertical de projetores


Fonte: Cemig (2012)

Ofuscamento – condição de visão na qual há desconforto ou redução da capacidade de


distinguir detalhes ou objetos, devido a uma distribuição desfavorável das luminâncias com
brilhos intensos ou em contrastes excessivos.

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 dezembro/2014
13

A Iluminação da Arquitetura Tombada – com Abordagens de Monumentos no Centro Antigo de Salvador


dezembro/2014

5.5. Definição das fontes de luz do projeto

Quando da invenção da luz artificial, com o aparecimento da primeira lâmpada, o homem ao


longo de mais de 100 anos, vem aprimorando as fontes de luz, passando pelas lâmpadas com
incandescência, lâmpadas de descarga elétrica e luminescência que são LEDs (diodo emissor
de luz). Além do grande crescimento com relação às fontes de luz, luminárias e
equipamentos, existe também uma preocupação para que os sistemas sejam cada vez mais
energeticamente eficientes. No Brasil, principalmente nos últimos vinte anos, a Eletrobrás e a
Companhia Hidro Elétrica do São Francisco – CHESF instalada no Nordeste, por meio do
programa ReLuz têm incentivado o desenvolvimento de projetos luminotécnicos que
valorizem e promovam a eficiência energética na iluminação pública.
A definição das fontes de luz ocorre após a identificação das características do edifício e os
efeitos de iluminação desejados na visualização noturna. Assim com a escolha das lâmpadas,
luminárias e dos modernos LEDs, sempre buscando a eficiência energética. Para Candura e
Godoy (2009) a definição das fontes de luz deve ser feita sob os seguintes critérios:
- Luminotécnico – com base no fluxo luminoso e abertura de foco;
- Estético – considera a aparência de cor e as cores.

Segundo Candura e Godoy (2009):


A função dos equipamentos de iluminação no destaque de fachadas podem ter as seguintes
classificações:

1-Iluminação primária ou básica: normalmente são utilizados projetores externos ou


embutidos de solo, provendo uma iluminação homogênea ao longo da fachada;
2-Iluminação secundária ou complementar: projetores de menor porte que os
utilizados na iluminação primária, corrigem possíveis distorções criadas pela
iluminação primária, como sombras. Equipamentos lineares também podem ser
utilizados em casos específicos, com lâmpadas fluorescentes ou mesmo LEDs;
3-Iluminação de destaque: em geral, são especificados spots de pequeno porte,
iluminação pontual balizadora, embutidos de solo de pequeno porte (são projetores,
mas embutidos de solo) e até equipamentos lineares. Existem ainda elementos
pontuais, que não projetam, mas sim emanam luz da fachada, como por exemplo os
LEDs: o elemento não está sendo iluminado, mas participa da iluminação como um
dos elementos discretos observados.
A diferença entre projetor e spot é que o segundo resolve pequenas necessidades de
iluminação;
Já o projetor provê soluções mais abrangentes. Enquanto os spots são utilizados para
iluminar determinado local, os projetores são empregados nas fachadas.

No entender de Leão (2008:83):

O projeto de iluminação deve atender aos princípios de sustentabilidade. O


profissional deve selecionar equipamentos e posicioná-los corretamente para
garantir o máximo de aproveitamento da luminosidade, evitando desvio de luz,
poluição luminosa e, consequentemente, desperdício de energia. O uso racional de
luz também deve ser considerado utilizando equipamentos de controle para
racionalizar o consumo energético. Seja um simples temporizador que controle o

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 dezembro/2014
14

A Iluminação da Arquitetura Tombada – com Abordagens de Monumentos no Centro Antigo de Salvador


dezembro/2014

intervalo em que as luminárias ficam ligadas ou um sistema avançado de tele gestão


que possui uma aplicação muito mais ampla, do controle de acendimentos à seleção
de níveis de intensidade compatíveis com a demanda do espaço.

Na iluminação de fachadas de monumentos podem ser utilizados projetores, lâmpadas e


filtros de todos os tipos, inclusive os acessórios complementares como: postes, suportes,
reatores, ignitores. Utiliza-se também as fibras óticas, os LEDs, que cada vez mais se
incorporam a variada oferta de materiais e equipamentos tanto no mercado brasileiro como de
fabricantes estrangeiros.
Quando se trata do uso eficiente de energia, deve-se proceder a escolha da lâmpada com
elevada eficiência luminosa (relação entre o fluxo luminoso e a energia consumida),
considerando também fatores de preço, a cor da luz, a vida mediana da lâmpada e facilidade
de manutenção.
Para iluminação de destaque estão sendo empregadas em larga escala as lâmpadas de
descargas de alta pressão de multivapores metálicos de pequeno e grande porte, vapor de
sódio de alta pressão, fluorescentes, LEDs, dentre outras, conforme os estudos realizados na
elaboração do projeto. A escolha de luminárias também contribui para a eficiência energética
projetual.
As luminárias têm diversas funções, a saber: controle e distribuição espacial do fluxo
luminoso da lâmpada, direcionando-o para os objetos e superfícies, sem produção de
ofuscamento e poluição luminosa. Elas desempenham o papel de proteção para as lâmpadas
contra danos provocados pelos agentes atmosféricos, determinado pelo IP (Índice de
Proteção), segurança das conexões elétricas e acomodação dos componentes auxiliares
necessários à sua operação. Nos sistemas de iluminação esses equipamentos tem a função de
enfatizar os objetos e superfícies a serem iluminadas, ficando imperceptíveis ao observador.
Portanto, as especificações técnicas desses equipamentos devem objetivar mais o seu
desempenho que a aparência estética dos mesmos. Outro fator a ser considerado é a eficiência
luminosa dessas luminárias (relação entre o fluxo luminoso emitido pelo projetor e o fluxo
luminoso emitido pela lâmpada), pois influencia na eficiência energética da instalação.
A instalação desses equipamentos segue critérios por tratar-se de bem tombado e protegido
pelos órgãos que primam pela sua salvaguarda. Para passagem da fiação de alimentação
estudos preliminares devem ser feitos de forma a intervir o mínimo possível na edificação
atentando para as cores dos cabos que devem ser o máximo possível despercebida. Para a
execução da infraestrutura, das instalações elétricas como dos equipamentos de iluminação
são utilizadas plataformas elevatórias que otimizam bastante a execução dos serviços, como
também, oferecem condições de segurança ao operário em observância das normas vigentes.
O projeto também deve estar embasado em cálculos dos índices de iluminâncias,
determinação da potência dos sistemas e atendimento das normas relacionadas à iluminação
pública NBR 5101, as de instalações elétricas de baixa tenção NBR 5410 e NBR 5413.
Os sistemas de iluminação dispõem de ferramentas de simulação do projeto luminotécnico
através de software específicos que realizam estudos para obtenção do resultado esperado.
Após todas as definições projetuais, o projeto luminotécnico só poderá ser executado
mediante aprovação do IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que
adota vários critérios para o sistema de iluminação de monumentos tombados (GABRIEL,
2008).
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 dezembro/2014
15

A Iluminação da Arquitetura Tombada – com Abordagens de Monumentos no Centro Antigo de Salvador


dezembro/2014

5.6. Posição dos aparelhos e efeitos luminosos

Na fachada para destacar e valorizar elementos da arquitetura isoladamente ou em conjunto,


utiliza-se efeitos de luz, os quais, objetiva alcançar a percepção correta do espaço iluminado.

Para Canosa (2003) a posição dos aparelhos de iluminação tem importância significativa na
maneira de destacar o elemento que se quer iluminar, obtendo-se diferentes resultados
conforme o tipo de efeito desejado. Dentre as várias alternativas para bem iluminar temos:

-Iluminação down light ou plongée – fonte luminosa em cima e na frente do objeto. Apresenta
um caráter dramático ao espaço arquitetônico. Projetores fixados em postes ou em consoles
nas fachadas;

-Iluminação up light ou contre-plongée – a fonte está colocada embaixo do objeto ou ao nível


do solo (projetores embutidos no solo dirigidos para o alto devendo ser considerado o IP-
índice de proteção). Enfatiza a monumentalidade e a elevação;

-Iluminação frontal – a fonte luminosa está à frente do objeto; é muito utilizada quando se
quer iluminar o tema com luz geral, uniforme;

-Iluminação lateral – a fonte está colocada em um dos dois lados do objeto, ligeiramente a
frente;

-Iluminação rasante – é lançada em um plano vertical, paralelo e bem próximo do objeto:


também chamada luz tangente, ela pode ser up light ou down light. Ela provoca uma lavagem
de luz na fachada (wall washing) e acentua os pequenos relevos;

-Iluminação em contra luz (backlight) – a fonte de luz está situada sobre um plano atrás do
observador. Esta condição sublinha as linhas e contornos dos objetos;

-Iluminação de fundo (background light) – a fonte luminosa incide sobre o fundo do objeto
que se quer destacar, obtendo-se o efeito silhueta.

O diagrama de flechas sinaliza a focalização dos projetores conforme observado na figura 5.

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 dezembro/2014
16

A Iluminação da Arquitetura Tombada – com Abordagens de Monumentos no Centro Antigo de Salvador


dezembro/2014

Figura 5 – Diagrama de flechas com pontos de focalização dos projetores do Theatro Municipal de São Paulo
Fonte: Revista Lume Ed. 51 AGO/SET (2011)

“Em um sítio histórico, a divisão dos comandos e a criação de programas de acendimento


viabilizam o acionamento parcial dos projetores diminuindo o impacto da luz invasiva,
proveniente da iluminação de fachadas e monumentos, em edifícios residenciais vizinhos”
(LEÃO, 2008:84). A luz invasiva é provocada pela invasão de luz nos ambientes e provoca
desconforto dos ocupantes.

5.7. Uma abordagem dos monumentos com iluminação cênica no Centro Histórico de
Salvador (BA)

O Centro Histórico de Salvador, notável por seu rico acervo arquitetônico e de grande valor
histórico, contempla importantes monumentos tombados e belos casarios, ruas e ladeiras em
pedras, marco de uma época, que ao longo dos seus 465 anos, ainda preservam a sua história e
a suntuosidade das edificações religiosas. É uma região que tem muitas manifestações
culturais e visitação de turistas de diversos locais do País, inclusive do exterior. Esse rico
acervo foi considerado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO (Organização das Nações
Unidas da Ciência e Cultura) em 1985.

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 dezembro/2014
17

A Iluminação da Arquitetura Tombada – com Abordagens de Monumentos no Centro Antigo de Salvador


dezembro/2014

Figura 6 – Centro Histórico – Terreiro de Jesus - Pelourinho – Google acessado em 30.03.14

A iluminação cênica de monumentos no Centro Histórico teve duas etapas. A Primeira etapa
em dezembro de 2012 no Terreiro de Jesus, nas edificações religiosas: Igreja de São
Francisco; Catedral Basílica; Igreja de São Domingos de Gusmão; Igreja São Pedro dos
Clérigos e o prédio da Faculdade de Medicina (figura 6). A segunda etapa do projeto
contemplou a região do Carmo nas edificações religiosas: Igreja do Boqueirão e Igreja de
Santo Antônio, já concluídas em dezembro de 2013 (figura 7). Ainda estão por vir, outros
projetos de iluminação cênica em várias edificações importantes do Centro Histórico.
Inicialmente a visitação para pesquisa sobre o tema começou na região do Carmo, nas Igrejas
do Boqueirão e de Santo Antônio e, posteriormente, no Terreiro de Jesus nas Igrejas de São
Domingos e São Francisco - Centro Antigo – Salvador (BA).

Figura 7 – Centro Antigo - Carmo – Google acessado em 30.03.14

Igreja do Boqueirão
A Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora da Conceição do Boqueirão dos Homens
Pardos foi construída em 1726.
-Visita em novembro de 2013-Execução da iluminação cênica, com utilização de plataforma

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 dezembro/2014
18

A Iluminação da Arquitetura Tombada – com Abordagens de Monumentos no Centro Antigo de Salvador


dezembro/2014

elevatória sobre rodas, facilitando o acesso às partes mais altas da edificação e de forma
segura para o operário, com minimização das interferências locais (figura 8).
- Visita em fevereiro de 2014-Iluminação cênica executada (figuras 9 e 10).

Figuras 8, 9 e 10 – Igreja do Boqueirão – Execução iluminação Cênica


Fonte: Autora (nov-2013 e fev-2014)

Foram utilizados no Boqueirão os equipamento e lâmpadas conforme a seguir:


-Projetores de Piso Embutido com lâmpadas de vapor metálico de 4.200K e 3.000K e
potência de 150W e 35 W; Projetores Sobrepostos a cornija - Baroled com lâmpadas de LED,
4.200K e 80W; Projetor Sobreposto a cornija – Epsilon com lâmpadas de vapor metálico de
3.000K e 35W; Projetores dentro da torre – Radial com lâmpadas de sódio de alta pressão de
2.000K e 70W; Projetor instalado no interior da torre – Radial com lâmpadas de sódio de alta
pressão de 2.000K e 250W;Projetores instalados atrás do frontão, nas arestas posteriores das
torres – Radial com lâmpadas de vapor metálico de 2.000K e 150W;Projetores instalados em
postes / sobrados do outro lado da rua – Focal com lâmpadas vapor metálico de 4.200K e
70W;Projetores instalados acima das portas das entradas dos anexos - Radial com lâmpadas
de 4.200K, 70W;Projetores instalados em empenas de sobrados vizinhos – Focal com
lâmpadas de 4.200K e 150W;Projetores instalados atrás do frontão – Radial com lâmpadas de
vapor metálico de 4.200K e 70W;Projetores instalados na cumeeira do corpo da nave – Focal
com lâmpadas de vapor metálico de 2.000K e 150W;Projetores instalados sobre os sobrados
na esquina da praça – Focal com lâmpadas de vapor metálico de 4.200k e 70W;Projetores
instalados na cumeeira do corpo da nave – Focal com lâmpadas de vapor metálico de 4.200K
e 150W. Total de projetores utilizados 34un (XAVIER, 2009).
Analisando o impacto da iluminação na edificação, percebem-se contrastes diferenciados da
superfície nos locais com pintura e cantaria das portadas. E a partir da cimalha superior no
frontão e torres, com acabamento em azulejos, um maior destaque na volumetria
arquitetônica. A iluminação cênica da Igreja do Boqueirão proporcionou a valorização e
destaque da arquitetura do monumento, contribuindo para melhora da iluminação pública
local como também para a segurança das pessoas. A iluminação criou uma dramaticidade
noturna.

Igreja de Santo Antônio


ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 dezembro/2014
19

A Iluminação da Arquitetura Tombada – com Abordagens de Monumentos no Centro Antigo de Salvador


dezembro/2014

A histórica Igreja de Santo Antônio Além do Carmo foi fundada no século 16. A igreja
primitiva foi construída entre 1594 e 1595 por Cristovão de Aguiar Daltro. Em 1648, foi
elevada à categoria de igreja matriz, com a criação da paróquia.
-Visita em fevereiro de 2014 – Iluminação cênica (figuras 11, 12 e 13)

Figuras 11, 12 e 13 – Igreja de Santo Antônio Além do Carmo – Iluminação Cênica


Fonte: Autora (fev-2014)

Na igreja de Santo Antônio foram instalados projetores no total de 30un. A fachada possui
pintura com cores em amarelo e branco nos detalhes arquitetônicos. A iluminação artística
proporcionou contrastes na fachada e destaque dos elementos arquitetônicos característicos.
Os projetores foram instalados conforme à seguir: Projetores -Terra no piso do adro dando um
tratamento de véu na fachada com lâmpadas metálicas de 3.000K e 150W; Projetores - Focal
em poste no lado oposto da pista para destaque da parte de cima da cornija com lâmpadas
metálicas de 3.000K e 150W (figura 12); Projetor Corus sobrepostos à cornija para
iluminação rasante do frontão; Projetor Tau C instalado em poste da rede pública para
destaque da fachada lateral esquerda; Projetor Zeta instalado na parede do sobrado vizinho
para iluminação das partes baixa da torre anã; Projetor Radial instalado dentro da torre sineira
utilizando lâmpadas de sódio de alta pressão de 2.000K e 70W; Projetor Focal instalado na
laje da torre anã para destaque da estátua do Santo com lâmpadas de vapor metálico 3.000K e
70W (XAVIER, 2009). A iluminação cênica da igreja de Santo Antônio impactou não só por
dar destaque a igreja, como também revitalizou a iluminação local, proporcionando uma
maior convivência das pessoas na praça, como também apreciação da vista da Bahia de Todos
os Santos ao por do sol. Por mais simples que seja a volumetria arquitetônica a iluminação
artística tem poder transformador.

Igreja de São Domingos de Gusmão


A igreja da Venerável Ordem 3ª de São Domingos Gusmão teve sua construção iniciada em
1731.Tem fachada em estilo rococó. Seu interior possui talha neoclássica, que substituiu a
primitiva talha barroca.
Visita em 24 março de 2014.

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 dezembro/2014
20

A Iluminação da Arquitetura Tombada – com Abordagens de Monumentos no Centro Antigo de Salvador


dezembro/2014

Figuras 14, 15 e 16 – Igreja de São Domingos de Gusmão – Detalhe Iluminação Cênica


Fonte: Autora (24 março 2014)

Figuras 17 e 18 – Igreja de São Domingos de Gusmão


Fonte: Autora (24 março 2014)

Na Igreja de São Domingos de Gusmão foram utilizados 72 projetores, somente a fachada


frontal foi iluminada. A sua edificação é composta por elementos em cantaria nos detalhes
arquitetônicos característicos e paredes com pintura branca, seu adro é contornado por gradil
de ferro forjado. A iluminação cênica destacou principalmente os elementos em cantaria,
como também as janelas rasgadas da capela da Boa Morte e no seu corpo principal as
portadas e janelas do coro. Os projetores foram instalados conforme a seguir: Instalação de
Projetor Corus no adro junto aos gradis, proporcionando um véu na fachada e realce do
contraste proviniente dos elementos de cantaria. Observa-se que no corpo central da
edificação foram instalados três conjuntos do projetor Corus e nas laterais dois conjuntos.
Foram utilizados nos equipamentos lâmpadas de vapor metálico; Instalação de projetor Corus
nas janelas rasgadas da fachada e janelas centrais com lâmpadas de vapor metálico de 70W
para o tratamento de contra luz; Instalação de luminárias lineares de LED de 45W sobrepostas
nas cornijas; Para destaque da torre sineira, da torre anã, do óculos do frontão e da base da
cruz, foram instalados projetores com lâmpadas de vapor metálico com 75 W e 35W e

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 dezembro/2014
21

A Iluminação da Arquitetura Tombada – com Abordagens de Monumentos no Centro Antigo de Salvador


dezembro/2014

projetores de 3 LEDs com 1.2W alternados (GOBI, 2013). Durante o dia percebe-se que os
equipamentos instalados não provocam impactos na arquitetura do monumento.

Igreja de São Francisco


A igreja de São Francisco no contexto do Terreiro de Jesus destaca-se pela sua historicidade,
a arquitetura barroca, a exuberância do seu interior com suas talhas revestidas em folhas de
ouro e o seu rico acervo da azulejaria portuguesa. É considerada como uma das “Sete
Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo” uma relíquia poderosa dos franciscanos que
passaram pelo Brasil na colonização. A sua construção teve início pelo convento e uma
pequena capela em 1587.

Figuras 19, 20 e 21 – Igreja de São Francisco – Detalhe Iluminação Cênica


Fonte: Autora (24 março 2014)

Figuras 22 e 23 – Igreja de São Francisco – Iluminação Cênica


Fonte: Autora (24 março 2014)

A Iluminação cênica destacou a bela arquitetura à noite. Foram instalados 201 projetores na
sua fachada frontal, e entorno das torres. Na iluminação rasante de sua fachada, utilizou-se
lâmpadas com temperatura de cor entre 2.800K e 3.000K na tonalidade branco-dourada, em

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 dezembro/2014
22

A Iluminação da Arquitetura Tombada – com Abordagens de Monumentos no Centro Antigo de Salvador


dezembro/2014

função dos revestimentos em azulejos e detalhes arquitetônicos característicos em cantaria


(pedra talhada). Projetores embutidos no piso com iluminação em vapor metálico de 70W
destaca a parte mais baixa da fachada. As cornijas receberam linhas contínuas de luminárias
lineares de LED de 70W, além de projetores com lâmpadas de vapor metálico para os
elementos verticais. Nas torres foram instaladas luminárias de LED de 70W nas bases das
flechas (GOBI, 2013).

Ao anoitecer a iluminação pública foi se revelando e aos poucos cada monumento se


revelava, cada um com a sua especificidade estilística e em completa harmonia com o
entorno, onde a percepção da obra do artista da iluminação se torna grandiosa.

6. Conclusão
A requalificação dos espaços urbanos tem fomentado ações por parte dos governantes, para
iluminação de destaque em centros históricos, monumentos de valor arquitetônico e histórico
visando resgatar a memória local, bem como o incentivo ao desenvolvimento do turismo.
A iluminação da “Arquitetura Tombada” torna-se um agente transformador do sítio onde está
inserida, provoca uma dramaticidade na atmosfera noturna criando uma identidade única do
espaço. Contextualizada como iluminação pública, também contribui para a segurança e o
bem estar das pessoas no espaço urbano. Iluminar e enaltecer um monumento não é
simplesmente dotá-lo de destaque, iluminar um monumento é respeitar a sua história, a sua
importância é fazer com que a sua edificação possa ser preservada e valorizada. A pesquisa
relacionada ao tema não só proporcionou conhecimento enriquecedor, dos processos que
envolvem a iluminação de destaque, como também a vivência e percepção da transformação
da região do Pelourinho em Salvador (Ba), contemplada pelo programa "TEMPO e LUZ" do
Governo”, que revelou, o quanto é importante que ações relacionadas a requalificação dos
espaços, contribuam para a preservação da memória de uma cidade e a história de seu povo.

Referências

CANOSA, José. City Beautification x L´Urbanisme Lumière. Revista Lapro Fachadas &
Monumentos, ed. 04, p. 04-08, 2003.

CANOSA, José. A luz dos Monumentos Urbanos – A Visão Francesa. Revista Lapro
Fachadas & Monumentos, ed. 04, p. 12-17, 2003.

CANOSA, José. O Potencial Cenográfico da Iluminação de Monumentos e Fachadas. Revista


Lapro Fachadas & Monumentos, ed. 04, p. 28-12, 2003.

CAVALIN, Geraldo; CERVELIN, Severino. Instalações Elétricas Prediais. São Paulo:


Érica, 2011.

CEMIG, Companhia Energética de Minas Gerais. Manual de Distribuição - Projetos de


Iluminação Pública. Belo Horizonte, 2012.

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 dezembro/2014
23

A Iluminação da Arquitetura Tombada – com Abordagens de Monumentos no Centro Antigo de Salvador


dezembro/2014

GABRIEL, João. Iluminação de Monumentos e Fachadas. Belo Horizonte: 2008.

GOBI, Erlei. Terreiro de Jesus - Cinco edifícios históricos ganham vida nova com iluminação
de destaque. Revista Lume Arquitetura, ed. 62, p. 14-18, 2013.

GOBI, Erlei. Theatro Municipal de São Paulo - Iluminação das fachadas destaca detalhes
arquitetônicos de edifício centenário. Revista Lume Arquitetura, ed. 51, p. 124-18, 2011.

GODOY, Plínio; CANDURA, Paulo. Iluminação Urbana Conceitos e Análise de Casos.


São Paulo: Editora VJ, 2009.

GODOY, Plínio. City Beautification Iluminação para o embelezamento das cidades. Revista
Lume Arquitetura, ed. 04, p. 23-32, 2003.

JUNQUEIRA, Mariana. A vocação expressional da luz: o design da iluminação no espaço


urbano contemporâneo como arte pública. Revista Ciclos, vol. 01 – Ano 1, 2014.

JUNQUEIRA, Mariana; YUNES, Gilberto. A vocação Cenográfica da Iluminação no


Processo de Valorização da Paisagem Urbana Contemporânea. II CONINTER -
Congresso Internacional Interdisciplinar em Sociais e Humanidades. Belo Horizonte, 2013.

LEÃO, Rafael. Plano diretor de iluminação urbana do Centro Histórico de São Paulo:
uma nova ambiência e atmosfera para os calçadões. São Paulo, 2008: Dissertação
(Mestrado – Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo. Área de
Concentração: Tecnologia da Arquitetura) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade de São Paulo.

LIMA, Mariana. Percepção Visual Aplicada a Arquitetura e Iluminação. Rio de Janeiro:


Editora Ciência Moderna Ltda., 2010.

SÁ, Claudia. Arquitetura Tombada – Iluminar para preservar e enaltecer. Revista Lume
Arquitetura, ed. 29, p. 12-18, 2008.

SILVA, Amauri. Iluminação Simplificando o Projeto. Rio de Janeiro: Editora Ciência


Moderna Ltda., 2009.

SILVA, Amauri. Luz, Lâmpadas e Iluminação. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna
Ltda., 2004.

XAVIER, Fabiano. Projeto Executivo de Iluminação Artística de Monumentos programa


"Tempo e Luz" - Centro Histórico de Salvador Monumentos - Igreja do Boqueirão e Igreja de
Santo Antônio - 2009.

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 dezembro/2014
24

A Iluminação da Arquitetura Tombada – com Abordagens de Monumentos no Centro Antigo de Salvador


dezembro/2014

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 dezembro/2014

Anda mungkin juga menyukai