Ao contrário deste primeiro modelo, que apela a uma norma moral e ao que
devem ser as obrigações recíprocas dos homens, o novo modelo económico de laissez-
faire que então se impunha, previa uma auto-regulação da economia, sem interferência
1 - http://www.infoescola.com/biografias/edward-palmer-thompson/;
2 – E. P. Thompsom, A Economia Moral da Multidão na Inglaterra do Século XVIII, Lisboa, editores refractários,
2008, p. 12;
3 – Ib., p.19;
4 – Ib., p. 23;
5 - Ib., p. 30.
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do Estado.6 Através deste último, gerava-se, contudo, um ambiente propício àquele que
pode lucrar mais sobre o que pode menos, já que os comerciantes, detentores únicos de
certas mercadorias essenciais, passam a controlar o preço dos produtos de primeira
necessidade no mercado.7 Thompson refere que, apesar de este último modelo ser o
mais adequado às realidades século XVIII, a mudança não acontecia, porque as
autoridades se encontravam “em certa medida reféns da população, que adoptara
elementos do modelo paternalista enquanto direito próprio e seu património legítimo”8
Enquanto o modelo paternalista vigorava, não se verificava um elevado número de
agitações populacionais.
É certo que na sociedade de hoje, se torna difícil imaginar uma época “onde se
considerava «antinatural» um homem lucrar com as necessidades dos outros e em que
se entendia também que, em tempo de escassez, os preços dos bens de «primeira
6 - E. P. Thompsom, A Economia Moral da Multidão na Inglaterra do Século XVIII, Lisboa, editores refractários,
2008, p. 40;
7 – Ib., p. 46;
8 - Ib., p. 38;
9 - Ib., p. 9.
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10- E. P. Thompsom, A Economia Moral da Multidão na Inglaterra do Século XVIII, Lisboa, editores refractários,
2008, p. 113;
11 - Ib., p. 54;
12 - Ib., p. 81;
13 – Ib., p.9.