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2019­4­23 STJ delimita aplicação do IDPJ nas execuções fiscais ­ JOTA Info

DIREITO TRIBUTÁRIO

STJ delimita aplicação do IDPJ nas execuções 񀀀scais


Entendimento inédito manifestado pela 1ª Turma é de extrema relevância para delimitar o alcance das
pretensões da Fazenda

LUIZ ROBERTO PEROBA


ANDRÉ TORRES DOS SANTOS
FERNANDA ABASOLO LAMARCO

22/04/2019 05:24

Sessão de julgamento da 1ª Turma do STJ. Crédito: José Alberto

A controvérsia sobre o cabimento da instauração do Incidente de Desconsideração


da Personalidade Jurídica (IDPJ) em matéria tributária, especialmente em execuções
ퟓ�scais, ganhou mais um capítulo com o inédito julgamento do tema pela 1ª Turma
do STJ.

Apreciando os Recursos Especiais nºs 1.173.201/SC e 1.775.269/PR, sob a relatoria


do ministro Gurgel de Faria, o Colegiado sinalizou a ퟓ�xação de importantes
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parâmetros para a deퟓ�nição das hipóteses em que, excepcionalmente, será


necessário instaurá-lo no âmbito das execuções ퟓ�scais.

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De acordo com entendimento adotado, independe da desconsideração da


personalidade jurídica a pretensão da Fazenda Pública de redirecionar a execução
ퟓ�scal para alcançar pessoa jurídica distinta daquela contra a qual, originalmente, foi
ajuizada a execução ퟓ�scal, na medida em que esse redirecionamento decorre de
hipóteses de responsabilização de terceiros já prevista no Código Tributário
Nacional. Nos termos do próprio voto condutor do acórdão, “a responsabilização de
terceiros tratada no Código Tributário Nacional não necessita da desconsideração da
pessoa jurídica devedora”, daí porque não ser cabível, nessas hipóteses, falar-se na
instauração do IDPJ.

O raciocínio adotado pela 1ª Turma se pauta na circunstância de que os artigos 134


e 135 do CTN já autorizam, independentemente da desconsideração da
personalidade jurídica, que a execução ퟓ�scal seja redirecionada aos corresponsáveis
indicados na Certidão de Dívida Ativa (pessoas físicas ou jurídicas), dada a
presunção de legitimidade da CDA e a necessidade de que sua constituição decorra
de regular processo administrativo. Da mesma forma, entendeu-se que o
redirecionamento será possível, também, com fundamento na “prática de atos com
excesso de poderes ou infração à lei, contrato social ou estatuto” (art. 135 do CTN),
ainda que não constem na CDA na condição de corresponsáveis, porquanto, nessas
hipóteses, a própria Lei autoriza o redirecionamento caso haja a comprovação, pela
Fazenda, da caracterização da hipótese legal.

Ainda, sob o mesmo raciocínio, entendeu-se que não caberia instaurar-se o IDPJ nas
hipóteses em que a própria Lei prevê a responsabilidade subsidiária dos sócios na
hipótese de não ser possível exigir o crédito tributário da sociedade empresária
liquidada (art. 134, VII, do CTN), em que também é autorizado o redirecionamento da
execução ퟓ�scal aos sócios independentemente da desconsideração da
personalidade jurídica.

Como se vê, o parâmetro estabelecido pela 1ª Turma do STJ reside na presença ou


não do requisito da necessidade da desconsideração da personalidade jurídica,
tendo-se adotado o entendimento de que, nas hipóteses em que o redirecionamento
da execução ퟓ�scal é autorizado pela própria Lei, não há que se cogitar da
necessidade de desconsiderar a personalidade jurídica da devedora e, portanto, da
instauração do IDPJ.

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Balizada nessas premissas, portanto, o Colegiado, pela primeira vez, chegou à


conclusão quanto à necessidade de instauração do IDPJ nas demais hipóteses em
que o redirecionamento não decorre, naturalmente, de expressa previsão legal.

No caso concreto, tratava-se de pretensão da Fazenda Pública de redirecionar a


execução ퟓ�scal a terceira pessoa jurídica sob o fundamento de que ela seria
integrante do mesmo grupo econômico da sociedade originalmente executada. No
caso, a terceira pessoa não estava indicada como corresponsável na CDA, não havia
participado do processo administrativo que culminou na sua formalização e não foi
demonstrado, pelo Fisco, qualquer elemento que justiퟓ�casse a atribuição legal de
responsabilidade, na qualidade de terceiro. Pelo contrário, a pretensão de
redirecionamento fundava-se no artigo 124 do CTN, que cuida de responsabilização
solidária e que não constitui hipótese legal de redirecionamento, mas apenas de
responsabilização originária1, em linha com o que já deퟓ�nido pelo STJ quando da
edição da Súmula nº 3922. Entendeu-se, portanto, que “o redirecionamento de
execução scal a pessoa jurídica que integra o mesmo grupo econômico da
sociedade empresária originalmente executada, mas que não foi identicada no ato
de lançamento (nome da CDA) ou que não se enquadra nas hipóteses dos arts. 134 e
135 do CTN, depende mesmo da comprovação do abuso de personalidade,
caracterizado pelo desvio de nalidade ou confusão patrimonial, tal como consta do
art. 50 do Código Civil, daí porque, nessa hipótese, é obrigatória a instauração do
incidente de desconsideração da personalidade da pessoa jurídica devedora”.

Assim, em decisão inédita, a 1ª Turma do STJ reconheceu ser obrigatória a


instauração do IDPJ, o qual, conforme decidido, sempre deverá ser instaurado
quando for necessária a desconsideração da personalidade jurídica para que se
proceda à imputação de responsabilidade a grupo econômico ou a pessoa jurídica
dele integrante, ou seja, sempre que esse terceiro não for indicado no ato de
lançamento (indicado na própria CDA como corresponsável) ou não estiverem
presentes as hipóteses legais de redirecionamento previstas nos artigos 134 e 135
do CTN.

Sabe-se que a instauração do IDPJ na Execução Fiscal permite a realização de


defesa da parte executada com a possibilidade de produção de provas, afasta a
apresentação prévia de garantia no processo e suspende a Execução Fiscal até a
resolução do incidente. Por essa razão, a Fazenda Pública busca sempre defender o
descabimento ou a desnecessidade da sua instauração em sede de execução ퟓ�scal,
em qualquer caso.

Nesse cenário, apesar da regra geral de que, nas hipóteses em que o


redirecionamento da execução ퟓ�scal se fundamenta em responsabilização
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decorrente da própria Lei, não será cabível a instauração do IDPJ por não ser
necessário desconsiderar a personalidade jurídica da terceira pessoa (física ou
jurídica), o entendimento manifestado pela 1ª Turma do STJ é de extrema relevância
para delimitar o alcance das pretensões da Fazenda Pública de, indistintamente,
redirecionar cobranças executivas sempre que restar frustrada a execução contra a
devedora original.

Como bem delimitado pela 1ª Turma do STJ, salvo nas hipóteses em que o
redirecionamento decorre de expressa previsão legal, será necessário desconsiderar
a personalidade jurídica da executada, mediante a instauração de IDPJ, em
quaisquer outras situações, tais como, por exemplo, na pretensão de redirecionar a
cobrança executiva com fundamento na existência de grupo econômico.

———————

1 Ressalte-se que, na ocasião, a 1ª Turma ainda pontuou que a solidariedade

prevista no artigo 124 do CTN pressupõe (i) a presença do “interesse comum na


situação que constitua o fato gerador da obrigação tributária”, o qual deve ser
entendido como “interesse jurídico”, e não meramente econômico, razão pela qual
não se admite a responsabilização unicamente em virtude de se integrar o mesmo
grupo econômico, conforme jurisprudência do STJ; ou (ii) a existência de norma
legal expressa que atribua responsabilidade tributária.

2 Súmula 392/STJ: “A Fazenda Pública pode substituir a certidão de dívida ativa

(CDA) até a prolação da sentença de embargos, quando se tratar de correção de erro


material ou formal, vedada a modicação do sujeito passivo da execução”

LUIZ ROBERTO PEROBA – sócio do Pinheiro Neto Advogados


ANDRÉ TORRES DOS SANTOS – associado de Pinheiro Neto Advogados.
FERNANDA ABASOLO LAMARCO – associada de Pinheiro Neto Advogados.

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