HÇftV

CUENTOS FANT.

€ ( • T e o d o r o

LA F A S O

E L C A N T O D E A N T O N I A - E L H I S H K F T R V T « CA'
E L
REFLEJO PERDIDO - C O P P E H U S

ANNUNCIATA
N ú m . Glas.
LA PUERTA TAPIADA - O L I V E R I O BRUSSON
Nfca». A u t o r _
N*m< A.*S —

Proaio :—
¿LyfV
Traducción de Enrique L. de Verneuü
m
Feckw.
Clasift«¿_ ILUSTRACIÓN DE

Catalogó—

'i AJSATKußrvmtr
:
•T ti

BARCELONA

BIBLIOTECA < ARTE Y LETRAS »

DANIEL CORTEZO y C.*-'Calle dé l'allars (Salín de S. Juan)

« C A D Ä 0 0 1887
C0VARRÜ8W8

099309
(138 70,
 FONDO
RICARDO COVARRUBIAS

c a m p a n i l l a p a r a l l a m a r á su a y u d a d e c á m a r a , Kas-
p a r , p u e s ya h a b í a p a s a d o con m u c h o la h o r a de acos-
t a r s e : el v i e n t o soplaba f u r i o s o , y María, h e r m o s a
joven q u e tenía casi oculta la cabeza en u n espeso
C A P I L L A A L F O H « J I « |
chai, l u c h a b a en v a n o c o n t r a el s u e ñ o . Á pocos p a s o s
BIBLIOTECA UNIVERSrrABlA e s t a b a O t t m a r , hijo del b a r ó n , g r a v e e s t u d i a n t e á q u i e n
u . A . » V I g u s t a b a filosofar sobre t o d a s las cosas.
— P a d r e — d i j o el j o v e n — ¿ c ó m o p u e d e u s t e d c r e e r
q u e los s u e ñ o s n o sean f e n ó m e n o s m i s t e r i o s o s q u e n o s
p o n e n en c o m u n i c a c i ó n con el m u n d o invisible?
— A m i g o m í o — r e p l i c ó el b a r ó n - y o o p i n o c o m o
los m a t e r i a l i s t a s , q u e no ven n a d a d e s o b r e n a t u r a l en
FONDO RICARDO esos p r e t e n d i d o s m i s t e r i o s de la n a t u r a l e z a , p r o d u c i -
COVARRy^ dos a e x p e n s a s d e n u e s t r a i m a g i n a c i ó n .
— P e r o ¿ n o p o d r í a s e r — o b j e t ó María, la h e r m o s a
doncella — q u e los s u e ñ o s de q u e tan poco a p r e c i o ha-
E s t a b l e c i m i e n t o t i p o g r á f i c o - e d i t o r i a l d e DANIEL CORTKZO V C céis f u e s e n r e s u l t a d o d e la f e r m e n t a c i ó n q u e se o p e r a
 E. TEODORO HOFFMANN C U E N T O S F A N T Á S T I C O S

en el c e r e b r o , y q u e s u s t r a e á n u e s t r o e s p í r i t u d e la
d o m i n a c i ó n d é l o s s e n t i d o s d u r a n t e las h o r a s d e s u e ñ o ,
p e r m i t i é n d o l e v a g a r e n las s u b l i m e s r e g i o n e s n o limi-
t a d a s p o r el espacio ni p o r el t i e m p o ?
— Q u e r i d a h i j a — r e p u s o el b a r ó n — a l oirte h a b l a r
asi, figuróme estar e s c u c h a n d o las e n f á t i c a s divagacio-
n e s d e n u e s t r o a m i g o Alban. Ya sabes h a s t a q u é p u n t o
llega m i i n c r e d u l i d a d r e s p e c t o á t o d o s los s i s t e m a s q u e
los v i s i o n a r i o s d e h o y i m p r o v i s a n . L o s s u e ñ o s son el
f r u t o d e la sobrexcitación febril d e n u e s t r o s ó r g a n o s ,
y v e o la p r u e b a d e ello en las d e s a g r a d a b l e s sensacio-
nes q u e p r o d u c e n m i e n t r a s d u r a n , y h a s t a d e s p u é s : Si
los s u e ñ o s establecieran v e r d a d e r a s r e l a c i o n e s e n t r e
n o s o t r o s y el m u n d o invisible ¿ p o r q u é no serían u n a
iniciación en las i n e f a b l e s d i c h a s q u e las religiones nos
h a c e n e s p e r a r m á s allá de la vida t e r r e s t r e ?
O t t m a r iba á p r o m o v e r u n d e b a t e sin fin sobre el
a s u n t o ; p e r o el b a r ó n no le dió t i e m p o .
— Hagamos punto a q u í — i n t e r r u m p i ó — p u e s no
estoy d e h u m o r para d i s c u t i r ; y p o r o t r a p a r t e , el d í a
d e h o y , 9 d e S e t i e m b r e , d e s p i e r t a en m í u n r e c u e r d o
de la j u v e n t u d q u e s i e m p r e m e p r o d u c e dolorosa i m -
presión.
— S i n e m b a r g o — r e p l i c ó el e s t u d i a n t e — ¿ n o está
d e m o s t r a d o q u e la influencia m a g n é t i c a . . . ?
_ ¡ O h ! — e x c l a m ó el b a r ó n — n o p r o n u n c i e s j a m á s
esa p a l a b r a d e l a n t e d e mi, p o r q u e eso del m a g n e -
t i s m o m e s u b l e v a ; q u i e n p r o f e s a e s e ' a r t e odioso p a -
ga con su vida m á s p r o n t o ó m á s t a r d e la culpable
c u r i o s i d a d q u e le i m p e l e á l e v a n t a r el velo con q u e
Dios oculta s u s o b r a s . R e c u e r d o m u y bien, hijos míos,
q u e en la época en q u e y o e s t u d i a b a en el colegio d e
Berlín, habia entre nuestros profesores u n h o m b r e
c u y a s f a c c i o n e s n o se b o r r a r á n j a m á s d e m i m e m o r i a ,
p u e s n o p o d í a m i r a r l e sin e x p e r i m e n t a r secreto es-
p a n t o . De e s t a t u r a g i g a n t e s c a , y flaco c o m o u n esque-
LA F A S C I N A C I Ó N
 leto, t e n í a u n o d e esos s e m b l a n t e s q u e a p e n a s osaría
concebir la m á s e x t r a v a g a n t e i m a g i n a c i ó n ; y a d e m á s
estaba dotado de u n a fuerza y destreza admirables.
A l g u n a s v e c e s n o s refirió q u e , s i e n d o m a y o r al servi-
cio d e los d a n e s e s , h a b í a s e visto obligado á e x p a t r i a r -
se á c o n s e c u e n c i a d e u n d u e l o ; p e r o ciertas p e r s o n a s
s u p o n í a n q u e en vez de m a t a r l e a l m e n t e á su e n e m i g o ,
q u e e r a u n g e n e r a l , h a b í a l e a s e s i n a d o . El m a y o r e r a
h o m b r e d e c a r á c t e r m u y d u r o y d e u n a s e v e r i d a d sin
e j e m p l o con t o d o s los c o l e g i a l e s ; p e r o c i e r t o s días, su
carácter cambiaba completamente: entonces parecía
m u y benévolo y a f e c t u o s o ; y en a q u e l l o s m o m e n t o s
d e e x p a n s i ó n , c u a n d o n o s e s t r e c h a b a la m a n o , su con-
tacto hacía c i r c u l a r p o r n u e s t r a s v e n a s u n fluido s i n -
g u l a r q u e nos s o m e t í a á su influencia p o r no sé q u é
s i m p a t í a inexplicable. A q u e l l o s d í a s d e c a l m a e r a n
r a r o s , p u e s p r o n t o r e c o b r a b a su c a r á c t e r r í g i d o y la
severidad q u e t a n t o n o s a t e m o r i z a b a .
A l g u n a s veces se exaltaba h a s t a el d e l i r i o ; v e i a m o s -
le, v e s t i d o con su a n t i g u o u n i f o r m e rojo, r e c o r r e r á
g r a n d e s p a s o s las salas del colegio, e s g r i m i e n d o su ti-
z o n a en el vacío, cual si se hallase f r e n t e á u n f u r i o s o
a d v e r s a r i o ; d e s p u é s h a c í a a d e m á n d e p i s o t e a r un ca-
d á v e r , y al m i s m o t i e m p o p r o f e r í a h o r r i b l e s i m p r e c a -
ciones. O t r a s veces t r e p a b a á los á r b o l e s con la r a p i d e z
de u n g a t o m o n t é s , ó bien c o r r í a c o m o u n a fiera, lan-
z a n d o a g u d o s g r i t o s . E s t a s crisis d u r a b a n con f r e c u e n -
cia t o d o u n d í a ; p e r o al s i g u i e n t e el m a y o r e s t a b a
t r a n q u i l o , sin r e c o r d a r las e x t r a v a g a n c i a s d e la vís-
p e r a , si bien s u c a r á c t e r p a r e c í a c a d a vez m á s i n t r a t a -
ble y violento. En la c i u d a d y en el c o l e g i o d e c í a n s e
las cosas m á s e x t r a ñ a s acerca del m a y o r ; a l g u n o s ase-
g u r a b a n q u e poseía s e c r e t o s p a r a c u r a r t o d a s las e n -
f e r m e d a d e s p o r la i m p o s i c i ó n d e las m a n o s , y h a s t a
con u n a sola m i r a d a ; y esta opinión se había a r r a i g a d o
d e tal m o d o , q u e c i e r t o día el m a y o r se vió obligado á
s e r v i r s e d e su b a s t ó n p a r a alejar á v a r i a s p e r s o n a s q u e
le r o g a b a n hiciese en ellas la p r u e b a de su m i s t e r i o s o
p o d e r . No f a l t ó q u i e n llegase á decir q u e a q u e l h o m b r e
e s t a b a en relación con los e s p í r i t u s i n f e r n a l e s , y q u e
u n día ú o t r o su vida t e r m i n a r í a por u n a c a t á s t r o f e .
S i n e m b a r g o , f u e r a cual f u e s e su c o n d u c t a con los
d e m á s alumnos, manifestábase respecto á mí suma-
m e n t e benévolo y c a r i ñ o s o . No os r e f e r i r é t o d a s las
extrañas escenas que entre nosotros mediaron ; p e r o
voy á citaros un hecho q u e nunca he podido olvidar.
En la n o c h e del 9 d e S e t i e m b r e d e 17..., s o ñ é q u e el
m a y o r se a c e r c a b a á m i lecho, y q u e , fijando en m í
u n a m i r a d a p e n e t r a n t e , c u b r í a m e los ojos con la m a n o
d e r e c h a , d i c i é n d o m e : «¡ Mísera c r i a t u r a t e r r e s t r e , r e -
conoce en mi á t u s e ñ o r ! ¡ Yo t e n g o , c o m o Dios, la f a -
c u l t a d d e leer en t u p e n s a m i e n t o ! » C u a n d o h u b o
p r o n u n c i a d o e s t á s p a l a b r a s , p a r e c i ó m e q u e algo a g u -
d o y frío, c o m o u n a hoja d e a c e r o , a t r a v e s a b a m i
f r e n t e , p e n e t r a n d o en el c r á n e o ; e n t o n c e s p r o f e r í u n
grito de espanto, despertóme 'inundado de un s u d o r
frío, salté d e la c a m a , h a c i e n d o u n e s f u e r z o , y corrí á
la v e n t a n a p a r a r e f r e s c a r m e . ¡ C u á l n o sería m i e s p a n -
to al d i v i s a r , á la luz d e la l u n a , al t e m i b l e m a y o r , q u e
v e s t i d o s i e m p r e con su u n i f o r m e r o j o , a b r í a la p u e r t a
del colegio q u e d a b a al c a m p o y c e r r á b a l a t r a s sí con
e s t r é p i t o . . . ! Al p u n t o caí en t i e r r a p r i v a d o d e sen-
tido.
Al día s i g u i e n t e , cuacido referí á n u e s t r o i n s p e c t o r
lo o c u r r i d o , a s e g u r ó m e q u e sin d u d a h a b í a s o ñ a d o ;
p e r o c o m o el m a y o r no llegase á la h o r a de c o s t u m b r e ,
ni m u c h o t i e m p o d e s p u é s , f u e r o n á b u s c a r l e á su
c u a r t o . La p u e r t a estaba a t r a n c a d a p o r d e n t r o , y se
necesitó u n a palanca p a r a d e r r i b a r l a . En m e d i o d e la
habitación vióse al m a y o r t e n d i d o é i n e r t e ; tenía los
ojos vidriosos, la boca llena de u n a e s p u m a s a n g u i n o -
lenta ; y su m a n o , r í g i d a ya p o r el f r í o d e la m u e r t e ,
o p r i m í a la e m p u ñ a d u r a d e su e s p a d a . N a d a bastó p a r a
volverle á la v i d a .
El b a r ó n n o dijo u n a p a l a b r a m á s . O t t m a r , q u e
h a b í a e s c u c h a d o a t e n t a m e n t e , p a r e c í a m e d i t a r con
la f r e n t e a p o y a d a en u n a m a n o ; y María e s t a b a
m u y a g i t a b a . E n a q u e l m o m e n t o , el p i n t o r F r a n z
B i c k e r t , a n t i g u o a m i g o d e la familia, q u e había e n t r a -
d o s i l e n c i o s a m e n t e en la sala d u r a n t e el r e l a t o del
barón, comenzó á reir estrepitosamente, diciendo:
¡ V a y a u n a s h i s t o r i a s alegres para las n i ñ a s á la h o r a
d e a c o s t a r s e ! En c u a n t o á m í , a m i g o s m í o s , t e n g o u n
s i s t e m a del t o d o o p u e s t o al d e n u e s t r o q u e r i d o b a r ó n .
Sé p o r e x p e r i e n c i a q u e los s u e ñ o s d e la noche se p r o -
d u c e n p o r las s e n s a c i o n e s e x p e r i m e n t a d a s d u r a n t e el
día, y h e a q u í p o r q u é t e n g o s i e m p r e b u e n c u i d a d o ,
a n t e s d e a c o s t a r m e , de alejar t o d a p r e o c u p a c i ó n pe-
nosa, a l e g r a n d o m i e s p í r i t u con a l g ú n r e c u e r d o a g r a -
d a b l e del t i e m p o p a s a d o . Es u n a r e c e t a e x c e l e n t e
c o n t r a la p e s a d i l l a . Debéis t e n e r en c u e n t a a d e m á s ,
a m i g o s míos, q u e esos s u e ñ o s t e r r o r í f i c o s q u e á veces
n o s a t o r m e n t a n , c u a n d o n o s figuramos caer d e u n a
t o r r e , ó q u e n o s c o r t a n la cabeza, y o t r a s mil c o s a s
m á s ó m e n o s d e s a g r a d a b l e s , son r e s u l t a d o d e a l g ú n
dolor físico q u e i n f l u y e en n u e s t r a s f a c u l t a d e s m o r a -
les. E s c u c h a d : a h o r a r e c u e r d o u n s u e ñ o . — Y o t o m a b a
p a r t e en c i e r t a o r g í a ; u n oficial y u n e s t u d i a n t e se
t r a b a n d e p a l a b r a s y a r r ó j a n s e los v a s o s á la c a b e z a ;
p r o c u r o s e p a r a r l o s ; en la l u c h a m e s i e n t o g r a v e m e n t e
h e r i d o . e n la m a n o , y el dolor m e d e s p i e r t a . . . E n efec-
to, con u n alfiler clavado en la colcha m e a c a b a b a d e
h a c e r u n r a s g u ñ o , y m i m a n o s a n g r a b a . He t e n i d o
otros sueños espantosos, y...
— ¡ A h ! — e x c l a m ó María — p o r f a v o r os p i d o q u e n o
c o n t é i s esas cosas, p u e s m e h a c e n m u c h o d a ñ o . . .
— ¡No h a y favor q u e valga ¡ — e x c l a m ó B i c k e r t . —
H a b é i s d e s a b e r q u e en s u e ñ o s f u i c o n v i d a d o u n a vez
 con su sistema al r e f e r i r n o s esos s u e ñ o s , p u e s ó q u i e -
á u n t h é magnifico p o r la p r i n c e s a A m a l d a s o n g i . Al
re q u e n o s d e s t e r n i l l e m o s de risa, ó no h a sabido i m a -
e n t r a r en el salón, luciendo m i m á s rico traje, p r e p a -
g i n a r c u e n t o s c o n f o r m e s con su t e o r í a . C o m o q u i e r a
r á b a m e ya á d i r i g i r la m á s elocuente declaración a m o -
q u e s e a , n o q u e d o m e n o s p e r s u a d i d o de q u e la v i r t u d
r o s a á la noble d a m a , c u a n d o de p r o n t o eché de v e r ,
magnética...
al fijar u n a m i r a d a satisfecha sobre m i p e r s o n a , q u e
— V a m o s — i n t e r r u m p i ó el b a r ó n — n o volvamos á to-
se m e h a b í a olvidado el calzón...
car ese a s u n t o . Prefiero q u e María n o s h a g a u n p o n c h e
Este chiste de Bickert f u é acogido p o r u n a r u i d o s a
p a r a q u e t o d o s conserven el b u e n h u m o r .
c a r c a j a d a ; p e r o sin d e j a r á s u s o y e n t e s t i e m p o de r e -
Bickert a p l a u d i ó la idea, y m i e n t r a s q u e la joven
c o b r a r s e , el alegre artista c o n t i n u ó la n a r r a c i ó n de s u s
hacía s u s p r e p a r a t i v o s , el p i n t o r se o c u p ó e n r e a n i m a r
sueños.
el f u e g o de la c h i m e n e a . C u a n d o el p o n c h e e s t u v o he-
— A h o r a voy á contaros—dijo—otra cosa m á s incon-
cho, O t t m a r llenó los vasos, y Bickert vació el suyo,
v e n i e n t e y h u m i l l a n t e . Una n o c h e soñaba q u e sólo
diciendo:
t e n í a veinte a ñ o s y q u e iba á bailar u n r i g o d ó n con
— J a m á s m e h a p a r e c i d o este licor t a n a g r a d a b l e
u n a m u j e r h e r m o s í s i m a ; h a b í a g a s t a d o m i ú l t i m o es-
como c u a n d o lo p r e p a r ó la h e r m o s a María, q u e p a -
c u d o p a r a e n g a l a n a r u n poco m i ú n i c o t r a j e ; llego,
rece c o m u n i c a r u n p e r f u m e celestial á c u a n t o ella
p e n e t r o e n t r e la brillante m u l t i t u d q u e se o p r i m e á la
toca. La influencia m i s t e r i o s a de su belleza p r o d u c e
p u e r t a del salón, y de r e p e n t e , u n m a l d i t o p e r r o de
ese efecto e n c a n t a d o r ; y en m i concepto, es el m a g -
a g u a s a b r e la p u e r t e c i l l a de u n a e s t u f a d e l a n t e de m i
n e t i s m o m á s incontestable...
y m e dice : « S e ñ o r galán, p o r ese a g u j e r o es p o r d o n -
—¡ V a y a , veo q u e v o l v e m o s al m a g n e t i s m o !—inte-
d e h a b é i s de p a s a r . . . » O t r o s u e ñ o : a n o c h e m e figuré
r r u m p i ó el b a r ó n ; — á fe m í a q u e no s a l d r e m o s esta
q u e m e h a b í a c o n v e r t i d o en h o j a de papel, y q u e u n
noche de lo fantástico y de lo e x t r a v a g a n t e . . . María es
a p r e n d i z de p o e t a , a r m a d o d e u n a p l u m a de pavo,
realmente una hermosa y buena h i j a ; pero gracias á
m u y m a l c o r t a d a , d e s g a r r á b a m e en t o d o s sentidos,
vosotros, p a r é c e m e q u e a l g ú n día la t o m a r é p o r u n
e s c r i b i e n d o en m i blanca superficie s u s r i m a s m u t i l a -
sér del o t r o m u n d o . P r o c u r e m o s , p u e s , v i v i r e n paz,
d a s á f u e r z a de t a c h o n e s . En fin, sabed q u e h a c e poco
sin t u r b a r esta existencia c o m ú n q u e t a n dulce m e
s o ñ é q u e u n c i r u j a n o m e d e s m o n t a b a los m i e m b r o s
parece...
u n o p o r u n o , cual si f u e s e u n a m u ñ e c a de m a d e r a , y
—Sin e m b a r g o — r e p l i c ó O t t m a r — m u c h o s d e s e o s
complacíase c r u e l m e n t e en ver el efecto q u e p r o d u c i -
t e n g o de r e f e r i r á n u e s t r o a m i g o B i c k e r t u n h e c h o
rían m i s pies p u e s t o s en m e d i o de la espalda, ó el
q u e Alban m e confió y q u e m e h a i m p r e s i o n a d o p r o -
brazo d e r e c h o a d a p t a d o á la p i e r n a i z q u i e r d a . . . P o r
f u n d a m e n t e . D u r a n t e su r e s i d e n c i a en la Universidad,
último...
Alban se relacionó con u n joven l l a m a d o T e o b a l d o ,
P e r o al llegar a q u í , el barón y s u s hijos p r o f e r í a n
q u e á p r i m e r a vista seducía á t o d o s c u a n t o s le m i r a -
tales c a r c a j a d a s , q u e el a m i g o F r a n z Bickert se vió
b a n ; e r a u n joven de c a r á c t e r afable y m u y sensible;
obligado á r e n u n c i a r á s u s c u e n t o s . E n t o n c e s O t t m a r
p e r o poco á poco, d e s d e q u e comenzó á s e r a m i g o de
t o m ó la p a l a b r a .
Alban, su carácter c a m b i ó ; veíasele s i e m p r e t r i s t e é,
— N u e s t r o a m i g o — d i j o — s e p o n e e n contradicción
B¿e.lO¡"C" n-
"ALFUTO*)
*bí!O. 1625 MONÍiftRty, MEXIC0
inquieto, y a u n q u e de espíritu meditabundo, comen-
zó á e x a l t a r s e g r a d u a l m e n t e . Sólo Alban ejercía c i e r t o
dominio sobre aquella naturaleza irritable, cuya ener-
gía se a g o t a b a en e s t é r i l e s l u c h a s c o n t r a las m e z q u i n -
d a d e s d e la v i d a .
D e s p u é s d e g r a d u a r s e en la U n i v e r s i d a d d e J..., Teo-
b a l d o debía volver á su ciudad n a t a l p a r a c a s a r s e con
la h i j a d e s u t u t o r y vivir p a c í f i c a m e n t e con la c u a n -
tiosa r e n t a q u e s u s p a d r e s le h a b í a n d e j a d o . T o d a s s u s
a s p i r a c i o n e s , sin e m b a r g o , r e s u m í a n s e en el e s t u d i o
del m a g n e t i s m o a n i m a l , del q u e s u a m i g o Alban le
había d a d o las p r i m e r a s lecciones, y p r o p o n í a s e n a d a
m e n o s q u e p r o s e g u i r h a s t a los ú l t i m o s l í m i t e s d e lo
posible el d e s a r r o l l o d e los m i s t e r i o s o s f e n ó m e n o s d e
esa ciencia.
P o c o t i e m p o d e s p u é s d e h a b e r v u e l t o á sus h o g a -
r e s escribió á Alban u n a carta d e s e s p e r a d a , a n u n c i á n -
dole q u e d u r a n t e su ausencia, u n oficial d e t r o p a s
e x t r a n j e r a s , alojado p r o v i s i o n a l m e n t e e n ca"sa d e su
t u t o r , se había e n a m o r a d o d e la joven, c o n s i g u i e n d o
q u e ella p a r t i c i p a s e d e su p a s i ó n . C u a n d o el oficial
h u b o d e m a r c h a r con el c u e r p o d e ejército á q u e per-
t e n e c í a , s u a m a d a se entristeció t a n t o , q u e su juicio
s u f r i ó a l g u n a alteración, y llegóse á t e m e r p o r su
v i d a . El p o b r e T e o b a l d o , p u e s , n o sólo d e b í a l a m e n -
t a r s e d e h a b e r p e r d i d o el corazón d e s u p r o m e t i d a ,
s i n o d e v e r s e e x p u e s t o á p e r d e r el ú n i c o objeto d e su
a m o r . Alban le c o n t e s t ó al p u n t o q u e s u d e s g r a c i a n o
e r a i r r e p a r a b l e , y q u e el m a g n e t i s m o le d e v o l v e r í a in-
f a l i b l e m e n t e la m u j e r a m a d a . T e o b a l d o , a p r o v e c h á n -
d o s e d e este consejo, p r e v i o el p e r m i s o d e la m a d r e
d e su n o v i a , f u é t o d a s las noches á s e n t a r s e j u n t o á
é s t a en el m o m e n t o en q u e , c e d i e n d o al s u e ñ o , e r a víc-
t i m a d e d o l o r o s a s pesadillas, d u r a n t e las c u a l e s repe-
tía d e c o n t i n u o el n o m b r e del oficial. T e o b a l d o ejerció
así g r a d u a l m e n t e en la joven la influencia c u y a v i r t u d
secreta le había e n s e ñ a d o Alban, y c u a n d o p o d í a so-
m e t e r l a al e s t a d o de s o n a m b u l i s m o , c o n v e r s a b a con
ella, evocando los d u l c e s r e c u e r d o s d e s u s j u e g o s d e
la infancia, y de su t i e r n o y m u t u o afecto. Poco á
poco, la joven se dejó d o m i n a r p o r el a s c e n d i e n t e m á -
gico d e la influencia q u e la r o d e a b a , y s i e m p r e q u e
volvía al e s t a d o d e s o n a m b u l i s m o , s u s s e n s a c i o n e s y
r e s p u e s t a s á las p r e g u n t a s q u e le d i r i g í a n , r e f e r í a n s e
n a t u r a l m e n t e á T e o b a l d o y á s u s r e c u e r d o s de la in-
fancia. La d o m i n a c i ó n del joven llegó á ser t a n c o m -
pleta, q u e s u novia a c a b ó p o r n o vivir m á s q u e con su
vida y su v o l u n t a d ; p a r e c í a q u e el a l m a d e su a m i g o
se h u b i e s e c o n f u n d i d o con la s u y a p r o p i a , y q u e sólo
existiese en ella...
Aquí llegaba O t t m a r en su h i s t o r i a , c u a n d o d e re-
p e n t e María, c a m b i a n d o d e color, profirió u n g r i t o
a g u d o , y s e g u r a m e n t e h u b i e r a caído en el suelo si
Bickert n o h u b i e s e e s t a d o j u n t o á ella p a r a recibirla en
s u s brazos. T o d o s a c u d i e r o n á socorrerla, p e r o n a d a
bastó p a r a hacerla volver en s í : parecía m u e r t a .
—¡ Dios mío—exclamó O t t m a r — s ó l o Alban p o d r í a
salvarla !...
En a q u e l m i s m o m o m e n t o a b r i ó s e la p u e r t a y a p a -
reció Alban, q u e a d e l a n t á n d o s e con paso g r a v e , se
acercó á la joven y le dijo, cual si h u b i e r a p o d i d o oirle:
«¿Qué tenéis, María ?...» La hija del b a r ó n se e s t r e m e -
ció al oir aquellas p a l a b r a s , hizo a l g u n o s m o v i m i e n t o s
y m u r m u r ó : «¡Dejadme, h o m b r e m a l d i t o , q u i e r o m o r i r
al m e n o s sin p a d e c e r ! . . . » Alban se s o n r i ó , y fijando
sus m i r a d a s en los p r e s e n t e s , les dijo: «No t e m á i s n a d a ;
es u n ligero acceso de fiebre, y p r o n t o q u e d a r á dor-
mida ; d e a q u í á seis h o r a s , c u a n d o d e s p i e r t e , le d a r é i s
doce g o t a s del licor c o n t e n i d o en este frasco.»
Así d i c i e n d o , e n t r e g ó á O t t m a r u n f r a s q u i t o d e pla-
ta, saludó, y retiróse c o m o había v e n i d o .
—¡ Bien'.—exclamó B i c k e r t ; — h e a q u í o t r o d o c t o r
maravilloso... la m i r a d a p e n e t r a n t e , la voz p r o f é t i c a ,
el f r a s c o d e elíxir ; n a d a f a l t a .
— A m i g o Bickert—dijo el a n c i a n o barón—la n o c h e
t e r m i n a m u y t r i s t e m e n t e . Desde q u e Alban se m a r -
chó, con f r e c u e n c i a h e p e n s a d o q u e a l g ú n f a t a l acon-
t e c i m i e n t o nos le volvería á t r a e r . ¡ Dios q u i e r a q u e
mis presentimientos me hayan engañado !
— P e r o , a m i g o mío—replicó B i c k e r t — m e parece q u e
d e b é i s c o n s i d e r a r c o m o m u y feliz y o p o r t u n a la lle-
g a d a d e Alban, p u e s al fin y al cabo es un d o c t o r hábil
y n o h a b r é i s olvidado q u e en cierta época en q u e la
h e r m o s a María se q u e j a b a d e crisis n e r v i o s a s , c o n t r a
las cuales e r a n i m p o t e n t e s todos los r e m e d i o s , Alban
s u p o c u r a r l a s en pocas s e m a n a s por m e d i o de ese
m a g n e t i s m o q u e aborrecéis. Yo creo q u e es preciso
d e s e c h a r p r e o c u p a c i o n e s d e m a s i a d o e x a g e r a d a s con-
t r a las ciencias m o d e r n a s , p u e s la n a t u r a l e z a oculta
en su seno m i l e s d e s e c r e t o s , c u y o d e s c u b r i m i e n t o f u -
t u r o c o s t a r á n u m e r o s o s siglos...
— A f e m í a — i n t e r r u m p i ó el barón — n o e s t o y m á s
a t r a s a d o q u e c u a l q u i e r a o t r o , ni soy e n e m i g o de los
p r o g r e s o s de la ciencia; p e r o á decir v e r d a d , mi aver-
sión al m a g n e t i s m o p r o v i e n e en g r a n p a r t e de no h a -
b e r c o m p r e n d i d o n u n c a á ese Alban, a q u i e n m i hijo
a p r e c i a t a n t o . I n ú t i l m e n t e m e e s f u e r z o para r e c o n o c e r
a l g u n a expresión d e v e r d a d en la fisonomía c a m b i a n t e
de ese h o m b r e s i n g u l a r ; sé q u e d e b o estarle m u y a g r a -
decido p o r la curación d e m i hija; y con la m e j o r v o -
l u n t a d le ofrecería t o d o s los t e s o r o s d e u n rey; p e r o
d e b o c o n f e s a r o s , q u e r i d o Bickert, q u e u n a r e p u l s i ó n
invencible m e ha i m p e d i d o s i e m p r e m a n i f e s t a r l e m i
g r a t i t u d . A p e s a r mío, c a d a día m e es m á s odioso; y
c u a n d o le m i r o , p a r é c e m e t e n e r á la vista á ese diabóli-
co m a y o r d a n é s q u e en o t r o t i e m p o m e a t e m o r i z ó t a n t o .
— ¡Ah!—exclamó B i c k e r t — h e a q u í , p u e s , sin ir m á s
lejos, el secreto d e ese inexplicable odio. No es Alban
el q u e p r e o c u p a v u e s t r a i m a g i n a c i ó n , sino ese m a l d i t o
m a y o r d a n é s ; el b u e n Alban p a g a las c u l p a s de ese hom-
bre maléfico, sin t e n e r su nariz g a n c h u d a y s u s n e g r o s
ojos p e n e t r a n t e s ; p e r o a u n q u e f u e s e u n poco visionario,
d e b é i s d i s p e n s a r l e esta ligera falta, p u e s t o q u e q u i e r e
y practica el b i e n . D e j e m o s á u n lado las f l a q u e z a s del
h o m b r e y r i n d a m o s c u l t o á la alta ciencia del m é d i c o .
—Lo q u e decís, a m i g o F r a n z — i n t e r r u m p i ó el b a r ó n
l e v a n t á n d o s e — n o es la e x p r e s i ó n d e v u e s t r o p e n s a -
miento ; tratáis de disminuir mis inquietudes; pero
c u a n t o s e s f u e r z o s h a g á i s s e r á n inútiles, p u e s bajo la
f o r m a h u m a n a d e ese Alban veo u n sér i n f e r n a l del
q u e t o d o se d e b e t e m e r . E s c u c h a d , a m i g o mío, lo m e -
jor será q u e a m b o s vigilemos á ese h o m b r e , p u e s en
él h a y , os lo r e p i t o , algo d e t e m i b l e y maléfico.
L o s d o s a n t i g u o s a m i g o s se e s t r e c h a r o n la m a n o
a n t e s d e s e p a r a r s e . La n o c h e estaba o s c u r a y silencio-
sa; María, e n t r e g a d a al p a r e c e r á u n s u e ñ o letárgico,
se d e s p e r t ó á las seis h o r a s , y e n t o n c e s se le p r o p i n ó
el m e d i c a m e n t o p r e s c r i t o por el d o c t o r Alban. Algu-
n o s m o m e n t o s d e s p u é s s e n t í a s e p e r f e c t a m e n t e bien y
n o r e c o r d a b a la m e n o r cosa d e su a c c i d e n t e d e la vís-
p e r a . A q u e l día n o se p r e s e n t ó Alban á la h o r a de
r e u n i r s e la familia p a r a c o m e r ; p e r o envió á d e c i r q u e
u n a larga c o r r e s p o n d e n c i a le tenía m u y o c u p a d o .
MARÍA Á ALDEGONDA
« Q u e r i d a a m i g a d e m i infancia: ¡qué feliz m e h a he-
cho t u c a r t a ! Al r e c o n o c e r t u e s c r i t u r a creí m o r i r m e
de alegría. ¡ Con q u é placer h e leído las b u e n a s noti-
cias d e t u h e r m a n o Hipólito, m i prometido adorado!
T u pobre amiga, querida Aldegonda, ha estado m u y
e n f e r m a , y n o p o d r í a e x p r e s a r t e los p a d e c i m i e n t o s q u e
e x p e r i m e n t a b a . P a r e c í a m e v e r al r e v é s t o d a s las cosas
de la vida; el m e n o r r u i d o m e a t r a v e s a b a la cabeza
maravilloso... la m i r a d a p e n e t r a n t e , la voz p r o f é t i c a ,
el f r a s c o d e elíxir ; n a d a f a l t a .
— A m i g o Bickert—dijo el a n c i a n o barón—la n o c h e
t e r m i n a m u y t r i s t e m e n t e . Desde q u e Alban se m a r -
chó, con f r e c u e n c i a h e p e n s a d o q u e a l g ú n f a t a l acon-
t e c i m i e n t o nos le volvería á t r a e r . ¡ Dios q u i e r a q u e
mis presentimientos me hayan engañado !
— P e r o , a m i g o mío—replicó B i c k e r t — m e parece q u e
d e b é i s c o n s i d e r a r c o m o m u y feliz y o p o r t u n a la lle-
g a d a d e Alban, p u e s al fin y al cabo es un d o c t o r hábil
y n o h a b r é i s olvidado q u e en cierta época en q u e la
h e r m o s a María se q u e j a b a d e crisis n e r v i o s a s , c o n t r a
las cuales e r a n i m p o t e n t e s todos los r e m e d i o s , Alban
s u p o c u r a r l a s en pocas s e m a n a s por m e d i o de ese
m a g n e t i s m o q u e aborrecéis. Yo creo q u e es preciso
d e s e c h a r p r e o c u p a c i o n e s d e m a s i a d o e x a g e r a d a s con-
t r a las ciencias m o d e r n a s , p u e s la n a t u r a l e z a oculta
en su seno m i l e s d e s e c r e t o s , c u y o d e s c u b r i m i e n t o f u -
t u r o c o s t a r á n u m e r o s o s siglos...
— A f e m í a — i n t e r r u m p i ó el barón — n o e s t o y m á s
a t r a s a d o q u e c u a l q u i e r a o t r o , ni soy e n e m i g o de los
p r o g r e s o s de la ciencia; p e r o á decir v e r d a d , mi aver-
sión al m a g n e t i s m o p r o v i e n e en g r a n p a r t e de no h a -
b e r c o m p r e n d i d o n u n c a á ese Alban, a q u i e n m i hijo
a p r e c i a t a n t o . I n ú t i l m e n t e m e e s f u e r z o para r e c o n o c e r
a l g u n a expresión d e v e r d a d en la fisonomía c a m b i a n t e
de ese h o m b r e s i n g u l a r ; sé q u e d e b o estarle m u y a g r a -
decido p o r la curación d e m i hija; y con la m e j o r v o -
l u n t a d le ofrecería t o d o s los t e s o r o s d e u n rey; p e r o
d e b o c o n f e s a r o s , q u e r i d o Bickert, q u e u n a r e p u l s i ó n
invencible m e ha i m p e d i d o s i e m p r e m a n i f e s t a r l e m i
g r a t i t u d . Á p e s a r mío, c a d a día m e es m á s odioso; y
c u a n d o le m i r o , p a r é c e m e t e n e r á la vista á ese diabóli-
co m a y o r d a n é s q u e en o t r o t i e m p o m e a t e m o r i z ó t a n t o .
— ¡Ah!—exclamó B i c k e r t — h e a q u í , p u e s , sin ir m á s
lejos, el secreto d e ese inexplicable odio. No es Alban
el q u e p r e o c u p a v u e s t r a i m a g i n a c i ó n , sino ese m a l d i t o
m a y o r d a n é s ; el b u e n Alban p a g a las c u l p a s de ese hom-
bre maléfico, sin t e n e r su nariz g a n c h u d a y s u s n e g r o s
ojos p e n e t r a n t e s ; p e r o a u n q u e f u e s e u n poco visionario,
d e b é i s d i s p e n s a r l e esta ligera falta, p u e s t o q u e q u i e r e
y practica el b i e n . D e j e m o s á u n lado las f l a q u e z a s del
h o m b r e y r i n d a m o s c u l t o á la alta ciencia del m é d i c o .
—Lo q u e decís, a m i g o F r a n z — i n t e r r u m p i ó el b a r ó n
l e v a n t á n d o s e — n o es la e x p r e s i ó n d e v u e s t r o p e n s a -
miento ; tratáis de disminuir mis inquietudes; pero
c u a n t o s e s f u e r z o s h a g á i s s e r á n inútiles, p u e s bajo la
f o r m a h u m a n a d e ese Alban veo u n sér i n f e r n a l del
q u e t o d o se d e b e t e m e r . E s c u c h a d , a m i g o mío, lo m e -
jor será q u e a m b o s vigilemos á ese h o m b r e , p u e s en
él h a y , os lo r e p i t o , algo d e t e m i b l e y maléfico.
L o s d o s a n t i g u o s a m i g o s se e s t r e c h a r o n la m a n o
a n t e s d e s e p a r a r s e . La n o c h e estaba o s c u r a y silencio-
sa; María, e n t r e g a d a al p a r e c e r á u n s u e ñ o letárgico,
se d e s p e r t ó á las seis h o r a s , y e n t o n c e s se le p r o p i n ó
el m e d i c a m e n t o p r e s c r i t o por el d o c t o r Alban. Algu-
n o s m o m e n t o s d e s p u é s s e n t í a s e p e r f e c t a m e n t e bien y
n o r e c o r d a b a la m e n o r cosa d e su a c c i d e n t e d e la vis-
p e r a . A q u e l día n o se p r e s e n t ó Alban á la h o r a de
r e u n i r s e la familia p a r a c o m e r ; p e r o envió á d e c i r q u e
u n a larga c o r r e s p o n d e n c i a le tenía m u y o c u p a d o .
MARÍA Á ALDEGONDA
« Q u e r i d a a m i g a d e m i infancia: ¡qué feliz m e h a he-
cho t u c a r t a ! Al r e c o n o c e r t u e s c r i t u r a creí m o r i r m e
de alegría. ¡ Con q u é placer h e leído las b u e n a s noti-
cias d e t u h e r m a n o Hipólito, m i prometido adorado!
T u pobre amiga, querida Aldegonda, ha estado m u y
e n f e r m a , y n o p o d r í a e x p r e s a r t e los p a d e c i m i e n t o s q u e
e x p e r i m e n t a b a . P a r e c í a m e v e r al r e v é s t o d a s las cosas
de la vida; el m e n o r r u i d o m e a t r a v e s a b a la cabeza
 CUENTOS FANTÁSTICOS

como un aguijón, y hasta c u a n d o no d o r m i a era presa

d e los s u e ñ o s m á s e x t r a v a g a n t e s q u e i m a g i n a r t e p u e -
d a s ; u n a s e c r e t a i n q u i e t u d c o n s u m í a l e n t a m e n t e to-
d a s m i s f u e r z a s , s e n t í a l l e g a r la m u e r t e c o n t o d o s s u s
t e r r o r e s , y m á s q u e n u n c a a n s i a b a v i v i r . T o d o s los
m é d i c o s p e r d í a n el t i e m p o r e c o n o c i é n d o m e , c u a n d o
m i h e r m a n o O t t m a r p r e s e n t ó e n casa u n o d e s u s a m i -
gos que me ha curado de una manera maravillosa.
»En casi t o d o s m i s s u e ñ o s s e m e a p a r e c í a u n h o m b r e
g r a v e y h e r m o s o , q u e á p e s a r de s u j u v e n t u d i n s p i r á -
b a m e el m á s p r o f u n d o r e s p e t o . E s t e p e r s o n a j e f a n t á s -
tico m e a t r a í a h a c i a sí p o r el i m á n d e u n a t e r n u r a
m i s t e r i o s a , y fácil t e s e r á c o m p r e n d e r h a s t a q u é p u n t o
llegaría m i s o r p r e s a , q u e r i d a A l d e g o n d a , c u a n d o re-
conocí p o r t o d o s los r a s g o s de s u fisonomía al h o m b r e
q u e yo h a b í a s o ñ a d o , en el a m i g o q u e m i h e r m a n o
n o s p r e s e n t a b a . A l b a n , e s t e es s u n o m b r e , m e s o m e t i ó
á p e s a r m í o á la i n f l u e n c i a d e s u m i r a d a ; p e r o e n vez
d e las c o n v u l s i o n e s n e r v i o s a s q u e s i e m p r e m e a g i t a -
ron, e x p e r i m e n t é como u n a calma letárgica q u e ador-
m e c í a t o d o s m i s s e n t i d o s ; m i s s u e ñ o s se d e s v a n e c i e -
r o n ; d o r m í a p r o f u n d a m e n t e , y la v i v a c i d a d f e b r i l d e
m i s s e n s a c i o n e s d e s a p a r e c i ó . Sin e m b a r g o , p a r é c e m e
á veces q u e d u r a n t e el s u e ñ o m e c r e o d o t a d a d e u n
n u e v o s e n t i d o ; e n t r e A l b a n y yo e s t a b l é c e s e u n a co-
m u n i c a c i ó n m i s t e r i o s a ; m e h a c e p r e g u n t a s , y y o le
d i g o lo q u e p a s a e n m í c u a l si l e y e s e e n u n libro.
O t r a s v e c e s , el m i s m o A l b a n e s q u i e n m e p r e o c u p a ;
paréceme hallar en mi su pensamiento, y q u e por su
sola v o l u n t a d e n c i e n d e e n m i s é r u n f o c o d e luz, el
c u a l r e s p l a n d e c e ó se e x t i n g u e , s e g ú n q u e p o r ella m e
a t r a i g a ó m e r e c h a c e : e s u n a e s p e c i e d e e s t a d o e n el
q u e e x p e r i m e n t o u n a dicha inefable, superior á todo
c u a n t o la v i d a física p u e d a o f r e c e r . T a l vez t e r í a s d e
m í , q u e r i d a A l d e g o n d a , c r e y e n d o q u e e s t o y loca ó
e n f e r m a ; p e r o de t o d o s m o d o s , t e a s e g u r o q u e j a m á s
LA F A S C I N A C I Ó N
h e a m a d o t a n t o á Hipólito, ni d e s e a d o con m a y o r an-
sia su vuelta. Desde q u e Alban m e sometió á esa fuer-
za m i s t e r i o s a , q u e él llama magnetismo, s e g ú n creo,
figúrome q u e por él a m o a Hipólito con m á s a c e n d r a -
do cariño. A l b a n , ese h o m b r e s u b l i m e y benéfico, nos
p r o t e g e r á a los d o s hasta d e s p u é s d e n u e s t r a u n i ó n .
»Aigunas veces, no o b s t a n t e , m e i n s p i r a t e m o r ; e x -
t r a ñ a s sospechas r a s g a n el velo de e n t u s i a s m o con q u e
r o d e o la figura d e Alban en el f o n d o d e mi a l m a ; t e n g o
h o r a s de fascinación, d u r a n t e las cuales i m a g i n ó m e
verle en m e d i o de t o d o s los a t r i b u t o s u s a d o s , s e g ú n
dicen, p a r a p r a c t i c a r culpables s o r t i l e g i o s ; s u s nobles
facciones se d e s c o m p o n e n , y sólo veo ya u n h e d i o n d o
esqueleto, c u y a o s a m e n t a c r u g e bajo los anillos d e los
i n m u n d o s reptiles q u e en ella se e n r o s c a n .
»Por lo d e m á s , Alban m e r e c e t o d a m i confianza; le
doy á conocer i n g e n u a m e n t e t o d a s m i s sensaciones,
y m a n i f i é s t o l e las d u d a s q u e m e i n s p i r a ; p e r o él se
m u e s t r a i m p a s i b l e á m i s m i r a d a s . S i e m p r e es el mis-
m o h o m b r e a m a b l e y afectuoso; y ai o b s e r v a r su m a -
jestuosa calma, m e a v e r g ü e n z o d e m i s locas ideas.
»He a q u í , q u e r i d a Aldegonda, la historia d e mi vida
interior. Mi corazón se siente a h o r a m a s aliviado, por-
q u e ya no t e n g o secretos p a r a ti. C o n s é r v a t e b u e n a , y
hasta m u y pronto.»

AI.BAN A TEOBALDO

«... T o d a existencia es el p r e m i o d e una l u c h a : es la lu-

cha m i s m a ; y la victoria p e r t e n e c e al m á s f u e r t e , p o r q u e
la fuerza es la ley n a t u r a l de t o d a s las cosas; el ser do-
m i n a d o a u m e n t a con la s u y a p r o p i a la d e su v e n c e d o r .
«La fuerza del e s p í r i t u , así como la f u e r z a física, tie-
n e s u s c o m b a t e s y sus victorias ; u n a m e d i a n a inteli-
gencia d o m i n a y s o m e t e á m e n u d o u n a f u e r z a fí-
sica i n m e n s a ; esta en n o s o t r o s como un reflejo d e
 E. TEODORO HOFFMANN
Dios, q u e nos da el i m p e r i o s o b r e t o d o s los s e r e s .
» I g n o r a m o s los m i s t e r i o s d e la unión del espíritu con
el c u e r p o ; el d e s c u b r i m i e n t o d e esta ciencia nos inicia-
ría en la o m n i p o t e n c i a d e Dios. Sólo nos es d a d o ejer-
cer, p a r a la satisfacción d e n u e s t r o s d e s e o s , en el
círculo q u e se nos trazó, la s u m a d e f u e r z a q u e nos ha
sido c o m u n i c a d a p a r a d i s f r u t a r d e la creación.
»He hallado en mi c a m i n o u n a joven cuyo aspecto
hizo vibrar en mi alma c u e r d a s s i m p á t i c a s ; c o m p r e n -
día yo q u e toda la f u e r z a estaba d e mi p a r t e para
a t r a e r s u vida á la m í a ; m a s era preciso l u c h a r contra
o t r a influencia e x t r a ñ a q u e la había d o m i n a d o . Esta
joven a m a b a y era c o r r e s p o n d i d a ; y por lo t a n t o h u b e
d e c o n c e n t r a r en u n solo p u n t o t o d a s las f u e r z a s de
mi v o l u n t a d . La m u j e r ha recibido d e la n a t u r a l e z a
una organización p a s i v a ; en el sacrificio q u e volunta-
riamente hace d e su p e r s o n a p a r a e x p l a y a r su alma en
el seno del sér q u e la d o m i n a por su s u p e r i o r i d a d , es
en lo q u e reside la dicha del a m o r .
»Me bastó p e r m a n e c e r u n a s e m a n a j u n t o á la h e r m o -
sa María para conocerla bien, y e n t o n c e s a p l i q u é á la
e x q u i s i t a delicadeza d e s u s ó r g a n o s la acción oculta
del m a g n e t i s m o , d e esa ciencia d e q u e el v u l g o se ríe.
E n t r e la joven y yo establecí relaciones simpáticas,
c u y a c a d e n a n o podían r o m p e r la ausencia ni el aleja-
m i e n t o ; y m u y p r o n t o q u e d ó bajo m i d o m i n i o en
accesos d e alucinación q u e su p a d r e y su h e r m a n o to-
m a r o n por u n a dolencia n e r v i o s a . Amigo del s e g u n d o ,
q u e a d m i r a b a , sin c o m p r e n d e r l a s , a l g u n a s e x p e r i e n -
cias q u e m e complacía en hacerle ver, f u i l l a m a d o á la
casa d e María en calidad d e médico, y al p u n t o m e re-
conoció por u n e s t r e m e c i m i e n t o m i s t e r i o s o q u e ase-
guraba mi imperio, pues bastan mis miradas y mi
secreta v o l u n t a d p a r a s u m i r l a en el s o n a m b u l i s m o , es
d e c i r , p a r a a t r a e r su alma á la m í a . Desde q u e vivo
cerca d e ella, la i m a g e n de Hipólito se borra poco á
poco d e su m e m o r i a , y m u y p r o n t o d e s a p a r e c e r á n los
ú l t i m o s obstáculos.
»Ese Hipólito es coronel, y en este m o m e n t o está
lejos d e aquí con m o t i v o de la g u e r r a . No deseo q u e
s u c u m b a ; y hasta q u i s i e r a q u e volviese, p u e s su pre-
sencia a g r e g a r í a u n e n c a n t o m á s á la victoria, c u y o s
f r u t o s s a b o r e a r é m u y p r o n t o . Hasta la vista, q u e r i d o
discípulo...»
La c a m p i ñ a , s e m b r a d a d e hojas m u e r t a s , parecía
estar de l u t o ; espesas n u b e s de color plomizo deslizá-
banse en el cielo i m p e l i d a s p o r el v i e n t o del otoño.
Deseoso d e llegar c u a n t o a n t e s á la casa, p o r q u e el día
tocaba á su fin, divisé, al d a r vuelta á u n a colina, el
pueblo de*" s i t u a d o en u n valle solitario, como u n n i d o
d e alondra e n t r e d o s surcos. En a q u e l i n s t a n t e oíase el
l ú g u b r e t a ñ i d o d e la c a m p a n a de la iglesia q u e tocaba
á d i f u n t o s , y varios e n t e r r a d o r e s e s p e r a b a n en el ce-
m e n t e r i o á q u e el a n c i a n o sacerdote t e r m i n a r a s u úl-
t i m a oración p a r a s e p u l t a r u n a t a ú d en la fosa. Me
reuní en el c a m i n o con a l g u n a s p e r s o n a s q u e volvían
l e n t a m e n t e , y las seguí e s c u c h á n d o l a s . « N u e s t r o p o b r e
a m i g o F r a n z , decía u n a d e ellas, r e p o s a ya en el s u e ñ o
de los justos.»—«Dios nos h a g a la gracia d e a c a b a r
como él», a ñ a d i ó o t r a . P o r aquella b u e n a g e n t e s u p e
q u e el d i f u n t o se llamaba F r a n z Bickert, a n t i g u o pin-
tor q u e había t e r m i n a d o su c a r r e r a casi del t o d o reti-
rado en un p e q u e ñ o castillo gótico r u i n o s o q u e se
divisaba en la a l t u r a m á s i n m e d i a t a al p u e b l o . El sa-
cerdote m e invitó á visitar aquella p r o p i e d a d , de la
cual el b u e n Bickert había h e c h o d o n a c i ó n p a r a q u e
d e s p u é s de su m u e r t e sirviera de asilo á los p o b r e s
inválidos del país. L a s p a r e d e s del p r i m e r piso e s t a b a n
a d o r n a d a s con n u m e r o s o s frescos, q u e r e p r e s e n t a b a n
bajo t o d a s las f o r m a s i m a g i n a b l e s á u n diablo ace-
c h a n d o á u n a joven d o r m i d a : en el rincón d e un ve-
t u s t o a r m a r i o e n c o n t r a m o s a l g u n a s h o j a s de papel, al
p a r e c e r d e s p r e n d i d a s de u n c u a d e r n o , y q u e sin d u d a
estaban allí p o r c a s u a l i d a d ; recogílas m a q u i n a l m e n t e
y vi q u e eran notas aisladas, f r a s e s sin principio ni íin;
p e r o c o n s e g u í d e s c i f r a r , no sin t r a b a j o , el d e s e n l a c e d e
la historia d e María.
Cierta n o c h e , el a n c i a n o barón H.... se dirigía a su
alcoba a p o y a d o en el brazo de su a m i g o F r a n z B i c k e r t ,
y al llegar al c e n t r o d e la g a l e r í a , divisaron u n f a n t a s -
m a q u e llevaba u n a lamparilla y parecía salir d e la
habitación d e la joven. A n t e a q u e l espectáculo, el ba-
r ó n , p o s e í d o d e t e r r o r , e x c l a m ó : «¡Es el m a y o r , a m i g o
F r a n z , es el m a y o r d a n é s ! . . . »
El f a n t a s m a se d e s v a n e c i ó sin q u e se o y e r a r u i d o
a l g u n o , y el barón e n t r ó en la habitación de su hija
p r e s a d e la m a y o r i n q u i e t u d . María r e p o s a b a , bella
c o m o un ángel del cielo, y en s u s labios v a g a b a u n a
d u l c e s o n r i s a . Hipólito había vuelto d e la g u e r r a ; el
m a t r i m o n i o d e b í a e f e c t u a r s e al día s i g u i e n t e , y j u n t o
á la e n c a n t a d o r a joven d o r m i d a veíase el t r a j e d e boda
s o b r e el sofá.
Al día s i g u i e n t e los novios f u e r o n á la iglesia ; p e r o
en el m o m e n t o d e a r r o d i l l a r s e al pie del altar, María
cayó en t i e r r a . . .
E s t a b a m u e r t a . . . El m a g n e t i z a d o r había a b s o r b i d o
su a l m a .
T o d o s a q u e l l o s q u e la h a b í a n a m a d o , siguiéronla
m u y p r o n t o á la t u m b a .
Y n a d i e s u p o lo q u e h a b í a sido del d o c t o r Alban.
p a r e c e r d e s p r e n d i d a s de u n c u a d e r n o , y q u e sin d u d a
estaban allí p o r c a s u a l i d a d ; recogílas m a q u i n a l m e n t e
y vi q u e eran notas aisladas, f r a s e s sin principio ni íin;
p e r o c o n s e g u í d e s c i f r a r , no sin t r a b a j o , el d e s e n l a c e d e
la historia d e María.
Cierta n o c h e , el a n c i a n o barón H.... se dirigía a su
alcoba a p o y a d o en el brazo de su a m i g o F r a n z B i c k e r t ,
y al llegar al c e n t r o d e la g a l e n a , divisaron u n f a n t a s -
m a q u e llevaba u n a lamparilla y parecía salir d e la
habitación d e la joven. A n t e a q u e l espectáculo, el ba-
r ó n , p o s e í d o d e t e r r o r , e x c l a m ó : «¡Es el m a y o r , a m i g o
F r a n z , es el m a y o r d a n é s ! . . . »
El f a n t a s m a se d e s v a n e c i ó sin q u e se o y e r a r u i d o
a l g u n o , y el barón e n t r ó en la habitación de su hija
p r e s a d e la m a y o r i n q u i e t u d . María r e p o s a b a , bella
c o m o un ángel del cielo, y en s u s labios v a g a b a u n a
d u l c e s o n r i s a . Hipólito había vuelto d e la g u e r r a ; el
m a t r i m o n i o d e b í a e f e c t u a r s e al dia s i g u i e n t e , y j u n t o
á la e n c a n t a d o r a joven d o r m i d a veíase el t r a j e d e boda
s o b r e el sofá.
Al día s i g u i e n t e los novios f u e r o n á la iglesia ; p e r o
en el m o m e n t o d e a r r o d i l l a r s e al pie del altar, María
cayó en t i e r r a . . .
E s t a b a m u e r t a . . . El m a g n e t i z a d o r había a b s o r b i d o
su a l m a .
T o d o s a q u e l l o s q u e la h a b í a n a m a d o , siguiéronla
m u y p r o n t o á la t u m b a .
Y n a d i e s u p o lo q u e h a b í a sido del d o c t o r Alban.
UiWWi

BIBLIOTECA UMV..* * M

EL CANTO DE ANTONIA " ^ O t i j Q ffcygj.»

os c o m p a ñ e r o s del alegre club de S e r a p i ó n

se h a n r e u n i d o por la n o c h e á p r i m e r a hora
en casa de T e o d o r o . La nieve, impelida p o r
u n viento helado, azota los cristales de las
ventanas, haciéndolos r e t e m b l a r en s u s m a r c o s de plo-
m o ; p e r o en la vieja c h i m e n e a arde u n m o n t ó n de leña
q u e d e s p i d e brillantes f u l g o r e s , y su cálida claridad
acaricia con mil caprichosos reflejos o s c u r o s tapices,
cuya v e t u s t e z c o n t r a s t a con la loca alegría de las p e r -
sonas r e u n i d a s e n la habitación. M u y p r o n t o se en-
cienden las pipas, i m p r o v í s a n s e asientos, y todos se
colocan, p o r o r d e n d e a n t i g ü e d a d , al r e d e d o r de u n
velador d o n d e llamea en u n bol el p o n c h e f r a t e r n a l .
Todos los i n d i v i d u o s de la a s a m b l e a están allí; nadie
falta al l l a m a m i e n t o del d e á n ; la copa de Bohemia se
ha llenado y c i r c u l a ; la conversación se a n i m a , y el
t i e m p o p a s a ; p e r o el p o n c h e y las historias se r e n u e -
van ; los e s p í r i t u s se exaltan poco a poco, y todos n
valizan en excentricidad...
- A m i g o T e o d o r o - e x c l a m a d e improviso u n o de
los j ó v e n e s - p a r é c e m e q u e la conversacién acabara
m u y p r o n t o si no nos p r o p i n a s una de esas historias
q u e hacen d o r m i r de pie, y q u e tú refieres tan bien
p e r o adviértote q u e necesitamos algo e x t r a v a g a n t e y
c o n m o v e d o r , fantástico y antinarcótico...
- B e b a m o s - c o n t e s t a T e o d o r o ; - t e n g o lo q u e de-
seáis, y si os place, voy á referiros u n a anécdota b a s -
t a n t e original de la vida del consejero Krespel. Este
digno p e r s o n a j e , q u e h a existido en carne y h u e s o , era
v e r d a d e r a m e n t e el h o m b r e m á s singular q u e he cono-
cido en m i vida. C u a n d o f u i á la Universidad de H
para asistir a los cursos de filosofía, no se hablaba en
la ciudad m á s q u e del consejero Krespel. F i g u r a o s q u e
mi h o m b r e gozaba en aquella época de g r a n r e p u t a -
ción como jurista y diplomático. Un principiho de Ale-
mania, cuya vanidad era bien conocida en t o d o el do-
minio, había llamado á Krespel á su residencia para
encargarle la redacción de u n a m e m o r i a destinada a
justificar s u s d e r e c h o s sobre cierto t e r r i t o r i o p r ó x i m o
a su p r i n c i p a d o , t e r r i t o r i o q u e pensaba reclamar a n t e
el T r i b u n a l del I m p e r i o . El a s u n t o t u v o b u e n r e s u l -
t a d o y en el exceso d e s u alegría, el principe p r o m e t i ó
á su favorito, en r e c o m p e n s a de la famosa m e m o r i a ,
satisfacer el deseo m á s e x o r b i t a n t e q u e p u d i e r a con-
cebir El h o n r a d o Krespel se había q u e j a d o s i e m p r e
de no h a b e r podido e n c o n t r a r casa alguna a s u g u s t o ,
¿ i m a g i n ó m a n d a r c o n s t r u i r u n a á e x p e n s a s del prin-
cipe quien llevó su condescendencia hasta el p u n t o de
ofrecerse á c o m p r a r el t e r r e n o q u e el consejero eligie-
ra • p e r o este ú l t i m o se contentó con u n jardmillo q u e
aquél poseía á las p u e r t a s de s u residencia, en un sitio
de los más pintorescos. Krespel se o c u p ó a n t e todo en
r e u n i r y hacer t r a n s p o r t a r los materiales del f u t u r o
edificio, y desde entonces se le vió todos los días, ves-
tido con u n traje e x t r a v a g a n t e , h e c h o p o r él mismo,
m u y o c u p a d o en desleir la cal, tamizar la arena y for-
m a r pilas de ladrillos.
T e r m i n a d o s estos preparativos, sin llamar á n i n g ú n
arquitecto, ni o c u p a r s e al p a r e c e r en p l a n o alguno,
cierta m a ñ a n a , n u e s t r o h o m b r e f u é á b u s c a r á la ciu-
dad de IT** á un hábil m a e s t r o de obras, y rogóle q u e
enviara á su jardín al día siguiente el n ú m e r o necesa-
rio de albañiles para edificar la casa. El m a e s t r o quiso,
n a t u r a l m e n t e , discutir y a r r e g l a r el precio de la m a n o
de obra, y no f u é poca su s o r p r e s a c u a n d o Krespel le
dijo g r a v e m e n t e q u e aquella p r e c a u c i ó n era inútil, y
que todo se arreglaría sin discusión ni entorpecimien-
to. Al día siguiente, al rayar el alba, c u a n d o el maes-
tro de obras llegó, vió una zanja en f o r m a de c u a d r a d o
regular, y Krespel le d i j o : « Q u i e r o e c h a r aquí los ci-
m i e n t o s de mi casa, y d e s p u é s h a r é i s q u e levanten las
cuatro p a r e d e s de recinto hasta q u e me parezcan bas-
t a n t e altas...
—¡Cómo!—exclamó el m a e s t r o de obras.—¡Sin ven-
tanas, ni puertas, ni t a b i q u e s i n t e r i o r e s ! ¿ L o habéis
reflexionado bien ?
Y m i r a b a á Krespel cual si creyese q u e estaba loco.
—Haced lo q u e os digo, buen hombre—replicó fría-
m e n t e el consejero;—todo se h a r á á su debido tiempo.
F u é necesaria la s e g u r i d a d de q u e se le pagaría ge-
n e r o s a m e n t e , para q u e el m a e s t r o de o b r a s se aviniese
á e m p r e n d e r aquella construcción, q u e le parecía ab-
s u r d a . Los albañiles dieron principio á su tarea alegre-
m e n t e , b u r l á n d o s e del p r o p i e t a r i o ; t r a b a j a b a n día y
noche, y comían y bebían bien á e x p e n s a s del conse-
jero, q u e casi s i e m p r e estaba á la vista. Los c u a t r o
m u r o s se elevaban cada vez m á s , h a s t a q u e un día
Krespel g r i t ó : « ¡ Basta ya ! » Los albañiles se detuvie-
 C U E N T O S F A N T Á S T I C O S

ron como verdaderos autómatas, bajaron de sus anda-

m i o s y colocáronse en círculo al r e d e d o r del c o n s e j e r o ,
m i r á n d o l e con u n a e x p r e s i ó n irónica q u e p a r e c í a d e -
cir : «<¡ Q u é h a r e m o s a h o r a , m a e s t r o ?...—¡Paso, paso !
—gritó K r e s p e l , d e s p u é s d e r e f l e x i o n a r d o s m i n u t o s ;
luego c o r r i ó h a c i a u n e x t r e m o del j a r d í n , volvió hacia
los m u r o s , c o n t a n d o los p a s o s , encogióse d e h o m b r o s
con aire d e s c o n t e n t o , r e p i t i ó la m i s m a p a n t o m i m a en
t o d o s los lados del r e c i n t o , y al fin, h e r i d o al p a r e c e r
d e u n a idea s ú b i t a , d i r i g i ó s e con la cabeza b a j a hacia
u n p u n t o d e a q u e l y g r i t ó con t o d a s s u s f u e r z a s : «Por
a q u í , m u c h a c h o s , por a q u í ; coged los picos y p r a c t i c a d
la a b e r t u r a d e u n a p u e r t a . » Asi diciendo, t r a z a b a con
u n c a r b ó n en la p a r e d las d i m e n s i o n e s exactas. El n u e -
vo t r a b a j o f u é cosa d e poco t i e m p o ; Krespel e n t r ó en
la casa, s o n r i e n d o c o m o h o m b r e s a t i s f e c h o d e s u o b r a ;
p e r o el m a e s t r o albañil le a d v i r t i ó q u e las c u a t r o pa-
r e d e s tenían s o l a m e n t e la a l t u r a d e dos pisos.. Krespel,
sin e s c u c h a r l e , p a s e a b a en el i n t e r i o r , s e g u i d o d e los
p e o n e s , q u e llevaban a z a d a s y m a r t i l l o s ; m e d í a y cal-
culaba y d a b a s u s ó r d e n e s al p u n t o : « A q u í u n a v e n -
t a n a d e seis p i e s d e alto por c u a t r o d e a n c h u r a , decía;
allí o t r a m á s p e q u e ñ a , d e t r e s pies d e elevación por
dos d e ancho.» Y á la p a l a b r a s e g u í a la o b r a .
— A h o r a b i e n , a m i g o s míos, s a b e d q u e c u a n d o se
e f e c t u a b a ese s i n g u l a r t r a b a j o , a s u n t o d e las c o n v e r -
s a c i o n e s d e t o d o el m u n d o , f u é c u a n d o y o llegué á
II*"; y á fe q u e era m u y d i v e r t i d o v e r á c e n t e n a r e s d e
c u r i o s o s con la nariz p e g a d a á la v e r j a del j a r d í n d e
Krespel, q u e d a b a n vivas c u a n d o se d e s p r e n d í a a l g u n a
p i e d r a ó se a b r í a otra v e n t a n a . T o d o s los d e m á s tra-
b a j o s d e a q u e l l a f a m o s a c o n s t r u c c i ó n se e j e c u t a r o n d e
la m i s m a m a n e r a , sin plan p r e c o n c e b i d o , y sólo por
las i n s p i r a c i o n e s e s p o n t á n e a s del consejero. La cho-
cante s i n g u l a r i d a d d e a q u e l l a obra, la confianza en el
b u e n éxito, y m á s q u e t o d o la g e n e r o s i d a d d e K r e s p e l ,
 a n i m a r o n el celo d e s u s t r a b a j a d o r e s , y asi es q u e ,
g r a c i a s á su actividad, la casa q u e d ó t e r m i n a d a m u y
p r o n t o . El c o n j u n t o e x t e r i o r era tan e x t r a v a g a n t e c o m o
i r r e g u l a r ; no había d o s v e n t a n a s q u e se a s e m e j a r a n , y
todos los d e t a l l e s p a r e c í a n a b s u r d o s ; p e r o e x a m i n a d a
i n t e r i o r m e n t e , aquella habitación era en realidad la
m á s c ó m o d a q u e se p u d i e r a i m a g i n a r , s e g ú n p u d e re-
conocerlo p o r mi m i s m o c u a n d o , á los p o c o s d í a s de
h a b e r conocido á K r e s p e l , éste m e invitó á visitarle.
El consejero coronó su obra con u n a o p í p a r a c o m i d a ,
á ¡a cual d e b í a n asistir ú n i c a m e n t e los t r a b a j a d o r e s
q u e h a b í a n e f e c t u a d o la c o n s t r u c c i ó n ; el festín, p o r
d e m á s e s p l é n d i d o , d e b i ó o f r e c e r un golpe d e vista m u y
original ; los m a n j a r e s , e x q u i s i t o s , f u e r o n d e v o r a d o s
con ansia p o r bocas q u e s e g u r a m e n t e n o podían a p r e -
ciar cosas tan d e l i c a d a s ; y t e r m i n a d o el b a n q u e t e , las
m u j e r e s é hijas d e los albañiles i m p r o v i s a r o n un baile
en el q u e t o m ó p a r t e el c o n s e j e r o K r e s p e l ; c u a n d o s u s
p i e r n a s , n o m u y s e g u r a s ya, r e h u s a r o n sostenerle m á s
t i e m p o , e m p u ñ ó un violín y tocó, p a r a q u e s u s convi-
d a d o s p u d i e r a n s a l t a r hasta el a m a n e c e r .
El m a r t e s s i g u i e n t e e n c o n t r é al c o n s e j e r o en casa
del p r o f e s o r M***: j a m á s h a b í a visto una figura m á s
e x t r a ñ a ; t o d o s sus m o v i m i e n t o s eran tan b r u s c o s y
torpes, q u e á cada m o m e n t o t e m í a q u e r o m p i e s e al-
g u n a cosa; p e r o sin d u d a e s t a b a n allí a c o s t u m b r a d o s
a sus rarezas, p u e s la s e ñ o r a d e la casa n o se a t e m o r i -
zó al verle a g i t a r s e j u n t o á u n a b a n d e j a d e p o r c e l a n a
de la C h i n a , ni m e n o s c u a n d o c o m e n z ó á saltar f r e n t e
a un e s p e j o d e c u e r p o e n t e r o . Llegada la hora d e la
cena, o b s e r v é un c a m b i o en el c o n s e j e r o K r e s p e l ; en
vez de e n t r e g a r s e á s u s p a n t o m i m a s , dióle p o r c h a r l a r ;
emitía las m á s d i v e r s a s i d e a s u n a d e s p u é s d e o t r a , y
hablaba de t o d o con s i n g u l a r v o l u b i l i d a d , s i e n d o tan
p r o n t o su voz chillona c o m o g r a v e y l á n g u i d a . Al dis-
cutirse u n p u n t o s o b r e m ú s i c a , elogióse" á un c o m p o -

UNIVERSIDAB DE NUEVO

BIBLIOTECA U * ; - •("
"AliOtiiO Kt'.-o"
1625 MONTERREY, MEXICO
 sor.» — « ¡ Un á n g e l ! o e x c l a m ó K r e s p e l , sin p o d e r re-
s i t o r d e m o d a : Krespel s o n r i ó y dijo i r ó n i c a m e n t e :
p r i m i r u n sollozo. Y l e v a n t á n d o s e b r u s c a m e n t e , cogió
« ¡ Yo q u i s i e r a q u e cien legiones d e diablos se llevasen
el bastón y el s o m b r e r o y salió p r e s u r o s o , c o m o u n
al i n f i e r n o á e s o s m ú s i c o s de la m u r g a ! » Y al cabo d e
h o m b r e t r a s t o r n a d o . P a r e c i ó m e tan e x t r a ñ o a q u e l p r o -
u n m o m e n t o g r i t ó de i m p r o v i s o con voz e s t e n t ó r e a : ceder, q u e no p u d e m e n o s d e p r e g u n t a r al p r o f e s o r
«¡Es u n serafín p a r a la a r m o n í a ; es el g e n i o del canto!» algo s o b r e la historia del c o n s e j e r o .
Y al d e c i r esto, f u r t i v a s l á g r i m a s h u m e d e c í a n s u s ojos.
— ¡ A h ! — m e dijo — e s u n h o m b r e m u y s i n g u l a r ;
Estas ú l t i m a s p a l a b r a s se r e f e r í a n á u n a célebre c a n t a -
c o n s t r u y e violines con t a n t a habilidad como la q u e
triz d e q u i e n h a b í a h a b l a d o u n a h o r a a n t e s con e n t u -
t i e n e para r e d a c t a r s u s m e m o r i a s ; c u a n d o acaba de
s i a s m o , y á n o c o m p r e n d e r l o n o s o t r o s asi, h u b i é r a m o s
h a c e r u n o d e esos i n s t r u m e n t o s le p r u e b a d u r a n t e
p o d i d o c r e e r q u e n u e s t r o h o m b r e e s t a b a loco.
una h o r a ó dos, h a c i é n d o l e p r o d u c i r s o n i d o s delicio-
L o s c r i a d o s sirvieron u n a liebre : K r e s p e l s e p a r ó los
s o s ; d e s p u é s le c u e l g a en la p a r e d j u n t o á los d e m á s y
h u e s o s y r e c l a m ó las patas, q u e le f u e r o n e n t r e g a d a s
n o vuelve á tocarle. Si p u e d e c o m p r a r el violín d e
a l e g r e m e n t e por la hija del p r o f e s o r , e n c a n t a d o r a niña
algún m a e s t r o célebre, le toca u n a vez, d e s m ó n t a l e
de cinco a ñ o s . L o s hijos de la familia p a r e c í a n a p r e -
d e s p u é s pieza p o r pieza y g u a r d a los pedazos en un
ciar m u c h o al c o n s e j e r o , y no t a r d é en conocer la c a u s a :
cofre m u y g r a n d e , q u e ya está lleno. — ¿ P e r o q u i é n
a c a b a d a la cena, K r e s p e l sacó del bolsillo u n a caja q u e
es esa A n t o n i a ? p r e g u n t é con i m p a c i e n c i a . — E s un
c o n t e n í a v a r i o s útiles d e acero, y c o m e n z ó á t o r n e a r
m i s t e r i o , contestó g r a v e m e n t e el profesor. El conse-
con los h u e s o s d e la liebre u n a i n f i n i d a d d e j u g u e t e s
jero vivía hace a l g u n o s a ñ o s en u n a casa aislada d e la
liliputienses, q u e sus a m i g u i t o s se r e p a r t í a n , profi-
calle ***, con u n a a n c i a n a a m a de g o b i e r n o ; s u s singu-
r i e n d o e x c l a m a c i o n e s d e placer.
lares c o s t u m b r e s e x c i t a r o n la c u r i o s i d a d d e sus veci-
De r e p e n t e , o c u r r i ó s e l e á la sobrina del p r o f e -
nos, y para s u s t r a e r s e á ella t r a b ó a l g u n o s conocimien-
sor M*** p r e g u n t a r al c o n s e j e r o : «¿Cómo sigue, a m i g o
tos, á fin d e p r e s e n t a r s e en v a r i o s salones. C o m o e r a
m í o , n u e s t r a q u e r i d a A n t o n i a ? » Krespel hizo u n a
a m a b l e , se le c o b r ó c a r i ñ o ; y t o d o s le tenían por cé-
m u e c a , c o m o el glotón q u e m u e r d e u n a n a r a n j a agria;
libe p o r q u e j a m á s h a b l a b a de su f a m i l i a . Al cabo d e
su faz p a r e c i ó n u b l a r s e , y c o n t e s t ó e n t r e d i e n t e s :
cierto t i e m p o se a u s e n t ó p o r a l g u n o s m e s e s , y el m i s m o
« ¿ N u e s t r a q u e r i d a A n t o n i a ? » El p r o f e s o r , e c h a n d o d e
día d e su vuelta vióse p o r la noche su habitación ilu-
v e r el m a l efecto p r o d u c i d o p o r la i n o p o r t u n a p r e -
m i n a d a ; u n a deliciosa voz de m u j e r mezclaba s u s n o t a s
g u n t a , d i r i g i ó u n a m i r a d a d e r e p r e n s i ó n á su s o b r i n a ,
con las d e un p i a n o y d e u n violín, q u e p r o d u c í a m á -
y p a r a d i s t r a e r al c o n s e j e r o de su mal h u m o r , p r e g u n -
gicos sonidos. Los t r a n s e ú n t e s se d e t e n í a n en la calle,
tóle, e s t r e c h á n d o l e c a r i ñ o s a m e n t e la m a n o : «¿ C ó m o
y los vecinos e s c u c h a b a n en las v e n t a n a s . A eso d e la
van los violines?» Al oir e s t o , el s e m b l a n t e d e Krespel
m e d i a n o c h e el c a n t o c e s ó ; e n t o n c e s oyóse la voz del
pareció s e r e n a r s e , y replicó al p u n t o : « M u y b i e n ,
consejero, d u r a y a m e n a z a d o r a ; o t r a voz d e h o m b r e
q u e r i d o p r o f e s o r ; a h o r a d e s m o n t o el célebre violín d e
parecía d i r i g i r l e r e c o n v e n c i o n e s , y d e vez en c u a n d o
A m a t i , q u e p o r u n a feliz c a s u a l i d a d p u d e a d q u i r i r úl-
las q u e j a s de u n a joven i n t e r r u m p í a n la d i s c u s i ó n . De
t i m a m e n t e , y e s p e r o q u e A n t o n i a h a r á lo demás».—
repente, la m u j e r profirió u n g r i t o p e n e t r a n t e ; d e s p u é s
« A n t o n i a es u n a niña e n c a n t a d o r a , r e p u s o el profe-
r e s o n ó en la escalera u n r u i d o c o m o d e pasos a p r e s u -
r a d o s ; u n m a n c e b o salió d e la casa l l o r a n d o , s u b i ó á
u n a silla d e posta q u e le e s p e r a b a cerca d e allí, y la casa
volvió á q u e d a r silenciosa. T o d o s se p r e g u n t a b a n el
secreto d e a q u e l d r a m a ; p e r o c o m o al día s i g u i e n t e se
p r e s e n t a s e Krespel t r a n q u i l o y s e r e n o , s e g ú n c o s t u m -
bre, n a d i e osó i n t e r r o g a r l e . Sin e m b a r g o , la a n c i a n a
a m a d e g o b i e r n o n o p u d o r e s i s t i r á la t e n t a c i ó n d e
r e f e r i r en voz b a j a , a c u a n t o s q u e r í a n oiría, q u e el
consejero había t r a í d o c o n s i g o u n a joven l l a m a d a An-
tonia ; que un pretendiente, perdidamente enamorado
d e ella, los había s e g u i d o , y q u e había sido n e c e s a r i a
la cólera del c o n s e j e r o p a r a e x p u l s a r l e d e la casa. E n
c u a n t o á las relaciones d e A n t o n i a con K r e s p e l , eran
un secreto q u e la a n c i a n a n o conocía a ú n ; p e r o dijo
q u e su a m o s e c u e s t r a b a o d i o s a m e n t e á la joven ; no la
p e r d í a d e vista j a m a s , y h a s t a p r o h i b í a l e c a n t a r para
d i s t r a e r s e . P o r eso el c a n t o d e A n t o n i a , q u e sólo se
había o í d o u n a vez, sirvió d e a s u n t o á u n a maravillosa
l e y e n d a del b a r r i o : n i n g u n a c a n t a t r i z o b t e n d r í a ya
a p l a u s o s en la c i u d a d , p o r q u e , s e g ú n a s e g u r a b a n , sólo
A n t o n i a sabía c a n t a r .
Lo q u e m e h a b í a d i c h o el p r o f e s o r i m p r e s i o n ó d e
t a l m o d o m i e s p í r i t u , q u e t o d a s las n o c h e s p e n s a b a
en ello, h a s t a el p u n t o d e llegar á e n a m o r a r m e loca-
m e n t e de a q u e l l a á q u i e n no h a b í a v i s t o ; y a no p e n -
s a b a sino en los m e d i o s de i n t r o d u c i r m e e n casa d e
K r e s p e l p a r a v e r á la m i s t e r i o s a A n t o n i a , j u r a r l e u n
a m o r e t e r n o y s u s t r a e r l a á su t i r a n o . No o b s t a n t e , las
cosas t o m a r o n u n a s p e c t o m u y pacifico, p u e s a p e n a s
h u b e e n c o n t r a d o d o s ó t r e s veces al consejero, y hala-
g a d o su m a n í a h a b i é n d o l e d e violines, él m i s m o m e rogó
q u e f u e r a a verle a su casa. Dios s a b e lo q u e e x p e r i -
m e n t é al oir a q u e l l a o f e r t a ; p a r e c i ó m e q u e el cielo se
a b r í a a n t e m í . El c o n s e j e r o Krespel m e e n s e ñ ó t o d o s
s u s violines, sin p e r d o n a r u n o solo, y por c i e r t o q u e
tenía m á s de treinta ; u n o d e ellos, de c o n s t r u c c i ó n
m u y a n t i g u a , estaba s u s p e n d i d o a m a y o r a l t u r a q u e
los d e m á s , y a d o r n a d o con u n a corona d e flores.
— E s t e v i o l í n — m e dijo Krespel — e s la o b r a m a e s t r a
de un a u t o r i g n o r a d o , y s u s s o n i d o s m a g n e t i z a b a n con
su irresistible e n c a n t o . J a m á s t u v e v a l o r p a r a d e s m o n -
tar ese i n s t r u m e n t o y e s t u d i a r su e s t r u c t u r a , p o r q u e
m e parece q u e está a n i m a d o y q u e yo sería su asesino;
m u y r a r a vez le toco, y sólo p a r a mi A n t o n i a , q u e
c u a n d o e s c u c h a sus s o n i d o s e x p e r i m e n t a las m á s dul-
ces sensaciones.
Al oir el n o m b r e d e Antonia m e e s t r e m e c í , y d i j e al
consejero con el acento m á s c a r i ñ o s o :
—Mi b u e n a m i g o , ¿ no m e concederíais la gracia d e
tocar d e l a n t e de mí, a u n q u e sólo f u e s e un m o m e n t o ?
Krespel sonrió con ironía, y c o n t e s t ó m e con voz
g a n g o s a , r e c a l c a n d o cada sílaba: «No, s e ñ o r e s t u d i a n -
te, no p u e d e ser.» Esta contestación m e d e s c o n c e r t ó ;
no r e p l i q u é u n a sola palabra, y Krespel a c a b ó d e en-
s e ñ a r m e las c u r i o s i d a d e s d e su g a b i n e t e .
A n t e s de s e p a r a r n o s sacó d e u n a cajita un p a p e l
doblado y m e lo e n t r e g ó , d i c i é n d o m e con la m a y o r
g r a v e d a d : « Joven, veo q u e a p r e c i á i s las a r t e s ; s e r v i o s
p u e s a c e p t a r esto c o m o u n r e c u e r d o precioso.» Y sin
e s p e r a r contestación, e m p u j ó m e s u a v e m e n t e h a s t a la
p u e r t a , c e r r á n d o l a a p e n a s h u b e salido. Al a b r i r el pa-
pel vi q u e contenía u n p e d a z o d e c u e r d a d e violín d e
media p u l g a d a d e largo, con la s i g u i e n t e inscripción:
« F r a g m e n t o de u n a d e las c u e r d a s d e violín con q u e
el divino S t a m i t z m o n t ó su i n s t r u m e n t o la ú l t i m a vez
q u e tocó.» A p e s a r del p r o c e d e r algo b r u s c o del con-
sejero, n o p u d e resistir al deseo d e volver á su c a s a ; y
110 f u é poca f o r t u n a , p u e s en mi s e g u n d a visita encon-
tré a la bella Antonia con K r e s p e l , o c u p a d a en a r r e -
glar las piezas de un violín q u e él d e s m o n t a b a . Era
una joven c u y a i n t e n s a palidez m e l l a m ó la a t e n c i ó n ;

bastaba u n a sola m i r a d a p a r a q u e se r u b o r i z a r a súbi-
t a m e n t e , y volvía a q u e d a r blanca y fría c o m o el ala-
b a s t r o . Me a d m i r ó q u e el consejero se m o s t r a r a esta
vez s u m a m e n t e cordial y afable, sin q u e n a d a r e v e l a s e
en su c o n d u c t a al celoso t i r a n o d e q u e m e había ha-
blado el p r o f e s o r . C o n v e r s é largo r a t o con el consejero
d e l a n t e d e A n t o n i a , y e s c u c h ó m e b e n é v o l a m e n t e . Mis
visitas se r e p i t i e r o n , s i e n d o bien a c o g i d a s s i e m p r e , y
asi se estableció e n t r e n o s o t r o s u n a d u l c e y f r a n c a in-
t i m i d a d , sin q u e lo e c h a r a n d e ver los c h a r l a t a n e s , q u e
n o h a b r í a n d e j a d o d e m u r m u r a r . Las e x t r a v a g a n c i a s
d e Krespel m e hacían r e i r á m e n u d o , p e r o confieso
q u e sólo A n t o n i a m e llamaba la a t e n c i ó n , y q u e ú n i -
c a m e n t e p o r ella t o l e r a b a las r a r e z a s del c o n s e j e r o .
S i e m p r e q u e s u s c i t a b a la conversación s o b r e la m ú s i -
ca, i r r i t á b a s e c o m o un g a t o c u a n d o le t i r a n d e la cola,
y d e g r a d o ó por f u e r z a d e b í a r e n u n c i a r á la discusión
y m a r c h a r m e con las o r e j a s g a c h a s .
Cierta n o c h e le e n c o n t r é m u y alegre; h a b í a d e s m o n -
t a d o un a n t i g u o violín d"e C r é m o n a , y a c a b a b a d e
d e s c u b r i r u n i m p o r t a n t e secreto p a r a el a r t e . A p r o v e -
c h á n d o m e d e su viva satisfacción, c o n s e g u í a q u e l l a
vez hacerle h a b l a r d e m ú s i c a ; c r i t i c a m o s las p r e t e n -
s i o n e s d e m u c h o s violinistas q u e la m u l t i t u d a d m i r a -
ba ; Krespel se reía de m i s o c u r r e n c i a s , y A n t o n i a fija-
ba en mí s u s h e r m o s o s ojos. « ¿ N o es v e r d a d — d i j e al
c o n s e j e r o — q u e p a r a el c a n t o y el a c o m p a ñ a m i e n t o no
i m i t á i s n u n c a á e s a s p r e t e n d i d a s n o t a b i l i d a d e s ?» L a s
p á l i d a s mejillas de la joven se c o l o r e a r o n l i g e r a m e n t e ;
y c o m o si a l g ú n f l u i d o eléctrico h u b i e s e r e c o r r i d o t o d o
su sér, corrió hacia su p e q u e ñ o p i a n o y e n t r e a b r i ó los
labios c o m o p a r a c a n t a r . . . Krespel no la dió t i e m p o ,
hízola r e t i r a r s e , y e m p u j á n d o m e por la e s p a l d a , ex-
clamó con voz e s t r i d e n t e : « ¡ M u c h a c h o , m u c h a c h o ,
m u c h a c h o ! » D e s p u é s , volviendo á su p r o c e d e r cere-
m o n i o s o del p r i m e r día, a ñ a d i ó : « S o y d e m a s i a d o cor-
KF. CANTO DE ANTONIA
4>
tés, señor e s t u d i a n t e , p a r a r o g a r al diablo q u e os
e s t r a n g u l e ; p e r o ya es b a s t a n t e t a r d e , c o m o veis, y
hay suficiente o s c u r i d a d p a r a q u e o s r o m p á i s el cue-
llo, sin q u e yo m e t o m e la molestia de a r r o j a r o s por
la escalera. P o r lo t a n t o , volved á c a s a , y c o n s e r v a d
u n b u e n r e c u e r d o de n u e s t r o a n t i g u o a m i g o , sí... en-
t e n d e d m e bien... si por c a s u a l i d a d n o volvéis á encon-
t r a r m e en m i domicilio. Al decir esto, e s t r e c h ó m e la
m a n o c o m o la p r i m e r a vez, y m e c o n d u j o f u e r a d e la
habitación sin q u e p u d i e s e d i r i g i r á la bella A n t o n i a
una triste y ú l t i m a m i r a d a .
El p r o f e s o r M"" se c o m p l a c i ó en b u r l a r s e d e mí, di-
c i é n d o m e q u e ya podía d a r m e por d e s p e d i d o p a r a
s i e m p r e d e la casa del consejero. P o c o d e s p u é s salí de
la ciudad con el alma e n t r i s t e c i d a : p e r o poco á poco
la a u s e n c i a y el a l e j a m i e n t o m i t i g a r o n mi p r o f u n d o
p e s a r ; la i m a g e n d e A n t o n i a , y el r e c u e r d o d e su can-
to celestial, q u e no m e h a b í a sido d a d o o i r , b o r r á r o n s e
i n s e n s i b l e m e n t e d e mi m e m o r i a , y a q u e l l a r e m i n i s -
cencia, al fin a d o r m e c i d a , sólo f u é ya p a r a mí c o m o
un sueño misterioso.
Dos años d e s p u é s h a l l á b a m e v i a j a n d o por el medio-
día d e A l e m a n i a ; en mi c a m i n o volví á e n c o n t r a r la
ciudad d e H * " : y á m e d i d a q u e m e a c e r c a b a , u n a sen-
sación d e a n g u s t i a o p r i m í a mi corazón. Era d e noche;
en el h o r i z o n t e d i v i s á b a n s e las c a m p a n a s d e la iglesia,
veladas p o r la a z u l a d a b r u m a q u e p r e c e d e á la o s c u r i -
dad ; el aire m e faltó d e p r o n t o , y h u b e d e a p e a r m e
del vehículo p a r a r e c o r r e r á pie el c a m i n o q u e faltaba.
Poco á poco, a q u e l l a sensación t o m ó u n c a r á c t e r m á s
e x t r a ñ o ; creí oir en los a i r e s las d u l c e s n o t a s d e u n
cántico celestial, y d e s p u é s reconocí voces q u e salmo-
d i a b a n . «¿ Q u é es eso, q u é es eso ? — p r e g u n t é con u n
acento d e e s p a n t o q u e s o r p r e n d i ó á la p e r s o n a á quien
m e dirigía.—¿No veis—me c o n t e s t ó — q u e el c e m e n t e -
rio está á n u e s t r a i z q u i e r d a ? E s u n e n t i e r r o . — E n
a q u e l i n s t a n t e , el c a m i n o en p e n d i e n t e m e p e r m i t í a
d o m i n a r los a l r e d e d o r e s , y al p u n t o vi q u e c o l m a b a n
u n a fosa. Mi corazón se o p r i m i ó d o l o r o s a m e n t e , pa-
r e c i é n d o m e q u e en a q u e l l a t u m b a se e n c e r r a b a toda
u n a vida de felicidad y d e e s p e r a n z a s . A pocos p a s o s
d e la c i u d a d e n c o n t r é al p r o f e s o r M*"* a p o y a d o en el
brazo d e s u sobrina ; los dos volvían d e a q u e l l a l ú g u -
b r e c e r e m o n i a ; p a s a r o n j u n t o á m í sin v e r m e , y obser-
vé q u e la joven lloraba.
E n t o n c e s no p u d e c o n t e n e r ya m i i m p a c i e n c i a : en
vez de e n t r a r en la c i u d a d , e n v i é á m i c r i a d o con el
e q u i p a j e á la f o n d a d o n d e en o t r o t i e m p o m e h o s p e -
d a b a , y corrí sin aliento á la casita del c o n s e j e r o . Al
a b r i r la verja del j a r d í n , vi á K r e s p e l , c o n d u c i d o por
d o s p e r s o n a s v e s t i d a s d e luto, e n t r e las cuales se agi-
taba c o m o u n h o m b r e d e s e s p e r a d o ; vestía el r a í d o
t r a j e g r i s q u e él m i s m o c o n f e c c i o n a r a a ñ o s a n t e s , y
n a d a h a b í a c a m b i a d o en s u p e r s o n a ; p e r o d e su s o m -
brero d e t r e s picos p e n d í a u n a l a r g a g a s a n e g r a , y en
s u c i n t u r ó n , del m i s m o color, b a l a n c e á b a s e u n a r c o
d e violín a g u i s a d e e s p a d a . Al o b s e r v a r a q u e l l o m e
estremecí, y no pude m e n o s de m u r m u r a r : «¡Está
loco ! » Los h o m b r e s q u e le a c o m p a ñ a b a n se d e t u v i e -
ron a la p u e r t a d e la c a s a ; K r e s p e l los abrazó, son-
r i e n d o de u n a m a n e r a e x t r a ñ a ; p r o n t o se a l e j a r o n , y
e n t o n c e s la m i r a d a del c o n s e j e r o se fijó en m í . . .
—¡ Sed b i e n v e n i d o , s e ñ o r e s t u d i a n t e ; vos m e com-
p r e n d e r é i s 1...
Y c o g i é n d o m e d e la m a n o , c o n d ú j o m e al g a b i n e t e
donde estaban alineados sus violines; cubríalos un
a n c h o c r e s p ó n n e g r o ; p e r o el violín del m a e s t r o des-
conocido n o e s t a b a alli ; en s u l u g a r v e í a s e u n a coro-
na d e m i r t o . . . T o d o lo c o m p r e n d í al p u n t o . «¡Antonia,
Antonia!» e x c l a m é en u n acceso d e doloroso delirio;
pero Krespel p e r m a n e c í a inmóvil d e l a n t e d e mí con
la m i r a d a fija y los b r a z o s c r u z a d o s .
C u a n d o e s p i r ó — d í j o m e con una emoción q u e en
vano t r a t a b a de ocultar—el alma d e ese violín p r o d u j o
u n s o n i d o doloroso al r o m p e r s e , y la caja a r m ó n i c a se
hizo p e d a z o s . Ese a n t i g u o i n s t r u m e n t o , q u e ella a m a b a ,
no podía sobreviviría, y le h e e n c e r r a d o en su ataúd.'
Al p r o n u n c i a r e s t a s p a l a b r a s , el consejero, c a m b i a n -
d o la e x p r e s i ó n de su rostro, comenzó á e n t o n a r con
r o n c o a c e n t o u n a canción g r o t e s c a , y s o s t e n i é n d o s e en
u n pie, dió a l g u n o s saltos en d e r r e d o r d e la s a l a ; la
gasa p e n d i e n t e d e su s o m b r e r o e n g a n c h á b a s e en t o d o s
los violines, y c o m o de p r o n t o m e rozase la c a r a , n o
pude reprimir un grito penetrante.
— ¡ M u c h a c h o , m u c h a c h o ! ¿ P o r q u é g r i t a s ?—pre-
g u n t ó m e el c o n s e j e r o d e t e n i é n d o s e al p u n t o . — ¿ H a s
visto al á n g e l d e la m u e r t e ? S i e m p r e se adelanta á la
ceremonia...
Al decir estas p a l a b r a s , avanzó h a s t a el centro d e la
h a b i t a c i ó n , y l e v a n t a n d o con a m b a s m a n o s sobre su
cabeza el a r c o q u e llevaba p e n d i e n t e del c i n t u r ó n ,
r o m p i ó l e con violencia y a r r o j ó los p e d a z o s lejos d e si,
exclamando:
— ¡ A h ! ¡ y a soy libre, del t o d o l i b r e ! ¡ Y a n o cons-
t r u i r é m á s v i o l i n e s ! ¡ N o , se a c a b a r o n los violines!
¡Nunca m á s violines!
El p o b r e Krespel p r o n u n c i ó e s t a s p a l a b r a s con u n
tono e x t r a ñ o , s e m e j a n t e á u n r o n c o aullido, y des-
p u é s c o n t i n u ó su c a r r e r a al r e d e d o r de la h a b i t a c i ó n ,
s o s t e n i é n d o s e s i e m p r e en u n pie. Helado de espanto,'
q u i s e h u i r ; p e r o con nerviosa m a n o d e t ú v o m e c u a n d o
iba á r e t i r a r m e .
—No os mováis, s e ñ o r e s t u d i a n t e — m e dijo—ni to-
m é i s m i s c o n v u l s i o n e s p o r u n acceso d e l o c u r a ; la
causa d e t o d o esto es q u e hace pocos d í a s m a n d é q u e
me c o r t a r a n u n a bata, con la cual q u e r í a a s e m e j a r m e
al Destino, ó á Dios...
El infeliz m e dijo o t r a s mil e x t r a v a g a n c i a s , hasta
q u e al fin, desfallecido por su exaltación, cayó c o m o
m u e r t o . La anciana a m a d e g o b i e r n o a c u d i ó p r e s u r o -
sa al oir m i s g r i t o s , y en s u s brazos d e j é a K r e s p e l .
C u a n d o volví á v e r al p r o f e s o r M"", sostuve q u e el
c o n s e j e r o e s t a b a loco.
— E s p e r o q u e n o será a s i — m e c o n t e s t ó la f e r m e n -
tación del p e n s a m i e n t o , q u e a b r a s a r í a el c e r e b r o d e
otro h o m b r e , se r e s u e l v e por la acción en n u e s t r o po-
bre a m i g o , y su agitación d e s o r d e n a d a , p r e v a l e c i e n d o
s o b r e s u excitación nerviosa, le salvara. La m u e r t e
s ú b i t a d e A n t o n i a le ha t r a s t o r n a d o ; p e r o a p u e s t o á
q u e d e n t r o d e d o s d í a s volverá á s u s c o s t u m b r e s y á
su a n t i g u o g é n e r o d e v i d a .
La predicción del profesor se realizó: al día siguien-
te K r e s p e l e s t a b a s e r e n o , sólo q u e se le oía r e p e t i r con
f r e c u e n c i a q u e ya n o c o n s t r u i r í a m á s violines ni toca-
ría n i n g u n o .
T o d o esto n o h a b í a a c l a r a d o p a r a m i e l m i s t e r i o q u e
r o d e a b a las r e l a c i o n e s d e A n t o n i a con el consejero
K r e s p e l ; y c u a n t o m á s p e n s a b a en el a s u n t o , confir-
m á b a m e m á s en la creencia de q u e debía h a b e r exis-
t i d o e n t r e a q u e l l o s dos s e r e s algo odioso. A n t o n i a se
m e a p a r e c í a s i e m p r e en s u e ñ o s c o m o u n a v í c t i m a ; y
no q u i s e salir d e H*** sin p r o v o c a r u n a explicación. Mi
cabeza se exaltaba p o r m o m e n t o s ; n o p u d e c o n t e n e r -
m e m á s , y d i r i g i é n d o m e á la casa del c o n s e j e r o , p e n e -
t r é e n su g a b i n e t e c o m o u n a b o m b a . E s t a b a t r a n q u i l o
y s e r e n o , s e n t a d o j u n t o á u n a m e s a , y e n t r e t e n í a s e en
tornear algunos juguetes de niño.
— ¡ H o m b r e execrable !— exclamé.— ¿ C ó m o p u e d e s
d i s f r u t a r u n solo m o m e n t o de p a z ? ¡La conciencia te
d e b e m o r d e r el corazón c o m o u n a s e r p i e n t e ! . .
El c o n s e j e r o m e m i r ó con aire d e a s o m b r o , d e j a n d o
á u n lado su cincel.
—¿Qué queréis decir, amigo mío?—preguntó.—Te-
n e d la b o n d a d d e s e n t a r o s .
Aquella s a n g r e fría m e i r r i t a b a m á s ; acúsele alta-
m e n t e d e l a s e s i n a t o d e A n t o n i a , y le j u r é q u e en mi
calidad d e a b o g a d o iba á v a l e r m e d e todos los m e d i o s
posibles para p r o m o v e r una investigación judicial so-
bre las c a u s a s d e aquella desgracia. Mi irritación se
d e s a h o g ó al fin en u n f l u j o d e p a l a b r a s , y el consejero
seguía m i r á n d o m e t r a n q u i l a m e n t e .
—Joven a t u r d i d o — m e dijo, c u a n d o h u b e a c a b a d o
d e h a b l a r , con u n a g r a v e d a d s o l e m n e q u e m e c o n f u n -
dió—¿ con q u é d e r e c h o q u i e r e s p e n e t r a r los secretos
d e u n a vida q u e s i e m p r e te f u é e x t r a ñ a ? ¡ A n t o n i a no
existe y a ! . . . ¿ Q u é te i m p o r t a lo d e m á s ? . . .
En la calma d e a q u e l h o m b r e había algo tan p r o f u n -
d a m e n t e t r i s t e , q u e al p u n t o c o m p r e n d í la i n s e n s a t e z
del paso q u e a c a b a b a d e d a r , y pedí mil p e r d o n e s al
c o n s e j e r o , s u p l i c á n d o l e m e refiriese a l g u n a s d e las
p a r t i c u l a r i d a d e s d e la vida del ángel q u e lloraba. En-
t o n c e s cogióme d e la m a n o , m e c o n d u j o hacia el bal-
cón, y con la vista fija en el jardín, m e contó u n a his-
toria c o n m o v e d o r a ; p e r o h e olvidado t o d o lo q u e no
se r e f e r í a á la h e r m o s a A n t o n i a .
Desde su j u v e n t u d , el consejero Krespel t u v o u n a
decidida afición á coleccionar á toda costa los violines
d~e los a n t i g u o s m a e s t r o s ; y sus p e s q u i s a s le c o n d u j e -
ron á Italia y á Venecia, d o n d e p u d o oir, en el t e a t r o
de S a n - B e n e d e t t o , á la f a m o s a c a n t a n t e Angela*'*. S u
e n c a n t a d o r a belleza no hizo m e n o s i m p r e s i ó n q u e su
talento c o m o violinista en el corazón del c o n s e j e r o ; u n
secreto enlace los u n i ó ; p e r o la h e r m o s a c a n t a t r i z ,
ángel en el teatro, era un d e m o n i o en la c a s a ; d e mo-
do q u e Krespel, d e s p u é s de mil escenas borrascosas,
resolvió r e f u g i a r s e en el c a m p o , d o n d e se consolaba lo
m e j o r q u e podía con u n excelente violin d e C r é m o n a .
P e r o la signora Angela, m u y celosa, en su calidad d e
italiana d e p u r a s a n g r e , f u é á desalojar á su esposo d e
su r e t i r o ; cierto día p e n e t r ó en la sala, d o n d e Krespel
 C U E N T O S F A N T Á S T I C O S

hacía u n a i m p r o v i s a c i ó n , y a p o y a n d o su linda cabeza

sobre el h o m b r o d e su m a r i d o , m i r ó l e con ojos llenos
d e a m o r . El consejero, c u y a i m a g i n a c i ó n vagaba en
las r e g i o n e s ideales, hacía v o l a r el arco con tal ardi-
m i e n t o , q u e i n v o l u n t a r i a m e n t e rozó el cuello s a t i n a d o
de Angela.
—¡Bestia tedesca!—exclamó la c a n t a t r i z .
Y c o g i e n d o encolerizada el violín d e C r é m o n a , d e s -
c a r g ó con él u n golpe en la m e s a d e m á r m o l , y lo hizo
pedazos.
El consejero p e r m a n e c i ó u n i n s t a n t e c o m o petrifica-
d o ; p e r o d e s p u é s , o b e d e c i e n d o á u n o d e e s o s movi-
m i e n t o s nerviosos q u e no se analizan, cogió á la her-
m o s a c a n t a n t e , arrojóla p o r la v e n t a n a d e s u p r o p i a
c a s a , y h u y ó d e A l e m a n i a . Sin e m b a r g o , m u y p r o n t o
se a r r e p i n t i ó , al r e c o r d a r q u e Angela le había acari-
ciado con la d u l c e e s p e r a n z a d e q u e m u y p r o n t o sería
p a d r e . ¡ Cuál n o sería su s o r p r e s a c u a n d o al cabo d e
o c h o m e s e s recibió, en el f o n d o d e A l e m a n i a , u n a car-
t a d e las m á s c a r i ñ o s a s , en la q u e su m u j e r , sin r e c o r -
d a r l e en m o d o a l g u n o el i n c i d e n t e o c u r r i d o e n t r e los
dos, a n u n c i á b a l e el n a c i m i e n t o d e u n a n i ñ a , suplicán-
dole q u e f u é s e a Venecia! K r e s p e l , s o s p e c h a n d o a l g ú n
lazo, m a n d ó t o m a r i n f o r m e s ; así s u p o q u e su linda
esposa había c a í d o s o b r e u n a s p l a t a b a n d a s llenas d e
flores, las c u a l e s habían a m o r t i g u a d o el g o l p e , y q u e ,
r e s u l t a d o feliz, Angela n o t e n í a ya d e s d e e n t o n c e s ni
c a p r i c h o s ni c ó l e r a s ; el r e m e d i o c o n y u g a l había sido
maravilloso. El b u e n Krespel se c o n m o v i ó al saber
t o d o aquello, y al p u n t o dió o r d e n d e e n g a n c h a r los
caballos á s u berlina ; m a s a p e n a s e s t u v o en el coche,
o c u r r i ó l e u n a reflexión. « ¡ Diablo 1 p e n s ó , ¿ y si m i se-
ñ o r a no se h u b i e s e c u r a d o a ú n r a d i c a l m e n t e y m e f u e -
r a necesario a r r o j a r l a o t r a vez p o r la v e n t a n a ?» La
p r e g u n t a era difícil d e c o n t e s t a r .
Krespel o p t ó por volver á c a s a ; p e r o escribió á su
iniHntiiíHiitttiiñinñUHtiU^li

EL CANTO DE ANTONIA
49

q u e r i d a e s p o s a una larga epístola, felicitándola d e q u e

su hija t u v i e s e , así c o m o ella, u n l u n a r d e t r á s d e la
oreja. El c o n s e j e r o p e r m a n e c i ó en A l e m a n i a ; p e r o
d e s d e e n t o n c e s m a n t u v o con Angela u n a activa co-
r r e s p o n d e n c i a , en la q u e las p r o t e s t a s d e a m o r , los
p r o y e c t o s del f u t u r o , las q u e j a s y las d u l c e s súplicas
volaban sin cesar d e s d e Venecia á la c i u d a d de H " \
Cierto día, Angela f u é á A l e m a n i a , y alcanzó u n g r a n
t r i u n f o en el t e a t r o d e F**\ A u n q u e n o e s t u v i e r a en su
p r i m e r a j u v e n t u d , e n c e n d i ó pasiones, hizo a l g u n o s fe-
lices y u n a infinidad d e v í c t i m a s .
Sin e m b a r g o , la hija d e Krespel c r e c í a ; llamábase
Antonia, y su m a d r e a d i v i n a b a en ella u n a c a n t a t r i z
de p r i m e r o r d e n . K r e s p e l , s a b i e n d o q u e su e s p o s a se
hallaba t a n cerca, a r d í a en d e s e o s d e ir á verla p a r a
abrazar á su h i j a ; p e r o el t e m o r á las locuras d e An-
gela le r e t u v o , y p e r m a n e c i ó en su casa e n t r e los vio-
ü n e s , q u e n o le c o n t r a r i a b a n n u n c a .
En aquella época, u n joven m ú s i c o q u e i n f u n d í a
g r a n d e s e s p e r a n z a s , se e n a m o r ó d e A n t o n i a ; K r e s p e l ,
a q u i e n se consultó, t u v o u n a satisfacción al saber q u e
su hija iba á casarse con u n a r t i s t a sin rival en el vio-
h n ; y e s p e r a b a de u n día á o t r o la noticia d e la boda
c u a n d o u n a carta sellada de n e g r o p o r m a n o extraña,'
a n u n c i ó l e q u e Angela a c a b a b a d e m o r i r , víctima d e
u n a p l e u r e s í a , p r e c i s a m e n t e en la v í s p e r a del m a t r i -
monio d e su h i j a : el ú l t i m o r u e g o de la c a n t a t r i z invi-
taba a Krespel á ir en busca d e la h u é r f a n a , y en su
consecuencia m a r c h ó sin p e r d e r m o m e n t o .
El joven novio, q u e no h a b í a q u e r i d o s e p a r a r s e d e
Antonia en m o m e n t o tan doloroso, hallábase p r e s e n t e
c u a n d o el p a d r e llegó. Una n o c h e q u e e s t a b a n r e u n i -
dos, Krespel h a b l a b a de la d i f u n t a , y A n t o n i a , s e n t á n -
dose d e p r o n t o al p i a n o , cantó con a i r e tan melancóli-
co, q u e h u b i é r a s e d i c h o al oiría q u e el a l m a d e su
m a d r e se e s t r e m e c í a en su voz; Krespel no p u d o con-
 •timi
t e n e r s e ; los sollozos le a h o g a b a n , levantóse, y estre-
c h a n d o á s u hija e n t r e los brazos, e x c l a m ó : « | Oh 1 ¡si
m e a m a s , no c a n t e s m á s , p o r q u e m e destrozas el cora-
zón... n o c a n t e s n u n c a ! »
A n t o n i a fijó en su p a d r e u n a larga m i r a d a e n la q u e
se a d i v i n a b a n l á g r i m a s , cual si la joven c o m p r e n d i e s e
q u e se d e s v a n e c í a p a r a ella u n s u e ñ o feliz. S u n e g r o
cabello flotaba c o m o o n d a s d e é b a n o s o b r e s u s h o m -
b r o s d e a l a b a s t r o ; su talle se doblaba c o m o u n lirio
q u e está á p u n t o d e q u e b r a r s e . . . y Krespel lloraba al
verla tan h e r m o s a , p o r q u e u n i n s t i n t o fatal r e v e l á b a l e
el p o r v e n i r . A n t o n i a palidecía, y el c o n s e j e r o s o r p r e n -
dió en su r o s t r o u n a señal d e m u e r t e , c o n t e m p l a n d o
con t e r r o r a q u e l g e r m e n q u e á cada h o r a debía des-
arrollarse.
— No, no, a m i g o m í o — d e c í a m á s t a r d e K r e s p e l al
d o c t o r R*", m é d i c o f a m o s o ; — e s a s m a n c h a s d e u n rojo
vivo q u e coloran las mejillas d e A n t o n i a c u a n d o canta,
n o son p r o d u c i d a s por la a n i m a c i ó n . . . ¡No; es lo q u e
yo t e m í a !
— P u e s bien — r e p l i c ó el d o c t o r — n o d e b o o c u l t a r o s
m i i n q u i e t u d ; bien sea q u e esa n i ñ a h a y a h e c h o es-
f u e r z o s p r e m a t u r o s p a r a c a n t a r , ó ya q u e la n a t u r a l e -
za d e j a r a en t a n h e r m o s a o b r a u n defecto orgánico,
c r e o q u e esa s o n o r i d a d d e la voz, i m p r o p i a de las
f a c u l t a d e s o r d i n a r i a s d e su e d a d , es u n indicio d e
peligro, y n o la d o y seis m e s e s d e vida si la p e r m i t í s
cantar.
El c o n s e j e r o se e s t r e m e c i ó ; p a r e c í a l e v e r u n h e r m o -
so a r b u s t o c u b i e r t o con s u s p r i m e r a s flores, y u n a
m a n o d e s p i a d a d a q u e se d i s p o n í a á cortarle d e raíz.
S u r e s o l u c i ó n f u é r á p i d a ; hizo v e r á su q u e r i d a Anto-
nia las d o s s e n d a s del p o r v e n i r : p o r la u n a el casa-
m i e n t o y las s e d u c c i o n e s d e la vida de a r t i s t a , q u e
t e r m i n a r í a n m u y p r o n t o en la t u m b a ; p o r la o t r a la
conservación d e la existencia j u n t o a su a n c i a n o pa-
5I
d r e , p a r a q u i e n era la ú l t i m a alegría y la ú l t i m a feli-
cidad. A n t o n i a c o m p r e n d i ó el sacrificio q u e su p a d r e
i m p l o r a b a ; a r r o j ó s e en sus brazos sin p r o n u n c i a r pa-
labra; Krespel despidió al novio, y d o s .días d e s p u é s
llegaba á H**' con su q u e r i d a h i j a ; p e r o el joven n o
podía r e n u n c i a r así á la felicidad q u e se h a b í a p r o m e -
tido, y m a r c h ó en pos d e K r e s p e l , á q u i e n alcanzó á
la p u e r t a d e su casa. El consejero le r e c h a z ó d u r a -
mente.
—¡Oh!—exclamó la p o b r e A n t o n i a — ¡ d e j a d m e verle,
oirle una vez m á s , y d e s p u é s m o r i r !
—¡Morir!... ¡Morir!...—repetía el c o n s e j e r o f u e r a d e
si: — ¡Verte m o r i r , a ti, hija m í a , el ú n i c o sér q u e m e
hace a m a r este m u n d o 1 ¡ P u e s bien, h á g a s e t u volun-
tad; p e r o si m u e r e s no m a l d i g a s á t u d e s g r a c i a d o pa-
dre !
El sacrificio q u e d ó r e s u e l t o : el joven m ú s i c o se sentó
al piano; A n t o n i a cantó, y Krespel e m p u ñ a n d o su vio-
lin n o dejó d e tocar, con la vista fija en A n t o n i a , h a s -
ta q u e vió a p a r e c e r las m a n c h a s p u r p ú r e a s en s u s
palidas mejillas. E n t o n c e s i n t e r r u m p i ó b r u s c a m e n t e
el concierto, hizo u n a s e ñ a al joven m ú s i c o p a r a q u e
se r e t i r a s e , y Antonia cayó al suelo p r i v a d a d e sen-
tido.
—Al p r o n t o creí—me dijo Krespel al a c a b a r de refe-
r i r m e esta t r i s t e h i s t o r i a - q u e mi p o b r e hija estaba
m u e r t a , y c o g i e n d o al m a l d i t o novio p o r u n brazo,
grité: «¡Marchaos p r o n t o de a q u í , p o r q u e m i hija está
tan pálida, q u e soy capaz de h u n d i r o s u n cuchillo en
el corazón p a r a colorar s u s mejillas con v u e s t r a san-
gre!...» Sin d u d a tenía y o un a s p e c t o terrible en a q u e l
i n s t a n t e , p o r q u e el t a i m a d o se p r e c i p i t ó c o m o u n loco
por las escaleras, y j a m á s he v u e l t o á verle.
C u a n d o el c o n s e j e r o levantó á su hija, ésta a b r i ó los
ojos y volvió á c e r r a r l o s casi al p u n t o . El m é d i c o á
quien se había ido á b u s c a r , dijo q u e el accidente
a u n q u e g r a v e , n o t e n d r í a tal vez e n o j o s a s c o n s e c u e n - á Antonia en brazos de s u novio; sus labios se t o c a b a n ,
c i a s ; y en efecto, a los pocos días, la joven pareció y sin e m b a r g o , el canto celestial c o n t i n u a b a s i e m -
del t o d o r e s t a b l e c i d a . S u a m o r filial era c o n m o v e - p r e . . . P o s e í d o d e u n e s p a n t o indecible, el c o n s e j e r o
d o r ; con la m á s a d m i r a b l e resignación h a b í a s e s o m e - p e r m a n e c i ó allí h a s t a q u e vió d e s p u n t a r el alba, p r e s a
tido á las m a n í a s y c a p r i c h o s del c o n s e j e r o , y a y u d a - d e u n a a n g u s t i a indefinible... Parecíale q u e un circulo
bale con angelical paciencia á d e s m o n t a r los violines d e h i e r r o paralizaba su p e n s a m i e n t o .
viejos q u e c o m p r a b a p a r a c o n s t r u i r o t r o s n u e v o s . «No, C u a n d o el p r i m e r r a y o d e la a u r o r a coloreó con son-
p a d r e m í o , decíale á m e n u d o con melancólica sonrisa, r o s a d o s t i n t e s las c o r t i n a s de su lecho, d e s p e r t ó c o m o
ya no c a n t a r é m á s , p u e s t o q u e te aflijo; n o q u i e r o d e u n s u e ñ o p e n o s o y corrió á la habitación d e A n t o n i a .
vivir ni r e s p i r a r m á s q u e p a r a ti.» Y K r e s p e l , al oír L a joven estaba t e n d i d a en u n sofá, con los ojos cerra-
a q u e l l a s p a l a b r a s , s e n t í a s e feliz. dos y las m a n o s u n i d a s ; en s u s pálidos labios v a g a b a
u n a sonrisa dulce, p e r o fija; p a r e c í a d o r m i r , s o ñ a n d o
C u a n d o h u b o c o m p r a d o el f a m o s o violín q u e ence-
en el cielo.
r r ó en el a t a ú d de A n t o n i a , al v e r ésta q u e t a m b i é n
iba á d e s m o n t a r l e , m i r ó t r i s t e m e n t e á s u p a d r e , di- H u b i é r a s e dicho q u e e r a el á n g e l d e la d i v i n i d a d .
ciéndole: «¡Cómo, t a m b i é n ese!» Parecióle al consejero ¡Su a l m a se había elevado al p a r a í s o !
q u e u n a voz i n t e r i o r le a c o n s e j a b a r e s p e t a r a q u e l ins-
trumento, y hasta probarle. Apenas h u b o preludiado,
la joven e x c l a m ó b a t i e n d o p a l m a s : «¡Esa es m i voz, es
mi voz! ¡Todavía c a n t o ! »
Y decía v e r d a d : las n o t a s p e r l a d a s del m a r a v i l l o s o
i n s t r u m e n t o p a r e c í a n caer del cielo; K r e s p e l e s t a b a
c o n m o v i d o ; el a r c o c r e a b a p r o d i g i o s b a j o s u s d e d o s .
A l g u n a s veces decíale Antonia con d u l c e sonrisa: «Pa-
d r e , q u i s i e r a cantar»; y e n t o n c e s K r e s p e l , t o m a n d o el
violín, tocaba a l g u n a s variaciones deliciosas.
P o c o s d í a s a n t e s d e m i s e g u n d o viaje á H " * , el con-
sejero c r e y ó oir, d u r a n t e u n a n o c h e s e r e n a , las teclas
del p i a n o e n la h a b i t a c i ó n c o n t i g u a , p a r e c i é n d o l e q u e
los d e d o s de A n t o n i a las r e c o r r í a n r á p i d a m e n t e . Quiso
levantarse, m a s hubiérase dicho que u n a mano de
h i e r r o le s u j e t a b a . . . D e s p u é s figurósele q u e la voz d e
su h i j a m u r m u r a b a d é b i l m e n t e , c u a l si e s t u v i e r a lejos;
poco á poco las m o d u l a c i o n e s se a c e r c a r o n , l l e g a n d o á
u n crescendo, del q u e c a d a n o t a le t r a s p a s a b a el cora-
zón c o m o u n a flecha; d e r e p e n t e , u n a a u r e o l a azulada
disipó las tinieblas e n el f o n d o d e la h a b i t a c i ó n , y vió
 ' RS-MD DE R»TÍ£VQ IFON

EL MISTERIO

DE LA CASA DESIERTA

L aspecto d e
los n u m e r o -
sos y brillan-
tes edificios
d e la Residencia de
V*", y la belleza de los
p r o d u c t o s del a r t e y
d e la i n d u s t r i a con
q u e d i a r i a m e n t e se e n r i q u e c e , c o n s t i t u y e n las d e -
licias d e los c u r i o s o s y son la maravilla a d m i r a d a
d e t o d o s los v i a j e r o s . La calle p r i n c i p a l , flanqueada d e
s o b e r b i a s casas, y q u e c o n d u c e á la p u e r t a de"**, sirve
de paso c o n t i n u o á lo m á s escogido de la sociedad
q u e p a s a allí el t i e m p o v i s i t á n d o s e . En los p i s o s b a j o s
h a y l u j o s a s t i e n d a s ; y en los s u p e r i o r e s h á l l a n s e h a b i -
taciones d e las m á s c ó m o d a s : es el barrio d e la aristo-
cracia.
M á s de m i l veces h a b í a r e c o r r i d o y o a q u e l p a s e o
c u a n d o cierto día m i vista se fijó en u n a c a s u c h a , c u y o
aspecto c o n t r a s t a b a s i n g u l a r m e n t e con los a l r e d e d o -
res. F i g u r a o s u n c u a d r a d o d e p i e d r a s con c u a t r o ven-
tanas, q u e f o r m a b a un solo p i s o ; su a l t u r a n o excedía
a p e n a s d e la d e u n e n t r e s u e l o d e las m a g n í f i c a s casas
c o n t i g u a s á d e r e c h a é i z q u i e r d a ; el t e j a d o d e a q u e l
barracón, a g r i e t a d o por t o d a s p a r t e s , hallábase ya r u i -
noso, y los v i d r i o s r o t o s se h a b í a n s u s t i t u i d o con plie- nes d e un h o m b r e sensible, d i s p u e s t o á e x a l t a r s e . S i n
g o s d e papel g r i s ó azul. L a s c u a t r o v e n t a n a s e s t a b a n e m b a r g o , á p e s a r d e la explicación m a t e r i a l q u e s e m e
c e r r a d a s ; las del piso b a j o se h a b í a n t a p i a d o ; y en la había d a d o , n o p o d í a m e n o s d e m i r a r la casa d e s i e r t a
p u e r t a , e s t r e c h a , b a j a y sin c e r r a d u r a , i n ú t i l m e n t e se con u n s e n t i m i e n t o inexplicable q u e m e e s t r e m e c í a ;
h u b i e r a b u s c a d o u n a c a m p a n i l l a ó l l a m a d o r . E s t e de- mi e s p í r i t u r e c h a z a b a con cólera la idea d e q u e hu-
t e r i o r o indicaba u n a soledad c o m p l e t a ; a q u e l l a c a s u c h a biera confites en vez d e los f a n t a s m a s q u e t a n p o d e r o -
p a r e c í a a b a n d o n a d a hacía cien a ñ o s , y a u n q u e en ri- s a m e n t e m e h a b í a n p r e o c u p a d o ; y n o p e r d í a la e s p e -
g o r n a d a t i e n e d e p a r t i c u l a r u n a casa d e s i e r t a , el h e c h o ranza d e v e r a l g ú n día al m u n d o f a n t á s t i c o t o m a r
d e hallarse en u n b a r r i o tan rico, y en u n t e r r e n o q u e
p o d í a r e p o r t a r á su p r o p i e t a r i o u n a r e n t a c o n s i d e r a -
ble, p o d í a d a r o r i g e n á las s u p o s i c i o n e s : yo n o podía
p a s a r p o r d e l a n t e d e a q u e l l a especie d e r u i n a sin f o r -
j a r m e las m á s d i v e r s a s h i s t o r i a s .
C i e r t o d í a en q u e los e l e g a n t e s se c o d e a b a n en el
p a s e o , estaba y o d e pie, a p o y a d o en u n g u a r d a c a n t ó n
f r e n t e á la casa d e s i e r t a : u n h o m b r e á q u i e n n o h a b í a
visto hacía m u c h o t i e m p o d e t ú v o s e d e l a n t e d e mi y
m e d i s t r a j o de mi p r e o c u p a c i ó n ; e r a el conde P . , u n
s o ñ a d o r , p o r lo m e n o s t a n c u r i o s o y f a n t á s t i c o c o m o
yo. T a m b i é n h a b í a p e n s a d o m u c h o s o b r e el m i s t e r i o
d e la casa d e s i e r t a , p e r o s u s s u p o s i c i o n e s i b a n m u c h o
m á s lejos q u e las m í a s , p u e s llegó á c r e a r s e u n a his-
t o r i a tan e x t r a v a g a n t e , q u e a p e n a s h u b i e r a p o d i d o
a d m i t i r l a c o m o v e r d a d e r a la m á s a t r e v i d a i m a g i n a c i ó n .
Juzgue hasta q u é p u n t o quedaría chasqueado aquel
posesión d e aquella v i v i e n d a . La c a s u a l i d a d debía
p o b r e c o n d e c u a n d o d e s p u é s de b u s c a r el m á s trágico l a n z a r m e d e n u e v o m u y p r o n t o en la vía d e las s u p o -
d e s e n l a c e p a r a su h i s t o r i a , s u p o q u e la f a m o s a casa siciones.
d e s i e r t a e r a s i m p l e m e n t e el taller d e u n confitero,
A l g u n o s d í a s d e s p u é s d e e n c o n t r a r al c o n d e P , p a s é
c u y a t i e n d a e s t a b a c o n t i g u a : h a b í a n s e t a p i a d o las ven-
a eso d e las doce d e la m a ñ a n a p o r d e l a n t e d e la casa
t a n a s del piso bajo p a r a o c u l t a r á los t r a n s e ú n t e s el
desierta, y vi a g i t a r s e s u a v e m e n t e u n a cortinilla d e
a s p e c t o d e los h o r n i l l o s y crisoles; y las v e n t a n a s del
sarga v e r d e en la v e n t a n a m á s p r ó x i m a á la t i e n d a del
p r i m e r piso e s t a b a n c a l a f a t e a d a s p a r a p r e s e r v a r del
c o n f i t e r o ; u n a m a n o blanca, m u y bien t o r n e a d a , q u e
sol y d e los i n s e c t o s los confites a l m a c e n a d o s allí. E s t o s
tenia el d e d o m e ñ i q u e a d o r n a d o con un m a g n í f i c o bri-
m a l d i t o s d a t o s p r o d u j e r o n en mí el efecto d e u n a d u c h a
dante, se deslizó d e b a j o d e la cortinilla ; d e s p u é s vi u n
h e l a d a ; y ya no h a b í a s u e ñ o posible ni poesía ; n o se
brazo d e a l a b a s t r o q u e o s t e n t a b a u n a p u l s e r a d e oro-
n e c e s i t a b a m á s p a r a e c h a r p o r t i e r r a t o d a s las ilusio-
la m a n o d e p o s i t ó u n f r a s q u i t o . d e cristal en la saliente
d e la v e n t a n a y d e s a p a r e c i ó .
P e r m a n e c í inmóvil con la vista fija, cual si t u v i e s e
los pies clavados en el suelo, h a c i e n d o al p a r e c e r u n a
figura tan e x t r a ñ a , q u e en m e n o s d e diez m i n u t o s u n a
m u l t i t u d d e c u r i o s o s se a g r u p ó á m i a l r e d e d o r , si-
g u i e n d o con la vista la dirección d e m i s m i r a d a s ; p e r o
ya n o había m a n o s o n r o s a d a ni brazo d e a l a b a s t r o ; d e
m o d o q u e los p a p a n a t a s i m p e r t i n e n t e s h u b i e r o n d e
r e t i r a r s e sin v e r cosa a l g u n a . Aquella g e n t e m e recor-
dó los t o n t o s d e cierto pueblecillo q u e se a g r u p a r o n
cierta m a ñ a n a d e l a n t e de u n a casa g r i t a n d o : «¡mila-
g r o ! » , p o r q u e se h a b í a caído u n g o r r o d e a l g o d ó n d e
u n sexto piso sin r o m p e r s e u n a sola malla. S e p o d í a
a p o s t a r ciento c o n t r a u n o q u e la m a n o s o n r o s a d a y el
brazo d e a l a b a s t r o p e r t e n e c í a n en legítima p r o p i e d a d
á la m u j e r , á la h e r m a n a ó á la h i j a del confitero, y
q u e el f r a s c o d e cristal c o n t e n í a p r o s a i c a m e n t e u n a
m e d i d a d e j a r a b e d e grosella. ¡ He a q u í c ó m o u n e s p í -
r i t u i n q u i e t o , p e r o j u s t o , sabe llegar á su objeto p o r
el c a m i n o m á s corto 1 O c u r r i ó m e la idea d e e n t r a r e n
la t i e n d a del c o n f i t e r o p a r a o b t e n e r con m u c h o tacto
a l g u n a confidencia ; y m i e n t r a s t o m a b a u n a s pastillas
d e chocolate, d i j e á m i h o m b r e :
— A m i g o m í o , h a b é i s elegido m u y b u e n sitio p a r a
vuestro establecimiento, y no debe faltaros comodi-
d a d , g r a c i a s á esa casa vecina, d o n d e h a b é i s estable-
cido el l a b o r a t o r i o .
—¿ Q u i é n diablos ha p o d i d o d e c i r o s — e x c l a m ó el
i n d u s t r i a l m i r á n d o m e con s o r p r e s a — q u e y o m e u t i -
lizo d e la casa d e al lado? C i e r t a m e n t e m e c o n v e n d r í a ;
m a s á p e s a r d e t o d o s m i s e s f u e r z o s , a ú n no se ha con-
c l u i d o el negocio. P o r lo d e m á s , y bien r e f l e x i o n a d o ,
n o lo siento, p o r q u e en esa casa d e b e n o c u r r i r cosas
e x t r a o r d i n a r i a s q u e p e r j u d i c a r í a n s i n g u l a r m e n t e al
i n q u i l i n o aficionado á la t r a n q u i l i d a d y al r e p o s o .
Dios sabe, q u e r i d o lector, h a s t a q u é p u n t o m e pre-
ocuparon estas palabras; intenté hacer hablar á mi
h o m b r e ; p e r o t o d o c u a n t o p u d e a v e r i g u a r d e él, á
f u e r z a d e p r e g u n t a s , f u é q u e la casa desierta p e r t e n e -
cía á la c o n d e s a S*", la cual r e s i d í a en s u s t i e r r a s y n o
había v u e l t o hacía a l g u n o s a ñ o s . P o r lo d e m á s , la casa
p r e s e n t a b a el m i s m o a s p e c t o d e s d e t i e m p o i n m e m o -
rial, y n a d i e p a r e c í a c u i d a r s e d e hacer la m e n o r r e p a -
ración p a r a p r e s e r v a r l a d e u n a r u i n a i n m i n e n t e . Dos
s e r e s la h a b i t a b a n : u n a n c i a n o criado y u n p e r r o d e -
c r é p i t o q u e n o cesaba d e l a d r a r . La g e n t e baja del ba-
rrio estaba c o n v e n c i d a de q u e en aquella casa h a b i t a -
ban d u e n d e s , p u e s en ciertas épocas, y s o b r e t o d o al
a p r o x i m a r s e la fiesta de N a v i d a d , oíanse r u i d o s m u y
e x t r a ñ o s q u e t u r b a b a n el silencio d e la n o c h e ; y h a s t a
en c i e r t a s ocasiones oiase un e s t r é p i t o a t r o n a d o r . Al-
g u n a q u e o t r a vez, la voz cascada d e u n a vieja p a r e c í a
esforzarse p a r a e n t o n a r u n a especie de c a n t o del o t r o
m u n d o , y a p e n a s se d i s t i n g u í a n a l g u n o s m o n o s í l a b o s
f r a n c e s e s m e z c l a d o s con u n a l e n g u a d e s c o n o c i d a . En
fin, a ñ a d i ó el confitero, c o n d u c i é n d o m e á la t i e n d a ,
i veis ese t u b o de h i e r r o q u e sobresale d e aquella pa-
r e d ? P u e s b i e n , en m e d i o del v e r a n o h e visto salir á
veces p o r ese c o n d u c t o u n h u m o m u y espeso, cual si
en el i n t e r i o r d e la casa h u b i e r a u n f u e g o infernal. En
varias ocasiones m e q u e j é al viejo criado, q u e nos a m e -
naza a cada i n s t a n t e con a l g ú n i n c e n d i o ; p e r o el t u n a n t e
p r e t e n d e q u e eso e s el c a r b ó n de su cocina. Sólo el
diablo s a b r á lo q u e come ese viejo, p u e s el h u m o q u e
sale de la c h i m e n e a e s p a r c e al m i s m o t i e m p o u n olor
nada apetitoso.
En a q u e l m o m e n t o , la p u e r t a d e la t i e n d a hizo reso-
n a r u n t i m b r e a g u d o al a b r i r s e . El confitero se e x c u s ó
para ir a d e s p a c h a r al p a r r o q u i a n o , y c o m o y o iba
d e t r a s d e él, c o m p r e n d í al p u n t o p o r la señal d e c a -
beza q u e m e hizo d i s i m u l a d a m e n t e , q u e la p e r s o n a q u e
a c a b a b a d e e n t r a r era la m i s m a d e q u i e n h a b l á b a m o s .
F i g u r a o s , q u e r i d o lector, u n h o m b r e c i l l o flaco y seco,
con la piel a p e r g a m i n a d a y a m a r i l l e n t a , nariz p u n t i -
a g u d a , labios m u y d e l g a d o s , ojos d e color v e r d e gris,
sonrisa e s t ú p i d a y cabellos e m p o l v a d o s en f o r m a d e
p i r á m i d e ; su t r a j e se c o m p o n í a d e u n levitón m u y
g a s t a d o por el u s o , q u e en o t r o t i e m p o d e b i ó s e r de
color d e c a f é ; calzón c e ñ i d o s o b r e m e d i a s g r i s e s , y
z a p a t o s d e p u n t a c u a d r a d a con h e b i l l a s d e s i m i l o r . De
las b o c a m a n g a s d e su levitón s o b r e s a l í a n d o s p u ñ o s
m u y r o b u s t o s q u e c u a d r a b a n bastante^ m a l con la voz
d e falsete y q u e j u m b r o s a con q u e el viejo pidió n a r a n -
jas y c a s t a ñ a s confitadas, m a z a p á n y o t r a s golosinas.
El confitero se a p r e s u r ó á s e r v i r l o ; m i e n t r a s q u e el
viejo, s a c a n d o d e sú bolsillo u n a escarcela d e c u e r o
rojizo ya m u y g a s t a d a , t o m ó d e ella a l g u n a s m o -
n e d a s r o ñ o s a s , y pagó, m u r m u r a n d o f r a s e s incohe-
rentes.
— ¿ E s t á i s e n f e r m o , v e c i n o ? — l e p r e g u n t ó el confi-
t e r o : — p a r é c e m e v e r o s t r i s t e ; p e r o eso será la e d a d
¿ n o es c i e r t o ? E s la e d a d . . .
— ¡ I l o h o , h o h o ! ¿ Q u i é n dice e s o ? — r e f u n f u ñ ó con
e x p r e s i ó n d e e n o j o el s a t á n i c o v e j e t e , h a c i e n d o u n a
p i r u e t a t a n p e s a d a q u e los v i d r i o s d e la t i e n d a r e t e m -
blaron, y p i s a n d o , en s u evolución, u n a pata del p e r r o
n e g r o q u e le a c o m p a ñ a b a , el c u a l p r o f i r i ó a g u d o s a u -
llidos.
— ¡Maldito a n i m a l ! — e x c l a m ó el viejo, a b r i e n d o la
bolsa en q u e llevaba los confites p a r a a r r o j a r u n o al
p e r r o , q u e calló p o r g l o t o n e r í a , s e n t á n d o s e al p u n t o
con la gracia d e u n a ardilla.
— B u e n a s n o c h e s , vecino — dijo el vejete c u a n d o su
p e r r o se h u b o c o m i d o la golosina, — b u e n a s n o c h e s ;
el p o b r e a n c i a n o g a s t a d o p o r la edad os d e s e a b u e n a
suerte y larga vida.
Así d i c i e n d o , e s t r e c h ó la m a n o del confitero con s u s
d e d o s h u e s o s o s , p e r o t a n f u e r t e m e n t e , q u e el b u e n
h o m b r e profirió u n a e x c l a m a c i ó n d e dolor.
— Ya h a b é i s visto, caballero — m e dijo el i n d u s t r i a l
c u a n d o h u b o salido su p a r r o q u i a n o — l a especie de
factótum del c o n d e S**% y el g u a r d i á n de la casa desier-
ta. A l g u n a s veces m e he q u e j a d o del r u i d o q u e hacía
por la n o c h e ; pero á t o d o m e r e s p o n d e « q u e e s p e r a á
la familia d e su s e ñ o r hace t a n t o s a ñ o s , q u e es d e c r e e r
q u e no v e n d r á n u n c a . » No sé n a d a m á s , y con esto
t e n g o el h o n o r de s a l u d a r o s , p o r q u e ha llegado la h o r a
en q u e n u e s t r a s h e r m o s a s d a m a s v i e n e n á s e n t a r s e en
la tienda y se d i s p u t a n las d u l z u r a s q u e d i a r i a m e n t e
i n v e n t o para s u s b o n i t a s bocas.
Al salir d e la t i e n d a del c o n f i t e r o c o m e n c é á b u s c a r
m e n t a l m e n t e u n a relación e n t r e el canto t r i s t e y s i n -
g u l a r q u e se había oído en la casa d e s i e r t a y el brazo
e n c a n t a d o r q u e poco a n t e s vi bajo la cortina d e s a r g a ,
p e r s u a d i é n d o m e al fin d e q u e , por u n a ilusión d e
acústica, el confitero h a b r í a c r e í d o q u e era u n a voz d e
vieja el c a n t o dulce, a u n q u e p l a ñ i d e r o , d e a l g u n a her-
m o s a m u j e r p e r s e g u i d a y cautiva d e u n odioso t i r a n o .
O t r a vez volví á p e n s a r en el h u m o d e n s o q u e salía
del c a ñ ó n d e la c h i m e n e a , y en el frasco d e cristal co-
locado en la v e n t a n a ; y d e d u j e , sin b u s c a r ya m á s ,
q u e la h e r m o s a d e s c o n o c i d a era víctima d e un a b o m i -
nable sortilegio. E n el vejete creí v e r u n h e c h i c e r o dis-
f r a z a d o ; m i c e r e b r o se exaltó, y m i l e s d e figuras dia-
bólicas se m e r e p r e s e n t a b a n en m i s i n s o m n i o s . P o r u n
inefable e n c a n t o , el brazo d e a l a b a s t r o se u n i ó en m i
p e n s a m i e n t o con u n h o m b r o m a s blanco q u e la nieve,
q u e m i s ojos creían v e r ; d e s p u é s la figura a d o r a b l e d e
u n a joven s u r g i ó a n t e mí velada en aquella especie d e
a l u c i n a c i ó n ; y p a r e c i ó m e q u e la p l a t e a d a b r u m a q u e
m e ocultaba en p a r t e las f a c c i o n e s e n c a n t a d o r a s de
a q u e l ángel se e s c a p a b a en f o r m a d e o n d a sin fin del
frasco de cristal. P a r a c o n s e g u i r la libertad d e a q u e l
sér e n c a n t a d o r concebí los m á s descabellados proyec-
t o s ; p r o f e r í a m a q u i n a l m e n t e las e x c l a m a c i o n e s m á s
caballerescas; pero de pronto parecióme q u e una mano
de e s q u e l e t o m e g o l p e a b a el o m ó p l a t o , r o m p i e n d o en
mil p e d a z o s el f r a s c o m a r a v i l l o s o ; y e n t o n c e s la apa-
rición se desvaneció, d e j a n d o t r a s sí el eco m o r i b u n d o
d e u n a triste q u e j a .
Al día s i g u i e n t e c o r r í á p r i m e r a h o r a á s i t u a r m e
f r e n t e á la casa d e s i e r t a , y o b s e r v é q u e h a b í a n p u e s t o
p e r s i a n a s , p u e s n o e s t a b a n la v í s p e r a ; d e m o d o q u e
p a r e c í a u n a t u m b a . D u r a n t e t o d o el d í a n o d e j é d e
r o n d a r p o r los a l r e d e d o r e s , y llegada la n o c h e volví á
p a s a r p o r d e l a n t e d e la c a s a ; la p u e r t e c i l l a , sin c e r r a -
d u r a , estaba e n t o r n a d a , y el viejo a s o m a b a la cabeza
por f u e r a . Al v e r esto, resolví hablarle, y a c e r c á n d o m e
á él, p r e g u n t ó l e c o r t é s m e n t e :
— ¿No vive en esta casa el consejero d e H a c i e n d a
Binder?
— No — c o n t e s t ó el vejete s o n r i e n d o con desconfian-
za;— j a m á s ha p u e s t o a q u í los p i e s ni v e n d r á n u n c a ,
y t o d o el m u n d o sabe q u e h a b i t a lejos d e este b a r r i o .
Al p r o n u n c i a r e s t a s p a l a b r a s r e t i r ó la cabeza y d i ó m e
con la p u e r t a en las n a r i c e s . Le oí t o s e r y a r r a s t r a r s e
p e s a d a m e n t e , p r o d u c i e n d o c o m o u n r u i d o d e llaves, y
p a r e c i ó m e q u e b a j a b a en el i n t e r i o r p o r u n a escalera.
P o r la p u e r t a e n t o r n a d a h a b í a o b s e r v a d o q u e en el
v e s t í b u l o h a b í a t a p i c e s m u y r o í d o s , y sillones a n t i g u o s
d e tela escarlata.
Á la m a ñ a n a s i g u i e n t e , á eso del m e d i o día, u n a
f u e r z a irresistible m e a t r a j o al m i s m o sitio, y esta vez
vi, ó creí ver, e n la v e n t a n a del p r i m e r piso, la corti-
nilla d e s a r g a v e r d e m e d i o l e v a n t a d a ;' u n d i a m a n t e
brilló, y d e s p u é s u n a m u j e r e n c a n t a d o r a , a p o y a d a e n
la s a l i e n t e i n t e r i o r , t e n d i ó m e los brazos con a i r e s u -
p l i c a n t e . P r e g u n t á n d o m e si s o ñ a b a , b u s q u é con la vis-
ta u n sitio d o n d e p u d i e r a c o n t i n u a r m i s o b s e r v a c i o n e s
sin l l a m a r la atención d e la m u l t i t u d ; al o t r o lado d e
la calle divisé u n banco d e p i e d r a , f r e n t e á la m i s m a
casa, y al p u n t o f u i á s e n t a r m e en él. E n t o n c e s levan-
to la v i s t a : sí, allí está la e n c a n t a d o r a joven q u e m i
m e n t e había a d i v i n a d o , p e r o p e r m a n e c e inmóvil y su
vaga m i r a d a n o se fija e n m í , p o r lo cual comienzo á
creer q u e lo q u e m i s ojos h a n visto es sólo u n a m a g -
nífica p i n t u r a . De r e p e n t e p a s a j u n t o á m í u n q u i n q u i -
llero, y s u p l í c a m e le c o m p r e a l g ú n o b j e t o p a r a estre-
narse con s u e r t e , p o r q u e no h a v e n d i d o n a d a en t o d a
la m a ñ a n a . Al p r o n t o le r e c h a z o con d u r e z a , p e r o in-
siste, y e x p o n e á mi vista t o d o s u s objetos, ofrecién-
d o m e u n espejito d e bolsillo, q u e coloca á cierta
distancia de m i s ojos, lo cual m e p e r m i t e v e r con m u -
cha claridad la v e n t a n a d e la casa d e s i e r t a y la ange-
lical figura de la joven. A q u e l o b j e t o m e tienta p o d e -
r o s a m e n t e , y le c o m p r o sin r e g a t e a r ; m a s a p e n a s h a g o
uso d e él, u n acceso d e catalepsia p a r e c e fijar fatal-
m e n t e m i s ojos en el espejito, sin q u e m e sea posible
a p a r t a r l o s ; d e r e p e n t e c r e o v e r los h e r m o s o s ojos d e
m i s e d u c t o r a desconocida, i n t e r p u e s t o s e n t r e el espe-
jito y y o ; u n s e n t i m i e n t o d e t e r n u r a inefable h a c e
palpitar mi corazón...
— T e n é i s u n precioso e s p e j i t o — m e dice d e p r o n t o
u n a voz j u n t o á m í .
D e s p i é r t o m e c o m o d e u n s u e ñ o , y n o es poca m i
s o r p r e s a al v e r m e r o d e a d o d e u n círculo d e p e r s o n a s
q u e n o conocía, y q u e s o n r í e n con expresión e q u í v o -
ca, cual si m i r a s e n á u n loco.
— T e n é i s u n e s p e j o maravilloso—repite la m i s m a
voz
; p e r o ¿ p o d r í a saberse q u é p r e o c u p a t a n t o vues-
tra atención r ¿ E s t á i s acaso en relaciones con los es-
píritus ?
El i n d i v i d u o q u e m e dirigía esta p r e g u n t a , m e p a r e -
ció u n a p e r s o n a f o r m a l ; v e s t í a con e l e g a n t e sencillez,
y la dulce e x p r e s i ó n d e su s e m b l a n t e i n s p i r a b a con-
fianza. No p u d e m e n o s d e confesarle sin r o d e o s lo q u e
e x p e r i m e n t a b a , y p r e g ú n t e l e si n o había o b s e r v a d o
t a m b i é n a q u e l l a a d m i r a b l e figura.
—A f e m í a , caballero — c o n t e s t ó — c r e o t e n e r ojos
b a s t a n t e b u e n o s , y Dios q u i e r a q u e no necesite las an-
t i p a r r a s h a s t a d e a q u í á m u c h o s a ñ o s . He visto la figu-
ra d e q u e h a b l á i s ; p e r o creo q u e es u n r e t r a t o al óleo,
p i n t a d o p o r un excelente a r t i s t a . . .
Me a p r e s u r é á m i r a r d e n u e v o , p e r o y a h a b í a n
c o r r i d o la cortinilla.
— V e d , caballero—añadió m i i n t e r l o c u t o r — e l ancia-
n o c r i a d o del c o n d e S ' " \ d u e ñ o de esa c a s u c h a , acaba
d e d e s c o l g a r el r e t r a t o p a r a l i m p i a r el polvo, y ha
v u e l t o á c e r r a r la v e n t a n a .
—¿ Estáis s e g u r o ? — p r e g u n t é con aire c o n s t e r n a d o .
— T a n c i e r t o c o m o q u e estoy vivo. M i r a n d o el objeto
en el espejito, u n a ilusión óptica os ha e n g a ñ a d o , y
lo m i s m o m e h u b i e r a s u c e d i d o á mí á v u e s t r a edad,
con t a n a r d i e n t e i m a g i n a c i ó n .
— P e r o yo h e visto m o v e r la m a n o y el brazo—excla-
m é d e n u e v o , p r e s a d e u n a s o m b r o difícil d e des-
cribir.
—No d i g o lo c o n t r a r i o — r e p l i c ó m i i n t e r l o c u t o r , son-
r i e n d o con irónica cortesía. Y d a n d o m e d i a vuelta,
alejóse d i c i e n d o : — Desconfiad d e los e s p e j o s q u e el
diablo f a b r i c a . P a s a d l o b i e n .
Ya c o m p r e n d e r é i s , q u e r i d o lector, c u á n t o debí su-
f r i r al v e r m e t r a t a d o c o m o u n visionario imbécil. Po-
seído d e cólera y a v e r g o n z a d o , corrí á e n c e r r a r m e en
mi casa, bien r e s u e l t o á no o c u p a r m e m á s de la casa
desierta.
A l g u n o s a s u n t o s q u e debía a r r e g l a r m e ocuparon
v a r i o s d í a s , c o n t r i b u y e n d o n o poco á c a l m a r mi cere-
b r o ; por las n o c h e s , sin e m b a r g o , e x p e r i m e n t a b a so-
b r e x c i t a c i o n e s c a l e n t u r i e n t a s ; p e r o p u d e resistir sin
dificultad. Había vuelto á s e r v i r m e del espejito, causa
de m i alucinación, y cierta m a ñ a n a , al cogerlo p a r a
p o n e r l e en mi t o c a d o r , p a r e c i ó m e q u e el cristal estaba
e m p a n a d o ; soplé la l u n a , p a s é s o b r e ella un p a ñ o y
m e m i r e . . . ¡ Oh ! a ú n m e e s t r e m e z c o al r e c o r d a r l o
En vez d e m i s facciones, vi las de la m i s t e r i o s a desco-
nocida de la casa d e s i e r t a ; s u s ojos e s t a b a n llenos de
l a g r i m a s , y fijábanse en m í con u n a e x p r e s i ó n m á s
dolorida a ú n q u e la p r i m e r a vez.
La sensación q u e e x p e r i m e n t é f u é tan violenta q u e
los días s i g u i e n t e s no hice m á s q u e p a s a r y r e p a s a r
p o r delante d e la casa d e s i e r t a . La i m a g e n d e la her-
m o s a joven se m e r e p r e s e n t a b a en t o d o s m i s p e n s a -
m i e n t o s ; sólo vivía para el f a n t a s m a ; y p a r e c i ó m e q u e
e n t r e m, y a q u e l s é r d e n a t u r a l e z a desconocida se es-
tablecían relaciones físicas, a u n q u e invisibles. Poco á
poco ca, en u n e s t a d o de languidez q u e m i n a b a los
ó r g a n o s d e m i vida ; era u n a mezcla d e dolor y d e vo-
l u p t u o s i d a d q u e m e debilitaba, y no podía o p o n e r
resistencia a l g u n a á aquella influencia s o b r e n a t u r a l
T e m i e n d o p e r d e r el juicio, y sin tener a p e n a s f u e r z a
p a r a a n d a r , f u i á ver á u n m é d i c o célebre q u e se ocu-
p a b a e s p e c i a l m e n t e del t r a t a m i e n t o p r e v e n t i v o de las
dolencias m e n t a l e s ; le referí t o d o c u a n t o m e p a s a b a
h a c a a l g ú n t i e m p o , y s u p l i q u é l e q u e no m e a b a n d o -
nara en u n estado p e o r q u e la m u e r t e .
- T r a n q u i l i z a o s - m e dijo el d o c t o r - - t e n é i s el espí-
ritu e n f e r m o , p e r o conocéis m u y bien la causa d e la
p e r t u r b a c i ó n , y esto es ya una condición favorable
p a r a c u r a r o s . P o r lo pronto, dejad a q u í v u e s t r o espe-
jito; volved a casa ; b u s c a d a l g u n a o c u p a c i ó n q u e ab-
sorba t o d a s v u e s t r a s f a c u l t a d e s , y d e s p u é s de h a b e r
t r a b a j a d o a n i m o s a m e n t e , fatigad el c u e r p o p o r u n lar-
la noche
> ¡ d á visitar a v u e s t r o s
un a l i l ^ T 1 0 ? C ° n e l l 0 S ' A g r e g a d á e s t e ^ m e n
™ a l i m e n t o f u e r t e , y p a r a b e b i d a , vinos g e n e r o s o s .
T o d o v u e s t r o mal está solo en u n a idea fija ; si conse-
oniVfRS bMJ 0£NUÉV0 UOt
:
BJB- IOWUN-A«"**
«ALFÜÍV*) » W
 E. TEODORO HOFFMANN
güimos ahuyentarla, quedaréis curado radicalmente.
Yo vacilaba en a b a n d o n a r m i espejo : el d o c t o r le
t o m ó , sopló la l u n a , limpióla d e s p u é s , y m e le presen-
tó p a r a q u e m i r a r a .
—¿ Veis a l g u n a cosa ? — p r e g u n t ó m e .
—Sólo veo m i s f a c c i o n e s — c o n t e s t é .
— E s t á b i e n — r e p u s o el d o c t o r - — a h o r a , r e p e t i d la
p r u e b a , h a c i e n d o c o m o yo.
Un g r i t o se escapó de m i s labios, y m e p u s e m u y
pálido.
—¡ Es ella, es ella !—exclamé.
El d o c t o r volvió á t o m a r el e s p e j o .
— E n c u a n t o á m í — d i j o — n o veo n a d a , a b s o l u t a m e n -
te n a d a ; p e r o confieso q u e en el m o m e n t o d e m i r a r
he e x p e r i m e n t a d o c o m o u n e s t r e m e c i m i e n t o á pesar
m í o . T e n e d en m i c o m p l e t a c o n f i a n z a ; si h a y u n en-
c a n t o es preciso r o m p e r l e ; h a c e d m e el f a v o r d e repe-
tir la p r u e b a .
S o p l é o t r a vez el e s p e j o , m i e n t r a s q u e el doctor
aplicaba u n a m a n o s o b r e m i e s p i n a dorsal. La figura
r e a p a r e c i ó , y n o t é q u e el doctor palidecía al observar
el efecto q u e a q u e l f e n ó m e n o a c a b a b a d e p r o d u c i r en
m i s ó r g a n o s . D e s p u é s cogió el e s p e j o , e n c e r r ó l e en
u n a c a j a , m e d e s p i d i ó , r e p i t i e n d o las i n s t r u c c i o n e s q u e
a n t e s m e d i e r a , y d í j o m e q u e u n poco m á s t a r d e ve-
ríamos qué convenía hacer.
Desde a q u e l día m e e n t r e g u é á u n a i n f i n i d a d de
d i s t r a c c i o n e s y á u n a vida r u i d o s a , la m á s p r o p i a para
d o m i n a r mi e s p í r i t u á f u e r z a de cansancio físico. Po-
cos d í a s d e s p u é s , h a l l á n d o m e en u n a r e u n i ó n d e las
m á s alegres, el a s u n t o d e la conversación g i r ó sobre
las ciencias o c u l t a s y los f e n ó m e n o s m a g n é t i c o s , y con
este m o t i v o r e f i r i é r o n s e las m á s s o r p r e n d e n t e s anéc-
d o t a s . Se hizo m e n c i ó n d e t o d a s las p a r t i c u l a r i d a d e s
o b s e r v a d a s en los s u e ñ o s , las a l u c i n a c i o n e s y los éxta-
sis, y se p r e g u n t ó m u y s e r i a m e n t e si no sería posible
EL MISTERIO DE LA CASA DESIERTA
69
q u e u n a v o l u n t a d q u e existiese f u e r a d e n u e s t r a vida
ejerciera, en c i e r t a s condiciones, u n a v e r d a d e r a in-
fluencia en n u e s t r a s f a c u l t a d e s sin el a u x i l i o d e nin-
gún contacto material.
—Si a d m i t i é r a m o s s e m e j a n t e hipótesis—dijo u n o de
los q u e h a b l a b a n — e s t o nos c o n d u c i r í a á r e c o n o c e r
c o m o v e r d a d e s las b r u j e r í a s y los hechizos d e la E d a d
m e d i a , y t o d a s las s u p e r s t i c i o n e s d e q u e hace largo
t i e m p o dió b u e n a c u e n t a u n a filosofía i l u s t r a d a por
los p r o g r e s o s d e las ciencias.
— P e r o — r e p l i c ó á su vez u n joven médico—¿ p o d r á n
la s a b i d u r í a y la filosofía ilustrada n e g a r la existencia
d e los h e c h o s c o m p r o b a d o s ? ¿ No t i e n e la n a t u r a l e z a
misterios q u e á n u e s t r o s débiles ó r g a n o s está p r o h i b i -
d o s o n d e a r y c o m p r e n d e r ? Así c o m o u n ciego r e c o n o -
ce p o r el r o z a m i e n t o d e las h o j a s , p o r el m u r m u l l o de
u n m a n a n t i a l , la i n m e d i a c i ó n d e u n b o s q u e ó d e un
a r r o y o , ¿no p o d e m o s n o s o t r o s p r e s e n t i r a l g u n a s cosas
d e la existencia p o r la c o m u n i c a c i ó n invisible de cier-
tos e s p í r i t u s con el n u e s t r o ?
Al oir estas p a l a b r a s t o m é p a r t e en la discusión
— ¿ A d m i t í s , p u e s - p r e g u n t é al joven m é d i c o - la
existencia d e un p r i n c i p i o i n m a t e r i a l , d o t a d o d e u n a
tuerza q u e e n c i e r t a s condiciones no p o d r í a n u e s t r a
voluntad rechazar?
- Sí - contestó; - es u n h e c h o p r o b a d o p o r las ob-
servaciones d e h o m b r e s m u y f o r m a l e s , q u e p r o f u n d i -
zaron el e s t u d i o del m a g n e t i s m o .
- E n tal c a s o - r e p l i q u é - t a m b i é n es necesario reco-
nocer c o m o posible la existencia d e s e r e s maléficos ó
d e m o n i o s , d o t a d o s d e u n a n a t u r a l e z a s u p e r i o r á la
nuestra.
- E s o sería ir d e m a s i a d o l e j o s - r e p u s o el m é d i c o
s o n r i e n d o ; - y o no creo en los p o s e í d o s ; sólo p i e n s o
q u e en a l g u n o s s e r e s p u e d e n e x i s t i r ciertos p r i n c i p i o s
i n m a t e r i a l e s capaces d e e j e r c e r en o t r o s u n a acción
 C U E N T O S F A N T Á S T I C O S

irresistible, p e r o n o f u n d o esta idea sino en simples ob-

s e r v a c i o n e s , y c r e o q u e los ó r g a n o s d é b i l m e n t e cons-
t i t u i d o s , ó g a s t a d o s por a l g ú n exceso d e la vida, son
los únicos e x p u e s t o s á s u f r i r esa e s p e c i e d e f e n ó m e n o .
—Caballero—dijo e n t o n c e s un h o m b r e d e edad m a -
d u r a , q u e a ú n n o había hablado—si h a y , s e g ú n creéis
al parecer, f u e r z a s o c u l t a s y e n e m i g a s d e n u e s t r a na-
t u r a l e z a , concluyo, á j u z g a r por v u e s t r a s explicacio-
nes, q u e e s a s f u e r z a s n o existen sino p o r la debilidad
d e n u e s t r o e s p í r i t u ; y si las f a c u l t a d e s g a s t a d a s por
u n exceso ó u n p a d e c i m i e n t o , ó los ó r g a n o s i m p e r f e c -
tos, son los únicos q u e p u e d e n hallarse s o m e t i d o s á
ese f e n ó m e n o fisiológico, d e d u z c o q u e éste n o es o t r a
cosa sino u n a condición e n f e r m i z a d e n u e s t r o e s p í r i t u ,
y d e c o n s i g u i e n t e n o existen f u e r a d e n o s o t r o s f u e r z a s
d o t a d a s d e u n a acción v e r d a d e r a , i n t e r m e d i a r i a e n t r e
Dios y el h o m b r e . Y a h o r a e x p o n d r é m i o p i n i ó n p a r -
ticular, relativa á las e n f e r m e d a d e s m e n t a l e s q u e n o s
s o m e t e n á p a s a j e r a s alucinaciones. Pienso q u e , á cau-
sa d e la p e r t u r b a c i ó n q u e ejerce e n las m á s delicadas
fibras d e n u e s t r o o r g a n i s m o , la pasión, ó m á s bien el
m a l d e a m o r , es la ú n i c a afección d e n u e s t r a a l m a q u e
p u e d a p r o d u c i r d e s ó r d e n e s en la vida real, o f r e c i e n d o
el e j e m p l o d e una f u e r z a e j e r c i d a i r r e s i s t i b l e m e n t e por
u n i n d i v i d u o en otro. Sobre esto hice yo en mi p r o p i a
casa u n a o b s e r v a c i ó n , c u y o s d e t a l l e s c o n s t i t u y e n t o d o
u n d r a m a . C u a n d o el ejército f r a n c é s asolaba n u e s t r a s
p r o v i n c i a s á las ó r d e n e s del g e n e r a l B o n a p a r t e , alojé
en m i domicilio á u n coronel d e g u a r d i a s del v i r r e y d e
Nápoles; e r a u n oficial de notable d i s t i n c i ó n , p e r o t o d o
r e v e l a b a en s u s facciones los e s t r a g o s d e u n p r o f u n d o
p e s a r ó d e u n a e n f e r m e d a d r e c i e n t e ; y pocos d í a s des-
p u é s de su llegada, s o r p r e n d í l e en u n p a r o x i s m o de
dolor q u e m e i n s p i r ó c o m p a s i ó n . L o s sollozos sofoca-
ban su pecho, p r i v á n d o l e casi del u s o d e la p a l a b r a ;
obligado á e c h a r s e p a r a v e r si se r e p o n í a , s u s ojos
 EL MISTERIO DE LA CASA DESIERTA
73

p e r d i e r o n poco á poco la m i r a d a , y s u s m i e m b r o s el
m o v i m i e n t o ; al fin q u e d ó rígido c o m o u n a e s t a t u a , y
sólo d e vez en c u a n d o a c o m e t í a n l e e s p a s m o s convulsi-
vos, p e r o n o se m o v í a . L l a m é al p u n t o á u n m é d i c o ,
q u e le s o m e t i ó á la influencia m a g n é t i c a , lo cual p a r e -
ció p r o d u c i r l e a l g ú n alivio; p e r o m u y p r o n t o h u b o de
r e n u n c i a r á este m e d i o , p o r q u e no p o d í a a d o r m e c e r
al p a c i e n t e sin e x p e r i m e n t a r á su vez c o m o u n a sensa-
ción de s u f r i m i e n t o q u e n o se podía explicar. Sin e m -
b a r g o , c u a n d o t e r m i n ó el acceso, el oficial, á q u i e n el
d o c t o r había i n s p i r a d o confianza por s u s a t e n c i o n e s ,
refirióle q u e en m e d i o d e s u s crisis se le a p a r e c í a la
i m a g e n d e u n a m u j e r , á la cual había conocido en
P i s a ; a q u e l f a n t a s m a t e n í a u n a m i r a d a q u e le a t r a v e -
saba el corazón c o m o u n h i e r r o c a n d e n t e , y c u a n d o
cesaba este dolor ficticio, caía en u n a especie de letar-
go, al q u e s e g u í a n m i g r a ñ a s intolerables a c o m p a ñ a d a s
d e u n a p o s t r a c i ó n c o m p l e t a d e t o d o s los ó r g a n o s , c o m o
si h u b i e s e a b u s a d o d e las v o l u p t u o s i d a d e s s e n s u a l e s .
P o r lo d e m á s , n o q u i s o r e f e r i r n u n c a lo q u e h a b í a p a -
sado en o t r o t i e m p o e n t r e él y la m u j e r de Pisa. C i e r -
to día, el coronel recibió o r d e n de p a s a r con su regi-
m i e n t o á la v a n g u a r d i a , y m i e n t r a s p r e p a r a b a n su
e q u i p a j e s e n t ó s e á la m e s a p a r a a l m o r z a r ; m a s a p e n a s
acercó á s u s labios u n a copa d e vino d e M a d e r a , cayó
m u e r t o , p r o f i r i e n d o u n g r i t o a h o g a d o . El m é d i c o
o p i n ó q u e a q u e l l o habia sido u n a t a q u e a p o p l é t i c o
f u l m i n a n t e . Dos ó t r e s s e m a n a s d e s p u é s recibí u n a
carta d i r i g i d a al coronel, y abríla sin vacilar, e s p e r a n -
d o q u e c o n t u v i e s e a l g u n o s d a t o s s o b r e la familia d e
mi h u é s p e d : la c a r t a - e r a d e Pisa, y sólo hallé en ella
las s i g u i e n t e s p a l a b r a s sin firma: « ¡ P o b r e a m i g o !
h
°y> 7 J á m e d i o día, A n t o n i a h a m u e r t o c r e y e n d o
a b r a z a r t u s o m b r a ! . . . » E r a n p r e c i s a m e n t e el día y la
h o r a en q u e el coronel había e s p i r a d o . T r a t a d d e ex-
plicar eso.
 No p o d r í a e x p r e s a r el e s p a n t o q u e m e sobrecogió al
r e c o n o c e r la analogía e n t r e m i s s e n s a c i o n e s y las q u e
e x p e r i m e n t a r a el coronel: u n a n u b e pasó p o r m i s ojos;
z u m b á r o n m e los oídos, cual si r e s o n a s e j u n t o á ellos el
l ú g u b r e t a ñ i d o d e u n a c a m p a n a , i m p i d i é n d o m e oir el
fin del r e l a t o ; m i i m a g i n a c i ó n se e x a l t ó h a s t a el deli-
rio, y salí c o r r i e n d o d e la sala p a r a ir á la casa d e s i e r -
ta. Desde lejos p a r e c i ó m e d i s t i n g u i r claridad d e t r á s
d e las p e r s i a n a s c e r r a d a s ; m a s al a c e r c a r m e , ya no vi
n a d a . Mi alucinación iba en a u m e n t o ; m e p r e c i p i t o
contra la p u e r t a q u e cede á mi e m p u j e , y p e n e t r o en
el vestíbulo, d o n d e u n v a p o r cálido y acre m e o p r i m e
la g a r g a n t a . . . De r e p e n t e oigo u n g r i t o d e m u j e r á d o s
p a s o s d e mí, y n o sé c ó m o hállome d e i m p r o v i s o en
u n salón r e s p l a n d e c i e n t e d e luces, d e c o r a d o con g r a n
lujo al estilo d e la E d a d - m e d i a , y de v a r i a s cazoletas
d e s p r e n d í a n s e n u b e s a z u l a d a s , q u e e m b a l s a m a n d o el
aire con e m b r i a g a d o r e s p e r f u m e s , e l e v á b a n s e h a c i a la
bóveda.
—¡Oh! ¡bienvenido seas, n o v i o mío!—exclamó la voz
d e m u j e r q u e a n t e s oí.
Sólo e n t o n c e s fijé la a t e n c i ó n en u n a m u j e r joven,
q u e vestía t r a j e d e d e s p o s a d a , y q u e se a c e r c a b a á m i
con los brazos a b i e r t o s ; al m i r a r l a m á s d e cerca, n o t é
q u e t e n í a el r o s t r o a m a r i l l e n t o y e s p a n t o s a m e n t e cris-
p a d o , al p a r e c e r por la d e m e n c i a , y r e t r o c e d í con te-
m o r ; p e r o la m u j e r se a p r o x i m a b a s i e m p r e , y e n t o n -
ces creí o b s e r v a r q u e aquel s e m b l a n t e tan feo e r a tan
sólo u n a c a r e t a d e c r e s p ó n , bajo la cual se d i b u j a b a n
con d u l c e s u a v i d a d las facciones ideales del s é r q u e y o
había s o ñ a d o . S u s m a n o s tocaban ya á las m í a s , c u a n -
d o de p r o n t o cayó en t i e r r a , p r o f i r i e n d o u n g e m i d o ,
y al m i s m o t i e m p o oí m u r m u r a r d e t r á s d e m í : « ¡ H u ,
h u ! ¡á la c a m a , a m i g u i t a m í a , á la c a m a , ó d e lo con-
t r a r i o p r o b a r á s las correas!» Al volver la cabeza vi d e -
lante d e mí al h o m b r e del levitón d e color d e café q u e
agitaba en la m a n o u n a s correas, h a c i e n d o a d e m á n d e
a d m i n i s t r a r un correctivo á la p o b r e m u j e r t e n d i d a en
el suelo. A d e l a n t é m e al p u n t o para c o n t e n e r su brazo:
p e r o r e c h a z á n d o m e con una f u e r z a d e q u e n o le h u b i e r a
creído capaz, limitóse á d e c i r m e : « ¡ E h ! ¿no veis q u e á
no ser p o r m í ya os h a b r í a e s t r a n g u l a d o esta loca ?
¡Salid, salid d e a q u í m á s p r o n t o d e lo q u e h a b é i s en-
trado!»
Al oir e s t a s p a l a b r a s s o b r e c o g i ó m e u n v é r t i g o y m e
lancé f u e r a d e la sala, b u s c a n d o á t i e n t a s u n a p u e r t a
p a r a salir de aquella casa fatal; d e p r o n t o oí los g r i t o s
d e la loca mezclándose con el r u i d o d e los golpes q u e
el viejo no le escaseaba, y quise volar en su auxilio;
p e r o de p r o n t o p e r d í p i e , caí r o d a n d o p o r u n a escale-
ra, y un m o m e n t o d e s p u é s chocaba c o n t r a la p u e r t a d e
un g a b i n e t e q u e se a b r i ó p o r la f u e r z a del golpe. Era
una p e q u e ñ a habitación, y á juzgar por la c a m a d e s -
hecha y las p r e n d a s d e vestir q u e vi en u n a silla, adi-
viné q u e a q u e l era el c u a r t o del criado. A p e n a s h u b e
vuelto en m í , p e s a d o s p a s o s hicieron c r u j i r la escale-
r a : era el viejo, q u e volvía d e s p u é s de t e r m i n a d a la
ejecución n o c t u r n a .
— ¡Caballero!—exclamó arrodillándose á mis pies
— q u i e n q u i e r a q u e seáis, os c o n j u r o á g u a r d a r el m á s
a b s o l u t o silencio s o b r e t o d o c u a n t o h a b é i s visto a q u í ,
p u e s la m e n o r indiscreción m e p e r d e r í a , p o r q u e soy
u n p o b r e viejo q u e no s a b r í a ya c ó m o g a n a r el p a n .
Acabo d e c a s t i g a r r u d a m e n t e á la loca, y la h e a t a d o
bien en s u c a m a ; d e m o d o q u e t o d o está t r a n q u i l o
a h o r a . Id á d e s c a n s a r , b u e n caballero, d o r m i d en paz,
y olvidad, s o b r e todo, c u a n t o h a b é i s visto e s t a noche.
Al decir esto, el vejete cogió u n a luz, i n v i t ó m e á
pasar delante, h í z o m e s u b i r á pie la escalera q u e había
b a j a d o d e cabeza, y c o n d ú j o m e á la p u e r t a d e salida,
la cual c e r r ó c o r r i e n d o los cerrojos. Yo corrí á ence-
r r a r m e en mi habitación, m u d o d e a s o m b r o y p e n s a n -
d o en m i s i n g u l a r e n c u e n t r o : necesité casi e s f u e r z o s
s o b r e n a t u r a l e s p a r a alejar de mi e s p í r i t u las e s p a n t o -
s a s a l u c i n a c i o n e s p r o d u c i d a s p o r el m a l d i t o espejo
encantado.
A l g ú n t i e m p o d e s p u é s e n c o n t r é en u n a r e u n i ó n al
conde P***, q u e c o n d u c i é n d o m e á sitio m á s r e t i r a d o ,
d í j o m e s o n r i e n d o q u e estaba s o b r e la pista d e los mis-
t e r i o s d e la casa d e s i e r t a . P r e c i s a m e n t e en a q u e l m o -
m e n t o el criado a n u n c i ó q u e la m e s a e s t a b a servida, y
n o p u d e e s c u c h a r la n a r r a c i ó n del conde. Ofrecí m i
m a n o á u n a s e ñ o r i t a p a r a d i r i g i r n o s al c o m e d o r , s e g ú n
es c o s t u m b r e en la alta sociedad, y no f u é poca m i
s o r p r e s a c u a n d o al fijar la vista en s u s facciones reco-
nocí las del s é r ideal q u e se r e t r a t a b a en m i e s p e j o . Al
m a n i f e s t a r yo á la d a m a q u e m e p a r e c í a h a b e r l a visto
en a l g u n a p a r t e , c o n t e s t ó m e q u e no podía ser así, p u e s
a c a b a b a d e llegar á W*** p o r p r i m e r a vez en su vida.
Al c o n t e s t a r así, d i r i g i ó m e u n a m i r a d a t a n s e d u c t o r a ,
q u e m e electrizó. H a b l a m o s l a r g a m e n t e , y a u n q u e d u -
r a n t e la c o n v e r s a c i ó n m e m o s t r é algo a u d a z en m i s
e x p r e s i o n e s , esto n o p a r e c i ó d e s a g r a d a r á la d a m a , q u e
p o r s u p a r t e m e dió p r u e b a s d e d i s t i n c i ó n y t a l e n t o .
L l e g a d o s los p o s t r e s , y al servirse el c h a m p a ñ a , quise
llenar su copa, p e r o h a b i e n d o c h o c a d o el cristal p o r
inadvertencia, produjo un sonido triste y agudo. En
el m i s m o m o m e n t o o b s e r v é q u e la f r e n t e d e la linda
d a m a se c u b r í a d e u n a palidez m o r t a l , y p a r e c i ó m e
q u e a c a b a b a d e oir la voz d e falsete d e la m i s t e r i o s a
a n c i a n a d e la casa d e s i e r t a . En el t r a n s c u r s o d e la
n o c h e b u s q u é ocasión d e r e u n i r m e con el conde P***,
p o r q u i e n s u p e q u e la s e d u c t o r a joven con q u i e n h a b í a
h a b l a d o era la c o n d e s a E d w i n e d e S*", c u y a tía estaba
e n c e r r a d a c o m o loca en la casa d e s i e r t a . A q u e l día
m i s m o , m a d r e é hija h a b í a n visitado á la infeliz reclu-
s a ; y c o m o el viejo c r i a d o se sintiera i n d i s p u e s t o d e
r e p e n t e , las d o s d a m a s h u b i e r o n de c o m u n i c a r s u triste
s e c r e t o al d o c t o r K***, q u i e n debía e n c a r g a r s e d e la
c u r a c i ó n de la p o b r e d e m e n t e . En a q u e l m o m e n t o el
doctor, q u e p a s a b a j u n t o á n o s o t r o s , y á q u i e n y o
había c o n s u l t a d o s o b r e los r e m e d i o s p a r a c o m b a t i r
mis alucinaciones, detúvose para informarse de m i
salud, lo cual m e p r o p o r c i o n ó ocasión d e o b t e n e r a l g u -
nos detalles acerca d e la h i s t o r i a d e la m u j e r c a u t i v a
en la casa d e s i e r t a .
Angélica, condesa d e Z***, dijo el d o c t o r , hallábase á
los t r e i n t a a ñ o s en el a p o g e o d e su h e r m o s u r a , c u a n d o
el conde d e S***, b a s t a n t e m á s joven, se e n a m o r ó d e
ella p e r d i d a m e n t e y n o p e r d o n ó m e d i o p a r a q u e se le
a d m i t i e r a e n la f a m i l i a ; p e r o en u n v i a j e q u e hizo al
castillo d e Z*" á fin d e p e d i r la m a n o d e la q u e le h a b í a
i n s p i r a d o t a n a r d i e n t e pasión, vió á Gabriela, h e r m a n a
d e A n g é l i c a ; este incidente t r a s t o r n ó t o d a s s u s s e n s a -
ciones, c a m b i a n d o s ú b i t a m e n t e s u s p r o y e c t o s . D e s d e
a q u e l i n s t a n t e , Angélica p e r d i ó á sus ojos t o d o s los
e n c a n t o s d e q u e al p r i n c i p i o le p a r e c í a r e v e s t i d a ;
m i e n t r a s q u e Gabriela le p a r e c i ó r a d i a n t e d e h e r m o -
s u r a , p o r lo cual pidió su m a n o e n vez d e la d e A n g é -
lica. E s t a ú l t i m a n o se quejó, p u e s su orgullo la i n d u j o
á c o n s i d e r a r la c u e s t i ó n bajo u n p u n t o d e vista m u y
consolador. « No es ese joven p r e s u m i d o q u i e n me d e s -
p r e c i a , solía d e c i r ; yo soy la q u e n o le quiero.» Sin
e m b a r g o , d e r e p e n t e d e j ó de p r e s e n t a r s e en sociedad,
y sólo a l g u n a vez se la e n c o n t r a b a en la p a r t e m á s
s o m b r í a y solitaria del p a r q u e d e su p a d r e .
C i e r t o día, los s e r v i d o r e s del castillo d e Z*** persi-
g u i e r o n á u n a cuadrilla de g i t a n o s l a d r o n e s q u e hacía
a l g ú n t i e m p o asolaba el pais con el pillaje y el i n c e n -
dio, y en u n a c a r r e t a c o n d u j e r o n bien m a n i a t a d o s á
s u s p r i s i o n e r o s h a s t a el p a t i o del castillo. E n t r e a q u e -
llos b a n d i d o s , la f i s o n o m í a m á s n o t a b l e e r a la d e u n a
a n c i a n a flaca y d e c r é p i t a , c u b i e r t a , m á s b i e n q u e ves-
tida, d e u n o s a n d r a j o s de color d e e s c a r l a t a , y q u e , d e
p i e en la c a r r e t a , g r i t a b a i m p e r i o s a m e n t e q u e le era
preciso b a j a r . El conde Z'**, i n f o r m a d o d e aquella cap-
t u r a , habia salido d e s u s h a b i t a c i o n e s y daba o r d e n d e
p r e p a r a r los s u b t e r r á n e o s p a r a q u e p u d i e r a n servir d e
prisión á los m e r o d e a d o r e s q u e la s u e r t e ponía en s u s
m a n o s , c u a n d o d e r e p e n t e la c o n d e s a Angélica p e n e -
t r ó en el p a t i o , con el cabello d e s c o m p u e s t o , y c a y e n d o
de rodillas, pidió con r u e g o s y sollozos gracia p a r a los
g i t a n o s . D e s p u é s hizo brillar u n p u ñ a l i t o q u e llevaba
oculto y declaró q u e se d a r í a m u e r t e en el acto si se
hacia el m e n o r d a ñ o á aquella p o b r e g e n t e , c u y a ino-
cencia e s t a b a d i s p u e s t a á d e m o s t r a r .
— ¡Viva la h e r m o s a ! — g r i t ó la a n c i a n a — n o se m e
o c u l t a b a q u e t ú s e r í a s u n a b o g a d o á q u i e n se a t e n -
dería.
Y c o m o Angélica cayese sin s e n t i d o , cual si la h u -
biese a n i q u i l a d o aquella explosión d e e n e r g í a , la a n -
ciana, r o m p i e n d o las l i g a d u r a s q u e la s u j e t a b a n , arro-
dillóse j u n t o á la c o n d e s a y prodigóla los m á s solícitos
c u i d a d o s . Sacó d e su bolsillo u n f r a s c o lleno d e u n
licor en q u e parecía n a d a r u n pez d o r a d o , y a p e n a s le
aplicó s o b r e el seno d e Angélica, la h e r m o s a joven
a b r i ó los ojos, levantóse d e u n salto, c o m o si u n a nue-
va vida circulara en s u s v e n a s , y d e s p u é s d e a b r a z a r
e s t r e c h a m e n t e á la vieja g i t a n a , c o n d ú j o l a al i n t e r i o r
del castillo. El conde Z***, á quien a c o m p a ñ a b a n en
a q u e l m o m e n t o su esposa y su hija Gabriela, c o n t e m -
p l a b a a q u e l l a escena e x t r a ñ a con u n a especie d e sor-
p r e s a mezclada de e s p a n t o . Los g i t a n o s , q u e se h a b í a n
m a n t e n i d o i m p a s i b l e s , f u e r o n c o n d u c i d o s á los s u b t e -
rráneos.
Al día s i g u i e n t e r e u n i ó s e el consejo d e justicia, se
hizo c o m p a r e c e r á los p r i s i o n e r o s y sometióseles á u n
severo i n t e r r o g a t o r i o ; el conde Z"* declaró d e s p u é s ,
en alta voz, q u e los reconocía i n o c e n t e s d e t o d o s los
actos d e v a n d a l i s m o c o m e t i d o s en sus t i e r r a s ; d e j ó s e -
les en l i b e r t a d y se les dió p a s a p o r t e p a r a q u e conti-
n u a r a n su viaje. En c u a n t o á la vieja de los a n d r a j o s
de color d e escarlata, h a b í a d e s a p a r e c i d o sin q u e se
p u d i e r a saber en q u é d i r e c c i ó n . Cada c u a l hizo s u s
reflexiones y n o pocas h i p ó t e s i s sobre la c o n d u c t a del
conde d e Z"": decíase q u e el jefe d e los g i t a n o s h a b í a
t e n i d o u n a larga conferencia n o c t u r n a con el noble
s e ñ o r , en la cual a m b o s se hicieron revelaciones ex-
traordinarias.
Sin e m b a r g o , a c e r c á b a s e el m o m e n t o d e celebrarse
el m a t r i m o n i o d e G a b r i e l a : la v í s p e r a del d i a f i j a d o
p a r a la c e r e m o n i a , Angélica hizo c a r g a r en u n coche
t o d o c u a n t o p o s e í a y a b a n d o n ó el castillo, a c o m p a ñ a -
da en su f u g a d e u n a sola m u j e r , q u e , s e g ú n se dijo,
p a r e c í a u n a g i t a n a . P a r a e v i t a r u n escándalo, el c o n d e
d e Z**" explicó el incidente con u n m o t i v o plausible,
a n u n c i a n d o q u e su hija, afligida por u n c a s a m i e n t o
q u e excitaba s u s celos, h a b í a solicitado la d o n a c i ó n d e
u n a casita s i t u a d a en W . . . , d e c l a r a n d o q u e deseaba
r e t i r a r s e allí p a r a t e r m i n a r s u s d í a s en el a i s l a m i e n t o
m á s a b s o l u t o . D e s p u é s de s u s bodas, el c o n d e S***
m a r c h ó con su joven esposa á D..., para r e s i d i r en
c i e r t o d o m i n i o , d o n d e , d u r a n t e un a ñ o , los recién ca-
s a d o s d i s f r u t a r o n d e la m á s c o m p l e t a felicidad. De
r e p e n t e la s a l u d del conde se alteró, sin q u e se p u d i e -
se a d i v i n a r la c a u s a ; u n p a d e c i m i e n t o í n t i m o p a r e c í a
g a s t a r los ó r g a n o s de su v i d a ; r e h u s a b a t o d o s los cui-
d a d o s , y su e s p o s a n o p u d o c o n s e g u i r q u e le confesase
cuál era el m a l oculto q u e m i n a b a su existencia. Al
fin, d e s p u é s d e r e s i s t i r s e m u c h o , cedió á la v o l u n t a d
d e los m é d i c o s , q u e le p r e s c r i b í a n u n viaje d e recreo,
y á poco m a r c h ó á Pisa. Gabriela, q u e e s t a b a en el ú l -
t i m o m e s de su e m b a r a z o , n o p u d o s e g u i r l e en aquella
e x c u r s i ó n ; y la n i ñ a q u e dió á luz d e s a p a r e c i ó poco
t i e m p o d e s p u é s d e n a c e r , sin q u e se p u d i e s e sospe-
c h a r q u i é n sería el a u t o r ó a u t o r a del r a p t o . La aflic-
 ción d e la m a d r e c o n t r i s t a b a á t o d o s , c u a n d o , p a r a m a -
y o r d e s g r a c i a , llegó u n m e n s a j e r o del conde d e Z*** en
q u e se a n u n c i a b a q u e el conde S " \ en vez d e hallarse
en Pisa, a c a b a b a d e m o r i r en W . . . , en la casita solita-
ria d o n d e Angélica se h a b í a r e t i r a d o : e s t a ú l t i m a e r a
, p r e s a de u n a locura e s p a n t o s a , q u e los m é d i c o s no
podían combatir.
L a p o b r e Gabriela volvió á r e u n i r s e con su p a d r e .
Cierta n o c h e q u e r e f l e x i o n a b a t r i s t e m e n t e s o b r e la do-
ble p é r d i d a d e su esposo y d e s u n i ñ a , parecióle oir
sollozos, y, d e s p u é s d e e s c u c h a r a t e n t a m e n t e , recono-
ció q u e a q u e l ligero r u m o r p r o v e n í a d e u n a h a b i t a c i ó n
i n m e d i a t a á la a l c o b a : l e v á n t a s e al p u n t o i n q u i e t a ,
coge la lamparilla y a b r e con s u a v i d a d la p u e r t a . . .
| Q u é v e ! La g i t a n a d e los a n d r a j o s d e color d e escar-
lata está s e n t a d a en el suelo, con la m i r a d a fija, y en
s u s b r a z o s a g í t a s e u n a c r i a t u r a q u e llora. R a r a vez el
i n s t i n t o m a t e r n a l e n g a ñ a á las m u j e r e s : la c o n d e s a
Gabriela ha r e c o n o c i d o al p u n t o á s u n i ñ a ; p r e c i p í t a s e
s o b r e la vieja y a r r á n c a l e de los brazos el i n o c e n t e sér;
la g i t a n a q u i e r e r e s i s t i r , p e r o a q u e l l a violencia acaba
d e a g o t a r s u s f u e r z a s , y vuelve á caer p e s a d a m e n t e
p a r a no l e v a n t a r s e m á s . La c o n d e s a p r o f i e r e g r i t o s de
e s p a n t o ; los criados y t o d a la g e n t e del castillo llegan
m o m e n t o s d e s p u é s , p e r o sólo ven ya u n c a d á v e r en
t i e r r a . El c o n d e d e Z*** se t r a s l a d a á la casita d e W . . .
p a r a i n t e r r o g a r á Angélica s o b r e la n i ñ a p e r d i d a y e n -
c o n t r a d a : en p r e s e n c i a d e s u p a d r e , la p o b r e loca p a -
rece r e c o b r a r un poco d e lucidez; p e r o m u y p r o n t o
el mal ejerce su f u n e s t o d o m i n i o ; Angélica comienza
á d i v a g a r ; s u s facciones se d e s c o m p o n e n y a d q u i e r e n
u n a odiosa s e m e j a n z a con las d e la g i t a n a d i f u n t a ;
llora y solloza, y con roncos y frenéticos acentos, insta
á los p r e s e n t e s á d e j a r l a sola.
El d e s g r a c i a d o p a d r e hace c r e e r al m u n d o q u e la
loca está e n c e r r a d a en u n o d e s u s castillos, p e r o la
v e r d a d es q u e Angélica n o ha q u e r i d o a b a n d o n a r su
r e t i r o ; h a b i t a sola en la casita d o n d e el c o n d e S*** f u é a
m o r i r á su lado. El s e c r e t o d e lo q u e o c u r r i ó e n t r e
a q u e l l o s d o s s e r e s s i g u i ó siendo u n m i s t e r i o i m p e n e -
trable.
El c o n d e d e Z*" h a m u e r t o . Gabriela ha v e n i d o á
W . . . con E d w i n e p a r a a r r e g l a r a s u n t o s d e f a m i l i a ; y,
en c u a n t o a la r e c l u s a de la casa d e s i e r t a , hállase á la
d i s c r e c i ó n b r u t a l del viejo g u a r d i á n , q u e , viviendo
s i e m p r e en la soledad, se h a v u e l t o m a n i á t i c o .
El d o c t o r K"* t e r m i n ó su r e l a t o diciendo q u e m i i m -
p r e v i s t a p r e s e n c i a e n la casa d e s i e r t a h a b í a p r o v o c a d o ,
en los s e n t i d o s e m b o t a d o s d e Angélica, u n a crisis
c u y o r e s u l t a d o p o d r í a r e s t a b l e c e r el equilibrio de s u s
f a c u l t a d e s . P o r lo d e m á s , la h e r m o s a i m a g e n q u e y o
h a b í a visto r e f l e j a r s e en m i e s p e j o era la de E d w i n e ,
q u e , en el m o m e n t o d e m i c u r i o s a c o n t e m p l a c i ó n , vi-
sitaba el asilo d e Angélica. P o c o t i e m p o d e s p u é s d e
estos a c o n t e c i m i e n t o s , q u e e s t u v i e r o n á p u n t o d e tras-
t o r n a r m i c e r e b r o , u n a p r o f u n d a tristeza m e obligó a
d e j a r la r e s i d e n c i a d e W . . . ; y la e x t r a ñ a i m p r e s i ó n
q u e m e d o m i n a b a n o se disipó del t o d o h a s t a q u e ia
loca h u b o m u e r t o .
 EL REFLEJO PERDIDO

d e u n a fiebre q u e r a y a b a en delirio, pa-

r e c í a m e q u e el f r í o d e la m u e r t e p e n e t r a b a
en m i corazón, y á p e s a r d e la f u r i a d e la t e m -
p e s t a d , c o r r í a p o r las calles sin s o m b r e r o ni
capa, c o m o u n e s c a p a d o d e la casa d e locos. L a s vele-
t a s r e c h i n a b a n en los t e j a d o s , p r o d u c i e n d o s o n i d o s es-
t r i d e n t e s , y las r á f a g a s del v i e n t o d e la n o c h e suce-
d í a n s e en el espacio con el s o r d o r u m o r de las r u e d a s
e t e r n a s q u e señalan la caída d e los años en el a b i s m o
del t i e m p o .
Y n o o b s t a n t e , e r a la víspera d e la a l e g r e fiesta d e
Navidad.
 EL REFLEJO PERDIDO 87
E. TEODORO HOFFMANN

peza excitó la r i s a , m a s y o p r o c u r é m a n t e n e r m e s e r e n o
A h o r a bien, t o d o s los a ñ o s el diablo elige precisa-
p a r a l u c h a r c o n t r a la f a t a l i d a d ; sólo J u l i a n o se h a b í a
m e n t e e s t a época p a r a h a c e r m e a l g u n a j u g a r r e t a á su
r e í d o , y su m i r a d a se fijaba en m í con u n a e x p r e s i ó n
m o d o , y voy á citar u n a e n t r e mil. El c o n s e j e r o d e jus-
q u e m e hizo concebir a l g u n a e s p e r a n z a .
ticia d e n u e s t r a c i u d a d a c o s t u m b r a b a á o r g a n i z a r en
A los p o c o s m o m e n t o s l e v a n t ó s e p a r a p a s a r á u n
la n o c h e d e S a n S i l v e s t r e u n a brillante r e u n i ó n en ce-
salón c o n t i g u o , d o n d e u n i m p r o v i s a d o r d i v e r t í a á los
l e b r i d a d del p r ó x i m o a ñ o n u e v o . E n t r é en el salón d e
p r e s e n t e s . El a d o r n o blanco d e Julia hacía r e s a l t a r a d -
e s p e r a , y el d u e ñ o d e la casa salió al p u n t o á m i e n -
m i r a b l e m e n t e los e n c a n t o s d e s u b u s t o , el brillo d e s u s
c u e n t r o , c e r r á n d o m e el p a s o .
h o m b r o s d e a l a b a s t r o y la elegancia d e s u s f o r m a s ; en
— Q u e r i d o a m i g o — m e dijo con maliciosa sonrisa—
a q u e l l a m u j e r h a b í a s e d u c c i o n e s irresistibles, y p o r la
no podéis i m a g i n a r o s q u é deliciosa s o r p r e s a os t e n e -
g r a c i a d e s u a c t i t u d l l a m a b a d e s d e l u e g o la a t e n c i ó n .
mos reservada para esta noche.
A n t e s d e e n t r a r en la sala i n m e d i a t a , volvióse h a c i a
Al m i s m o t i e m p o , c o g i ó m e d e la m a n o y m e c o n d u j o
mí, y e n t o n c e s m e pareció q u e a q u e l r o s t r o d e t a n an-
al salón... E n t r e varias d a m a s d e la m á s e x q u i s i t a ele-
gélica belleza tenía cierta e x p r e s i ó n irónica, lo cual m e
gancia, s e n t a d a s en sofás d i s p u e s t o s en círculo al r e -
p r o d u j o u n m a l e s t a r indecible. Sin e m b a r g o , p o c o s
d e d o r d e la c h i m e n e a , d o n d e c h i s p o r r o t e a b a u n f u e g o
m i n u t o s d e s p u é s h a l l á b a m e j u n t o á Julia.
brillante, vi sus facciones a d o r a d a s . . . Era ELLA, la q u e
— Q u i s i e r a — d í j o m e á m e d i a voz y con dulce a c e n t o
hacía a ñ o s no h a b í a e n c o n t r a d o ni u n a sola vez. ¿ P o r
— q u e t o c a r a i s en el p i a n o u n o d e e s o s a i r e s s e n t i m e n -
q u é m i l a g r o se hallaba allí?... Al verla, d e t ú v e m e in-
tales q u e t a n t o m e a g r a d a b a n en o t r o t i e m p o . . .
móvil y m u d o .
C u a n d o iba á c o n t e s t a r , con la t e r n u r a p r o p i a de
— ¡ V a m o s ! — m e dijo el consejero e m p u j á n d o m e u n
nuestros recuerdos, varias personas, pasando entre
poco — ¡ v a m o s , á n i m o !
nosotros, nos separaron, é inútilmente b u s q u é después
— ¡Dios m í o ! — e x c l a m é a d e l a n t á n d o m e m a q u i n a l -
t o d o s los m e d i o s p a r a r e a n u d a r la c o n v e r s a c i ó n ; h u -
m e n t e — ¿sois vos, J u l i a , vos a q u í ?...
biérase d i c h o q u e Julia se esforzaba, p o r su p a r t e , p a r a
Al oir e s t a s p a l a b r a s , la d a m a se l e v a n t ó y m e dijo
h u i r d e m í . Poco d e s p u é s s e p a r á b a n o s sólo el c r i a d o
con f r i a l d a d :
q u e ofrecía los r e f r e s c o s ; la h e r m o s a t o m ó u n a copa
—Me alegro m u c h o veros; paréceme que vuestra
q u e c o n t e n í a u n s o r b e t e delicioso, y p r e s e n t ó m e l o di-
s a l u d es b u e n a .
ciendo :
Y v o l v i e n d o á s e n t a r s e , c o n t i n u ó la conversación con
—¿ Le aceptáis, a m i g o mío, con t a n t a alegría c o m o
u n a a m i g a s u y a , sin o c u p a r s e d e mí, y oí q u e le p r e -
la q u e h u b i é r a i s e x p e r i m e n t a d o en o t r o t i e m p o ?
g u n t a b a : « ¿ T e n d r e m o s a l g u n a b u e n a f u n c i ó n la se-
— ¡ O h , Julia, J u l i a ! — e x c l a m é , r o z a n d o s u s afilados
mana próxima?»
d e d o s , c u y o c o n t a c t o hizo c i r c u l a r p o r m i s v e n a s u n a
Estas p a l a b r a s m e d e j a r o n frío, y el t e m o r al r i d í c u l o
corriente de fuego.— ¡Oh Julia!...
m e hizo i n c u r r i r m á s en él. Al s a l u d a r á las d a m a s p a r a
No p u d e a ñ a d i r u n a p a l a b r a m á s ; p a r e c i ó m e q u e u n
e c l i p s a r m e c u a n t o a n t e s , t r o p e c é con el c o n s e j e r o q u e
velo c u b r í a m i s o j o s ; t o d o s los o b j e t o s d a b a n v u e l t a s
t o m a b a u n a taza d e té, y la s a c u d i d a hizo saltar el
a mi a l r e d e d o r , y n a d a o í a ; c u a n d o volví en mí, h a -
h u m e a n t e l í q u i d o sobre s u s p u ñ o s d e e n c a j e . Mi tor-
lléme, con la m a y o r s o r p r e s a , m e d i o e c h a d o en u n
sofá, e n u n g a b i n e t e lleno d e p e r f u m e s . . . J u l i a , incli-
n a d a sobre m í , m i r á b a m e con a m o r , c o m o en o t r o
tiempo.
— ¡ Oh ! — exclamé tratando de atraerla á mi corazón
— y a te h e e n c o n t r a d o p a r a s i e m p r e , á n g e l d e a m o r y
d e poesía... ¡Tu vida es m í a , y n a d a n o s s e p a r a r á ya!...
E n a q u e l m i s m o i n s t a n t e , u n a h e d i o n d a figura, con
l a r g a s p a t a s d e a r a ñ a y ojos d e s a p o , q u e p a r e c í a n sa-
lirse d e la f r e n t e , a b r i ó b r u s c a m e n t e la p u e r t a del ga-
binetito, g r i t a n d o con voz chillona :
—¿ Dónde diablos está mi m u j e r ?
J u l i a , a s u s t a d a , d e s a p a r e c i ó al p u n t o . ¡Julia se h a b í a
c a s a d o ; estaba p e r d i d a p a r a m í !
Salí c o m o u n loco de aquella casa m a l d i t a , y sin
a l i e n t o , con la cabeza d e s n u d a , r e c o r r í las calles en
m e d i o d e la t e m p e s t a d . Las veletas r e c h i n a b a n en los
t e j a d o s , cual m o c h u e l o s p o s e í d o s d e t e r r o r , y las r á f a -
g a s del v i e n t o d e la n o c h e , q u e i m p e l í a n e n el espa-
cio t o r b e l l i n o s de nieve, s e m e j a b a n g r i t o s d e d e m o -
nios q u e se m o f a b a n de mi fiebre y d e m i d e s e s p e r a -
ción.
C o r r i e n d o d e calle en calle c o m o u n caballo salvaje,
llegué f r e n t e á la t a b e r n a d e los Cazadores: u n g r u p o
d e a l e g r e s jóvenes salía en a q u e l m o m e n t o e n t o n a n -
do a l e g r e s c a n t o s y p r o f i r i e n d o r u i d o s a s c a r c a j a d a s .
D e v o r a d o p o r u n a sed a r d i e n t e , p e n e t r o e n la t a b e r n a
y m e dejo caer sin a l i e n t o s en u n b a n c o .
— ¿ Q u é se ha d e s e r v i r al c a b a l l e r o ? — m e p r e -
g u n t a el t a b e r n e r o d e s c u b r i é n d o s e r e s p e t u o s a m e n t e .
—Un j a r r o d e cerveza y tabaco—le c o n t e s t o .
Gracias al r e f r e s c a n t e l i q u i d o d e n u e s t r o s b u e n o s
a l e m a n e s , h á l l o m e m u y p r o n t o e n u n e s t a d o d e satis-
facción tal, q u e el diablo, d e s p u é s d e e m p u j a r m e t o d a
la noche, juzgó o p o r t u n o sin d u d a d e j a r m e d e s c a n s a r
h a s t a el día s i g u i e n t e .
Mi t r a j e d e baile, así c o m o la e x p r e s i ó n d e m i fiso-
n o m í a , d e b í a n p r o d u c i r u n efecto e x t r a o r d i n a r i o en
c u a n t o s m e m i r a b a n ; y ya el t a b e r n e r o iba á d i r i g i r m e
p r e g u n t a s , c u a n d o u n a m a n o v i g o r o s a g o l p e ó en la
v e n t a n a del e s t a b l e c i m i e n t o , y u n a voz g r i t ó : « A b r i d ,
a b r i d , soy y o ! »
A p e n a s e n t r e a b r i ó la p u e r t a , p o r q u e ya e r a m u y
t a r d e , u n p e r s o n a j e q u e p a r e c í a n o t e n e r m á s q u e los
h u e s o s y la piel, deslizóse en la sala, m a n t e n i é n d o s e
s i e m p r e p e g a d o á la p a r e d ; s e n t ó s e d e s p u é s f r e n t e á
mi, y el p a t r ó n p u s o en su m e s a d o s c a n d e l a b r o s . El
recién llegado tenía u n a figura d i s t i n g u i d a , p e r o la
e x p r e s i ó n d e s u s e m b l a n t e e r a m u y melancólica; pidió
t a m b i é n u n j a r r o d e cerveza y u n a p i p a con tabaco, y
d e s p u é s p a r e c i ó a b i s m a r s e en s u s r e f l e x i o n e s , lan-
z a n d o á intervalos e n o r m e s b o c a n a d a s d e h u m o , q u e
m e z c l á n d o s e con las m í a s , n o s r o d e a r o n m u y p r o n t o
d e u n a b r u m a n a r c ó t i c a . Yo c o n t e m p l a b a á m i h o m b r e
a t r a v é s d e a q u e l l a n u b e sin decir p a l a b r a : su cabello
n e g r o f o r m a b a rizos, c o m o las cabezas d e R u b e n s ; lle-
v a b a u n a levita e s t r e c h a a d o r n a d a con a l a m a r e s , y lo
q u e m á s m e s o r p r e n d i ó f u é q u e e n c i m a d e las botas
calzaba u n a s zapatillas f o r r a d a s . C u a n d o h u b o a c a -
b a d o d e f u m a r su p i p a , sacó d e u n e s t u c h e d e hoja
d e lata m u c h a s p l a n t a s , e x t e n d i ó l a s s o b r e la m e s a y
c o m e n z ó a e x a m i n a r l a s u n a d e s p u é s d e o t r a con visi-
ble c o n t e n t o . P a r a e n t a b l a r conversación, le c u m p l i -
m e n t é s o b r e los c o n o c i m i e n t o s q u e al p a r e c e r t e n í a en
botanica, y esto le hizo s o n r e i r d e u n a m a n e r a s i n g u l a r .
 — E s t a s y e r b a s q u e v e i s — m e c o n t e s t ó — sólo t i e n e n
v a l o r p o r s u r a r e z a ; yo m i s m o las cogi en la falda y en
la c i m a del C h i m b o r a z o .
Ya iba á p r e g u n t a r l e o t r a cosa, c u a n d o volvieron á
l l a m a r á la p u e r t a d e la t a b e r n a ; el p a t r ó n se l e v a n t ó ,
y oyóse u n a voz q u e g r i t a b a d e s d e f u e r a : «Macedme el
f a v o r d e c u b r i r v u e s t r o espejo.»
— ¡ A h ! — r e p u s o el t a b e r n e r o — el g e n e r a l L u v a r o w
llega m u y t a r d e esta n o c h e .
Al m i s m o t i e m p o , u n h o m b r e c i l l o flaco, e m b o z a d o
en u n a capa d e color o s c u r o , e n t r ó en la t a b e r n a d a n -
d o saltitos y f u é á s e n t a r s e e n t r e el v i a j e r o del C h i m -
borazo y yo.
—¡Qué frío hace p o r la calle—dijo—y q u é h u m o h a y
a q u í ! Q u i s i e r a u n polvo d e r a p é .
A p r e s u r ó m e á presentarle mi tabaquera de acero
p u l i m e n t a d o c o m o u n cristal, r e g a l o d e u n a m i g o á
q u i e n y o a p r e c i a b a m u c h o ; m a s a p e n a s el h o m b r e c i l l o
h u b o fijado la vista en el objeto, dió u n salto hacia
a t r á s y e x c l a m ó r e c h a z á n d o l a con a m b a s m a n o s :
— ¡Id al diablo con v u e s t r o m a l d i t o espejo!...»
Al oir estas p a l a b r a s , m i r é á m i i n t e r l o c u t o r con
aire d e a s o m b r o ; s u s f a c c i o n e s se d e s c o m p o n í a n y
e s t a b a pálido c o m o u n m u e r t o , m a s n o m e atreví a
p r e g u n t a r l e la causa d e s u i n d i s p o s i c i ó n , p u e s p a r e -
c í a m e q u e en a q u e l h o m b r e c i l l o h a b í a algo d e f a n t á s -
tico é i n f e r n a l ; y a c e r c á n d o m e al v i a j e r o del C h i m b o -
razo, seguí h a b l a n d o con él d e b o t á n i c a . A i n t e r v a l o s
d i r i g í a u n a m i r a d a d e a n s i e d a d al h o m b r e c i l l o , y al
n o t a r q u e su r o s t r o c a m b i a b a p o r i n s t a n t e s , u n e s t r e -
m e c i m i e n t o p a r e c í a h e l a r la s a n g r e en m i s v e n a s .
De f r a s e en f r a s e , y sin d u d a p o r la s i n g u l a r i d a d d e
n u e s t r o e n c u e n t r o , la c o n v e r s a c i ó n recayó s o b r e la
m e t a f í s i c a d e la felicidad.
— C o n f i e s o ' — d i j o el h o m b r e del C h i m b o r a z o — q u e
t o d a m i filosofía se r e d u c e á o p o n e r la paciencia á las
mil y mil c o n t r a r i e d a d e s con q u e h e m o s d e l u c h a r en
la vida; d i a r i a m e n t e y por t o d a s p a r t e s d e j a m o s u n pe-
dazo d e n u e s t r a p o b r e existencia en a l g ú n p e r c a n c e d e
q u e n o p o d r í a p r e s e r v a r n o s t o d a la p r u d e n c i a h u m a n a .
—Á f e m í a — r e p l i q u é — y o soy u n e j e m p l o i n c o n t e s -
table d e esa v e r d a d , p o r q u e esta m i s m a noche h e de-
j a d o m i s o m b r e r o y m i capa, á c o n s e c u e n c i a d e u n
e n o j o s o i n c i d e n t e , en el g u a r d a r r o p a del s e ñ o r conse-
jero d e justicia.
Al oir estas p a l a b r a s , m i s d o s i n t e r l o c u t o r e s se es-
t r e m e c i e r o n c o m o p o r efecto d e u n a violenta s a c u d i -
d a : el h o m b r e c i l l o m e lanzó u n a m i r a d a s i n i e s t r a , d e
e x p r e s i ó n v e r d a d e r a m e n t e diabólica, saltó á u n a silla
y a j u s t ó c u i d a d o s a m e n t e la cortinilla d e s a r g a roja
con q u e el t a b e r n e r o h a b í a c u b i e r t o el e s p e j o , m i e n t r a s
q u e el h o m b r e del C h i m b o r a z o d e s p a b i l a b a las velas
c o m o p a r a q u e n o se p u d i e r a f o r m a r la m e n o r s o m -
b r a . No sin dificultad se r e a n u d ó la c o n v e r s a c i ó n , y
hablóse s o b r e las o b r a s d e u n joven p i n t o r , m u y cele-
bradas entonces.
— S u s r e t r a t o s son a d m i r a b l e s p o r la s e m e j a n z a -
dijo el v i a j e r o del C h i m b o r a z o , t a n t o q u e sólo les fal-
t a r l a h a b l a r ; tal e s su a n i m a c i ó n , q u e se t o m a r í a n p o r
la i m a g e n r o b a d a á u n espejo.
— ¡ Q u é e s t u p i d e z ! — e x c l a m ó el h o m b r e c i l l o a g i t á n -
d o s e e n su silla.—¿ C ó m o s u p o n e r q u e se p u e d a r o b a r
la i m a g e n r e f l e j a d a en u n espejo, á m e n o s q u e el dia-
blo n o i n t e r v e n g a ? Sí, sí, s e ñ o r sabio, s e ñ o r juez en
m a t e r i a d e a r t e ; h a c e d m e tocar con el d e d o u n reflejo
r o b a d o como decís, y m e veréis en u n salto á cien pies
de altura.
—Poco á poco, a m i g o m í o — d i j o el h o m b r e alto acer-
c á n d o s e á su i n t e r l o c u t o r ; — n o seáis tan d e s c r e í d o ,
p u e s tal vez h a y á i s d e saltar toda la escalera. ¡Á fe
m í a . p o d é i s e s t a r orgulloso con el efecto q u e p r o d u c i -
r í a v u e s t r a figura en u n e s p e j o ! . . .
 Al oir e s t a s p a l a b r a s , el h o m b r e c i l l o c o m e n z ó á r e i r
convulsivamente exclamando:
— ¡ A h , a h , a h ! p o b r e c o m p a ñ e r o ! ¿ q u é i m p o r t a mi
reflejo, t e n i e n d o p o r lo m e n o s u n a s o m b r a q u e n a d i e
m e ha r o b a d o ?
Y a p e n a s p r o n u n c i a d a s e s t a s p a l a b r a s , salió d e la
t a b e r n a h a c i e n d o c a b r i o l a s ; m i e n t r a s q u e el v i a j e r o
del C h i m b o r a z o volvía á caer s e n t a d o en su silla c o m o
si e s t u v i e r a desfallecido.
— ¿ Q u é tenéis, a m i g o m í o ? — p r e g u n t é l e con a c e n t o
compasivo.
—¡Lo q u e t e n g o ! — c o n t e s t ó m e sollozando:—¡ Ay d e
m í ! ese h o m b r e c i l l o q u e acabáis d e ver es u n h e c h i c e r o
q u e viene a p e r s e g u i r m e h a s t a el ú l t i m o asilo, d o n d e
creí olvidar la e s p a n t o s a d e s g r a c i a d e h a b e r p e r d i d o
m i . . . ¡Adiós, caballero, a d i ó s !
Y el e x t r a n j e r o , l e v a n t á n d o s e al p u n t o , a c e r c ó s e á la
p u e r t a , a t r a v e s a n d o t o d a la sala sin p r o y e c t a r la m e n o r
s o m b r a en las p a r e d e s .
—¡ P e d r o S c h l e m i h l ! — g r i t é d e p r o n t o — p u e s a c a b a b a
d e r e c o n o c e r á u n ser m a l d i t o ; p e r o h a b í a m e t o m a d o
la d e l a n t e r a , y d e s a p a r e c i ó en las t i n i e b l a s .
C u a n d o q u i s e volver á m i sitio, el t a b e r n e r o m e e m -
p u j ó p o r los h o m b r o s y d i ó m e con la p u e r t a en las
narices, m u r m u r a n d o :
—¡ Dios p r e s e r v e m i casa d e s e m e j a n t e s a p a r e c i d o s ,
p u e s m e j o r q u i s i e r a d a r d e b e b e r al m i s m o d i a b l o .
III
El s e ñ o r M a t h i e u es í n t i m o a m i g o mío, y t i e n e el
p o r t e r o m á s listo q u e se p u e d a e n c o n t r a r ; d e m o d o q u e
m e a b r i ó a p e n a s t o q u é la c a m p a n i l l a en la p u e r t a d e l
Aguila de O r o . C u a n d o h u b e e n t r a d o , referi en d o s pa-
l a b r a s los p e r c a n c e s d e la n o c h e ; y c o m o había d e j a d o
la llave d e m i c u a r t o en la capa, en casa del consejero
d e justicia, c o n d ú j o m e á o t r a h a b i t a c i ó n , p u s o u n can-
d e l e r o s o b r e la m e s a y r e t i r ó s e d i s c r e t a m e n t e , d e s e á n -
d o m e u n s u e ñ o t r a n q u i l o . E n a q u e l c u a r t o había u n
e s p e j o g r a n d e c u b i e r t o con u n a cortinilla; coloqué la
luz j u n t o al m a r c o y d e s c o r r í aquella p a r a c o n t e m p l a r
m i t r i s t e figura; m a s a p e n a s h u b e fijado la vista e n m i
i m a g e n , p a r e c i ó m e d i s t i n g u i r otra m á s v a g a y f l o t a n t e ,
q u e d i b u j á n d o s e en la p e r s p e c t i v a del espejo a d e l a n -
t á b a s e hacia m í . P o c o a poco se m a r c ó m á s , y p r o n t o
r e c o n o c í las f a c c i o n e s a d o r a d a s d e Julia. No p u d e re-
primir un grito de sorpresa y amor, y extendiendo
los b r a z o s h a c i a a q u e l l a a p a r i c i ó n , e x c l a m é : «¡Julia,
Julia!»
E n el m i s m o i n s t a n t e oigo u n s u s p i r o p r o l o n g a d o
d e t r á s d e m í , c o r r o al f o n d o d e la alcoba, s e p a r o las
c o r t i n a s del lecho y veo al h o m b r e c i l l o de la capa d u r -
m i e n d o c o m o u n a m a r m o t a . De su p e c h o , o p r i m i d o
p o r u n a pesadilla, e s c a p á b a s e á i n t e r v a l o s u n n o m b r e
d e m u j e r , y s u s labios m u r m u r a b a n : «¡Giulietta, Giu-
lietta!»
Me e s t r e m e c í al p r o n t o , p e r o r e c o b r a n d o v a l o r sa-
c u d í p o r u n brazo al hombrecillo, g r i t á n d o l e :
—¡Eh! a m i g o m í o ¿ q u i é n diablos p u e d e h a b e r o s con-
d u c i d o á m i cama? H a c e d m e el favor d e ir á d e s c a n s a r
á otra parte.
El h o m b r e c i l l o se estiró, d e s p e r t á n d o s e poco á poco.
—¡ Ah! g r a c i a s , caballero—me d i j o — h a b é i s i n t e r r u m -
pido un mal sueño.
Y al p r o n u n c i a r estas p a l a b r a s p a r e c í a t a n t r i s t e y
agobiado, que m e infundió lástima. Supuse que mi
amigo m e habia destinado equivocadamente aquella
h a b i t a c i ó n , o c u p a d a y a , y q u e n o debía t u r b a r el re-
poso de aquel huésped.
 94 E. TEODORO HOFFMANN C U E N T O S F A N T Á S T I C O S

— C a b a l l e r o — d í j o m e el h o m b r e c i l l o s e n t á n d o s e en
la c a m a — m i c o n d u c t a en la t a b e r n a h a d e b i d o p a r e c e -
r o s a b s u r d a , m a s n o t e n g o la culpa d e ello, p o r q u e
estoy sometido á una cruel influencia que me expone
a c o m e t e r m u c h a s faltas d e cortesía.
—¡ Bah ¡ — r e p l i q u é — p r e c i s a m e n t e e s t o y en el m i s m o
caso, y esta n o c h e p a s a d a , c u a n d o volví a v e r á J u l i a . . .
— ¡ J u l i a decís!—exclamó el h o m b r e c i l l o con las fac-
ciones d e s c o m p u e s t a s . — ¡ A h ! caballero—añadió—ocul-
t a n d o el r o s t r o en la a l m o h a d a , os suplico q u e m e dejéis
d o r m i r y q u e c u b r á i s bien el e s p e j o .
— S e ñ o r m í o — r e p l i q u é , e l e v a n d o la voz p a r a obligarle
a e s c u c h a r m e — ¿ p o r q u é os causa tan p e n o s a i m p r e s i ó n
ese n o m b r e d e m u j e r ? E s p e r o q u e m e lo d i r é i s en
confianza c u a n d o d e s p u é s d e c u b r i r el espejo m e colo-
q u e á v u e s t r o lado p a r a d e s c a n s a r .
El h o m b r e c i l l o se i n c o r p o r ó cual si le m o v i e r a u n
resorte.
—¿ Os e m p e ñ á i s , p u e s , en conocer el s e c r e t o d e m i
v i d a m i s e r a b l e ? P u e s b i e n , voy á r e f e r i r o s mi h i s t o r i a .
Así d i c i e n d o saltó d e la c a m a , a b r i g ó s e con u n a es-
pecie d e bata, y q u i s o a c e r c a r s e á la c h i m e n e a , p e r o el
e s p e j o estaba d e s c u b i e r t o a ú n , y sus ojos se fijaron en
la l u n a . ¡ O h s o r p r e s a ! y o e s t a b a de p i e á su lado, y
o b s e r v é q u e su i m a g e n n o se r e f l e j a b a j u n t o a la m í a .
El h o m b r e c i l l o m e dirigió u n a m i r a d a d o l o r o s a .
— C a b a l l e r o — d í j o m e sollozando—soy m á s d i g n o d e
c o m p a s i ó n q u e P e d r o S c h l e m i h l , p o r q u e éste v e n d i ó
su s o m b r a r e c i b i e n d o el p r e c i o d e ella ; m i e n t r a s q u e
y o di m i reflejo p o r a m o r a ELLA, á Giulietta. ¡ Ay
de mí!
Y corrió á echarse en la c a m a , sollozando l a s t i m o s a -
mente.
A g i t á b a n s e en m i a l m a s e n s a c i o n e s d i v e r s a s a n t e
a q u e l espectáculo tan t r i s t e m e n t e grotesco, y p e r m a -
necí inmóvil en el m i s m o sitio, c o m o u n v e r d a d e r o
a u t ó m a t a , c u a n d o d e p r o n t o oí r o n c a r al h o m b r e c i l l o
como un cañón de órgano. Entonces experimenté de-
seos d e i m i t a r l e , t a n t o q u e á los diez m i n u t o s d o r m í a
como un bienaventurado.
Una h o r a a n t e s d e r a y a r el alba, d e s p e r t ó m e u n a
c l a r i d a d m u y viva, y al a b r i r los ojos ví a m i c o m p a -
ñ e r o m e d i o vestido, m u y o c u p a d o en escribir á la luz
d e dos c a n d e l a b r o s . S u a s p e c t o f a n t á s t i c o m e p r o d u j o
u n v é r t i g o , y caí en u n a especie d e alucinación : hallá-
b a m e en casa del c o n s e j e r o d e justicia s e n t a d o en el
sofá, c o m o la v í s p e r a , j u n t o á J u l i a . El consejero m e
parecía una muñeca de azúcar entre arbustos cargados
d e f r u t a s y d e r o s a s ; y Julia m e p r e s e n t a b a u n a copa
d e cristal, d e la cual salían con brillo f o s f o r e s c e n t e
l l a m a s a z u l a d a s . Alguno m e t i r ó del brazo: era el h o m -
brecillo q u é m e decía al o í d o : ¡No b e b a s , n o b e b a s ! —
¿ Q u é t e m é i s ? <¡ No sois m í o , vos y vuestro reflejo ? m e
p r e g u n t ó Julia. T o m é la copa d e s u s m a n o s , é iba á
b e b e r , c u a n d o el hombrecillo m e saltó al h o m b r o t r a n s -
f o r m a d o en ardilla, r e p i t i é n d o m e : «¡No b e b a s , n o be-
bas!» Y con su i n q u i e t a cola t r a t a b a d e a p a g a r las
l l a m a s a z u l a d a s . «<¿ P o r q u é r e h u s a s , dijo Julia, t o m a r
esa copa, a m a d o m í o ? Esa p e q u e ñ a llama p u r a q u e ves
brillar en la s u p e r f i c i e es el e m b l e m a d e n u e s t r o p r i m e r
beso.» El sonido d e aquella voz tan d u l c e m e t r a n s p o r -
tó, é iba á e s t r e c h a r contra m i corazón a q u e l l a m u j e r
i d o l a t r a d a , c u a n d o P e d r o S c h l e m i h l pasó d e r e p e n t e
e n t r e n o s o t r o s d o s y c o m e n z ó á r e í r s e . E n el m i s m o
i n s t a n t e , t o d a s las p e r s o n a s q u e l l e n a b a n el salón del
c o n s e j e r o d e justicia m e p a r e c i e r o n c o n v e r t i d a s e n figu-
r i t a s d e a z ú c a r ; c o m e n z a r o n á saltar, z u m b a n d o c o m o
a b e j a s , y t r e p a b a n p o r m i p e r s o n a cual si yo f u e s e u n
m á s t i l de c u c a ñ a .
E n t o n c e s m e d e s p e r t é : la c a m p a n a d e la iglesia p r ó -
x i m a tocaba la h o r a d e m e d i o d í a , y y o m e p r e g u n t a b a ,
f r o t á n d o m e los p á r p a d o s , si la historia d e m i s a p a r i -
ciones n o c t u r n a s n o sería u n a pesadilla, c u a n d o el
c r i a d o e n t r ó con el chocolate, y d í j o m e q u e el e x t r a n -
jero con q u i e n c o m p a r t i e r a m i h a b i t a c i ó n y m i lecho,
había m a r c h a d o al r a y a r la a u r o r a , e n c a r g a n d o q u e
m e s a l u d a s e n en su n o m b r e .
He a q u í lo q u e a q u e l s i n g u l a r p e r s o n a j e h a b í a escri-
to d u r a n t e m i s u e ñ o , d e j á n d o l o tal v e z olvidado s o b r e
la m e s a .
IV
Cierto día E r a s m o S p i c k e r se hallaba en el colmo d e
la alegría, p u e s p o r p r i m e r a vez en su vida p e r m i t í a -
sele v i a j a r . G u a r n e c i ó d e m o n e d a s d e oro u n c i n t u r ó n
de c u e r o y s u b i ó al coche p a r a ir á v i s i t a r la poética
Italia. S u q u e r i d a e s p o s a se d e s p i d i ó con l á g r i m a s en
los ojos, p r e s e n t á n d o l e v e i n t e veces en la p o r t e z u e l a
del vehículo al p e q u e ñ o R a s m u s , p a r a q u e s u t i e r n o
p a d r e le d i e r a los ú l t i m o s besos; y d e s p u é s r e c o m e n d ó
sobre t o d o á s u m a r i d o q u e n o p e r d i e r a el g o r r o d e
viaje q u e h a b í a h e c h o p a r a él.
E r a s m o llegó á F l o r e n c i a , y h a l l a n d o allí á v a r i o s d e
s u s c o m p a t r i o t a s e n t r e g a d o s á t o d a s las v o l u p t u o s i -
d a d e s , q u i s o t o m a r p a r t e en s u s o r g í a s y en t o d a s s u s
a v e n t u r a s . A h o r a b i e n , cierta n o c h e , los a l e g r e s c o m -
p a ñ e r o s se h a b í a n citado en u n a q u i n t a d e los a r r a b a -
les p a r a u n a g r a n fiesta, y cada cual, e x c e p t o E r a s m o ,
f u é c o n s u q u e r i d a . L o s h o m b r e s llevaban el t r a j e
n a c i o n a l d e la a n t i g u a A l e m a n i a , y las m u j e r e s i b a n
e n g a l a n a d a s con s u s m á s ricos a d o r n o s . Se comió y
bebió o p í p a r a m e n t e , y e n t o n á r o n s e d e s p u é s las m á s
bellas c a n c i o n e s i t a l i a n a s : los n a r a n j o s en f l o r i m p r e g -
n a b a n la a t m ó s f e r a con su p e r f u m e ; en alas de la b r i s a
n o c t u r n a p r o p a g á b a n s e á t r a v é s del espacio o n d a s d e
a r m o n í a ; y los c o n v i d a d o s se e x a l t a b a n h a s t a el d e -
lirio.
De r e p e n t e se levanta F r i e d r i c h , el m á s alegre d e
t o d o s ; con u n brazo enlaza el talle d e su q u e r i d a , y
con el otro eleva s o b r e s u cabeza la copa, llena h a s t a
el b o r d e d e u n vino color d e o r o .
—¡ Oh a m i g o s m í o s ! — exclama — ¿ en q u é l u g a r del
m u n d o encontraríamos mejor q u e aquí todo cuanto
n o s h a c e a m a r la vida ? ¡ M u j e r e s d e Italia, si el a m o r
n o existiese d e s d e el p r i n c i p i o del m u n d o , v o s o t r a s le
habríais inventado! Pero tú, Erasmo, ¿ por qué has
v e n i d o solo a q u í ? ¿ P o r q u é no h a s d e p a r t i c i p a r d e
n u e s t r a e m b r i a g u e z ? < P o r q u é nos c o n t r i s t a s con t u
melancolía ?
— ¡ C ó m o h a d e s e r , a m i g o s míos'.— contestó E r a s -
m o ;—mi corazón n o p a r t i c i p a d e v u e s t r o s goces, por-
q u e m i e s p í r i t u no cifra la felicidad en la e m b r i a g u e z
d e los s e n t i d o s . P o r o t r a p a r t e , h e d e j a d o en n u e s t r o
p a í s u n a esposa fiel, c u y a confianza n o d e b o b u r l a r .
V o s o t r o s sois libres ; y o t e n g o familia, y d e b o p e n s a r
en ella c o n t i n u a m e n t e . . .
Los jóvenes se b u r l a r o n del b u e n juicio d e E r a s m o ,
c u y a j u v e n t u d n o les p a r e c í a p r o p i a p a r a p r e o c u p a r s e
t a n t o d e la f a m i l i a . La q u e r i d a d e F r i e d r i c h pidió la
t r a d u c c i ó n e n italiano d e las p a l a b r a s d e S p i c k e r , y
d e s p u é s dijo s o n r i e n d o : «¡ He ahí u n h o m b r e juicioso,
á q u i e n Giulietta h a r í a p e r d e r sin d u d a el alma!» Ape-
n a s h u b o p r o n u n c i a d o e s t a s p a l a b r a s , vióse e n t r a r e n
la sala del f e s t í n u n a m u j e r de m a r a v i l l o s a belleza:
h u b i é r a s e c r e í d o v e r u n a virgen d e R u b e n s ó d e
Mieris.
—¡ Giulietta ¡—exclamaron t o d a s las jóvenes.
Giulietta p a s e ó u n a maliciosa m i r a d a sobre t o d o s
los c o m e n s a l e s .

—Buenos alemanes—dijo después de una pausa—
¿ m e p e r m i t i r é i s t o m a r p a r t e en v u e s t r o a l e g r e b a n -
q u e t e ? P r e c i s a m e n t e , a h o r a veo q u e u n o d e v o s o t r o s
está aislado y t r i s t e , y voy á t r a t a r d e a l e g r a r l e .
Y s e n t á n d o s e con e n c a n t a d o r a c o q u e t e r í a j u n t o á
E r a s m o , m u y p r o n t o consiguió, con s u s gracias, q u e
t o d o s los jóvenes e n v i d i a r a n la b u e n a s u e r t e d e Spi-
cker.
Sólo con v e r á Giulietta, E r a s m o había s e n t i d o circu-
lar u n f u e g o d e v o r a d o r p o r s u s venas, y c u a n d o la
t u v o á su lado, la e m b r i a g u e z del d e s e o exaltó su i m a -
g i n a c i ó n . La h e r m o s a italiana se l e v a n t ó , cogió u n a
copa y o f r e c i ó s e l a ; el .joven a p u r ó de u n t r a g o el p é r -
fido b r e b a j e y cayó d e rodillas á los pies d e la s i r e n a .
—I Oh !—exclamó—¡ t ú sola en el m u n d o e r e s d i g n a
d e m i a m o r , á n g e l del cielo ! ¡ T ú e r e s la q u e yo b u s -
caba en m i s s u e ñ o s d e j o v e n ! ¡Al fin te h e e n c o n t r a d o ;
t ú e r e s m i v i d a , m i a l m a y m i Dios !...
L o s jóvenes se m i r a r o n u n o s á o t r o s , y a l g u n o s cre-
y e r o n q u e E r a s m o a c a b a b a d e p e r d e r el juicio, p u e s
j a m á s le h a b í a n visto así. La n o c h e se p a s ó e n t r e cánti-
cos y j u r a m e n t o s d e a m o r , y al d e s p u n t a r la a u r o r a ,
c a d a u n o de los c o m e n s a l e s se m a r c h ó con su c o m p a -
ñ e r a . E r a s m o q u i s o a c o m p a ñ a r á G i u l i e t t a , p e r o ésta
r e c h a z ó s u s r e i t e r a d a s súplicas, l i m i t á n d o s e á i n d i c a r l e
u n a casa d o n d e p o d r í a volver á verla. F o r z o s o f u é q u e el
p o b r e S p i c k e r volviera solo á su a l o j a m i e n t o , ó m e j o r
d i c h o , s e g u i d o d e u n p e q u e ñ o c r i a d o q u e le a l u m b r a -
ba con u n h a c h a , la c u a l a p a g ó el s e r v i d o r a p e n a s en-
t r a r o n en la calle á q u e se d i r i g í a n , p o r q u e c o m e n z a b a
á r a y a r el d í a . De r e p e n t e , u n h o m b r e a l t o y seco, d e
nariz e n c o r v a d a y e x p r e s i ó n s a r d ó n i c a , v e s t i d o con
u n a ropilla d e color e s c a r l a t a g u a r n e c i d a de b o t o n e s
d e acero, p r e s e n t ó s e a n t e E r a s m o y díjole s o n r i e n d o
de un modo singular :
—¡ Hola ! m a e s e S p i c k e r , diriase q u e os h a b é i s esca-
p a d o d e a l g ú n a n t i g u o libro d e caballería con ese t r a j e
d e las épocas p a s a d a s , b i r r e t e a d o r n a d o d e p l u m a s y
larga tizona. ¿No c o m p r e n d é i s q u e los m u c h a c h o s van
á silbaros c u a n d o os v e a n ? ¡Vamos, volved al libro d e
d o n d e os h a b é i s escapado!
—¿ Y q u é os i m p o r t a el t r a j e q u e yo visto ?—exclamó
E r a s m o e m p u j a n d o con el codo al e x t r a ñ o p e r s o n a j e
q u e así le i n t e r p e l a b a , p a r a q u e le d e j a s e el p a s o libre.
P e r o el d e s c o n o c i d o le c o n t u v o , diciéndole en alta
voz:
—Poco á poco, s e ñ o r mío, n o v a y á i s t a n d e p r i s a ni
e m p u j é i s á la gente, p u e s n o es h o r a d e e n t r a r en casa
d e la h e r m o s a Giulietta.
— ¡ G i u l i e t t a ! — g r i t ó E r a s m o p á l i d o d e cólera.
Y q u i s o saltar al cuello d e a q u e l h o m b r e p a r a es-
t r a n g u l a r l e ; p e r o el d e s c o n o c i d o hizo u n a p i r u e t a y
d e s a p a r e c i ó c o m o u n a visión.
—Caballero—dijo el c r i a d o — n o o s p r e o c u p é i s de
e s t a a v e n t u r a , p u e s la p e r s o n a q u e acabáis d e encon-
t r a r no es o t r a sino el m a r a v i l l o s o d o c t o r d e F l o r e n c i a ,
signor Dapertutto.
A q u e l m i s m o dia E r a s m o se d i r i g i ó á la casa i n d i -
cada p o r Giulietta : la h e r m o s a italiana le r e c i b i ó con
u n a c o q u e t e r í a m á s r e f i n a d a a ú n q u e la v í s p e r a , y
c o m p l a c i ó s e en. o b s e r v a r los p r o g r e s o s d e la p a s i ó n d e
E r a s m o ; p e r o m a n t ú v o l e s i e m p r e á r e s p e t u o s a dis-
tancia, y o p u s o á t o d o s s u s esfuerzos u n a s a n g r e fría
i m p e r t u r b a b l e . E s t a r e s i s t e n c i a sólo sirvió p a r a infla-
m a r m á s el a m o r del joven, t a n t o q u e d e j ó d e v e r á s u s
a m i g o s p a r a c o n s a g r a r s e e n t e r a m e n t e á Giulietta.
C i e r t o d í a F r i e d r i c h le e n c o n t r ó , y c o g i é n d o l e del
brazo, e n t a b l ó con él u n a l a r g a c o n v e r s a c i ó n .
—¿Sabes, p o b r e S p i c k e r — l e dijo — q u e acabas de
c a e r en u n lazo m u y p e l i g r o s o ? ¿ C ó m o n o h a s recono-
cido y a en Giulietta u n a m u j e r g a l a n t e , y sobre t o d o la
m á s r e d o m a d a de las q u e p u d i e r a n d e s p l u m a r á u n
e n a m o r a d o ? R e f i é r e n s e d e ella las a n é c d o t a s m á s es-
candalosas, y n o c o m p r e n d o q u e p o r s e m e j a n t e m u j e r
p u e d a s renunciar á t u s amigos, olvidando á tu esposa
y á t u hijo...
Al oir e s t a s p a l a b r a s , E r a s m o c o m p r e n d i ó su falta,
ocultó el r o s t r o e n t r e sus m a n o s y lloró a m a r g a -
mente.
—Ven, ven, S p i c k e r — a ñ a d i ó Friedrich — salgamos
de Florencia, d e e s t a c i u d a d p e l i g r o s a ; ven c o n m i g o ,
y volveremos á nuestra buena patria.
—Sí—contestó E r a s m o — m a r c h e m o s h o y m i s m o .
C u a n d o ya se a l e j a b a n los d o s jóvenes, el s i g n o r Da-
p e r t u t t o pasó j u n t o á E r a s m o , y d e j a n d o e s c a p a r u n a
c a r c a j a d a le d i j o :
—¡ B u e n a s u e r t e , joven a m i g o ; pero d a o s p r i s a , por-
q u e Giulietta se m u e r e d e i m p a c i e n c i a y d e a m o r , y
os a c u s a d e olvidadizo.
—¡ P a r d i e z ! — e x c l a m ó F r i e d r i c h — e s e d o c t o r D a p e r -
t u t t o es u n c h a r l a t á n q u e m e r e c e u n c o r r e c t i v o ; j a m á s
conocí u n b e r g a n t e t a n insolente, s o b r e t o d o d e s d e
q u e e n v e n e n a con s u s p i l d o r a s á la m o d a á la f a m o s a
Giulietta...
—¡ C ó m o ¡—gritó Erasmo—¿ t a m b i é n va ese t u n a n t e
á casa d e Giulietta ?
L o s dos a m i g o s p a s a b a n en a q u e l m o m e n t o p o r d e -
bajo del balcón d e la h e r m o s a i t a l i a n a : u n a voz d u l c e
llamó á S p i c k e r , y éste, s e p a r á n d o s e al p u n t o d e su
a m i g o , p e n e t r ó en el i n t e r i o r d e la casa.
—El p o b r e E r a s m o está p e r d i d o — m u r m u r ó F r i e -
d r i c h , d i r i g i é n d o s e solo á s u a l o j a m i e n t o .
Aquel día u n a brillante fiesta a t r a í a á los a l r e d e d o -
r e s d e la c i u d a d á t o d o s los e l e g a n t e s ; G i u l i e t t a q u i s o
q u e E r a s m o la a c o m p a ñ a s e , y allí e n c o n t r a r o n a un
p e q u e ñ o italiano m u y feo, q u e se e m p e ñ ó en h a c e r la
c o r t e á la h e r m o s a . E r a s m o , r e s e n t i d o d e la c o q u e t e -
ría d e su c o m p a ñ e r a , y s i n t i e n d o el a g u i j ó n d e los ce-
los, alejóse b r u s c a m e n t e ; p e r o Giulietta, al ver q u e n o
volvía, comenzó á b u s c a r l e , e n c o n t r ó l e en u n s o l i t a r i o
p a s e o d e los j a r d i n e s , le r e p r e n d i ó d u l c e m e n t e , y en-
lazando su cuello con s u s lindos brazos, d e p o s i t ó en
s u s labios u n beso d e f u e g o . E r a s m o p e r d i ó la cabeza,
y h u b i e r a olvidado el u n i v e r s o e n t e r o si Giulietta no
le h u b i e r a h e c h o volver en si con u n a m i r a d a f r í a y
severa q u e le d e s e s p e r ó .
El italiano no había p e r d i d o de vista á G i u l i e t t a , y
como se d e s p e r t a r o n t a m b i é n s u s celos, v e n g ó s e p e r -
m i t i é n d o s e u n a infinidad d e s a r c a s m o s contra los ale-
manes.
—Espero que pondréis término á vuestras imperti-
nencias—díjole E r a s m o , acercándose v i v a m e n t e — p u e s
d e lo c o n t r a r i o os a r r o j a r é por la v e n t a n a .
El italiano, e n f u r e c i d o al oir esto, hizo brillar u n p u -
ñ a l ; p e r o S p i c k e r le d e r r i b ó e n t i e r r a tan violenta-
m e n t e , q u e el infeliz se r o m p i ó el c r á n e o y e s p i r ó . T o -
d o s se p r e c i p i t a r o n contra E r a s m o , q u e , p o s e í d o d e
h o r r o r al v e r q u e a c a b a b a d e m a t a r á u n h o m b r e , pa-
lideció y cayó en t i e r r a p r i v a d o d e c o n o c i m i e n t o .
C u a n d o volvió en sí hallóse e c h a d o en u n diván, en u n
g a b i n e t e i l u m i n a d o p o r u n a luz s u a v e q u e t e n í a algo
d e v o l u p t u o s a : Giulietta le s o s t e n í a en s u s b r a z o s .
— ¡ P i c a r o a l e m á n ! — l e dijo, r e p r e n d i é n d o l e dulce-
m e n t e — ¡ c u á n t a i n q u i e t u d m e h a b é i s o c a s i o n a d o ! Ya
n o estáis s e g u r o en Florencia ni en t o d a Italia; e s p r e -
ciso m a r c h a r y a b a n d o n a r m e p a r a s i e m p r e .
—No—contestó S p i c k e r — m e j o r q u i e r o m o r i r a q u í ,
pues t a m b i é n m o r i r í a si e s t u v i e r a lejos de vos.
De r e p e n t e parecióle q u e le l l a m a b a t r i s t e m e n t e la
voz d e s u q u e r i d a esposa. E r a s m o se e s t r e m e c i ó ,
a v e r g o n z á n d o s e d e si m i s m o , y la p a l a b r a e s p i r ó en
s u s l a b i o s . . . ; p e r o u n beso de Giulietta r e n o v ó su e m -
briaguez.
—Ángel a d o r a d o — d i j o — n o q u i e r o s e p a r a r m e de ti.
uNivti« DMJ os m m UOfc
BIBUOTFEGA
«ALFOLIA M ® "
Vftüo.1S25 MüNTaR^K.WQvRi
 ¿ P o r q u é no h a b e r n o s d e e s t a r u n i d o s d e s d e ahora
p o r e t e r n o s lazos ?
Dos c a n d e l a b r o s c a r g a d o s d e b u j í a s i l u m i n a b a n el
f o n d o del g a b i n e t e d o n d e r e s p l a n d e c í a u n m a g n í f i c o
espejo de Venecia.
— A m i g o mío—dijo Giulietta, e s t r e c h a n d o á E r a s m o
c o n t r a su corazón—lo q u e d e s e a s es i m p o s i b l e ; p e r o
al m e n o s d é j a m e t u reflejo, á fin d e q u e n o esté siem-
p r e privada d e ti.
—¿Mi reflejo?—exclamó Erasmo, conduciendo á Giu-
lietta a n t e el espejo q u e r e t r a t a b a s u a m o r o s a a c t i t u d .
—i C ó m o p o d r í a s g u a r d a r mi reflejo ?
— A m i g o m í o — c o n t e s t ó la h e r m o s a italiana — e s a
a p a r i e n c i a f u g i t i v a q u e l l a m a n reflejo, y q u e se r e t r a t a
en t o d a s las s u p e r f i c i e s p u l i m e n t a d a s , se p u e d e d e s -
p r e n d e r d e t u p e r s o n a y p e r t e n e c e r á la m u j e r q u e
a m a s . ¿ R e h u s a r á s d e j a r m e ese r e c u e r d o ? ¿ Q u i e r e s
p r i v a r m e d e la p r e n d a q u e m e p o d r í a r e c o r d a r n u e s -
t r a f u g i t i v a dicha ?
—¡ T u y o soy a h o r a y s i e m p r e ¡—exclamó E r a s m o ,
p r e s a d e u n f r e n é t i c o delirio a m o r o s o ; — t o m a m i r e -
flejo, y q u e n i n g u n a f u e r z a del cielo ni del i n f i e r n o
baste p a r a s e p a r a r l e d e ti...
Esta exclamación a g o t ó las f u e r z a s del joven, á q u i e n
Giulietta e s t r e c h a b a en s u s b r a z o s ; e n t o n c e s le p a r e -
ció q u e su i m a g e n se d e s p r e n d í a d e s u i n d i v i d u a l i d a d ,
y q u e , u n i é n d o s e í n t i m a m e n t e con la d e la h e r m o s a
italiana, a m b a s h u í a n e n la perspectiva c r e a d a p o r el
e s p e j o , a b i s m á n d o s e en un v a p o r f a n t á s t i c o . Un t e r r o r
m i s t e r i o s o le p r i v ó casi del u s o d e s u s s e n t i d o s ; d u -
r a n t e u n m o m e n t o c r e y ó verse solo, y b u s c a n d o á
t i e n t a s u n a salida á t r a v é s d e tinieblas infernales,
d o n d e se oían voces s a t á n i c a s y a m e n a z a d o r a s , bajó
vacilante u n a escalera q u e p a r e c í a h u n d i r s e bajo s u s
pies. C u a n d o e s t u v o en la calle, á d o s p a s o s d e la casa
d e G i u l i e t t a , f u é cogido y a g a r r o t a d o , é i n t r o d u j é r o n l e
en u n coche q u e p a r t i ó á e s c a p e . Un h o m b r e q u e esta-
ba j u n t o a E r a s m o le d i j o :
—No t e m á i s n a d a , a m i g o m í o : la s e ñ o r a Giulietta
os confía á m i c u i d a d o p a r a q u e os deje en sitio s e g u -
ro, f u e r a del t e r r i t o r i o de Italia. Es sensible q u e h a y á i s
d e a b a n d o n a r t a n h e r m o s a m u j e r ; p e r o si os d e j á i s
g u i a r p o r m i , y o os s u s t r a e r é á la v e n g a n z a d e v u e s -
t r o s e n e m i g o s y á las p e s q u i s a s d e la policía, y p o d r é i s
volver á ver á v u e s t r a a d o r a d a .
Esta p r o p o s i c i ó n i m p r e s i o n ó á E r a s m o .
— A c e p t o — d i j o á su c o n d u c t o r — p e r o q u i s i e r a s a b e r
c u á l e s s e r á n los m e d i o s .
—No os i n q u i e t é i s por e s o — r e p u s o el d e s c o n o c i d o ;
— c u a n d o sea d e día os m i r a r é i s largo t i e m p o y m u y
a t e n t a m e n t e en u n e s p e j o , y yo p r a c t i c a r é e n t r e t a n t o
c i e r t a s o p e r a c i o n e s con v u e s t r a i m a g e n ; d e s p u é s juz-
garéis por vos mismo de mis medios.
— ¡ S a n t o Dios, q u é e s p a n t o s a d e s g r a c i a ! — e x c l a m ó
Erasmo.
—I De q u é d e s g r a c i a habláis ? — p r e g u n t ó el d e s c o n o -
cido.
—¡ Ay d e m í ! — r e p u s o E r a s m o — h e d e j a d o . . .
—¡ A h ! ¡ a h ! ¡ a h ! ¡ ah ! esto sí q u e es b u e n o —inte-
r r u m p i ó el h o m b r e d e los s e c r e t o s s o l t a n d o u n a car-
c a j a d a ; — c o m p r e n d o m u y b i e n ; os h a b é i s d e j a d o el
reflejo en casa d e Giulietta. P e r f e c t a m e n t e , a m i g o m i ó ;
a h o r a p o d é i s c o r r e r p o r m o n t e s y vallados h a s t a q u e
e n c o n t r é i s á v u e s t r a d i g n a e s p o s a y á v u e s t r o hijo
Rasmus.
E n a q u e l m o m e n t o u n g r u p o d e jóvenes q u e canta-
b a n pasó j u n t o al coche, i l u m i n á n d o l e con las h a c h a s ;
y á la f u g i t i v a claridad q u e r a s g ó las tinieblas, E r a s m o
reconoció al d o c t o r D a p e r t u t t o en el h o m b r e q u e esta-
ba á su lado. De u n p u ñ e t a z o rechazóle hasta el f o n d o
d e la b e r l i n a , a b r i ó la p o r t e z u e l a y lanzóse al c a m i n o ,
l l a m a n d o á voces á F r i e d r i c h y á s u s c o m p a t r i o t a s ,
p u e s ellos e r a n los q u e a c a b a b a n d e p a s a r t a n c e r c a .
Al saber los peligros d e q u e estaba a m e n a z a d o , F r i e -
d r i c h c o n d u j o á su a m i g o á la c i u d a d , á íin d e b u s c a r
los m e d i o s p a r a salvarle, y el día s i g u i e n t e E r a s m o
corría á caballo p o r el c a m i n o d e A l e m a n i a .
Hacia el m e d i o d í a llegó á u n a p o s a d a d e cierta ciu-
d a d , y c o m o e s t a b a r e n d i d o d e cansancio y m u e r t o d e
h a m b r e , s e n t ó s e á la m e s a . El c a m a r e r o d e servicio
o b s e r v ó en u n e s p e j o g r a n d e q u e la silla d e E r a s m o
se reflejaba, p e r o n o el v i a j e r o , y c o m o m a n i f e s t a r a
esta p a r t i c u l a r i d a d á la p e r s o n a q u e t e n i a m á s c e r c a ,
la cual se lo c o m u n i c ó á o t r a , u n m o m e n t o d e s p u é s n o
se h a b l a b a d e o t r a cosa e n t r e los c o n c u r r e n t e s . E r a s -
m o c o m í a y bebía c o m o c u a t r o , sin s o s p e c h a r q u e h a -
bía llegado á s e r objeto d e la c u r i o s i d a d g e n e r a l , c u a n -
d o u n h o m b r e , a v a n z a d o en años, cogióle d e la m a n o ,
c o n d ú j o l e d e l a n t e del espejo y le d i j o :
—Caballero, n o tenéis r e f l e j o ; y d e c o n s i g u i e n t e sois
el diablo ó a l g u n o d e los s u y o s . . .
E r a s m o , e n f u r e c i d o y c o n f u s o , corrió á e n c e r r a r s e
en u n a habitación ; p e r o m u y p r o n t o se p r e s e n t a r o n
v a r i o s a g e n t e s de policía é i n t i m á r o n l e la o r d e n d e
c o m p a r e c e r a n t e el m a g i s t r a d o con su reflejo, p u e s d e
lo c o n t r a r i o se le e x p u l s a r í a d e la c i u d a d . El joven
a l e m á n juzgó m á s p r u d e n t e h u i r , p e r o su h i s t o r i a co-
r r í a ya d e boca en boca, y el p o p u l a c h o , a m o t i n a d o
d e l a n t e d e la p o s a d a , le p e r s i g u i ó a r r o j á n d o l e p i e d r a s
y gritando:
—¡ He ahí el m a l d i t o , q u e h a v e n d i d o s u reflejo al
diablo!
D e s p u é s d e este i n c i d e n t e , c u a n d o E r a s m o se d e t e -
nía en a l g u n a p a r t e , h a c í a t a p a r los cristales y los e s -
p e j o s ; y h e a q u í p o r q u é se le llamaba, p o r b u r l a , el
g e n e r a l L u v a r o w , a t e n d i d o q u e este p e r s o n a j e t e n í a
la m i s m a c o s t u m b r e .
Al llegar á su casa el p o b r e S p i c k e r f u é r e c i b i d o cor-
d i a l m e n t e p o r su esposa, y c r e y ó q u e p o d r í a o l v i d a r
su reflejo p e r d i d o en la c a l m a d e la vida d o m é s t i c a ,
t a n t o m á s c u a n t o q u e h a c í a a l g ú n t i e m p o se había bo-
r r a d o d e su m e m o r i a el r e c u e r d o d e Giulietta. Una
n o c h e q u e j u g a b a con su hijo f r e n t e d e la e s t u f a ,
el n i ñ o le m a n c h ó la c a r a con hollín, y d e s p u é s le
dijo:
—¡ P a d r e , p a d r e ! m í r a t e y verás q u é n e g r o e s t á s .
Y c o r r i e n d o á c o g e r u n espejo d e bolsillo, p r e s e n t ó -
sele á E r a s m o y m i r ó á su vez. E s p a n t a d o al no v e r la
i m a g e n d e s u p a d r e j u n t o á la s u y a , escapóse l l o r a n d o
y f u é á r e f e r i r á su m a d r e el i n c i d e n t e . El reflejo p e r -
d i d o i n t e r r u m p i ó la paz c o n y u g a l : la m u j e r d e E r a s m o
c o m e n z ó á gritar,; los vecinos a c u d i e r o n , y el p o b r e
h o m b r e , ebrio d e f u r o r y d e d e s e s p e r a c i ó n , h u y ó d e
su casa y c o m e n z ó á c o r r e r p o r los c a m p o s . La i m a -
g e n d e Giulietta se le a p a r e c i ó e n t o n c e s con t o d o el
brillo d e su h e r m o s u r a .
—¡ Oh Giulietta, Giulietta ! — e x c l a m ó — a q u e l l a á
q u i e n s a c r i f i q u é por ti m e h a r e c h a z a d o . . . ¡ Giulietta,
n o t e n g o m á s q u e á ti en el m u n d o ; m e e n t r e g o á ti;
t ó m a m e del t o d o y p a r a s i e m p r e ! . . .
— V a i s á q u e d a r satisfecho, m a e s e — g r i t ó la voz del
s i g n o r D a p e r t u t t o , q u e a p a r e c i ó d e i m p r o v i s o á su
lado c o m o p o r a r t e d e e n c a n t a m i e n t o .
—¡ Ay d e m í ! — e x c l a m ó E r a s m o — ¿ c ó m o p u e d o y o
encontrarla ?
—Está cerca d e a q u í , m á s e n a m o r a d a q u e n u n c a —
replicó D a p e r t u t t o . — F e l i z con p o s e e r o s del t o d o y
p a r a s i e m p r e , t e n d r á la m a y o r satisfacción en d e v o l -
v e r o s v u e s t r o reflejo.
—¡Oh!—interrumpió Spicker—conducidme pronto
á su p r e s e n c i a .
—Poco á poco, si os p l a c e — r e p u s o el doctor con su
sonrisa d e o t r o t i e m p o . — A n t e t o d o es preciso r o m p e r
los lazos q u e os u n e n con v u e s t r a esposa, á fin d e q u e
 io8 E. TEODORO HOFFMANN C U E N T O S F A N T Á S T I C O S

Giulietta t e n g a la s e g u r i d a d d e q u e sólo p e r t e n e c e r é i s
á ella. T o m a d ese f r a s q u i t o . . .
—¡ H o m b r e e x e c r a b l e !—gritó E r a s m o h a c i e n d o u n
a d e m á n d e horror—¿ q u i e r e s q u e e n v e n e n e á m i espo-
sa y á m i hijo ?
—¿Y q u i é n habla d e veneno?—replicó D a p e r t u t t o . —
Lo q u e os d o y es u n licor e x q u i s i t o , u n v e r d a d e r o licor
d e familia, q u e os a g r a d a r á m u c h o .
E r a s m o tenía ya el f r a s q u i t o e n t r e las m a n o s , m i r á -
bale d i s t r a í d o , y m a q u i n a l m e n t e se dirigió á su casa,
d o n d e halló á su e s p o s a y á su hijo i n q u i e t o s p o r su
s u e r t e . La b u e n a m u j e r n o q u e r í a reconocerle, soste-
n i e n d o q u e a l g ú n d e m o n i o h a b í a t o m a d o s u figura
p a r a e n g a ñ a r l a ; y E r a s m o , a p u r a d a la paciencia, t u v o
u n i n s t a n t e la idea d e h a c e r u s o del f r a s c o ; p e r o en
a q u e l m o m e n t o u n a t ó r t o l a d o m e s t i c a d a q u e se h a b í a
p o s a d o en la m a n o d e S p i c k e r , picó el t a p ó n y cayó
m u e r t a . E s t e i n c i d e n t e hizo volver en sí al p o b r e h e -
chizado, y al p u n t o a r r o j ó p o r la v e n t a n a el peligroso
elíxir, q u e exhaló u n olor b a l s á m i c o al r o m p e r s e el
f r a s q u i t o . E r a s m o corrió á e n c e r r a r s e en su h a b i t a c i ó n
y lloró.
A la hora d e m e d i a n o c h e a p a r e c i ó s e l e la i m a g e n d e
Giulietta ; su a m o r y s u d e s e s p e r a c i ó n n o conocían ya
limites, y f u e r a d e sí e x c l a m ó :
—¡ O h , Giulietta; v e r t e p o r ú l t i m a vez y m o r i r ! . . .
En el m i s m o m o m e n t o a b r i ó s e sin r u i d o la p u e r t a
d e la h a b i t a c i ó n , y E r a s m o vió á la h e r m o s a i t a l i a n a ,
q u e m á s s e d u c t o r a q u e n u n c a , a r r o j ó s e en s u s b r a z o s .
—Si n o q u i e r e s q u e m e v u e l v a loco—dijo S p i c k e r ,
d e s p u é s d e los p r i m e r o s t r a n s p o r t e s del m á s vivo
a m o r — t o m a m i vida y d e v u é l v e m e m i reflejo.
—Esto n o es p o s i b l e — r e p u s o G i u l i e t t a — h a s t a q u e
se h a y a n r o t o t o d o s los lazos q u e te u n e n con el
mundo...
— E n t o n c e s — r e p u s o S p i c k e r , d e j a n d o c o r r e r s u s lá-
g r i m a s — s i sólo p u e d e p e r t e n e c e r t e p o r u n c r i m e n ,
prefiero morir...
— Q u e r i d o E r a s m o — d i j o Giulietta, r o d e a n d o con u n
b r a z o el cuello d e s u a m a n t e , y fijando e n él u n a mi-
r a d a f a s c i n a d o r a — n a d i e q u i e r e h a c e r t e c o m e t e r el cri-
m e n q u e te e s p a n t a ; p e r o si deseas, b i e n mió, ser el
esposo e t e r n o d e m i belleza, t o m a este p e r g a m i n o y
escribe las s i g u i e n t e s p a l a b r a s : «Otorgo á D a p e r t u t t o
p l e n o s p o d e r e s p a r a r o m p e r los lazos q u e m e u n e n con
la t i e r r a : sólo q u i e r o p e r t e n e c e r á Giulietta, á q u i e n
h e elegido l i b r e m e n t e p a r a c o m p a ñ e r a de m i c u e r p o
y de m i a l m a p a r a t o d a la e t e r n i d a d . . . »
Parecióle á E r a s m o q u e el f r í o d e la m u e r t e c r i s p a b a
s u s nervios, m i e n t r a s q u e s u s labios se a b r a s a b a n con
los besos d e la e n c a n t a d o r a , y d e r e p e n t e vió t r a s sí á
D a p e r t u t t o , con su t r a j e rojo, q u e le p r e s e n t a b a u n a
p l u m a de hierro, diciéndole:
—¡ E s c r i b e y firma !
Al m i s m o t i e m p o u n a vena d e la m a n o i z q u i e r d a d e
E r a s m o se abrió, y vióse b r o t a r la s a n g r e .
—¡ F i r m a , a m a d o m í o ! — m u r m u r ó Giulietta.
Ya se iba á c o n s u m a r el acto; S p i c k e r h a b í a m o j a d o
su p l u m a en la s a n g r e , é inclinábase p a r a e s c r i b i r ,
c u a n d o d e p r o n t o s u r g i ó u n a s o m b r a blanca del suelo
y se i n t e r p u s o e n t r e él y Giulietta, m u r m u r a n d o :
—¡ En n o m b r e d e n u e s t r o S a l v a d o r , n o e s c r i b a s !
E r a la s o m b r a d e su m a d r e .
E r a s m o a r r o j ó la p l u m a á sus p i e s y r a s g ó el p e r g a -
m i n o . L o s ojos de Giulietta lanzaron l l a m a s s a n g r i e n -
t a s ; s u r o s t r o e n c a n t a d o r se d e s c o m p u s o , y d e t o d o su
c u e r p o b r o t a r o n c h i s p a s v e r d o s a s . E r a s m o hizo la se-
ñal d e la cruz, y Giulietta y D a p e r t u t t o se desvanecie-
r o n m u r m u r a n d o , en u n torbellino d e h u m o s u l f u r o s o
q u e a p a g ó las luces.
El p o b r e h o m b r e p e r m a n e c i ó largo t i e m p o desvaneci-
d o . Al r a y a r la a u r o r a , r e a n i m a d o p o r u n a fresca b r i s a ,
d i r i g i ó s e al c u a r t o d e su esposa, y hallóla todavia en
c a m a . La b u e n a m u j e r le a l a r g ó la m a n o , d i c i é n d o l e :
—¡ P o b r e a m i g o m i ó ! h e sabido esta n o c h e en sue-
ños la a v e n t u r a q u e te privó de t u reflejo en Italia : te
c o m p a d e z c o y t e p e r d o n o . El p o d e r del d e m o n i o es
g r a n d e ; p e r o Dios es m á s f u e r t e , y e s p e r o q u e á esta
h o r a e s t a r á d e s t r u i d o el e n c a n t o , p o r q u e h e r e z a d o
p o r ti t o d a la noche. T o m a este e s p e j o y m í r a t e .
E r a s m o palideció : el cristal n o r e p r o d u c í a s u s fac-
ciones, y dejóle caer con d e s a l i e n t o .
—¡ A h ! — e x c l a m ó la m u j e r — p a r e c e q u e n o h a s h e -
c h o b a s t a n t e p e n i t e n c i a , y p o r lo t a n t o , q u e r i d o e s p o -
so, es preciso q u e v u e l v a s a Italia á b u s c a r t u reflejo.
A l g ú n b u e n santo obligará tal vez al d e m o n i o á devol-
vértele. A b r á z a m e , E r a s m o , y b u e n v i a j e : c u a n d o
vuelvas c o m o d e b e s , s e r á s bien r e c i b i d o e n esta casa.
Al decir e s t a s p a l a b r a s , la m u j e r d e S p i c k e r se vol-
vió de cara á la p a r e d , c e r r ó los ojos y c o m e n z ó á r o n -
COPPELIUS
c a r . E r a s m o , con el corazón o p r i m i d o , q u i s o a b r a z a r á
su hijo, p e r o éste se alejó d e él g r i t a n d o c o m o u n pe-
r r o c u a n d o le c a s t i g a n . E n t o n c e s el p o b r e p a d r e e m -
p u ñ ó su palo y salió del domicilio c o n y u g a l sin d e c i r
u n a p a l a b r a . Hace ya t i e m p o q u e r e c o r r e el m u n d o .
C i e r t o día e n c o n t r ó á P e d r o S c h l e m i h l , y a q u e l l o s dos
infortunados seres proyectaron viajar juntos, ocultan-
d o m u t u a m e n t e su f a l t a ; E r a s m o S p i c k e r ofreció la
s o m b r a necesaria á su c o m p a ñ e r o de viaje, q u e en
c a m b i o le p r e s t a r í a el reflejo; p e r o n o p u d i e r o n con-
venirse, y separáronse injuriándose uno á otro.
d i r i g i ó s e al c u a r t o d e su esposa, y hallóla todavia en
c a m a . La b u e n a m u j e r le a l a r g ó la m a n o , d i c i é n d o l e :
—¡ P o b r e a m i g o m i ó ! h e sabido esta n o c h e en sue-
ños la a v e n t u r a q u e te privó de t u reflejo en Italia : te
c o m p a d e z c o y t e p e r d o n o . El p o d e r del d e m o n i o es
g r a n d e ; p e r o Dios es m á s f u e r t e , y e s p e r o q u e á esta
h o r a e s t a r á d e s t r u i d o el e n c a n t o , p o r q u e h e r e z a d o
p o r ti t o d a la noche. T o m a este e s p e j o y m í r a t e .
E r a s m o palideció : el cristal n o r e p r o d u c í a s u s fac-
ciones, y dejóle caer con d e s a l i e n t o .
—¡ A h ! — e x c l a m ó la m u j e r — p a r e c e q u e n o h a s h e -
c h o b a s t a n t e p e n i t e n c i a , y p o r lo t a n t o , q u e r i d o e s p o -
so, es preciso q u e v u e l v a s a Italia á b u s c a r t u reflejo.
A l g ú n b u e n santo obligará tal vez al d e m o n i o á devol-
vértele. A b r á z a m e , E r a s m o , y b u e n v i a j e ; c u a n d o
vuelvas c o m o d e b e s , s e r á s bien r e c i b i d o e n esta casa.
Al decir e s t a s p a l a b r a s , la m u j e r d e S p i c k e r se vol-
vió de cara á la p a r e d , c e r r ó los ojos y c o m e n z ó á r o n -
COPPELIUS
c a r . E r a s m o , con el corazón o p r i m i d o , q u i s o a b r a z a r á
su hijo, p e r o éste se alejó d e él g r i t a n d o c o m o u n pe-
r r o c u a n d o le c a s t i g a n . E n t o n c e s el p o b r e .padre e m -
p u ñ ó su palo y salió del domicilio c o n y u g a l sin d e c i r
u n a p a l a b r a . Hace ya t i e m p o q u e r e c o r r e el m u n d o .
C i e r t o día e n c o n t r ó á P e d r o S c h l e m i h l , y a q u e l l o s dos
infortunados seres proyectaron viajar juntos, ocultan-
d o m u t u a m e n t e su f a l t a ; E r a s m o S p i c k e r ofreció la
s o m b r a necesaria á su c o m p a ñ e r o de viaje, q u e en
c a m b i o le p r e s t a r í a el reflejo; p e r o n o p u d i e r o n con-
venirse, y separáronse injuriándose uno á otro.
 COPPELIUS

NATANIEL Á LOTARIO

d u d a estáis todos inquietos por no h a b e r

| P ¡ B £ ^ | | recibido noticias mias hace tanto tiempo: m i
m a d r e se a f l i g e ; Clara p i e n s a tal vez q u e
o k a S a f í l l h a g o a q u í v i d a d e loco y q u e la o l v i d o ; p e r o
diariamente y á todas horas pienso en vosotros, y por
la n o c h e v e o e n s u e ñ o s la figura a n g e l i c a l de m i l i n d a
C h e r c h e n c o n s u Cándida s o n r i s a ; p e r o algo t e r r i b l e
a c a b a de t u r b a r la t r a n q u i l i d a d de m i v i d a .
¡Ay d e m i , p o b r e L o t a r i o ! ¡ C ó m o t e r e f e r i r é el es-
p a n t o s o a c o n t e c i m i e n t o ! E r a el 20 d e O c t u b r e , á m e d i o
d í a p o c o m á s ó m e n o s , c u a n d o ví e n t r a r e n m i c a s a
u n v e n d e d o r a m b u l a n t e que venía á ofrecerme unos
b a r ó m e t r o s . P o r t o d a c o n t e s t a c i ó n le e n v i é á los d i a -
blos c o n s u m e r c a n c í a , y c o m o m e viese h a c e r a d e m á n
de arrojarle escaleras abajo, retiróse p r u d e n t e m e n t e .
S i n e m b a r g o , a n t e s de d a r t e á c o n o c e r l a s f u n e s t a s r e -
l a c i o n e s q u e la f a t a l i d a d d e b í a c r e a r e n t r e a q u e l m a l -
dito t r a f i c a n t e y yo, q u i e r o r e f e r i r t e a l g u n o s d e t a l l e s
de m i p r i m e r a i n f a n c i a .
E n a q u e l t i e m p o , m i h e r m a n a y yo n o solíamos v e r
á n u e s t r o p a d r e m á s q ú e á las h o r a s d e c o m e r , p u e s
los negocios p a r e c í a n a b s o r b e r t o d a su a c t i v i d a d ; p e r o
d e s p u é s d e c e n a r , t o d a s las n o c h e s í b a m o s con n u e s t r a
madre á sentarnos á una mesa redonda en un cuarto
d e c o s t u r a ; m i p a d r e e n c e n d í a su p i p a , llenaba h a s t a
ei b o r d e u n i n m e n s o vaso d e cerveza, y r e f e r í a n o s u n a
infinidad d e m a r a v i l l o s a s h i s t o r i a s ; d u r a n t e la n a r r a -
ción, a p a g á b a s e la p i p a , y y o m e a l e g r a b a m u c h o d e
ello, p o r q u e e s t a b a e n c a r g a d o d e e n c e n d e r l a c u a n d o
esto s u c e d í a . A m e n u d o , si no e s t a b a d e m u y b u e n
h u m o r , nos d a b a bonitos libros llenos d e preciosas es-
t a m p a s ; m i e n t r a s las m i r á b a m o s c u r i o s a m e n t e , m i
p a d r e se r e c o s t a b a en su sillón d e e n c i n a , y l a n z a n d o
con febril actividad b o c a n a d a s d e h u m o , d e s a p a r e c í a
d e n u e s t r a vista en u n a e s p e s a b r u m a . Aquellas no-
c h e s m i m a d r e e s t a b a t r i s t e , y c u a n d o el reloj d a b a las
n u e v e , d e c í a n o s : « V a m o s , ya es h o r a d e a c o s t a r s e ; iá
á d o r m i r p r o n t o , p o r q u e viene el hombre de la arena.»
A p e n a s p r o n u n c i a b a e s t a s p a l a b r a s oía y o en la esca-
lera u n r u i d o d e p a s o s p e s a d o s ; sin d u d a sería el h o m -
b r e m i s t e r i o s o d e la a r e n a .
Cierta n o c h e , a q u e l r u m o r f a n t á s t i c o m e a t e m o r i z ó
m á s q u e d e c o s t u m b r e , p o r lo cual p r e g u n t é á m i m a -
d r e q u i é n era el e x t r a ñ o p e r s o n a j e con c u y a v e n i d a
nos a m e n a z a b a , y q u e nos obligaba s i e m p r e á salir d e
la h a b i t a c i ó n . «No h a y h o m b r e a l g u n o de la a r e n a ,
q u e r i d o hijo, c o n t e s t ó m i m a d r e ; c u a n d o d i g o q u e
viene, q u i e r o indicar s o l a m e n t e q u e t e n é i s s u e ñ o y
q u e c e r r á i s los ojos c o m o si os h u b i e r a n e c h a d o are-
na.» La r e s p u e s t a d e m i m a d r e n o m e satisfizo, y e n
m i e s p í r i t u infantil a r r a i g ó s e la convicción d e q u e se
n o s o c u l t a b a la existencia del p e r s o n a j e p a r a q u e no
t u v i é r a m o s m i e d o , p u e s s i e m p r e le oía s u b i r la esca-
l e r a . D o m i n a d o p o r la c u r i o s i d a d , y deseoso d e saber
a l g u n a cosa m á s p r e c i s a sobre el h o m b r e d e la a r e n a
y s u s r e l a c i o n e s con los n i ñ o s , p r e g u n t é al fin'á la a n -
ciana q u e c u i d a b a d e m i h e r m a n i t a q u i é n era a q u e l
sér m i s t e r i o s o . «¡Ah! T h a n e l c h e n , m e contestó, veo
q u e a ú n n o le conoces. E s u n h o m b r e m u y m a l o q u e
v i e n e á b u s c a r á los n i ñ o s c u a n d o r e h u s a n a c o s t a r s e ;
a r r ó j a l e s p u ñ a d o s d e arena á los ojos, e n c i é r r a l o s en
u n saco y se los lleva á la l u n a p a r a q u e s i r v a n d e ali-
m e n t o á s u s h i j o s ; estos t i e n e n , así c o m o los m o c h u e -
los, picos g a n c h u d o s ; y con ellos d e v o r a n los ojos d e
los n i ñ o s q u e n o son o b e d i e n t e s . »
D e s d e q u e oi esto, la i m a g e n del h o m b r e cr.uel d e
la a r e n a se fijó en m i m e n t e b a j o u n a s p e c t o h o r r i b l e ,
y a p e n a s oía por la n o c h e el r u i d o q u e hacía al s u b i r ,
e s t r e m e c í a m e de e s p a n t o . «¡El h o m b r e d e la a r e n a , el
h o m b r e d e la arena!» e x c l a m a b a yo, c o r r i e n d o á r e f u -
g i a r m e e n la alcoba; y d u r a n t e t o d a la n o c h e a t o r m e n -
t á b a m e la terrible a p a r i c i ó n . Yo c o m p r e n d í a m u y bien
q u e el c u e n t o d e la a n c i a n a s o b r e el h o m b r e d e la are-
na y s u s hijos e n la l u n a p o d í a n o ser v e r d a d ; p e r o el
tal p e r s o n a j e s e g u í a s i e n d o p a r a m í u n f a n t a s m a t e -
r r i b l e , y m e e s p a n t a b a c u a n d o le oía s u b i r la escalera,
a b r i r b r u s c a m e n t e la p u e r t a del g a b i n e t e d e m i p a d r e
y c e r r a r l a d e s p u é s . A l g u n a s veces p a s a b a n a l g u n o s
d í a s sin q u e viniera, p e r o l u e g o s u c e d í a n s e sus visitas
sin la m e n o r i n t e r r u p c i ó n . E s t o d u r ó a l g u n o s años, y
n o p u d e a c o s t u m b r a r m e á la i d e a del odioso e s p e c t r o ,
c u y a s r e l a c i o n e s con m i p a d r e m e p r e o c u p a b a n cada
vez m á s . El h o m b r e d e la a r e n a m e c o n d u c í a á la esfe-
r a d e lo maravilloso, d e lo f a n t á s t i c o , idea q u e t a n
f á c i l m e n t e g e r m i n a en el c e r e b r o d e los niños. N a d a
m e a g r a d a b a t a n t o como oir ó leer c u e n t o s d e espíri-
t u s , d e h e c h i c e r o s y d e d u e n d e s ; p e r o á t o d o esto an-
t e p o n í a s e el h o m b r e d e la a r e n a , c u y a i m a g e n d i b u j a b a
y o con yeso ó c a r b ó n en las m e s a s , en los a r m a r i o s y
en las p a r e d e s , r e p r e s e n t á n d o l e bajo las figuras m á s
extrañas y horribles.
C u a n d o llegué á los diez a ñ o s , m i m a d r e m e r e t i r ó
d e la h a b i t a c i ó n d e los n i ñ o s é i n s t a l ó m e en u n c u a r -
tito q u e c o m u n i c a b a con u n c o r r e d o r , cerca del gabi-
n e t e d e m i p a d r e : se n o s h a b í a d a d o o r d e n d e acostar-
nos c u a n d o , al d a r las n u e v e , o y é s e m o s los p a s o s del
desconocido. Desde m i h a b i t a c i ó n le oía e n t r a r en la
d e m i p a d r e , . y poco d e s p u é s p a r e c í a m e q u e se perci-
bía u n olor e x t r a ñ o . Con la c u r i o s i d a d se d e s p e r t ó en
m í el valor suficiente p a r a t r a b a r c o n o c i m i e n t o con el
h o m b r e d e la a r e n a ; m u c h a s veces d e s l i z á b a m e con la
m a y o r ligereza d e s d e m i c u a r t o al c o r r e d o r c u a n d o m i
m a d r e se había alejado, p e r o sin d e s c u b r i r n a d a , p u e s
el h o m b r e m i s t e r i o s o h a b í a e n t r a d o s i e m p r e c u a n d o
yo llegaba al sitio d o n d e h u b i e r a p o d i d o verle al p a s o .
C e d i e n d o al fin á u n i m p u l s o irresistible, resolví es-
c o n d e r m e en la habitación m i s m a de m i p a d r e , y es-
p e r a r la llegada del h o m b r e d e la a r e n a . C i e r t o día,
p o r el silencio d e a q u é l y la tristeza d e m i m a d r e ,
p r e s e n t í q u e el h o m b r e m i s t e r i o s o v e n d r í a ; y bajo el
p r e t e x t o d e u n g r a n cansancio salí del c u a r t o u n poco
a n t e s d e las n u e v e y o c u l t ó m e en u n r i n c ó n . Poco des-
p u é s , la p u e r t a d e la casa se a b r i ó r e c h i n a n d o y se
c e r r ó ; u n paso p e s a d o , l e n t o y sonoro, r e s o n ó en el
vestíbulo, d i r i g i é n d o s e hacia la e s c a l e r a ; m i m a d r e
p a s ó r á p i d a m e n t e j u n t o á m í con m i h e r m a n a , y e n -
tonces a b r i s u a v e m e n t e la p u e r t a del g a b i n e t e d e m i
p a d r e . E s t a b a s e n t a d o c o m o d e c o s t u m b r e , silencioso
é inmóvil, d e e s p a l d a s á la p u e r t a , y n o m e vió: u n
m o m e n t o d e s p u é s h a l l á b a m e oculto en u n a r m a r i o
d e s t i n a d o á colgar la r o p a , q u e sólo se c u b r í a con u n a
cortinilla. Mi corazón p a l p i t a b a d e t e m o r : la c a m p a n i -
lla r e s u e n a con e s t r é p i t o , la p u e r t a se a b r e b r u s c a -
m e n t e , y n o sin h a c e r u n e s f u e r z o a t r é v o m e á e n t r e -
a b r i r la cortina con p r e c a u c i ó n . El h o m b r e de la a r e n a
está d e l a n t e d e m i p a d r e , y la luz d e los c a n d e l e r o s se
p r o y e c t a en su r o s t r o ; a q u e l sér t e m i b l e , q u e t a n t o m e
e s p a n t a b a , es el viejo a b o g a d o C o p p e l i u s , q u e
c o m e a l g u n a s veces en casa ; p e r o la figura m á s a b o -
m i n a b l e n o m e h u b i e r a c a u s a d o t a n t o h o r r o r c o m o la
suya.
F i g u r a o s u n h o m b r e alto, a n c h o d e espaldas, con
u n a cabeza d i s f o r m e , r o s t r o a p e r g a m i n a d o y a m a r i -
llento, cejas g r i s e s m u y pobladas, b a j o las cuales b r i -
llan d o s ojos d e g a t o , y nariz l a r g a , q u e se e n c o r v a
s o b r e el labio s u p e r i o r . L a boca, algo t o r c i d a , se con-
t r a e á m e n u d o p o r u n a s o n r i s a i r ó n i c a ; dos m a n c h a s
d e color rojizo coloran e n t o n c e s los p ó m u l o s , y á t r a v é s
d e los d i e n t e s a p r e t a d o s escápase u n a especie d e sil-
b i d o . C o p p e l i u s vestia s i e m p r e levita d e color g r i s ,
c o r t a d a á la a n t i g u a , chaleco y calzón p o r el m i s m o
estilo, m e d i a s n e g r a s y z a p a t o con hebilla. S u p e l u c a ,
m u y p e q u e ñ a , a p e n a s t a p a b a y c u b r í a la p a r t e s u p e -
rior d e la cabeza, d e m o d o q u e los t i r a b u z o n e s n o lle-
g a b a n ni con m u c h o á las o r e j a s , m u y g r a n d e s y colo-
r a d a s ; y e n la n u c a q u e d a b a d e s c u b i e r t a la hebilla d e
plata q u e s u j e t a b a su c o r b a t a r a í d a . T o d a su p e r s o n a ,
en fin, era e s p a n t o s a y r e p u g n a n t e ; p e r o s u s l a r g o s
d e d o s h u e s o s o s y v e l l u d o s nos d e s a g r a d a b a n m á s q u e
todo, h a s t a el p u n t o d e q u e n o q u e r í a m o s c o m e r n a d a
d e lo q u e él t o c a b a . C o p p e l i u s lo h a b í a n o t a d o , y cuan-
d o n u e s t r a m a d r e n o s p o n í a f u r t i v a m e n t e en el p l a t o
a l g ú n p e d a z o d e p a s t e l ó u n confite, c o m p l a c í a s e en
tocarlo b a j o c u a l q u i e r p r e t e x t o ; d e m o d o q u e , llenos
los ojos d e l á g r i m a s , r e c h a z á b a m o s con d i s g u s t o las
golosinas q u e t a n t o n o s g u s t a b a n . O t r o t a n t o h a c í a
c u a n d o n u e s t r o p a d r e , en los días d e fiesta, nos d a b a
u n vasito d e vino con azúcar; p a s a b a la m a n o p o r e n -
c i m a , ó acercábale á s u s c á r d e n o s labios, y reía con
e x p r e s i ó n v e r d a d e r a m e n t e diabólica al o b s e r v a r n u e s -
t r a r e p u g n a n c i a y oir los sollozos q u e m a n i f e s t a b a n
 C U E N T O S F A N T Á S T I C O S

n u e s t r o d i s g u s t o . S i e m p r e , nos l l a m a b a sus pequeños

animales, y n o s estaba p r o h i b i d o q u e j a r n o s ó a b r i r la
boca p a r a decir la m e n o r cosa. N u e s t r a m a d r e p a r e c í a
t e m e r t a n t o c o m o n o s o t r o s al e s p a n t o s o Coppelius, y
en c u a n t o al p a d r e , c o n d u c í a s e en su p r e s e n c i a con la
m a y o r h u m i l d a d . E n u n p r i n c i p i o , h a b í a m e figurado .
ya q u e el hombre de la arena n o podía ser otro sino
a q u e l odioso p e r s o n a j e , y en vez del s e r e x t r a ñ o d e
los c u e n t o s d e n u e s t r a b u e n a m a d r e , veía en él algo
d e satánico é i n f e r n a l , q u e debía a t r a e r s o b r e n o s o t r o s
alguna terrible desgracia.
No o b s t a n t e , p o r el t e m o r de ser s o r p r e n d i d o r e p r i -
m í u n m o v i m i e n t o d e e s p a n t o y m e a c u r r u q u é lo m e -
jor q u e p u d e en el f o n d o del a r m a r i o , d e j a n d o sólo el
espacio suficiente p a r a ver la e s c e n a .
Mi p a d r e recibió con el m a y o r r e s p e t o á C o p p e l i u s ;
p e r o éste e x c l a m ó al p u n t o con voz r o n c a : «¡Vamos,
m a n o s á la o b r a ! » Al m i s m o t i e m p o despojóse d e su
levita; m i p a d r e le imitó, y a m b o s se p u s i e r o n u n a s
b l u s a s d e color o s c u r o q u e s a c a r o n d e u n h u e c o p r a c -
ticado en la p a r e d , en el cual vi u n h o r n i l l o . C o p p e l i u s
se acercó, y casi en el m i s m o i n s t a n t e vi b r o t a r bajo
s u s d e d o s u n a llama a z u l a d a q u e i l u m i n ó la habitación
con diabòlico reflejo. E n el suelo p u d e v e r e s p a r c i d o s
v a r i o s i n s t r u m e n t o s d e q u í m i c a . C u a n d o m i p a d r e se
inclinò s o b r e el crisol en f u s i ó n , su s e m b l a n t e a d q u i -
r i ó d e p r o n t o u n a e x p r e s i ó n e x t r a ñ a ; s u s facciones,
c r i s p a d a s p o r u n dolor í n t i m o , t e n í a n algo d e la odiosa
fisonomía d e C o p p e l i u s ; este ú l t i m o s o n d e a b a con
u n a s p i n z a s la m a t e r i a en f u s i ó n , sacaba u n o s l i n g o t e s
d e m e t a l brillante y batíalos s o b r e u n y u n q u e . A c a d a
m o m e n t o figurábame q u e veía saltar cabezas h u m a -
nas, p e r o sin ojos.

—¡Ojos, o j o s ! — m u r m u r a b a C o p p e l i u s con voz r o n c a .

No p u d e oir m á s ; m i e m o c i ó n e r a t a n f u e r t e q u e ,
p e r d i e n d o casi el c o n o c i m i e n t o , caí en t i e r r a . Al r u i d o
COPPELIUS
q u e hice m i p a d r e se e s t r e m e c i ó ; C o p p e l i u s , p r e c i p i -
t á n d o s e sobre m í , l e v a n t ó m e del suelo r e c h i n a n d o los
d i e n t e s , y m e s u s p e n d i ó sobre la llama del crisol, q u e
ya c o m e n z a b a á q u e m a r m e el cabello.
—¡ Ah!'—gritó—¡ he aquí los ojos, y ojos d e n i ñ o !
Al decir esto sacó del hornillo c a r b o n e s e n c e n d i d o s
y q u i s o p o n e r l o s sobre m i s p á r p a d o s . Mi p a d r e se es-
forzaba p a r a contenerle, e x c l a m a n d o :
—¡ Maestro, m a e s t r o ! r e s p e t a á m i Nataniel.
—Bien—dijo Coppelius—sea c o m o q u i e r e s ; m a s p o r
lo m e n o s q u i e r o e s t u d i a r los nervios d e s u s pies y d e
sus manos.
Así d i c i e n d o , hizo c r u g i r d e tal m o d o las c o y u n t u -
r a s d e m i s m i e m b r o s , q u e m e p a r e c í a estar ya t o d o
dislocado. D e s p u é s t o d o q u e d ó o s c u r o y silencioso, y
n o sentí ya n a d a . Al r e c o b r a r m e d e a q u e l s e g u n d o
d e s v a n e c i m i e n t o , el s u a v e hálito d e m i m a d r e c o m u -
nicaba calor á m i s labios h e l a d o s , y p r e g u n t ó l a b a l b u -
ciente :
—¿ Está a q u í todavía el h o m b r e d e la a r e n a ?
—No, á n g e l m í o — c o n t e s t ó m e — h a m a r c h a d o y ya
n o te h a r á d a ñ o n u n c a ; n o le t e m a s , p o r q u e d e s d e
a h o r a n o te s e p a r a r á s d e m í .
Y la b u e n a y excelente m u j e r m e e s t r e c h a b a c o n t r a
su seno con u n e s t r e m e c i m i e n t o d e t e r n u r a mezclado
de espanto.
¿ T e explicas t ú , L o t a r i o , el s e c r e t o d e esta a v e n t u r a ?
.Una fiebre a r d i e n t e se a p o d e r ó d e m í , y e s t u v e cerca
d e seis s e m a n a s l u c h a n d o con la vida y la m u e r t e ; en
m i s accesos d e delirio creía v e r s i e m p r e al h o m b r e d e
la a r e n a en la figura d e C o p p e l i u s ; m a s n o e s e s t o lo
m á s t e r r i b l e d e mi h i s t o r i a . E s c u c h a m á s a ú n . Hacia
u n a ñ o q u e no v e í a m o s y a á Coppelius, y a l g u n o s s u -
p o n í a n q u e se hallaba a u s e n t e d e la c i u d a d . Mi p a d r e
h a b í a r e c o b r a d o poco á poco su- alegría, volviendo á
sus antiguas costumbres y dándonos pruebas de ter-
 k v e c i n a hrT " ? * * D ° C h e ' a I d a r l a s n u e v e en L a e x p l o s i ó n h a b í a d e s p e r t a d o á t o d o s los v e c i n o s ;
i m 0 S 13 P U G r t a el a c o n t e c i m i e n t o d e a q u e l l a n o c h e f u é d e s d e el d í a
t n Z H ' ° sobre sus en-
m o h e c e o s g o z n e s , y e n la e s c a l e r a r e s o n a r o n p e s a d o s s i g u i e n t e a s u n t o d e las c o n v e r s a c i o n e s d e t o d a la ciu-
p a s o s q u e p r o d u c í a n u n r u i d o s e m e j a n t e al del m a r t i d a d ; los j u e c e s e x p i d i e r o n u n a o r d e n d e p r i s i ó n con-
lio c u a n d o c h o c a c o n t r a el y u n q u e
t r a C o p p e l i u s , á q u i e n la voz p ú b l i c a a c u s a b a d e a s e -
- ¡ E s C o p p e l i u s ¡ - e x c l a m ó m i m a d r e palideciendo.
s i n o ; p e r o el m i s e r a b l e h a b í a d e s a p a r e c i d o s i n q u e se
tacTón °PP r m U F m U r Ó m i
Padre C0D
^ e r t a agi- pudiera saber q u é camino seguia.
n« ln ° CS 13 Ü I t l m a V 6 Z d e b e m
° s v e r l e • yo Y a h o r a , q u e r i d o L o t a r i o , c u a n d o s e p a s q u e el v e n -
noche P r ° m e t 0 ^ á los
- o s y buJa^ d e d o r d e b a r ó m e t r o s q u e m e v i s i t ó no e r a o t r o s i n o
ese m a l d i t o C o p p e l i u s , sin d u d a no d i r á s q u e m e a t o r -
M i m a d r e m e c o n d u j o á la c a m a , y m e a c o s t é • m a s
m e n t o el e s p í r i t u p a r a b u s c a r e n i o s i n c i d e n t e s m á s
a p e n a s e s t u v e sin luz, p a r e c i ó m e q u e m e s o f o c ^ v
c o m u n e s p r e s a g i o s d e d e s g r a c i a . He r e c o n o c i d o b i e n
siniestras visiones m e asaltaban p o ? tod^s p a r t e S ^
las f a c c i o n e s , la e s t a t u r a y la voz d e C o p p e l i u s ; se
cía y a l a r g o t i e m p o q u e m e h a l l a b a en a q u e l e s t a d o
h a c e p a s a r p o r m e c á n i c o p i a m o n t é s , y h a t o m a d o el
la e no D c g he S t i a I ^ ^ al d a r l a s d o c e d ^ n o m b r e de Giusseppe Coppola; pero á mi no m e ha
a n o c h e , o y o s e u n r u i d o s e m e j a n t e al q u e p r o d u c i r í a
e n g a ñ a d o , y e s t o y r e s u e l t o á v e n g a r la m u e r t e d e m i
b a r t s T u ^ 6 " * ^ * ^ padre.
7 5 3,gUÍen P a S ¿ COrrÍendo
por de a n l n ! **
p o r d e l a n t e d e m i c u a r t o , y d e s p u é s c e r r ó s e con e s t r é -
p i t o la p u e r t a d e la calle. S a l t o del l e c h o y m e p r e c i
CLARA Á NATANIEL
p i t o e n el c o r r e d o r ; e n la h a b i t a c i ó n d e m i p a d r e r e
s u e n a n g r i t o s d e s g a r r a d o r e s , y v e o s a l i r de H !
nube de h u m o negro é i n f e c t ó l a '
- ¡ M i amo 1... ¡ Pobre amo m í o ' ' A u n q u e no m e hayas escrito hace largo tiempo, creo,
amado mío, que no habrás desechado mi recuerdo de
Delante de la chimenea se halla tendido el cadáver
t u p e n s a m i e n t o ni d e t u c o r a z ó n , p u e s el o t r o d í a , al
de m i padre, ennegrecido y m u t i l a d o de u n a m a n l r a
e s c r i b i r á m i h e r m a n o , p u s i s t e en el s o b r e m i n o m b r e
T P T O Z L T . T ^ ^ mÍ inclinada^ y las s e ñ a s d e m i c a s a . G r a c i a s á e s t a d i s t r a c c i ó n , h e
ei p r o f i e r e n g r i t o s d e s g a r r a d o r e s . « ¡ C o p p e l i u s C o n . s i d o la p r i m e r a e n a b r i r t u c a r t a , y p o r l a s p r i m e r a s
p e l i u s — e x c l a m é y o - h a s m u e r t o á m i ¿ d r e U y caí líneas reconocí t u e r r o r . Hubiera debido no leer u n a
al s u e l o p r i v a d o d e s e n t i d o . p a l a b r a m á s , y llevar la c a r t a á m i h e r m a n o ; p e r o el
D o s d í a s d e s p u é s , c u a n d o se d e p o s i t ó el c a d á v e r d e
p r i n c i p i o d e la h i s t o r i a q u e le r e f e r í a s d e s p e r t ó d e tal
a L P a H 7 d 3 t a Ü d ' SUS f a c c i ° n e s habían recobrado m o d o mi curiosidad, que sentí como u n extravío. Ese
a p e s a r de la m u e r t e , la c a l m a y la s e r e n i d a d H !
Coppelius es u n personaje espantoso, y yo ignoraba
t i e m p o , lo cual nos h i z o c r e e r q L dTOS h a t r l a perd" h a s t a a h o r a el t e r r i b l e a c c i d e n t e q u e t e p r i v ó d e t u
Coppeliu^ S m P e d Í r , G CUCnta d e SUS
relaciones con q u e r i d o p a d r e . El m a l d i t o v e n d e d o r d e b a r ó m e t r o s á
q u i e n t u l l a m a s G i u s e p p e C o p p o l a , y q u e , s e g ú n dices,
 la v e c i n a tn^ " ? * * D ° C h e ' a I d a r l a s n u e v e en L a e x p l o s i ó n h a b í a d e s p e r t a d o á t o d o s los v e c i n o s ;
i m 0 S 13 P U G r t a el a c o n t e c i m i e n t o d e a q u e l l a n o c h e f u é d e s d e el d í a
t n Z H ' ° sobre sus en-
m o h e c e o s g o z n e s , y e n la e s c a l e r a r e s o n a r o n p e s a d o s s i g u i e n t e a s u n t o d e las c o n v e r s a c i o n e s d e t o d a la ciu-
p a s o s q u e p r o d u c í a n u n r u i d o s e m e j a n t e al del m a r t i d a d ; los j u e c e s e x p i d i e r o n u n a o r d e n d e p r i s i ó n con-
lio c u a n d o c h o c a c o n t r a el y u n q u e
t r a C o p p e l i u s , á q u i e n la voz p ú b l i c a a c u s a b a d e a s e -
- ¡ E s C o p p e l i u s l - e x c l a m ó m i m a d r e palideciendo.
s i n o ; p e r o el m i s e r a b l e h a b í a d e s a p a r e c i d o s i n q u e se
tacTón °PP r m U F m U r Ó m i
Padre C0D
^ e r t a agi- pudiera saber q u é camino seguía.
n« ln ° CS 13 Ü I t l m a V 6 Z d e b e m
° s v e r l e • yo Y a h o r a , q u e r i d o L o t a r i o , c u a n d o s e p a s q u e el v e n -
noche P r ° m e t 0 a C n e
' h á los
- o s y buJa^ d e d o r d e b a r ó m e t r o s q u e m e v i s i t ó no e r a o t r o s i n o
ese m a l d i t o C o p p e l i u s , sin d u d a no d i r á s q u e m e a t o r -
M i m a d r e m e c o n d u j o á la c a m a , y m e a c o s t é • m a s
m e n t o el e s p í r i t u p a r a b u s c a r e n i o s i n c i d e n t e s m á s
a p e n a s e s t u v e sin luz, p a r e c i ó m e q u e m e s o f o c ^ v
c o m u n e s p r e s a g i o s d e d e s g r a c i a . He r e c o n o c i d o b i e n
siniestras visiones m e asaltaban p 0 ? tod^s p a r t e S ^
las f a c c i o n e s , la e s t a t u r a y la voz d e C o p p e l i u s ; se
cía y a l a r g o t i e m p o q u e m e h a l l a b a en a q u e l e s t a d o
h a c e p a s a r p o r m e c á n i c o p i a m o n t é s , y h a t o m a d o el
knoTe81131 ^ ^ al d a r l a s d o c e d e n o m b r e de Giusseppe Coppola; pero á mi no m e ha
a n o c h e , o y o s e u n r u i d o s e m e j a n t e al q u e p r o d u c i r í a
e n g a ñ a d o , y e s t o y r e s u e l t o á v e n g a r la m u e r t e d e m i
blartsTu^6 " * ^ * ^ padre.
7 5 a gUÍeD asó
Por d e a n l n ! ^ ' P friendo
p o r d e l a n t e d e m i c u a r t o , y d e s p u é s c e r r ó s e con e s t r é -
p i t o la p u e r t a d e la calle. S a l t o del l e c h o y m e p r e d
CLARA Á NATANIEL
P i t o e n el c o r r e d o r ; e n la h a b i t a c i ó n d e m i p a d r e r e
s u e n a n g r i t o s d e s g a r r a d o r e s , y v e o s a l i r de H !
nube de h u m o negro é i n f e c t ó l a
A u n q u e no m e hayas escrito hace largo tiempo, creo,
- ¡ M i amo!... ¡ Pobre amo m í o ' '
amado mío, que no habrás desechado mi recuerdo de
Delante de la chimenea se halla tendido el cadáver
t u p e n s a m i e n t o ni d e t u c o r a z ó n , p u e s el o t r o d í a , al
de m i padre, ennegrecido y m u t i l a d o de u n a m a n l r a e s c r i b i r á m i h e r m a n o , p u s i s t e en el s o b r e m i n o m b r e
T P T O Z L T . T y mÍ < ™ > ^clinada^b y las s e ñ a s d e m i c a s a . G r a c i a s á e s t a d i s t r a c c i ó n , h e
ei p r o h e r e n g r i t o s d e s g a r r a d o r e s . « ¡ C o p p e l i u s C o n . s i d o la p r i m e r a e n a b r i r t u c a r t a , y p o r l a s p r i m e r a s
p e l i u s — e x c l a m é y o - h a s m u e r t o á m i ¿ d r e U y caí líneas reconocí t u e r r o r . Hubiera debido no leer u n a
al s u e l o p r i v a d o d e s e n t i d o . p a l a b r a m á s , y llevar la c a r t a á m i h e r m a n o ; p e r o el
D o s d í a s d e s p u é s , c u a n d o se d e p o s i t ó el c a d á v e r d e
p r i n c i p i o d e la h i s t o r i a q u e le r e f e r í a s d e s p e r t ó d e tal
a L P a H 7 d 3 t a Ü d ' SUS ^ a c c i ° n e s habían recobrado m o d o mi curiosidad, que sentí como u n extravío. Ese
a p e s a r de la m u e r t e , la c a l m a y la s e r e n i d a d H !
Coppelius es u n personaje espantoso, y yo ignoraba
t i e m p o , lo cual nos h i z o c r e e r q L T o s T ^ L P e r T h a s t a a h o r a el t e r r i b l e a c c i d e n t e q u e t e p r i v ó d e t u
S m P e d Í r , G CUCnta d e SUS q u e r i d o p a d r e . El m a l d i t o v e n d e d o r d e b a r ó m e t r o s á
Coppeliu^ relaciones con
q u i e n t u l l a m a s G i u s e p p e C o p p o l a , y q u e , s e g ú n dices,
 se p a r e c e t a n t o al i n f a m e C o p p e l i u s , m e h a p e r s e g u i d o
t o d o u n día c o m o u n e s p e c t r o a m e n a z a d o r ; le h e s o -
n a d o , y d u r a n t e la n o c h e m e d e s p e r t é v a r i a s v e c e s
profiriendo gritos de espanto. No te enojes, a m i g o mío,
si llegas á s a b e r p o r la c o n t e s t a c i ó n d e L o t a r i o , q u e
d e s d e el día s i g u i e n t e r e c o b r é la t r a n q u i l i d a d y la
c a l m a , d e s e c h a n d o los f a n t a s m a s d e m i i m a g i n a c i ó n ,
p u e s t e confieso q u e lo s o b r e n a t u r a l no m e p a r e c e m u y
a d m i s i b l e e n e s t a h i s t o r i a . C o p p e l i u s p o d í a s e r el m á s
r e p u g n a n t e d e t o d o s los h o m b r e s , y c o m p r e n d o t u
a v e r s i ó n d e n i ñ o al v e r s u s a l v a j e a s p e c t o . H a s h e c h o
la p e r s o n i f i c a c i ó n d e l hombre de la arena tal c o m o p o d r í a
hacerla un espíritu infantil i m p r e s i o n a d o por cuentos
de nodriza. Las entrevistas nocturnas de Coppelius
c o n t u p a d r e n o t e n í a n s e g u r a m e n t e m á s o b j e t o q u e el
d e p r a c t i c a r o p e r a c i o n e s d e a l q u i m i a ; t u m a d r e se afli-
gía p o r q u e este t r a b a j o debía ocasionar gastos m u y
c r e c i d o s , sin p r o d u c i r n u n c a n a d a ; y p o r o t r a p a r t e ,
t u p a d r e , a b s o r b i d o p o r la p a s i ó n d e h a c e r o r o y d e
e n c o n t r a r la p i e d r a filosofal, d e s c u i d a b a los a s u n t o s
d e s u c a s a y s u s a f e c c i o n e s d e f a m i l i a . L a m u e r t e del
a u t o r d e t u s d í a s m e p a r e c e el r e s u l t a d o d e u n a i m -
p r u d e n c i a ; ciertas combinaciones de m a t e r i a s fundi-
das p u e d e n d e t e r m i n a r una exploxión m á s ó menos
t e m i b l e ; y e s t o lo sé p o r u n q u í m i c o q u e m e citó
m u c h a s s u s t a n c i a s c u y o s e x t r a ñ o s n o m b r e s no t r a n s -
c r i b o a q u í p o r q u e los h e o l v i d a d o .
S é q u e v a s á c o m p a d e c e r á t u p o b r e C l a r a , q u e no
c r e e e n lo f a n t á s t i c o , n i ve e n el m u n d o las c o s a s sino
bajo su aspecto m á s natural. ¡ A h ! q u e r i d o Nataniel:
{ e x i s t i r á a l g u n a f u e r z a o c u l t a , d o t a d a de tal a s c e n -
diente sobre nuestra naturaleza, que pueda arrastrar-
n o s p o r u n a s e n d a de d e s g r a c i a s y d e s a s t r e s ? No, Dios
n o s h a d a d o la luz del e s p í r i t u y la p i e d r a d e t o q u e d e
la c o n c i e n c i a á fin d e q u e c o n s u a u x i l i o n o s sea p o s i -
ble r e c o n o c e r en t o d a s p a r t e s , s e a n c u a l e s f u e r e n l a s
f o r m a s c o n q u e se r e v i s t a , al e n e m i g o q u e n o s p e r s i -
g u e . Si r e c o r r e m o s c o n firme p a s o , fija la v i s t a e n el
cielo, la s e n d a d e la v i r t u d , la f u e r z a o c u l t a t r a t a r á
i n ú t i l m e n t e d e a t r a e r n o s á s u s lazos. P u e d e s u c e d e r
que, durante algunos momentos, nuestra imaginación
se deje fascinar por f a n t a s m a s engañadores, c u y o as-
pecto nos parece r e a l m e n t e a m e n a z a d o r ; pero estos
f a n t a s m a s n o s o n o t r a cosa s i n o p e n s a m i e n t o s a l t e r a -
d o s p o r u n a e s p e c i e d e fiebre q u e les p r e s t a f o r m a s
extravagantes, tomadas, según nuestra disposición, d e
las n o c i o n e s e n q u e n o s h e m o s i m b u i d o r e s p e c t o al
cielo ó al i n f i e r n o . H e a q u í , q u e r i d o N a t a n i e l , c ó m o m i
h e r m a n o y yo t r a t a m o s esas altas cuestiones d e las
f u e r z a s o c u l t a s . Ya v e s q u e l o s m i s t e r i o s n o a t e m o r i -
z a n á t o d o el m u n d o , y q u e a u n h a y j ó v e n e s b a s t a n t e
a t r e v i d a s p a r a r a z o n a r e n vez d e t e m b l a r . D e s e c h a ,
p u e s , d e t u m e m o r i a , y o t e lo s u p l i c o , las h e d i o n d a s
figuras d e C o p p e l i u s y d e l v e n d e d o r d e b a r ó m e t r o s
G i u s e p p e C o p p o l a . Si t u c a r t a n o l l e v a s e e n c a d a l i n e a
el sello d e u n a g r a n e x a l t a c i ó n , m e r e g o c i j a r í a m u c h o
decirte todo cuanto m e h a ocurrido de extraño res-
> p e c t o a l hombre de la arena y á C o p p e l i u s , el a b o g a d o -
' t r a f i c a n t e e n b a r ó m e t r o s ; p e r o lo d e j a r é p a r a o t r a vez.
S i los t e m o r e s t e a c o m e t e n d e n u e v o , v e n á o c u l t a r -
t e b a j o m i s a l a s ; yo s e r é t u g e n i o d e l b i e n ; n a d a co-
nozco m á s eficaz q u e u n a a l e g r e c a r c a j a d a c u a n d o se
q u i e r e n d e s e c h a r p a r a s i e m p r e los m o n s t r u o s f a n t á s -
ticos. S i e m p r e t u y a , a m a d o m í o .
NATANIEL Á LOTARIO
Me h a c o n t r a r i a d o m u c h o , q u e r i d o a m i g o , q u e g r a -
c i a s á m i n e c i a d i s t r a c c i ó n , Clara h a y a l e í d o la c a r t a
q u e t e e s c r i b í . L a m a l i c i o s a j o v e n se h a b u r l a d o c o m -
UNIVERSIDAO DE NUÈVO IÉOIV
BIBLIOTECA U N í U n
"alfoh'ÜO M U "
• - . R ^ MNWT?RREY. MEXÌC8
 se p a r e c e t a n t o al i n f a m e C o p p e l i u s , m e h a p e r s e g u i d o
t o d o u n día c o m o u n e s p e c t r o a m e n a z a d o r ; le h e s o -
n a d o , y d u r a n t e la n o c h e m e d e s p e r t é v a r i a s v e c e s
profiriendo gritos de espanto. No te enojes, a m i g o mío,
si llegas á s a b e r p o r la c o n t e s t a c i ó n d e L o t a r i o , q u e
d e s d e el día s i g u i e n t e r e c o b r é la t r a n q u i l i d a d y la
c a l m a , d e s e c h a n d o los f a n t a s m a s d e m i i m a g i n a c i ó n ,
p u e s t e confieso q u e lo s o b r e n a t u r a l no m e p a r e c e m u y
a d m i s i b l e e n e s t a h i s t o r i a . C o p p e l i u s p o d í a s e r el m á s
r e p u g n a n t e d e t o d o s los h o m b r e s , y c o m p r e n d o t u
a v e r s i ó n d e n i ñ o al v e r s u s a l v a j e a s p e c t o . H a s h e c h o
la p e r s o n i f i c a c i ó n d e l hombre de la arena tal c o m o p o d r í a
hacerla un espíritu infantil i m p r e s i o n a d o por cuentos
de nodriza. Las entrevistas nocturnas de Coppelius
c o n t u p a d r e n o t e n í a n s e g u r a m e n t e m á s o b j e t o q u e el
d e p r a c t i c a r o p e r a c i o n e s d e a l q u i m i a ; t u m a d r e se afli-
gía p o r q u e este t r a b a j o debía ocasionar gastos m u y
c r e c i d o s , sin p r o d u c i r n u n c a n a d a ; y p o r o t r a p a r t e ,
t u p a d r e , a b s o r b i d o p o r la p a s i ó n d e h a c e r o r o y d e
e n c o n t r a r la p i e d r a filosofal, d e s c u i d a b a los a s u n t o s
d e s u c a s a y s u s a f e c c i o n e s d e f a m i l i a . L a m u e r t e del
a u t o r d e t u s d í a s m e p a r e c e el r e s u l t a d o d e u n a i m -
p r u d e n c i a ; ciertas combinaciones de m a t e r i a s fundi-
das p u e d e n d e t e r m i n a r una exploxión m á s ó menos
t e m i b l e ; y e s t o lo sé p o r u n q u í m i c o q u e m e citó
m u c h a s s u s t a n c i a s c u y o s e x t r a ñ o s n o m b r e s no t r a n s -
c r i b o a q u í p o r q u e los h e o l v i d a d o .
S é q u e v a s á c o m p a d e c e r á t u p o b r e C l a r a , q u e no
c r e e e n lo f a n t á s t i c o , n i ve e n el m u n d o las c o s a s sino
bajo su aspecto m á s natural. ¡ A h ! q u e r i d o Nataniel:
{ e x i s t i r á a l g u n a f u e r z a o c u l t a , d o t a d a de tal a s c e n -
diente sobre nuestra naturaleza, que pueda arrastrar-
n o s p o r u n a s e n d a de d e s g r a c i a s y d e s a s t r e s ? No, Dios
n o s h a d a d o la luz del e s p í r i t u y la p i e d r a d e t o q u e d e
la c o n c i e n c i a á fin d e q u e c o n s u a u x i l i o n o s sea p o s i -
ble r e c o n o c e r en t o d a s p a r t e s , s e a n c u a l e s f u e r e n l a s
f o r m a s c o n q u e se r e v i s t a , al e n e m i g o q u e n o s p e r s i -
g u e . Si r e c o r r e m o s c o n firme p a s o , fija la v i s t a e n el
cielo, la s e n d a d e la v i r t u d , la f u e r z a o c u l t a t r a t a r á
i n ú t i l m e n t e d e a t r a e r n o s á s u s lazos. P u e d e s u c e d e r
que, durante algunos momentos, nuestra imaginación
se deje fascinar por f a n t a s m a s engañadores, c u y o as-
pecto nos parece r e a l m e n t e a m e n a z a d o r ; pero estos
f a n t a s m a s n o s o n o t r a cosa s i n o p e n s a m i e n t o s a l t e r a -
d o s p o r u n a e s p e c i e d e fiebre q u e les p r e s t a f o r m a s
extravagantes, tomadas, según nuestra disposición, d e
las n o c i o n e s e n q u e n o s h e m o s i m b u i d o r e s p e c t o al
cielo ó al i n f i e r n o . H e a q u í , q u e r i d o N a t a n i e l , c ó m o m i
h e r m a n o y yo t r a t a m o s esas altas cuestiones d e las
f u e r z a s o c u l t a s . Ya v e s q u e l o s m i s t e r i o s n o a t e m o r i -
z a n á t o d o el m u n d o , y q u e a u n h a y j ó v e n e s b a s t a n t e
a t r e v i d a s p a r a r a z o n a r e n vez d e t e m b l a r . D e s e c h a ,
p u e s , d e t u m e m o r i a , y o t e lo s u p l i c o , las h e d i o n d a s
figuras d e C o p p e l i u s y d e l v e n d e d o r d e b a r ó m e t r o s
G i u s e p p e C o p p o l a . Si t u c a r t a n o l l e v a s e e n c a d a l i n e a
el sello d e u n a g r a n e x a l t a c i ó n , m e r e g o c i j a r í a m u c h o
decirte todo cuanto m e h a ocurrido de extraño res-
> p e c t o a l hombre de la arena y á C o p p e l i u s , el a b o g a d o -
' t r a f i c a n t e e n b a r ó m e t r o s ; p e r o lo d e j a r é p a r a o t r a vez.
S i los t e m o r e s t e a c o m e t e n d e n u e v o , v e n á o c u l t a r -
t e b a j o m i s a l a s ; yo s e r é t u g e n i o d e l b i e n ; n a d a co-
nozco m á s eficaz q u e u n a a l e g r e c a r c a j a d a c u a n d o se
q u i e r e n d e s e c h a r p a r a s i e m p r e los m o n s t r u o s f a n t á s -
ticos. S i e m p r e tuya, a m a d o mío.
NATANIEL Á LOTARIO
Me h a c o n t r a r i a d o m u c h o , q u e r i d o a m i g o , q u e g r a -
c i a s á m i n e c i a d i s t r a c c i ó n , Clara h a y a l e í d o la c a r t a
q u e t e e s c r i b í . L a m a l i c i o s a j o v e n se h a b u r l a d o c o m -
UNIVERSIDAO DE NUÈVO IÉOIV
BIBLIOTECA U N í U n
"alfoh'ÜO M U "
• - . R ^ MNWT?RREY. MEXÌC8
 p l e t a m e n t e d e m i s p a l a b r a s , y no o b s t a n t e , á p e s a r d e
s u s r a z o n a m i e n t o s c o n t r a lo q u e ella llama m i fascina-
ción, estoy s e g u r o de lo q u e m i s ojos h a n visto.
P o r lo d e m á s , h e r e c o n o c i d o q u e el t r a f i c a n t e e n ba-
r ó m e t r o s y el a b o g a d o C o p p e l i u s son d o s i n d i v i d u o s
del t o d o d i f e r e n t e s . A h o r a t o m o lecciones d e u n célebre
físico l l a m a d o S p a l a n z a n i , de o r i g e n italiano, y este
h o m b r e conoce hace largo t i e m p o al G i u s e p p e C o p p o -
la, q u e t i e n e el acento p i a m o n t é s ; m i e n t r a s q u e C o p p e -
lius e r a a l e m á n , bien a l e m á n . Y a h o r a , p o r m á s q u e
t u h e r m a n a y t ú creáis q u e t e n g o la cabeza h u e c a , os
d i r é q u e n o p u e d o b o r r a r d e m i m e n t e la i m p r e s i ó n
d e la fatal s e m e j a n z a q u e m e llamó la a t e n c i ó n ep u n
p r i n c i p i o . S p a l a n z a n i es u n p e r s o n a j e b a s t a n t e ex-
t r a o r d i n a r i o : figúrate u n h o m b r e c i l l o c o m o u n a bola,
con los p ó m u l o s m u y salientes, la nariz afilada c o m o
la hoja d e un cuchillo, los labios m a l c o n t o r n e a d o s y
los ojos brillantes c o m o c a r b u n c l o s . U l t i m a m e n t e f u i
a s u casa p a r a p r e s e n c i a r a l g u n o s e x p e r i m e n t o s : al
p a s a r por el vestíbulo, o b s e r v o q u e la cortinilla v e r d e
d e u n a p u e r t a v i d r i e r a n o está c o r r i d a c o m o d e cos-
t u m b r e ; m e acerco m a q u i n a l m e n t e , y v e o u n a m u j e r ,
h e r m o s í s i m a s e n t a d a en m e d i o d e la h a b i t a c i ó n , con
los brazos a p o y a d o s en u n a m e s i t a ; c o m o está d e ' c a r a
á mí, m i s ojos se e n c u e n t r a n con los s u y o s , y observo,
p o s e í d o de a s o m b r o , á la vez q u e d e t e m o r , q u e s u s
p u p i l a s carecen d e m i r a d a : h u b i é r a s e dicho q u e a q u e -
lla m u j e r d o r m í a con los ojos a b i e r t o s . O p r i m i d o el co-
razón y a r d i e n t e la cabeza, deslizóme en la sala, d o n d e
u n n u m e r o s o a u d i t o r i o e s p e r a b a las lecciones del p r o -
f e s o r . A l g u n o m e dijo q u e la m u j e r m i s t e r i o s a era
Olimpia, hija d e S p a l a n z a n i , q u i e n la tiene s e c u e s t r a d a
e n su casa. T a l vez esa linda joven sea idiota, ó q u i z á s
Spalanzani tenga otro motivo m u y legitimo p a r a obrar
a s í : y o lo a v e r i g u a r é . No q u i e r o c a n s a r t e m á s con m i s
rarezas, p u e s m u y p r o n t o h a b l a r e m o s de viva voz y
m á s despacio. De a q u í á q u i n c e días, á m á s t a r d a r ,
e s t a r é á t u lado, a m i g o m í o , y cerca d e C l a r a , y m i
p o b r e i m a g i n a c i ó n se c a l m a r á b a j o la d u l c e i n f l u e n c i a
d e su m i r a d a a m o r o s a . Adiós
I
La h i s t o r i a d e las maravillosas a v e n t u r a s del estu-
diante Nataniel hubiera podido comenzar m u y bien en
el p u n t o en q u e envía al diablo al t r a f i c a n t e e n b a r ó -
metros. Las tres cartas que m i amigo Lotario tuvo á
b i e n c o m u n i c a r m e , son c o m o t r e s p i n c e l a d a s t r a z a d a s
al acaso en el lienzo; se t r a t a d e b o s q u e j a r f a c c i o n e s y
h a c e r d e s p u é s el colorido. E n t r e m o s en m a t e r i a .
Poco t i e m p o d e s p u é s d e m o r i r el p a d r e d e Nataniel,
Clara y L o t a r i o , d o s n i ñ o s de lejano p a r e n t e s c o , f u e r o n
r e c o g i d o s en la casa d e la m a d r e d e n u e s t r o h é r o e .
Clara y Nataniel se p r o f e s a r o n p r o n t o u n a m u t u a s i m -
p a t í a , y y a e r a n novios c u a n d o el s e g u n d o h u b o d e
m a r c h a r á la c i u d a d d e G***, d o n d e d e b í a t e r m i n a r
s u s e s t u d i o s : a c a b a m o s d e v e r q u e asistía al c u r s o d e
física del p r o f e s o r S p a l a n z a n i .
Clara n o e r a h e r m o s a en la acepción v u l g a r d e la
p a l a b r a : u n p i n t o r n o h a b r í a visto en los c o n t o r n o s d e
su b u s t o , d e s u s h o m b r o s y d e su seno m á s q u e la
i m a g e n d e la c a s t i d a d ; p e r o t e n í a u n cabello m a g n í -
fico, q u e la r o d e a b a c o m o u n velo, y la b l a n c u r a d e s u
c u t i s s a t i n a d o p o d í a c o m p e t i r con la d e la nieve. Un
f a n á t i c o p o r la belleza h a b r í a c o m p a r a d o los ojos d e
Clara con los lagos azules d e R u y s d a e l , en c u y a lím-
 CUENTOS FANTÁSTICOS

p i d a s u p e r f i c i e se reflejan con t a n t a p u r e z a los b o s q u e s ,

los p r a d o s , las flores y t o d o s los poéticos a s p e c t o s del
m á s rico p a i s a j e . Á e s t a s g r a c i a s n a t u r a l e s d e la joven
a g r e g á b a s e u n a i m a g i n a c i ó n viva y brillante, u n cora-
zón sensible y c a r i ñ o s o q u e n o excluía lo positivo d e
lo razonable, c o m o h e m o s p o d i d o v e r p o r s u c a r t a . L o s
e s p í r i t u s r o m á n t i c o s n o le a g r a d a b a n del t o d o ; discu-
tía poco con los q u e son aficionados á f r a s e a r , p e r o su
m i r a d a , llena d e malicia, decíales con m u c h a elocuen-
c i a : « A m i g o s m í o s , i n ú t i l m e n t e os esforzáis p a r a con-
ducirme á vuestro m u n d o imaginario.»—Esta manera
d e v e r las cosas de la vida h a c í a j u z g a r m u y d i v e r s a -
m e n t e el c a r á c t e r d e C l a r a : a c u s á b a n l a los u n o s d e in-
sensible y d e p r o s a i c a ; p e r o los e s p í r i t u s privilegiados
a d m i r a b a n , bajo a q u e l l a fría a p a r i e n c i a , u n sentido ex-
q u i s i t o de la m á s p u r a d e l i c a d e z a . Nadie a m a b a á Cla-
r a c o m o Nataniel, á pesar d e su férvida exaltación p o r
lo m a r a v i l l o s o ; y la joven p a g a b a su afecto con el m á s
t i e r n o a m o r . C u a n d o el joven llegó á G"*, en la época
a n u n c i a d a á L o t a r i o , voló á s u s b r a z o s p o s e í d o d e ine-
fable c o n t e n t o , y a q u e l día Nataniel d e s e c h ó d e su
m e m o r i a , sin e s f u e r z o a l g u n o , á C o p p e l i u s y á C o p p o l a .

S i n e m b a r g o , Nataniel t e n í a razón c u a n d o escribió

á s u a m i g o L o t a r i o q u e la p r e s e n c i a del m a l d i t o trafi-
c a n t e G i u s e p p e Coppola le había sido fatal. S u c a r á c -
t e r c o m e n z ó á ser s o m b r í o y t a c i t u r n o , y su alegría se
c o n v i r t i ó e n tristeza. S u s m e d i t a c i o n e s místicas, d e
las cuales n o era posible s u s t r a e r l e , o c a s i o n a b a n m u c h o
enojo á la p o b r e C l a r a , sin q u e t o d a la s a b i d u r í a d e
s u s r a z o n a m i e n t o s b a s t a s e p a r a c o m b a t i r la dolencia
m o r a l q u e m a t a b a á s u a m a d o . Cierto día en q u e Na-
taniel se q u e j a b a m u y f o r m a l m e n t e d e v e r sin cesar al
m o n s t r u o s o C o p p e l i u s s u r g i r e n t r e él y s u s e s p e r a n -
zas d e f u t u r a felicidad, díjole t r i s t e m e n t e : « A m i g o
mío, creo, en efecto, q u e ese h o m b r e e x t r a v a g a n t e h a
llegado á s e r t u g e n i o del m a l , p e r o á n a d i e d e b e s
C O P P E L I U S
c u l p a r sino á ti m i s m o , p o r q u e su f u e r z a existe sólo
por tu credulidad».
Esta l u c h a del e s p í r i t u c o n t r a r i a b a á N a t a n i e l sin c u -
r a r l e d e sus l ú g u b r e s p r e o c u p a c i o n e s ; y poco á poco,
en su d e s p e c h o , c o n s i d e r ó á Clara c o m o u n o d e esos
s e r e s i n f e r i o r e s q u e , c a r e c i e n d o del dón de segunda
vista, n o s a b e n p e n e t r a r los a r c a n o s d e la n a t u r a l e z a
invisible. T o d o s los días, d e s d e p o r la m a ñ a n a , e s f o r -
zábase p a r a q u e Clara a d m i t i e s e s u s ideas, y leíale
t r a t a d o s d e filosofía oculta ; m i e n t r a s q u e ella se o c u -
p a b a d e los prosaicos p r e p a r a t i v o s del a l m u e r z o , di-
ciéndole á v e c e s : « Creo, en v e r d a d , q u e t ú e r e s el ge-
nio d e m i café, p o r q u e m e es preciso d e s c u i d a r los
q u e h a c e r e s d e la casa, p e r d i e n d o el t i e m p o p a r a o i r t e
d i s c u r r i r ; el a g u a h i e r v e , el café se v i e r t e en la ceniza,
y adiós a l m u e r z o » . Nataniel, f u r i o s o al v e r q u e n o se le
c o m p r e n d í a , c e r r a b a s u s l i b r o s encolerizado é iba á
e n c e r r a r s e en su h a b i t a c i ó n , sin q u e se le volviera á
v e r en t o d o el día. El e n o j o y el fastidio p r e d o m i n a r o n
en las r e u n i o n e s d e f a m i l i a , y cesó la b u e n a a r m o n í a
e n t r e d o s s e r e s q u e h a b í a n nacido p a r a a m a r s e y h a -
cerse m u t u a m e n t e felices. S i n e m b a r g o , el t i e m p o
t r a n s c u r r í a , y al p a r e c e r llevábase a l g u n a s d e las
e x c e n t r i c i d a d e s del p o b r e Nataniel, q u e v e i a l a i m a g e n
odiosa d e C o p p e l i u s a l e j a r s e cada vez m á s . El joven
e n f e r m o b u s c ó en la poesía u n a distracción p a r a d e s -
e c h a r s u s f a t a l e s ideas. Cierto d í a corrió en b u s c a d e
Clara con u n g r u e s o m a n u s c r i t o en la m a n o : e r a u n
v e r d a d e r o p o e m a , en el q u e h a b í a v e r t i d o t o d a s s u s
i m p r e s i o n e s , e x p l i c a n d o s u s s u e ñ o s y t o d o s los s u f r i -
m i e n t o s d e su e s p í r i t u c a l e n t u r i e n t o . Comenzó la lec-
t u r a en el p a b e l l ó n del j a r d í n ; el aire e s t a b a i m p r e g -
n a d o d e los s u a v e s p e r f u m e s d e las flores; los ú l t i m o s
r a y o s del sol p o n i e n t e d o r a b a n las copas d e los árboles;
N a t a n i e l a b r i ó su c u a d e r n o , y Clara siguió h a c i e n d o
calceta, p r o m e t i é n d o s e c e r r a r los oídos á u n a lectura
 q u e en s u c o n c e p t o debía ser m u y e n o j o s a ; p e r o cuan-
d o el joven h u b o leído las p r i m e r a s p á g i n a s , e x p e r i -
m e n t ó u n a agitación s i n g u l a r , cayósele la m e d i a d e
las m a n o s y q u e d ó a b s o r t a c o n t e m p l a n d o á N a t a n i e l ,
d o m i n a d o p o r el e n t u s i a s m o d e u n a poesía d e l i r a n t e .
T e r m i n a d a la l e c t u r a , el joven a r r o j ó lejos de si el
m a n u s c r i t o , y con los ojos llenos de l á g r i m a s y el p e -
c h o d i l a t a d o p o r los sollozos, inclinóse hacia Clara,
cogió s u s m a n o s c o n v u l s i v a m e n t e y e x c l a m ó con acen-
to desesperado:
—| Ah Clara, Clara !
— A m i g o m í o — d i j o la joven, d i r i g i é n d o l e u n a mi-
r a d a c o m p a s i v a — t u p o e m a es a b s u r d o ; arroja al f u e g o
esa m a l d i t a o b r a .
—I Loca .'—gritó Nataniel l e v a n t á n d o s e d e u n salto,
y fijando e n Clara u n a m i r a d a s o m b r í a , a u n q u e fija y
sin e x p r e s i ó n .
Y sin d e c i r m á s alejóse c o r r i e n d o , m i e n t r a s q u e la
joven p r o c u r a b a en v a n o c o n t e n e r s u s l á g r i m a s .
— ¡ A y d e m í — m u r m u r a b a — j a m á s m e ha a m a d o ,
p o r q u e no sabe c o m p r e n d e r m e y m e d e s p r e c i a !
En a q u e l m o m e n t o , L o t a r i o se p r e s e n t ó en el p a b e -
llón, y al ver á su h e r m a n a llorosa, exigió q u e le expli-
case la c a u s a d e s u s l á g r i m a s , p u e s a m á b a l a con la
m a y o r t e r n u r a . Dos m i n u t o s d e s p u é s c o r r í a en s e g u i -
m i e n t o d e Nataniel; alcanzóle y le d i r i g i ó a m a r g a s r e -
p r e n s i o n e s . El joven c o n t e s t ó con violencia ; e n t r e los
d o s m e d i a r o n p r o v o c a c i o n e s terribles, y al fin se die-
r o n cita p a r a el día s i g u i e n t e d e t r á s d e la tapia del
j a r d í n . D u r a n t e el r e s t o del día p e r m a n e c i e r o n m u d o s
y s o m b r í o s ; p e r o Clara lo a d i v i n ó t o d o , p o r q u e h a b í a
visto p r e p a r a r las e s p a d a s d e c o m b a t e , y e n t o n c e s t e m -
bló a n t e el p e l i g r o q u e la exponía á p e r d e r á s u h e r m a n o
y a su novio. A la h o r a d e s i g n a d a las a r m a s e s t a b a n so-
b r e el c é s p e d q u e m u y p r o n t o iba á t e ñ i r s e de s a n g r e -
L o t a r i o y Nataniel se h a b í a n d e s p o j a d o ya d e s u s levi-
tas, y con los ojos brillantes y la a m e n a z a e n los labios
i b a n á p o n e r s e en g u a r d i a , c u a n d o Clara, con el cabello
flotante, p r e c i p i t ó s e e n m e d i o de los dos e x c l a m a n d o :
— ¡ M a t a d m e á mí, p u e s yo soy la causa d e v u e s t r o
desafío, y j u r o q u e no s o b r e v i v i r é al q u e s u c u m b a en
este e s p a n t o s o d u e l o 1
L o t a r i o a r r o j ó lejos d e sí la e s p a d a , y Nataniel cayó á
los pies de su novia, m u r m u r a n d o con dolorido a c e n t o :
—¡Perdóname, ángel mío, y t ú también, Lotario,
p u e s h e sido c u l p a b l e ; p e r o bien s a b é i s q u e os a m o , y
h a r t o lo p r u e b a n m i s l á g r i m a s y m i a r r e p e n t i m i e n t o !
El h e r m a n o y la h e r m a n a l e v a n t a r o n á Nataniel, y
con s e n t i d a e x p r e s i ó n h i c i é r o n s e n u e v o s j u r a m e n t o s
d e e t e r n o cariño.
Desde a q u e l día, Nataniel e x p e r i m e n t ó a l g ú n alivio,
p u e s la t e r n u r a d e los s e r e s q u e a m a b a h a b í a d i s i p a d o
d e su c e r e b r o u n a p a r t e d e los v a p o r e s q u e h a s t a en-
t o n c e s le p e r t u r b a r o n . P e r m a n e c i ó t r e s d í a s m á s en la
casa a n t e s d e m a r c h a r á G..., á d o n d e debía volver
p a r a c u r s a r el ú l t i m o a ñ o d e s u s e s t u d i o s u n i v e r s i t a -
r i o s ; y se a c o r d ó q u e al cabo d e este t i e m p o se esta-
blecería p a r a s i e m p r e e n su país n a t a l con s u p r o m e t i d a .
La m a d r e de Nataniel i g n o r a b a el d e s o r d e n q u e el
r e c u e r d o de C o p p e l i u s había o c a s i o n a d o e n el e s p í r i t u
de su hijo, y p r o c u r á b a s e o c u l t a r l e este s e c r e t o p a r a
n o afligirla, p u e s no d e j a b a de llorar la m u e r t e de s u
e s p o s o ; sólo el n o m b r e d e C o p p e l i u s le p r o d u c í a ac-
cesos d e d e s e s p e r a c i ó n c u a n d o le oía p r o n u n c i a r .
II
De r e g r e s o á G..., Nataniel se e n c o n t r ó con la nove-
d a d d e q u e la casa d o n d e él h a b i t a b a a n t e s había sido
p a s t o d e las llamas, q u e sólo d e j a r o n en pie dos ó t r e s
 q u e en s u c o n c e p t o debía ser m u y e n o j o s a ; p e r o cuan-
d o el joven h u b o leído las p r i m e r a s p á g i n a s , e x p e r i -
m e n t ó u n a agitación s i n g u l a r , cayósele la m e d i a d e
las m a n o s y q u e d ó a b s o r t a c o n t e m p l a n d o á N a t a n i e l ,
d o m i n a d o p o r el e n t u s i a s m o d e u n a poesía d e l i r a n t e .
T e r m i n a d a la l e c t u r a , el joven a r r o j ó lejos de si el
m a n u s c r i t o , y con los ojos llenos de l á g r i m a s y el p e -
c h o d i l a t a d o p o r los sollozos, inclinóse hacia Clara,
cogió s u s m a n o s c o n v u l s i v a m e n t e y e x c l a m ó con acen-
to desesperado:
—| Ah Clara, Clara !
— A m i g o m í o — d i j o la joven, d i r i g i é n d o l e u n a mi-
r a d a c o m p a s i v a — t u p o e m a es a b s u r d o ; arroja al f u e g o
esa m a l d i t a o b r a .
—I Loca .'—gritó Nataniel l e v a n t á n d o s e d e u n salto,
y fijando e n Clara u n a m i r a d a s o m b r í a , a u n q u e fija y
sin e x p r e s i ó n .
Y sin d e c i r m á s alejóse c o r r i e n d o , m i e n t r a s q u e la
joven p r o c u r a b a en v a n o c o n t e n e r s u s l á g r i m a s .
— ¡ A y d e m í — m u r m u r a b a — j a m á s m e ha a m a d o ,
p o r q u e no sabe c o m p r e n d e r m e y m e d e s p r e c i a !
En a q u e l m o m e n t o , L o t a r i o se p r e s e n t ó en el p a b e -
llón, y al ver á su h e r m a n a llorosa, exigió q u e le expli-
case la c a u s a d e s u s l á g r i m a s , p u e s a m á b a l a con la
m a y o r t e r n u r a . Dos m i n u t o s d e s p u é s c o r r í a en s e g u i -
m i e n t o d e Nataniel; alcanzóle y le d i r i g i ó a m a r g a s r e -
p r e n s i o n e s . El joven c o n t e s t ó con violencia ; e n t r e los
d o s m e d i a r o n p r o v o c a c i o n e s terribles, y al fin se die-
r o n cita p a r a el día s i g u i e n t e d e t r á s d e la tapia del
j a r d í n . D u r a n t e el r e s t o del día p e r m a n e c i e r o n m u d o s
y s o m b r í o s ; p e r o Clara lo a d i v i n ó t o d o , p o r q u e h a b í a
visto p r e p a r a r las e s p a d a s d e c o m b a t e , y e n t o n c e s t e m -
bló a n t e el p e l i g r o q u e la exponía á p e r d e r á s u h e r m a n o
y a su novio. A la h o r a d e s i g n a d a las a r m a s e s t a b a n so-
b r e el c é s p e d q u e m u y p r o n t o iba á t e ñ i r s e de s a n g r e -
L o t a r i o y Nataniel se h a b í a n d e s p o j a d o ya d e s u s levi-
tas, y con los ojos brillantes y la a m e n a z a e n los labios
i b a n á p o n e r s e en g u a r d i a , c u a n d o Clara, con el cabello
flotante, p r e c i p i t ó s e e n m e d i o de los dos e x c l a m a n d o :
— ¡ M a t a d m e á mí, p u e s yo soy la causa d e v u e s t r o
desafío, y j u r o q u e no s o b r e v i v i r é al q u e s u c u m b a en
este e s p a n t o s o d u e l o 1
L o t a r i o a r r o j ó lejos d e sí la e s p a d a , y Nataniel cayó á
los pies de su novia, m u r m u r a n d o con dolorido a c e n t o :
—¡Perdóname, ángel mío, y t ú también, Lotario,
p u e s h e sido c u l p a b l e ; p e r o bien s a b é i s q u e os a m o , y
h a r t o lo p r u e b a n m i s l á g r i m a s y m i a r r e p e n t i m i e n t o !
El h e r m a n o y la h e r m a n a l e v a n t a r o n á Nataniel, y
con s e n t i d a e x p r e s i ó n h i c i é r o n s e n u e v o s j u r a m e n t o s
d e e t e r n o cariño.
Desde a q u e l día, Nataniel e x p e r i m e n t ó a l g ú n alivio,
p u e s la t e r n u r a d e los s e r e s q u e a m a b a h a b í a d i s i p a d o
d e su c e r e b r o u n a p a r t e d e los v a p o r e s q u e h a s t a en-
t o n c e s le p e r t u r b a r o n . P e r m a n e c i ó t r e s d í a s m á s en la
casa a n t e s d e m a r c h a r á G..., á d o n d e debía volver
p a r a c u r s a r el ú l t i m o a ñ o d e s u s e s t u d i o s u n i v e r s i t a -
r i o s ; y se a c o r d ó q u e al cabo d e este t i e m p o se esta-
blecería p a r a s i e m p r e e n su pais n a t a l con s u p r o m e t i d a .
La m a d r e de Nataniel i g n o r a b a el d e s o r d e n q u e el
r e c u e r d o de C o p p e l i u s había o c a s i o n a d o e n el e s p í r i t u
de su hijo, y p r o c u r á b a s e o c u l t a r l e este s e c r e t o p a r a
n o afligirla, p u e s no d e j a b a de llorar la m u e r t e de s u
e s p o s o ; sólo el n o m b r e d e C o p p e l i u s le p r o d u c í a ac-
cesos d e d e s e s p e r a c i ó n c u a n d o le oía p r o n u n c i a r .
II
De r e g r e s o á G..., Nataniel se e n c o n t r ó con la nove-
d a d d e q u e la casa d o n d e él h a b i t a b a a n t e s había sido
p a s t o d e las llamas, q u e sólo d e j a r o n en pie dos ó t r e s
lienzos d e p a r e d e n n e g r e c i d o s y c a l c i n a d o s . S e g ú n le
d i j e r o n , la c o n f l a g r a c i ó n c o m e n z ó e n u n a botica, y va-
rios a m i g o s d e Nataniel q u e vivían cerca d e la casa
i n c e n d i a d a p u d i e r o n salvar a l g u n o s d e s u s objetos,
i n s t r u m e n t o s d e física y p a p e l e s , t o d o lo cual c o n d u -
jeron á otra h a b i t a c i ó n a l q u i l a d a en n o m b r e del e s t u -
d i a n t e y q u e e s t a b a s i t u a d a en f r e n t e d e la del p r o f e -
sor S p a l a n z a n i . Desde la v e n t a n a se p o d í a v e r m u y
bien el i n t e r i o r del g a b i n e t e , d o n d e con f r e c u e n c i a ,
c u a n d o las c o r t i n a s e s t a b a n d e s c o r r i d a s , v e í a s e á Olim-
pia m u d a é i n m ó v i l . Nataniel se e x t r a ñ ó m u y p r o n t o
d e a q u e l l a a c t i t u d , q u e no v a r i a b a en lo m á s m í n i m o
d u r a n t e horas enteras, y á fuerza de contemplar á
a q u e l l a h e r m o s a m u j e r , s i n t i ó s e c o m o galvanizado.
No o b s t a n t e , s u a m o r á Clara le llenaba el corazón,
p r e s e r v á n d o l e d e las s e d u c c i o n e s d e la a u s t e r a Olim-
pia, y p o r eso el joven d i r i g í a sólo d e t a r d e e n t a r d e
a l g u n a s m i r a d a s casi d i s t r a í d a s á la estancia h a b i t a d a
p o r a q u e l l a h e r m o s a e s t a t u a . C i e r t o día, en ocasión
d e estar e s c r i b i e n d o u n a l a r g a carta á su novia, vió
a p a r e c e r d e p r o n t o la d e s a g r a d a b l e figura d e Coppola;
u n e s t r e m e c i m i e n t o nervioso le a g i t ó al p u n t o , p e r o
r e c o r d a n d o los a r g u m e n t o s d e Clara y las noticias q u e
le d i e r a el p r o f e s o r S p a l a n z a n i s o b r e a q u e l i n d i v i d u o ,
a v e r g o n z ó s e casi d e su p r i m e r m o v i m i e n t o d e e s p a n t o ,
y dijo con t o d a la t r a n q u i l i d a d q u e le f u é posible al
inoportuno visitante:
—No necesito b a r ó m e t r o s , id á v e n d e r l o s á mil dia-
blos.
P e r o C o p p o l a , sin h a c e r a p r e c i o d e a q u e l l a s pala-
b r a s e n t r ó e n la h a b i t a c i ó n , y fijando en el e s t u d i a n t e
u n a m i r a d a s i n i e s t r a , le d i j o :
—No sólo t e n g o b a r ó m e t r o s , sino t a m b i é n ojos y
m u y buenos.
— ¡ C ó m o o j o s ¡—exclamó N a t a n i e l . — M a l d i t o loco,
i q u é q u i e r e s d e c i r con eso ?
—'Vedlos a q u í — r e p u s o el v e n d e d o r a b r i e n d o u n p a -
q u e t e , del q u e comenzó á sacar a n t i p a r r a s d e t o d o s
t a m a ñ o s y colores, en tal n ú m e r o , q u e m u y p r o n t o
q u e d ó la m e s a llena.
El p o b r e Nataniel c r e y ó v e r m i l e s d e m i r a d a s f a n -
tásticas fijas e n su p e r s o n a , y C o p p o l a c o n t i n u ó s a c a n -
d o anteojos, c o m o si f u e r a n i n a g o t a b l e s . El e s t u d i a n t e
sentía q u e su m a l e s t a r iba en a u m e n t o ; p e r o d e r e -
p e n t e , n o p u d i e n d o c o n t e n e r s e m á s , p r e c i p i t ó s e con-
t r a el v e n d e d o r , cogióle del cuello y le hizo r e t r o c e d e r
espantado.
—Misericordia 1—gritó Coppola c o g i e n d o s u s a n t e -
o j o s . — S e ñ o r mío, si n o os c o n v i e n e n éstos, n o es razón
p a r a q u e m e e s t r a n g u l é i s . T a l vez p r e f i r á i s a n t e o j o s
d e l a r g a vista, en c u y o caso p u e d o d a r o s á elegir.
C u a n d o t o d o s los a n t e o j o s e s t u v i e r o n g u a r d a d o s en
el p a q u e t e , Nataniel q u e d ó t r a n q u i l o c o m o p o r encan-
t o ; los n u e v o s objetos q u e C o p p o l a le e n s e ñ a b a n o ejer-
cían ya en él n i n g u n a fascinación, y algo c o n f u s o p o r
h a b e r s e e n t r e g a d o á u n a violencia, q u i s o r e p a r a r l a
c o m p r a n d o a l g u n a cosa al t r a f i c a n t e ; eligió u n p e q u e -
ñ o a n t e o j o , c u y a m o n t u r a le llamó la a t e n c i ó n p o r su
e x q u i s i t o t r a b a j o , y p a r a p r o b a r l e fijóle en dirección á
la e s t a n c i a e n q u e O l i m p i a S p a l a n z a n i estaba s e n t a d a
e n el sitio d e c o s t u m b r e .
Por p r i m e r a vez veía s u s f a c c i o n e s t a n p r ó x i m a s , y
a q u e l l a c o n t e m p l a c i ó n pareció e n c a n t a r l e , p e r o hízole
volver e n sí el r u i d o q u e Coppola p r o d u c í a g o l p e a n d o
el suelo con los p i e s , á t i e m p o q u e r e p e t í a con t o n o
c a d e n c i o s o : «Tre %ecchini, tre zecchini» (tres d u c a d o s . )
Nataniel se a p r e s u r ó á p a g a r y Coppola salió m u l t i p l i -
c a n d o los s a l u d o s y las m u e s t r a s d e a g r a d e c i m i e n t o ;
m a s a p e n a s e s t u v o en la e s c a l e r a , d e j ó e s c a p a r u n a
i g n o b l e c a r c a j a d a . «Ese l a d r ó n — s e dijo N a t a n i e l — m e
h a h e c h o p a g a r el a n t e o j o diez veces m á s d e lo q u e
vale, y sin d u d a se rie del engaño.» El joven a r r o j ó á
u n lado el i n s t r u m e n t o p a r a t e r m i n a r su carta á C l a r a ;
m a s a p e n a s h u b o cogido la p l u m a , la i m a g e n d e Olim-
pia le d i s t r a j o r e p e t i d a s veces, t a n t o , q u e al fin se
levantó p a r a ir á o b s e r v a r la v e n t a n a d e la h a b i t a c i ó n .
E s t o le s u m i ó en u n a e s p e c i e d e éxtasis, h a s t a q u e s u
Compañero S e g i s m u n d o f u é á b u s c a r l e p a r a asistir á
la clase del p r o f e s o r S p a l a n z a n i .
Desde a q u e l día las cortinillas d e la h a b i t a c i ó n d e
Olimpia e s t u v i e r o n s i e m p r e p e r f e c t a m e n t e a j u s t a d a s ,
y el e n a m o r a d o e s t u d i a n t e p e r d i ó el t i e m p o h a c i e n d o
centinela dos d í a s , a n t e o j o en m a n o ; al t e r c e r o p a r e -
cióle q u e su cabeza se a b r a s a b a , y p o s e í d o d e u n a es-
pecie d e delirio, salió c o r r i e n d o d e la c i u d a d . La figu-
r a d e Olimpia se m u l t i p l i c a b a á su a l r e d e d o r c o m o p o r
e n c a n t o ; veíala flotar p o r los a i r e s c o m o u n a n u b e d e
nieve, brillar á t r a v é s d e las cercas floridas, y r e p r o -
d u c i r s e en los c r i s t a l i n o s a r r o y u e l o s . Nataniel n o se
a c o r d a b a ya d e la p o b r e C l a r a ; v a g a n d o á la v e n t u r a ,
con la vista fija en el s u e l o y sollozos en la voz, excla-
m a b a : «¡Oh estrella d e m i a m o r , n o m e d e j e s solo en
la t i e r r a ! ¡ L e j o s d e ti m i s d í a s son a m a r g o s y m i v i d a
se m a r c h i t a c o m o la flor a g o s t a d a p o r el sol del d e -
sierto !...»
C u a n d o Nataniel volvió á su casa, oíase m u c h o r u i -
d o en la d e S p a l a n z a n i ; las p u e r t a s se a b r í a n , d e s m o n -
t á b a n s e las v e n t a n a s , y n u m e r o s o s o b r e r o s iban d e u n
lado á o t r o llevando m u e b l e s , m i e n t r a s q u e a l g u n o s
clavaban t a p i c e s con e x t r a o r d i n a r i a a c t i v i d a d . El ami-
g o S e g i s m u n d o a n u n c i ó á Nataniel q u e el p r o f e s o r
S p a l a n z a n i d a r í a al día s i g u i e n t e u n baile m a g n í f i c o ,
al q u e debía asistir lo m á s n o t a b l e d e la u n i v e r s i d a d ,
p r e s e n t á n d o s e O l i m p i a á la r e u n i ó n p o r p r i m e r a vez.
N a t a n i e l e n c o n t r ó en su casa u n a esquela d e convite,
y sólo Dios s a b e c u á n t a f u é su alegría al p e n e t r a r en
el salón e s p l é n d i d a m e n t e i l u m i n a d o , d o n d e ya se ha-
bía r e u n i d o la m á s escogida sociedad en t o r n o del
sabio p r o f e s o r . O l i m p i a , e n g a l a n a d a con u n g u s t o e x -
q u i s i t o , era a d m i r a d a por su belleza, y en s u s p e r f e c -
t a s p r o p o r c i o n e s sólo se n o t a b a u n a falta q u e consistía
en u n ligero a r q u e a m i e n t o del talle, r e s u l t a n t e al pa-
r e c e r d e u n exceso d e p r e s i ó n p r o d u c i d o p o r el c o r s é .
Aquella h e r m o s a a n d a b a m a j e s t u o s a m e n t e , p e r o con
u n a especie d e rigidez q u e se a t r i b u í a á su t i m i d e z na-
t u r a l . H u b o u n m o m e n t o en q u e f u é á s e n t a r s e al pia-
n o y c a n t ó u n aire nacional m u y á la m o d a , con .acen-
to s o n o r o y v i b r a n t e . Nataniel la c o n t e m p l a b a s u m i d o
en u n a especie d e éxtasis; p e r o c o m o llegara u n poco
t a r d e , n o le había sido posible colocarse en p r i m e r a
l í n e a ; p a r a ver m e j o r sacó del bolsillo el p e q u e ñ o a n -
t e o j o c o m p r a d o á Coppola, y e x a m i n ó d i s c r e t a m e n t e
las e n c a n t a d o r a s f a c c i o n e s d e O l i m p i a . En el m i s m o
i n s t a n t e d e c l a r ó s e el i n c e n d i o a m o r o s o con i r r e s i s t i b l e
f u e r z a ; parecióle á Nataniel q u e la bella hija d e S p a -
lanzani fijaba en él m i r a d a s llenas d e v o l u p t u o s a l a n -
g u i d e z ; se le figuró q u e s u canto r e s o n a b a en s u oído
con t o d a s las s u b l i m e s i n f l e x i o n e s d e u n eco del cielo;
u n a n u b e pasó d e s p u é s p o r s u s o j o s ; s u i m a g i n a c i ó n
se p e r d i ó en las m á s lejanas e s f e r a s d e lo i d e a l ; h u b o
m o m e n t o en q u e c r e y ó s e n t i r q u e un brazo a m o r o s o
le e s t r e c h a b a el cuello, y e x c l a m ó : «¡Olimpia, Olim-
pia!» L a s p e r s o n a s m á s p r ó x i m a s al joven se volvie-
r o n y r i é r o n s e en s u s b a r b a s , p e r o Nataniel n o hizo
caso.
Al concierto d e b í a s e g u i r el baile. ¿No sería el col-
m o d e la felicidad bailar con a q u e l p r o d i g i o d e h e r -
m o s u r a ? P e r o ¿ c ó m o a t r e v e r s e á invitar á O l i m p i a ?
El e s t u d i a n t e osó, sin d u d a , h a c e r s u petición, p u e s
pocos m o m e n t o s d e s p u é s viósele inclinado p r o f u n d a -
m e n t e a n t e la bella. Un s u d o r frío i n u n d ó s u f r e n t e
c u a n d o con la e x t r e m i d a d d e s u s d e d o s rozó los d e
O l i m p i a , p u e s la m a n o d e la joven e s t a b a h e l a d a c o m o
la d e u n m u e r t o ; Nataniel fijó en ella su m i r a d a y o b -
 CUENTOS FANTÁSTICOS

servó q u e s u s ojos t e n í a n la m i s m a fijeza l á n g u i d a ;

p e r o r e c o b r á n d o s e m u y p r o n t o d e su t e m o r y s o r p r e -
sa, enlazó con su brazo el talle d e la r e i n a del s a r a o y
l a n z ó s e c o n infinita gracia e n t r e la m u l t i t u d d e baila-
rines.
O l i m p i a valsaba con u n a p r e c i s i ó n y u n c o m p á s q u e
llamó la a t e n c i ó n d e t o d a s las d a m a s . Nataniel, des-
p u é s d e c o n d u c i r l a á su sitio, e s t a b a t a n orgulloso y
loco d e a m o r , q u e d e b u e n a g a n a h u b i e r a p r o v o c a d o
á q u i e n se h u b i e s e a t r e v i d o á i n v i t a r á Olimpia á bai-
lar ; p e r o el r e s p e t o q u e le i m p o n í a n el sitio y las p e r -
s o n a s le c o n t u v o . S e n t á n d o s e j u n t o á la h e r m o s a , t o m ó
su m a n o y hablóle d e su a m o r en los t é r m i n o s m á s
delicados, a u n q u e con t o d o el f u e g o d e la p a s i ó n q u e
s e n t í a ; p e r o la v i r t u o s a doncella sólo le c o n t e s t a b a
p o r u n m o n o s í l a b o g u t u r a l q u e d i f í c i l m e n t e se p o d r í a
d e f i n i r . «¡Ach, a c h , a c h ! » m u r m u r a b a O l i m p i a . Nata-
niel, p e r d i e n d o ya la cabeza, le decía :
—¡ O h m u j e r d i g n a del a m o r d e los á n g e l e s ; casto
reflejo d e la d i c h a d e los e l e g i d o s ; fija e n m í t u dulce
mirada!
P e r o á t o d o esto O l i m p i a se l i m i t a b a á c o n t e s t a r con
su p e r p e t u o : « ¡ A c h , a c h , ach!...»
D u r a n t e esta s i n g u l a r conversación, el p r o f e s o r S p a -
lanzani p a s ó v a r i a s veces p o r d e l a n t e d e n u e s t r o s e n a -
m o r a d o s y los m i r ó s o n r i e n d o d e u n a m a n e r a e x t r a ñ a .
P o c o á poco, Nataniel, á p e s a r d e s u p r e o c u p a c i ó n ,
echó d e v e r q u e el brillo d e las l u c e s d i s m i n u í a p o r
m o m e n t o s , las b u j í a s del salón se a p a g a b a n sucesiva-
m e n t e , la m ú s i c a y el baile h a b í a n c o n c l u i d o ya hacía
l a r g o r a t o , y el salón e s t a b a d e s i e r t o .
— ¡ O h Dios m í o ¡—exclamaba Nataniel—¿será p r e c i -
so s e p a r a r n o s y a ? ¿No m e p e r m i t i r á s volver á v e r t e ,
ángel mío ?
Y se inclinó s o b r e las m a n o s d e O l i m p i a p a r a c u -
b r i r l a s d e besos; m a s al p u n t o sintió en los labios el
f r í o d e la m u e r t e , y e s t r e m e c i ó s e d e p i e s á ca-
beza.
— O l i m p i a — d i j o con voz balbuciente—¿ m e a m a s ?
La h e r m o s a se levantó, c u a l m o v i d a por u n r e s o r t e ,
c o n t e s t a n d o c o m o s i e m p r e : «¡ Ach, a c h , ach!» Y a v a n -
zó p o r el salón s e g u i d a d e Nataniel, q u e r e p e t í a á lo
infinito s u s e n f á t i c a s d e c l a r a c i o n e s . O l i m p i a se d e t u v o
d e l a n t e d e S p a l a n z a n i , y éste dijo al e s t u d i a n t e :
— A m i g o m í o , p u e s t o q u e t a n t o os c o m p l a c e la c o n -
v e r s a c i ó n con m i hija, t e n d r e m o s m u c h o g u s t o en
r e c i b i r o s c u a n d o nos visitéis.
El e s t u d i a n t e creyó v e r a b r i r s e p a r a él las p u e r t a s
del cielo, y salió d e la casa loco d e alegría y d e a m o r .
El baile d e S p a l a n z a n i f u é d u r a n t e largo t i e m p o a s u n -
to d e t o d a s las conversaciones, y en p a r t i c u l a r d e la
m á s severa c r í t i c a : los u n o s p o n í a n en evidencia m a -
l i c i o s a m e n t e a l g u n a s t o r p e z a s q u e no p a s a r o n d e s a p e r -
cibidas, y q u e i n d i c a b a n q u e el p r o f e s o r n o estaba
a c o s t u m b r a d o á t r a t a r con la b u e n a s o c i e d a d ; los
o t r o s , y éstos c o n s t i t u í a n el m a y o r n ú m e r o , ridiculi-
zaban las i m p e r f e c c i o n e s de O l i m p i a , c o n v i n i e n d o
t o d o s en q u e era u n a e s t ú p i d a , lo c u a l justificaba c o n -
v e n i e n t e m e n t e q u e S p a l a n z a n i se h u b i e r a a b s t e n i d o
t a n t o t i e m p o d e p r e s e n t a r l a en público. Nataniel se
encolerizaba al oir e s t a s cosas, m a s no se atrevía á
c o n t e s t a r por t e m o r d e c o m p r o m e t e r á su a d o r a d a ,
e x p o n i é n d o s e á q u e le c e r r a r a n la p u e r t a . C i e r t o dia
S e g i s m u n d o le d i j o :
—¿ C ó m o es posible, h e r m a n o , q u e u n h o m b r e razo-
nable c u a l t ú se p u e d a e n a m o r a r d e u n a m u ñ e c a q u e
no sabe decir nada ?
N a t a n i e l c o n t e s t ó con a p a r e n t e t r a n q u i l i d a d :
—<¡ C ó m o es posible q u e u n joven con t a n b u e n o s
ojos c o m o los t u y o s n o h a y a c o m p r e n d i d o los encan-
t o s y t e s o r o s visibles ocultos e n la p e r s o n a d e Olimpia?
Mejor es, h e r m a n o , q u e n o h a y a s visto t o d o eso, por-
q u e a m a r í a s á esa joven con u n a exaltación s e m e j a n t e
á la m í a ; y y o conozco q u e n o p o d r í a vivir j u n t o á u n
rival, a u n q u e f u e r a m i m e j o r a m i g o . . .
S e g i s m u n d o c o m p r e n d i ó q u e el e s p í r i t u d e Nataniel
e s t a b a m u y e n f e r m o , y e n su c o n s e c u e n c i a q u i s o dis-
t r a e r l e d e s u s i d e a s belicosas.
—La belleza—le dijo—es u n a cosa d e p u r a c o n v e n -
ción, y el c a p r i c h o i n t e r v i e n e con f r e c u e n c i a m á s q u e
la r e a l i d a d ; p e r o ¿ n o te p a r e c e e x t r a ñ o q u e t o d o s
n u e s t r o s c o m p a ñ e r o s j u z g u e n del m i s m o m o d o á
O l i m p i a ? Si en esa m u j e r h a y u n c o n j u n t o d e bellas
facciones y d e f o r m a s s e d u c t o r a s , en c a m b i o n o se
p u e d e m e n o s de reconocer, después de examinarla,
q u e s u s ojos no tienen e x p r e s i ó n , y q u e t o d o s s u s m o -
vimientos parecen deberse á u n m e c a n i s m o ; canta y
toca á c o m p á s , p e r o s i e m p r e lo m i s m o y con igual
a c o m p a ñ a m i e n t o ; y en c u a n t o á s u m o d o de bailar,
es v e r d a d e r a m e n t e a u t o m á t i c o . E s t o es lo q u e y o h e
o b s e r v a d o , y lo q u e t o d o s h e m o s visto, p o r lo cual d e -
duzco q u e t u h e r m o s a O l i m p i a e s u n s é r s o b r e n a t u r a l ,
c u y o s e c r e t o se d e s c u b r i r á a l g ú n d í a .
Nataniel hizo o t r o e s f u e r z o p a r a c o n t e n e r s e , y al fin
contestó á S e g i s m u n d o :
— T o d o s vosotros sois jóvenes p r o s a i c o s ; t o d o c u a n t o
h a y d e a m o r y s e d u c c i o n e s en O l i m p i a n o se h a r e v e -
l a d o m á s q u e á m í , p o r q u e sólo y o t e n í a f a c u l t a d e s
b a s t a n t e delicadas p a r a a p r e c i a r el t e s o r o q u e la f o r -
t u n a m e o f r e c í a . C o m p r e n d o q u e os d e s a g r a d e , y
t a m b i é n q u e ella n o q u i e r a oir v u e s t r a s i n s u l s a s con-
v e r s a c i o n e s . L a s p o c a s p a l a b r a s q u e s u s labios p r o -
n u n c i a n son p a r a m í c o m o los geroglíficos del m u n d o
í n t i m o d o n d e las a l m a s v i v e n ; p e r o t ú n o s a b e s n a d a
d e t o d o esto...
— E s v e r d a d — r e p l i c ó S e g i s m u n d o — y p o r lo m i s m o
te d e j o e n t r e g a d o á t u s s u e ñ o s ; p e r o si a l g u n a vez n e -
cesitas u n a m i g o e n la e s f e r a d e lo real y d e lo v e r d a -
d e r o , á la c u a l h a b r á s d e volver p r o n t o ó t a r d e , a c u é r -
date de mí... ¡Adiós!
Nataniel p a r e c i ó c o n m o v i d o al oir e s t a s p a l a b r a s , y
a m b o s jóvenes se e s t r e c h a r o n c o r d i a l m e n t e las m a n o s
antes de separarse.
E n c u a n t o á Clara, el e s t u d i a n t e la h a b í a olvidado
p o r c o m p l e t o , cual si j a m á s h u b i e s e existido, y p a r a
n a d a se a c o r d a b a t a m p o c o d e L o t a r i o . El p o b r e jo-
ven p a s a b a t o d o s s u s días j u n t o á O l i m p i a ; leíale v e r -
sos, p o e m a s , baladas y t r a t a d o s d e psicología; y la
bella e s c u c h a b a t o d o esto con u n a paciencia y u n a im-
pasibilidad f a n t á s t i c a s . M i r a b a á su a m a n t e con s u s
dos ojos n e g r o s y s i e m p r e fijos, y c u a n d o N a t a n i e l ,
a r r e b a t a d o p o r la pasión, se arrodillaba á s u s pies, b e -
sándole las m a n o s ó los labios, O l i m p i a m u r m u r a b a
s i e m p r e : «| Ach, ach, ach!»; llegada la h o r a d e r e t i r a r -
se a ñ a d í a : « B u e n a s n o c h e s , a m a d o mío.» Estas p o c a s
p a l a b r a s a b r í a n al e s t u d i a n t e el m u n d o infinito d e los
a m o r e s platónicos ; creía p e n s a r , o b r a r y s e n t i r sólo
p o r O l i m p i a , y a d m i r a b a esa fuerza del a m o r q u e ha-
bía a t r a í d o á sí el a l m a y las f a c u l t a d e s de la h e r m o s a
doncella. A l g u n a s veces tenía m o m e n t o s lúcidos, y
e n t o n c e s reflexionaba s o b r e la e x t r a ñ a i n m o v i l i d a d d e
la joven ; p e r o al p u n t o se decía : «¿ Q u é son las p a l a -
b r a s ? V a n o s sonidos q u e se d e s v a n e c e n a p e n a s se
p r o d u c e n ; la m i r a d a d e Olimpia dice m á s q u e t o d a la
elocuencia d e los h o m b r e s . »
El p r o f e s o r S p a l a n z a n i parecía t o m a r u n s i n g u l a r
i n t e r é s en las r e l a c i o n e s d e su hija con Nataniel, y
p r o d i g a b a al e s t u d i a n t e las m a y o r e s a t e n c i o n e s y cor-
dial benevolencia. C i e r t o día n u e s t r o h é r o e , a r m á n d o -
se d e t o d a s u resolución p a r a d a r u n g r a n golpe, se
decidió a solicitar sin t a r d a n z a , con t o d a la g r a v e d a d
c o n v e n i e n t e , la m a n o d e Olimpia. P a r a a s e g u r a r el
éxito, creyó necesario, a n t e todo, h a c e r u n a d e c l a r a -
ción positiva á la d a m a d e s u s p e n s a m i e n t o s ; y á fin
XQ
d e c o m u n i c a r al acto m á s s o l e m n i d a d , buscó en u n a
cajita u n anillo d e oro, r e c u e r d o d e su m a d r e , q u e se
p r o p o n í a p o n e r en el d e d o d e su a m a d a á g u i s a de
anillo n u p c i a l . Lo p r i m e r o q u e e n c o n t r ó en la cajita
f u é las c a r t a s d e L o t a r i o y d e Clara, las cuales separó
con impaciencia, y c u a n d o e n c o n t r ó el objeto q u e bus-
caba, corrió á casa del p r o f e s o r .
Al llegar al ú l t i m o t r a m o d e la escalera oyó u n es-
t r é p i t o e s p a n t o s o en la habitación d e S p a l a n z a n i , pro-
d u c i d o por r e p e t i d o s g o l p e s en el suelo y las p a r e d e s ,
l u e g o c h o q u e s metálicos, p e r c i b i é n d o s e en m e d i o d e
a q u e l l a b a r a ú n d a dos voces q u e proferían t r e m e n d a s
imprecaciones.
«—¡Quieres soltar, miserable!—¿Te a t r e v e s á r o b a r -
m e m i s a n g r e y m i vida?—¡Es m i o b r a predilecta! —
¡Yo hice los ojos!—¡Y yo los r e s o r t e s del m e c a n i s m o !
—¡Vete al diablo, bribón!—¡Llévese t u a l m a S a t a n á s ,
a b o r t o del i n f i e r n o ; d e v u é l v e m e lo q u e es mío!» He
a q u í lo q u e decían a q u e l l a s d o s voces f o r m i d a b l e s ,
q u e e r a n las d e S p a l a n z a n i y d e C o p p e l i u s . Nataniel,
f u e r a d e sí, d e s c a r g ó u n p u n t a p i é en la p u e r t a y p r e -
cipitóse en la h a b i t a c i ó n en m e d i o d e los c o m b a t i e n -
tes. El profesor y el italiano Coppola se d i s p u t a b a n
con f u r i a u n a m u j e r ; el u n o t i r a b a d e ella por los bra-
zos y el o t r o por las p i e r n a s .
—¡ H o r r o r ¡...—exclamó Nataniel—¡ es O l i m p i a !
Y ya iba á coger del cuello a C o p p o l a , c u a n d o éste,
d o t a d o d e f u e r z a h e r c ú l e a , obligó á su a d v e r s a r i o á
soltar p r e s a , g r a c i a s á u n a v i g o r o s a s a c u d i d a ; des-
p u é s , l e v a n t a n d o la m u j e r con s u s n e r v u d o s brazos,
d e s c a r g ó t a n r u d o g o l p e en la cabeza del p r o f e s o r , q u e
el p o b r e h o m b r e , c o m p l e t a m e n t e a t u r d i d o , f u é á m e d i r
el suelo á t r e s p a s o s d e distancia, r o m p i e n d o en su
caída u n a m e s a llena d e frascos, r e d o m a s , a l a m b i q u e s
é instrumentos. Aprovechándose de aquel desorden,
C o p p o l a se c a r g ó á O l i m p i a al h o m b r o y d e s a p a r e c i ó ,
p r o f i r i e n d o u n a c a r c a j a d a diabólica : h a s t a el fin d e la
escalera oyóse el c h o q u e d e las p i e r n a s d e Olimpia
c o n t r a los p e l d a ñ o s , el cual p r o d u c í a u n r u i d o s e m e -
jante al d e u n a s c a s t a ñ u e l a s .
La cabeza d e O l i m p i a h a b í a q u e d a d o en el c a m p o
d e batalla; Nataniel reconoció con e s p a n t o u n a figura
d e cera, y p u d o v e r q u e los ojos, q u e e r a n d e e s m a l t e ,
se h a b í a n roto. El d e s g r a c i a d o S p a l a n z a n i yacía en
m e d i o d e n u m e r o s o s f r a g m e n t o s d e vidrio, q u e le h a -
bían o c a s i o n a d o s a n g r i e n t a s h e r i d a s en los brazos, en
el r o s t r o y en el p e c h o .
—¡ C o p p e l i u s , C o p p e l i u s !—gritaba con voz doliente
—¡ m a l d i t o l a d r ó n , t ú m e r o b a s el f r u t o d e v e i n t e a ñ o s
d e e s t u d i o s y d e t r a b a j o ; p e r o es i g u a l , yo te h e q u i -
t a d o los ojos ! ¡ Sí, a h í e s t á n !
Nataniel vió á s u s pies, e f e c t i v a m e n t e , dos ojos san-
g r i e n t o s q u e le m i r a b a n con fijeza. S p a l a n z a n i los re-
cogió y a r r o j ó s e l o s al e s t u d i a n t e , t o c á n d o l e con ellos
en el p e c h o . A p e n a s sintió su contacto, Nataniel, po-
s e í d o d e u n acceso d e locura, comenzó á g r i t a r , di-
c i e n d o las cosas m á s i n c o h e r e n t e s , y p r e c i p i t á n d o s e
d e s p u é s c o n t r a el p r o f e s o r , h u b i é r a l e e s t r a n g u l a d o si
los vecinos, llegando en a q u e l i n s t a n t e , n o se h u b i e r a n
a p o d e r a d o d e s u p e r s o n a : f u é preciso a g a r r o t a r l e
f u e r t e m e n t e p a r a e v i t a r u n a d e s g r a c i a , y acto conti-
n u o c o n d ú j o s e l e al h o s p i t a l d e locos ; s u a m i g o Segis-
m u n d o le siguió l l o r a n d o .
El célebre p r o f e s o r S p a l a n z a n i se restableció al poco
t i e m p o , p u e s n i n g u n a d e s u s h e r i d a s p r e s e n t a b a la
m e n o r g r a v e d a d ; m a s a p e n a s se halló en e s t a d o de
resistir la t r a s l a c i ó n á o t r o p u n t o , f u é l e p r e c i s o a b a n -
d o n a r la c i u d a d , p u e s t o d o s los e s t u d i a n t e s q u e tenían
c o n o c i m i e n t o d e la b u r l a d e q u e Nataniel a c a b a b a d e ser
víctima, h a b i a n j u r a d o v e n g a r s e t e r r i b l e m e n t e del m e -
cánico italiano, p o r h a b e r a b u s a d o , s i r v i é n d o s e d e u n
m a n i q u í , d e la confianza d e p e r s o n a s t a n r e c o m e n d a -
 Los d o s a m a n t e s , a p o y a d o s en la b a l a u s t r a d a del
bles c o m o los e s t u d i a n t e s d e la c i u d a d d e G... y s u s
c a m p a n a r i o , c o n t e m p l a b a n a b s o r t o s el poético e s p e c -
familias. Algunos abogados propusieron instruir u n
t á c u l o q u e se ofrecía á s u v i s t a ; las c o p a s de los g r a n -
proceso c r i m i n a l c o n t r a S p a l a n z a n i , c o m o c a u s a n t e d e
d e s á r b o l e s o n d e a b a n c o m o las olas d e u n m a r d e ver-
la l o c u r a d e q u e e r a victima Nataniel; p e r o fel p r o f e s o r
d u r a , y las m o n t a ñ a s d i b u j á b a n s e c o m o s i l u e t a s d e
h a b í a h u i d o o p o r t u n a m e n t e , y t a m p o c o se volvió á
g i g a n t e s c o s f a n t a s m a s b a j o el o s c u r o azul del cielo.
v e r al v e n d e d o r d e b a r ó m e t r o s y a n t e o j o s , G i u s e p p e
—¿Ves a q u e l a r b u s t o q u e se agita allá abajo?—decía
Coppola.
Clara;—diríase q u e v i e n e hacia n o s o t r o s .
C u a n d o Nataniel r e c o b r ó la razón á f u e r z a d e cuida-
Nataniel, q u e n o t e n í a la vista t a n p e n e t r a n t e , b u s c ó
dos, p a r e c i ó q u e d e s p e r t a b a d e u n a larga pesadilla;
e n s u bolsillo el a n t e o j o d e Coppola; m a s a p e n a s lo
hallóse en la casa p a t e r n a j u n t o á s u m a d r e , la b u e n a
h u b o a c e r c a d o á los ojos, saltó c o m o u n t i g r e profi-
Clara y L o t a r i o , q u e lloraban j u n t o á s u lecho. A p e n a s
r i e n d o u n g r i t o r o n c o y feroz: O l i m p i a , es decir, su
a b r i ó los ojos, su p r o m e t i d a f u é la p r i m e r a q u e le h a -
i m a g e n , se le aparecía en el cristal del f u n e s t o a n t e o j o .
bló. «¡Ya estás s a l v a d o , q u e r i d o Nataniel, le dijo, y
Nataniel s i n t i ó q u e se le t r a s t o r n a b a el c e r e b r o ; s u s
g r a c i a s á n o s o t r o s n o s e r á s v í c t i m a d e u n a c r u e l en-
ojos se fijaron en Clara con siniestra expresión, y des-
f e r m e d a d !» «¡ Clara, Clara I» m u r m u r ó el joven, p a -
p u é s , c o g i e n d o á la joven con f u e r z a convulsiva, q u i s o
s e a n d o s o b r e t o d o s los o b j e t o s u n a m i r a d a d e a s o m -
a r r o j a r l a d e s d e la p l a t a f o r m a , g r i t a n d o :
b r o , cual si q u i s i e r a evocar s u s r e c u e r d o s . S e g i s m u n d o ,
— ¡ M a n i q u í , m a n i q u í del infierno, v u e l v e al diablo
q u e no había querido a d a n d o n a r á su amigo enfermo,
q u e te c r e ó ! . . .
e n t r ó en la h a b i t a c i ó n y le e s t r e c h ó la m a n o . A l g u n o s
L a p o b r e Clara, p o s e í d a d e e s p a n t o , a g a r r á b a s e á la
dias d e d u l c e convalecencia c o m p l e t a r o n la c u r a c i ó n
b a r a n d i l l a con la e n e r g í a d e la d e s e s p e r a c i ó n , m i e n -
del e s t u d i a n t e , y c u a n d o e s t u v o del t o d o r e s t a b l e c i d o ,
t r a s q u e L o t a r i o , o y e n d o p o r f o r t u n a los gritos, y sos-
a n u n c i á r o n l e q u e u n a n c i a n o tío, q u e d u r a n t e s u vida
p e c h a n d o a l g u n a d e s g r a c i a , f r a n q u e a b a p r e s u r o s o la
pareció s i e m p r e m u y p o b r e , p o r q u e e r a m u y a v a r o ,
t o r t u o s a escalera d e la t o r r e . C u a n d o llegó á la plata-
a c a b a b a d e m o r i r , d e j a n d o á s u s h e r e d e r o s u n a casa
f o r m a , su h e r m a n a , p e r d i d o ya el c o n o c i m i e n t o , esta-
cerca d e la c i u d a d , con u n arca b a s t a n t e r e p l e t a . T o d a
ba s u s p e n d i d a sobré el a b i s m o ; d e m o d o q u e L o t a r i o
la f a m i l i a se p r o p o n í a ir á vivir allí t r a n q u i l a m e n t e ;
a p e n a s t u v o t i e m p o d e r e t i r a r h a c i a a t r á s el c u e r p o d e
fijóse el día d e la t r a s l a c i ó n , y a n t e s d e m a r c h a r se
Clara; y p a r a q u e Nataniel soltara su p r e s a , asestóle
a c o r d ó h a c e r las c o m p r a s necesarias p a r a n o volver á
en la cabeza u n g o l p e q u e le hizo d a r v u e l t a s c o m o u n
la c i u d a d en m u c h o t i e m p o .
t r o m p o . L o t a r i o b a j ó la escalera con su preciosa carga,
—Nataniel—dijo Clara á s u p r o m e t i d o — ¿ q u i e r e s q u e
y e n t r e t a n t o Nataniel c o r r í a c o m o u n e n e r g ú m e n o al
s u b a m o s al c a m p a n a r i o p a r a c o n t e m p l a r u n a vez m á s
r e d e d o r d e la p l a t a f o r m a d a n d o saltos p e l i g r o s o s y
las m o n t a ñ a s y los l e j a n o s b o s q u e s ?
p r o f i r i e n d o aullidos salvajes, q u e m u y p r o n t o a t r a j e -
Al joven le p a r e c i ó b u e n a la idea, y s u b i e r o n solos,
r o n á u n a m u l t i t u d poseída d e t e r r o r : en m e d i o d e los
p u e s la a n c i a n a m a d r e h a b í a v u e l t o á su c a s a , y Lota-
c u r i o s o s a p a r e c i ó de r e p e n t e el a b o g a d o C o p p e l i u s ,
rio, n o q u e r i e n d o c a n s a r s e en s u b i r u n a escalera d e
q u e a c a b a b a d e e n t r a r en la c i u d a d . A l g u n o s h o m b r e s
t r e s c i e n t o s p e l d a ñ o s , p r e f i r i ó e s p e r a r al pie d e la t o r r e .
 E. TEODORO HOFFMANN

del p u e b l o q u i s i e r o n s u b i r á la t o r r e á fin d e a p o d e r a r -
se del loco, c u y a exaltación h a c í a t e m b l a r á t o d o s los
espectadores.
— ¡ B a h , b a h ! — e x c l a m ó C o p p e l i u s — d e j a d l e , q u e ya
s a b r á él b a j a r solo.
Y c o m o m i r a s e con la boca a b i e r t a las e v o l u c i o n e s
del p o b r e Nataniel, e s t e ú l t i m o , q u e a c a b a b a d e incli-
n a r s e s o b r e la b a l a u s t r a d a , divisóle d e p r o n t o , le reco-
noció, y p r o f i r i e n d o u n a c a r c a j a d a diabólica, p r e c i p i -
t ó s e d e cabeza...
Levantáronle destrozado, mientras q u e Coppelius
se p e r d í a e n t r e la m u l t i t u d . A l g u n o s a ñ o s d e s p u é s ,
Clara, q u e h a b í a a b a n d o n a d o la c i u d a d d e s p u é s d e
a q u e l d e s g r a c i a d o a c o n t e c i m i e n t o , hallábase en u n
país lejano, d o n d e la e n c o n t r ó S e g i s m u n d o , el a m i g o
d e Nataniel. Era t o d a v í a u n a m u j e r joven y h e r m o s a , ANNUNZIATA
y estaba á la p u e r t a d e u n a casita d e c a m p o ; cerca d e
ella, u n h o m b r e de fisonomía d u l c e y g r a v e , e s t r e c h á -
bale la m a n o m i r á n d o l a con a m o r , y d o s g r a c i o s o s
niños j u g a b a n á s u s p i e s s o b r e el c é s p e d e s m a l t a d o d e
flores.

UNIVERSIDAD DE NUEVO L E O «

BIBLIOTECA \ m m R l M
"ALFOt^O R ü a s r ,
• ido. 1625 MONl^RCT.MEWGi
 E. TEODORO HOFFMANN

del p u e b l o q u i s i e r o n s u b i r á la t o r r e á fin d e a p o d e r a r -
se del loco, c u y a exaltación h a c í a t e m b l a r á t o d o s los
espectadores.
— ¡ B a h , b a h ! — e x c l a m ó C o p p e l i u s — d e j a d l e , q u e ya
s a b r á él b a j a r solo.
Y c o m o m i r a s e con la boca a b i e r t a las e v o l u c i o n e s
del p o b r e Nataniel, e s t e ú l t i m o , q u e a c a b a b a d e incli-
n a r s e s o b r e la b a l a u s t r a d a , divisóle d e p r o n t o , le reco-
noció, y p r o f i r i e n d o u n a c a r c a j a d a diabólica, p r e c i p i -
t ó s e d e cabeza...
Levantáronle destrozado, mientras q u e Coppelius
se p e r d í a e n t r e la m u l t i t u d . A l g u n o s a ñ o s d e s p u é s ,
Clara, q u e h a b í a a b a n d o n a d o la c i u d a d d e s p u é s d e
a q u e l d e s g r a c i a d o a c o n t e c i m i e n t o , hallábase en u n
país lejano, d o n d e la e n c o n t r ó S e g i s m u n d o , el a m i g o
d e Nataniel. Era t o d a v í a u n a m u j e r joven y h e r m o s a , ANNUNZIATA
y estaba á la p u e r t a d e u n a casita d e c a m p o ; cerca d e
ella, u n h o m b r e de fisonomía d u l c e y g r a v e , e s t r e c h á -
bale la m a n o m i r á n d o l a con a m o r , y d o s g r a c i o s o s
niños j u g a b a n á s u s p i e s s o b r e el c é s p e d e s m a l t a d o d e
flores.

U N I V E R S I D A D DE N U E V O L E O «

BIBLIOTECA \ m m R l M
"ALFOt^O R ü a s r ,
• ido. 1625 MONl^RCT.MEWGi
 ANNUNZIATA

|AGANINO Doria, u n o d e los m e j o r e s c a p i t a n e s

g e n o v e s e s , a c a b a b a d e alcanzar u n a s a n -
g r i e n t a victoria s o b r e los venecianos, en el
m e s d e Agosto d e 1354, t o m á n d o l e s la c i u d a d
d e P a r e n z o . S u s g a l e r a s t r i u n f a n t e s c r u z a b a n el gol-
fo, f r e n t e á Venecia, c o m o esas a v e s d e r a p i ñ a q u e
con r á p i d o vuelo h i e n d e n los aires, r a s a n las o n d a s y
p e r s i g u e n t o d o c u a n t o se p r e s e n t a á su v o r a c i d a d .
P a r a la r e i n a del Adriático era a q u e l u n día d e luto
y d e c o n s t e r n a c i ó n ; la nobleza y el p u e b l o e s p e r a b a n
los m a y o r e s d e s a s t r e s , y creíase q u e sólo u n p r o d i g i o
podía salvar á la r e p ú b l i c a . C u a n t o s f u e r o n c a p a c e s
d e llevar a r m a s c o n v o c á r o n s e en el p u e r t o de S a n Ni-
colás; r e u n i é r o n s e los barcos i n ú t i l e s y se c o r t a r o n
árboles seculares p a r a f o r m a r b a r r i c a d a s , y d o b l á r o n s e
las c a d e n a s q u e c e r r a b a n la e n t r a d a d e las l a g u n a s ,
á fin d e o p o n e r u n f u e r t e obstáculo á la flota e n e -
m i g a . P o r t o d a s p a r t e s r e s o n a b a el c h o q u e d e las
a r m a s , a p r e s t a d a s con p r e m u r a , y el s o r d o e s t r é p i t o
d e las m o l e s d e p i e d r a y de las vigas q u e se a m o n t o -
n a b a n e n el p u e r t o ; m i e n t r a s q u e los a g e n t e s d e la Se-
ñ o r í a , c o n v o c a d o s en el Rialto, a g o t a r o n sus e s f u e r z o s
p a r a n e g o c i a r á t o d a costa u n e m p r é s t i t o , p o r q u e el
t e s o r o público, c o m p l e t a m e n t e e x h a u s t o , h a b í a d e
hacer m u y pronto imposible toda resistencia. En medio
d e aquella c a l a m i d a d g e n e r a l o c u r r i ó u n a n u e v a des-
gracia q u e parecía u n p r e s a g i o d e i n e v i t a b l e r u i n a : el
Dux A n d r é s Dándolo e s t a b a a g o n i z a n d o , a g o b i a d o d e
p e s a r p o r los m a l e s d e la p a t r i a . C u a n d o la c a m p a n a
d e S a n Marcos a n u n c i ó esta l ú g u b r e noticia, el des-
aliento llegó á su colmo en la c i u d a d ; los sitiados per-
d i e r o n t o d a esperanza d e salvación, c o m o si el a n c i a n o
Dux d e b i e r a llevarse á la t u m b a el P a l a d i ó n d e las li-
b e r t a d e s y del p o d e r í o d e V e n e c i a ; y sin e m b a r g o , la
p é r d i d a d e Dándolo n o e r a i r r e p a r a b l e , p o r q u e este
Dux, a m i g o d e la paz, y ya d e e d a d a v a n z a d a , no p o d í a
p r e s i d i r e f i c a z m e n t e las difíciles o p e r a c i o n e s d e u n
sitio. Era h o m b r e n a c i d o p a r a h a c e r el b i e n ; p e r o , poco
capaz de g r a n d e s cosas, m e j o r sabía e s t u d i a r el c u r s o
d e los a s t r o s q u e los m a n e j o s d e la política, y e r a m á s
a p t o p a r a o r d e n a r u n a procesión q u e p a r a d i r i g i r
los m o v i m i e n t o s d e u n ejército. P a r a la salvación d e
t o d o s se debía elegir, p u e s , u n Dux q u e f u e s e á la vez
h o m b r e d e consejo y d e acción, y q u e p u d i e r a o p o n e r
á las a m e n a z a s del e n e m i g o la a u t o r i d a d d e u n n o m b r e
t e m i b l e . L o s patricios se r e u n i e r o n en S a n M a r c o s
p a r a p r o c e d e r á e s t a elección, y d e s p u é s d e u n largo y
triste d e b a t e s o b r e las d e s g r a c i a s d e la p a t r i a , el pa-
tricio m á s anciano, M a r i n o Bodoeri, se levantó p a r a
t o m a r la p a l a b r a .
«No b u s q u é i s a q u í , dijo á s u s colegas, el s a l v a d o r d e
la r e p ú b l i c a , p o r q u e en e s t e m o m e n t o se halla e n
F r a n c i a , e n . A v i g n o n : es M a r i n o Faliero, n u e s t r o e m -
b a j a d o r cerca del p a p a Inocencio; y y o p r o p o n g o ele-
v a r l e al s o b e r a n o p o d e r , p o r q u e sólo en él r e s i d e nues-
t r a e s p e r a n z a ; hábil p a r a el consejo y f u e r t e p a r a la
acción, n o s salvará d e los peligros q u e nos r o d e a n . A
p e s a r d e s u s o c h e n t a a ñ o s , y p o r m á s q u e su cabello
h a y a b l a n q u e a d o en r u d a s f a t i g a s , r e c o r d a d la noble
c o n d u c t a q u e o b s e r v ó en o t r a época en el m a r N e g r o ,
c u a n d o era proveedor d e las g a l e r a s de V e n e c i a ; recor-
dad los e m i n e n t e s servicios q u e le v a l i e r o n , d e p a r t e
d e los procuradores d e S a n Marcos, la d o n a c i ó n del
rico c o n d a d o d e V a l d e m a r i n o . »
E s t e d i s c u r s o de Bodoeri p r o d u j o u n a viva i m p r e -
sión en la A s a m b l e a ; el o r a d o r s u p o v e n c e r h á b i l m e n t e
la oposición de a l g u n o s p a t r i c i o s ; y F a l i e r o f u é n o m -
brado por unanimidad. Las aclamaciones q u e saluda-
r o n la elección del n u e v o Dux c o n s i d e r á r o n s e c o m o
u n a g a r a n t í a d e éxito p a r a el p o r v e n i r , c o m o u n a ver-
d a d e r a i n s p i r a c i ó n del cielo; y m u y p r o n t o se olvidó
el r e i n a d o p a t e r n a l del d i f u n t o s o b e r a n o , h a s t a por
aquellos q u e m á s v i v a m e n t e d e p l o r a b a n s u p é r d i d a .
«Si h u b i é r a m o s t e n i d o á M a r i n o Faliero, decían a l g u -
nos, los b a r c o s d e P a g a n i n o Doria n o i n v a d i r í a n a h o r a
n u e s t r a s playas.» V a r i o s soldados inválidos r e c o r r í a n
la c i u d a d g r i t a n d o : «¡ Viva M a r i n o Faliero, el v e n c e -
d o r d e M o r b a s s a n !» C a d a c u a l c o n t a b a á porfía a l g u n a
a n é c d o t a d e la vida ó d e las h a z a ñ a s m i l i t a r e s del
n u e v o Dux, y el e n t u s i a s m o llegó m u y p r o n t o á su
c o l m o ; p o r t o d a s p a r t e s o í a n s e g r i t o s d e alegría y
c a n t o s d e t r i u n f o , c o m o si la flota g e n o v e s a h u b i e r a
llenado ya con s u s d e s p o j o s la playa del Adriático.
P o c o d e s p u é s , el r e g r e s o d e las g a l e r a s v e n e c i a n a s ,
c o n d u c i d a s á C e r d e ñ a p o r Nicolo Pisani, obligó á Doria
á d e j a r s u posición p a r a e v i t a r u n a s o r p r e s a , y este in-
c i d e n t e r e a n i m ó el valor d e todos, p a r e c i e n d o u n feliz
a u g u r i o p a r a el r e i n a d o del n u e v o Dux.—Doce p a t r i -
cios, escoltados p o r u n s é q u i t o i m p o n e n t e , f u e r o n al
p u n t o en d i p u t a c i ó n á V e r o n a , d o n d e r e v i s t i e r o n á
F a l i e r o d e la p ú r p u r a d u c a l ; y q u i n c e g ó n d o l a s del
E s t a d o , m a n d a d a s p o r el P o d e s t á d e C h i o g g i a y s u
hijo T a d e o G i u s t i n i a n o , salieron al e n c u e n t r o del
Dux h a s t a Giozzo, á fin d e c o n d u c i r l e con t o d a s o -
l e m n i d a d á S a n C l e m e n t e , d o n d e le e s p e r a b a el Bu-
centauro.
E n el m o m e n t o en q u e M a r i n o Faliero se e m b a r c a -
ba, e n la n o c h e del t e r c e r dia d e O c t u b r e d e 1354, u n
p o b r e joven e s t a b a e c h a d o j u n t o á los pilares d e m á r -
m o l q u e sostienen el f r o n t i s d e la D o g a n a ; sólo c u b r í a n
su c u e r p o a l g u n o s a n d r a j o s , restos al p a r e c e r d e u n a
casaca d e m a r i n e r o ; p e r o á t r a v é s d e s u s d e s g a r r o n e s
reconocíase, p o r el blanco p e c h o del joven y s u s deli-
c a d a s m a n o s , q u e d e b í a p e r t e n e c e r á a l g u n a noble f a -
milia. C o m o e s t a b a m u y flaco, m a r c á b a s e m e j o r la re-
g u l a r i d a d d e s u s f o r m a s ; su cabello d e color c a s t a ñ o
f o r m a b a rizos sobre la f r e n t e ; su nariz a g u i l e ñ a y el
fino c o n t o r n o d e su boca i n d i c a b a n q u e su m i s e r i a del
m o m e n t o debía ser resultado de alguna desgracia.
A q u e l joven estaba e c h a d o s o b r e las b a l d o s a s d e la
D o g a n a , con la cabeza a p o y a d a en el b r a z o d e r e c h o ; el
i z q u i e r d o e s t a b a e n v u e l t o en u n v e n d a j e m a n c h a d o d e
s a n g r e ; y sus m i r a d a s fijábanse con e x p r e s i ó n s o m b r í a
en el m a r .
Era la h o r a en q u e t o d o s los t r a b a j o s c e s a n ; el r u i d o
del p u e r t o y los g r i t o s d e los m a r i n e r o s e x t i n g u í a n s e
g r a d u a l m e n t e , y sólo se oía á lo lejos el r u m o r p r o d u -
cido p o r las m i l g ó n d o l a s m i s t e r i o s a s q u e d u r a n t e la
n o c h e p a s e a n en t o d o s s e n t i d o s los a m o r e s de Venecia.
El p o b r e joven c o n t i n u a b a solo, con su dolor y s u s pa-
d e c i m i e n t o s ; s u s f u e r z a s se a g o t a b a n p o r i n s t a n t e s , y
ya iba á p e r d e r el c o n o c i m i e n t o c u a n d o u n a voz cas-
cada y p l a ñ i d e r a m u r m u r ó m u y cerca d e é l :
— ¡ A n t o - n i o , q u e r i d o Antonio!...
El i n t e r p e l a d o l e v a n t ó p e n o s a m e n t e la cabeza, y ha-
ciendo u n e s f u e r z o p a r a m i r a r hacia la Dogana, con-
testó con a p a g a d a voz:
— ¿ Q u i é n está a h í ? ¿ Q u i é n m e l l a m a ? ¿ E s a l g u n a
p e r s o n a caritativa q u e q u i e r e a r r o j a r m i c u e r p o al
a g u a , ya q u e voy á m o r i r ?
E n a q u e l m i s m o i n s t a n t e , u n a a n c i a n a se acercó c o -
jeando al h e r i d o , é inclinándose s o b r e él, m u r m u r ó
con s a r d ó n i c a s o n r i s a :
—Joven loco, ¿ q u i e r e s m o r i r p r e c i s a m e n t e c u a n d o
te llega la .felicidad? ¿ves allá a b a j o , en el h o r i z o n t e ,
a q u e l l a s o n d a s d e oro m a t i z a d a s por la p ú r p u r a del
cielo ? P u e s esa es la señal d e t u f o r t u n a . Valor, p u e s ,
A n t o n i o ; la inanición te hace c r e e r q u e vas á m o r i r
s o b r e e s a s p i e d r a s ; p e r o no será a s í ; es p r e c i s o q u e
c o m a s , q u e b e b a s y te r e a n i m e s .
Antonio reconoció en la a n c i a n a á u n a m e n d i g a m e d i o
loca á q u i e n á m e n u d o veía a c u r r u c a d a á la p u e r t a del
c l a u s t r o d e los f r a n c i s c a n o s , s i e m p r e con el s a r c a s m o
ó la s o n r i s a en la boca, y á la cual h a b í a d a d o l i m o s n a
m á s d e u n a vez.
— D e j a d m e en paz, vieja b r u j a — c o n t e s t ó con i m p a -
ciencia;—el h a m b r e , m á s q u e m i h e r i d a , es la q u e m e
tiene t e n d i d o a q u í c o m o u n p e r r o , p u e s h a c e t r e s d í a s
q u e n o gano-con q u é c o m p r a r u n p e d a z o de p a n ; q u e -
ría a r r a s t r a r m e h a s t a el m o n a s t e r i o p a r a p e d i r u n poco
d e s o p a d e los p o b r e s , p e r o ha p a s a d o ya la h o r a d e
la d i s t r i b u c i ó n , y t o d o s m i s c o m p a ñ e r o s se h a n ido sin
q u e n i n g u n o t u v i e s e la h u m a n i d a d d e r e c o g e r m e en
su barca. Mejor q u i e r o m o r i r q u e p a d e c e r m á s t i e m p o .
— ¡ H i , hi, h i ! — m u r m u r ó la v i e j a — ¿ p o r q u é h a s d e
p e r d e r la e s p e r a n z a ? Dices q u e tienes sed y h a m b r e ;
p u e s bien, a q u í hay con q u é s a t i s f a c e r u n a y o t r a ;
come esos pececillos secos q u e a c a b o d e c o m p r a r a h o r a
e n l a Z e c c a ; b e b e la l i m o n a d a q u e te t r a i g o , y a q u í
t i e n e s t a m b i é n pan t i e r n o ; t o m a t o d o esto, hijo m í o , y
c u a n d o concluyas, p r o c u r a r e m o s c u r a r t u brazo h e r i d o .
 Así d i c i e n d o , la a n c i a n a sacaba d e u n z u r r ó n las pro-
visiones q u e t a n l i b e r a l m e n t e ofrecía.
C u a n d o A n t o n i o h u b o r e f r e s c a d o s u s a r d i e n t e s la-
bios, y c o m i d o con la m e j o r g a n a lo q u e su protec-
t o r a a c a b a b a d e d a r l e , la a n c i a n a e x a m i n ó la h e r i d a
con t i e r n a solicitud ; el brazo estaba m u y m a g u l l a d o ,
m a s n o e r a difícil la c u r a c i ó n . La vieja practicó v a r i a s
fricciones con u n poco d e u n g ü e n t o q u e llevaba en u n a
cajita, y c o n t i n u a n d o su conversación con A n t o n i o ,
preguntóle:
—¿Quién te h a g o l p e a d o t a n b á r b a r a m e n t e , hijo mío?
A n t o n i o , q u e h a b í a c o b r a d o u n poco su vigor, levan-
tóse al oir esta p r e g u n t a , y con la m i r a d a a r d i e n t e y
la m a n o d e r e c h a c r i s p a d a , e x c l a m ó :
—¡Es Nicolás el m a r i n e r o , q u e s i e m p r e tiene envidia
d e m í c u a n d o a l g u n a m a n o b i e n h e c h o r a m e alarga u n a
m o n e d a ! Ya sabes, b u e n a m u j e r , q u e yo m e g a n a b a la
vida d e s c a r g a n d o f a r d o s en el p u e r t o y c o n d u c i é n d o l o s
d e s p u é s á los a l m a c e n e s a l e m a n e s , en el Fontego.
Al oir la p a l a b r a F o n t e g o , la anciana c o m e n z ó á son-
reír, m u r m u r a n d o con e x t r a ñ a v o l u b i l i d a d :
— ¡Fontego, Fontego, Fontego!
— ¡Cállate y deja t u s o n r i s a e s t ú p i d a si q u i e r e s q u e
h a b l e ! — e x c l a m ó A n t o n i o , g o l p e a n d o el suelo con el
pie.
La vieja se calló y el joven c o n t i n u ó diciendo:
—Había r e u n i d o ya a l g u n o s c u a r t o s p a r a c o m p r a r
una casaca n u e v a , y m u y satisfecho de v e r m e u n poco
m á s d e c e n t e , m e c o n t r a t é en el g r e m i o d e g o n d o l e r o s .
C o m o s i e m p r e e s t a b a a l e g r e y e r a r o b u s t o y activo, y
sabía m u c h a s coplas para d i v e r t i r á m i s p a s a j e r o s ,
d i a r i a m e n t e recogía a l g u n a s m o n e d a s m á s q u e m i s
c a m a r a d a s ; p e r o m u y p r o n t o , envidiosos e s t o s de m i
b i e n e s t a r , c o n s i g u i e r o n i n d i s p o n e r m e con el p a t r ó n
d e m i g ó n d o l a y f u i d e s p e d i d o , v i é n d o m e obligado á
d e s e m p e ñ a r d e n u e v o el oficio d e c a r g a d o r . A h o r a
b i e n , hace t r e s d í a s q u e , h a l l á n d o m e cerca d e S a n
S e b a s t i á n , a q u e l l o s i n d i g n o s c o m p a ñ e r o s la e m p r e n -
d i e r o n c o n m i g o a p e d r a d a s y á palos, c u a n d o m e o c u -
p a b a en d e s c a r g a r u n b a r c o ; m e d e f e n d í c o m o u n
león; p e r o el c o b a r d e Nicolás m e asestó por la e s p a l d a
u n g o l p e con u n r e m o , a u n q u e p o r f o r t u n a n o hizo
m á s q u e m a g u l l a r m e el brazo i z q u i e r d o . . . Ese u n -
g ü e n t o con q u e m e h a s f r i c c i o n a d o m e p r o d u c e ya
m u c h o alivio, y si Dios q u i e r e , p a r é c e m e q u e p r o n t o
r e c o b r a r é t o d o m i vigor.
Y c o m o A n t o n i o a g i t a r a su brazo e n el aire con n o
poca satisfacción, h a c i e n d o d e s p u é s el m o v i m i e n t o
p r o p i o p a r a r e m a r , la vieja le dijo con voz profética:
— ¡ R e m a , hijo m í o , r e m a sin t e m o r , p u e s ya se
acerca á ti la f o r t u n a ; el oro brilla en m e d i o d e los
f u l g o r e s del sol p o n i e n t e ; r e m a u n a vez m á s , p o r q u e
será la ú l t i m a ! . . .
Antonio n o e s c u c h a b a ya las e x c l a m a c i o n e s d e la
vieja, p o r q u e en a q u e l m o m e n t o ofrecíase á su vista u n
e s p e c t á c u l o m a g n í f i c o : d e s d e S a n C l e m e n t e , el Bucen-
lauro a v a n z a b a m a j e s t u o s o c o m o u n g i g a n t e s c o cisne,
e m p a v e s a d o con el león a d r i á t i c o y c o r t a n d o las olas
bajo el e s f u e r z o d e los r e m e r o s ; al r e d e d o r , en el remo-
lino d e las o n d a s , saltaban mil g ó n d o l a s a d o r n a d a s con
b a n d e r o l a s d e t o d o s c o l o r e s ; y el h o r i z o n t e d e las
l a g u n a s , a b r a s a d o por los e s p l e n d o r e s del sol p o n i e n t e ,
p r o y e c t a b a sobre a q u e l a n i m a d o cortejo y en los edi-
ficios d e Venecia los ú l t i m o s r a y o s del a s t r o r e y ; p e r o
m i e n t r a s q u e A n t o n i o , s e d u c i d o por a q u e l l a visión
m a r a v i l l o s a , olvidaba s u s p e n a s e n m e d i o d e su m u d a
c o n t e m p l a c i ó n , el f o n d o del cielo se e n r o j e c í a cada vez
m á s , el v i e n t o a r r e c i a b a , y u n t r u e n o s o r d o a n u n c i a b a
q u e la t e m p e s t a d n o t a r d a r í a en estallar. Poco d e s -
pués, una nube sombría, semejante á una inmensa
cortina d e p l o m o , se e x t e n d i ó por el cielo; las a g u a s
del golfo se a g i t a r o n , y el Bucentauro g i m i ó al p r i m e r
hálito de la t e m p e s t a d , p a r e c i e n d o q u e iba á ser ab-
s o r b i d o d e u n m o m e n t o á o t r o . A los a l e g r e s c a n t o s
q u e a n t e s se oían, s u c e d í a n s e los g r i t o s de t e r r o r de
los m a r i n e r o s y del p u e b l o , q u e a c u d í a p r e s u r o s o á la
playa.
A n t o n i o s e g u í a con ojo a t e n t o a q u e l d e s o r d e n s i e m -
p r e c r e c i e n t e ; p e r o d e p r o n t o h i r i ó s u oído u n r u m o r
d e c a d e n a s , y al volver la cabeza, vio q u e el h u r a c á n
m a l t r a t a b a á u n bote a m a r r a d o en el m u r o : d e s a t a r la
e m b a r c a c i ó n , e m p u ñ a r los r e m o s y lanzarla s o b r e las
olas, f u é p a r a el joven m a r i n e r o a s u n t o d e u n i n s t a n -
t e . L o s g r i t o s d e a n g u s t i a llegaban á su oído cada vez
m á s d e s g a r r a d o r e s : «¡ Salvad al Dux, salvad al D u x ! »
decían, y por todas partes llegaban numerosas barqui-
llas; p e r o sólo el h o m b r e q u e al p a r e c e r debía n a u f r a -
g a r , c o n s i g u i ó llegar al l u g a r del peligro; m i e n t r a s
q u e los e s f u e r z o s c o m b i n a d o s d e la m u l t i t u d e r a n in-
f r u c t u o s o s . La P r o v i d e n c i a h a b í a elegido al p o b r e
A n t o n i o p a r a salvar al Dux; y sólo su bote, bien go-
b e r n a d o á p e s a r d e las e n f u r e c i d a s olas q u e le asalta-
ban, g a n ó la p r o a del Bucentauro. Marino Faliero, de
pie en el p u e n t e del b u q u e , en u n a a c t i t u d t r a n q u i l a
y m a j e s t u o s a , c o n t e m p l a b a con r e s i g n a c i ó n el peligro,
q u e iba en a u m e n t o d e m i n u t o en m i n u t o ; p e r o c u a n -
d o A n t o n i o a r r o j ó su g a r f i o d e h i e r r o p a r a a t r a c a r al
costado, el Dux r e c o b r ó al p a r e c e r el vigor d e s u ju-
v e n t u d , y saltó con t a n t a destreza c o m o el m á s e x p e r t o
m a r i n e r o . A n t o n i o , orgulloso d e llevar t a n noble car-
g a , e n d e r e z ó el r u m b o hacia la orilla, y c o n d u j o al
f u t u r o s o b e r a n o sano y salvo h a s t a la plaza d e San
Marcos. El Dux, e m p a p a d o t o d a v í a con el a g u a del
m a r , dirigióse á la iglesia, d o n d e se t e r m i n a r o n las
c e r e m o n i a s d e la c o r o n a c i ó n . El p u e b l o estaba p o s e í d o
d e e s p a n t o , así c o m o la S e ñ o r í a ; t o d o el m u n d o bus-
c a b a v a g o s p r e s a g i o s en los i n c i d e n t e s d e a q u e l d í a ; y
o b s e r v ó s e p a r t i c u l a r m e n t e q u e en la p r e c i p i t a c i ó n , in-
separable del d e s o r d e n d e s e m e j a n t e m o m e n t o , el Dux
había p a s a d o e n t r e las d o s c o l u m n a s q u e señalan el
sitio d e las e j e c u c i o n e s s a n g r i e n t a s .
Nadie h a b í a p e n s a d o al p a r e c e r en el salvador del
Dux; el m i s m o A n t o n i o , r e n d i d o d e cansancio, y p a -
d e c i e n d o m á s q u e n u n c a p o r efecto d e su h e r i d a mal
cicatrizada, h a b í a s e r e t i r a d o sin p e n s a r en el p r e m i o
q u e su a b n e g a c i ó n m e r e c í a , y estaba e c h a d o , casi m o -
r i b u n d o , en la escalinata del palacio d u c a l . G r a n d e f u é
sú s o r p r e s a c u a n d o , h a c i a la caída d e la t a r d e , vió
a c e r c a r s e á él u n g u a r d i a noble, q u e le c o n d u j o , a u n
vacilante, á las habitaciones del Dux. Marino F a l i e r o
le salió al e n c u e n t r o , y e n t r e g á n d o l e d o s bolsas bien
r e p l e t a s , le dijo:
— A m i g o m í o , hoy m e h a s d a d o u n a p r u e b a d e q u e
t i e n e s valor y corazón, y c o m o toda v i r t u d m e r e c e su
r e c o m p e n s a , e s p e r o q u e a d m i t a s estos, t r e s mil ce-
q u í e s ; si q u i e r e s m á s , habla sin t e m o r , p u e s n a d a
p u e d o rehusarte; pero no vuelvas á presentarte jamás
á m i vista.
Al p r o n u n c i a r e s t a s p a l a b r a s , la. fisonomía del an-
ciano c a m b i ó del todo; s u s ojos b r i l l a r o n con s o m b r í o
f u l g o r , y su nariz se e n r o j e c i ó ; p e r o A n t o n i o n o se
fijó en esta s i n g u l a r i d a d , p e n s a n d o sólo, t a n t a e r a su
alegria al verse p o s e e d o r d e u n p e q u e ñ o tesoro, q u e
le p a r e c í a m u y bien g a n a d o á costa d e su vida.
Al día s i g u i e n t e , M a r i n o F a l i e r o , revestido d e la
p ú r p u r a s o b e r a n a y a s o m a d o al balcón d e su palacio,
c o n t e m p l a b a d i s t r a í d a m e n t e al p u e b l o , e n t r e g a d o á
las d i v e r s i o n e s p ú b l i c a s . Bodoeri, su a m i g o d e la in-
fancia, e s t u d i a b a ansioso en su fisonomía las señales
d e u n p e s a r secreto: en a q u e l m o m e n t o e s t a b a n solos.
— V a m o s , Faliero—díjole s o n r i e n d o p a r a d i s t r a e r l e
d e su p r e o c u p a c i ó n . — ¿ C u á l es la causa d e la s o m b r í a
tristeza q u e al p a r e c e r os agobia ? ¿ S e r á p o r v e n t u r a
q u e la corona d u c a l os a b r a s a ya la f r e n t e ?
IX
 Esta i n t e r p e l a c i ó n d e s a g r a d ó al D u x ; p e r o n o se le
o c u l t a b a q u e d e b í a su elección á B o d o e r i , y q u e la in-
fluencia d e e s t e p a t r i c i o e r a i n m e n s a , p o r lo cual,
r e p r i m i e n d o u n a r r a n q u e d e m a l h u m o r , contestó q u e
s u p r e o c u p a c i ó n n o reconocía m á s causa q u e la u r g e n -
cia d e a d o p t a r m e d i d a s p a r a c o m b a t i r al e n e m i g o .
— L o s d e t a l l e s — r e p u s o B o d o e r i — n o deben p e r t u r -
b a r v u e s t r a t r a n q u i l i d a d d e e s p í r i t u , p u e s a h o r a se
d i s c u t i r á en el S e n a d o el plan p a r a d e f e n d e r l a c i u d a d .
No h e v e n i d o t e m p r a n o á v i s i t a r o s p a r a h a b l a r d e
g u e r r a , n o ; el a s u n t o d e q u e d e s e o h a b l a r o s sólo inte-
resa á vos... ¿No lo a d i v i n á i s ? . . . V e n g o á p r o p o n e r o s
un matrimonio...
— ¿ U n m a t r i m o n i o ? ¡Vaya u n a o c u r r e n c i a ! — excla-
m ó el D u x volviendo la e s p a l d a á su amigo.—El día d e
la Ascensión está lejos a ú n , y d e a q u í á e n t o n c e s espe-
ro q u e , con a y u d a d e Dios, el Adriático, i l u s t r a d o
p o r m i s victorias, p o d r á recibir o r g u l l o s o m i anillo d e
boda.
—¿Y q u i é n os h a b l a — r e p l i c ó Bodoeri con i m p a c i e n -
c i a — d e las fiestas d e la Ascensión y del m i s t e r i o s o
m a t r i m o n i o d e los D u x con el Adriático ? ¿ E s la m a r
u n a e s p o s a t a n fiel, q u e p o d á i s c o n s i d e r a r l a c o m o
ú n i c o o b j e t o d e e t e r n o s a m o r e s ? ¿ N o conocéis acaso
s u s p e r f i d i a s ? Á c a d a n u e v o r e i n a d o r e c i b e u n anillo,
cual t r i b u t o d e esclavos q u e s u c e s i v a m e n t e le p a g a n
los s o b e r a n o s d e V e n e c i a . Yo creía, Faliero, q u e u n a
vez elevado á la c u m b r e del p o d e r , elegiríais la m á s
h e r m o s a d e las h i j a s d e la t i e r r a .
— ¿ A m i e d a d ? — m u r m u r ó F a l i e r o . — ¿ N o veis q u e
e s t o y q u e b r a n t a d o ya p o r los t r a b a j o s d e la vida ?
Y por otra parte ¿cómo podría amar?...
— ¡ C ó m o 1 ¿ se ha d e m e d i r la v i d a p o r la s u m a d e
los a ñ o s y p o r la g r a n d i o s i d a d d e las o b r a s llevadas á
c a b o ? ¿ Será posible q u e al Dux de Venecia le parezca
p e s a d o el acero e n la m a n o , y q u e al s u b i r la escalera
del palacio d u c a l h a y a s e n t i d o flaquear s u s rodillas
bajo el m a n t o d e la p ú r p u r a ?...
— ¿ Q u i é n dice tal cosa ? — e x c l a m ó Faliero, alzando
la voz. — ¡ No; p o n g o p o r testigo á S a n Marcos d e q u e
n o t e n g o el brazo m á s débil, ni el p a s o m e n o s s e g u r o
q u e en m i s m e j o r e s d í a s ! . . .
— En tal caso — r e p u s o B o d o e r i — a ú n es t i e m p o d e
r e c o g e r las m á s bellas flores d e la vida: elevad al g r a d o
s u p r e m o á la m u j e r q u e y o os p r o p o n d r é , y t o d a Ve-
necia a p r o b a r á v u e s t r a elección...
Y a p r o v e c h a n d o el m o m e n t o en q u e el Dux se exal-
t a b a á p e s a r d e s u s o c h e n t a años, Bodoeri hizo el
r e t r a t o m á s s e d u c t o r de la joven á q u i e n se r e f e r í a , e n -
salzando sus p e r f e c c i o n e s : sólo f a l t a b a d e c i r el n o m -
b r e . Cada p a l a b r a p r o d u c í a su e f e c t o ; las facciones
m a r c h i t a s d e Marino se d i l a t a b a n , y sus labios se es-
t r e m e c í a n , c o m o si en a q u e l m o m e n t o h u b i e s e b e b i d o
el m á s delicioso licor d e S i r a c u s a .
— ¡Hola, hola.!—exclamó—¿Y q u i é n es ese t e s o r o d e
belleza ?
— E s m i sobrinita — replicó Bodoeri;—de ella t e n g o
el h o n o r d e h a b l a r á V u e s t r a Gracia.
— ¡ V u e s t r a s o b r i n a , B o d o e r i ! Yo creí q u e estaba ca-
s a d a h a c e m u c h o t i e m p o con B e r t u c c i o Nenolo, cuan-
d o y o e r a P o d e s t á d e Trevisa.
— V u e s t r a Gracia se r e f i e r e sin d u d a á m i sobrina
F r a n c i s c a ; la joven q u e y o o s p r o p o n g o es su hija.
Nenolo p e r e c i ó en u n c o m b a t e naval; su d e s c o n s o l a d a
v i u d a se r e t i r ó á u n claustro en R o m a , y y o e d u q u é á
su hija A n n u n z i a t a en m i q u i n t a d e T r e v i s a , oculta á
t o d a s las m i r a d a s y en el r e t i r o m á s c o m p l e t o . E s u n a
h e r m o s a joven, q u e a p e n a s c u e n t a diez y n u e v e años,
y q u e se r e c o m i e n d a t a n t o por las s e d u c c i o n e s de la
belleza c o m o p o r el e n c a n t o d e s u s v i r t u d e s ; será s u m i -
sa c o m o u n a n i ñ a , y fiel c o m o u n a e s p o s a a g r a d e c i d a .
—¡Quiero verla, q u i e r o verla ¡ — i n t e r r u m p i ó el Dux,
q u e m e n t a l m e n t e se r e t r a t ó al p u n t o con los m á s vivos
colores la i m a g e n d e la h e r m o s a A n n u n z i a t a .
A l g u n a s h o r a s d e s p u é s , al salir del Consejo, M a r i n o
F a l i e r o e n c o n t r ó á su paso á la maravillosa joven, en
la cual c i f r a b a Bodoeri t o d a s s u s e s p e r a n z a s d e alcan-
z a r p r o n t o el p o d e r . El a s p e c t o solo d e A n n u n z i a t a per-
t u r b ó al Dux d e tal m o d o , q u e s u s labios n o p u d i e r o n
p r o n u n c i a r m á s q u e a l g u n a s p a l a b r a s sin ilación;
m i e n t r a s q u e la joven, a l e c c i o n a d a ya sin d u d a s o b r e
la m a n e r a d e c o n d u c i r s e a n t e el s o b e r a n o , arrodillóse
r u b o r i z á n d o s e , y besó la m a n o q u e el Dux le p r e s e n -
t a b a , diciéndole con voz t a n c o n m o v i d a q u e a p e n a s se
la o y ó :
—¿Se d i g n a r á V u e s t r a Gracia c o n c e d e r m e el i n s i g n e
h o n o r d e p e r m i t i r q u e m e siente á su lado en el t r o n o
d u c a l ? T o d a la vida d e v u e s t r a h u m i l d e s e r v i d o r a n o
bastaría para pagar semejante favor.
M a r i n o F a l i e r o se e s t r e m e c i ó de placer al e s c u c h a r
a q u e l l a voz celestial; el c o n t a c t o de la m a n o d e A n n u n -
ziata p r o d u j o e n s u s n e r v i o s u n a s a c u d i d a eléctrica;
parecióle q u e u n a n u b e v e l a b a s u s ojos, sus p i e r n a s
f l a q u e a r o n , r e t r o c e d i ó a l g u n o s p a s o s vacilante, c o m o
si e s t u v i e r a e b r i o , y d e j ó s e c a e r en u n g r a n sillón.
Bodoeri, con la vista fija en el Dux, p r o c u r a b a r e p r i -
m i r la risa q u e le c a u s a b a la s i t u a c i ó n l a m e n t a b l e d e
s u anciano amigo, y desde luego comprendió todo
c u a n t o podía e s p e r a r d e a q u e l p r i m e r éxito. L a ino-
c e n t e A n n u n z i a t a , p o r su p a r t e , n o s o s p e c h a b a q u e
iba á ser v e n d i d a al a n c i a n o c o r o n a d o . N i n g ú n t e s t i g o
p r e s e n c i a b a a q u e l l a escena. F a l i e r o p a r e c í a reflexio-
n a r ; sin d u d a p e n s a b a q u e su u n i ó n con u n a joven d e
diez y n u e v e a ñ o s le p o n d r í a en ridículo á los ojos del
p u e b l o ; p e r o el hábil B o d o e r i le hizo v a r i a s observa-
ciones, y a m b o s r e s o l v i e r o n , d e c o m ú n a c u e r d o , q u e
el m a t r i m o n i o se e f e c t u a r a s e c r e t a m e n t e ; A n n u n z i a t a
sería p r e s e n t a d a á la nobleza y al p u e b l o como e s p o s a
d e F a l i e r o d e s d e hacía a l g u n o s años, a p a r e n t á n d o s e
q u e llegaba d e T r e v i s a , d o n d e h a b í a vivido c u a n d o el
Dux era e m b a j a d o r en A v i g n o n .
D i r i j a m o s a h o r a u n a m i r a d a á cierto joven lujosa-
m e n t e e n g a l a n a d o q u e se pasea en el Rialto, h a b l a n d o
con j u d í o s , t u r c o s , a r m e n i o s y g r i e g o s ; en su m a n o
r e s u e n a u n a bolsa llena de m o n e d a s d e o r o ; p e r o pre-
coces a r r u g a s s u r c a n su f r e n t e , como si el dolor h u -
biese a c i b a r a d o ya su existencia; va y viene d e u n
lado á otro, d e t i é n e s e á veces, y d e s p u é s p r o s i g u e su
m a r c h a con e v i d e n t e i n q u i e t u d . De p r o n t o p a r e c e t o -
m a r una d e t e r m i n a c i ó n ; salta a u n a g ó n d o l a y h a c e
s e ñ a á los r e m e r o s p a r a q u e le c o n d u z c a n á la plaza
d e San Marcos. Llegado a q u í , comienza de n u e v o á
p a s e a r , con los brazos c r u z a d o s s o b r e el pecho y fija
la vista en t i e r r a : e n v a n o se e n t r e a b r e n las v e n t a n a s
á su paso y oye m u r m u r a r dulces p a l a b r a s ; no ve ni
o y e n a d a , y p r o s i g u e su c a m i n o . ¿ Q u i é n p o d r í a reco-
nocer en a q u e l joven al p o b r e A n t o n i o , á q u i e n d e j a -
m o s h e r i d o y h a m b r i e n t o sobre las baldosas d e la Do-
g a n a ? U n a voz bien conocida le s a l u d a en el m o m e n t o
d e p a s a r por d e l a n t e del atrio d e la iglesia d e S a n
M a r c o s ; vuelve la cabeza y ve á la a n c i a n a q u e el día
a n t e s le p r e d i j o su feliz a v e n t u r a ; b u s c a en su bolsa y
h a c e a d e m á n d e sacar a l g u n a s m o n e d a s .
—¡ G u a r d a t u oro ! —exclama la m e n d i g a — p u e s soy
m á s rica q u e t ú , hijo m í o ; p e r o si q u i e r e s o b s e q u i a r -
m e , r e g á l a m e u n a esclavina n u e v a q u e m e p r e s e r v e
del v i e n t o y d e la lluvia, y Dios te lo p a g u e . Sólo t e
r e c o m e n d a r é q u e h u y a s del Fontego, y no lo olvides.
Antonio m i r a b a con a i r e c o m p a s i v o á la p o b r e m u -
j e r ; su r e c o m e n d a c i ó n le pareció a b s u r d a , y p a r a q u e
n o le m o l e s t a s e con su insistencia, c o m e n z ó á t r a t a r
d e b r u j a y loca á la b u e n a anciana. Al oir a q u e l u l t r a -
je, la infeliz cayó sobre la escalinata c o m o h e r i d a del
r a y o , y el joven corrió á levantarla.
 —¡ O h , hijo mío ¡ — m u r m u r a b a con voz b a l b u c i e n t e m e n s o vacío en m i s r e c u e r d o s . Más t a r d e h a l l á b a m e
— ¿ q u é m a l te h e h e c h o para q u e m e t r a t e s a s í ? Si t ú e n u n brillante palacio, e n u n país n u e v o ; el h o m b r e
supieras... á q u i e n m e h a c í a n l l a m a r p a d r e tenía el a s p e c t o m a -
jestuoso c o m o u n p r í n c i p e ; h a b l a b a italiano, y yo
La p a l a b r a e s p i r ó en s u s labios, y o c u l t a n d o el ros-
a p r e n d í á t a r t a m u d e a r esta l e n g u a . C i e r t o día q u e se
t r o e n t r e los a n d r a j o s f o n q u e c u b r í a su c u e r p o , co-
hallaba a u s e n t e , a l g u n o s h o m b r e s d e mala t r a z a llega-
menzó á sollozar. A n t o n i o c o m p a d e c i ó s e d e ella al ver-
r o n h a s t a m í . «—¿Qué h a c e s e n esta casa? m e p r e g u n -
la así, hízola s e n t a r e n el p ó r t i c o d e S a n Marcos, y
tó u n o d e ellos.—Soy A n t o n i o , les c o n t e s t é , h i j o del
colocándose á su lado le d i j o :
señor á q u i e n p e r t e n e c e este palacio.» Aquellos b a n d i -
— B u e n a m u j e r , á ti te d e b o m i felicidad, p o r q u e sin
d o s m e d e s p o j a r o n d e m i rico t r a j e , y s a c á n d o m e f u e r a
t u auxilio n o h u b i e r a salvado al D u x ni g a n a d o t a m -
d e la casa, a m e n a z á r o n m e con m a t a r m e á g o l p e s si
poco los t r e s mil c e q u í e s ; p e r o p r e s c i n d i e n d o d e este
volvían á e n c o n t r a r m e . A corta d i s t a n c i a del palacio
servicio, d e b o c o n f e s a r q u e m e i n s p i r a s u n i n t e r é s
e n c o n t r é u n o d e n u e s t r o s criados, y el b u e n h o m b r e ,
irresistible, t a n t o q u e , c u a n d o t r a b a j a b a en el p u e r t o ,
c o g i é n d o m e en brazos, m e d i j o : «Ven, hijo m í o ; y a
g a n a n d o á d u r a s p e n a s el p a n d e c a d a día, creía co-
n o h a y p a r a ti en el m u n d o ni felicidad ni b i e n e s t a r ;
m e t e r u n a falta si d e j a b a d e d a r t e la l i m o s n a u n a sola
p e r o yo v e r é si con m i t r a b a j o p u e d o g a n a r u n pedazo
noche.
d e p a n , y lo p a r t i r é contigo.» D e s p u é s m e c o n d u j o á su
—¡ O h h i j o mío, T o n i n o d e m i alma !—exclamó la
casa, p e r o p r o n t o e c h é d e v e r q u e n o e r a t a n p o b r e
a n c i a n a — b i e n sé y o p o r q u é e x p e r i m e n t a s ese afecto,
c o m o a p a r e n t a b a , p u e s en el f o r r o d e s u t r a j e d e s g a -
c o n t r a el c u a l l u c h a r í a s en v a n o ; p e r o d i m e ¿ n o t i e n e s
r r a d o vi a l g u n a s m o n e d a s d e oro ; y e n vez d e t r a b a -
r e c u e r d o a l g u n o d e u n a vida m á s feliz ? ¿ E j e r c í a s en
jar como u n m í s e r o jornalero, iba t o d o s los días al
t u i n f a n c i a el oficio d e f a q u í n ?
Rialto á c o n t r a t a r negocios con los j u d í o s y o t r o s t r a -
—¿ P o r q u é r e c o r d a r el p a s a d o ?—repuso Antonio.—
ficantes e x t r a n j e r o s . Yo iba s i e m p r e con él, p o r q u e m e
Mis p a d r e s e r a n ricos, p e r o no r e c u e r d o s u s s e m b l a n -
había m a n d a d o q u e le siguiese c o m o su s o m b r a ; y ca-
t e s ni el a c o n t e c i m i e n t o q u e n o s s e p a r ó ; y h a b l á b a n -
d a vez q u e hacía a l g ú n negocio p e d í a u n a gratificación
m e en u n a l e n g u a e x t r a n j e r a , q u e t a m b i é n h e olvida-
p a r a su figliuolo, c o m o él m e l l a m a b a . Mi belleza física
d o . C u a n d o y o e r a m a r i n e r o en las l a g u n a s , m i s
i n d u c í a con f r e c u e n c i a á los c o m p r a d o r e s á d a r a l g u n a
c a m a r a d a s decían, p a r a b u r l a r s e d e m í , q u e p a r e c í a
m o n e d a , q u e m i p r o t e c t o r g u a r d a b a a l e g r e m e n t e en
u n a l e m á n ; p e r o ¿ q u é m e i m p o r t a el país d o n d e nací,
su escarcela, d i c i é n d o m e con el t o n o m á s c a r i ñ o s o q u e
si h e p e r d i d o la e s p e r a n z a d e e n c o n t r a r á m i familia?
iba á v e s t i r m e d e pies á cabeza. El t r a j e n u e v o n o lle-
He c o n s e r v a d o , n o o b s t a n t e , u n v a g o r e c u e r d o del día
g a b a n u n c a ; p e r o y o n o m e creía m u y d e s g r a c i a d o en
e n q u e f u i s e c u e s t r a d o : la n o c h e e s t a b a t e m p e s t u o s a
c o m p a ñ í a del a n c i a n o B l a u n a s . P o r d e s g r a c i a , está-
y s o m b r í a ; u n g r i t o d e dolor y d e s e s p e r a c i ó n m e des-
banme reservados nuevos infortunios. ¿ Te acuerdas
pertó s o b r e s a l t a d o ; toda la casa parecía t r a s t o r n a d a ;
tú, buena m u j e r , de aquel espantoso terremoto que
las p u e r t a s se a b r í a n y c e r r a b a n con e s t r é p i t o ; u n a
hace siete a ñ o s e s t u v o á p u n t o d e r e d u c i r á toda Ve-
m u j e r q u e velaba j u n t o á m i c u n a a r r o l l ó m e e n u n a
necia á u n m o n t ó n d e e s c o m b r o s ? A p e n a s t u v i m o s
sábana y h u y ó ; y á este ú l t i m o detalle s i g ú e s e u n in-
 t i e m p o B l a u n a s y y o d e salir de n u e s t r a casa, q u e se g ó n d o l a al c o n v e n t o d e San-Giorgio-Maggiore, d o n d e
d e r r u m b ó d e t r á s d e nosotros. Aquella c a t á s t r o f e m a t ó los b e n e d i c t i n o s tenían u n hospicio. Mi situación era
al c o m e r c i o ; los m e r c a d e r e s d e s a p a r e c i e r o n ; la ciu- l a m e n t a b l e ; m e costó s u m o t r a b a j o c o n c e n t r a r m i s
d a d q u e d ó s u m i d a en el luto y la c o n s t e r n a c i ó n ; p e r o p e n s a m i e n t o s ; y d e s d e a q u e l l a época ya n o r e c u e r d o
este t e r r i b l e g o l p e n o f u é sino p r e c u r s o r d e u n a cala- n a d a , bien p o r q u e n o s u p i e r a n a d a positivo s o b r e m i
m i d a d m á s t e r r i b l e . La p e s t e se p r o p a g a b a d e s d e origen, ó ya p o r q u e la peste paralizara m i m e m o r i a .
O r i e n t e á Sicilia con e s p a n t o s a r a p i d e z , y hacía ya es- —¡ P o b r e T o n i n o ¡—exclamó la a n c i a n a c o n m o v i d a -
t r a g o s en T o s c a n a . Cierto día q u e el a n c i a n o B l a u n a s n o p i e n s e s ya en el p a s a d o ; c o n t é n t a t e , si p u e d e s , con
acababa d e a r r e g l a r d i f i c u l t o s a m e n t e cierto negocio el b i e n e s t a r q u e la c a s u a l i d a d te d e p a r a .
con u n a r m e n i o , pidióle, s e g ú n su c o s t u m b r e , la pe-
—¡ Ay d e m í ! — m u r m u r ó A n t o n i o — q u i s i e r a hacerlo
q u e ñ a gratificación per il figliuolo; a q u e l h o m b r e , es-
así, p e r o es inútil, p o r q u e en mí se a g i t a algo q u e m á s
pecie de Hércules, velludo c o m o u n oso, fijó en mí u n a
p r o n t o ó m á s t a r d e e j e r c e r á en m i p o r v e n i r u n a in-
m i r a d a p e n e t r a n t e , a b r a z ó m e y m e deslizó en la m a n o
fluencia f a t a l ; s i é n t o m e d o m i n a d o p o r u n deseo q u e
d o s c e q u í e s , i o s cuales g u a r d é c u i d a d o s a m e n t e . C u a n -
eleva m i a l m a á t r a v é s d e r e g i o n e s d e s c o n o c i d a s ; y ni
do v o l v í a m o s á la plaza de S a n Marcos, el viejo Blau-
p u e d o e x p l i c á r m e l e ni s u s t r a e r m e á él. C u a n d o vivía
nas m e pidió las m o n e d a s , p e r o y o le c o n t e s t é q u e las
con el p e n o s o t r a b a j o diario, é r a m e fácil conciliar el
g u a r d a r í a , p u e s el a r m e n i o las había d a d o sólo p a r a
s u e ñ o p o r la n o c h e ; m e d o r m í a d e s p u é s d e h a b e r r e -
m í . B l a u n a s s e enojó, y á m e d i d a q u e se a n i m a b a ob-
zado u n a oración y r e p o s a b a t r a n q u i l o ; p e r o d e s d e
servé q u e su r o s t r o se c u b r í a d e g r a n d e s m a n c h a s d e
q u e p u e d o vivir ocioso, la vida aislada es p a r a m i u n
color a m a r i l l o lívido, y q u e su l e n g u a , e n t o r p e c i d a ,
suplicio ; r e c u e r d o v a g a m e n t e la felicidad q u e r o d e a b a
pronunciaba palabras incoherentes. Apenas llegamos
m i c u n a , y m e c o n t r i s t a m i i m p o t e n c i a al ver q u e n o '
á la plaza d e S a n M a r c o s , sobrecogióle u n v é r t i g o , s u s
m e es posible h a l l a r n i n g ú n vestigio d e m i p a s a d o .
p i e r n a s f l a q u e a r o n , c e r r á r o n s e s u s ojos, y cayó m u e r t o
A n t o n i o se calló; u n s u s p i r o a h o g a d o dilató s u pe-
al p i e d e la escalera del palacio d u c a l . P r e c i p i t é m e
cho, inclinó la cabeza, c o m o p a r a o c u l t a r la a r d i e n t e
d e s e s p e r a d o s o b r e su c u e r p o i n e r t e ; los t r a n s e ú n t e s
l á g r i m a q u e a b r a s ó su mejilla. La a n c i a n a m e n d i g a d e
se d e t u v i e r o n al oir m i s g r i t o s ; p e r o c o m o en m e d i o
S a n Marcos, q u e había e s c u c h a d o el r e l a t o con m u e s -
d e la m u l t i t u d e x c l a m a r a alguno:—¡Es u n a p e s t a d o ! t r a s d e la m á s e v i d e n t e agitación, e x c l a m ó de p r o n t o :
t o d o s h u y e r o n p o s e í d o s d e t e r r o r , d e j á n d o m e solo y
—¡ J o v e n loco ! n o v a y a s á d e j a r a h o r a la felicidad
privado de conocimiento sobre aquel cadáver. Cuando
p o r el s u e ñ o . . . ¡Infeliz d e a q u e l q u e desea d e m a s i a d o ! . . .
r e c o b r é el u s o d e m i s s e n t i d o s h a l l é m e en u n a g r a n
Al p r o n u n c i a r estas p a l a b r a s , se levantó d e r e p e n t e ,
sala a b o v e d a d a , e c h a d o sobre u n a s e s t e r a s y a p e n a s
e n t r e g ó s e á u n acceso de h i l a r i d a d f r e n é t i c a , y c o m e n -
c u b i e r t o con u n p e d a z o d e m a n t a ; acá y allá v e i a n s e
zó á b r i n c a r en el p ó r t i c o d e la iglesia, p r o f i r i e n d o li-
en el suelo u n a s t r e i n t a p e r s o n a s m o r i b u n d a s ; pre-
geros gritos agudos. Algunos devotos que entraban
g u n t é d ó n d e e s t a b a y q u é se q u e r í a h a c e r c o n m i g o , á
en el t e m p l o a r r o j a r o n á s u s pies a l g u n a s m o n e d a s ,
lo cual c o n t e s t á r o n m e q u e u n o s caritativos m o n j e s
p e r o la a n c i a n a n o las recogió, y a d e l a n t á n d o s e hacia
q u e salían d e San Marcos, m e h a b í a n c o n d u c i d o en
el joven, di jóle:
 — T o n i n o , c o n d ú c e m e hacia el m a r .
A n t o n i o obedeció m a q u i n a l m e n t e , cogió á la a n -
ciana del brazo, y los d o s c r u z a r o n la plaza poco á
poco.
— T o n i n o — d e c i a la a n c i a n a d e vez en c u a n d o , con
voz g r a v e y ronca—¿ no ves m a n c h a s d e s a n g r e en el
suelo ?... ¡ Sí, s a n g r e es... s a n g r e n e g r a p o r t o d a s par-
tes! P e r o ¡ n o t e m a s n a d a , m u c h a c h o , hi, hi, hi, p u e s
d e esa s a n g r e b r o t a r á n r o s a s e n c a r n a d a s p a r a h a c e r t e
la corona del d e s p o s o r i o ! . . . ¿ N o ves allá a b a j o a v a n z a r
p o r las s e n d a s del cielo u n a blanca visión d e a m o r q u e
te s o n r i e , a b r i e n d o los brazos p a r a e n l a z a r t e c o m o u n a
g u i r n a l d a d e lirios? ¡ E s p e r a n z a y valor, T o n i n o ! A
la h o r a d e p o n e r s e el sol r e c o g e r á s olorosos m i r t o s
p a r a a d o r n a r el s e n o d e t u a m a d a ; p e r o los m i r t o s co-
g i d o s á esa h o r a no florecen h a s t a la m e d i a n o c h e
¡ E s c u c h a , e s c u c h a ! ¿ No es y a el viento d e la noche, ó
la brisa n o c t u r n a la q u e acaricia el aire e n la v e l a d a d e
a m o r , j u n t o á las olas a d o r m e c i d a s ? . . . ¡Valor, m i T o -
nino, v a l o r 1
S a l m o d i a n d o asi, la a n c i a n a h a b í a r e c o b r a d o u n a
f u e r z a s o b r e n a t u r a l y a r r a s t r a b a al joven con paso rá-
p i d o h a c i a el m a r : c u a n d o h u b i e r o n llegado á la i n m e -
diación d e la c o l u m n a q u e o s t e n t a el león adriático,
Antonio, f a t i g a d o y a p o r la exaltación s i e m p r e c r e -
c i e n t e d e su s i n g u l a r c o m p a ñ e r a , y o b s e r v a n d o q u e
excitaba la c u r i o s i d a d d e los t r a n s e ú n t e s , d e t ú v o s e
b r u s c a m e n t e , y le d i j o :
— B a s t a n t e t i e m p o h e e s c u c h a d o t u s locas p a l a b r a s
y t u s inexplicables e n i g m a s ; te h e p r o m e t i d o u n a es-
clavina n u e v a y b a s t a n t e s c e q u í e s p a r a q u e v i v a s largo
t i e m p o sin m e n d i g a r ; te c u m p l i r é m i p a l a b r a , p e r o
ahora déjame ya.
A n t o n i o hizo a d e m á n p a r a a l e j a r s e con paso r á p i d o ;
p e r o la a n c i a n a le r e t u v o , e x c l a m a n d o con a c e n t o su-
plicante :
—¡ Un m o m e n t o m á s , y o t r a m i r a d a , si no q u i e r e s
q u e á t u presencia m e a r r o j e al m a r !
El joven se d e t u v o ; en s u s labios v a g a b a u n a s o n r i s a
d e s d e ñ o s a , y s u s facciones e x p r e s a b a n el c a n s a n c i o .
— S i é n t a t e j u n t o á m í — p r o s i g u i ó la a n c i a n a — p u e s
voy á r e v e l a r t e u n secreto.
A n t o n i o obedeció, volviendo la e s p a l d a á su c o m p a -
ñera.
— T o n i n o — p r o s i g u i ó esta ú l t i m a — c u a n d o m e m i r a s
fijamente ¿ n o sientes r e n a c e r en t u m e m o r i a n i n g u n a
vaga reminiscencia de otro tiempo ?
—Cien veces te h e r e p e t i d o — r e p l i c ó el j o v e n — q u e á
p e s a r m í o m e a t r a í a algo h a c i a ti con irresistible f u e r -
za ; m a s al m i r a r t u s ojos e x t r a v i a d o s , t u nariz g a n -
c h u d a , t u s mejillas violáceas y t o d a t u p e r s o n a h e d i o n -
d a y d e c r é p i t a , m e inclinaría á c r e e r q u e eres u n mal
g e n i o e m p e ñ a d o en p e r s e g u i r m e .
— ¡ G r a n Dios! ¿ C ó m o es posible q u e p u e d a s p e n s a r
u n a cosa t a n atroz?... ¡ T o n i n o , la m u j e r q u e v e l a b a
j u n t o á t u c u n a , la m i s m a q u e te llevó en s u s b r a z o s
d u r a n t e a q u e l l a n o c h e terrible, la q u e te salvó la vida
con p e l i g r o d e la s u y a era yo, T o n i n o !
—¿ T ú ?—exclamó Antonio—¿ C r e e s tú, m a l d i t a vieja,
q u e te has d e b u r l a r s i e m p r e d e m i c r e d u l i d a d ? Esa
m u j e r d e la cual c o n s e r v o u n vago r e c u e r d o , e r a h e r -
m o s a y joven... y n o p u e d e s ser t ú .
—¡ Dios del cielo! ¿ s e r é d e s g r a c i a d a h a s t a el p u n t o
d e q u e se m e r e c h a c e asi ? ¡ S a n t a M a d o n a ! ¿ No h a r é i s
u n m i l a g r o p a r a q u e mi T o n i n o crea en las p a l a b r a s
d e s u fiel M a r g a r i t a ?
— ¡ M a r g a r i t a ! — r e p i t i ó Antonio, llevándose u n a m a -
n o á la f r e n t e c o m o p a r a evocar u n r e c u e r d o . . . — E s t e
n o m b r e acaricia m i oído c o m o el eco d e u n c a n t o
p e r d i d o en el espacio... ¡ M a r g a r i t a ! . . . p e r o n o . ¡ E s
imposible!
L a a n c i a n a se m o s t r ó esta vez t r a n q u i l a al o b s e r v a r
la a n s i e d a d d e A n t o n i o , y c o n t i n u ó h a b l a n d o , con lo
vista fija en el suelo, y c r u z a d a s las m a n o s s o b r e su
muleta.
— T o n i n o — d i j o — t ú n o eres d e Venecia ; t u m a d r e
m u r i ó al d a r t e el s é r ; t u p a d r e , rico m e r c a d e r de
A u g s b u r g o , a b a n d o n ó s u p a t r i a , d o n d e n o q u e r i a vi-
vir d e s p u é s de la p é r d i d a d e s u a d o r a d a esposa, y vino
á fijarse en V e n e c i a , d o n d e y o f u i t u nodriza. D e s p u é s
del suceso d e aquella n o c h e fatal, q u e te d e j ó sin pa-
d r e , t u v e la s u e r t e d e s a l v a r t e ; u n p a t r i c i o d e Venecia
te recogió, y e n c u a n t o á mi, q u e d é sola y sin r e c u r -
sos. Sin e m b a r g o , g r a c i a s á m i p a d r e , q u e habia pasa-
d o su vida d e d i c a d o al e s t u d i o d e las ciencias ocultas,
conocía las p r o p i e d a d e s s e c r e t a s d e las p l a n t a s y de
los b r e b a j e s m a r a v i l l o s o s ; y el cielo, q u e m e d e s t i n a b a
tal vez á ser a l g ú n día i n s t r u m e n t o d e s u s i n e x c r u t a -
bles d e c r e t o s , a g r e g ó á m i s c o n o c i m i e n t o s maravillo-
sos el d ó n d e leer en el p o r v e n i r . Con f r e c u e n c i a veo
a g i t a r s e , c o m o en u n a m e d i a t i n t a , las i m á g e n e s del
f u t u r o ; y la f u e r z a s o b r e n a t u r a l q u e en tales i n s t a n t e s
m e d o m i n a , o b l í g a m e á e x p r e s a r m e en u n l e n g u a j e
e x t r a ñ o , c u y o s e n t i d o no p u e d o y o m i s m a c o m p r e n d e r
s i e m p r e . O b e d e c i e n d o á la v o l u n t a d m i s t e r i o s a q u e
m e i m p e l í a , ejercí m i a r t e e n u n b a r r i o r e t i r a d o d e
Venecia; algunas curaciones extraordinarias bastaron
p a r a q u e a d q u i r i e s e en poco t i e m p o m u c h a r e p u t a c i ó n ,
y llegué á t e n e r t a n t o s e n v i d i o s o s c o m o a d m i r a d o r e s .
L o s c h a r l a t a n e s q u e v e n d í a n m i s d r o g a s en la plaza de
San Marcos, en el Rialto y en la Zecca p r e t e n d i e r o n
q u e estaba en r e l a c i o n e s con el diablo, y el p u e b l o ,
d i s p u e s t o á c r e e r l o todo, se a m o t i n ó c o n t r a m í . L a In-
quisición i n t e r v i n o ; s o m e t i é r o n m e á los m á s e s p a n t o -
sos t o r m e n t o s p a r a a r r a n c a r m e la confesión d e c r í m e -
n e s d e q u e era i n o c e n t e ; d i s l o c á r o n m e t o d o el c u e r p o
con i n u s i t a d o r e f i n a m i e n t o d e c r u e l d a d ; m i s cabellos
b l a n q u e a r o n , y casi p e r d í t o d a f o r m a h u m a n a . Esos
m o n s t r u o s m e volvieron loca en n o m b r e del Dios q u e
p r e t e n d í a n v e n g a r , y d e s p u é s , c u a n d o ya no f u i e n sus
m a n o s m á s q u e u n e s q u e l e t o vivo, c u a n d o m e h u b i e -
ron r e d u c i d o á su a n t o j o al e s t a d o d e c a d á v e r a m b u -
lante, c o n d e n á r o n m e á la h o g u e r a . E n la v í s p e r a del
suplicio, el t e r r e m o t o r e d u j o á e s c o m b r o s m i p r i s i ó n ,
y h u í c o m o u n e s p e c t r o á través d e las r u i n a s d e pala-
cios d e r r u m b a d o s . No es la vejez ni la d e c r e p i t u d las
q u e m e h a n c o n d u c i d o á s e m e j a n t e e s t a d o ; lo q u e m e
d e s f i g u r ó f u é el t o r m e n t o ; y á él d e b o t a m b i é n esos
accesos d e locura q u e i n s p i r a n m á s h o r r o r q u e c o m -
pasión... Y a h o r a , T o n i n o , ¿ r e h u s a r á s c r e e r m e ? ¿No
t e n d r á s u n a p a l a b r a c o m p a s i v a p a r a la infeliz M a r g a -
rita ?...
—[ P o b r e m u j e r !—exclamó Antonio ;—sí, a l g o m e
dice q u e h a s h a b l a d o la v e r d a d ; p e r o es preciso q u e
m e digas c u a n t o s e p a s d e m i p a d r e . ¿ Q u i é n era ? ¿Có-
m o se llamaba ? ¿ Q u é a c o n t e c i m i e n t o s nos h a n sepa-
r a d o ? P u e s t o q u e sabes leer en el secreto del p o r v e n i r ,
q u i e r o q u e m e d é s á conocer t a m b i é n esa influencia
q u e d o m i n a mi v i d a y m e a b r u m a sin cesar... Habla
p u e s , M a r g a r i t a , p o r q u e a r d o en d e s e o s d e saberlo
todo...
—Más t a r d e , T o n i n o , m á s t a r d e — m u r m u r ó la a n -
ciana ;—mas p o r lo p r o n t o , si q u i e r e s evitar u n a irre-
p a r a b l e desgracia, y si crees en m i p a l a b r a , n o v a y a s
al Fontego...
Al oir e s t a s p a l a b r a s , i m p a c i e n t a d o el joven, levan-
tóse d e p r o n t o , e x c l a m a n d o :
—Ya veo q u e has p e r d i d o el juicio, y á fe q u e al es-
c u c h a r t e soy t a n loco c o m o t ú . T e d a r é u n a esclavina
n u e v a y te llenaré a m b a s m a n o s d e m o n e d a s d e oro ;
p e r o al m e n o s n o m e molestes m á s con t u s histo-
rias...
Algún t i e m p o d e s p u é s hízose p ú b l i c o en toda la ciu-
dad el c a s a m i e n t o del Dux con la h e r m o s a A n n u n z i a -
t a : a q u e l anciano decrépito, a d o r n a d o con su corona,
o f r e c í a u n s i n g u l a r c o n t r a s t e con la d e l i c a d a joven q u e
la a m b i c i ó n d e B o d o e r i le h a b í a e n t r e g a d o . T o d a s las
s e d u c c i o n e s d e la m a g n i f i c e n c i a r o d e a b a n á la e n c a n -
tadora doncella ; pero f u e r a d e estos esplendores, q u e
a c a r i c i a b a n d u l c e m e n t e s u s d e s e o s d e n i ñ a , el m a t r i -
m o n i o s e g u í a v e l a d o p a r a ella p o r u n ' p ú d i c o m i s t e r i o ;
a m a b a al D u x c o n r e s p e t o , c o n v e n e r a c i ó n , y n o sos-
p e c h a b a a ú n q u e p u d i e s e e x i s t i r en el m u n d o o t r o
sentimiento. Los jóvenes patricios d e Venecia, convi-
d a d o s á las fiestas del p a l a c i o d u c a l , d i s p u t á b a n s e s u s
m i r a d a s y s o n r i s a s , y t o d o s los d í a s t r i b u t á b a n l a n u e -
vos h o m e n a j e s : la j o v e n m i r a b a y s o n r e í a , p e r o s u
c o r a z ó n c o n t i n u a b a m u d o . A q u e l l o s n o b l e s ociosos,
s i n e m b a r g o , n o se d e s a n i m a b a n , e s p e r a n d o q u e el
t i e m p o t r i u n f a r í a d e a q u e l l a f r i a l d a d . N i n g u n o d e ellos
a m ó á la h e r m o s a A n n u n z i a t a con el a p a s i o n a d o e n t u -
s i a s m o d e M i g u e l S t e n o , el m á s p o d e r o s o d e t o d o s ,
p u e s á pesar de su edad, f o r m a b a parte del consejo d e
los C u a r e n t a , y s u e m p l e o le e n o r g u l l e c í a , h a c i é n d o l e
concebir m u c h a s esperanzas. Marino Faliero no se
m o s t r a b a celoso, y a u n d e s p u é s d e s u c a s a m i e n t o pa-
r e c í a h a b e r p e r d i d o algo d e s u r u d e z a y a u s t e r i d a d d e
o t r a é p o c a . V e í a s e l e á m e n u d o s e n t a d o j u n t o á s u jo-
v e n e s p o s a , q u e l u c í a s u s m á s r i c a s g a l a s ; la s o n r i s a
v a g a b a s i e m p r e e n s u s labios, s u s p a l a b r a s e r a n a f a -
bles, y c o n c e d í a c o n s i n g u l a r f a c i l i d a d c u a n t a s g r a c i a s
le p e d í a n . A q u e l a n c i a n o sin f u e r z a n o se p a r e c í a y a
al v e n c e d o r d e M o r b a s s a n , q u e e n u n acceso d e c ó l e r a
no t e m i ó d a r u n b o f e t ó n al o b i s p o d e T r e v i s a ; y e s t e
s ú b i t o c a m b i o d e c a r á c t e r f a v o r e c í a los p r o y e c t o s d e
M i g u e l S t e n o . A n n u n z i a t a n o s e e x p l i c a b a el o b j e t o d e
las g a l a n t e r í a s del j o v e n y b r i l l a n t e s e ñ o r , y m a n t e n í a -
se f r í a é i m p a s i b l e ; m a s S t e n o , d e s e s p e r a n d o al fin del
b u e n é x i t o d e s u i n t r i g a p o r los m e d i o s o r d i n a r i o s , r e -
solvió a s e g u r a r la v i c t o r i a a p e l a n d o á los m á s c u l p a -
bles a r t i f i c i o s : c o r r o m p i ó á f u e r z a d e o r o á u n a c a m a -
r i s t a q u e n o se s e p a r a b a n u n c a d e la h e r m o s a j o v e n ,
y o b t u v o u n a llave d e las h a b i t a c i o n e s s e c r e t a s d e A n -
n u n z i a t a ; p e r o Dios v e l a b a p o r ella.
C i e r t a n o c h e el D u x r e c i b i ó u n p a r t e a n u n c i á n d o l e
q u e Nicolo P i s a n i h a b í a s u f r i d o u n a d e r r o t a c e r c a d e
Portolongo batiéndose contra Doria: Marino Faliero,
p r e s a d e la m a y o r i n q u i e t u d , p a s e á b a s e t r i s t e m e n t e
sin p o d e r conciliar el s u e ñ o , c u a n d o d e p r o n t o divisó
u n a s o m b r a q u e s e d e s l i z a b a p o r la p a r t e d e l palacio
d o n d e s u e s p o s a h a b i t a b a : e r a M i g u e l S t e n o q u e salía
f u r t i v a m e n t e d e la h a b i t a c i ó n d e A n n u n z i a t a . U n a
i d e a h o r r i b l e c r u z ó p o r la m e n t e del D u x , y sin v a c i l a r
p r e c i p i t ó s e c o n t r a el j o v e n c a b a l l e r o , a r m a d a la d i e s -
t r a con u n p u ñ a l ; p e r o Steno, m á s f u e r t e y ágil q u e
el a n c i a n o , d e r r i b ó l e e n t i e r r a y d e s a p a r e c i ó e n la s o m -
b r a . El D u x se d i r i g i ó r á p i d a m e n t e á la h a b i t a c i ó n d e
A n n u n z i a t a : t o d o e s t a b a t r a n q u i l o y silencioso c o m o
u n a t u m b a ; l l a m a c o n f u e r z a , le a b r e n al p u n t o , y F a -
l i e r o ve á u n a p e r s o n a e x t r a ñ a , u n a m u j e r q u e n o
e s t a b a al s e r v i c i o p a r t i c u l a r d e s u e s p o s a .
—¿ Q u é v i e n e á m a n d a r m e m i s e ñ o r á e s t a s h o r a s ?
—preguntó Annunziata despertándose.
E n a q u e l l a voz n o h a y la m e n o r e m o c i ó n - el D u x se
a c e r c a á la joven, y l e v a n t a n d o las m a n o s al cielo, ex-
clama:
—¡ No, n o , e s i m p o s i b l e !
—¿ Q u é q u e r é i s d e c i r ? ¿ Q u é significa e s t a a g i t a c i ó n ?
—exclama Annunziata, á quien aquellas palabras ha-
cen temblar.
—¿ Q u i é n o s h a d a d o o r d e n d e v e n i r a q u í , y p o r q u é
n o se h a l l a L u i s a e n su p u e s t o ? — p r e g u n t a el D u x á la
c a m a r i s t a , sin r e s p o n d e r á s u e s p o s a .
— M o n s e ñ o r — c o n t e s t a la j o v e n — L u i s a m e r o g ó q u e
o c u p a s e s u l u g a r e s t a n o c h e , y a h o r a d e b e e s t a r en la
h a b i t a c i ó n c o n t i g u a á la e s c a l e r a .
UN'VERS'DSD DE NUEYQ ItOK
BiBLIOTfCft üiv¥i n M I A
"ALFQÍ**) W
i n á e . 1625 M0NT3Rft£Y,K53398
 — ¿ J u n t o á la e s c a l e r a ? — e x c l a m a el Dux con ale-
gría.
Y con r á p i d o paso d i r í g e s e á la estancia q u e le indi-
can.
Al oir r e p e t i d o s golpes en su p u e r t a , L u i s a n o p u e -
de m e n o s d e a b r i r , cae d e rodillas á los p i e s d e M a r i n o
Faliero y confiesa su falta, la cual le es a d e m á s i m p o -
sible n e g a r , p o r q u e s o b r e la m e s a hay u n p a r d e g u a n -
tes d e h o m b r e p e r f u m a d o s , y con cifra d e Miguel Ste-
no. El Dux, c o n t r a r i a d o al ver c o m p r o m e t i d a su g r a -
v e d a d p o r s u s inútiles celos, escribió al i m p r u d e n t e
patricio, p r o h i b i é n d o l e bajo p e n a d e d e s t i e r r o q u e se
p r e s e n t a s e en el palacio ducal, ni s i q u i e r a en s u s alre-
dedores.
Miguel Steno,- al verse d e s c u b i e r t o , n o p u d o d u d a r
q u e había caído en d e s g r a c i a , y j u r a n d o v e n g a r s e t e -
r r i b l e m e n t e , c o m e n z ó p o r h a c e r circular r u m o r e s i n j u -
riosos sobre la v i r t u d d e A n n u n z i a t a . E s t a s c a l u m n i a s
llegaron m u y p r o n t o á oídos d e M a r i n o Faliero, y su
i m p o t e n c i a p a r a c a s t i g a r al m i s e r a b l e q u e m a n c h a b a
en la s o m b r a el h o n o r d e su corona, el p e s a r q u e le
p r o d u c í a su crítica posición a n t e el p u e b l o , s i e m p r e
d i s p u e s t o á ridiculizarlo todo, y p o r ú l t i m o , los celos,
a g r i a r o n su c a r a c t e r . M u y - p r o n t o relegó á su joven
e s p o s a á las h a b i t a c i o n e s m á s r e t i r a d a s d e palacio,
rodeóla d e e s p í a s y d e vigilantes, y la p r o h i b i ó t o d a
c o m u n i c a c i ó n con lo e x t e r i o r . Noticioso Bodoeri d e
a q u e l l a s r i g u r o s a s m e d i d a s , t r a t ó de a t r a e r al D u x á
s e n t i m i e n t o s m á s h u m a n o s ; p e r o M a r i n o F a l i e r o se
m o s t r ó insensible.
S i n e m b a r g o la época del carnaval se a p r o x i m a b a .
Desde t i e m p o i n m e m o r i a l es c o s t u m b r e q u e el Dux y
su e s p o s a v a y a n á p r e s i d i r las fiestas p o p u l a r e s y las
d i v e r s i o n e s d e la m u l t i t u d ; Bodoeri quiso a p r o v e c h a r -
se d e esta c i r c u n s t a n c i a , y r e p r e s e n t ó á M a r i n o Falie-
ro el ridículo q u e s o b r e él r e c a e r í a si s u s i n s e n s a t o s
celos p r i v a b a n á Venecia d e la p r e s e n c i a d e su joven
soberana.
— ¡ C ó m o ! — c o n t e s t ó g r a v e m e n t e el Dux—¿ p e n s á i s
por v e n t u r a q u e m e h a y a r e d u c i d o á o c u l t a r á m i es-
posa y q u e no p u e d a , c u a n d o m e plazca, d e f e n d e r l a
con mi a n t i g u o a c e r o ? Desde m a ñ a n a la p r e s e n t a r é en
público en la plaza de S a n M a r c o s ; q u i e r o q u e t o d a
Venecia s a l u d e con a p l a u s o s á su bella s o b e r a n a ; q u i e -
ro q u e A n n u n z i a t a reciba por sí m i s m a el r a m o del
i n t r é p i d o m a r i n e r o q u e d e b e lanzarse h a c i a ella d e s d e
las a l t u r a s , en m e d i o d e la fiesta del j u e v e s l a r d e r o .
El Dux se refería á u n a a n t i g u a c o s t u m b r e nacional:
en d i c h o d í a ; el m á s a u d a z d e 'os h i j o s del p u e b l o se
i n t r o d u c e en u n a especie d e e s q u i f e sostenido d e u n
c a b l e ; u n a e x t r e m i d a d de éste se s u j e t a en el c a m p a -
n a r i o d e San Marcos, y la otra s u m é r g e s e en el m a r ;
el h o m b r e se desliza d e s d e aquella a l t u r a c o m o u n a
flecha h a s t a la plaza, d o n d e están s e n t a d o s el D u x y
su esposa, y ofrece á esta ú l t i m a un magnifico r a m o
de flores.
Al día s i g u i e n t e , M a r i n o F a l i e r o q u i s o c u m p l i r la
p r o m e s a q u e había h e c h o á Bodoeri, y el cortejo del
s o b e r a n o se dirigió con g r a n p o m p a á la plaza d e San
Marcos, p a s a n d o e n t r e u n a m u l t i t u d i n m e n s a . L o s
c h u s c o s d e la c i u d a d a g u z a r o n su i n g e n i o para h a c e r
mil a l u s i o n e s p i c a n t e s s o b r e los i l u s t r e s e s p o s o s ; y
h a s t a los c o r t e s a n o s se p e r m i t i e r o n la c r í t i c a ; p e r o el
Dux c e r r ó los oídos á t o d o y s u p o m a n t e n e r s e impa*-
sible.
En el m o m e n t o en q u e A n n u n z i a t a f r a n q u e a b a la
p u e r t a del palacio, u n joven q u e estaba en pie, a p o y a -
d o c o n t r a u n a c o l u m n a , profirió u n g r i t o y cayó des-
m a y a d o en t i e r r a ; la m u l t i t u d le r o d e ó p r e s u r o s a , y la
esposa del Dux no p u d o verle, p e r o a q u e l g r i t o h a -
bía a t r a v e s a d o s u corazón como u n hierro c a n d e n t e ,
t a n t o , q u e palideció y estuvo á p u n t o d e caer t a m b i é n .
13
 C U E N T O S F A N T Á S T I C O S

El Dux f r u n c i ó el entrecejo, y r e h u s a n d o el a u x i l i o q u e
se q u e r i a p r o d i g a r á su joven esposa, llevóla en bra-
zos h a s t a s u s habitaciones.
Á las p u e r t a s del palacio o c u r r i ó o t r a e s c e n a : a l g u -
nos h o m b r e s del p u e b l o se d i s p o n í a n á t r a n s p o r t a r al
joven q u e parecía m u e r t o , c u a n d o u n a a n c i a n a , a b r i é n -
dose paso á d u r a s p e n a s e n t r e los g r u p o s d e c u r i o s o s ,
llegó h a s t a cerca d e él.
—¡ Dios mío!—exclamó—¡ d e j a d á ese joven; os d i g o
q u e le dejéis, p u e s n o está m u e r t o !
Y a r r o d i l l á n d o s e á su lado, a t r á j o l e hacia sí y co-
m e n z ó á f r i c c i o n a r l e , p r o n u n c i a n d o las p a l a b r a s m á s
c a r i ñ o s a s . L o s q u e c o n t e m p l a b a n aquella escena no
podían m e n o s de experimentar un sentimiento de
r e p u g n a n c i a a n t e aquella a n c i a n a d e c r é p i t a y a s q u e -
r o s a , inclinada con la m a y o r solicitud s o b r e el pálido
s e m b l a n t e del g a l l a r d o j o v e n ; al v e r s u s a n d r a j o s en
c o n t a c t o con el rico t r a j e del desconocido, y s u s brazos
d e e s q u e l e t o , lívidos, h u e s o s o s y llenos de cicatrices
t o c a n d o el pecho y la f r e n t e del m a n c e b o , n o t a b l e s
p o r su b l a n c u r a , h u b i é r a s e d i c h o q u e la m u e r t e en
p e r s o n a había venido para a p o d e r a r s e d e su p r e s a .
C u a n d o el joven e n t r e a b r i ó los ojos, a l g u n a s perso-
n a s a y u d a r o n a t r a n s p o r t a r l e á una g ó n d o l a ; la ancia-
na t o m ó a s i e n t o á su lado y o r d e n ó á los r e m e r o s q u e
se d i r i g i e r a n hacia la m o r a d a d e Antonio ( p u e s el lec-
t o r h a b r á reconocido ya á n u e s t r o héroe), y la a n c i a n a
no era o t r a q u e la ' m e n d i g a del a t r i o d e los francisca-
nos.
C u a n d o A n t o n i o r e c o b r ó los s e n t i d o s , vió al pie d e
su lecho á la anciana M a r g a r i t a , q u e a c a b a b a d e v e r t e r
en s u s labios a l g u n a s g o t a s de u n elíxir precioso ; fijó
en ella u n a triste m i r a d a , y m u r m u r ó al fin con voz
lenta y b a l b u c i e n t e :
—¡ Gracias, M a r g a r i t a ; gracias, fiel a m i g a ! P o r t u
a b n e g a c i ó n c o m p r e n d o q u e m e h a s d i c h o la v e r d a d .
 ANNUNZIATA 181

Ahora lo sé t o d o . ¡ L a h e v i s t o ! ¡Era e l l a ! El p a s a d o
de mi vida se m e ha r e v e l a d o d e p r o n t o como en un
s u e ñ o . Dime, M a r g a r i t a , ¿ no es B e r t u c c i o Nenolo el
célebre m a r i n o q u e m e e d u c a b a c o m o hijo a d o p t i v o
en su q u i n t a de Trevisa ?
—¡ Sí, s í ! — c o n t e s t ó la a n c i a n a . — E r a Bertuccio Ne-
nolo, q u e s u c u m b i ó en u n a batalla d e s p u é s d e h a b e r s e
cubierto d e gloria.
— E s c u c h a — r e p l i c ó A n t o n i o — y no m e i n t e r r u m p a s .
Yo estaba en casa d e B e r t u c c i o Nenolo, q u e m e c u i d a -
ba como si f u e s e m i p a d r e ; d e t r a s de la casa había u n
pinar, y complacíame mucho recorrerle, aspirando
s u s f u e r t e s e m a n a c i o n e s . Cierta n o c h e , c a n s a d o d e
saltar y c o r r e r e n t r e los floridos brezos, m e había echa-
d o á la s o m b r a d e u n árbol c o r p u l e n t o , y a d m i r a b a ,
e n t r e g a d o á u n a p r o f u n d a m e d i t a c i ó n , las m a g n i f i -
cencias del sol p o n i e n t e . Poco á poco, los f u e r t e s p e r -
f u m e s m e s u m i e r o n en u n a especie d e letargo, del
q u e m e d e s p e r t ó u n r u i d o q u e se oía e n t r e la y e r b a ;
p ó s e m e en pie d e u n salto, y vi u n á n g e l q u e m e dijo
con voz celestial : « ¡ P o b r e joven ! d u e r m e s m u y t r a n -
quilo é i n d i f e r e n t e , c u a n d o la m u e r t e e s t á á tu l a d o !»
En el m i s m o i n s t a n t e llamóme la atención u n a p e q u e ñ a
s e r p i e n t e n e g r a cuya cabeza a c a b a b a d e a p l a s t a r el ce-
lestial m e n s a j e r o con u n a r a m a d e nogal. E n t o n c e s
m e arrodillé a n t e el ángel, q u e s o n r e í a s i e m p r e , y le
d i j e : «¡Bendito seas t ú , e s p í r i t u del cielo, á q u i e n Dios
ha e n v i a d o p a r a salvarme!»—«No, p o b r e n i ñ o — r e p l i c ó
aquel sér a d o r a b l e — y o n o soy u n ángel, sino u n a jo-
ven c o m o t ú . » Al oir e s t a s pala'bras m i r e s p e t o se
convirtió en emoción ; u n f u e g o s e c r e t o e n a r d e c i ó m i
s a n g r e ; n u e s t r o s brazos se a b r i e r o n , y en la e m b r i a -
g u e z de u n p r o l o n g a d o beso n u e s t r a s a l m a s se m e z -
claron en m e d i o de l á g r i m a s y s u s p i r o s ; p e r o d e re-
p e n t e r e s o n ó en el b o s q u e u n a voz a r g e n t i n a q u e
g r i t a b a : «¡Annunziata, A n n u n z i a t a ! » «Es preciso q u e
nos s e p a r e m o s — d i j o la joven e s t r e m e c i é n d o s e — p o r -
q u e m i m a d r e m e llama.» E s t a s p a l a b r a s m e p r o d u j e -
r o n cierta a n g u s t i a q u e m e o p r i m i ó el corazón y q u i s e
a b r a z a r u n a vez m á s á la joven; m a s la voz a r g e n t i n a
r e p i t i ó d e n u e v o : «¡ A n n u n z i a t a !» y m i salvadora des-
a p a r e c i ó . Desde a q u e l día, M a r g a r i t a , el a m o r deposi-
tó su p r i m e r g e r m e n en el f o n d o de m i corazón; es u n
f u e g o q u e se a l i m e n t a b a s e c r e t a m e n t e y q u e a h o r a
m e a b r a s a c o m o u n i n c e n d i o . Pocos d í a s d e s p u é s d e
a q u e l e n c u e n t r o f u i a r r a n c a d o d e la casa d e Bertuccio
N e n o l o ; el a n c i a n o B l a u n a s m e a s e g u r ó q u e a q u e l l a
angélica visión e r a la h i j a d e N e n o l o ; A n n u n z i a t a f u é
c o n d u c i d a u n día á la q u i n t a d e T r e v i s a por su m a d r e
F r a n c i s c a y volvió á m a r c h a r al día s i g u i e n t e . ¡ O h
M a r g a r i t a ! q u e Dios m e p r o t e j a . ¡Esa A n n u n z i a t a q u e
y o a m o con delirio es la e s p o s a del D u x !
Al llegar a q u í , la e m o c i ó n a h o g ó la voz d e A n t o n i o ,
q u e volvió á caer e n su lecho sollozando.
—¡ P o b r e T o n i n o !—replicó la a n c i a n a . — T e n valor;
es preciso l u c h a r esta vez c o n t r a esta dolorosa locura.
Y además, ¿ por qué desesperar? ¿No se'desarrollan
h a s t a lo infinito p a r a los a m a n t e s las flores de-oro d e
la e s p e r a n z a ? ¿ Q u i é n p u e d e s a b e r lo q u e nos t r a e r á
el día d e m a ñ a n a ? ¡ C u á n t a s veces las ilusiones soña-
d a s se h a n c o n v e r t i d o en r e a l i d a d e s ! ¡ C u á n t a s veces
el castillo f a n t á s t i c o m e c i d o p o r las n u b e s , t o m ó t i e r r a
y se c o n v i r t i ó e n u n a m o l e d e g r a n i t o ! E s c ú c h a m e ,
T o n i n o , y a c u é r d a t e d e mi predicción: ¡ la blanca b a n -
d e r a del a m o r se ha, d e s p l e g a d o s o b r e las olas y avanza
á t u e n c u e n t r o I ¡ P a c i e n c i a , hijo mío, paciencia !...
La b u e n a M a r g a r i t a se e s f o r z a b a así p a r a m i t i g a r u n
poco la p e n a del d e s c o n s o l a d o A n t o n i o ; s u s a f e c t u o s a s
p a l a b r a s e r a n p a r a él c o m o u n a d u l c e m ú s i c a , y no
q u i s o ya s e p a r a r s e de la a n c i a n a .
Desde a q u e l día, la m e n d i g a del atrio d e los F r a n c i s -
c a n o s f u é la p r e c e p t o r a d e A n t o n i o ; un t r a j e d e m a -
t r o n a s u s t i t u y ó á los a n d r a j o s , y M a r g a r i t a se pavo-
n e a b a con o r g u l l o s i e m p r e q u e debía c r u z a r la plaza
d e S a n Marcos p a r a e v a c u a r s u s diligencias.
El jueves l a r d e r o llegó por fin, el ú l t i m o y m e j o r día
del C a r n a v a l d e V e n e c i a ; en m e d i o d e la plaza d e San
Marcos h a b í a n s e p r e p a r a d o f u e g o s artificiales p o r u n
g r i e g o m u y sabio en el a r t e t a n poco conocido a ú n d e
la p i r o t e c n i a ; y á la caída d e la t a r d e , F a l i e r o c o n d u j o
á su e s p o s a al t r o n o l e v a n t a d o p a r a ella en u n o d e los
t e r r a d o s del palacio ducal. La maravillosa belleza de
A n n u n z i a t a s e d u j o á c u a n t o s la vieron, y f u é el a s u n t o
d e t o d a s las conversaciones. E n el m o m e n t o en q u e el
Dux iba á s e n t a r s e , divisó á Miguel S t e n o , d e pie,
a p o y a d o c o n t r a u n a c o l u m n a á pocos p a s o s de él, alti-
va la f r e n t e y fija la m i r a d a en A n n u n z i a t a , con u n a
s i n g u l a r e x p r e s i ó n d e odio y d e deseos. F a l i e r o dió
o r d e n p a r a q u e se r e t i r a s e d e a q u e l sitio, y S t e n o
le dirigió u n a m i r a d a a m e n a z a d o r a ; p e r o los g u a r -
dias se lo llevaron al p u n t o , obligándole á salir del p a -
lacio.
V o l v a m o s a h o r a á n u e s t r o h é r o e Antonio. El p o b r e
joven, h u y e n d o d e la m u l t i t u d , r e c o r r i ó t r i s t e m e n t e
la orilla del m a r , y p r e g u n t á b a s e á cada m o m e n t o si
no sería m e j o r t e r m i n a r sus d í a s q u e vivir sin c o n s u e -
lo ni e s p e r a n z a . Acababa d e llegar á la e x t r e m i d a d
del m u e l l e , á un sitio d o n d e el a g u a era n e g r a y p r o -
f u n d a , c u a n d o u n a voz le g r i t ó a l e g r e m e n t e :
— ¡ Bien v e n i d o , c o m p a d r e Antonio !
Era P e d r o el m a r i n e r o , u n o d e los a n t i g u o s c o m p a -
ñ e r o s del joven : este p e r s o n a j e iba m u y e n g a l a n a d o
con u n a casaca n u e v a a d o r n a d a d e t r e n z a s de t o d o s
c o l o r e s ; llevaba el s o m b r e r o m u y brillante á f u e r z a de
oropeles, y tenía en la m a n o un e n o r m e r a m o de flores.
— ¿ Q u é b u e n a f o r t u n a te t r a e por a q u í ? — p r e g u n t ó
el j o v e n — ¿ h a s d e c o n d u c i r por v e n t u r a esta noche a
algún rico s e ñ o r p o r las lagunas?
 P o r toda r e s p u e s t a , P e d r o hizo u n a cabriola en s u
e s q u i f e , y d e s p u é s dijo a l e g r e m e n t e :
—Yo soy el q u e esta n o c h e h a r á el peligroso viaje
p o r el cable q u e baja d e s d e la t o r r e d e San Marcos; yo
soy q u i e n ofrecerá d e a q u í á u n m o m e n t o á la bella es-
posa del Dux el r a m o d e flores.
— ¡ B a h ! — r e p u s o Antonio—¡ V a y a u n a o c u r r e n c i a !
¿ P o r q u é te h a s d e e x p o n e r en esta ocasión á r o m p e r -
te los h u e s o s ?
Al d e c i r e s t a s p a l a b r a s , el e s q u i f e h a b í a llegado j u n t o
á la m á q u i n a , delante del cable q u e se s u m e r g í a en el
agua.
— C o m p a ñ e r o — a ñ a d i ó Antonio con aire pensativo—
¿ n o te a g r a d a r í a m á s g a n a r u n buen p u ñ a d o d e ce-
q u í e s sin a r r i e s g a r t u s h u e s o s en tan loca a v e n t u r a ? . . .
— ¡Sí, c i e r t a m e n t e q u e s í ! — e x c l a m ó P e d r o — m a s
ya ves q u e es p r e c i s o g a n a r el p a n .
— P u e s bien — p r o s i g u i ó Antonio, e n t r e g á n d o l e s u
bolsa; — t o m a este o r o , ' d a m e t u t r a j e d e m a r i n e r o y
véte. Yo soy q u i e n h a r á la f a n t á s t i c a e x c u r s i ó n .
— ¡Mil g r a c i a s ! — c o n t e s t ó el g o n d o l e r o ; — a h o r a co-
nozco q u e sois u n rico señor y v u e s t r a g e n e r o s i d a d
m e c o n m u e v e ; a g r á d a m e el oro, y este m e p a r e c e d e
m u y b u e n a l e y ; p e r o ¿ creéis q u e la satisfacción d e
o f r e c e r á la e s p o s a del Dux este r a m o d e flores, y de
c o n t e m p l a r s u s e n c a n t o s , o y e n d o su dulce voz, se p u e d e
p a g a r con n a d a ? ¿ Q u i é n n o a r r i e s g a r í a p o r esto mil
veces su vida ? Preciso era q u e f u é r a i s vos p a r a q u e yo
consintiese en c e d e r o s esta satisfacción.
— ¡ A p r e s u r é m o n o s p u e s ! — i n t e r r u m p i ó Antonio.
E n u n m o m e n t o se c a m b i a r o n los trajes, y a p e n a s
a c a b a b a Antonio d e vestirse, hizose en la t o r r e d e S a n
Marcos la señal d e la a s c e n s i ó n .
— ¡En m a r c h a , y b u e n a s u e r t e ! — g r i t ó P e d r o á su
a n t i g u o a m i g o , q u e d e b í a o c u p a r su p u e s t o en la b a r -
quilla s u s p e n d i d a . En el m i s m o i n s t a n t e , brillaron en
la s u p e r f i c i e del m a r mil r e l á m p a g o s de todos colores,
y r u i d o s a s y r e p e t i d a s d e t o n a c i o n e s d e s p e r t a r o n todos
los ecos. El i n t r é p i d o A n t o n i o a t r a v e s ó el d i l u v i o d e
llamas, y llegado á la cima d e la t o r r e i n t r o d ú j o s e en
la b a r q u i l l a , tocó u n r e s o r t e y bajó con la r a p i d e z del
r a y o h a s t a el nivel del t e r r a d o , á dos pasos d e la es-
posa del Dux. N i n g u n a p a l a b r a p o d r í a e x p r e s a r l o q u e
en a q u e l m o m e n t o pasó en su alma ; al o f r e c e r el r a m o
á la h e r m o s a A n n u n z i a t a ésta se levantó, m u r m u r a n d o
a l g u n a s dulces p a l a b r a s ; p e r o el e s q u i f e c o n t i n u ó su
c u r s o , deslizándose á lo largo del cable, y f u é á d e p o -
s i t a r á n u e s t r o h é r o e , m á s m u e r t o q u e vivo, en la barca
de P e d r o .
C u a n d o t e r m i n a b a n los f u e g o s artificiales, el Dux,
inclinándose en su sillón, recogió á s u s pies u n billete
sin n o m b r e , en el cual vió escritas estas p a l a b r a s : «El
Dux F a l i e r o se h a casado con u n a h e r m o s a m u j e r ;
pero o t r o s la poseen tembién.» El r o s t r o del a n c i a n o se
enrojeció d e cólera al leer estas f r a s e s , y juró en alta
voz q u e d e s c u b r i r í a y castigaría sin p i e d a d al i n s o l e n t e
a u t o r d e t a n s a n g r i e n t a i n j u r i a . A p e n a s f o r m u l a d a esta
a m e n a z a , y c o m o d i r i g i e s e á su a l r e d e d o r m i r a d a s f u -
riosas, divisó o t r a vez á Miguel S t e n o , q u e p a r e c í a es-
c a r n e c e r l e en m e d i o d e la m u l t i t u d . «¡ Q u e d e t e n g a n
á ese h o m b r e , g r i t ó ; s o l a m e n t e él p u e d e ser el c u l p a -
ble!» Un m u r m u l l o d e d e s c o n t e n t o circuló en la m u l -
t i t u d c u a n d o los e s b i r r o s e j e c u t a r o n a q u e l l a o r d e n ; el
p u e b l o y los patricios p r o t e s t a r o n c o n t r a a q u e l acto
d e s p ó t i c o q u e c o n d e n a b a á u n h o m b r e por u n a s i m p l e
s o s p e c h a ; los s e n a d o r e s a b a n d o n a r o n s u p u e s t o ; y
ú n i c a m e n t e M a r i n o Bodoeri c o m e n z ó á r e c o r r e r los
g r u p o s del p u e b l o , p r o c u r a n d o explicar la o r d e n d a d a
p o r el s o b e r a n o , y h a c i e n d o recaer t o d a la c u l p a en
Miguel S t e n o . Este era, e f e c t i v a m e n t e , el a u t o r del
a n ó n i m o , y él quien lo había d e j a d o caer e x p r e s a m e n t e
al pie del sillón ducal. El Consejo de los Diez, a q u i e n
se confiara la m i s i ó n d e c a s t i g a r el a t e n t a d o , t r a n s f i r i ó
s u s a t r i b u c i o n e s al Consejo d e los C u a r e n t a , al q u e
S t e n o p e r t e n e c í a ; y el fallo d e este t r i b u n a l c o n d e n ó
al culpable á u n m e s d e d e s t i e r r o . E s t e castigo, casi
irrisorio p o r lo i n d u l g e n t e , a t e n d i d a la g r a v e d a d d e la
falta, debió h a c e r p r e s u m i r á M a r i n o F a l i e r o q u e la
nobleza llevaría poco á poco h a s t a el e x t r e m o s u s pre-
t e n s i o n e s y su a u d a c i a .
A l g u n o s d í a s d e s p u é s , A n t o n i o reflexionaba triste-
m e n t e en su fatal a m o r , y la anciana M a r g a r i t a hacía
inútiles esfuerzos para distraerle de aquel pensamiento
fijo q u e le c o n s u m í a c o m o la fiebre. C i e r t o día e n t r ó
en la casa poseída d e u n o d e a q u e l l o s accesos á q u e
estaba s u j e t a ; r e a n i m ó los r e s t o s del f u e g o , q u e se
a p a g a b a , colocó s o b r e u n t r í p o d e u n a vasija de bronce
llena d e t o d a especie d e c o m p o s i c i o n e s vegetales, y
activó su ebullición, p r o f i r i e n d o las c a r c a j a d a s d e cos-
tumbre.
— T o n i n o , q u e r i d o T o n i n o — e x c l a m ó al fin, c u a n -
d o le f a l t a r o n ya las f u e r z a s — ¿ p o d r í a s t ú a d i v i n a r d e
dónde vengo?
El joven la m i r ó fijamente sin c o n t e s t a r .
— T o n i n o — p r o s i g u i ó M a r g a r i t a — a c a b o de verla;
hace poco estaba á s u lado, y h e p o d i d o h a b l a r con la
hermosa Annunziata.
— ¿ Q u i e r e s h a c e r m e p e r d e r la poca razón q u e m e
queda ?—exclamó Antonio.
— T e t r a i g o , p o r el c o n t r a r i o , la felicidad y la espe-
r a n z a — r e p l i c ó M a r g a r i t a . — E s c u c h a , hijo m í o : hace
u n m o m e n t o c o m p r a b a y o f r u t a s en la Piazetta, c u a n -
d o d e p r o n t o oi voces c o n f u s a s q u e r e f e r í a n u n acci-
d e n t e o c u r r i d o á la esposa del D u x ; u n a voz d e c í a :
«Un e s c o r p i ó n la ha picado en el brazo d e r e c h o , y la
h e r i d a n o d e j a r á d e s e r p e l i g r o s a ; m i a m o , el sabio
d o c t o r Giovanni Basseggio, h a ido á v e r á la paciente,
y sin d u d a h a b r á p r a c t i c a d o ya la a m p u t a c i ó n del
m i e m b r o . » En el i n t e r i o r del palacio se oyó d e s p u é s
u n e s t r é p i t o e s p a n t o s o , abrióse u n a p u e r t a , y t o d o s se
p a s a r o n de m a n o en m a n o u n e n a n i t o d e la m á s horri-
ble f e a l d a d q u e se p u e d e i m a g i n a r ; los g u a r d i a s le
a r r o j a r o n c o m o u n a pelota p o r la escalera ; y los t r a n -
s e ú n t e s , a t r a í d o s p o r aquella escena, f o r m a r o n círculo
al r e d e d o r del p o b r e e n a n o , lleno d e c o n t u s i o n e s y
a t u r d i d o p o r su caída. En el m i s m o instante, y con u n
m o v i m i e n t o r á p i d o c o m o el rayo, el h o m b r e q u e aca-
b a b a d e explicar el a c c i d e n t e se p r e c i p i t a s o b r e a q u e l
e x t r a ñ o sér, le recoge, envuélvele en u n a p u n t a de s u
capa y se dirige c o r r i e n d o hacia el m a r , d o n d e le es-
p e r a b a u n a góndola q u e se alejó al p u n t o d e la orilla.
El e n a n o n o era o t r o sino el p e q u e ñ o d o c t o r Giovanni
Basseggio, c u y a c o n s u l t a , s e g ú n p a r e c e , n o había sido
a c e p t a d a p o r el D u x . E n c u a n t o á m í , q u e r i d o T o n i n o ,
h e v u e l t o á casa sin p e r d e r u n m i n u t o ; h e p u e s t o á
cocer las d r o g a s c u y o secreto poseo, y h e llevado el re-
m e d i o d e A n n u n z i a t a al palacio ducal. C u a n d o llegué,
i n t r o d u j é r o n m e h a s t a la habitación d e la h e r m o s a en-
f e r m a , q u e e c h a d a s o b r e u n o s cojines, no h a c í a m á s
q u e r e p e t i r con su d u l c e voz: «¡Estoy e n v e n e n a d a ; voy
á m o r i r ! . . . » D e s p u é s d e consolarla y a n i m a r l a , a p l i q u é
á la h e r i d a m i u n g ü e n t o m i l a g r o s o , y en el m i s m o ins-
t a n t e m a n i f e s t ó s e el alivio. El D u x , t r a n s p o r t a d o d e ale-
gría, l l é n a m e las m a n o s d e m o n e d a s d e oro, diciéndo-
m e : « ¡ T u f o r t u n a está h e c h a si salvas á m i esposa ! »
Y saliendo d e la h a b i t a c i ó n , n o s deja solas á las dos.
A n n u n z i a t a cede poco á poco á la influencia d e u n s u e ñ o
dulce y r e p a r a d o r ; d u e r m e por espacio d e t r e s h o r a s
con la m a y o r t r a n q u i l i d a d ; y a p e n a s d e s p i e r t a , aplico
o t r a vez el r e m e d i o . La joven fija en mí u n a m i r a d a
r a d i a n t e d e alegría, y yo la digo con voz cariñosa :
— Q u e r i d a p r i n c e s a , Dios debía sin d u d a salvaros,
p o r q u e n o deja n u n c a sin r e c o m p e n s a u n a b u e n a ac-
ción, y y o sé q u e en o t r o t i e m p o vos p r e s e r v a s t e i s á u n
 p o b r e joven d e la m o r t a l p i c a d u r a d e u n a s e r p i e n t e .
Al oír estas p a l a b r a s , su r o s t r o se i l u m i n ó .
— B u e n a a n c i a n a — m e d i j o — ¿ c ó m o p o d é i s s a b e r ?...
Ya m e a c u e r d o . . . era u n h e r m o s o m u c h a c h o .
- P u e s ese m u c h a c h o - r e p l i q u é yo, sin p o d e r resis-
t i r a m i p r i m e r i m p u l s o — e x i s t e a ú n y e s t á en Vene-
cia; hállase cerca d e a q u í , sólo piensa en vos, y sólo
d e vos habla, p o r q u e sois el ú n i c o objeto d e su a m o r ;
el es q u i e n , p a r a volver á veros una vez m á s de c e r c a '
e m p r e n d i ó la peligrosa ascensión del jueves; él es
quien os ofreció el r a m o . . .
¡ Ah!— e x c l a m ó A n n u n z i a t a — m i s p r e s e n t i m i e n t o s
no m e h a b í a n e n g a ñ a d o ; a d i v i n é q u e era él por m i
t u r b a c i ó n c u a n d o , inclinándose a n t e m í , p r o n u n c i ó
m i n o m b r e en voz t a n baja, q u e n a d i e p u d o oirle. Bue-
na a n c i a n a , ¿sabes d ó n d e está ese joven? Necesito verle
y hablarle; corre y tráele á m i p r e s e n c i a .
Al oir estas ú l t i m a s p a l a b r a s , A n t o n i o se e s t r e m e c i ó
c o m o si h u b i e s e circulado p o r su c u e r p o u n a c o r r i e n -
te eléctrica.
— ¡ S e ñ o r - e x c l a m ó l e v a n t a n d o las m a n o s al cielo—
S e ñ o r , l í b r a m e de t o d o m a l h a s t a q u e h a y a v u e l t o á
verla, a u n q u e sólo sea u n a sola vez p a r a e s t r e c h a r l a
c o n t r a m i c o r a z ó n ! D e s p u é s m e será la m u e r t e m á s
dulce, y h a b r é vivido lo b a s t a n t e , p u e s t o q u e el d e s t i -
n o nos separa p a r a s i e m p r e .
El p o b r e joven, loco d e alegría y d e i m p a c i e n c i a ,
d e s e a b a q u e la a n c i a n a M a r g a r i t a le c o n d u j e s e al p u n -
to al palacio d u c a l , y no le costó poco á la anciana ha-
• c e n e c o m p r e n d e r q u e a q u e l l a visita e r a i m p o s i b l e
p o r q u e el Dux e n t r a b a de h o r a en h o r a en la habitación
d e A n n u n z i a t a , p a r a o b s e r v a r con t i e r n a solicitud los
p r o g r e s o s de su c u r a c i ó n .
T r a n s c u r r i e r o n a ú n varios d í a s d u r a n t e los cuales
el r e s t a b l e c i m i e n t o de la bella A n n u n z i a t a c o n t i n u ó su
c u r s o ; la a n c i a n a iba d i a r i a m e n t e al palacio, m a s no
le era posible i n t r o d u c i r al joven Antonio, q u i e n se
consolaba h a c i e n d o r e p e t i r á M a r g a r i t a cien veces sus
conversaciones con la esposa del Dux, p u e s se h a b l a b a
d e él. Una vez e n t e r a d o d e todo, iba a v a g a r p o r la
orilla de las l a g u n a s , d e v o r a n d o s u p e n a y su a n g u s -
tia; p e r o aquellas e x c u r s i o n e s solitarias f a t i g a b a n su
c u e r p o , sin c a l m a r el f u e g o de su p a s i ó n ni d i s m i n u i r
s u i n q u i e t u d ; de m o d o q u e t o d a s las t a r d e s p a s a b a las
h o r a s m e d i t a n d o en la escalera del palacio ducal d o n d e
h a b i t a b a la d a m a d e s u s p e n s a m i e n t o s .
Una t a r d e , á la h o r a e n q u e el sol p o n i e n t e i l u m i n a
con sus r a y o s de oro la p ú r p u r a del firmamento, Pe-
d r o el g o n d o l e r o c a n t a b a , a p o y a d o c o n t r a u n pilar del
P u e n t e d e los S u s p i r o s . S u e m b a r c a c i ó n , a m a r r a d a e n
u n anillo d e h i e r r o , balanceábase g r a c i o s a m e n t e con
s u s brillantes b a n d e r o l a s , a g i t a d a s p o r la f r e s c a brisa.
Aquella bonita g ó n d o l a , a d o r n a d a con p a r t i c u l a r es-
m e r o , p a r e c í a una copia en m i n i a t u r a del f a m o s o Bu-
centauro, el barco d e h o n o r ; y P e d r o c a n t a b a , m i r a n d o
d i s t r a í d o las o n d a s , c u a n d o divisó á pocos p a s o s á su
a m i g o d e otro t i e m p o , Antonio, m á s triste y s o m b r í o
que nunca.
— ¡Hola! m a e s e A n t o n i o — g r i t ó el g o n d o l e r o — D i o s
q u i e r a q u e volváis á e s t a r a l e g r e , p u e s los c e q u í e s
q u e m e disteis m e h a n t r a í d o s u e r t e , s e g ú n podéis
ver.
A n t o n i o le p r e g u n t o á q u é feliz casualidad debía el
hallarse tan bien vestido y d u e ñ o de u n a g ó n d o l a c u y a
posesión h u b i e r a n e n v i d i a d o las m á s o p u l e n t a s d a m a s
d e Venecia. P e d r o se a p r e s u r ó a notificar a su a n t i g u o
a m i g o q u e tenía el h o n o r de c o n d u c i r casi t o d a s las
n o c h e s al Dux y á su esposa á la G i u d e c c a , d o n d e Fa-
liero había m a n d a d o c o n s t r u i r una magnifica q u i n t a
de recreo.
— A m i g o mío—dijo A n t o n i o — h a z m e otro f a v o r y te
d a r é t a n t o oro c o m o la p r i m e r a vez; sólo q u i e r o q u e
esta n o c h e m e dejes o c u p a r t u p u e s t o p a r a c o n d u c i r
al Dux á la Giudecca.
— ¡ I m p o s i b l e ! — c o n t e s t ó P e d r o — e l Dux m e conoce
y n o lo p e r m i t i r á .
Y como A n t o n i o , d o m i n a d o p o r su p a s i ó n , insistiese
con s i n g u l a r p e r s e v e r a n c i a , el m a r i n e r o c o m e n z ó á
reirse, diciendo:
—¡Ah, m a e s e A n t o n i o , estáis e n a m o r a d o d e los ojos
d e á n g e l d e la p r i n c e s a !
D e s p u é s d e d i s c u t i r u n poco, y p a r a conciliar s u s
d e b e r e s con el i n t e r é s q u e tenía en servir á su a n t i g u o
c o m p a ñ e r o , P e d r o consintió en d e j a r l e p e r m a n e c e r á
su lado p a r a r e m a r , y se convino en q u e se e x c u s a d a
con F a l i e r o , a l e g a n d o u n a s ú b i t a indisposición, lo cual
explicaría la p r e s e n c i a d e u n d e s c o n o c i d o . A n t o n i o se
a r r e g l ó m u y p r o n t o su t r a j e d e m a r i n e r o y disfrazó
sus facciones con u n e n o r m e b i g o t e postizo. A p e n a s
t e r m i n a d a esta o p e r a c i ó n , volviendo á r e u n i r s e con
su a m i g o , vió llegar al Dux a c o m p a ñ a d o d e A n n u n -
ziata.
— ¿ Q u i é n es ese h o m b r e ? — p r e g u n t ó F a l i e r o .
P e d r o se e x c u s ó !o m e j o r q u e p u d o , a l e g a n d o q u e ,
á causa d e u n s ú b i t o m a l e s t a r no p o d r í a c o n d u c i r él
m i s m o la g ó n d o l a ; y el D u x , s e g u r o d e q u e el n u e v o
a u x i l i a r sería bien conocido d e su c o m p a ñ e r o , consin-
tió en a d m i t i r l e .
A n t o n i o creía e s t a r en la p u e r t a del cielo; sólo el
roce del vestido d e la h e r m o s a joven le e m b r i a g a b a ;
r e s p i r a b a el m i s m o aire, veíala y la oía; p e r o d o m i n a -
ba s a s s e n s a c i o n e s , c o n s e r v a n d o casi s i e m p r e la vista
baja, á la vez q u e r e m a b a con u n vigor d e s e s p e r a d o ,
p a r a alejar p o r la f a t i g a física los p e l i g r o s d e u n a exal-
tación á la cual t e m í a n o p o d e r r e s i s t i r largo t i e m p o .
El a n c i a n o Dux, s e n t a d o j u n t o á su e s p o s a , p r o d i g á b a l e
las m á s t i e r n a s caricias; y c u a n d o la g ó n d o l a h u b o lle-
g a d o al c e n t r o del p u e r t o , á u n sitio d e s d e d o n d e se
d e s a r r o l l a b a n c o m o u n g r a n d i o s o p a n o r a m a los m á s
s u n t u o s o s edificios de Venecia, Faliero, l e v a n t a n d o
con orgullo su cabeza b l a n q u e a d a p o r los años, dijo á
la p r i n c e s a :
— ¡ A m a d a m í a , t o d o s esos e s p l e n d o r e s te p e r t e n e -
cen ! ¿ No es m u y g r a t o v a g a r así s o b r e las t r a n q u i l a s
o n d a s con el señor del m a r ? E s c u c h a ese dulce m u r -
m u l l o d e las a g u a s , s e m e j a n t e al c a n t o d e a m o r con
q u e el Adriático s a l u d a el p a s o d e su p r o m e t i d a ; sí,
e n c a n t a d o r a A n n u n z i a t a , t ú llevas en el d e d o m i anillo
de boda; p e r o las a g u a s q u e a h o r a n o s c o n d u c e n , con-
servan en su s e n o o t r o c o m o p r e n d a d e m i s o b e r a n í a .
C u a n d o el Dux a c a b a b a d e p r o n u n c i a r e s t a s pala-
bras, u n a voz lejana c a n t ó la s i g u i e n t e estrofa:
Ah! s e n z a a m a r e ,
andaré sul mare,
col s p o s o del m a r e ,
non puó consolare (1).
O t r a s voces se u n i e r o n en coro con la p r i m e r a ; des-
p u é s la canción se e x t i n g u i ó g r a d u a l m e n t e , mezclán-
dose con los s u s p i r o s d e la brisa n o c t u r n a . El a n c i a n o
Faliero no pareció c o m p r e n d e r ias p a l a b r a s d e a q u e l l a
estrofa, y explicaba á la joven el origen y los detalles
d e la c e r e m o n i a del día d e la Ascensión.
El Dux e n u m e r a b a las victorias d e la r e p ú b l i c a ve-
n e c i a n a ; r e f e r í a la c o n q u i s t a d e Istria y d e Dalmacia
p o r P e d r o Orseolo II, con el cual se relaciona la cere-
m o n i a d e los d e s p o s o r i o s del m a r ; p e r o A n n u n z i a t a n o
le e s c u c h a b a ; con la vista fija en las olas, p a r e c í a b u s -
car a l g u n a cosa en el horizonte, y sólo oía el m u r m u -
(1) ¡Ah, b o g a r s o b r e l a s olas con el p r o m e t i d o d e l m a r , n o
p u e d e c o n s o l a r á u n c o r a z ó n sin a m o r !
lio d e las a g u a s , q u e p a r e c í a n r e p e t i r la copla m i s t e -
riosa d e la canción de los g o n d o l e r o s . Señza amare—
sema amare —non puó consolare; y .las l á g r i m a s se
deslizaban bajo s u s p á r p a d o s velados, d i l a t á n d o s e s u
h e r m o s o seno p o r u n a inexplicable e m o c i ó n . El Dux
p r o s e g u í a s u s r e l a t o s sin v e r n a d a ; y así llegaron á lá
q u i n t a d e G i u d e c c a . A n n u n z i a t a , sin p o d e r o c u l t a r s u s
l á g r i m a s , n o tenía ya m i r a d a s ni p e n s a m i e n t o . E n
a q u e l i n s t a n t e , o t r a g ó n d o l a tocó en la orilla; e n ella
i b a B o d o e r i ; los o t r o s p a s a j e r o s e r a n m e r c a d e r e s , a r -
t i s t a s y g e n t e del p u e b l o , y t o d o s se d i r i g i e r o n hacia
el palacio en p o s del Dux.
El d í a s i g u i e n t e p a r e c i ó i n t e r m i n a b l e p a r a A n t o n i o ;
h a b í a sabido p o r M a r g a r i t a q u e A n n u n z i a t a estaba
triste, y q u e conocedora d e su d i s f r a z d e la víspera,
suplicábale q u e no t r a t a r a d e volver á verla y se aleja-
se de Venecia. Esta noticia f u é u n r a y o p a r a n u e s t r o
h é r o e ; s u e s p í r i t u se exaltó, los t e m o r e s y peligros
d e s a p a r e c i e r o n p a r a él; q u i s o ver á la h e r m o s a A n n u n -
ziata, confesarle todo, y m o r i r á s u s pies. Á la caída
d e la t a r d e salió d e su casa, y poco d e s p u é s deslizá-
base en el palacio d u c a l ; p e r o c u a n d o s u b í a sin r u i d o
p o r la escalera d e h o n o r , vió d e p r o n t o u n a viva clari-
d a d , y a n t e s d e q u e p u d i e s e h u i r ú ocultarse, divisó á
M a r i n o B o d o e r i s e g u i d o d e a l g u n o s lacayos q u e le
a l u m b r a b a n con h a c h a s .
Bodoeri, fijando u n a m i r a d a en Antonio, hízole s e ñ a
p a r a q u e le siguiese, y el joven, c r e y é n d o s e d e s c u b i e r -
to, dejóse c o n d u c i r sin m u r m u r a r u n a q u e j a . L l e g a d o s
á u n a sala r e t i r a d a , B o d o e r i se d e t u v o , abrazó á Anto-
nio, dióle g r a c i a s p o r su p u n t u a l i d a d , y le h a b l ó d e u n
p u e s t o peligroso q u e sería preciso d e f e n d e r a q u e l l a
m i s m a n o c h e . El joven creyó s o ñ a r , p e r o r e c o b r a d o
d e su p r i m e r a s o r p r e s a , las p a l a b r a s d e Bodoeri le ini-
ciaron en el s e c r e t o d e u n a v a s t a c o n s p i r a c i ó n , c u y o
jefe era el Dux en p e r s o n a , y q u e d e b í a estallar á las
pocas h o r a s , s e g ú n el plan c o n v e n i d o con Faliero. El
objeto d e aquella t r a m a e r a a n i q u i l a r á la nobleza y
c o n f e r i r al Dux el t í t u l o d e capitán g e n e r a l de la r e p ú -
blica d e Venecia. A n t o n i o m i r a b a fijamente á B o d o e r i ,
y c o m o n o contestaba n a d a á sus revelaciones, el pa-
tricio g r i t ó f u r i o s o :
— ; C o b a r d e ! no s a l d r á s de a q u í , q u i e n q u i e r a q u e
seas, h a s t a q u e y o s e p a t u resolución. P r e p á r a t e á
m o r i r por n u e s t r a s e g u r i d a d , ó á t o m a r las a r m a s
p a r a s e r v i r n o s ; p e r o a n t e t o d o m i r a á ese h o m b r e . . .
A u n a señal de Bodoeri, A n t o n i o fijó sus m i r a d a s
en el f o n d o de la habitación : en la p a r t e m á s o s c u r a
d e ella veíase en pie á u n h o m b r e d e facciones s o m -
brías,. p e r o q u e revelaban nobleza, y a p e n a s le h u b o
'divisado Antonio, cayó d e rodillas, y t e n d i e n d o los
brazos, exclamó:
— ¡ V o s sois m i p a d r e a d o p t i v o ! ¡ V o s sois B e r t u c c i o
Nenolo, m i b i e n h e c h o r !
—Sí—contestó Nenolo, e s t r e c h a n d o contra su cora-
zón al joven;—si, yo soy Bertuccio, á q u i e n creías per-
d i d o p a r a s i e m p r e . Acabo d e e s c a p a r d e 'las c a d e n a s
del fiero M o r b a s s a n , y vengó á c o n s a g r a r las f u e r z a s q u e
c o n s e r v o á la liberación d e m i p a t r i a . Antonio, si no
q u i e r e s e m p u ñ a r las a r m a s contra los nobles q u e opri-
m e n á Venecia p o r sus exacciones d e t o d o g é n e r o , vé
al p a t i o del F o n t e g o , y allí verás, escrito con m a n c h a s
d e s a n g r e , el a s e s i n a t o d e t u p a d r e , i n m o l a d o p o r los
. nobles. C u a n d o la Señoría alquilaba á los m e r c a d e r e s
a l e m a n e s el sitio l l a m a d o F o n t e g o , los i n q u i l i n o s n o
podían llevarse las llaves de s u s a l m a c e n e s c u a n d o les
era preciso v i a j a r ; y t u p a d r e había p a g a d o u n a consi-
derable m u l t a p o r la infracción d e esta l e y ; p e r o n o se
limitó á esto la p e r s e c u c i ó n d e q u e f u é objeto p o r p a r -
te del Fondegaro; al volver, la justicia visitó sus d e p ó -
sitos, y hallóse en ellos u n cajón de m o n e d a falsa de
Venecia, oculta allí por traición c u a n d o estaba a u s e n -
t e . E s t e solo hecho, y del q u e t u d e s g r a c i a d o p a d r e no
se p u d o justificar sino por i n ú t i l e s j u r a m e n t o s , p a r e -
ció s u f i c i e n t e para c o n d e n a r l e á la p e n a c a p i t a l ; la ini-
cua s e n t e n c i a se e j e c u t ó en m e d i o del F o n t e g o ; y yo, •
el ú l t i m o a m i g o d e t u p a d r e , el ú n i c o q u e se ha con-
s e r v a d o fiel á su m e m o r i a , te recogí y h e o c u l t a d o
h a s t a a h o r a el n o m b r e d e t u f a m i l i a . ¡ L e v á n t a t e a h o r a ,
Antonio D a l b u r g e r , l e v á n t a t e y ven á v e n g a r la s a n g r e
de t u p a d r e 1...
A n t o n i o j u r ó q u e su v e n g a n z a sería i n e x o r a b l e .
A c o n s e c u e n c i a d e u n a d i s p u t a , el jefe de la m a r i n a ,
Dándolo, h a b í a l e v a n t a d o la m a n o c o n t r a B e r t u c c i o
Nenolo, y éste se v e n g a b a t o m a n d o p a r t e en u n a cons-
piración q u e se había o r g a n i z a d o s e c r e t a m e n t e contra
los nobles. Nenolo y B o d o e r i se valían d e su c r é d i t o
p a r a elevar á F a l i e r o al p o d e r a b s o l u t o , e s p e r a n d o re-
cibir u n a g r a n p a r t e d e los beneficios. T o d o estaba
p r e v i s t o en el plan d e a t a q u e : u n a falsa a l a r m a d e b í a
h a c e r c r e e r en u n m o m e n t o d a d o q u e la flota g e n o v e s a
e n t r a b a en las l a g u n a s ; y á f a v o r del d e s o r d e n q u e
p r o d u c i r í a ésta noticia, p r o p a g a d a p o r la n o c h e en
la c i u d a d , los c o n j u r a d o s se a p o d e r a r í a n del c a m p a -
n a r i o d e San Marcos p a r a t o c a r á r e b a t o . L a lucha se
e m p e ñ a r í a en t o d o s los p u n t o s ; t o m a d o s los p u e s t o s ,
se sacrificaría á sus d e f e n s o r e s ; ni u n solo n o b l e debía
e s c a p a r de la m a t a n z a , y el D u x s u b i r í a al p o d e r abso-
luto por u n a escalera d e c a d á v e r e s .
P e r o e n t r e los c o n j u r a d o s se h a b í a n i n t r o d u c i d o ,
c o m o s u c e d e casi s i e m p r e en casos s e m e j a n t e s , a l g u -
n o s t r a i d o r e s ; y el consejo d e los Diez, a v i s a d o á tiem-
po, vigilaba los conciliábulos. Un t r a f i c a n t e e n pieles
d e P i s a , V e n c i a n o , q u e r i e n d o salvar á su a m i g o Nico-
lo Leoni, i n d i v i d u o d e d i c h o consejo, dió á conocer el
plan d e la c o n s p i r a c i ó n ; el consejo se r e u n i ó en S a n
Salvador y a d o p t ó las m e d i d a s n e c e s a r i a s p a r a la se-
guridad de Venecia.
Antonio se había e n c a r g a d o de h a c e r t o c a r las cam-
p a n a s d e S a n M a r c o s ; m a s al llegar á la t o r r e , e n -
contróla c u s t o d i a d a p o r t r o p a s q u e p u s i e r o n en f u g a
á s u s c o m p a ñ e r o s , y á d u r a s p e n a s p u d o e s c a p a r él
m i s m o á f a v o r d e la o s c u r i d a d . D e t r á s d e él corría sin
aliento u n h o m b r e , q u e al p r i n c i p i o t o m ó p o r e n e m i -
go, p e r o e r a el fiel P e d r o .
— A m i g o mío—dijo al joven—no p u e d e s p e r d e r u n
solo m i n u t o si q u i e r e s salvarte. ¡ Salta á m i g ó n d o l a ,
t o d o está p e r d i d o ! ¡ Bodoeri y Nenolo se hallan ya
c a r g a d o s d e c a d e n a s ; el palacio d u c a l ha sido bloquea-
do, y los m i s m o s g u a r d i a s del Dux le tienen p r i s i o n e r o !
Antonio se d e j ó llevar: o y é r o n s e a l g u n o s g r i t o s leja-
nos y r u i d o d e a r m a s , y á esto siguió u n silencio d e
m u e r t e : aquella revolución había d u r a d o u n a h o r a .
C u a n d o el alba d e s p u n t ó , el p u e b l o p u d o p r e s e n c i a r ,
al d e s p e r t a r s e , u n l ú g u b r e espectáculo.
El consejo d e los Diez había juzgado y h e c h o ejecu-
t a r s u s s e n t e n c i a s aquella m i s m a n o c h e ; los jefes d e la
c o n j u r a c i ó n e s t a b a n a h o r c a d o s , y sus c a d á v e r e s se
b a l a n c e a b a n , p e n d i e n t e s del h i e r r o d e los b a l c o n e s de
la Piazetta, f r e n t e al palacio ducal: e n t r e ellos se podía
reconocer á Bertuccio Nenolo y á M a r i n o B o d o e r i . . .
Dos d í a s d e s p u é s , el Dux Marino F a l i e r o m o r í a d e -
c a p i t a d o en el p e l d a ñ o m á s alto d e la escalera de los
Gigantes
A n t o n i o D a l b u r g e r había e s c a p a d o m i l a g r o s a m e n t e
de a q u e l l a s t e r r i b l e s r e p r e s a l i a s , y d u r a n t e largo tiem-
p o a n d u v o e r r a n t e p o r la ciudad c o n s t e r n a d a , c o m o
u n h o m b r e p r i v a d o d e r a z ó n : n o r e c o b r ó su inteligen-
cia ni se dió c u e n t a d e lo q u e p a s a b a h a s t a q u e vió
saltar s o b r e las baldosas d e m á r m o l la cabeza del a n -
ciano D u x .
—¡ A n n u n z i a t a ! — e x c l a m ó p o s e í d o de t e r r o r ; y co-
r r i e n d o hacia el palacio, f r a n q u e ó d e s p u é s las g a l e r í a s
c o m o un loco y abrió t o d a s las p u e r t a s sin e n c o n t r a r
obstáculo a l g u n o . En su c a m i n o e n c o n t r ó , c o m o u n
p r e s a g i o fatal, á la a n c i a n a M a r g a r i t a , afligida y lloro-
sa ; a m b o s se d i r i g i e r o n á la habitación de la e s p o s a
del Dux, y e n c o n t r a r o n á la bella A n n u n z i a t a t e n d i d a
en el suelo sin c o n o c i m i e n t o . A n t o n i o la levantó con
la m a y o r solicitud, y c u a n d o a b r i ó los ojos, s u p r i m e r a
m i r a d a reveló á la vez el a m o r y el e s p a n t o .
—¡ O h ! ¡ h u y a m o s , a m o r m í o — e x c l a m ó A n t o n i o -
h u y a m o s d e esta c i u d a d s a n g r i e n t a !
M a r g a r i t a p r o p u s o b u s c a r u n asilo en Chiezza, d o n -
d e se c a m b i a r í a d e c a m i n o p a r a volver á Alemania,
p a t r i a d e A n t o n i o . El b u e n P e d r o b u s c ó la b a r c a .
Al c e r r a r la n o c h e , A n n u n z i a t a , c u b i e r t a con u n
largo velo, salió f u r t i v a m e n t e del palacio, s e g u i d a d e
s u a m a n t e y d e la fiel M a r g a r i t a , q u e llevaba oculto
u n cofrecillo lleno d e oro y d e a l h a j a s . S i n h a l l a r obs-
t á c u l o llegaron h a s t a la e m b a r c a c i ó n ; A n t o n i o e m p u -
ñ ó los r e m o s , y la hizo a v a n z a r r á p i d a m e n t e . La l u n a ,
s a l i e n d o en a q u e l m o m e n t o d e e n t r e las n u b e s , ilumi-
n ó con s u s a m o r o s o s reflejos la e s p u m a d e las olas,
cual si q u i s i e r a f a v o r e c e r á los f u g i t i v o s .
A p e n a s e s t u v o la e m b a r c a c i ó n en alta m a r , el cielo
se c u b r i ó d e p r o n t o d e n e g r a s n u b e s , q u e el v i e n t o
n o r t e i m p e l í a con f u r i a al través del e s p a c i o ; y en el-
h o r r o r de las tinieblas, en m e d i o d e los m u g i d o s d e la
t e m p e s t a d , los f u g i t i v o s c o r r í a n d e a b i s m o en a b i s m o .
La a n c i a n a M a r g a r i t a o r a b a f e r v o r o s a m e n t e ; A n t o n i o ,
n o p u d i e n d o resistir al e m b a t e d e las olas, d e j ó c a e r
los r e m o s , cogió en brazos á su a m a d a , pálida y m o r i -
b u n d a , y estrechóla c o n t r a su corazón.
—¡ A n t o n i o !
—¡Annunziata!
Estos f u e r o n los ú l t i m o s g r i t o s h u m a n o s q u e se m e z -
claron con la t e m p e s t a d .
 ANNUNZIATA

Las olas, cada vez m á s e m b r a v e c i d a s , s a l t a b a n h a s t a

el cielo; d e p r o n t o se e n t r e a b r i e r o n , y a h o g a r o n en fa-
tal abrazo á los d o s a m a n t e s , ya q u e no los p o d í a n se-
p a r a r ; el a b i s m o volvió á c e r r a r s e c o m o u n a i n m e n s a
t u m b a , y d u r a n t e toda aquella n o c h e los l ú g u b r e s g e -
m i d o s d e la t e m p e s t a d f u e r o n c o m o los f u n e r a l e s del
Dux d e c a p i t a d o .

E n t r e los c u a d r o s m á s n o t a b l e s e x p u e s t o s en 1816 en
el m u s e o d e Berlín, figuraba u n m a g n í f i c o lienzo del
p i n t o r C. Kolbe, i n d i v i d u o d e la A c a d e m i a d e Bellas
a r t e s , en el cual se fijaban t o d a s las m i r a d a s .
E s t e c u a d r o r e p r e s e n t a b a á u n Dux y su esposa, ves-
tidos con la m a y o r magnificencia y d e p i e en u n bal-
cón del palacio d u c a l ; las facciones del p r i m e r o , vene-
rable anciano, con su l u e n g a b a r b a p l a t e a d a , distin-
g u í a n s e p o r u n a mezcla de o r g u l l o y d e b o n d a d , d e
e n e r g í a y d e t i m i d e z ; m i e n t r a s q u e el r o s t r o de la jo-
ven p r i n c e s a t e n í a cierta e x p r e s i ó n melancólica. D e t r á s
de estos dos personajes, un h o m b r e y una m u j e r
a b r í a n u n p a r a s o l ; á u n lado, u n joven se a p o y a b a
c o n t r a la b a l a u s t r a d a , y soplaba en u n a concha m a r i n a ;
y en el m a r , q u e b a ñ a b a el p i e del balcón, balanceá-
base g r a c i o s a m e n t e u n a g ó n d o l a , e n c u y o pabellón d e
terciopelo o s t e n t á b a s e el e s c u d o d e Venecia b o r d a d o
en o r o . E n ú l t i m o t é r m i n o a g r u p á b a n s e los edificios
d e la c i u d a d en rica p e r s p e c t i v a ; y en el m a r c o d o r a d o
del lienzo leíanse las s i g u i e n t e s p a l a b r a s :

¡ Ah ! s e n z a a m a r e ,
A n d a r e sul m a r e ,
Col s p o s o del m a r e ,
Non può consolare.
 Los c u r i o s o s q u e c o n t e m p l a b a n aquella p i n t u r a pre-
g u n t á b a n s e si el a r t i s t a había q u e r i d o r e p r o d u c i r un
h e c h o y p e r s o n a j e s históricos, ó si su h e r m o s a crea-
ción e r a sólo h i j a d e su f a n t a s í a . Un h o m b r e d e aspec-
to g r a v e se acercó a u n g r u p o en q u e la discusión se
a n i m a b a , y dijo con a c e n t o s o l e m n e :
— S e ñ o r e s , á veces s u c e d e q u e u n a r t i s t a t r a s l a d a al
lienzo su inspiración tal c o m o el cielo se la envía ; des-
p u é s , c u a n d o h a concluido su obra, el a s u n t o q u e re-
p r e s e n t a p u e d e n o ser á los ojos d e a l g u n o s m a s q u e
u n a v a g a concepción p o é t i c a ; p e r o á los d e o t r o s , r e -
p r o d u c e un h e c h o ó u n a escena d e la vida ó d e la h i s -
t o r i a . Acaso el m i s m o Kolbe i g n o r e q u e ese c u a d r o
r e c u e r d a con n o t a b l e e x a c t i t u d al Dux M a r i n o F a l i e r o
y a su esposa, la infeliz A n n u n z i a t a .
Al oir e s t a s p a l a b r a s , y c o m o g u a r d a s e silencio, los
q u e le e s c u c h a b a n r o g á r o n l e q u e refiriese a l g u n a cosa
d e a q u e l l a h i s t o r i a ; volvió a t o m a r la p a l a b r a y refirió
los a c o n t e c i m i e n t o s q u e a c a b a m o s d e n a r r a r .
C u a n d o t e r m i n ó su relato,, los q u e le h a b í a n escu-
c h a d o p e r m a n e c i e r o n largo t i e m p o i n m ó v i l e s a n t e la
obra m a e s t r a d e Kolbe : el p e n s a m i e n t o del p i n t o r se
había revelado en toda su f u e r z a . E s e c u a d r o es u n a
p á g i n a histórica q u e evocará m e j o r q u e u n p o e m a el
melancólico r e c u e r d o d e A n n u n z i a t a .
 Los c u r i o s o s q u e c o n t e m p l a b a n aquella p i n t u r a pre-
g u n t á b a n s e si el a r t i s t a había q u e r i d o r e p r o d u c i r un
h e c h o y p e r s o n a j e s históricos, ó si su h e r m o s a crea-
ción e r a sólo h i j a d e su f a n t a s í a . Un h o m b r e d e aspec-
to g r a v e se acercó a u n g r u p o en q u e la discusión se
a n i m a b a , y dijo con a c e n t o s o l e m n e :
— S e ñ o r e s , á veces s u c e d e q u e u n a r t i s t a t r a s l a d a al
lienzo su inspiración tal c o m o el cielo se la envía ; des-
p u é s , c u a n d o h a concluido su obra, el a s u n t o q u e re-
p r e s e n t a p u e d e n o ser á los ojos d e a l g u n o s m a s q u e
u n a v a g a concepción p o é t i c a ; p e r o á los d e o t r o s , r e -
p r o d u c e un h e c h o ó u n a escena d e la vida ó d e la h i s -
t o r i a . Acaso el m i s m o Kolbe i g n o r e q u e ese c u a d r o
r e c u e r d a con n o t a b l e e x a c t i t u d al Dux M a r i n o F a l i e r o
y a su esposa, la infeliz A n n u n z i a t a .
Al oir e s t a s p a l a b r a s , y c o m o g u a r d a s e silencio, los
q u e le e s c u c h a b a n r o g á r o n l e q u e refiriese a l g u n a cosa
d e a q u e l l a h i s t o r i a ; volvió a t o m a r la p a l a b r a y refirió
los a c o n t e c i m i e n t o s q u e a c a b a m o s d e n a r r a r .
C u a n d o t e r m i n ó su relato,, los q u e le h a b í a n escu-
c h a d o p e r m a n e c i e r o n largo t i e m p o i n m ó v i l e s a n t e la
obra m a e s t r a d e Kolbe : el p e n s a m i e n t o del p i n t o r se
había revelado en toda su f u e r z a . E s e c u a d r o es u n a
p á g i n a histórica q u e evocará m e j o r q u e u n p o e m a el
melancólico r e c u e r d o d e A n n u n z i a t a .
 Tmrroimv.Hj

LA P U E R T A TAPIADA

P^IASKSS^I N se p u e d e n ver j u n t o á las solitarias orillas

m m y d e c i e r t o lago del Norte, las r u i n a s de un
H N a n t ' S u o castillo conocido con el n o m b r e d e
R . . . s i t t e n ; á r i d o s brezos s a l v a j e s le r o d e a n
p o r t o d o s l a d o s : u n a extensión d e a g u a p r o f u n d a y
t r a n q u i l a , d e color plomizo, limita el h o r i z o n t e p o r
u n a p a r t e , y por la otra divísase u n vasto p i n a r , c u y o s
á r b o l e s seculares, vistos á t r a v é s de la b r u m a , p a r e c e n
con s u s n e g r a s r a m a s u n a legión d e e s p e c t r o s alar-
g a n d o s u s d e s c a r n a d o s brazos. El cielo t i e n e allí siem-
p r e u n cariz s o m b r í o y melancólico, y sólo se ven a v e s
d e a s p e c t o f ú n e b r e ; p e r o u n c u a r t o de legua m á s allá
d e este triste p a i s a j e t o d o c a m b i a , y el v i a j e r o divisa
d e p r o n t o un alegre pueblecillo en m e d i o d e floridas
p r a d e r a s ; en su e x t r e m i d a d h a y u n b o s q u e , y á corta
 d a m a s t e n í a n á su servicio u n a m u j e r a n c i a n a , y t o d a s
distancia de éste e n s é ñ a n s e los c i m i e n t o s d e cierto
t r e s se h a b í a n a l b e r g a d o en u n ala del castillo. L a s
castillo q u e u n o de los s e ñ o r e s d e R...sitten se p r o p o -
cocinas estaban en el piso bajo, y u n a especie d e palo-
nía e r i g i r en a q u e l oasis. S u s h e r e d e r o s r e n u n c i a r o n
m a r r u i n o s o servía de habitación á u n viejo cazador
á c o n t i n u a r las o b r a s c o m e n z a d a s , y el b a r ó n Rode-
q u e hacía las veces de g u a r d i á n ; los d e m á s c r i a d o s se
rico d e R, r e s i g n á n d o s e á c o m p a r t i r con las aves noc-
alojaban en el p u e b l o con el i n t e n d e n t e . T o d o s los
t u r n a s el castillo p a t r i m o n i a l , n o se o c u p ó en llevar á
años, hacia fines del o t o ñ o , i n t e r r u m p í a s e el l ú g u b r e
cabo la c o n s t r u c c i ó n d e la m o r a d a d e r e c r e o p r o y e c t a -
silencio q u e pesaba sobre el castillo c o m o u n a losa d e
da p o r s u s a n t e c e s o r e s . Habíase l i m i t a d o á r e p a r a r las
p l o m o ; las t r a h i l l a s d e p e r r o s a t r o n a b a n con s u s ladri-
p a r t e s m á s r u i n o s a s del viejo castillo, p a r a a l b e r g a r s e
d o s el patio d e a q u e l l a triste m a n s i ó n , y los a m i g o s d e
lo m e j o r posible con a l g u n o s criados tan t a c i t u r n o s y
R o d e r i c o t o m a b a n p a r t e a l e g r e m e n t e en las cacerías
poco c o m u n i c a t i v o s c o m o su s e ñ o r ; p a s a b a el t i e m p o
con q u e se les o b s e q u i a b a , p u e s podían m a t a r m u c h o s
c a b a l g a n d o p o r las orillas del lago, y r a r a vez se pre-
lobos y jabalíes. La fiesta d u r a b a seis s e m a n a s , y en
s e n t a b a en el pueblo, d o n d e tan solo su n o m b r e servía
este t i e m p o el castillo p a r e c í a u n a posada a b i e r t a
p a r a a m e d r e n t a r á los niños. En la t o r r e del vigía, Ro-
p a r a c u a n t o s p e d í a n h o s p i t a l i d a d . P o r lo d e m á s , el
derico h a b í a m a n d a d o c o n s t r u i r u n a especie d e m i r a -
b a r ó n R o d e r i c o no d e s c u i d a b a n u n c a s u s d e b e r e s d e
d o r , y allí d e p o s i t ó t o d o s los i n s t r u m e n t o s d e a s t r o n o -
s o b e r a n o ; d i s p e n s a b a justicia á s u s vasallos, y secun-
m í a conocidos e n t o n c e s . Á m e n u d o pasaba d í a s y
dábale en esa p a r t e d e s u s a t r i b u c i o n e s el a b o g a d o
n o c h e s en c o m p a ñ í a d e u n a n c i a n o i n t e n d e n t e q u e
V*", en c u y a familia se había c o n f e r i d o s i e m p r e al
p a r t i c i p a b a d e t o d a s s u s e x t r a v a g a n c i a s . En el país se
jefe, d e p a d r e á hijo y d e s d e t i e m p o i n m e m o r i a l , el
a s e g u r a b a q u e R o d e r i c o poseía g r a n d e s c o n o c i m i e n -
c a r g o d e Justicia d e R...sitten.
t o s en t o d o lo r e f e r e n t e á la m a g i a , y a l g u n o s llegaban
En el a ñ o 179..., el d i g n o a b o g a d o , cuya v e n e r a b l e
h a s t a á decir q u e se le h a b í a e x p u l s a d o d e C u r l a n d i a
cabeza c o n t a b a ya m á s d e s e s e n t a inviernos, di jome
p o r t e n e r a b i e r t a m e n t e relaciones ilícitas con el espí-
c i e r t o día con u n a sonrisa b o n a c h o n a :
ritu maligno.
— P r i m o (yo era su sobrino, p e r o m e l l a m a b a p r i m o
R o d e r i c o p r o f e s a b a u n c a r i ñ o s u p e r s t i c i o s o á la m a n -
p o r q u e t e n í a m o s el m i s m o n o m b r e d e pila), t e n g o de-
sión señorial d e su familia, y t u v o la idea d e c o n s t i t u i r
seos d e llevarte á R . . . s i t t e n ; el v i e n t o del N o r t e , el frió
la p r o p i e d a d en m a y o r a z g o p a r a devolverle su i m p o r -
d e las a g u a s y las p r i m e r a s heladas c o m u n i c a r á n á t u s
tancia ; p e r o ni H u b e r t o , hijo del b a r ó n , ni el d u e ñ o
ó r g a n o s u n poco de vigor; y u n a vez allí, p o d r a s p r e s -
actual del m a y o r a z g o , q u e tenía el m i s m o n o m b r e de
t a r m e m á s d e u n servicio r e d a c t a n d o los i n f o r m e s
su a b u e l o Roderico, se a v i n i e r o n á s e g u i r el e j e m p l o
judiciales, cuyo n ú m e r o a u m e n t a m á s y m á s cada año;
d e su p a r i e n t e , y en vez d e r e s i d i r c o m o él en las r u i -
al m i s m o t i e m p o a p r e n d e r á s á cazar, lo cual será p a r a
nas de R...sitten, habíanse trasladado á sus dominios
ti u n r e c r e o a g r a d a b l e .
d e C u r l a n d i a , d o n d e el g é n e r o de-vida era m á s c ó m o -
Sólo Dios sabe c u á n t o m e regocijó esta p r o p o s i c i ó n .
do y m e n o s triste.
Al día s i g u i e n t e v i a j á b a m o s ya en u n a b u e n a berlina,
El b a r ó n R o d e r i c o t e n i a á su c u i d a d o d o s h e r m a n a s
bien a b r i g a d o s con e s p e s a s pieles, r e c o r r i e n d o u n país
d e su p a d r e , á las cuales d a b a h o s p i t a l i d a d ; e s a s d o s
q u e cada vez era m á s a g r e s t e s e g ú n a v a n z á b a m o s ha-
cia el Norte, á través d e m o n t a ñ a s c u b i e r t a s d e nieve
y d e i n t e r m i n a b l e s p i n a r e s . D u r a n t e el viaje, mi tío
m e refirió v a r i a s a n é c d o t a s d e la vida del barón Rode-
rico ; h a b l ó m e de las c o s t u m b r e s y a v e n t u r a s del anti-
g u o s o b e r a n o d e R...sitten, y se q u e j ó d e q u e el b a r ó n ,
joven q u e había t e n i d o s i e m p r e u n c a r á c t e r d u l c e y la
s a l u d m u y delicada, se h u b i e s e aficionado á u n g é n e r o
d e vida salvaje. P o r lo d e m á s , a d v i r t i ó m e q u e podía
e s t a r en el castillo á m i s a n c h a s , y m e describió el alo-
j a m i e n t o q u e o c u p a r í a m o s , el cual c o m u n i c a b a por u n
lado con la a n t i g u a sala de a u d i e n c i a s del s e ñ o r , y p o r
el o t r o con la h a b i t a c i ó n d e las d o s d a m a s d e q u i e n e s
he h a b l a d o . Á cosa d e m e d i a n o c h e llegamos al terri-
torio de R...sitten.
El p u e b l o estaba d e fiesta: en la casa del i n t e n d e n t e ,
i l u m i n a d a d e a r r i b a a b a j o , r e s o n a b a la m ú s i c a del bai-
le, y la ú n i c a posada d e la localidad estaba llena d e
a l e g r e s c o n v i d a d o s . M u y p r o n t o p e n e t r a m o s en el ca-
m i n o , ya casi i m p r a c t i c a b l e y oculto bajo la nieve;
el viento a r r e m o l i n a b a las a g u a s del lago y hacía cru-
gir con siniestro r u m o r las r a m a s d e los p i n o s ; en
m e d i o de u n a e s p e c i e d e i n m e n s o s u d a r i o d e s t a c á b a s e
la silueta del castillo, y en su i n t e r i o r r e i n a b a u n silen-
cio d e m u e r t e ; d e s u s v e n t a n a s en f o r m a de t r o n e r a s
no salía la m e n o r c l a r i d a d .
—¡Hola, F r a n z , h o l a ! — g r i t a b a m i tío—abre p r o n t o ,
p o r q u e la nieve nos hiela y n e c e s i t a m o s u n buen f u e g o
p a r a r e a n i m a r las f u e r z a s . . .
Un p e r r o m a s t í n contestó p r i m e r o al l l a m a m i e n t o ;
d e s p u é s oímos q u e alguien se m o v í a ; el reflejo d e u n a
a n t o r c h a disipó las s o m b r a s ; v a r i a s llaves r e c h i n a -
ron en s u s c e r r a d u r a s , y el a n c i a n o F r a n z n o s s a l u d ó
diciendo:
— G u á r d e o s Dios, s e ñ o r Justicia; sed bien v e n i d o ;
este t i e m p o es i n f e r n a l .
F r a n z , vistiendo la librea, d e m a s i a d o ancha p a r a su
flaco c u e r p o , tenía u n a figura de las m a s g r o t e s c a s en
a q u e l i n s t a n t e ; la expresión d e s u s facciones, s u r c a d a s
d e a r r u g a s , e r a v e r d a d e r a m e n t e e s t ú p i d a , p e r o su
f e a l d a d podía e c h a r s e en olvido g r a c i a s á su a m a b l e
acogida.
—Mi d i g n o s e ñ o r — dijo F r a n z — n o ha p r e p a r a d o
n a d a p a r a recibiros ; las h a b i t a c i o n e s están h e l a d a s y
las c a m a s n o se han a r r e g l a d o ; el v i e n t o p e n e t r a p o r
t o d a s p a r t e s á t r a v é s d e los cristales r o t o s , y no se
p u e d e estar a q u í ni a u n con f u e g o . . .
— ¡ C ó m o se e n t i e n d e , b e r g a n t e ! — e x c l a m ó mi tío
s a c u d i e n d o la nieve a d h e r i d a á s u s p i e l e s . — T ú e r e s el
g u a r d i á n d e esta b a r r a c a y d e b í a s p r e p a r a r l o t o d o en
t i e m p o o p o r t u n o . ¿ Q u i e r e s d e c i r q u e mi c u a r t o está
inhabitable?
—Así es poco m á s ó m e n o s — r e p l i c ó F r a n z inclinán-
dose p r o f u n d a m e n t e , sin d u d a p o r q u e yo a c a b a b a d e
e s t o r n u d a r ; — l a h a b i t a c i ó n del s e ñ o r Justicia está a h o -
r a llena d e e s c o m b r o s , p o r q u e hace t r e s días q u e el
suelo d e la sala d e a u d i e n c i a s se h u n d i ó p o r efecto d e
una s a c u d i d a e s p a n t o s a .
Mi tío iba á r e n e g a r c o m o un c o n d e n a d o , p e r o con-
t ú v o s e d e p r o n t o , volvióse hacia mí t a p á n d o s e las ore-
jas con su g o r r o d e piel de zorra, y m e dijo :
— P r i m o mío, nos a r r e g l a r e m o s c o m o m e j o r p o d a -
m o s , p e r o a n t e t o d o te r u e g o q u e no h a g a s p r e g u n t a
a l g u n a sobre ese m a l d i t o castillo, p u e s tal vez nos di-
jeran cosas cien veces p e o r e s q u e las q u e a c a b a m o s de
oir.
— M u y bien — p r o s i g u i ó d i r i g i é n d o s e d e n u e v o á
Franz—¿ no p o d r í a s p r e p a r a r n o s c u a l q u i e r o t r a h a b i -
tación ?
—Nos h e m o s a n t i c i p a d o á v u e s t r o s d e s e o s - r e p l i c ó
v i v a m e n t e el a n c i a n o s e r v i d o r .
Asi diciendo, nos hizo seña p a r a q u e le s i g u i é r a m o s ,
y c o n d ú j o n o s p o r u n a e m p i n a d a escalera á u n a gale-
u n a p u e r t a d e c o m u n i c a c i ó n , q u e se c o n d e n a r í a m á s
ría, d o n d e la luz del h a c h a q u e F r a n z llevaba c o m u n i c ó
t a r d e sin t o m a r s e n a d i e la molestia d e o c u l t a r a q u e l
á los m e n o r e s o b j e t o s f a n t á s t i c a s f o r m a s . L l e g a d o s a
t r a b a j o d e albañilería con u n a capa d e p i n t u r a s e m e -
la e x t r e m i d a d d e a q u e l largo pasadizo, q u e tenía m u -
jante á la d e la h a b i t a c i ó n . P r e s c i n d i e n d o d e esto, m i
c h a s vuelta:; y n u m e r o s o s á n g u l o s , F r a n z nos hizo c r u -
e s p í r i t u se inclinaba en a q u e l m o m e n t o m á s en favor
zar por v a r i a s salas h ú m e d a s sin m u e b l e a l g u n o ; des-
de los s u e ñ o s q u e d e las r e a l i d a d e s , y así es q u e poblé
p u é s a b r i ó h ú l t i m a p u e r t a y n o s i n t r o d u j o en u n
al p u n t o el castillo d e a p a r i c i o n e s e x t r a o r d i n a r i a s , fi-
salón, d o n d e se oía c h i s p o r r o t e a r el f u e g o en u n a in-
g u r á n d o m e q u e ya las tenía. La c a s u a l i d a d q u i s o q u e
m e n s a c h i m e n e a . Esto m e p u s o d e b u e n h u m o r ; p e r o
e n c o n t r a s e en un bolsillo u n a o b r i t a q u e en a q u e l l a
mi tío, d e t e n i é n d o s e en m e d i o d e la habitación, p a s e ó
época solían llevar s i e m p r e los jóvenes, t i t u l a d a EL
á su a l r e d e d o r u n a m i r a d a i n q u i e t a y p r e g u n t ó , con
Visionario d e Schiller, c u y a l e c t u r a a u m e n t ó la activi-
voz g r a v e , casi t e m b l o r o s a :
d a d d e m i i m a g i n a c i ó n . Ya estaba m e d i o a l u c i n a d o
—¿ E s p o r v e n t u r a esta sala la q u e ha d e s e r v i r en por el c o n j u n t o d e a q u e l l a sala, c u a n d o m e p a r e c i ó oir
a d e l a n t e p a r a las r e c e p c i o n e s ? pasos ligeros, como d e u n a p e r s o n a q u e cruzase por la
F r a n z se a d e l a n t ó hacia el f o n d o d e la estancia c o m o estancia ; e s c u c h o a t e n t a m e n t e , y p e r c i b o u n g e m i d o
si no h u b i e r a oído, y al r e s p l a n d o r d e la luz d i s t i n g u i - sordo, q u e se r e p i t e d e s p u é s d e u n i n t e r v a l o d e silen-
m o s en la p a r e d u n espacio blanco c u y a f o r m a y di- cio; u n m o m e n t o d e s p u é s , figúrome q u e a r a ñ a n d e t r á s
mensiones indicaban una puerta tapiada. del espacio blanco q u e p a r e c e u n a p u e r t a c o n d e n a d a . . .
El fiel s e r v i d o r se a p r e s u r a b a á p r e p a r a r t o d o c u a n t o — No h a y d u d a ; e s a l g ú n p o b r e a n i m a l q u e está ence-
n e c e s i t á b a m o s ; m u y p r o n t o p u s o los c u b i e r t o s en la r r a d o allí, y pienso q u e el r u i d o cesará si golpeo el
m e s a , y d e s p u é s d e c e n a r b a s t a n t e bien, m i tío hizo suelo con el pie, ó q u e el p r i s i o n e r o d e j a r á oir su voz
a r d e r el c o n t e n i d o d e u n a p o n c h e r a , m u y p r o p i o p a r a con m á s f u e r z a ; p e r o ¡oh t e r r o r ! el sér d e s c o n o c i d o
h a c e r n o s conciliar el s u e ñ o . T e r m i n a d o su servicio, s i g u e a r a ñ a n d o al p a r e c e r con m á s r a b i a . Mi s a n g r e
F r a n z se r e t i r ó d i s c r e t a m e n t e : la luz d e dos b u j í a s y el se hiela en las v e n a s , a s á l t a n m e las i d e a s m á s e x t r a v a -
r e s p l a n d o r del f u e g o ya m o r i b u n d o i l u m i n a b a n d e mil g a n t e s , y q u e d o clavado sin m o v i m i e n t o en la silla, al
c a p r i c h o s a s m a n e r a s los a d o r n o s góticos de la sala t i e m p o q u e cesa el r u i d o m i s t e r i o s o y oigo d e n u e v o
d o n d e nos h a l l á b a m o s ; los c u a d r o s q u e c u b r í a n l a s los p a s o s . E n t o n c e s , l e v a n t á n d o m e , cual m o v i d o p o r
p a r e d e s r e p r e s e n t a b a n cacerías y e s c e n a s belicosas, y u n r e s o r t e , m e a d e l a n t o hacia el f o n d o d e la habi-
los vacilantes f u l g o r e s del f u e g o p a r e c í a n c o m u n i c a r tación, a p e n a s i l u m i n a d a p o r m o r i b u n d a l u z : d e im-
vida y m o v i m i e n t o á t o d a s a q u e l l a s p i n t u r a s , e n t r e las proviso, u n a c o r r i e n t e d e aire h e l a d o m e e n f r í a el
cuales fijé la atención en v a r i o s r e t r a t o s de f a m i l i a d e rostro, y en el m i s m o i n s t a n t e u n r a y o d e l u n a , atra-
t a m a ñ o n a t u r a l , q u e sin d u d a r e p r e s e n t a b a n a los in- v e s a n d o las n u b e s i l u m i n a con p á l i d o f u l g o r u n r e -
d i v i d u o s m á s n o t a b l e s d e la familia d e R . . . sitten. La trato de h o m b r e de arrogante aspecto ; m i e n t r a s que
v a c i l a n t e luz d e las b u j i a s hacía r e s a l t a r m á s el espacio á m i a l r e d e d o r , a l g u n a s voces q u e no t i e n e n n a d a
b l a n c o d e la p a r e d , q u e al e n t r a r h a b í a m o s o b s e r v a d o : d e h u m a n o , m u r m u r a n las s i g u i e n t e s p a l a b r a s , se-
y o s u p u s e tan sólo q u e allí debía h a b e r en otro t i e m p o m e j a n t e s á u n g e m i d o : « ¡ No m á s l e j o s ; vas á caer
en el a b i s m o del m u n d o invisible!» El r u i d o d e u n a
p u e r t a q u e se c i e r r a con violencia hace r e t e m b l a r en
a q u e l i n s t a n t e la sala d o n d e m e hallo; oigo d i s t i n t a -
m e n t e c o r r e r p o r la g a l e r í a ; los pasos d e u n caballo
r e s u e n a n en el suelo del p a t i o ; el rastrillo se eleva,
a l g u n o ha salido y vuelve á e n t r a r casi al p u n t o . ¿ E s
bien positivo t o d o esto, ó e s s o l a m e n t e u n s u e ñ o d e m i
e s p í r i t u d e l i r a n t e ? M i e n t r a s lucho con m i s d u d a s , oigo
á mi tío s u s p i r a r en la h a b i t a c i ó n c o n t i g u a ; n o sé si está
d e s p i e r t o , p e r o cojo la luz, e n t r o , y á la p r i m e r a o j e a d a
reconozco q u e le acosa a l g u n a pesadilla cruel. Al co-
g e r l e d e la m a n o , d e s p i é r t a s e y p r o f i e r e u n g r i t o , p e r o
p r o n t o m e reconoce. «Gracias, p r i m o , m e d i c e ; en
este i n s t a n t e era presa d e u n mal s u e ñ o , sin d u d a p o r
la i m p r e s i ó n q u e m e p r o d u c e este a l o j a m i e n t o y por el
r e c u e r d o d e c i e r t a s cosas q u e en o t r o t i e m p o h e visto;
p e r o ¡ b a h ! m á s vale conciliar el s u e ñ o o t r a vez y n o
p e n s a r en el p a s a d o » Al p r o n u n c i a r estas p a l a b r a s ,
c u b r i ó s e bien con la colcha, se t a p ó la cabeza con la
s á b a n a , y m e p a r e c i ó q u e volvía á d o r m i r s e ; m a s
c u a n d o llegué á m i lecho oí al b u e n h o m b r e m u r m u -
r a r u n a oración, y m a q u i n a l m e n t e hice lo m i s m o .
Al d í a s i g u i e n t e á p r i m e r a h o r a c o m e n z a m o s á ejer-
cer n u e s t r a s f u n c i o n e s : al m e d i o d í a a c o m p a ñ é á m i tío
á visitar á las d a m a s , d e s p u é s d e h a b e r sido a n u n c i a -
d o s p o r F r a n z ; y al cabo d e largo r a t o , u n a a n c i a n a
j o r o b a d a , con v e s t i d o d e seda, nos i n t r o d u j o en el
s a l ó n . Las dos castellanas vestían á la a n t i g u a , y m i -
r á r o n m e con cierta s o r p r e s a q u e m e h a b r í a h e c h o sol-
t a r la c a r c a j a d a si m i tío n o se h u b i e s e a p r e s u r a d o á
decirlas q u e y o e r a un joven legista, p a r i e n t e s u y o , q u e
había v e n i d o á R...sitten p a r a p r e s t a r l e m i a y u d a . El
r o s t r o d e a q u e l l a s d o s a n t i g u a l l a s f e m e n i n a s se p r o -
l o n g ó ; su e x p r e s i ó n parecía indicar q u e n o t e n í a n
m u c h a confianza en m i p o r v e n i r , y d e s d e a q u e l m o -
m e n t o la visita f u é para m í p o r d e m á s d e s a g r a d a b l e ;
h a l l á b a m e a ú n d o m i n a d o p o r la i m p r e s i ó n d e los inci-
d e n t e s d e la p a s a d a n o c h e , y estaba m u y d i s p u e s t o á
n o ver sino b r u j a s bajo los o r o p e l e s con q u e se h a b í a n
e n g a l a n a d o , c o m o p e n d o n e s d e iglesia, las d o s d a m a s
d e R . . . s i t t e n . S u s figuras f a n t á s t i c a s , s u s ojillos ribetea-
dos d e rojo, su nariz p u n t i a g u d a y su voz g a n g o s a , sólo
p o d í a n p e r t e n e c e r l e g í t i m a m e n t e á s e r e s del o t r o
mundo.
E n la noche d e este p r i m e r día h a l l á b a m e con m i tío
en n u e s t r o c u a r t o ; y con los p i e s a p o y a d o s en los hie-
r r o s d e la c h i m e n e a , é inclinada la cabeza sobre el
p e c h o , estaba e n t r e g a d o á m i s reflexiones.
— ¿ Q u i é n diablos te h a e m b r u j a d o d e s d e a y e r ? —
p r e g u n t ó m e de p r o n t o el buen h o m b r e : — n o c o m e s ni
bebes, y por t u a s p e c t o p a r e c e s u n e n t e r r a d o r . . .
No m e pareció c o n v e n i e n t e o c u l t a r á m i tío la c a u s a
d e m i m a l e s t a r ; y d e s p u é s de e s c u c h a r m e con la m a y o r
atención, d í j o m e con cierta g r a v e d a d :
— E s e x t r a ñ o ; yo h e visto en s u e ñ o s t o d o c u a n t o m e
d i c e s ; u n h e d i o n d o f a n t a s m a p e n e t r a b a en la h a b i t a -
ción, a r r a s t r á b a s e h a s t a la p u e r t a c o n d e n a d a , y a r a -
ñ a b a con tal f u r i a , q u e s u s d e d o s se hacían p e d a z o s ;
d e s p u é s bajó p o r la escalera, hizo salir u n caballo y
volvió casi en s e g u i d a . . . E n t o n c e s f u é c u a n d o t ú m e
d e s p e r t a s t e , y al volver en mi m e s o b r e p u s e al s e c r e t o
h o r r o r q u e s i e m p r e p r o d u c e n las r e l a c i o n e s con el
m u n d o invisible.
No m e atreví á p r e g u n t a r n a d a al anciano, y c o m o
éste lo e c h a s e d e v e r , a ñ a d i ó :
— P r i m o , ¿ t e n d r í a s t ú valor d e e s p e r a r j u n t o á m í
esta n o c h e , con los ojos abiertos, la p r ó x i m a visita del
fantasma ?
Yo a c e p t é r e s u e l t a m e n t e la p r o p o s i c i ó n .
— P u e s bien — c o n t i n u ó — l u e g o v e r e m o s . T e n g o
confianza en el piadoso m o t i v o q u e m e i n d u c e á l u c h a r
c o n t r a los g e n i o s maléficos d e esta m o r a d a ; y cual-
 q u i e r a q u e sea el r e s u l t a d o d e m i p r o y e c t o , q u i e r o q u e
presencies t o d o c u a n t o o c u r r a , p a r a q u e p u e d a s d a r
fe. Dios m e d i a n t e , e s p e r o r o m p e r el e n c a n t o q u e t i e n e
alejado d e este d o m i n i o á los h e r e d e r o s d e R . . . s i t t e n ;
p e r o si p e r e z c o en la d e m a n d a , c u a n d o m e n o s m e
h a b r é sacrificado p o r la m á s s a n t a d e las c a u s a s . En
c u a n t o á ti, p r i m o m í o , e s t a r á s p r e s e n t e , y y o te ase-
g u r o q u e n i n g ú n p e l i g r o t e a m e n a z a , p o r q u e el espí-
r i t u m a l o no t i e n e f u e r z a a l g u n a s o b r e ti.
F r a n z nos sirvió, c o m o la víspera, u n a cena e x c e l e n t e
y u n bol de p o n c h e , y d e s p u é s se retiró. C u a n d o que-
d a m o s solos, el a s t r o de la n o c h e brillaba en su pleni-
lunio con vivo f u l g o r ; oíase el m u g i d o del viento en el
b o s q u e , y á cada m o m e n t o los v i d r i o s r e t e m b l a b a n en
s u s m a r c o s d e p l o m o . Mi tío había p u e s t o sobre la m e s a
un reloj d e r e p e t i c i ó n , q u e al cabo d e a l g ú n t i e m p o se-
ñaló las doce... En el m i s m o i n s t a n t e , abrióse la p u e r t a
con r u i d o , y r e s o n a r o n d e n u e v o los p a s o s q u e y o oí la
n o c h e a n t e r i o r ; m i tio palideció, p e r o levantóse sin va-
cilar, y volviéndose hacia el lado d e d o n d e p r o v e n í a el
r u m o r , a p o y ó la m a n o i z q u i e r d a en la c a d e r a y exten-
dió el brazo d e r e c h o en a c t i t u d heroica. Al r u i d o de los
p a s o s s i g u i e r o n a l g u n o s sollozos, y d e s p u é s se o y ó ara-
ñ a r con f u e r z a la p u e r t a t a p i a d a . E n t o n c e s mi tío avan-
zó hasta allí, y e x c l a m ó en alta voz:
— ¡ D a n i e l , Daniel! ¿ Q u é h a c e s a q u í á e s t a s h o -
ras ?
Un g r i t o doloroso c o n t e s t ó á e s t a s p a l a b r a s , y luego
se oyó el r u i d o d e u n c u e r p o p e s a d o al c a e r s e .
— ¡ P i d e g r a c i a al pie del t r o n o de Dios ¡—añadió m i
tío con u n a voz q u e se a n i m a b a cada vez m á s ; — y si
Dios n o te p e r d o n a , r e t í r a t e de e s t o s sitios, d o n d e no
h a y l u g a r p a r a ti...
Un p r o l o n g a d o sollozo se p e r d i ó f u e r a e n t r e los sil-
bidos del v i e n t o ; m i tío volvió l e n t a m e n t e á o c u p a r s u
sitial; tenia u n a e x p r e s i ó n i n s p i r a d a , y d e s p u é s d e CO-
locarse d e l a n t e del f u e g o , con las m a n o s u n i d a s en ac-
titud d e súplica, p a r e c i ó m e q u e o r a b a .
—Y bien, p r i m o — d í j o m e a l g u n o s m o m e n t o s des-
p u é s — ¿ q u é p i e n s a s d e t o d o esto ?
Poseído d e t e m o r , y con la m a y o r v e n e r a c i ó n , a r r o -
dilléme á los pies d e m i tío y le besé la m a n o ; p e r o él
m e a t r a j o hacia sí, y e s t r e c h á n d o m e contra su corazón
añadió :
— V a m o s á d e s c a n s a r a h o r a , p u e s ya está r e s t a b l e -
cida la c a l m a .
En efecto, n a d a p e r t u r b ó ya m i s s u e ñ o s ; d e s d e el
día s i g u i e n t e r e c o b r é la alegría, y m á s d e u n a vez á
e x p e n s a s d e las viejas b a r o n e s a s , q u e á p e s a r d e s u s
ridiculeces n o d e j a b a n d e ser b u e n a s .
Poco t i e m p o d e s p u é s d e n u e s t r a instalación, el ba-
r ó n R o d e r i c o llegó á R . . . s i t t e n con s u esposa y su t r e n
d e c a m p a ñ a p a r a las cacerías : los c o n v i d a d o s a f l u í a n
p o r t o d a s p a r t e s al castillo, q u e m u y p r o n t o a d q u i r i ó
c i e r t o a i r e d e fiesta. C u a n d o el b a r ó n v i n o á vernos,
m o s t r ó s e m u y c o n t r a r i a d o por el c a m b i o d e a l o j a m i e n -
to d e m i t í o ; al m i r a r la p u e r t a c o n d e n a d a , s u s ojos to-
m a r o n u n a e x p r e s i ó n s o m b r í a , y se pasó la m a n o p o r
la f r e n t e , como p a r a a l e j a r u n r e c u e r d o p e n o s o . Des-
p u é s r e p r e n d i ó con la m a y o r s e v e r i d a d á F r a n z por
h a b e r n o s alojado t a n mal, y rogó á m i tío q u e d i s p u -
siera á su a n t o j o d e a q u e l l a m a n s i ó n como si f u e s e su
casa p r o p i a . Yo o b s e r v é q u e la c o n d u c t a del b a r ó n con
m i tío no sólo era m u y cortés, sino q u e r e v e l a b a u n a
especie d e r e s p e t o filial, lo cual p o d i a i n d u c i r á s u p o -
n e r e n t r e ellos relaciones m á s í n t i m a s d e las q u e el
m u n d o veía. En c u a n t o á m í , no se m e hacía p a r t í c i p e
d e aquellas m u e s t r a s d e c o r d i a l i d a d ; el b a r ó n se m o s -
t r a b a c o n m i g o cada vez m á s a l t a n e r o , y á n o ser por
la i n t e r v e n c i ó n p r o t e c t o r a d e m i tío, n u e s t r a mala in-
teligencia se h u b i e r a p o d i d o t r a d u c i r por algún alter-
cado ó escena d e s a g r a d a b l e .
 L a esposa del b a r ó n R o d e r i c o d e R . . . s i t t e n había
p r o d u c i d o d e s d e luego en mi u n a i m p r e s i ó n q u e n o
c o n t r i b u y ó poco á q u e tolerase con paciencia la i m p e r -
tinencia del c a s t e l l a n o : S e r a f i n a ofrecía u n delicioso
c o n t r a s t e con s u s a n c i a n a s p a r i e n t a s , c u y a p r e s e n c i a
m e c a n s a b a ya ; su belleza, realzada p o r t o d a s las se-
d u c c i o n e s d e la j u v e n t u d , tenia c i e r t o carácter d e idea-
lismo s o r p r e n d e n t e ; p a r e c i ó m e u n á n g e l d e luz, m á s
p o d e r o s o q u e t o d o s los e x o r c i s m o s i m a g i n a b l e s p a r a
alejar á los m a l o s g e n i o s q u e visitaban el castillo. C u a n -
d o a q u e l l a a d o r a b l e m u j e r m e dirigió p o r p r i m e r a vez la
p a l a b r a p a r a p r e g u n t a r m e q u é m e parecía la t r i s t e so-
ledad del castillo d e R . . . s i t t e n , el e n c a n t o d e su voz y
la celestial melancolía d e s u s ojos m e c o n m o v i e r o n
p r o f u n d a m e n t e , t a n t o q u e sólo p u d e c o n t e s t a r p o r mo-
nosílabos sin ilación, lo cual m e h a r í a p a r e c e r sin
d u d a el m á s t í m i d o ó el m á s e s t ú p i d o d e los adoles-
c e n t e s . Las viejas tías de la b a r o n e s a , j u z g á n d o m e d e
m u y poca i m p o r t a n c i a , t u v i e r o n la o c u r r e n c i a d e re-
c o m e n d a r m e á las b o n d a d e s d e la joven castellana, con
cierto aire benévolo t a n lleno d e orgullo, q u e n o p u d e
menos de dirigirlas algunos cumplidos m u y semejan-
tes á u n s a r c a s m o . Desde a q u e l m o m e n t o , al p e s a r q u e
e x p e r i m e n t a b a por la i n f e r i o r i d a d d e m i posición r e s -
p e c t o á la b a r o n e s a , a g r e g ó s e u n a p a s i ó n a m o r o s a q u e
m e e n a r d e c í a , y a u n q u e p e r s u a d i d o d e la locura d e
semejante sentimiento, me fué imposible dominarlo.
P r o n t o se c o n v i r t i ó en u n a especie d e violento delirio,
y d u r a n t e m i s l a r g o s i n s o m n i o s l l a m a b a á Serafina con
d e s e s p e r a c i ó n . Cierta n o c h e , m i tío d e s p e r t ó sobresal-
t a d o al oir m i s e x t r a v a g a n t e s m o n ó l o g o s , y g r i t ó m e
d e s d e su c a m a :
— P r i m o , p r i m o , < h a s p e r d i d o la razón ? E n a m ó r a t e
d u r a n t e el día si te p l a c e ; p e r o t i e m p o h a y p a r a todo,
y la n o c h e es sólo p a r a d o r m i r . . .
Yo t e m í q u e m i tío h u b i e r a o í d o el n o m b r e d e Se-
rafina, salido d e m i s labios t a n t a s veces, y q u e m e
d i r i g i e r a a l g u n a r e c o n v e n c i ó n ; p e r o su c o n d u c t a f u é
r e s e r v a d a y discreta en aquella c i r c u n s t a n c i a . Al día
siguiente, c u a n d o e n t r a m o s en la sala d o n d e t o d o el
m u n d o estaba r e u n i d o p a r a la audiencia d e J u s t i c i a ,
dijo en alta v o z :
— ¡ Q u i e r a Dios q u e t o d o s o b r e n a q u í p r u d e n t e -
mente!
D e s p u é s , al s e n t a r m e yo á la m e s a q u e e s t a b a a su
lado, inclinóse hacia mí y a ñ a d i ó :
— P r i m o , p r o c u r a escribir sin e s t r e m e c e r t e , para q u e
yo p u e d a leer, sin esforzar m u c h o la vista, t u s f ó r m u -
las judiciales.
Á las h o r a s d e c o m e r , m i tío se s e n t a b a s i e m p r e á la
d e r e c h a d e la bella b a r o n e s a , f a v o r q u e d e s p e r t a b a
m u c h a s envidias. Yo m e deslizaba tan p r o n t o en un
sitio c o m o en o t r o e n t r e los d e m á s c o n v i d a d o s , á m e -
n u d o oficiales d e la g u a r n i c i ó n vecina, con los q u e era
preciso a l t e r n a r . Cierta n o c h e , la casualidad m e acercó
á Serafina, d e la cual s i e m p r e solía estar l e j o s ; a c a b a b a
d e o f r e c e r el brazo á su a m i g a para p a s a r al c o m e d o r ,
y al v o l v e r n o s á fin d e s a l u d a r , observé, e s t r e m e c i é n -
d o m e , q u e m e hallaba j u n t o á la b a r o n e s a . Una d u l c e
m i r a d a m e invitó á s e n t a r m e : m i e n t r a s d u r ó la c e n a ,
en vez d e c o m e r , h a b l é con la a m i g a d e S e r a f i n a , y
t o d o c u a n t o la dije, con las f r a s e s m á s t i e r n a s y delica-
das, dirigíase á la b a r o n e s a , d e la cual n o m e era po-
sible s e p a r a r la vista. T e r m i n a d a la cena, S e r a f i n a ,
h a c i e n d o los h o n o r e s , acercóse á m í , y p r e g u n t ó m e
con la m a y o r g r a c i a , c o m o la p r i m e r a vez, si m e diver-
tía en el castillo, á lo cual c o n t e s t é diciendo q u e en u n
p r i n c i p i o aquella soledad m e parecía b a s t a n t e p e n o s a ,
p e r o q u e d e s d e la llegada del señor barón t o d o había
c a m b i a d o p a r a m í d e aspecto, h a s t a el p u n t o d e q u e ,
si a l g u n a cosa deseaba, era q u e se m e d i s p e n s a s e d e
asistir á las cacerías.
 —Me p a r e c e h a b e r oido d e c i r — r e p l i c ó la b a r o n e s a —
q u e e r a i s m ú s i c o y poeta ; y o soy a p a s i o n a d a p o r las
a r t e s y toco r e g u l a r m e n t e el a r p a , r e c r e o d e q u e es
forzoso p r i v a r m e a q u í p o r q u e m i esposo a b o r r e c e la
música.
Yo m e a p r e s u r é á c o n t e s t a r q u e la s e ñ o r a b a r o n e s a
p o d r í a m u y bien e n t r e g a r s e á su r e c r e o f a v o r i t o d u -
r a n t e las l a r g a s c a c e r í a s d e su esposo, p u e s no sería
i m p o s i b l e e n c o n t r a r a l g ú n clavicordio en el castillo. La
a m i g a d e S e r a f i n a , es decir, la s e ñ o r i t a Adelaida, ob-
servó q u e n a d i e r e c o r d a b a h a b e r oído n u n c a en R...sit-
ten m á s q u e los s o n i d o s d e los c u e r n o s de caza y los
l a d r i d o s de las j a u r í a s ; p e r o yo insistí en q u e no sería
imposible e n c o n t r a r a l g ú n i n s t r u m e n t o ; y c o m o en
a q u e l i n s t a n t e p a s a r a F r a n z , la s e ñ o r i t a Adelaida ex-
clamó al v e r l e :
—He a h í el ú n i c o h o m b r e capaz d e d a r n o s u n con-
sejo en casos a p u r a d o s : nadie le h a r á p r o n u n c i a r la
p a l a b r a imposible.
Se llamó á F r a n z para c o n s u l t a r l e : el b u e n h o m b r e
d e s p u é s d e d a r mil v u e l t a s á su g o r r a e n t r e las m a -
nos, a c a b ó p o r r e c o r d a r q u e la esposa del s e ñ o r in-
t e n d e n t e , q u e h a b i t a b a en el p u e b l o i n m e d i a t o , t e n í a
u n clavicordio, con el cual se a c o m p a ñ a b a en o t r o
t i e m p o para c a n t a r d e u n a m a n e r a t a n s e n t i m e n t a l ,
q u e al oiría t o d o s lloraban c o m o si se h u b i e s e n f r o t a d o
los ojos con u n a cebolla.
—¡Un c l a v i c o r d i o ! t e n d r e m o s un clavicordio!—ex-
c l a m ó la s e ñ o r i t a Adelaida.
—Sí—dijo F r a n z — p e r o ha o c u r r i d o u n c o n t r a t i e m -
p o : el o r g a n i s t a del p u e b l o q u i s o e n s a y a r en el clavi-
c o r d i o u n a c o m p o s i c i ó n s u y a , y c u a n d o estaba t o c a n d o
d e s c o m p u s o la m á q u i n a .
—¡ Dios m í o ! — e x c l a m a r o n á la vez la b a r o n e s a y la
señorita Adelaida.
—De m o d o q u e — p r o s i g u i ó F r a n z — h a sido necesa-
rio llevar el clavicordio á la c i u d a d m á s p r ó x i m a para
componerlo.
— P e r o ¿lo h a n d e v u e l t o y a ? — i n t e r r u m p i ó vivamen-
te Adelaida.
—No lo d u d o , s e ñ o r i t a — c o n t e s t ó F r a n z — y cierto
estoy d e q u e la esposa del i n t e n d e n t e se h o n r a r á m u -
cho...
E n a q u e l m o m e n t o se p r e s e n t ó el b a r ó n , d e t ú v o s e
a n t e n o s o t r o s , y p a s ó d e largo d e s p u é s , diciendo á su
e s p o s a : « ¿ S i g u e siendo F r a n z , a m i g a m í a , h o m b r e d e
b u e n o s c o n s e j o s ? » La b a r o n e s a q u e d ó c o r t a d a , y
F r a n z inmóvil, con los brazos p e n d i e n t e s ; m a s en el
m i s m o i n s t a n t e llegaron las a n c i a n a s tías, lleváronse á
S e r a f i n a , y la s e ñ o r i t a Adelaida las siguió. Yo p e r m a -
necí largo t i e m p o en el m i s m o sitio, p e n s a n d o en la
feliz c a s u a l i d a d q u e m e h a b í a d e p a r a d o tan dulce con-
v e r s a c i ó n , n o sin r e n e g a r del b a r ó n Roderico, q u e sólo
m e p a r e c í a u n t i r a n o b r u t a l , i n d i g n o de p o s e e r tan
bella e s p o s a . C r e o q u e h u b i e r a e s t a d o allí largo r a t o
si m i tío, q u e m e b u s c a b a , n o m e h u b i e s e d a d o u n
golpecito en el h o m b r o , d i c i é n d o m e con su voz a m i s -
tosa : « P r i m o , no te m u e s t r e s así t a n solícito con la
b a r o n e s a ; deja ese peligroso oficio d e t r o v a d o r para
los locos y e n a m o r a d o s q u e n o s a b e n en q u é p a s a r el
t i e m p o . » Yo c o n t e s t é con un largo d i s c u r s o para de-
m o s t r a r á m i tío q u e n o h a b í a h e c h o n a d a inconve-
n i e n t e ; p e r o el a n c i a n o se encogió d e h o m b r o s , invi-
t ó m e á s e g u i r l e á su c u a r t o , se p u s o la b a t a , c a r g ó su
pipa y e n t a b l ó la conversación s o b r e la cacería del día
anterior.
Aquella noche se d a b a un baile en el castillo: la se-
ñ o r i t a Adelaida h a b í a i m a g i n a d o c o n t r a t a r á t o d a u n a
o r q u e s t a d e a r t i s t a s a m b u l a n t e s ; p e r o mi tío, m u y
a m a n t e d e su r e p o s o , se acostó á la hora d e c o s t u m -
b r e . Con mi j u v e n t u d y mi a m o r , n o podía m e n o s de
s e d u c i r m e a q u e l baile i m p r o v i s a d o , y ya a c a b a b a d e
 C U E N T O S F A N T Á S T I C O S
2 i8 e. t e o d o r o hoffmann

v e s t i r m e , cua-ndo F r a n z l l a m ó á la p u e r t a p a r a a n u n -
ciar q u e el clavicordio d e la señora del i n t e n d e n t e
a c a b a b a d e llegar en u n t r i n e o , y q u e la b a r o n e s a h a -
bía m a n d a d o colocarle en su habitación, d o n d e m e es-
p e r a b a en a q u e l m o m e n t o con Adelaida. J ú z g u e s e d e
la emoción d e placer q u e m e e s t r e m e c i ó al oir a q u e l l a s
p a l a b r a s : loco d e a m o r y d e deseos, corrí al salón
d e S e r a f i n a . Adelaida n o cabía en sí d e gozo; p e r o
la b a r o n e s a , v e s t i d a ya p a r a el baile, estaba en pie
y silenciosa, en melancólica a c t i t u d , cerca d e la caja
q u e e n c e r r a b a los d u l c e s a c o r d e s q u e en m i calidad
d e m ú s i c o y poeta debía p r o d u c i r .
— T e o d o r o — m e dijo, l l a m á n d o m e por mi n o m b r e
s e g ú n la c o s t u m b r e del N o r t e — T e o d o r o , h e a q u í el
i n s t r u m e n t o q u e e s p e r á b a m o s ; c u m p l i d v u e s t r a pro-
mesa.
A c e r q u é m e al p u n t o , m a s a p e n a s h u b e l e v a n t a d o la
t a p a del clavicordio, r o m p i é r o n s e v a r i a s c u e r d a s con
e s t r é p i t o , y l a s q u e a ú n q u e d a b a n , hallábanse en t a n
mal e s t a d o , q u e p r o d u j e r o n los s o n i d o s m á s e s t r i d e n -
tes y d e s a g r a d a b l e s .
—Sin d u d a el o r g a n i s t a h a q u e r i d o hacer o t r o ensa-
y o — e x c l a m ó la s e ñ o r i t a A d e l a i d a , p r o r r u m p i e n d o en
una alegre carcajada.
Pero Serafina no parecía dispuesta á reírse, y m u r -
m u r ó con sentido a c e n t o :
— ¡ F a t a l i d a d ! j a m á s p u e d o c o n s e g u i r a q u í u n solo
placer.
Al e x a m i n a r la caja del i n s t r u m e n t o , hallé p o r for-
t u n a otro j u e g o d e c u e r d a s .
—Nos h e m o s salvado—exclamé:—paciencia y v a l o r ;
a y u d a d m e u n poco, y p r o n t o q u e d a r á r e m e d i a d o el
desperfecto.
La b a r o n e s a m e auxilia al p u n t o con s u s b o n i t o s
d e d o s ; Adelaida desarrolla las c u e r d a s , q u e yo voy
p i d i e n d o por n ú m e r o s : d e s p u é s d e veinte e n s a y o s in-
L A P U E R T A T A P I A D A
 la puerta tapiada 22 I

f r u c t u o s o s , n u e s t r a p e r s e v e r a n c i a q u e d a c o r o n a d a por
el éxito m á s feliz, y la a r m o n í a se restablece c o m o por
e n c a n t o . A q u e l celo y a m o r al a r t e q u e los t r e s había-
m o s m a n i f e s t a d o , hizo d e s a p a r e c e r e n t r e n o s o t r o s las
distancias, y la h e r m o s a b a r o n e s a c o m p a r t í a i n g e n u a -
m e n t e c o n m i g o los h o n o r e s del t r i u n f o q u e le p r o m e -
tía d u l c e s d i s t r a c c i o n e s . El clavicordio era ya e n t r e
n o s o t r o s u n a especie de lazo e l é c t r i c o ; m i t i m i d e z y
t o r p e z a d e s a p a r e c i e r o n , y sólo q u e d ó el a m o r , el a m o r
q u e a b r a s a b a t o d o m i sér. P r e l u d i é en el i n s t r u m e n t o
esas t i e r n a s m e l o d í a s q u e t a n p o é t i c a m e n t e p i n t a n las
p a s i o n e s d e los países m e r i d i o n a l e s , m i e n t r a s q u e Se-
rafina, en pie d e l a n t e d e m i , e s c u c h á b a m e con t o d a
su a l m a : veía s u s ojos b r i l l a r ; a s p i r a b a los e s t r e m e c i -
m i e n t o s q u e a g i t a b a n su seno ; s e n t í a su hálito flotar
en t o r n o mío c o m o el beso d e u n ángel, y mi alma se
elevaba á los cielos. De r e p e n t e , su rostro pareció ilu-
m i n a r s e ; s u s labios m u r m u r a r o n s o n i d o s cadenciosos,
largo t i e m p o a u s e n t e s d e su m e m o r i a ; a l g u n a s n o t a s
e s c a p a d a s d e su g a r g a n t a r e c o r d á r o n m e u n a m e l o d í a
conocida, y la voz d e la b a r o n e s a r e s o n ó c o m o u n h i m -
no celestial.
Era u n lujo d e divina poesía, u n océano d e notas
a r m ó n i c a s , en el cual mi corazón se a b i s m a b a , pidien-
d o a Dios q u e n o s llamase á sí. «¡ Gracias, m e dijo Se-
rafina c u a n d o h u b o t e r m i n a d o a q u e l éxtasis, g r a c i a s
por esta h o r a q u e os d e b o , y q u e j a m á s olvidaré 1 » Al
p r o n u n c i a r e s t a s p a l a b r a s o f r e c i ó m e su m a n o , y yo
m e arrodillé p a r a b e s a r l a . . . E n t o n c e s p a r e c i ó m e q u e
bajo m i s labios se había e s t r e m e c i d o t o d o su sér...
P e r o el baile nos l l a m a b a ; la b a r o n e s a h a b i a d e s a p a -
recido, y n o sé c ó m o m e hallé por la n o c h e e n n u e s t r o
c u a r t o . A p e n a s m e vio mi tío, d í j o m e con aire severo
q u e n o i g n o r a b a m i e n t r e v i s t a con la b a r o n e s a , y aña-
dió g r a v e m e n t e :
—Ten m u c h o c u i d a d o , p r i m o , p o r q u e te deslizas
U N I V E R S A S OE NUEVO LEON

BIBLIOTECA
"ALFONIO ¡MS<-
•i»*» 1625 MONTURA. Meílí
s o b r e u n hielo frágil q u e oculta u n a b i s m o sin f o n d o .
Mal h a y a la m ú s i c a si sólo ha d e s e r v i r p a r a i n d u c i r t e
á c o m e t e r n e c e d a d e s , i n t r o d u c i e n d o la p e r t u r b a c i ó n
en la existencia d e u n a m u j e r r o m á n t i c a . ¡ M u c h o cui-
d a d o , p o r q u e n a d i e está tan p r ó x i m o á la m u e r t e
c o m o el e n f e r m o q u e c r e e e s t a r ya b u e n o !
— P e r o , tio—dije yo p a r a j u s t i f i c a r m e — ¿ m e c r e e r é i s
capaz d e t r a t a r d e s o r p r e n d e r el corazón d e la b a r o -
nesa ?
— ¡ T o n t o — r e p l i c ó el a n c i a n o , g o l p e a n d o el suelo,
con el pie—si lo c r e y e s e u n i n s t a n t e , te a r r o j a r í a p o r la
ventana!
La llegada del b a r ó n p u s o t é r m i n o á este d i á l o g o ; y
d u r a n t e largo t i e m p o el t r a b a j o n o m e p e r m i t i ó v i s i t a r
á S e r a f i n a ; p e r o n u e s t r a s relaciones se r e a n u d a r o n
poco á poco. L a s e ñ o r i t a Adelaida e r a la e n c a r g a d a d e
t r a e r m e á veces a l g ú n m e n s a j e secreto d e S e r a f i n a , y
a p r o v e c h á b a m o s las f r e c u e n t e s a u s e n c i a s del b a r ó n ;
p e r o h a l l á n d o s e s i e m p r e con n o s o t r o s Adelaida, é r a n o s
imposible manifestarnos nuestros sentimientos. Sin
e m b a r g o , p o r c i e r t o s indicios reconocí q u e S e r a f i n a
t e n í a en el corazón u n f o n d o d e t r i s t e z a q u e m i n a b a
l e n t a m e n t e su s é r .
C i e r t o día n o se p r e s e n t ó á la h o r a d e c o m e r ; y los
c o n v i d a d o s se a p r e s u r a r o n á p r e g u n t a r al b a r ó n si le
i n s p i r a b a a l g u n a i n q u i e t u d la dolencia d e su e s p o s a .
— ¡ O h ! d e n i n g ú n m o d o — c o n t e s t ó el n o b l e ; — s i n
d u d a el aire p e n e t r a n t e d e este país, u n i d o á la r o n -
q u e r a q u e p u e d e p r o d u c i r el a b u s o en el c a n t o , es lo
ú n i c o q u e h a o c a s i o n a d o esa i n d i s p o s i c i ó n p a s a j e r a .
Al decir eso, el barón m e dirigió u n a m i r a d a oblicua
q u e significaba m u c h a s c o s a s ; y la s e ñ o r i t a A d e l a i d a
c o m p r e n d i ó lo suficiente p a r a q u e u n vivo c a r m í n ti-
ñ e r a s u s m e j i l l a s ; n o l e v a n t ó la vista, p e r o su a c t i t u d
p a r e c í a d e c i r q u e en lo f u t u r o sería preciso a d o p t a r
m u c h a s p r e c a u c i o n e s p a r a e v i t a r los celos del b a r ó n ,
del c u a l se podía t e m e r a l g u n a m a l a p a s a d a . En cuan-
to á m í , e x p e r i m e n t é la m a y o r i n q u i e t u d ; n o sabia q u é
p a r t i d o t o m a r , y el aire a m e n a z a d o r é irónico del ba-
rón me irritaba tanto más, cuanto que nada remordía
m i c o n c i e n c i a ; p e r o t e m í a e x p o n e r á S e r a f i n a á los
a r r e b a t o s d e su esposo. ¿ Sería forzoso a b a n d o n a r el
castillo ? R e n u n c i a r á v e r á la h e r m o s a castellana p a r e -
c í a m e u n sacrificio s u p e r i o r á m i s f u e r z a s . H a b i é n d o -
s e m e d i c h o q u e t o d o s los c o n v i d a d o s iban á u n a cace-
ría d e s p u é s d e c o m e r , m a n i f e s t é á mi tío q u e yo iría
también.
— P e r f e c t a m e n t e — c o n t e s t ó el anciano;—es u n ejerci-
cio p r o p i o d e t u e d a d , y d e s d e luego te c e d e r é m i ca-
r a b i n a y m i cuchillo d e caza.
Poco d e s p u é s d á b a s e la señal d e la p a r t i d a , y se to-
m a r o n posiciones en el b o s q u e vecino p a r a cercar á los
lobos. La nieve caía en a b u n d a n c i a , y c u a n d o el día
comenzó á declinar, p r o d ú j o s e u n a niebla q u e i m p e d í a
v e r los objetos á seis pasos. El f r í o se a p o d e r a b a d e
m í ; b u s q u é u n a b r i g o en la e s p e s u r a , y d e s p u é s d e
a p o y a r m i c a r a b i n a c o n t r a la r a m a de u n pino, e n t r e -
g u é m e á m i s reflexiones a m o r o s a s . Al b r e v e r a t o su-
c e d i é r o n s e v a r i a s d e t o n a c i o n e s d e d i s t a n c i a en d i s t a n -
c i a ; y á diez pasos del sitio d o n d e m e hallaba veo
a p a r e c e r u n lobo e n o r m e ; le a p u n t o y h a g o f u e g o ,
m a s n o le toco, y el a n i m a l e n f u r e c i d o se p r e c i p i t a
c o n t r a m í . No p o r eso p i e r d o la p r e s e n c i a d e e s p í r i t u ;
recibo á la fiera con la p u n t a d e m i cuchillo d e caza, y
el lobo se clava la h o j a h a s t a la e m p u ñ a d u r a ; u n
g u a r d a - b o s q u e a c u d e p r e s u r o s o al oir los a u l l i d o s ; los
c a z a d o r e s llegan u n m o m e n t o d e s p u é s , y el barón co-
r r e hacia m i p r e g u n t á n d o m e si estoy h e r i d o .
—No, caballero—le c o n t e s t o ; — m i m a n o h a sido m á s
s e g u r a q u e m i golpe d e vista.
E s t a h a z a ñ a m e valió e n t u s i a s t a s e l o g i o s ; el b a r ó n
exigió q u e m e a p o y a s e en s u brazo p a r a volver al cas-
 s e n t a r m e d e l a n t e del clavicordio, halléme sin saber
tillo, y u n g u a r d a - b o s q u e se e n c a r g ó d e llevar m i ca-
c ó m o en el sofá, c o n v e r s a n d o con Serafina sobre m i
r a b i n a . Estas a t e n c i o n e s del s e ñ o r d e R sitten m e
a v e n t u r a . C u a n d o le hablé d e la c o n d u c t a d e su espo-
c o n m o v i e r o n m u c h o , y d e s d e e n t o n c e s le j u z g u é d e
so, q u e tan s i n g u l a r m e n t e c o n t r a s t a b a con su a c o s t u m -
otro m o d o , p u e s p a r e c i ó m e u n h o m b r e d e corazón y
brada sequedad, interrumpióme diciendo:
d e e n e r g í a ; p e r o al m i s m o t i e m p o p e n s a b a en la cas-
—Eso os d e m o s t r a r á , T e o d o r o , q u e a ú n n o conocéis
tellana ; y c o m p r e n d i e n d o q u e m e acercaría á ella o t r a
al b a r ó n ; sólo a q u í t i e n e ese c a r á c t e r t a n a d u s t o ;
vez, concebí las m á s a t r e v i d a s e s p e r a n z a s . Sin e m b a r -
c u a n d o viene, s i e m p r e p a r e c e p e r s e g u i r l e u n a idea
go, llegada la n o c h e , y c u a n d o h e n c h i d o d e orgullo
fija; y sin d u d a este castillo llegará á ser t e a t r o de u n a
r e f e r í la a v e n t u r a á m i tío, se rió en m i s b a r b a s , di-
c a t á s t r o f e p a r a n u e s t r a familia y p a r a su r e p o s o . Está
ciéndome:
convencido d e q u e u n e n e m i g o invisible ejerce en este
—Dios m u e s t r a su p o d e r p o r la m a n o d e los débiles.
d o m i n i o una influencia q u e m á s p r o n t o ó m á s t a r d e
Hacía ya m u c h o t i e m p o q u e h a b í a p a s a d o la h o r a
o c a s i o n a r á u n a d e s g r a c i a ; r e f i é r e n s e cosas e x t r a o r d i -
d e c o m e r , c u a n d o al p e n e t r a r en la galería p a r a ir á
n a r i a s del f u n d a d o r de esta m a n s i ó n , y y o sé q u e
b u s c a r el r e p o s o á m i c u a r t o , m e e n c o n t r é u n a figura
a q u í se encierra u n secreto d e f a m i l i a ; t a m b i é n se ase-
blanca q u e llevaba u n a l u z : era A d e l a i d a .
g u r a q u e á m e n u d o viene u n f a n t a s m a a p e r t u r b a r al
— B u e n a s n o c h e s — m e dijo s o n r i e n d o ; — s o i s u n b u e n
propietario, no permitiéndole permanecer aquí más
cazador d e l o b o s ; p e r o ¿ p o r q u é vais así solo y á os-
q u e u n corto t i e m p o . Cada vez q u e vengo con m i es-
c u r a s , como u n v e r d a d e r o f a n t a s m a ?
poso, s i é n t o m e poséída de t e r r o r c o n t i n u a m e n t e , y
Al oir esta ú l t i m a p a l a b r a e s t r e m e c í m e de pies á ca-
sólo á v u e s t r o a r t e , q u e r i d o T e o d o r o , d e b o u n poco
beza, r e c o r d a n d o las d o s p r i m e r a s n o c h e s d e m i estan-
d e alivio; d e m o d o q u e no sé c ó m o m a n i f e s t a r o s m i
cia en el castillo, y Adelaida echó d e v e r al p u n t o m i
agradecimiento.
súbita emoción.
I m p u l s a d o p o r esta confianza, hablé á S e r a f i n a d e
— ¿ Q u é t e n é i s ? — m e p r e g u n t ó , c o g i é n d o m e la m a n o
mis propios temores, aunque ocultando todo cuanto
—venid c o n m i g o y os h a r é r e c o b r a r la vida y la s a l u d ;
los detalles podían t e n e r d e p a v o r o s o ; m a s al v e r q u e
la b a r o n e s a os e s p e r a i m p a c i e n t e .
palidecía i n t e n s a m e n t e , c o m p r e n d í q u e sería m e j o r
Me d e j é c o n d u c i r sin r e s i s t e n c i a , p e r o sin alegría,
r e v e l á r s e l o todo, á fin d e q u e su i m a g i n a c i ó n no se
p u e s d o m i n á b a m e u n a fatal p r e o c u p a c i ó n . L a b a r o n e -
exaltase d e m a s i a d o .
sa se a d e l a n t ó hacia m í al v e r n o s e n t r a r , p r o f i r i e n d o
—¡Sí, si—exclamó S e r a f i n a — e n esa pared d e b e es-
u n a exclamación q u e n o t e r m i n ó , p u e s d e t ú v o s e de
t a r e n c e r r a d o el fatal m i s t e r i o !
p r o n t o c o m o si evocara u n t r i s t e r e c u e r d o ; cogi su
Y o c u l t a n d o su bello r o s t r o e n t r e las m a n o s , e n t r e -
m a n o p a r a besarla, y sin r e t i r a r l a m e d i j o :
góse á u n a p r o f u n d a m e d i t a c i ó n . Sólo e n t o n c e s e c h é
—¿ P o r q u é h a b é i s ido á la cacería, T e o d o r o ? La
d e v e r q u e Adelaida nos h a b í a d e j a d o solos; no h a b l é
m a n o q u e s a b e p r o d u c i r tan d u l c e s a c o r d e s n o d e b e
m á s , y como S e r a f i n a g u a r d a b a silencio, esforcéme
m a n e j a r a r m a s ni m a t a r . . .
p a r a l e v a n t a r m e é ir a tocar el clavicordio. Los p r i m e -
El s o n i d o d e a q u e l l a voz a d o r a d a p e n e t r ó h a s t a m i
r o s s o n i d o s hicieron volver á la b a r o n e s a en s í : e s c u -
c o r a z ó n ; u n a n u b e pasó por m i s ojos, y en vez de ir á
c h ó t r a n q u i l a m e n t e la m e l o d í a q u e c a n t é , t r i s t e c o m o
n u e s t r a s a l m a s , y s u s ojos se llenaron d e l á g r i m a s . . .
Al v e r esto, a r r o d i l l é m e a n t e ella, su linda cabeza se
inclinó hacia m í , y n u e s t r o s labios se u n i e r o n en u n
casto b e s o ; p e r o S e r a f i n a , d e s p r e n d i é n d o s e al p u n t o
d e m i s brazos, l e v a n t ó s e p a r a dirigirse á la p u e r t a d e
la h a b i t a c i ó n , volvió y m e d i j o :
— Q u e r i d o T e o d o r o , v u e s t r o tío es u n a p e r s o n a m u y
d i g n a , y m e p a r e c e el p r o t e c t o r d e esta casa; decidle
d e m i p a r t e q u e r u e g u e p o r n o s o t r o s t o d o s los días,
p a r a q u e Dios n o s p r e s e r v e d e t o d o m a l .
A p e n a s p r o n u n c i a d a s estas p a l a b r a s , Adelaida vol-
vió á e n t r a r , y n o p u d e r e s p o n d e r á Serafina, p o r q u e
e s t a b a d e m a s i a d o c o n m o v i d o p a r a h a b l a r l a sin f a l t a r
á las conveniencias. La b a r o n e s a m e ofreció s u m a n o ,
diciéndome :
—Hasta la vista, a m i g o T e o d o r o ; m e a c o r d a r é largo
t i e m p o de esta n o c h e .
C u a n d o e n t r é en m i c u a r t o , mi tío d o r m í a , y g r a c i a s
á e s t o no p u d o ver m i s l á g r i m a s ; el a m o r q u e m e ins-
p i r a b a Serafina o p r i m í a m e el corazón d o l o r o s a m e n t e ;
y m u y p r o n t o se r e p i t i e r o n m i s sollozos d e tal m a n e -
r a , q u e el b u e n a n c i a n o se d e s p e r t ó .
— P r i m o — m e d i j o — d e c i d i d a m e n t e te h a s e m p e ñ a d o
en volverte loco ; h a z m e el f a v o r d e a c o s t a r t e en s e -
guida.
E s t e p r o s a i c o a p ò s t r o f e m e hizo volver en mí, y for-
zoso f u é o b e d e c e r . A p e n a s t r a n s c u r r i d o s a l g u n o s ins-
t a n t e s , p a r e c i ó m e oir idas y v e n i d a s , r u i d o d e p u e r -
t a s q u e se a b r í a n y c e r r a b a n , luego r e s o n a r o n pasos
en la galería y l l a m a r o n á la p u e r t a d e n u e s t r o
cuarto.
—¿ Q u i é n va ? — p r e g u n t é con voz alta y b r u s c a .
— S e ñ o r justiciero—contestó u n a voz—tened la b o n -
dad de levantaros cuanto antes.
El q u e así hablaba era F r a n z .
— ¿ S e ha p r e n d i d o acaso f u e g o en el castillo?—pre-
g u n t é yo.
Al oir la p a l a b r a f u e g o , m i tío, q u e se d e s p e r t a b a
en a q u e l i n s t a n t e , saltó del lecho y corrió á la p u e r t a
para abrir.
—¡ P o r Dios, a p r e s u r a o s ! — a ñ a d i ó Franz;—el s e ñ o r
b a r ó n necesita veros al p u n t o , y la s e ñ o r a parece es-
tar á punto de morir.
El r o s t r o d e F r a n z estaba lívido al p r o n u n c i a r e s t a s
p a l a b r a s . A p e n a s h u b i m o s e n c e n d i d o luz, c u a n d o se
o y ó la voz del barón q u e decía :
— ¿ P o d r í a h a b l a r o s al i n s t a n t e , a m i g o m í o ?
—¡Diablo!—me dijo el b u e n anciano.—¿Cómo es q u e
ya e s t á s vestido ? ¿ Q u é t r a t a s d e h a c e r ?
—Verla u n a vez m á s , decirle q u e la a m o y m o r i r —
c o n t e s t é con voz a h o g a d a .
— H u b i e r a d e b i d o a d i v i n a r l o — r e p u s o m i severo tío,
e m p u j á n d o m e y c e r r a n d o la p u e r t a , c u y a llave se
g u a r d ó en el bolsillo.
Ciego de cólera q u i s e r o m p e r la c e r r a d u r a , m a s al
p u n t o reflexioné s o b r e las c o n s e c u e n c i a s q u e esto po-
d r í a t e n e r , y r e s i g n é m e á e s p e r a r con paciencia la
vuelta d e m i tío, a u n q u e h a b í a r e s u e l t o e s c a p a r m e á
t o d a costa a p e n a s e n t r a r a . Un m o m e n t o d e s p u é s oí q u e
h a b l a b a con el b a r ó n v i v a m e n t e , y a u n q u e n o p u d e
d i s t i n g u i r las p a l a b r a s , c o m p r e n d í q u e se p r o n u n c i a -
ba m i n o m b r e , lo cual hizo crecer de p u n t o m i i n q u i e -
t u d . P o r fin el b a r ó n se alejó, tal vez p o r q u e a l g u i e n
h a b í a ido á b u s c a r l e p r e c i p i t a d a m e n t e ; y mi tío e n t r ó
en la estancia e n m u d e c i e n d o d e a s o m b r o al o b s e r v a r
m i ciego delirio.
—¿Ha m u e r t o ? — p r e g u n t é ; — q u i e r o b a j a r y verla al
m o m e n t o , y si os o p o n é i s m e p e g a r é u n tiro á v u e s t r a
vista...
— ¿ P i e n s a s t ú — p r e g u n t ó el a n c i a n o t r a n q u i l o é im-
p a s i b l e — q u e t u vida p u e d a t e n e r para mi algún valor
si te e m p e ñ a s en a r r a n c á r t e l a sólo p a r a c u m p l i r t u
l a s t i m e r a a m e n a z a ? ¿ Q u é t i e n e s t ú q u e v e r con la es-
posa del b a r ó n ? ¿ Con q u é d e r e c h o e n t r a r í a s en u n a
h a b i t a c i ó n m o r t u o r i a , en la q u e t u r i d i c u l a c o n d u c t a
te p r o h i b e p e n e t r a r a h o r a m á s q u e a n t e s ?
Al oir estas p a l a b r a s , d e j é m e caer a n i q u i l a d o en u n a
silla, y tal era m i a s p e c t o , q u e el b u e n a n c i a n o se c o m -
padeció y m e dijo:
— T e a d v e r t i r é q u e el s u p u e s t o p e l i g r o d e la b a r o -
nesa n o era m á s q u e u n s u e ñ o ; la s e ñ o r i t á Adelaida se
t r a s t o r n a c u a n d o h a y t e m p o r a l , y las dos a n c i a n a s t í a s
han f a t i g a d o á la p o b r e S e r a f i n a con s u s a t e n c i o n e s y
s u s elíxires. La b a r o n e s a n o t i e n e m á s q u e u n d e s m a -
yo, u n a crisis n e r v i o s a q u e el barón a t r i b u y e á los efec-
t o s d e la m ú s i c a . A h o r a bien, p u e s t o q u e ya d e b e s es-
t a r del t o d o t r a n q u i l i z a d o , voy á f u m a r , con t u p e r m i -
so, p u e s m e sería d e t o d o p u n t o i m p o s i b l e conciliar
ya el s u e ñ o . . . P r i m o m í o — a ñ a d i ó d e s p u é s d e u n a
pausa, lanzándome espesas bocanadas de humo—te
a c o n s e j a r í a q u e no t o m a s e s en serio el p a p e l d e h é r o e
q u e te hacen r e p r e s e n t a r a q u í d e s d e t u a v e n t u r a , p u e s
u n p o b r e diablo c o m o t ú se e x p o n e á m u c h o s p e r c a n -
ces c u a n d o es v a n i d o s o y se sale d e su esfera. R e c u e r -
d o q u e en la época en q u e y o e s t u d i a b a en la u n i v e r -
sidad, tenía p o r a m i g o á u n joven d e c a r á c t e r dócil y
pacífico; cierta c a s u a l i d a d le c o m p r o m e t i ó en u n lance
d e h o n o r , y c o n d ú j o s e con u n a e n e r g í a q u e a s o m b r ó á
t o d o el m u n d o . D e s g r a c i a d a m e n t e a q u e l t r i u n f o y la
a d m i r a c i ó n d e q u e f u é objeto c a m b i a r o n del t o d o s u
carácter, é hízose p e n d e n c i e r o y f a n f a r r ó n . . . E n u n a
p a l a b r a , cierto día i n s u l t ó á u n c o m p a ñ e r o p o r la mez-
q u i n a satisfacción d e e c h á r s e l a d e valiente, y el r e s u l -
t a d o f u é q u e el o t r o le m a t ó c o m o á u n a m o s c a . No te
refiero esta h i s t o r i a , p r i m o m í o , sino p a r a p a s a r el
t i e m p o ; p e r o tal vez halles ocasión d e s a c a r p a r t i d o d e
ella. Y a h o r a , c o m o ya h e concluido de f u m a r mi p i p a ,
y a ú n está m u y o s c u r o , p a r é c e m e q u e aún p o d r e m o s -
dormir dos horas más.
En a q u e l m o m e n t o oyóse la voz d e F r a n z , q u e venia
á t r a e r n o s noticias d e la e n f e r m a .
—La señora b a r o n e s a — n o s dijo—está c o m p l e t a m e n -
te r e s t a b l e c i d a d e su indisposición, la cual a t r i b u y e á
u n mal s u e ñ o .
Al oir estas p a l a b r a s , iba á p r o f e r i r u n a exclamación
d e c o n t e n t o ; p e r o u n a m i r a d a d e m i tío m e c o n t u v o .
—Está bien—dijo á Franz—sólo e s p e r a b a esto p a r a
ir á d e s c a n s a r u n poco, p u e s á m i edad son p e r j u d i -
ciales los i n s o m n i o s . ¡Dios nos g u a r d e h a s t a el fin d e
la n o c h e !
F r a n z se retiró, y a u n q u e ya se oía el c a n t o d e los
gallos en el pueblo vecino, m i tío se t a p ó con las sába-
nas p a r a e n t r e g a r s e al s u e ñ o .
Al día siguiente, á p r i m e r a h o r a , bajé á paso d e
lobo p a r a ir á p r e g u n t a r á la s e ñ o r i t a Adelaida c ó m o
seguía la b a r o n e s a ; p e r o en el u m b r a l de la p u e r t a m e
e n c o n t r é , cara á cara, con el b a r ó n , c u y a p e n e t r a n t e
m i r a d a m e m i d i ó d e pies á cabeza.
—¿ Q u é b u s c á i s a q u í ?—me p r e g u n t ó con voz con-
tenida.
R e p r i m í lo m e j o r posible m i e m o c i ó n , y, a r m á n d o -
m e d e valor, c o n t e s t é con firmeza q u e iba d e p a r t e d e
m i tío á i n f o r m a r m e del e s t a d o d e la b a r o n e s a .
—Está bien—replicó f r í a m e n t e el b a r ó n ; — h a t e n i d o
sus a t a q u e s de nervios, c o m o d e c o s t u m b r e ; p e r o a h o -
ra descansa, y confío q u e se p r e s e n t a r á á la m e s a .
Contestad así; y ahora retiraos.
P o r su e x p r e s i ó n d e i m p a c i e n c i a p a r e c i ó m e q u e e s -
taba m á s i n q u i e t o d e lo q u e a p a r e n t a b a ; s a l u d é l e cor-
t é s m e n t e , y ya iba á r e t i r a r m e , c u a n d o m e d e t u v o por
el brazo, d i c i é n d o m e con u n a m i r a d a q u e m e pareció
f u l m i n a n t e : «Joven, necesito hablaros.» P o r el t o n o d e
s u s p a l a b r a s hice al p u n t o las s u p o s i c i o n e s m á s t e m i -
 bles; v e í a m e en presencia d e u n e s p o s o o f e n d i d o , q u e
h a b i e n d o a d i v i n a d o lo q u e p a s a b a en m i corazón, dis-
p o n í a s e a p e d i r m e r i g u r o s a c u e n t a . Yo no llevaba
a r m a s ; sólo t e n í a u n a n a v a j i t a , r e g a l o d e mi t í o ; la
t o q u e en m i bolsillo, y r e c o b r a n d o m i a p l o m o s e g u í
al barón, q u e m e c o n d u c í a , r e s u e l t o á v e n d e r cara mi
vida, si las cosas t o m a b a n un g i r o d r a m á t i c o . Llegado
a su habitación, el s e ñ o r d e R . . . s i t t e n cerró con cui-
d a d o la p u e r t a , . c o m e n z ó á p a s e a r d e un lado a o t r o y
d e t e n i é n d o s e luego d e l a n t e d e m í con los b r a z o s c r u -
zados, m e d i j o :
—Joven, necesito h a b l a r o s .
- E s p e r o , s e ñ o r b a r ó n - c o n t e s t é - q u e lo q u e tenéis
q u e d e c i r m e no e x i g i r á de mi p a r t e n i n g u n a r e p a r a c i ó n
El barón m e m i r ó c o m o si no h u b i e s e c o m p r e n d i d o -
d e s p u é s bajó la vista, y c r u z a n d o d e n u e v o los brazos'
c o n t i n u ó su paseo. Un m o m e n t o d e s p u é s vile coger
su c a r a b i n a y e x a m i n a r la llave; el t e m o r al peligro
m e e n a r d e c i ó , y a b r i e n d o en el f o n d o del bolsillo la
n a v a j i t a , di un paso hacia el barón p a r a q u e n o p u d i e -
se a p u n t a r m e .
- ¡ B u e n a r m a ¡ - d i j o el s e ñ o r d e R . . . s i t i e n , volvien-
d o a d e j a r la c a r a b i n a en un r i n c ó n .
Yo no sabía q u é h a c e r , c u a n d o el b a r ó n , a c e r c á n d o s e
d e n u e v o a m i , y p o n i é n d o m e la m a n o en el h o m b r o
me dijo:
- T e o d o r o , m i c o n d u c t a d e b e p a r e c e r e s a h o r a ex-
t r a v a g a n t e , y es q u e , en efecto, estoy t r a s t o r n a d o p o r
las a n g u s t i a s de la noche p a s a d a . La crisis nerviosa
d e S e r a f i n a n o tenía n a d a d e a l a r m a n t e ; p e r o en este
castillo existe no sé q u é m a l g e n i o , q u e m e hace v e r
t o d a s las cosas bajo los colores m á s s o m b r í o s . Esta es
la vez p r i m e r a q u e la b a r o n e s a ha t e n i d o a q u í u n a
indisposición, y vos sois la causa ú n i c a .
- A d e c i r v e r d a d - c o n t e s t é con c a l m a - n o sabría
explicarme...
—¡ Q u i s i e r a q u e ese i n f e r n a l clavicordio se h u b i e r a
hecho pedazos el día q u e lo t r a j e r o n á m i casa ¡—inte-
r r u m p i ó el b a r ó n ; — p e r o bien m i r a d o , yo h u b i e r a
debido vigilar d e s d e el p r i m e r día lo q u e pasa a q u í .
Mi e s p o s a tiene u n a constitución t a n delicada, q u e la
m e n o r emoción p u e d e p r i v a r l a d e la vida ; y o la t r a j e
confiando en q u e este r i g u r o s o clima y las distraccio-
nes de u n g é n e r o d e vida algo r u d o p r o d u c i r í a n u n a
feliz r e a c c i ó n ; m a s p a r e c e q u e os habéis p r o p u e s t o
e n e r v a r l a m á s con v u e s t r a s l á n g u i d a s m e l o d í a s . S u
i m a g i n a c i ó n exaltada p r e d i s p o n í a l a á s u f r i r las m á s
fatales c o n m o c i o n e s , y vos le dais el ú l t i m o golpe, refi-
riéndola no sé q u é e s t ú p i d a historia d e a p a r e c i d o s .
V u e s t r o tío m e lo ha d i c h o t o d o , y d e c o n s i g u i e n t e
nada podéis n e g a r ; sólo q u i e r o q u e m e digáis á mí lo
q u e p r e t e n d é i s h a b e r visto.
El g i r o q u e t o m a b a n u e s t r a conversación m e t r a n -
quilizó, y obedecí la o r d e n del b a r ó n , q u i e n no inte-
r r u m p i ó mi relato, m u y detallado, sino p a r a p r o f e r i r
s o r d a s exclamaciones, al p u n t o r e p r i m i d a s . C u a n d o
llegué á la escena en q u e mi tío había c o n j u r a d o al
f a n t a s m a invisible, el barón elevó las m a n o s , m u r m u -
rando :
—¡ Si, v e r d a d e r a m e n t e es el genio t u t e l a r de la f a m i -
' lia, y c u a n d o Dios le llame á sí, q u i e r o q u e s u s restos
m o r t a l e s reposen j u n t o a los d e m i s a b u e l o s !...
Y c o m o yo g u a r d a s e silencio, c o g i ó m e d e la m a n o y
añadió :
—Joven, vos sois la causa i n v o l u n t a r i a del m a l e s t a r
d e m i esposa, y es preciso q u e d e vos m i s m o v e n g a la
curación.
Al oir estas p a l a b r a s , el r u b o r e n c e n d i ó m i s mejillas;
el b a r ó n , q u e m e o b s e r v a b a , sonrióse al ver mi c o n f u -
sión, y p r o s i g u i ó con u n tono q u e r a y a b a en i r ó n i c o :
—No se t r a t a a q u i de u n a e n f e r m a d e peligro, y
a h o r a os diré q u é servicio e s p e r o d e vos. La b a r o n e s a
 C U E N T O S F A N T Á S T I C O S

se halla bajo la influencia d e v u e s t r a m ú s i c a , y f u e r a

u n a c r u e l d a d s u p r i m i r l a d e p r o n t o , p o r lo cual os a u -
torizo á c o n t i n u a r l a , p e r o e x i g i r é q u e c a m b i é i s el
g é n e r o . Haced u n a elección g r a d u a d a d e las piezas d e
m á s brío, m e z c l a n d o h á b i l m e n t e lo a l e g r e con lo se-
r i o ; y, s o b r e todo, h a b l a d á m e n u d o de la a p a r i c i ó n ,
p u e s así se f a m i l i a r i z a r á poco á. poco con la idea, aca-
b a n d o p o r no d a r l e i m p o r t a n c i a . Creo q u e m e h a b r é i s
c o m p r e n d i d o bien, y c u e n t o con v u e s t r o auxilio.
Al t e r m i n a r esta especie d e i n s t r u c c i ó n , el b a r ó n se
retiró, d e j á n d o m e algo c o n f u s o p o r h a b e r m e t r a t a -
d o c o m o á p e r s o n a d e poca i m p o r t a n c i a : m i a s i d u i -
d a d y a t e n c i o n e s con la bella S e r a f i n a n o h a b í a n sido
s u f i c i e n t e s p a r a d e s p e r t a r los celos d e a q u e l h o m b r e ;
m i s u e ñ o heroico q u e d a b a d e s v a n e c i d o ; h a l l a b a m e al
nivel del n i ñ o q u e t o m a p o r lo serio en s u s diversio-
n e s s u corona de p a p e l d o r a d o .
Mi tío, s e g u r o de q u e y o h a b í a h e c h o a l g u n a esca-
p a t o r i a , e s p e r a b a con a n s i e d a d m i v u e l t a , y a p e n a s
m e divisó, p r e g u n t ó m e d e s d e lejos d e d ó n d e venía.
—Acabo d e c o n f e r e n c i a r con el barón — c o n t e s t é
algo d e s c o n c e r t a d o .
— ¡ B u e n o ¡—exclamó mi tío — y a te dije q u e m á s
t a r d e a c a b a r í a esto m a l . . .
Y la c a r c a j a d a con q u e a c o m p a ñ ó e s t a s p a l a b r a s ,
d e m o s t r ó m e q u e en t o d a s p a r t e s se t o m a b a á b r o m a
m i c o n d u c t a . E s t o r e s i n t i ó mi a m o r p r o p i o , p e r o g u a r -
d é m e bien d e darlo á conocer, p u e s tenía el p o r v e n i r
p a r a v e n g a r m e d e la poca i m p o r t a n c i a q u e m e d a b a n
u n o s y otros.
L a b a r o n e s a se p r e s e n t ó á la h o r a d e c o m e r , ataviada
con u n vestido blanco, c u y o color p a r e c í a c o n f u n d i r s e
con la palidez m a t e d e s u s m e j i l l a s ; s u s facciones ex-
p r e s a b a n u n a dulce melancolía ; y al verla, m i corazón
latió; pero experimenté contra Serafina, á pesar de
su divina belleza, algo d e la cólera q u e el barón m e
LA P U E R T A T A P I A D A
había i n s p i r a d o ; p a r e c í a m e q u e aquellos dos s e r e s se
c o n j u r a b a n para b u r l a r s e d e m i ; creí v e r algo de iró-
nico en la m i r a d a de la b a r o n e s a , y su a m a b l e acogida
m e r e s i n t i ó cual si f u e s e u n a m e n t i r a odiosa. P r o c u r é
a l e j a r m e d e ella t o d o lo posible, y f u i á o c u p a r u n
asiento e n t r e d o s oficiales, con los q u e b r i n d ó v a r i a s
veces. L l e g a d o s los postres, u n c r i a d o m e p r e s e n t ó
u n a b a n d e j a llena d e pastillas, m u r m u r a n d o á m i
oído : « De p a r t e d e la s e ñ o r i t a Adelaida.» Cojo el pla-
to, y en la pastilla m á s g r a n d e leo e n el p a p e l q u e la
envuelve estas p a l a b r a s , t r a z a d a s con la p u n t a d e u n
cuchillo : « S e ñ o r b e b e d o r , se os olvida b r i n d a r p o r la
b a r o n e s a . » E n t o n c e s acerco m i copa á los labios y la
vacío d e u n solo t r a g o ; al dejarla, o b s e r v o q u e Serafi-
na ha h e c h o como y o ; h e m o s bebido en el m i s m o
i n s t a n t e , y c u a n d o n u e s t r a s c o p a s t o c a n la m e s a , en-
c u é n t r a s e su m i r a d a con la m í a . . . P o r mis ojos pasa
c o m o u n a n u b e , y el r e m o r d i m i e n t o m e o p r i m e el co-
razón. ¡ S e r a f i n a m e a m a ! Ya n o t e n g o d e r e c h o p a r a
d u d a r l o ; m i felicidad se convertirá en locura... p e r o
u n o d e los c o n v i d a d o s se levanta, y s e g ú n la c o s t u m -
bre del Norte, p r o p o n e b e b e r á la s a l u d d e la castella-
n a . No sé q u é s e c r e t o d e s p e c h o sentí en a q u e l i n s t a n t e
al v e r q u e o t r o se a n t i c i p a b a á m í ; c o g i e n d o m i copa,
levantéla, y p e r m a n e c í inmóvil, figurándome q u e en
a q u e l m o m e n t o d e fascinación iba á caer d e r o d i l l a s á
los pies d e mi a m a d a .
—¿ Q u é hacéis, a m i g o mío ?—me p r e g u n t a la p e r s o -
na q u e está á mi lado.
E s t a s p a l a b r a s b a s t a n p a r a r o m p e r el e n c a n t o ; m i s
ojos b u s c a n á S e r a f i n a ; p e r o ha d e s a p a r e c i d o .
T e r m i n a d a la c o m i d a , mi e m b r i a g u e z era t a n f u e r -
te, q u e h u b e d e salir del castillo á p e s a r del h u r a c á n
y d e la nieve, q u e caía en espesos copos. C o m e n c é á
c o r r e r á t r a v é s d e los brezos y p o r las orillas del lago,
y al m i s m o t i e m p o g r i t a b a con t o d a s m i s f u e r z a s :
«¡Ved c ó m o el diablo h a c e bailar al e s t ú p i d o n i ñ o q u e
P o c o s d í a s d e s p u é s d e n u e s t r o r e g r e s o , m i tío co-
t r a t a b a d e coger el f r u t o p r o h i b i d o en el jardin del
m e n z ó á p a d e c e r accesos d e g o t a m u y violentos, q u e
a m o r ! . . . » Y seguía c o r r i e n d o sin aliento; y Dios s a b e á
c a m b i a r o n ' c o m p l e t a m e n t e su c a r á c t e r ; m o s t r á b a s e
d ó n d e h u b i e r a llegado si n o h u b i e s e oído p r o n u n c i a r
s o m b r í o y t a c i t u r n o , y á . p e s a r d e m i solicitud y d e los
m i n o m b r e p o r u n a voz conocida, la del g u a r d a b o s q u e
de R...sitten. auxilios d e la m e d i c i n a , el m a l e m p e o r ó . Cierto día
m e e n v i ó á l l a m a r a p r e s u r a d a m e n t e , p u e s u n a crisis
—¡ Hola I s e ñ o r T e o d o r o — g r i t a b a el b u e n h o m b r e —
m á s f u e r t e q u e las d e m á s le h a b í a p u e s t o á dos pasos
i c ó m o diablos venís á m o j a r o s los pies en la nieve, á
del s e p u l c r o ; halléle p o s t r a d o en el lecho del dolor ; y
riesgo d e coger u n r e u m a m o r t a l ? Os estoy b u s c a n d o
su m a n o o p r i m í a u n a c a r t a , ya a r r u g a d a , en la cual
p o r t o d a s p a r t e s , p u e s v u e s t r o tío os e s p e r a hace ya
reconocí la letra del i n t e n d e n t e d e los d o m i n i o s d e
dos horas largas.
R . . . s i t t e n ; p e r o e s t a b a t a n afligido, q u e n o se d e s p e r -
E s t a s p a l a b r a s m e hicieron r e c o b r a r u n poco la sere-
tó mi c u r i o s i d a d , p u e s á c a d a m o m e n t o t e m í a ver á
n i d a d , y a u n q u e m a q u i n a l m e n t e , s e g u í al g u í a encar-
m i tío e x h a l a r el p o s t r e r aliento. P o r fin, d e s p u é s d e
gado de buscarme.
l a r g a s h o r a s d e a n g u s t i a , pareció volver a la v i d a ; el
Al llegar al castillo e n c o n t r é á mi tío f u n c i o n a n d o
p u l s o c o m e n z ó á latir, y la r o b u s t a organización del
g r a v e m e n t e en la sala d e a u d i e n c i a s : e s p e r á b a m e y o
a n c i a n o t r i u n f ó de los a t a q u e s d e la m u e r t e . P o c o á
u n a severa m e r c u r i a l ; p e r o el b u e n h o m b r e f u é m u y
poco alejóse el peligro, p e r o el e n f e r m o h u b o d e g u a r -
indulgente.
d a r c a m a a l g u n o s m e s e s sin m o v e r s e a p e n a s , q u e d a n -
— P r i m o — d í j o m e s o n r i e n d o — b i e n has h e c h o en ir á
d o su salud tan q u e b r a n t a d a , q u e el b u e n a n c i a n o
t o m a r u n poco el aire para q u e se disipen los v a p o r e s
debió h a c e r d i m i s i ó n d e s u s f u n c i o n e s judiciales. Con
del v i n o ; p e r o en a d e l a n t e p r o c u r a s e r m á s juicioso,
esto p e r d í la e s p e r a n z a d e volver m á s á R . . . s i t t e n . El
p o r q u e no tienes edad p a r a p e r m i t i r t e s e m e j a n t e s ex-
p o b r e e n f e r m o n o q u e r í a q u e le c u i d a s e n a d i e sino yo,
cesos.
y c u a n d o sus d o l o r e s le d e j a b a n u n m o m e n t o d e repo-
Y c o m o y o n o c o n t e s t a s e u n a sílaba, é hiciera a d e -
so, t o d o su consuelo e r a c o n v e r s a r c o n m i g o ; p e r o sin
m á n de s e n t a r m e á t r a b a j a r , c o m o u n colegial á q u i e n
h a b l a r m e n u n c a del s e ñ o r d e R . . . s i t t e n , d e q u i e n n o
se s o r p r e n d e en falta, m i tío a ñ a d i ó :
osaba yo tampoco p r e g u n t a r nada. Cuando á fuerza
— C u é n t a m e al m e n o s lo q u e ha p a s a d o e n t r e el d e a b n e g a c i ó n y d e celo c o n s e g u í q u e el b u e n a n c i a n o
barón y tú.
r e c o b r a s e u n poco la s a l u d , el r e c u e r d o d e S e r a f i n a se
Hícelo así, r e p i t i e n d o p u n t o por p u n t o n u e s t r a con- d e s p e r t ó en m i a l m a , r o d e a d o de u n e n c a n t o m á s p o -
versación.
d e r o s o q u e n u n c a . Cierto día abrí p o r c a s u a l i d a d u n a
— ¡ M u y bien ! — r e p l i c ó m i tío.—¡ Bonita c o m i s i ó n c a r t e r a d e q u e m e servía d u r a n t e m i estancia en R...-
ibas á d e s e m p e ñ a r ! A f o r t u n a d a m e n t e p a r a él, n o s
s i t t e n , y d e ella cayó u n a cosa b l a n c a : e r a u n a cinta
marcharemos mañana...
de s e d a q u e había s u j e t a d o u n rizo del cabello d e Se-
Al oir esto p e n s é p e r d e r el juicio; p e r o no h u b o a p e -
rafina. Al e x a m i n a r aquella p r e n d a , r e c u e r d o d e un
lación ; á la m a ñ a n a s i g u i e n t e el b u e n a n c i a n o c u m p l í a
a m o r secreto q u e la f a t a l i d a d había r o t o al nacer, ob-
su p a l a b r a , y d e s d e e n t o n c e s n o volví á v e r á S e r a f i n a .
servé q u e t e n í a u n a m a n c h á d e color rojizo. ¿ Era d e
s a n g r e ? ¿ S e r í a p r e s a g i o d e algún trágico aconteci-
m i e n t o ? Mi i m a g i n a c i ó n se p e r d í a en las m á s tristes
suposiciones.
Mi tío c o m e n z a b a á r e c o b r a r poco á poco s u s f u e r -
zas, g r a c i a s á lo b e n i g n o del t i e m p o , y cierta t a r d e le
c o n d u j e al j a r d í n p a r a q u e a s p i r a r a el aire e m b a l s a -
m a d o ; nos s e n t a m o s en u n banco, y m e dijo:
—Primo, hoy m e parece tener más fuerzas que nun-
ca, p e r o no m e h a g o i l u s i o n e s s o b r e el p o r v e n i r ; este
r e s t a b l e c i m i e n t o se a s e m e j a á las ú l t i m a s y vivas cla-
ridades de una lámpara que está á p u n t o de apagarse;
p e r o a n t e s d e e n t r e g a r m e al ú l t i m o s u e ñ o , c u y a p r o -
x i m i d a d e s p e r o con la c a l m a del j u s t o , d e b o c u m p l i r
u n d e b e r hacia ti. ¿Te a c u e r d a s d e n u e s t r a p e r m a n e n -
cia en R...sitten ?
Esta i n e s p e r a d a p r e g u n t a m e c a u s ó u n a t u r b a c i ó n
inexplicable; y c o m o el a n c i a n o lo notase, a ñ a d i ó sin
d a r m e t i e m p o p a r a b u s c a r u n a contestación:
— P r i m o , á n o ser por mí, e s t a r í a s en u n a b i s m o d e
desgracias, y p a r a salvarte m e f u é preciso h a c e r t e sa-
lir d e R...sitten. S o b r e los s e ñ o r e s d e ese castillo pesa
u n a historia m i s t e r i o s a , en la cual h a s e s t a d o á p u n t o
d e m e z c l a r t e á causa d e t u i m p r u d e n c i a . A h o r a q u e el
p e l i g r o ha p a s a d o , e s c ú c h a m e , p u e s a n t e s q u e la m u e r -
te nos s e p a r e q u i e r o r e v e l a r t e hechos m u y e x t r a ñ o s ,
y tal vez algún día halles ocasión d e utilizarte d e
ellos.
II
D u r a n t e u n a t e m p e s t u o s a noche d e 176... los h a b i -
t a n t e s del castillo d e R . . . s i t t e n d e s p e r t a r o n sobresal-
t a d o s por efecto d e u n a s a c u d i d a s e m e j a n t e á la d e u n
t e r r e m o t o ; los s e r v i d o r e s de aquella s o m b r í a m a n s i ó n
r e c o r r i e r o n con e s p a n t o las salas p a r a b u s c a r la c a u s a ,
p e r o n o vieron n i n g u n a señal de d e s t r u c c i ó n ; t o d o
r e s p i r a b a la calma s e c u l a r en q u e d o r m í a la a n t i g u a
residencia d e la familia R . . . s i t t e n . Sólo el a n c i a n o m a -
y o r d o m o , Daniel, s u b i ó á la sala d e los Caballeros,
d o n d e el b a r ó n R o d e r i c o d e R. se r e t i r a b a t o d a s las
n o c h e s d e s p u é s d e s u s t r a b a j o s de a l q u i m i a , á los c u a -
les se e n t r e g a b a con a r d i m i e n t o , y q u e d ó m u d o de
t e r r o r a n t e el e s p e c t á c u l o q u e se o f r e c i ó á s u s ojos.
E n t r e la p u e r t a del c u a r t o d e R o d e r i c o y la d e o t r a
h a b i t a c i ó n hallábase u n a t e r c e r a q u e c o n d u c í a al úl-
t i m o piso d e la t o r r e , á u n pabellón q u e el castellano
h a b í a m a n d a d o c o n s t r u i r para p r a c t i c a r sus e x p e r i -
m e n t o s : al abrirla Daniel, u n a r á f a g a d e aire a p a g ó la
luz q u e llevaba en la m a n o , y a l g u n o s ladrillos, des-
p r e n d i é n d o s e del m u r o , cayeron en u n a b i s m o p r o d u -
ciendo un r u i d o s o r d o .
—¡Misericordia! — e x c l a m ó Daniel a r r o d i l l á n d o s e —
nuestro pobre amo ha m u e r t o de una m a n e r a horri-
ble...
Poco d e s p u é s , los c r i a d o s , llorosos y afligidos, ex-
t r a í a n el c a d á v e r del d e s g r a c i a d o b a r ó n ; se le vistió
con su m á s rico t r a j e y q u e d ó e x p u e s t o en u n a capilla
erigida en la sala d e los Caballeros. Al p r a c t i c a r s e u n
r e c o n o c i m i e n t o en el l u g a r d e la c a t á s t r o f e , recono-
cióse q u e la bóveda i n t e r i o r d e la t o r r e se había h u n -
d i d o ; el peso de las p i e d r a s q u e f o r m a b a n la b a s e d e
aquella, bastó p a r a a b r i r el suelo, y las vigas, a r r a s -
t r a d a s con la m a y o r violencia, r o m p i e r o n la p a r e d
m e d i a n a , a t r a v e s a n d o c o m o flechas los pisos inferio-
r e s y a b r i e n d o en la o s c u r i d a d la p u e r t a d e la sala-
g r a n d e : no se podía ya p o n e r el pie en la t o r r e sin
r o d a r al f o n d o d e u n a b i s m o de t r e i n t a m e t r o s d e pro-
fundidad.
El a n c i a n o b a r ó n había p r e d i c h o el día d e su m u e r -
s a n g r e ? ¿ S e r í a p r e s a g i o d e algún trágico aconteci-
m i e n t o ? Mi i m a g i n a c i ó n se p e r d í a en las m á s tristes
suposiciones.
Mi tío c o m e n z a b a á r e c o b r a r poco á poco s u s f u e r -
zas, g r a c i a s á lo b e n i g n o del t i e m p o , y cierta t a r d e le
c o n d u j e al j a r d í n p a r a q u e a s p i r a r a el aire e m b a l s a -
m a d o ; nos s e n t a m o s en u n banco, y m e dijo:
—Primo, hoy m e parece tener más fuerzas que nun-
ca, p e r o no m e h a g o i l u s i o n e s s o b r e el p o r v e n i r ; este
r e s t a b l e c i m i e n t o se a s e m e j a á las ú l t i m a s y vivas cla-
ridades de una lámpara que está á p u n t o de apagarse;
p e r o a n t e s d e e n t r e g a r m e al ú l t i m o s u e ñ o , c u y a p r o -
x i m i d a d e s p e r o con la c a l m a del j u s t o , d e b o c u m p l i r
u n d e b e r hacia ti. ¿Te a c u e r d a s d e n u e s t r a p e r m a n e n -
cia en R...sitten ?
Esta i n e s p e r a d a p r e g u n t a m e c a u s ó u n a t u r b a c i ó n
inexplicable; y c o m o el a n c i a n o lo notase, a ñ a d i ó sin
d a r m e t i e m p o p a r a b u s c a r u n a contestación:
— P r i m o , á n o ser por mí, e s t a r í a s en u n a b i s m o d e
desgracias, y p a r a salvarte m e f u é preciso h a c e r t e sa-
lir d e R...sitten. S o b r e los s e ñ o r e s d e ese castillo pesa
u n a historia m i s t e r i o s a , en la cual h a s e s t a d o á p u n t o
d e m e z c l a r t e á causa d e t u i m p r u d e n c i a . A h o r a q u e el
p e l i g r o ha p a s a d o , e s c ú c h a m e , p u e s a n t e s q u e la m u e r -
te nos s e p a r e q u i e r o r e v e l a r t e hechos m u y e x t r a ñ o s ,
y tal vez algún día halles ocasión d e utilizarte d e
ellos.
II
D u r a n t e u n a t e m p e s t u o s a noche d e 176... los h a b i -
t a n t e s del castillo d e R . . . s i t t e n d e s p e r t a r o n sobresal-
t a d o s por efecto d e u n a s a c u d i d a s e m e j a n t e á la d e u n
t e r r e m o t o ; los s e r v i d o r e s de aquella s o m b r í a m a n s i ó n
r e c o r r i e r o n con e s p a n t o las salas p a r a b u s c a r la c a u s a ,
p e r o n o vieron n i n g u n a señal de d e s t r u c c i ó n ; t o d o
r e s p i r a b a la calma s e c u l a r en q u e d o r m í a la a n t i g u a
residencia d e la familia R . . . s i t t e n . Sólo el a n c i a n o m a -
y o r d o m o , Daniel, s u b i ó á la sala d e los Caballeros,
d o n d e el b a r ó n R o d e r i c o d e R. se r e t i r a b a t o d a s las
n o c h e s d e s p u é s d e s u s t r a b a j o s de a l q u i m i a , á los c u a -
les se e n t r e g a b a con a r d i m i e n t o , y q u e d ó m u d o de
t e r r o r a n t e el e s p e c t á c u l o q u e se o f r e c i ó á s u s ojos.
E n t r e la p u e r t a del c u a r t o d e R o d e r i c o y la d e o t r a
h a b i t a c i ó n hallábase u n a t e r c e r a q u e c o n d u c í a al úl-
t i m o piso d e la t o r r e , á u n pabellón q u e el castellano
h a b í a m a n d a d o c o n s t r u i r para p r a c t i c a r sus e x p e r i -
m e n t o s : al abrirla Daniel, u n a r á f a g a d e aire a p a g ó la
luz q u e llevaba en la m a n o , y a l g u n o s ladrillos, des-
p r e n d i é n d o s e del m u r o , cayeron en u n a b i s m o p r o d u -
ciendo un r u i d o s o r d o .
—¡Misericordia! — e x c l a m ó Daniel a r r o d i l l á n d o s e —
nuestro pobre amo ha m u e r t o de una m a n e r a horri-
ble...
Poco d e s p u é s , los c r i a d o s , llorosos y afligidos, ex-
t r a í a n el c a d á v e r del d e s g r a c i a d o b a r ó n ; se le vistió
con su m á s rico t r a j e y q u e d ó e x p u e s t o en u n a capilla
erigida en la sala d e los Caballeros. Al p r a c t i c a r s e u n
r e c o n o c i m i e n t o en el l u g a r d e la c a t á s t r o f e , recono-
cióse q u e la bóveda i n t e r i o r d e la t o r r e se había h u n -
d i d o ; el peso de las p i e d r a s q u e f o r m a b a n la b a s e d e
aquella, bastó p a r a a b r i r el suelo, y las vigas, a r r a s -
t r a d a s con la m a y o r violencia, r o m p i e r o n la p a r e d
m e d i a n a , a t r a v e s a n d o c o m o flechas los pisos inferio-
r e s y a b r i e n d o en la o s c u r i d a d la p u e r t a d e la sala-
g r a n d e : no se podía ya p o n e r el pie en la t o r r e sin
r o d a r al f o n d o d e u n a b i s m o de t r e i n t a m e t r o s d e pro-
fundidad.
El a n c i a n o b a r ó n había p r e d i c h o el día d e su m u e r -
te, a n u n c i á n d o l e á su p r i m o g é n i t o , á q u i e n c o r r e s p o n - con el p u ñ o á Daniel.—¿ C ó m o te a t r e v e s á e s p e r a r de
día h e r e d a r el m a y o r a z g o de R . . . s i t t e n . El joven s e ñ o r ,
m í favor a l g u n o ? ¿ P i e n s a s q u e m e d e j a r é e n g a ñ a r p o r
q u e recibió en Viena el m e n s a j e d e su p a d r e , p ú s o s e
ti, necio h i p ó c r i t a , d e s p u é s de h a b e r a y u d a d o á m i
en c a m i n o al p u n t o , y al llegar vio sus t e m o r e s c r u e l -
p a d r e en los sortilegios q u e a g o t a b a n día p o r día lo
mente confirmados.
m e j o r d e mi h e r e n c i a , y q u e t ú excitabas p a r a h a l a g a r
— ¡ P o b r e p a d r e ! — e x c l a m ó con voz e n t r e c o r t a d a por la avaricia d e u n anciano? ¿No d e b e r í a yo, en justicia,
los sollozos—pobre p a d r e ; el e s t u d i o d e los m i s t e r i o s
m a n d a r q u e te moliesen á p a l o s ?
del m u n d o no ha p o d i d o d a r t e la ciencia q u e p r o l o n g a
Esas p a l a b r a s hicieron t e m b l a r á Daniel, q u e se
la v i d a !
a r r a s t r ó d e rodillas h a s t a los pies d e su n u e v o s e ñ o r ;
D e s p u é s d e los f u n e r a l e s del castellano, el joven ba-
p e r o éste, sin c o m p a s i ó n n i n g u n a , hízole r o d a r por el
r ó n quiso saber por boca d e Daniel los detalles del
suelo, d e s c a r g á n d o l e u n golpe en el p e c h o con el talón
h u n d i m i e n t o d e la t o r r e ; y c o m o el m a y o r d o m o le
d e la b o t a . El p o b r e Daniel profirió u n g r i t o a h o g a d o
p r e g u n t a s e q u é ó r d e n e s d a r í a p a r a p r o c e d e r á las re-
c o m o u n a fiera h e r i d a d e m u e r t e , y d e s p u é s se levan-
p a r a c i o n e s n e c e s a r i a s , contestóle con voz a i r a d a :
tó, d i r i g i e n d o á su s e ñ o r u n a m i r a d a de odio, p r e ñ a d a
— ¡ J a m á s se h a r a n i n g u n a ! ¿ Q u é m e i m p o r t a á m í
d e a m e n a z a s , sin r e c o g e r la bolsa llena d e oro q u e el
esta v e t u s t a m o r a d a , d o n d e m i p a d r e g a s t a b a en o b r a s
b a r ó n W o l f g a n g a c a b a b a d e a r r o j a r l e á los pies c o m o
d e b r u j e r í a los t e s o r o s q u e yo debía h e r e d a r ? No creo
p a r a c o m p e n s a r a q u e l l a violencia.
q u e la bóveda d e la t o r r e se h a y a h u n d i d o p o r u n ac-
La p r i m e r a diligencia del n u e v o p r o p i e t a r i o d e
c i d e n t e o r d i n a r i o ; m i p a d r e h a s u c u m b i d o víctima d e
R...sitten f u é c o m p u l s a r , con a y u d a d e su jefe d e jus-
la explosión de esos m a l d i t o s crisoles, d o n d e se f u n d í a
m i f o r t u n a . N o d a r é ni u n c u a r t o p a r a a g r e g a r u n a ticia, el a b o g a d o V"*, m i tío, el e s t a d o d e las r e n t a s
sola p i e d r a á esta t r i s t e m a n s i ó n ; p r e f i e r o concluir la del m a y o r a z g o ; este e x a m e n d e m o s t r ó á V"" q u e el an-
casa d e r e c r e o q u e u n o d e m i s a b u e l o s c o m e n z ó en el ciano b a r ó n no h a b í a p o d i d o g a s t a r la s u m a total d e
valle. las r e n t a s d e su d o m i n i o ; y como sólo se e n c o n t r a b a n
e n t r e s u s p a p e l e s valores m u y insignificantes en letras
— P e r o ¿ q u é será d e los a n t i g u o s y fieles s e r v i d o r e s
d e c a m b i o , d e d ú j o s e q u e el d i n e r o debía estar oculto
q u e tenían u n r e f u g i o en este castillo ? — p r e g u n t ó Da-
e n a l g ú n sitio, conocido sin d u d a del m a y o r d o m o ,
niel.— ¿ H a b r á n d e ir á p e d i r l i m o s n a ?
c o n f i d e n t e del d i f u n t o . El barón W o l f g a n g refirió al
— ¡Qué m e i m p o r t a á mí!—replicó W o l f g a n g . — ¿ Q u é
a b o g a d o lo o c u r r i d o con Daniel, m a n i f e s t a n d o el t e -
t e n g o y o q u e v e r con esos v e j e s t o r i o s ? Daré á cada
m o r d e q u e éste, deseoso de v e n g a r s e , n o q u i s i e r a
cual u n a gratificación p r o p o r c i o n a d a á s u s a ñ o s d e
d e s c u b r i r d ó n d e estaban ocultos, p r o b a b l e m e n t e , los
servicios, y n a d a m á s .
d u c a d o s del a n c i a n o s e ñ o r . El a b o g a d o , c o m o h o m b r e
— ¡Ay d e m í ! — e x c l a m ó el m a y o r d o m o con voz las-
d e b u e n s e n t i d o y legista hábil, d e e s o s q u e s a b e n h a c e r
t i m e r a . — ¿ S e r á preciso q u e á m i edad se m e d e s p i d a
h a b l a r , r e c o m e n d ó al joven h e r e d e r o q u e ¿po se i n q u i e -
d e esa casa d o n d e p e n s a b a q u e m i s h u e s o s d e s c a n s a -
t a r a , a s e g u r á n d o l e q u e él se e n c a r g a r í a d e i n t e r r o g a r
r í a n en p a z ?
al m a y o r d o m o . S u s p r i m e r a s p r u e b a s f u e r o n i n f r u c t u o -
— ¡ T u n a n t e ! — g r i t ó el joven h e r e d e r o , a m e n a z a n d o sas, p e r o al fin Daniel contestó con sarcástica sonrisa:
16
 — S e ñ o r a b o g a d o , n o creo q u e valga la p e n a g u a r -
d a r secreto p o r a l g u n o s m í s e r o s escudos: e n c o n t r a r é i s
u n a r e g u l a r c a n t i d a d en u n s ó t a n o q u e h a y d e b a j o de
la alcoba d e m i p o b r e a m o ; y a d e m á s - a ñ a d i ó con
s i n i e s t r a m i r a d a - sería preciso ir á b u s c a r d e b a j o d e
los e s c o m b r o s del t o r r e ó n ; a p u e s t o á q u e allí h a y oro
s u f i c i e n t e - p a r a c o m p r a r toda u n a p r o v i n c i a . . .
A t e n d i d a s e s t a s indicaciones, r e g i s t r ó s e el s ó t a n o en
presencia d e Daniel, y allí se e n c o n t r ó u n cofre d e
h i e r r o b a s t a n t e g r a n d e , lleno de m o n e d a s d e oro y
p l a t a , con un p e r g a m i n o d o b l a d o s o b r e la t a p a , en el
cual se leía lo s i g u i e n t e , escrito d e p u ñ o y letra del
a n c i a n o b a r ó n : «Aquel q u e h e r e d a r e d e s p u é s d e m i •
m u e r t e el m a y o r a z g o de R . . . s i t t e n , r e c o g e r á a q u í cien-
to c i n c u e n t a mil d u c a d o s . E s m i s u p r e m a v o l u n t a d
q u e los d e s t i n e á la c o n s t r u c c i ó n d e u n faro, c u y o foco
b n l a r a t o d a s las n o c h e s p a r a i l u m i n a r á los v i a j e r o s
d e lago E s t e f a r o se elevará en el á n g u l o occidental
del castillo, en l u g a r del t o r r e ó n , q u e ya e s t a r á des-
t r u i d o . » A q u e l s i n g u l a r t e s t a m e n t o e s t a b a firmado y
legalizado con el sello del b a r ó n d e R . . . s i t t e n , y tenía
la f e c h a d e la n o c h e d e S a n Miguel, 176...
D e s p u é s d e c o n t a r los d u c a d o s , W o l f g a n g se volvió
hacia Daniel y le dijo:
- H a s sido u n fiel s e r v i d o r , y m e a r r e p i e n t o de m i
violencia. En c o m p e n s a c i ó n c o n t i n u a r á s en t u s f u n c i o -
nes d e m a y o r d o m o , y s e g ú n deseas, t u s restos r e p o s a -
r a n en este castillo; p e r o e n t r e t a n t o , si q u i e r e s oro,
t o m a l o d e a q u í á m a n o s llenas.
Daniel c o n t e s t ó sólo con u n r o n c o g e m i d o , q u e hizo
e s t r e m e c e r á V » " sin s a b e r p o r q u é . pareciéndole q u e
a q u e l l a voz q u e r í a d e c i r en u n l e n g u a j e i n f e r n a l : «¡No
q u i e r o t u oro, sino t u s a n g r e ! . . . » W o l f g a n g , d e s l u m -
h r a d o por el t e s o r o q u e t e n í a á la vista, n o h a b í a o b -
servado la expresión de Daniel c u a n d o é s t e , con la
c o b a r d í a de u n p e r r o castigado, se inclinó p a r a besar
la m a n o á su señor y d a r l e g r a c i a s por su b o n d a d .
W o l f g a n g c e r r ó el cofre, g u a r d ó s e la llave en el bol-
sillo, y salió del sótano, d i c i e n d o á Daniel:
—¿Sería, p u e s , t a n difícil h a l l a r los t e s o r o s sepulta-
d o s bajo los e s c o m b r o s del t o r r e ó n ?
P o r t o d a r e s p u e s t a , el m a y o r d o m o a b r i ó la p u e r t a
de a q u e l , m o v i e n d o la cabeza; en el m i s m o i n s t a n t e ,
u n a r á f a g a d e aire helado lanzó en la sala u n a avalan-
cha d e nieve, y del a b i s m o se elevó u n a lechuza q u e ,
d e s p u é s d e d a r a l g u n a s v u e l t a s p o r la habitación, vol-
vió á salir, p r o f i r i e n d o u n g r i t o l ú g u b r e . El b a r ó n se
a d e l a n t ó h a s t a el b o r d e del precipicio, y n o p u d o m e -
n o s d e e s t r e m e c e r s e al s o n d e a r con la m i r a d a su n e g r a
p r o f u n d i d a d . El a b o g a d o , t e m i e n d o u n vértigo, hizo
r e t r o c e d e r á W o l f g a n g , m i e n t r a s q u e Daniel se a p r e -
s u r a b a á c e r r a r la p u e r t a fatal, m u r m u r a n d o con t o n o
lastimero:
— ¡Ay, sí! ¡allí a b a j o están s e p u l t a d o s y r o t o s los
i n s t r u m e n t o s del m a r a v i l l o s o .arte d e m i b u e n a m o ,
objetos t o d o s de considerable v a l o r !
— P e r o ¿no h a s h a b l a d o de t e s o r o s en d i n e r o , d e s u -
m a s c o n s i d e r a b l e s ? — p r e g u n t ó el b a r ó n .
—i O h ! — r e p u s o el m a y o r d o m o — y o m e refería sola-
m e n t e á los telescopios, á las r e t o r t a s y crisoles y á los
c u a r t o s d e círculo, q u e h a b í a n c o s t a d o c o n s i d e r a b l e s
s u m a s . . . No sé n a d a m á s . . .
F u é i m p o s i b l e o b t e n e r del m a y o r d o m o o t r a r e s -
puesta.
El b a r ó n W o l f g a n g e s t a b a m u y c o n t e n t o por t e n e r
á s u disposición, las s u m a s n e c e s a r i a s p a r a c o n s t r u i r
el n u e v o castillo. Se llamó á v a r i o s a r q u i t e c t o s d e nota
p a r a e j e c u t a r los planos; p e r o c o m o al s e ñ o r del d o m i -
nio no-le a g r a d a s e n i n g u n o d e los q u e le p r e s e n t a r o n ,
resolvió t r a z a r él m i s m o el c r o q u i s del e l e g a n t e edifi-
cio q u e t r a t a b a d e e r i g i r .
Daniel p a r e c í a h a b e r olvidado su r e s e n t i m i e n t o con-
t r a W o l f g a n g , y c o n d u c í a s e con u n a r e s e r v a r e s p e -
tuosa.
A l g ú n t i e m p o d e s p u é s , la t r a n q u i l i d a d d e los h a b i -
t a n t e s d e R . . . s i t t e n se p e r t u r b ó p o r la llegada d e u n
nuevo personaje, Huberto, h e r m a n o m e n o r de Wolf-
g a n g . Aquella i n e s p e r a d a visita p r o d u j o en el h e r e d e -
r o del m a y o r a z g o u n a s i n g u l a r i m p r e s i ó n ; r e c h a z ó los
a b r a z o s d e su h e r m a n o y c o n d ú j o l e v i o l e n t a m e n t e á
u n a h a b i t a c i ó n r e t i r a d a , d o n d e los d o s e s t u v i e r o n e n -
c e r r a d o s a l g u n a s h o r a s . D e s p u é s d e aquella larga con-
ferencia, H u b e r t o salió con a i r e c o n s t e r n a d o y p i d i ó
su m o n t u r a ; p e r o en el i n s t a n t e en q u e iba á m a r c h a r ,
el a b o g a d o V***, p e n s a n d o q u e a q u e l e r a el m o m e n t o
o p o r t u n o d e r e s t a b l e c e r p a r a s i e m p r e la concordia
e n t r e d o s h e r m a n o s , largo t i e m p o s e p a r a d o s p o r di-
sensiones de familia, rogó á Huberto q u e permanecie-
se a l g u n a s h o r a s m á s en el castillo. El b a r ó n W o l f g a n g , .
q u e llegaba al m i s m o t i e m p o , a g r e g ó sus i n s t a n c i a s á
las d e V***, diciendo á su h e r m a n o :
—Espero q u e m u y p r o n t o r e f l e x i o n a r á s .
E s t a s p a l a b r a s c a l m a r o n , al p a r e c e r , la a g i t a c i ó n d e
H u b e r t o , q u e consintió en q u e d a r s e . L l e g a d a la noche,
m i tío s u b i ó al g a b i n e t e d e W o l f g a n g p a r a c o n s u l t a r l e
s o b r e u n detalle a d m i n i s t r a t i v o , y hallóle e n t r e g a d o á
u n a violenta a g i t a c i ó n , p a s e a n d o d e u n l a d o á o t r o ,
c o m o h o m b r e p r e o c u p a d o p o r u n a idea fija y enojosa.
—Mi h e r m a n o acaba d e l l e g a r — d i j o el h e r e d e r o — y
p o r lo p r o n t o e n c u e n t r o en él esa a v e r s i ó n d e familia
q u e n o s s e p a r a h a c e l a r g o s a ñ o s . H u b e r t o m e odia
p o r q u e soy rico, m i e n t r a s q u e él h a d e s p i l f a r r a d o la
m a y o r p a r t e d e su p a t r i m o n i o . V i e n e a q u í a n i m a d o
d e las disposiciones m á s hostiles, cual si y o d e b i e r a
ser r e s p o n s a b l e d e s u s l o c u r a s ; p e r o y o ni p u e d o ni
q u i e r o ceder la m á s m í n i m a p a r t e d e m i s d e r e c h o s
s o b r e las r e n t a s del m a y o r a z g o . No o b s t a n t e , c o m o
buen h e r m a n o , c o n s e n t i r é en d a r l e la m i t a d d e u n
vasto d o m i n i o q u e n u e s t r o p a d r e poseía en C u r l a n d i a .
Este sacrificio p e r m i t i r á á H u b e r t o p a g a r las d e u d a s
q u e ha c o n t r a í d o , aliviando la situación d e su e s p o s a
y d e sus hijos, q u e s u f r e n h o y las consecuencias d e s u
mala c o n d u c t a . P e r o figúrese u s t e d , a m i g o m í o , q u e
ese d e m o n i o ha d e s c u b i e r t o , n o sé c ó m o , la existencia
del cofre d o n d e e s t á n los ciento c i n c u e n t a mil d u c a d o s
q u e h a l l a m o s en el sótano, y p r e t e n d e o b l i g a r m e á ce-
d e r l e la m i t a d d e esa s u m a . Mal r a y o m e p a r t a si con-
siento en ello; y si m e d i t a algo contra m í , q u e Dios m e
libre y h a g a f r a c a s a r s u s t e n t a t i v a s .
El a b o g a d o n o o m i t i ó n a d a p a r a i n d u c i r á W o l f g a n g
á c o n s i d e r a r la visita d e su h e r m a n o bajo u n a s p e c t o
m e n o s o d i o s o ; y e n c a r g a d o p o r el h e r e d e r o d e n e g o -
ciar con H u b e r t o u n a t r a n s a c c i ó n d e s e m p e ñ ó su c o m e -
tido con la m a y o r p r u d e n c i a . H u b e r t o , acosado p o r
s u s a p u r o s d e d i n e r o , a c e p t ó los o f r e c i m i e n t o s d e
W o l f g a n g , p o n i e n d o dos c o n d i c i o n e s : la p r i m e r a , q u e
su h e r m a n o a g r e g a r í a á la p a r t e d e la h e r e n c i a u n do-
n a t i v o d e c u a t r o mil d u c a d o s , los cuales d e b e r í a n e m -
p l e a r s e p a r a p a g a r á los a c r e e d o r e s m á s e x i g e n t e s ; y
la s e g u n d a , q u e le seria p e r m i t i d o p a s a r a l g u n o s días
en el castillo con su q u e r i d o h e r m a n o .
W o l f g a n g c o n t e s t ó q u e no podía s u s c r i b i r á esta
ú l t i m a condición, t a n t o m á s c u a n t o q u e s u e s p o s a e s -
taba á p u n t o d e l l e g a r ; p e r o o r d e n ó q u e se e n t r e g a r a n
á H u b e r t o las dos mil m o n e d a s d e o r o . A l o i r el m e n s a -
je del a b o g a d o , H u b e r t o f r u n c i ó el entrecejo y contestó:
— Lo r e f l e x i o n a r é ; pero i n t e r i n a m e n t e , e s t o y ya ins-
talado y n o m e m u e v o .
I n ú t i l e s f u e r o n los esfuerzos de V ' " p a r a v e n c e r su
r e s i s t e n c i a , p u e s H u b e r t o no podía r e s i g n a r s e t r a n -
q u i l a m e n t e á v e r el m a y o r a z g o en p o d e r d e u n h e r m a -
n o f a v o r e c i d o ; aquella ley le parecía i n j u s t a y ofensiva;
y en c u a n t o á la g e n e r o s i d a d de W o l f g a n g , considerá-
bala i n j u r i o s a .
 —Mi h e r m a n o — d i j o — m e t r a t a c o m o á u n p o r d i o s e -
r o , y n o lo o l v i d a r é j a m á s ; confío en q u e p r o n t o p o d r á
a p r e c i a r las c o n s e c u e n c i a s d e su c o n d u c t a p a r a con-
migo.
H u b e r t o se instaló, s e g ú n su p r o p ó s i t o , en u n a d e
las salas del a n t i g u o castillo; t o d o s los días iba á cazar,
y á m e n u d o a c o m p a ñ á b a l e Daniel, la única p e r s o n a , en
a q u e l l a m a n s i ó n con q u i e n pareció c o n g e n i a r . Vivía
en u n r e t i r o a b s o l u t o , y evitaba s o b r e t o d o e n c o n t r a r s e
con su h e r m a n o . No t a r d ó el a b o g a d o e n concebir al-
g u n a s s o s p e c h a s , i n s p i r á n d o l e cierta desconfianza Hu-
b e r t o y s u vida m i s t e r i o s a . Una m a ñ a n a , este ú l t i m o
e n t r ó en el g a b i n e t e de m i tío y a n u n c i ó l e q u e h a b í a
cambiado de modo de pensar, y q u e estaba dispuesto
á m a r c h a r s e si se le e n t r e g a b a n las d o s mil m o n e d a s
d e oro c o n v e n i d a s . Añadió q u e se iria la n o c h e si-
g u i e n t e , y q u e c o m o e r a su i n t e n c i ó n v i a j a r á c a b a l l o , '
d e s e a b a se le e n t r e g a r a la s u m a en u n a letra d e c a m b i o
c o n t r a el b a n q u e r o Isaac L a z a r u s , d e la c i u d a d d e K...,
d o n d e se p r o p o n í a fijar su r e s i d e n c i a .
Esta d e t e r m i n a c i ó n colmó d e alegría á W o l f g a n g .
— Mi q u e r i d o h e r m a n o — d e c í a al firmar las letras—
ha d e p u e s t o al fin su h o s t i l i d a d ; y a h o r a r e i n a r á p a r a
s i e m p r e e n t r e n o s o t r o s la b u e n a a r m o n í a . Así no con-
t r i s t a r á en lo sucesivo esta m a n s i ó n con su p r e s e n c i a .
Á la m i t a d d e la n o c h e s i g u i e n t e , m i tío d e s p e r t ó
s o b r e s a l t a d o , p a r e c i é n d o l e h a b e r o í d o u n g r i t o d e an-
g u s t i a ; i n c o r p o r ó s e e n la c a m a y e s c u c h ó a t e n t a m e n t e ,
p e r o t o d o e s t a b a ya silencioso; V***, i m a g i n á n d o s e
q u e h a b í a s o ñ a d o , saltó del lecho y a s o m ó s e á la ven-
t a n a p a r a c a l m a r su e s p í r i t u , a s p i r a n d o el aire f r e s c o
de la n o c h e . Un m o m e n t o d e s p u é s vió q u e la p u e r t a
del castillo se a b r í a , r e c h i n a n d o sobre s u s e n m o h e c i -
dos g o z n e s ; Daniel, p r o v i s t o d e u n a l i n t e r n a s o r d a ,
sacó de la c u a d r a un caballo ensillado y lo c o n d u j o al
p a t i o ; y d e s p u é s u n h o m b r e , e m b o z a d o hasta los ojos
con u n c a p o t e d e pieles, salió d e las h a b i t a c i o n e s del
castillo. E r a H u b e r t o , q u i e n d e s p u é s d e h a b l a r a l g u n o s
m i n u t o s con el m a y o r d o m o , h a c i e n d o a d e m a n e s m u y
a n i m a d o s , volvió á e n t r a r en la h a b i t a c i ó n d e d o n d e
s a l i e r a ; m i e n t r a s q u e Daniel volvía el caballo á la c u a -
d r a , c e r r a b a la p u e r t a del castillo y r e t i r á b a s e silen-
c i o s a m e n t e . El a b o g a d o se p e r d i ó en c o n j e t u r a s s o b r e
aquella m a r c h a i n t e r r u m p i d a ; preguntábase por q u é
H u b e r t o c a m b i a b a t a n p r o n t o d e p a r e c e r ; y si e n t r e
éste y Daniel h a b r í a a l g ú n lazo d e complicidad p o r
cualquier crimen ignorado aún. Necesitábase m u c h a
s a g a c i d a d é infatigable vigilancia p a r a b u r l a r los m a l o s
p r o y e c t o s q u e p u d i e r a n concebir a q u e l l o s d o s h o m -
b r e s , d e los cuales el m a y o r d o m o e r a y a s o s p e c h o s o á
los ojos d e V"*. Mi tío pasó el r e s t o d e la noche e n t r e -
g a d o á s u s r e f l e x i o n e s ; y al r a y a r el d í a , c u a n d o t r a t a -
ba d e conciliar el s u e ñ o , oyó u n g r a n r u i d o y voces
confusas de personas que corrían de u n a parte á otra;
poco d e s p u é s , v a r i o s s e r v i d o r e s c o n s t e r n a d o s l l a m a r o n
á su p u e r t a p a r a a n u n c i a r l e q u e el b a r ó n W o l f g a n g
había d e s a p a r e c i d o , sin q u e se s u p i e r a su p a r a d e r o .
Habíase acostado la n o c h e a n t e r i o r á la h o r a d e cos-
t u m b r e , y d e s p u é s d e b i ó salir en b a t a d e su c u a r t o con
el c a n d e l e r o en la m a n o , p o r q u e e s t o s objetos n o se
hallaban en su h a b i t a c i ó n en el l u g a r d e s i e m p r e .
P o s e í d o de t e r r o r , el a b o g a d o r e c o r d ó al p u n t o la
escena d e q u e f u e r a t e s t i g o i n v o l u n t a r i o la n o c h e a n -
terior, y t a m b i é n a q u e l g r i t o d e a n g u s t i a q u e le p a r e -
ció oir. D o m i n a d o p o r los m á s t r i s t e s p r e s e n t i m i e n t o s ,
corrió á la sala d e los Caballeros, y vió q u e la p u e r t a
q u e c o m u n i c a b a con la t o r r e e s t a b a a b i e r t a . . . E n t o n c e s
m i tío, s e ñ a l a n d o con el dedo el a b i s m o d e la t o r r e ,
dijo á los criados, p o s e í d o s de h o r r o r :
— ¡ Allí es d o n d e v u e s t r o infeliz a m o ha p e r e c i d o esta
noche!...
En efecto, á t r a v é s d e u n a e s p e s a capa de n i e v e q u e
d u r a n t e la n o c h e se había a c u m u l a d o s o b r e los escom-
bros, veíase s o b r e s a l i r u n brazo, r í g i d o ya p o r el f r í o
de la m u e r t e , y n e c e s i t á r o n s e m u c h a s h o r a s p a r a ex-
t r a e r , con a y u d a d e l a r g a s escalas, el c a d á v e r del b a r ó n
W o l f g a n g : una d e s u s m a n o s c r i s p a d a s o p r i m í a con
f u e r z a el c a n d e l e r o q u e llevaba, y t o d o s s u s m i e m b r o s
e s t a b a n h o r r i b l e m e n t e dislocados. H u b e r t o f u é u n o de
los p r i m e r o s q u e a c u d i ó , m o s t r a n d o en su s e m b l a n t e
t o d a s las señales de la m a y o r d e s e s p e r a c i ó n ; y deposi-
t a d o el c u e r p o en la m i s m a m e s a d o n d e a l g ú n t i e m p o
a n t e s se colocara el de. su a n c i a n o p a d r e , H u b e r t o se
inclinó s o b r e él l l o r a n d o .
— ¡ H e r m a n o — e x c l a m ó — y o no h e p e d i d o esta fatal
v e n g a n z a al d e m o n i o q u e m e c e g a b a ! . . .
Mi tío, q u e se h a l l a b a p r e s e n t e , n o c o m p r e n d i ó lo
q u e p o d í a n significar a q u e l l a s p a l a b r a s m i s t e r i o s a s ;
p e r o u n s e c r e t o i n s t i n t o designábale á H u b e r t o como
el a s e s i n o d e W o l f g a n g . A l g u n a s h o r a s d e s p u é s d e
a q u e l l a dolorosa escena, H u b e r t o f u é á b u s c a r á V"" á
la sala d e a u d i e n c i a s d e justicia ; pálido y d e s c o m p u e s -
to, s e n t ó s e en un sillón d e e n c i n a y t o m ó la p a l a b r a
con voz t e m b l o r o s a y a g i t a d a .
— Yo era e n e m i g o de mi h e r m a n o — d i j o — á causa
d e esa a b s u r d a ley q u e e n r i q u e c e al p r i m o g é n i t o d e la
familia en p e r j u i c i o d e los d e m á s hijos. Una e s p a n t o s a
desgracia ha t e r m i n a d o s u s días, y yo deseo q u e esto
n o sea u n castigo d e Dios p o r la d u r e z a d e s u corazón.
H e m e a q u í h o y h e r e d e r o del m a y o r a z g o , p e r o n a d i e
sabe h a s t a q u é p u n t o m e aflige este c a m b i o , p u e s toda
felicidad acabó p a r a mí en este m u n d o . En c u a n t o á
vos, s e ñ o r a b o g a d o , os c o n f i r m o p l e n a m e n t e en los
cargos y f u n c i o n e s q u e d e s e m p e ñ a b a i s en vida d e m i
p a d r e y mi h e r m a n o ; a d m i n i s t r a d este d o m i n i o s e g ú n
vuestras miras, y como mejor convenga á mis intere-
s e s , p o r q u e no p u d i e n d o vivir un día m a s en el t e a t r o
d e la c a t á s t r o f e , a b a n d o n a r é el castillo.
Dichas estas p a l a b r a s , levantóse H u b e r t o y salió d e
la s a l a ; y dos h o r a s d e s p u é s corría al galope d e s u ca-
ballo por el c a m i n o d e K...
S i n e m b a r g o , h a b l á b a s e d e las c a u s a s q u e p u d i e r o n
p r o d u c i r la m u e r t e del d e s g r a c i a d o b a r ó n , y o p i n á b a s e
en g e n e r a l q u e , h a b i é n d o s e l e v a n t a d o p o r la n o c h e
p a r a ir á b u s c a r a l g ú n libro á la biblioteca, se e q u i v o -
caría d e p u e r t a , a b r i e n d o la q u e d a b a al a b i s m o . Esta
explicación, n o o b s t a n t e , e r a poco satisfactoria, p o r -
q u e la p u e r t a d e la t o r r e solía e s t a r c u i d a d o s a m e n t e
c e r r a d a con cerrojos, y necesitábase t i e m p o y f u e r z a
p a r a a b r i r l a . ¿ C ó m o i m a g i n a r q u e el joven b a r ó n pu-
d i e r a s e r víctima d e s e m e j a n t e e r r o r ? El a b o g a d o se
p e r d í a en c o n j e t u r a s , c u a n d o F r a n z , el s e r v i d o r favo-
rito d e W o l f g a n g , q u e e s c u c h a b a su m o n ó l o g o , inte-
rrumpióle para decir:
— ¡ A h ! n o es así, s e ñ o r a b o g a d o , c ó m o ha o c u r r i d o
la d e s g r a c i a .
T o d a s las p r e g u n t a s q u e se le hicieron d e l a n t e d e
t e s t i g o s f u e r o n inútiles, p u e s declaró q u e s o l a m e n t e
confiaría el secreto al a b o g a d o . E n u n a conversación
p a r t i c u l a r dijo d e s p u é s q u e el d i f u n t o hablaba con f r e -
cuencia d e los t e s o r o s s e p u l t a d o s en el t o r r e ó n ; h a b í a
p e d i d o á Daniel la llave d e la p u e r t a , y á m e n u d o , en
m e d i o d e la n o c h e , iba á inclinarse s o b r e el a b i s m o
p a r a r e f l e x i o n a r s o b r e las i n m e n s a s r i q u e z a s q u e su
a m o r al oro le hacía s u p o n e r o c u l t a s en aquella p r o -
f u n d i d a d . Era p r o b a b l e q u e d u r a n t e u n a d e aquellas
p e r e g r i n a c i o n e s n o c t u r n a s , le s o b r e c o g e r í a u n v é r t i g o
y caería al f o n d o . Daniel, q u e parecía e x p e r i m e n t a r
m á s q u e n a d i e u n p r o f u n d o h o r r o r , p r o p u s o t a p i a r la
p u e r t a , é hízose así al p u n t o .
Huberto, h e r e d e r o del m a y o r a z g o , volvió á su p r o -
vincia d e C u r l a n d i a , d e j a n d o al a b o g a d o V " * los po-
d e r e s necesarios para a d m i n i s t r a r en su n o m b r e el
d o m i n i o d e R...sitten. R e n u n c i ó s e al p r o y e c t o de cons-
 trucción de u n n u e v o castillo, y sólo se p e n s ó en r e p a -
r a r el a n t i g u o .
A l g u n o s años d e s p u é s , H u b e r t o se p r e s e n t ó u n día
en R . . . s i t t e n , á p r i n c i p i o s del o t o ñ o . D u r a n t e su breve
p e r m a n e n c i a en el m a y o r a z g o , t u v o f r e c u e n t e s e n t r e -
vistas con el a b o g a d o , habló d e su p r ó x i m a m u e r t e , y '
dijo q u e había d e p o s i t a d o ya su t e s t a m e n t o en m a n o s
d e los m a g i s t r a d o s d e la c i u d a d d e K... S u s p r e s e n t i -
m i e n t o s se r e a l i z a r o n , p u e s m u r i ó al a ñ o s i g u i e n t e . S u
hijo, q u e llevaba el m i s m o n o m b r e , se p r e s e n t ó m u y
p r o n t o en R . . . s i t t e n , a c o m p a ñ a d o d e su m a d r e y her-
m a n a , p a r a t o m a r posesión d e la h e r e n c i a . El joven
caballero p a r e c í a inclinado á t o d o s los vicios; d e s d e su
llegada al castillo i n s p i r ó a v e r s i ó n á sus h a b i t a n t e s , y
su p r i m e r a disposición t u v o p o r objeto t r a s t o r n a r l o
t o d o ; p e r o . e l a b o g a d o declaró q u e se oponía f o r m a l -
m e n t e á la ejecución d e las ó r d e n e s d a d a s p o r a q u e l
joven loco h a s t a d e s p u é s d e la lectura del t e s t a m e n t o
de su p a d r e , ú n i c o d o c u m e n t o q u e p o d r í a c o n f e r i r l e
los d e r e c h o s q u e se a r r o g a b a .
Aquella i n e s p e r a d a resistencia por p a r t e de u n h o m -
bre q u e sólo e r a á s u s ojos u n p r i m e r lacayo, encoleri-
zó al joven castellano, p e r o el a b o g a d o le hizo f r e n t e y
m a n t u v o con valor la inviolabilidad de s u s f u n c i o n e s ,
llegando á o r d e n a r al h e r e d e r o q u e se r e t i r a s e d e
R...sitten h a s t a el día fijado p a r a la l e c t u r a del testa-
m e n t ó . Á los t r e s m e s e s a b r i é r o n s e los p e r g a m i n o s
en K... á presencia d e los j u e c e s ; y a d e m á s d e los tes-
t i g o s necesarios, el a b o g a d o V*" llevó c o n s i g o u n joven
d e b u e n aspecto, a u n q u e s e n c i l l a m e n t e vestido, q u e
p o d í a p a s a r p o r su secretario. El f u t u r o p o s e e d o r del
m a y o r a z g o se p r e s e n t ó con aire a r r o g a n t e , r e c l a m a n d o
la p r o n t a l e c t u r a del t e s t a m e n t o , p u e s n o p o d í a p e r d e r
m u c h a s h o r a s , s e g ú n dijo, en n e c i a s f o r m a l i d a d e s .
El d i f u n t o b a r ó n d e R...sitten d e c l a r a b a q u e n o h a -
bía p o s e í d o n u n c a el m a y o r a z g o como v e r d a d e r o t i t u -
lar, y q u e s o l a m e n t e le h a b í a a d m i n i s t r a d o en interés
del hijo ú n i c o d e s u h e r m a n o W o l f g a n g . A q u e l n i ñ o
se llamaba, así c o m o su a b u e l o , Roderico, y sólo él
podía s e r l e g í t i m o h e r e d e r o del m a y o r a z g o . El testa-
m e n t o decía a d e m á s q u e el b a r ó n W o l f g a n g se h a b í a
u n i d o s e c r e t a m e n t e en G i n e b r a con u n a joven noble,
p e r o sin f o r t u n a , q u e al cabo d e u n a ñ o le h a b í a d e j a -
d o v i u d o con u n hijo, c u y o s d e r e c h o s d e n a c i m i e n t o
n o se p o d í a n p o n e r en d u d a , y q u e , d e c o n s i g u i e n t e ,
debía h e r e d a r el m a y o r a z g o . P o r ú l t i m o , p a r a explicar
su silencio en v i d a , H u b e r t o d e c l a r a b a q u e u n conve-
nio p a r t i c u l a r e n t r e W o l f g a n g y él se lo i m p o n í a como
un deber sagrado.
T e r m i n a d a la lectura d e los artículos del t e s t a m e n -
to, el a b o g a d o V * " se levantó p a r a p r e s e n t a r á los
m a g i s t r a d o s al joven d e s c o n o c i d o q u e le a c o m p a ñ a b a ,
y les d i j o :
— S e ñ o r e s , a q u í os p r e s e n t o al b a r ó n R o d e r i c o d e
R..., hijo l e g í t i m o de W o l f g a n g d e R... y h e r e d e r o , p o r
d e r e c h o , del m a y o r a z g o d e R . . . s i t t e n .
Al oir estas p a l a b r a s , H u b e r t o q u e d ó c o n f u n d i d o ;
p e r o r e c o b r á n d o s e luego, a m e n a z ó con el p u ñ o al jo-
ven q u e t a n i n o p i n a d a m e n t e le a r r e b a t a b a su f o r t u n a ,
y salió p r e c i p i t a d a m e n t e d e la sala c o m o u n loco.
E n t r e t a n t o , o b e d e c i e n d o á la o r d e n d e los jueces, Ro-
d e r i c o p r e s e n t ó los d o c u m e n t o s q u e p r o b a b a n s u
i d e n t i d a d , así como t a m b i é n c a r t a s d e su p a d r e y d e
su m a d r e ; p e r o en los t í t u l o s j u r í d i c o s W o l f g a n g a p a -
recía c o m o n e g o c i a n t e , con el p s e u d ó n i m o d e B o r n , y
s u s cartas, por m á s q u e se d e m o s t r a s e la s e m e j a n z a
d e la e s c r i t u r a , n o t e n í a n m á s firma q u e la inicial W .
L o s j u e c e s se vieron m u y a p u r a d o s p a r a d e c i d i r en
esta grave cuestión, y acordaron practicar detenidas
i n v e s t i g a c i o n e s s o b r e el h e c h o . H u b e r t o , i n s t r u i d o d e
lo q u e p a s a b a , elevó u n a solicitud á la Regencia del
d i s t r i t o p a r a q u e se le diese i n m e d i a t a posesión del
 C U E N T O S F A N T Á S T I C O S

m a y o r a z g o , á falta d e s u f i c i e n t e s p r u e b a s en f a v o r d e
su c o n t r i n c a n t e ; y el t r i b u n a l a c o r d ó q u e se a t e n d i e r a
á la d e m a n d a si el joven R o d e r i c o no p r e s e n t a b a en
b r e v e p r u e b a s i r r e c u s a b l e s d e la l e g i t i m i d a d d e s u s
pretensiones.
El a b o g a d o V " * c o m p r o b ó c u i d a d o s a m e n t e t o d o s los
d o c u m e n t o s l e g a d o s p o r W o l f g a n g d e K.... Cierta n o -
che, á eso d e las doce, hallábase en la alcoba del
d i f u n t o R . . . s i t t e n , e x a m i n a n d o los l e g a j o s ; la luna
brillaba con siniestro f u l g o r , i l u m i n a n d o d é b i l m e n t e
las p a r e d e s de la sala vecina, c u y a p u e r t a estaba abier-
t a . De r e p e n t e , V " * oyó u n r u i d o de pasos, c o m o d e
u n a p e r s o n a q u e s u b i e s e la escalera, y u n c h o q u e d e
l l a v e s ; levantóse y p r e s t ó a t e n t o oído. Poco d e s p u é s
a b r i ó s e u n a p u e r t a , y u n h o m b r e á m e d i o vestir, q u e
llevaba una l i n t e r n a s o r d a , e n t r ó con p a s o vacilante y
p á l i d o el r o s t r o . El a b o g a d o reconoció á Daniel, y ya
iba á d i r i g i r l e la p a l a b r a , c u a n d o al fijar la vista en las
f a c c i o n e s del m a y o r d o m o , c o m p r e n d i ó q u e se hallaba
en u n acceso de s o n a m b u l i s m o , p u e s t e n í a los ojos
c e r r a d o s : dirigióse hacia la p u e r t a t a p i a d a , p u s o su
l i n t e r n a en el suelo, sacó una llave del m a n o j o q u e lle-
vaba p e n d i e n t e de la c i n t u r a , y a r a ñ ó la p u e r t a , profi-
r i e n d o roncos g e m i d o s . D e s p u é s aplicó el oído á la
p a r e d , cual si e s p e r a s e p e r c i b i r a l g ú n r u i d o , y con
a d e m á n i m p e r i o s o pareció i m p o n e r silencio á a l g u n o .
El a b o g a d o , s i g u i e n d o a Daniel con p r e c a u c i ó n , vióle
a b r i r la c u a d r a , ensillar u n caballo y c o n d u c i r l e al p a -
tio del castillo; allí p e r m a n e c i ó a l g ú n t i e m p o con la*
cabeza inclinada, en la a c t i t u d d e u n lacayo q u e recibe
ó r d e n e s de su s e ñ o r ; d e s p u é s volvió con el caballo á
la c u a d r a , s u b i ó á su habitación y c e r r ó la p u e r t a ,
c o r r i e n d o los cerrojos. Aquella s i n g u l a r escena hizo
s o s p e c h a r al a b o g a d o q u e se había c o m e t i d o algún cri-
m e n en el castillo, y q u e Daniel era cómplice.
Al día s i g u i e n t e , h a b i é n d o s e p r e s e n t a d o Daniel en
 la puerta tapiada 255

el d e s p a c h o p a r a recibir i n s t r u c c i o n e s p a r a el servicio,
el a b o g a d o le hizo s e n t a r en u n sillón y díjole :
— V e a m o s , a m i g o Daniel, lo q u e p e n s á i s s o b r e el
r e s u l t a d o del pleito e n t r e H u b e r t o y el joven R o d e r i c o .
—¿ Q u é m e i m p o r t a á mi q u e h a y a u n a m o ú o t r o ?
—contestó el m a y o r d o m o , b a j a n d o la voz, c u a l si te-
m i e s e q u e le o y e r a n .
— P e r o i q u é tenéis, Daniel ?—replicó V***;—veo q u e
t e m b l á i s c o m o u n azogado, cual si h u b i é s e i s c o m e t i d o
algún crimen.
En vez d e c o n t e s t a r , Daniel se levantó p e s a d a m e n t e •
y q u i s o salir d e la habitación, d i r i g i e n d o á su a l r e d e -
dor u n a m i r a d a s o m b r í a ; p e r o el a b o g a d o le obligó á
s e n t a r s e , diciéndole con s e v e r i d a d :
— Q u e d a o s , Daniel, y d e c i d m e al p u n t o lo q u e h a -
béis h e c h o anoche, ó e x p l i c a d m e m á s bien lo q u e yo
h e visto...
—{ Y q u é h a b é i s visto ?—replicó el m a y o r d o m o es-
tremeciéndose.
V * " refirió la e s c e n a d e s c r i t a , y al e s c u c h a r l e , Da-
niel, al p a r e c e r e s t u p e f a c t o , ocultó su r o s t r o e n t r e las
m a n o s , p a r a evitar la p e n e t r a n t e m i r a d a de su i n t e r -
locutor.
— P a r é c e m e — p r o s i g u i ó el a b o g a d o — q u e a h o r a os
da la m a n í a d e ir á visitar los t e s o r o s a c u m u l a d o s en
la t o r r e p o r el a n c i a n o b a r ó n . Los s o n á m b u l o s contes-
tan, d u r a n t e sus accesos, á las p r e g u n t a s q u e se les
d i r i g e n , y por lo t a n t o , m a ñ a n a por la n o c h e h a b l a r e -
m o s de ciertas cosas.
Al oir e s t a s ú l t i m a s p a l a b r a s , Daniel, cada vez m á s
t u r b a d o , profirió u n g r i t o a g u d o y cayó p r i v a d o d e
s e n t i d o . Algunos c r i a d o s le c o n d u j e r o n á su lecho, y
c u a n d o salió d e a q u e l l a crisis q u e d ó s u m i d o en p r o -
f u n d o letargo durante varias horas.
Al volver en si pidió d e b e b e r , y d e s p i d i e n d o al cria-
d o q u e debía velarle, c e r r ó la p u e r t a d e su h a b i t a c i ó n .
 Á la noche siguiente, c u a n d o el a b o g a d o se p r e p a -
r a b a á salir en busca de Daniel para o b t e n e r u n a
p r u e b a decisiva, oyó r u i d o f u e r a , c o m o d e cristales
rotos, y o b s e r v ó q u e d e la habitación del m a y o r d o m o
salía u n h u m o espeso. D e r r i b a d a la p u e r t a p a r a librar-
le d e las llamas, e n c o n t r á r o n l e sin s e n t i d o en el suelo;
la luz de la l i n t e r n a , q u e estaba r o t a y á s u s pies, h a -
bía p r e n d i d o f u e g o á las c o r t i n a s del lecho, y á n o ser
por el p r o n t o a u x i l i o q u e se le d i s p e n s ó , Daniel h u b i e -
r a p e r e c i d o m i s e r a b l e m e n t e . El a b o g a d o c o m p r e n d i ó
q u e el m a y o r d o m o h a b í a q u e r i d o i m p o s i b i l i t a r s e la
salida ; p e r o el ciego i n s t i n t o q u e d i r i g e á los s o n á m -
bulos d e b i ó s e r m á s f u e r t e q u e su v o l u n t a d . Desper-
t a d o en m e d i o d e la crisis, al e n c o n t r a r u n a r e s i s t e n c i a
i n u s i t a d a , escapósele la lamparilla d e las m a n o s , y al
ver q u e se p r e n d í a f u e g o , p e r d i ó el sentido. D e s p u é s
d e este accidente, Daniel p a d e c i ó u n a g r a v e y larga
e n f e r m e d a d , y sólo salió d e ella p a r a caer en un e s t a d o
de e s p a n t o s a l a n g u i d e z .
Cierta n o c h e q u e V*" se o c u p a b a en b u s c a r a l g u n o s
d o c u m e n t o s en el a r c h i v o , Daniel e n t r ó con m e s u r a d o
p a s o en la h a b i t a c i ó n , s e m e j a n t e á u n e s p e c t r o , diri-
gióse á la m e s a , d e j ó s o b r e ella u n a c a r t e r a d e c u e r o
negro, y arrodillándose, exclamó :
—¡ H a y u n J u e z en el cielo 1 ¡ q u i s i e r a t e n e r t i e m p o
para a r r e p e n t i r m e !
P r o n u n c i a d a s e s t a s p a l a b r a s , levantóse y salió de la
h a b i t a c i ó n con lento paso, c o m o había v e n i d o .
La c a r t e r a n e g r a c o n t e n í a p a p e l e s preciosos, escritos
d e p u ñ o y letra del barón W o l f g a n g y con su sello;
e s t o s d o c u m e n t o s p r o b a b a n c l a r a m e n t e la l e g i t i m i d a d
del hijo, y c o n t e n í a n la historia d e su m a t r i m o n i o se-
creto. H u b e r t o , obligado á r e c o n o c e r a q u e l t e s t i m o n i o ,
declaró a n t e los jueces q u e desistía d e t o d a s s u s pre-
t e n s i o n e s á la h e r e n c i a de su tío W o l f g a n g ; y poco
d e s p u é s a b a n d o n ó el país. M u y p r o n t o se s u p o q u e
h a b í a e n t r a d o ai servicio d e R u s i a y m a r c h a d o á P e r -
sia. S u m a d r e y su h e r m a n a se o c u p a b a n en a r r e g l a r
los a s u n t o s d e su d o m i n i o d e C u r l a n d i a ; y Roderico,
e n a m o r a d o d e la h e r m a n a d e H u b e r t o , q u i s o s e g u i r l a .
El a b o g a d o V"* había v u e l t o á K..., y el castillo d e R...-
sitten q u e d ó m á s d e s i e r t o y s o m b r í o q u e n u n c a .
E n c u a n t o á Daniel, había v u e l t o á e n f e r m a r t a n
g r a v e m e n t e , q u e f u é preciso c o n f e r i r s u s f u n c i o n e s á
otro m a y o r d o m o : este c a r g o se confirió á F r a n z en
r e c o m p e n s a d e s u s fieles servicios. Poco t i e m p o des- .
p u é s , t o d a s las d i l i g e n c i a s j u r í d i c a s sobre el m a y o r a z -
go q u e d a r o n e v a c u a d a s , llenándose t o d a s las f o r m a l i -
d a d e s legales g r a c i a s á la actividad del a b o g a d o V ' " ,
q u e n o d e s c a n s ó h a s t a v e r al joven h e r e d e r o i n s t a l a d o
en su d o m i n i o . Al poco t i e m p o se s u p o q u e su con-
t r i n c a n t e , H u b e r t o , h a b í a m u e r t o e n u n a batalla con-
t r a los p e r s a s ; d e m o d o q u e s u s b i e n e s d e C u r l a n d i a
p a s a r o n á m a n o s d e la h e r m o s a S e r a f i n a , c u y a u n i ó n
con R o d e r i c o n o t a r d ó en c e l e b r a r s e .
L o s d e s p o s o r i o s se e f e c t u a r o n en R . . . s i t t e n , sin q u e
se o m i t i e s e n a d a p a r a c o m u n i c a r á la c e r e m o n i a t o d o
el. e s p l e n d o r p r o p i o d e la elevada c a t e g o r í a y d e . la
r i q u e z a d e los f u t u r o s esposos. V***, q u e se conside-
r a b a hacía largo t i e m p o c o m o i n s e p a r a b l e d e los seño-
r e s d e R . . . s i t t e n , h a b í a elegido la a n t i g u a c á m a r a del
b a r ó n , á fin d e e s p i a r la c o n d u c t a d e Daniel. Cierta
n o c h e , o c u p á b a s e con el castellano en r e p a s a r las cuen-
t a s ; el v i e n t o m u g í a f u r i o s o ; los á r b o l e s del b o s q u e
c r u g í a n c o m o e s q u e l e t o s d e gigantes'; y en las g a l e -
r í a s el a i r e silbaba, p r o d u c i e n d o m u r m u l l o s s e m e j a n -
tes á sollozos.
—¡ Q u é t i e m p o tan e s p a n t o s o , y q u é bien se está
a q u í 1—dijo d e p r o n t o V*".
—Si, s í — r e p u s o el b a r ó n .
Y se levantó p a r a a c e r c a r s e á la v e n t a n a , á fin de
o b s e r v a r los efectos de la t o r m e n t a ; m a s a p e n a s e s t u -
 vo en pie, volvió á caer en su silla, fija la m i r a d a y la
m a n o t e n d i d a hacia la p u e r t a , q u e a c a b a b a d e a b r i r s e
p a r a d a r paso á u n a figura lívida y d e s c a r n a d a , c u y o
a s p e c t o h a b r í a i n f u n d i d o t e r r o r á los m á s valerosos.
¡Era Daniel!...
Más pálido q u e el m a y o r d o m o , y m u y a g i t a d o al
verle a r a ñ a r la p u e r t a t a p i a d a , el b a r ó n se abalanzó
hacia él g r i t a n d o :
—¡ Daniel, Daniel ! ¿ q u é vienes á h a c e r a q u í á e s t a s
horas ?
El m a y o r d o m o profirió un doloroso g e m i d o y cayó
en t i e r r a . C u a n d o se t r a t ó de l e v a n t a r l e , vióse q u e
estaba muerto.
— ¡ G r a n Dios! ¡ q u é c r i m e n m e h a h e c h o c o m e t e r
u n m o m e n t o d e t e r r o r ! Ese infeliz era s o n á m b u l o , y
los m é d i c o s dicen q u e basta l l a m a r á un i n d i v i d u o p o r
su n o m b r e , c u a n d o es p r e s a d e su alucinación, p a r a
q u e m u e r a en el acto.
— B a r ó n — d i j o g r a v e m e n t e el a b o g a d o — n o os a c u -
s é i s d e la m u e r t e d e ese h o m b r e , p o r q u e e r a el asesino
de vuestro padre...
—¡De mi p a d r e ! . . .
—Sí, b a r ó n , la m a n o d e Dios es la q u e le ha h e r i d o
c u a n d o h a b l a s t e i s ; y el t e r r o r q u e habéis e x p e r i m e n -
t a d o es el i n s t i n t o d e r e p u l s i ó n q u e se a p o d e r a de
n o s o t r o s al a s p e c t o y al c o n t a c t o d e u n i n f a m e . L a s par-
l a b r a s q u e dirigisteis á Daniel, y q u e le m a t a r o n c o m o
el rayo, son t a m b i é n las ú l t i m a s q u e v u e s t r o d e s g r a -
ciado. p a d r e p r o n u n c i ó .
•Al decir estas p a l a b r a s , V * " sacó del bolsillo u n do-
c u m e n t o c u i d a d o s a m e n t e sellado, escrito de m a n o de
H u b e r t o , h e r m a n o de W o l f g a n g , y reveló al b a r ó n los
m i s t e r i o s d e ' o d i o y d e v e n g a n z a q u e h a b í a n ocasiona-
d o ya t a n t a s d e s g r a c i a s en la familia d e R . . . s i t t e n .
. L e y ó el a u t ó g r a f o en q u e H u b e r t o declaraba q u e su
a n i m o s i d a d contra W o l f g a n g d a t a b a del día en q u e se
i n s t i t u y ó el m a y o r a z g o , p u e s a q u e l acto de su p a d r e ,
q u e le p r i v a b a á él d e la m e j o r p a r t e de su f o r t u n a
p a r a f a v o r e c e r al p r i m o g é n i t o , h a b í a d e j a d o en s u co-
razón un r e s e n t i m i e n t o i n e x t i n g u i b l e . Desde aquella
época, H u b e r t o , c e d i e n d o á u n irresistible d e s e o d e
venganza, había c o n c e r t a d o los m e d i o s m á s p r o p i o s
p a r a p r o m o v e r la d e s u n i ó n e n t r e W o l f g a n g y el a n -
ciano R o d e r i c o . Este ú l t i m o h a b í a q u e r i d o i l u s t r a r el
n u e v o m a y o r a z g o p o r la alianza d e su hijo m a y o r con
u n a d e las m á s . a n t i g u a s f a m i l i a s del p a í s ; s u s obser-
vaciones astrológicas le p e r m i t i e r o n leer en el c u r s o
d e los a s t r o s la s e g u r i d a d d e este e n l a c e ; y t o d a elec-
ción q u e W o l f g a n g h u b i e r a hecho contra su v o l u n t a d ,
h a b r í a sido u n a c a u s a d e d i s g u s t o y u n m o t i v o p a r a
maldecirle.
W o l f g a n g , p e r d i d a m e n t e e n a m o r a d o en G i n e b r a d e
u n a joven d e noble linaje, p e r o sin f o r t u n a , se h a b í a
lisonjeado d e c o n s e g u i r af fin, á f u e r z a d e t i e m p o ,
q u e su a n c i a n o p a d r e a p r o b a r a el m a t r i m o n i o con-
t r a í d o s e c r e t a m e n t e con la m u j e r q u e a d o r a b a ; y así
lás cosas, el a n c i a n o b a r ó n , h a b i e n d o visto en las cons-
telaciones el p r e s a g i o d e su p r ó x i m a m u e r t e , escribió
á G i n e b r a , o r d e n a n d o á W o l f g a n g q u e volviera i n m e -
d i a t a m e n t e . C u a n d o llegó, s u p a d r e habia m u e r t o ,
c o m o ya h e m o s visto. Un poco d e s p u é s , H u b e r t o llegó
á R . . . s i t t e n , s e g ú n s a b e m o s , p a r a a r r e g l a r con su her-
m a n o los a s u n t o s d e la s u c e s i ó n : W o l f g a n g le reveló
f r a n c a m e n t e el m i s t e r i o d e su m a t r i m o n i o , m a n i f e s -
t a n d o s u satisfacción por h a b e r o b t e n i d o u n hijo y
serle posible m u y p r o n t o a n u n c i a r á s u a m a d a e s p o s a
q u e el n e g o c i a n t e d e B o r n con q u i e n se h a b í a u n i d o ,
era el rico y p o d e r o s o h e r e d e r o d e los b a r o n e s d e R...
T a m b i é n dió á conocer su p r o y e c t o d e m a r c h a r c u a n t o
a n t e s á Ginebra p a r a t r a e r consigo á la b a r o n e s a Sera-
fina; p e r o la m u e r t e le s o r p r e n d i ó c u a n d o se d i s p o n í a
á p a r t i r . H u b e r t o se a p r o v e c h ó d e esto p a r a a s e g u r a r
la h e r e n c i a d i r e c t a del m a y o r a z g o , p u e s t o q u e n a d a
p r o b a b a los d e r e c h o s del hijo d e W o l f g a n g ; p e r o c o m o
habia en él cierto f o n d o d e lealtad, m u y p r o n t o se
a p o d e r ó el r e m o r d i m i e n t o d e s u á n i m o . Un i n c i d e n t e
que consideró como providencial acabó de despertar
su t e m o r al castigo del cielo. T e n í a d o s n i ñ o s d e once
á doce a ñ o s q u e se m a n i f e s t a b a n m u t u a aversión: cier-
to día el m a y o r d e ellos decía al otro:
— T ú e r e s u n m i s e r a b l e ; y o seré a l g ú n día el sobe-
r a n o d e R . . . s i t t e n , y e n t o n c e s , a m i g u i t o mío, d e b e r á s
venir h u m i l d e m e n t e á p e d i r m e d i n e r o p a r a c o m p r a r
u n a ropilla n u e v a .
I r r i t a d o el o t r o p o r a q u e l l a b r o m a , d i ó á su h e r m a n o
u n golpe con u n c u c h i l l o , y las c o n s e c u e n c i a s f u e r o n
m o r t a l e s . A t e r r a d o H u b e r t o p o r a q u e l l a desgracia,
envió el hijo q u e le q u e d a b a a San P e t e r s b u r g o p a r a
q u e sirviera á las ó r d e n e s del g e n e r a l S u v a r o w ; y po-
seído d e r e m o r d i m i e n t o s , hizo serias reflexiones. Re-
cogió c u i d a d o s a m e n t e el p r o d u c t o d e las r e n t a s del
m a y o r a z g o , y envió "fondos a G i n e b r a , bajo el n o m b r e
s u p u e s t o de u n p a r i e n t e del n e g o c i a n t e d e B o r n , á fin
d e q u e se a t e n d i e r a á la educación- del hijo d é W o l f -
g a n g . E n c u a n t o á la m u e r t e d e éste, h a b í a sido d u -
r a n t e largo t i e m p o u n t e r r i b l e m i s t e r i o , q u e a p e n a s
d e j a b a e n t r e v e r la locura del m a y o r d o m o .
He a q u í c ó m o lo e x p l i c a b a H u b e r t o en su confe-
sión.
E n la n o c h e d e su m a r c h a , Daniel, q u e sin d u d a de-
seaba sacar p a r t i d o d e la a n i m o s i d a d q u e r e i n a b a
e n t r e los dos h e r m a n o s , d e t ú v o l e en el m o m e n t o d e
m o n t a r á caballo, diciéndole q u e no debía a b a n d o n a r
t a n magnifica h e r e n c i a en m a n o s del codicioso W o l f -
gang.
—¿Y q u é h e d e h a c e r ? — e x c l a m ó H u b e r t o , g o l p e á n -
dose la f r e n t e con a d e m á n d e cólera. — ¡ Ah ! — a ñ a d i ó
b l a n d i e n d o la c a r a b i n a . — ¿ P o r q u é n o h a b r é e n c o n -
t r a d o en u n a cacería ocasión o p o r t u n a para concluir
d e u n a vez ?...
—Es u n a dicha q u e n o h a y á i s c o m e t i d o s e m e j a n t e
i m p r u d e n c i a — r e p l i c ó Daniel e s t r e c h á n d o l e el brazo;—
p e r o ¿ os resolveríais á e n t r a r en posesión d e este do-
m i n i o si no t u v i é r a i s la r e s p o n s a b i l i d a d d e los m e -
dios?
— Sí, á toda c o s t a — m u r m u r ó con voz s o r d a el feroz
Huberto.
— ¡ P u e s q u e d a o s — r e p u s o Daniel;—estáis en v u e s t r a
casa, b a r ó n d e R . . . s i t t e n , p o r q u e el d u e ñ o del m a y o -
r a z g o ha m u e r t o esta n o c h e a p l a s t a d o bajo los escom-
b r o s del t o r r e ó n 1...
He a q u í c ó m o se había c o n s u m a d o este d r a m a te-
rrible. Daniel, q u e p e r s i s t í a en su plan d e a p r o p i a r s e
u n a b u e n a s u m a d e d i n e r o , sin c o n t a r los regalos del
n u e v o b a r ó n , había o b s e r v a d o q u e W o l f g a n g iba t o -
das las n o c h e s *á m e d i t a r al b o r d e del a b i s m o a b i e r t o
p o r la caída d e la bóveda d e la t o r r e . Cierta noche,
d e s p u é s d e h a b e r sabido q u e H u b e r t o se d i s p o n í a á
m a r c h a r , f u é á s i t u a r s e en u n á n g u l o o s c u r o d e la
.sala d e los C a b a l l e r o s p a r a e s p e r a r á W o l f g a n g , y
c u a n d o el d e s g r a c i a d o b a r ó n a b r i ó la p u e r t a d e la to-
r r e , e m p u j ó l e p o r la e s p a l d a , h a c i é n d o l e caer en el
abismo.
C r u e l m e n t e c o n m o v i d o p o r e s t a s h o r r i b l e s revela-
ciones, el b a r ó n R o d e r i c o n o p u d i e n d o vivir ya en
a q u e l castillo, m a n c h a d o d e s a n g r e , volvió á s u s tie-
r r a s d e C u r l a n d i a , y n o iba á R . . . s i t t e n sino en el oto-
ño, p a r a cazar en s u s t i e r r a s .
F r a n z , el n u e v o m a y o r d o m o , referia q u e d e vez en
c u a n d o , d u r a n t e las n o c h e s d e l u n a , se veía la s o m b r a
d e Daniel v a g a n d o por las g a l e r í a s y las salas del cas-
tillo.
T a l f u é el relato, y c u a n d o t e r m i n ó a v e n t u r é u n a
p r e g u n t a sobre S e r a f i n a .
 l» puerta tapiada

— P r i m o — c o n t e s t ó el b u e n a n c i a n o con voz c o n m o - q u e c i n a s p e r s i g u i é n d o s e e n t r e los escomtíros y profi-

vida—la s u e r t e c r u e l q u e pesaba s o b r e la familia d e
R . . . s i t t e n no ha p e r d o n a d o á esa p o b r e joven, p u e s
d o s días d e s p u é s d e n u e s t r a m a r c h a se estrelló contra
las rocas e n u n a c a r r e r a d e t r i n e o : el b a r ó n e s t á i n -
consolable. P r i m o , no v o l v e r e m o s j a m á s á R . . . s i t t e n .
riendo gemidos.de angustia.
¡Alma C á n d i d a d e m i a d o r a d a S e r a f i n a , t ú n o irás á
esos l u g a r e s d e s o l a d o s ! ¡ Dios te llamó á si p a r a ento-
n a r s a g r a d o s cánticos e n t r e sus á n g e l e s !

III

X- * J'-
M u c h o s a ñ o s t r a n s c u r r i e r o n . Mi tío d.ormía en la
t u m b a hacía Jargo t i e m p o . Napoleón asolaba el N o r t e ,
y yo volvía d e San P e t e r s b u r g o , c o s t e a n d o las orillas
d e ! m a r . Al p a s a r p o r d e l a n t e d e la p e q u e ñ a c i u d a d
d e K... divisé á lo lejos c o m o u n a llama, y d e s p u é s
d i s t i n g u í u n a especie d e a r d i e n t e foco.
— ¿ E s u n i n c e n d i o ? — p r e g u n t é al postillón.
—No, s e ñ o r — c o n t e s t ó — e s el f a r o d e R . . . s i t t e n . . .
i El f a r o de R . . . s i t t e n ! E s t e n o m b r e d e s p e r t ó t o d o s los '
r e c u e r d o s d e m i a m o r , y p a r e c i ó m e v e r en u n a pálida
a u r e o l a á mi a d o r a d a S e r a f i n a . . . Di o r d e n p a r a q u e m e
c o n d u j e r a n al p u e b l o d o n d e h a b i t a b a el i n t e n d e n t e
del d o m i n i o , y p r e g u n t é p o r él.
— C a b a l l e r o — m e c o n t e s t ó u n e m p l e a d o q u e vestía
librea real — y a n o h a y a q u í n i n g ú n i n t e n d e n t e d e
R . . . s i t t e n ; este es d o m i n i o a d q u i r i d o p o r la C o r o n a , .a
c a u s a d e h a b e r m u e r t o sin h e r e d e r o s el último b a r ó n ,
hace diez y seis a ñ o s .
S u b í al castillo q u e ya estaba r u i n o s o , p u e s h a b í a n s e
e m p l e a d o los m e j o r e s m a t e r i a l e s p a r a c o n s t r u i r u n
f a r o s o b r e la roca. Un c a m p e s i n o q u e e n c o n t r é en el
l i n d e r o del b o s q u e , r e f i r i ó m e t e m b l a n d o , q u e en las
n o c h e s d e l u n a llena v e í a n s e á m e n u d o s o m b r a s blan-
 . OLIVERIO BRUSSON

la calle de S a n H o n o r a t o elevábase en otro

t i e m p o la casita h a b i t a d a por M a g d a l e n a
S c u d e r i , á q u i e n tan celebre hicieron s u s
•versos y novelas caballerescas, n o m e n b s q u e
el f a v o r d e L u í s XIV y d e m a d a m e d e M a i n t e n o n .
E n u n o d e los m e s e s d e o t o ñ o del a ñ o 1680, á eso d e
la m e d i a noche, a l g u n o s golpes violentos y r e p e t i d o s
en la p u e r t a d e la casa d e s p e r t a r o n s o b r e s a l t a d o s á
s u s pacíficos h a b i t a n t e s . B a u t i s t a , q u e d e s e m p e ñ a b a á
la vez las f u n c i o n e s d e cocinero, d e a y u d a d e c á m a r a
y d e p o r t e r o , h a b í a ido, con p e r m i s o d e su s e ñ o r a , á
p r e s e n c i a r las b o d a s d e su h e r m a n a , y sólo se hallaba
en el domicilio u n a sirvienta l l a m a d a la M a r t i n i é r e . Al
oir l l a m a r con tal f u e r z a , la p o b r e m u j e r p e n s ó q u e la
m a r c h a d e B a u t i s t a la d e j a b a sin d e f e n s a con su señora
en u n a casa e x p u e s t a á los a t a q u e s del p r i m e r o q u e
llegase, é i n v o l u n t a r i a m e n t e c o m e n z ó á r e c o r d a r los
r o b o s y a s e s i n a t o s de q u e P a r í s era t e a t r o en aquella
época. M u y p r o n t o se p e r s u a d i ó d e q u e el visitante
n o c t u r n o no p o d i a s e r sino u n ladrón bien c o n o c e d o r
d e la casa y d e las p e r s o n a s q u e en ella h a b í a ; y t e m -
b l a n d o d e m i e d o , t e m e r o s a d e verse d e u n m o m e n t o á
otro a m e n a z a d a p o r el p u ñ a l d e los asesinos, p e r m a -
n e c i ó i n m ó v i l en su p e q u e ñ a habitación, m á s m u e r t a
q u e viva, r e n e g a n d o d e B a u t i s t a y del c a s a m i e n t o d e
su h e r m a n a . Sin e m b a r g o , los g o l p e s se r e p e t í a n , y
oyóse u n a voz q u e g r i t a b a :
— ¡ P o r a m o r d e Dios, a b r i d la p u e r t a !
La M a r t i n i é r e , m u y poco t r a n q u i l i z a d a , cogió u n a
luz y d i r i g i ó s e hacia el p ó r t i c o d e la casa. E n a q u e l
i n s t a n t e , la m i s m a voz g r i t ó d e nuevo:-
— ¡Abrid p o r a m o r d e Cristo, a b r i d p r o n t o ! . . .
— Á f e m í a — p e n s ó la M a r t i n i é r e — u n l a d r ó n n o se-
e x p r e s a r í a tan h o n r a d a m e n t e ; tal vez sea a l g ú n s e ñ o r
q u e conoce á m i a m a , y q u e , p e r s e g u i d o p o r la r o n d a ,
q u i e r e p e d i r u n asilo h a s t a m a n a n a . . . ¡ V a m o s á ver, y
o b r e m o s con p r u d e n c i a !
La m u j e r e n t r e a b r i ó la v e n t a n a c u i d a d o s a m e n t e y
p r e g u n t ó con voz q u e le pareció b a s t a n t e t r a n q u i l a
q u i é n - e r a el a t r e v i d o q u e a l b o r o t a b a d e a q u e l m o d o á
u n a h o r a tan a v a n z a d a . La luz d e la l u n a , a t r a v e s a n d o
las n u b e s e n a q u e l m o m e n t o , p e r m i t i ó á. la sirvienta
d i s t i n g u i r u n r o s t r o p r o l o n g a d o , en p a r t e oculto p o r el
embozo de una capa oscura, y u n sombrero de anchas
a l a s ; y e n t o n c e s la M a r t i n i é r e , sobrecogida d e e s p a n -
to, c o m e n z ó á g r i t a r con t o d a la f u e r z a d e s u s p u l -
mones:
— ¡Hola! ¡ B a u t i s t a , Claudio, P e d r o , todos en pie, y
venid á e x a m i n a r d e cerca a este v i s i t a n t e n o c t u r n o
que tanto alborota!
P e r o á los g r i t o s d e la c r i a d a , u n a voz d u l c e y casi
suplicante, contestó:
— ¡ A h ! la M a r t i n i é r e , sois vos, b u e n a s e ñ o r a ; n o
alcéis así la voz, p o r q u e B a u t i s t a ha ido al c a m p o , y sé
q u e estáis sola con v u e s t r a a m a ; a b r i d , p u e s , y n o te-
m á i s la m e n o r cosa; es preciso q u e vea c u a n t o a n t e s á
la s e ñ o r i t a S c u d e r i .
— ¿ Q u é d e c í s ? — r e p l i c ó la M a r t i n i é r e . — ¿ O s p a r e c e
h o r a c o n v e n i e n t e esta p a r a h a b l a r á las d a m a s ? Ya q u e
sabéis t a n bien lo q u e a q u í pasa, no d e b é i s i g n o r a r q u e
m i s e ñ o r a d u e r m e hace largo t i e m p o ; y p o r t o d o el
oro del m u n d o n o la d e s p e r t a r í a en su p r i m e r s u e ñ o ,
del q u e t a n t a n e c e s i d a d t i e n e p a r a su s a l u d .
— Yo s é — p r o s i g u i ó el desconocido — q u e a c a b a d e
p o n e r á u n lado su novela Clelia, y q u e en este m o -
m e n t o h a c e versos, los c u a l e s d e b e n ser leídos m a ñ a n a
á la m a r q u e s a d e M a i n t e n o n . ¡ A h ! os lo r u e g o u n a
vez m á s , s e ñ o r a M a r t i n i é r e , t e n e d c o m p a s i ó n d e m í y
a b r i d m e la p u e r t a , p o r q u e se t r a t a del h o n o r , d e la
libertad, y tal vez d e la vida d e u n h o m b r e ; muestra
a m a n o os p e r d o n a r í a j a m á s si r e h u s a s e i s el asilo á u n
infeliz q u e i m p l o r a b a su socorro.
— R e p i t o — dijo la M a r t i n i é r e — q u e esta n o es h o r a
d e v e n i r á visitar á la g e n t e ; volved m a ñ a n a y v e r e m o s .
El desconocido, sin d e s a n i m a r s e p o r esta c o n t e s t a -
ción, r e p l i c ó :
— ¡ A h ! n u e s t r a s u e r t e n o c u e n t a las h o r a s c u a n d o
es a d v e r s a , y s u s g o l p e s son ciegos c o m o los f a v o r e s
d e la f o r t u n a . ¿Es posible q u e se r e h u s e auxilio y soco-
r r o c u a n d o la salvación d e u n h o m b r e p o d r í a d e p e n d e r
d e u n solo i n s t a n t e ? ¡Abrid la p u e r t a ; n a d a debéis
t e m e r d e u n infeliz, p e r s e g u i d o p o r todos, y c u y a
ú n i c a e s p e r a n z a es la p o d e r o s a i n t e r v e n c i ó n d e v u e s -
tra señora!...
L a M a r t i n i é r e o y ó al d e s c o n o c i d o g e m i r y llorar al
d i r i g i r l e esta ú l t i m a s ú p l i c a ; y c o m o la voz del joven
. tenía u n acento melancólico y dulce, al q u e las m u j e - '
r e s n o saben r e s i s t i r n u n c a , f u é á b u s c a r las llaves
p a r a i n t r o d u c i r al d e s c o n o c i d o .
A p e n a s se a b r i ó la p u e r t a , el h o m b r e d e la capa se
p r e c i p i t ó en el i n t e r i o r con i m p a c i e n t e cólera, y e m -
p u j a n d o a n t e sí á la sirvienta, díjole con voz a m e n a z a -
dora :
— ¡ Conducidme á presencia de vuestra ama !
L a p o b r e m u j e r , t e m b l a n d o d e m i e d o , l e v a n t ó la luz
á la a l t u r a del r o s t r o del desconocido, c u y a s f a c c i o n e s
d e s c o m p u e s t a s e s t a b a « d e n s a m e n t e pálidas, y e s t u v o
á p u n t o de p e r d e r el c o n o c i m i e n t o c u a n d o bajo la capa
vió brillar el m a n g o d e u n p u ñ a l . E l . e x t r a n j e r o fijó en
su i n t e r l o c u t o r a u n a m i r a d a p e n e t r a n t e y .repitió su
o r d e n con acento b r e v e ; p e r o c o m o la h o n r a d a s i r -
vienta p e n s a s e q u e a l g ú n g r a v e peligro a m e n a z a b a la
vida d e su s e ñ o r a , su a b n e g a c i ó n se exaltó, y c e r r a n d o
la p u e r t a d e su c u a r t o , colocóse delante, y dijo con voz
resuelta :
— Ha. a q u í u n a m a n e r a e x t r a ñ a d e p e d i r hospitali-
d a d ; h e c o m e t i d o la t o r p e z a d e a b r i r o s , p e r o ni Dios
ni el diablo m e o b l i g a r á n a h o r a á p r e s e n t a r o s á m i
a m a . P u e s t o q u e vais a r m a d o , n a d a debéis t e m e r ; y
si no sois u n m a l h e c h o r , p o d é i s e s p e r a r hasta m a ñ a n a
y volver. Macedme el f a v o r d e s a l i j d e la casa.
El d e s c o n o c i d o s u s p i r ó , y fijando d e n u e v o su p e n e -
t r a n t e m i r a d a e n la fiel s i r v i e n t a , o p r i m i ó convulsiva-
m e n t e el m a n g o d e su d a g a . La p o b r e m u j e r e n c o -
m e n d ó su alma á Dios, p e r o t u v o b a s t a n t e e n e r g í a p a r a
•hacer f r e n t e al desconocido, y sin m o v e r s e u n paso,
m a n t ú v o l e en r e s p e t o .
— ¡ D e j a d m e p a s a r , os d i g o ! — e x c l a m ó el de la capa
- H a c e d c o m o g u s t é i s - r e p l i c ó la s i r v i e n t a - m a -
t a d m e , p e r o ¡ c u i d a d o con m a ñ a n a , y n o olvidéis la
plaza d e Grève !
. — ¡ A h ! — m u r m u r ó el d e s c o n o c i d o — t e n é i s razón,
la M a r t i n i é r e ; m e t o m á i s por u n l a d r ó n ó por u n a s e -
s i n o ; m a s a ú n no h e llegado á t a n t o .
Así diciendo, d e s e n v a i n ó su d a g a , hizo u n g e s t o
a m e n a z a d o r p a r a a p a r t a r á la sirvienta y abrióse p a s o .
— ¡ J e s ú s ! — e x c l a m ó la M a r t i n i é r e — ¡soy m u e r t a ! . . .
U n ' r u i d o d e a r m a s y los pasos m e s u r a d o s d e u n a
p a t r u l l a i n t e r r u m p i e r o n el silencio d e la d e s i e r t a calle.
— ¡ E s la r o n d a , s o c o r r o , s o c o r r o ! — g r i t ó la M a r t i -
niére.
— ¡ Maldita m u j e r , t ú q u i e r e s p e r d e r m e ! — m u r m u r ó
el desconocido. — ¡ Ah ! ¡ y a h a n p a s a d o , sí, ya n o h a y
t e m o r ! ¡ T o m a , b r u j a del diablo, coge eso, y p o r t u
vida llévalo esta m i s m a n o c h e á t u s e ñ o r a ! . . .
Al p r o n u n c i a r e s t a s p a l a b r a s , el h o m b r e d e la c a p a
p u s o en m a n o s d e la sirvienta u n a cajita d e h i e r r o ,
a p a g ó la luz, p a r a q u e su claridad n o p e r m i t i e s e v e r
q u é dirección seguía, y p r e c i p i t ó s e f u e r a d e la casa.
La sirvienta h a b í a caído d e b r u c e s ; c u a n d o se le-
v a n t ó , largo t i e m p o d e s p u é s , costóle m u c h o llegar á
sú h a b i t a c i ó n , y n o t e n i e n d o f u e r z a ni valor p a r a acos-
tarse, d e j ó s e caer en u n sillón. Poco t i e m p o d e s p u é s ,
oyó u n r u i d o d e llaves en la c e r r a d u r a , y e s t r e m e c i ó s e
d e n u e v o ; p e r o vió e n t r a r á B a u t i s t a , pálido c o m o u n
difunto.
— ¡ P o r t o d o s los s a n t o s del cielo, q u é m á s p u e d e
o c u r r i r a h o r a ? — b a l b u c e ó la sirvienta.
— Figuraos — contestó Bautista — que una inquie-
t u d inexplicable p a r a m i m e i n d u j o á s e p a r a r m e d e
los novios, y m e p u s e en c a m i n o hacia casa, i m p u l s a -
d o p o r no sé q u é p r e s e n t i m i e n t o . Al e n t r a r en n u e s t r a
calle p e n s a b a y o q u e s i e m p r e d o r m í a i s con u n ojo
a b i e r t o , y q u e no h a b r í a de l l a m a r m u c h o para q u e m e
a b r i é r a i s ; p e r o no c o n t a b a con las t r i b u l a c i o n e s d e la
n o c h e . Un d e s t a c a m e n t o d e la r o n d a , con h o m b r e s á
pie y á caballo, c u b i e r t o s d e h i e r r o h a s t a los d i e n t e s ,
llega no sé por d ó n d e y m e cierra el p a s o ; p o r f o r t u n a
 m e conocía su jefe, el t e n i e n t e Desgrais, y éste m e
dice, c u a n d o m e h u b i e r o n aplicado u n a l i n t e r n a al
r o s t r o : «¡Holal B a u t i s t a , parece q u e v a m o s d e picos
p a r d o s p o r la n o c h e , m u c h a c h o . . . V u e l v e p r o n t o á
casa y g u á r d a l a bien, p o r q u e a n d a m o s á caza d e u n
perillán q u e n o s da b a s t a n t e q u e hacer.» No p o d é i s fi-
g u r a r o s , a m i g a m í a , el efecto q u e m e p r o d u j e r o n a q u e -
llas p a l a b r a s . La p a t r u l l a c o n t i n ú a su c a m i n o y des-
a p a r e c e ; en el m o m e n t o en q u e levanto el brazo p a r a
l l a m a r á la p u e r t a , ésta se a b r e d e i m p r o v i s o ; u n hom-
b r e sale á la calle c o r r i e n d o , d a g a en m a n o , y m e d e -
r r i b a al p a s a r . . . Me levanto... la casa a b i e r t a . . . las lla-
ves en la c e r r a d u r a . . . ¿ Q u é q u i e r e decir t o d o esto ?
La M a r t i n i é r e , en p a r t e r e c o b r a d a .de su e s p a n t o ,
refirió t o d o c u a n t o acababa-de o c u r r i r ; d e s p u é s baja-
r o n los dos al v e s t í b u l o y r e c o g i e r o n el candelero, c u y a
luz h a b í a a p a g a d o el d e s c o n o c i d o p a r a ocultar s u f u g a .
— S e g u r a m e n t e — d e c í a Bautista — á no m e d i a r u n a
e v i d e n t e p r o t e c c i ó n del cielo, n u e s t r a p o b r e s e ñ o r a
h u b i e r a sido r o b a d a y a s e s i n a d a esta noche, p o r q u e
ese h o m b r e no i g n o r a b a q u e e n c o n t r a r í a aquí dos m u -
j e r e s solas; será u n o d e esos d i e s t r o s b r i b o n e s r e d o -
m a d o s q u e t o m a n bien s u s i n f o r m e s p a r a d a r el g o l p e
s o b r e s e g u r o . En c u a n t o al cofrecillo, a m i g a M a r t i n i é -
re, si q u e r é i s c r e e r m e , lo a r r o j a r e m o s al S e n a , p u e s
tal vez a l g ú n m i s e r a b l e a t e n t e contra la vida d e n u e s -
t r a señora, y p u e d e ser q u e al a b r i r l e caiga m u e r t a d e
p r o n t o , c o m o el a n c i a n o m a r q u é s d e F o u r n a y , al rom-
p e r el sello d e u n a carta a n ó n i m a . . .
D e s p u é s d e c o n v e r s a r largo r a t o p a r a d e c i d i r lo q u e
c o n v e n d r í a hacer, los dos fieles s e r v i d o r e s c o n v i n i e r o n
en q u e lo m e j o r sería d a r c u e n t a d e lo o c u r r i d o á la
s e ñ o r i t a S c u d e r i y e n t r e g a r l e el cofrecillo, p u e s tal vez
así se aclararía el m i s t e r i o ; m a s p a r a a b r i r a q u é l se
a d o p t a r í a n las n e c e s a r i a s p r e c a u c i o n e s .
II
L o s t e m o r e s d e B a u t i s t a n o carecían d e f u n d a m e n -
to, p u e s en a q u e l l a época c o m e t í a n s e en P a r í s los m á s
odiosos a t e n t a d o s , t o d o s á favor d e u n m e d i o q u e sólo
algún e s p í r i t u i n f e r n a l p o d í a s u g e r i r . Glaser, botica-
rio a l e m á n , el m á s hábil q u í m i c o d e su época, se o c u -
p a b a en la a l q u i m i a , q u e estaba e n t o n c e s m u y á la
m o d a ; e s p e r a b a e n c o n t r a r la piedra filosofal, y t e n í a
p o r a y u d a n t e y c o n f i d e n t e á u n italiano l l a m a d o Exili;
p e r o éste n o e s t u d i a b a el a r t e d e h a c e r o r o sino p a r a
o c u l t a r m e j o r s u s secretos designios. M i e n t r a s q u e
Glaser b u s c a b a la f o r t u n a en el f o n d o d e s u s e x p e r i -
m e n t o s , Exili a d q u i r í a l e n t a m e n t e la t e r r i b l e ciencia
de mezclar, cocer y s u b l i m a r s u s t a n c i a s p o n z o ñ o s a s ,
y e l a b o r a b a u n v e n e n o sutil, c u y a s dosis m a t a b a n
en el acto ó g r a d u a l m e n t e , p o r efecto d e u n a l a n g u i -
dez d e s c o n o c i d a . Este v e n e n o carecía de s a b o r y olor;
no d e j a b a vestigio a l g u n o en los ó r g a n o s , y b u r l a b a
t a m b i é n t o d o análisis é investigación d e la m e d i c i n a ,
p u e s t o d a s las v í c t i m a s s u c u m b í a n , al p a r e c e r , d e
m u e r t e n a t u r a l . P o r p r u d e n t e y d i s i m u l a d o q u e Exili
fuera, sospechóse que había vendido venenos y fué
e n c e r r a d o en la Bastilla, d o n d e m u y p r o n t o t u v o por
c o m p a ñ e r o de c a u t i v i d a d al c a p i t á n Godin d e S a i n t e -
Croix. E s t e ú l t i m o conocía á la m a r q u e s a de Brinvi-
lliers, y sus relaciones con ella habían p r o d u c i d o tal
escándalo, q u e el p a d r e de la d a m a , D r e u x d' A u b r a y ,
t e n i e n t e civil d e P a r í s , i r r i t a d o al v e r q u e el m a r q u é s
se m o s t r a b a i n d i f e r e n t e á t a n t o baldón, se e n c a r g ó d e
p o n e r t é r m i n o á s u s v e r g o n z o s a s relaciones, o b t e n i e n -
d o c o n t r a el c a p i t á n u n a o r d e n d e p r i s i ó n . H o m b r e
18
 m e conocía su jefe, el t e n i e n t e Desgrais, y éste m e
dice, c u a n d o m e h u b i e r o n aplicado u n a l i n t e r n a al
r o s t r o : «¡Holal B a u t i s t a , parece q u e v a m o s d e picos
p a r d o s p o r la n o c h e , m u c h a c h o . . . V u e l v e p r o n t o á
casa y g u á r d a l a bien, p o r q u e a n d a m o s á caza d e u n
perillán q u e n o s da b a s t a n t e q u e hacer.» No p o d é i s fi-
g u r a r o s , a m i g a m í a , el efecto q u e m e p r o d u j e r o n a q u e -
llas p a l a b r a s . La p a t r u l l a c o n t i n ú a su c a m i n o y des-
a p a r e c e ; en el m o m e n t o en q u e levanto el brazo p a r a
l l a m a r á la p u e r t a , ésta se a b r e d e i m p r o v i s o ; u n hom-
b r e sale á la calle c o r r i e n d o , d a g a en m a n o , y m e d e -
r r i b a al p a s a r . . . Me levanto... la casa a b i e r t a . . . las lla-
ves en la c e r r a d u r a . . . ¿ Q u é q u i e r e decir t o d o esto ?
La M a r t i n i é r e , en p a r t e r e c o b r a d a .de su e s p a n t o ,
refirió t o d o c u a n t o acababa-de o c u r r i r ; d e s p u é s baja-
r o n los dos al v e s t í b u l o y r e c o g i e r o n el candelero, c u y a
luz h a b í a a p a g a d o el d e s c o n o c i d o p a r a ocultar s u f u g a .
— S e g u r a m e n t e — d e c í a Bautista — á no m e d i a r u n a
e v i d e n t e p r o t e c c i ó n del cielo, n u e s t r a p o b r e s e ñ o r a
h u b i e r a sido r o b a d a y a s e s i n a d a esta noche, p o r q u e
ese h o m b r e no i g n o r a b a q u e e n c o n t r a r í a aquí dos m u -
j e r e s solas; será u n o d e esos d i e s t r o s b r i b o n e s r e d o -
m a d o s q u e t o m a n bien s u s i n f o r m e s p a r a d a r el g o l p e
s o b r e s e g u r o . En c u a n t o al cofrecillo, a m i g a M a r t i n i é -
re, si q u e r é i s c r e e r m e , lo a r r o j a r e m o s al S e n a , p u e s
tal vez a l g ú n m i s e r a b l e a t e n t e contra la vida d e n u e s -
t r a señora, y p u e d e ser q u e al a b r i r l e caiga m u e r t a d e
p r o n t o , c o m o el a n c i a n o m a r q u é s d e F o u r n a y , al rom-
p e r el sello d e u n a carta a n ó n i m a . . .
D e s p u é s d e c o n v e r s a r largo r a t o p a r a d e c i d i r lo q u e
c o n v e n d r í a hacer, los dos fieles s e r v i d o r e s c o n v i n i e r o n
en q u e lo m e j o r sería d a r c u e n t a d e lo o c u r r i d o á la
s e ñ o r i t a S c u d e r i y e n t r e g a r l e el cofrecillo, p u e s tal vez
así se aclararía el m i s t e r i o ; m a s p a r a a b r i r a q u é l se
a d o p t a r í a n las n e c e s a r i a s p r e c a u c i o n e s .
II
L o s t e m o r e s d e B a u t i s t a n o carecían d e f u n d a m e n -
to, p u e s en a q u e l l a época c o m e t í a n s e en P a r í s los m á s
odiosos a t e n t a d o s , t o d o s á favor d e u n m e d i o q u e sólo
algún e s p í r i t u i n f e r n a l p o d í a s u g e r i r . Glaser, botica-
rio a l e m á n , el m á s hábil q u í m i c o d e su época, se o c u -
p a b a en la a l q u i m i a , q u e estaba e n t o n c e s m u y á la
m o d a ; e s p e r a b a e n c o n t r a r la piedra filosofal, y t e n í a
p o r a y u d a n t e y c o n f i d e n t e á u n italiano l l a m a d o Exili;
p e r o éste n o e s t u d i a b a el a r t e d e h a c e r o r o sino p a r a
o c u l t a r m e j o r s u s secretos designios. M i e n t r a s q u e
Glaser b u s c a b a la f o r t u n a en el f o n d o d e s u s e x p e r i -
m e n t o s , Exili a d q u i r í a l e n t a m e n t e la t e r r i b l e ciencia
de mezclar, cocer y s u b l i m a r s u s t a n c i a s p o n z o ñ o s a s ,
y e l a b o r a b a u n v e n e n o sutil, c u y a s dosis m a t a b a n
en el acto ó g r a d u a l m e n t e , p o r efecto d e u n a l a n g u i -
dez d e s c o n o c i d a . Este v e n e n o carecía de s a b o r y olor;
no d e j a b a vestigio a l g u n o en los ó r g a n o s , y b u r l a b a
t a m b i é n t o d o análisis é investigación d e la m e d i c i n a ,
p u e s t o d a s las v í c t i m a s s u c u m b í a n , al p a r e c e r , d e
m u e r t e n a t u r a l . P o r p r u d e n t e y d i s i m u l a d o q u e Exili
fuera, sospechóse que había vendido venenos y fué
e n c e r r a d o en la Bastilla, d o n d e m u y p r o n t o t u v o por
c o m p a ñ e r o de c a u t i v i d a d al c a p i t á n Godin d e S a i n t e -
Croix. E s t e ú l t i m o conocía á la m a r q u e s a de Brinvi-
lliers, y sus relaciones con ella habían p r o d u c i d o tal
escándalo, q u e el p a d r e de la d a m a , D r e u x d' A u b r a y ,
t e n i e n t e civil d e P a r í s , i r r i t a d o al v e r q u e el m a r q u é s
se m o s t r a b a i n d i f e r e n t e á t a n t o baldón, se e n c a r g ó d e
p o n e r t é r m i n o á s u s v e r g o n z o s a s relaciones, o b t e n i e n -
d o c o n t r a el c a p i t á n u n a o r d e n d e p r i s i ó n . H o m b r e
18
 capaz de t o d a s las violencias, sin carácter, hipócrita y
libertino, y d o m i n a d o por las m á s feroces pasiones, el
capitán no podía e n c o n t r a r p e r s o n a a l g u n a q u e se
aviniese t a n bien con su carácter como Exili, p u e s los
secretos del italiano s u g e r í a n l e un poderoso m e d i o
p a r a practicar el m a l ; hízose su m á s a s i d u o discípulo,
igualóle m u y p r o n t o en saber, y, al salir de la Bastilla,
e r a capaz p a r a c o n t i n u a r solo su e s p a n t o s o a p r e n d i -
zaje.
La Brinvilliers era u n a p e r d i d a p o r sus c o s t u m b r e s ,
y Sainte-Croix la convirtió en u n m o n s t r u o infernal:
e n v e n e n ó s u c e s i v a m e n t e á su p a d r e , q u e condenaba
sus vicios, d e s p u é s a s u s d o s h e r m a n o s , y luego á su
h e r m a n a : la venganza h a b í a m o t i v a d o el p r i m e r cri-
m e n , y cometió los o t r o s p o r avaricia. La historia de
varios e n v e n e n a d o r e s h a d e m o s t r a d o q ü e su m a n e r a
de d a r m u e r t e llegaba á "ser en ellos a l g u n a s veces u n a
m a n í a irresistible, p u e s se dió el caso de q u e i n m o l a -
r a n p e r s o n a s sin i m p o r t a n c i a , con la s a n g r e fría de u n
q u í m i c o que hace e x p e r i m e n t o s en a n i m a l e s . La m u e r -
te súbita en u n hospital de varios indigentes, á q u i e -
nes la Brinvilliers d i s t r i b u í a pan t o d a s las s e m a n a s ,
d e s p e r t ó la atención de los m é d i c o s , p o n i é n d o l e s en
camino p a r a d e s c u b r i r s u s a t e n t a d o s ; d e s p u é s se ave-
r i g u ó q u e m á s de una vez había d a d o á v a r i a s perso-
n a s c o n v i d a d a s p a s t a s de carne q u e contenían v e n e n o ;
y c o n t á b a n s e ya a l g u n a s que e n c o n t r a r o n la m u e r t e á
la m e s a de aquella odiosa m u j e r . Sainte-Croix, su
• cómplice, u n tal La C h a u s s é e y la Brinvilliers s u p i e r o n
ocultar largo t i e m p o sus a b o m i n a c i o n e s ; p e r o acercá-
base el día s e ñ a l a d o p o r la P r o v i d e n c i a p a r a c a s t i g a r
á los u n o s y d e s e n m a s c a r a r á los otros. Sainte-Croix
f a b r i c a b a u n a pólvora , tan sutil (los p a r i s i e n s e s la lla-
m a b a n pólvora de sucesión), q u e la m e n o r aspiración
e r a suficiente p a r a p r o d u c i r la asfixia, y p o r lo m i s m o
el i n v e n t o r a c o s t u m b r a b a c u b r i r s e el r o s t r o con u n a
c a r e t a de vidrio p a r a t r a b a j a r . Cierto día, c u a n d o se
o c u p a b a en recoger su pólvora en u n frasco, d e s p r e n -
dióse la careta, y el o p e r a d o r cayó m u e r t o en su labo-
r a t o r i o . C o m o no t e n í a h e r e d e r o s , la justicia p u s o los
sellos sobre todo c u a n t o le pertenecía, y d e s c u b r i ó e n
u n cofre t o d o s los i n g r e d i e n t e s de q u e aquel m i s e r a -
ble poseía el secreto ; t a m b i é n se e n c o n t r a r o n cartas
de la Brinvilliers, q u e p r o b a b a n su c o m p l i c i d a d ; p e r o
avisada aquella o p o r t u n a m e n t e p o r s u cómplice, r e f u -
gióse en u n claustro de Lieja. Desgrais, el m á s fino
s a b u e s o de la policía, m a r c h ó en su p e r s e c u c i ó n : in-
t r o d ú j o s e , disfrazado de abate, en el convento d o n d e
la m a r q u e s a se ocultaba, f r a g u ó u n a intriga a m o r o s a
con aquella m u j e r execrable, y o b t u v o u n a cita e n
cierto solitario jardín, á pocas l e g u a s de la c i u d a d . Al
llegar al sitio, cercáronla los a g e n t e s de Desgrais ; el
a b a t e galante se m e t a m o r f o s e ó d e i m p r o v i s o en oficial
de policía, i n t r o d u j o á s u prisionera en u n coche q u e
ya estaba p r e p a r a d o , y e m p r e n d i ó s e la m a r c h a hacia
París.
La C h a u s s é e había sido ya d e c a p i t a d o ; la Brinvilliers
f u é c o n d e n a d a al m i s m o s u p l i c i o ; el v e r d u g o q u e m ó
s u cadáver y arrojó las cenizas al viento.
Los p a r i s i e n s e s c o m e n z a b a n á r e s p i r a r d e s d e el cas-
tigo de aquella célebre e n v e n e n a d o r a ; pero de p r o n t o
circuló el r u m o r de q u e el secreto de Sainte-Croix no
h a b í a m u e r t o con él, y, m u y p r o n t o , n u e v a s desgra-
cias c o n s t e r n a r o n á la c i u d a d . La m u e r t e invisible
diezmaba á las familias, y n i n g ú n a r t e podía c o m b a t i r
los fatales efectos de aquella c a l a m i d a d , d e la cual no
era posible p r e s e r v a r s e p o r la riqueza, ni la e d a d , ni
la posición social. La desconfianza r o m p í a los lazos
del m á s s a g r a d o afecto: el m a r i d o t e m b l a b a j u n t o á
su esposa, el p a d r e a n t e el hijo, la h e r m a n a f r e n t e al
h e r m a n o ; en las visitas no se osaba ya c o r t a r el p a n
ni beber á la salud de u n a m i g o ; los ojos o b s e r v a b a n ;
UNIVERSIDAD DE NUEVO LEON
BIBLIOTECA U ^ V f e S l M A
"ALFOHÜQ R I W
lfi?BM0NTS?R£Y,Me«C9
el e s p í r i t u e s t a b a a l a r m a d o d e c o n t i n u o , t e m i é n d o s e
t a n t e s con los n o m b r e s d e t o d a s las p e r s o n a s q u e se
o c u l t a s a s e c h a n z a s ; los p a d r e s h u í a n con h o r r o r del
h a b í a n valido de la t e m i b l e i n d u s t r i a d e la Voisin. El
h o g a r d o m é s t i c o , é iban á b u s c a r lejos el a l i m e n t o , q u e
t r i b u n a l d e s p l e g ó s u s r i g o r e s c o n t r a m u c h o s indivi-
p r e p a r a b a n por su p r o p i a m a n o , o c u l t á n d o s e cuida-
d u o s q.ue h a s t a e n t o n c e s se creían libres d e t o d a p e r -
d o s a m e n t e , t e m e r o s o s d e j a p e r f i d i a d e sus p r o p i o s
secución, y ni a u n v a r i o s p e r s o n a j e s d i s t i n g u i d o s p u -
hijos ; y, á p e s a r d e t a n t a desconfianza y d e t a n t a s
d i e r o n s u s t r a e r s e á las s e n t e n c i a s sin apelación d e
p r e c a u c i o n e s , el azote p r o s e g u í a su c u r s o , d e s c a r g a n -
los j u e c e s v e n g a d o r e s . De las n o t a s d e la Voisin r e s u l -
do acá y allá s u s m i s t e r i o s o s golpes. El r e y de F r a n c i a ,
t a b a q u e , con su c o n c u r s o , el c a r d e n a l Bonzy había
afligido p o r tales a t e n t a d o s , q u e a m e n a z a b a n h a s t a su
hallado m e d i o de l i b r a r s e d e varias p e r s o n a s á las q u e ,
p e r s o n a , creó u n t r i b u n a l especial, e n c a r g a d o d e b u s -
en su calidad d e Arzobispo d e N a r b o n a , d e b í a satisfa-
c a r y c a s t i g á r sin c o m p a s i ó n a q u e l l o s c r í m e n e s secre-
cer p e n s i o n e s m á s ó m e n o s c r e c i d a s : la d u q u e s a d e
tos; y este t r i b u n a l d e justicia, l l a m a d o Cámara Ardien-
Bouillon' y la c o n d e s a d e Soissons h a b í a n m a n t e n i d o
te, r e u n í a s e cerca d e la Bastilla, p r e s i d i d o por la R e y -
con la e n v e n e n a d o r a relaciones m u y f r e c u e n t e s ; y h a s t a
n i e . La e x p e r i e n c i a y e s f u e r z o s d e este m a g i s t r a d o
Francisco Enrique de Montmorency, d u q u e de Luxem-
e s t r e l l á r o n s e largo t i e m p o c o n t r a las h á b i l e s m a n i o -
b u r g o , P a r y m a r i s c a l del reino, f u é objeto d e las sos-
b r a s d e los i n f a m e s q u e d e s o l a b a n el p a í s ; p e r o des-
p e c h a s m á s odiosas. A b i e r t a la i n f o r m a c i ó n , d i r i g i ó s e
p u é s d e m u c h a s i n ú t i l e s t e n t a t i v a s , a q u e l Desgrais á
v o l u n t a r i a m e n t e á la Bastilla, d o n d e el odio d e L o u -
q u i e n ya h e m o s visto d e s e m p e ñ a r t a n h á b i l m e n t e s u s
vois y de la R e y n i e le a r r o j a r o n en u n i n m u n d o cala-
difíciles f u n c i o n e s , p r e s e n t ó s e p a r a p r e s t a r su coope-
bozo; p e r o d e s p u é s d e u n largo y c r u e l c a u t i v e r i o , se
ración.
h u b o d e r e c o n o c e r q u e s u s p r e t e n d i d o s c r í m e n e s se
E n u n a c a s u c h a del a r r a b a l S a i n t G e r m a i n vivía u n a
r e d u c í a n á u n a visita á la Voisin p a r a q u e le h i c i e r a
vieja l l a m a d a Voisin, q u e se o c u p a b a d e las p r e t e n d i -
su h o r ó s c o p o .
d a s ciencias n a t u r a l e s , r e v e l a n d o el p o r v e n i r á las per-
Forzoso es confesar q u e , p o r u n celo m a l e n t e n d i d o ,
s o n a s c r é d u l a s ; y d o s b r i b o n e s , conocidos con los
la R e y n i e c o m e t i ó a t r o c i d a d e s sin n ú m e r o ; su t r i b u -
a p o d o s d e el Sabio y el Vigoroso, p r o t e g í a n con su b r u -
nal revestía los odiosos c a r a c t e r e s d e la Inquisición;
talidad la m i s e r a b l e i n d u s t r i a . La vieja conocía t a n
la s o s p e c h a b a s t a b a p a r a a b r i r los calabozos ; la c a s u a -
bien c o m o Exili el a r t e d e p r e p a r a r a q u e l l o s t e r r i b l e s
lidad levantaba el cadalso, e n c e n d í a las h o g u e r a s ó
v e n e n o s q u e m a t a b a n con s e g u r i d a d sin d e j a r señales,
d i c t a b a la f ó r m u l a d e « n o há l u g a r » . El feroz presi-
y h a b í a a y u d a d o á varios hijos d e familia á realizar
d e n t e e r a a d e m á s t a n feo, q u e h a s t a las p e r s o n a s c u y a s
p r o n t o a l g u n a rica h e r e n c i a , así c o m o á varias m u j e -
d e s g r a c i a s v e n g a b a n o podían m e n o s de e x p e r i m e n -
r e s h e r m o s a s á d e s e m b a r a z a r s e de u n m a r i d o viejo
t a r u n s e n t i m i e n t o d e a v e r s i ó n á su p e r s o n a . C u a n d o
para contraer segundas nupcias. Desgrais consiguió
p r e g u n t ó , cierto dia, á la d u q u e s a d e Bouillon, si h a b í a
d e s c u b r i r el p a r a d e r o d e la vieja y e n t r e g ó l a á la Cá-
visto al diablo, la d a m a le c o n t e s t ó , en p l e n o a u d i t o r i o ,
m a r a A r d i e n t e , q u e la e n v i ó á la plaza de Grève p a r a
q u e le estaba v i e n d o en a q u e l i n s t a n t e .
m o r i r en la h o g u e r a . Las p e s q u i s a s p r a c t i c a d a s en su
M i e n t r a s q u e e n la plaza Grève corría, la s a n g r e d e
domicilio d i e r o n p o r r e s u l t a d o e n c o n t r a r listas i m p o r -
los culpables y d e las v í c t i m a s del t r i b u n a l , los enve-
n e n a m i e n t o s d i s m i n u í a n c a d a vez m á s ; p e r o e n t o n c e s
o t r a c a l a m i d a d afligió á P a r í s : u n a cuadrilla d e ladro-
nes, p e r f e c t a m e n t e o r g a n i z a d a , c o m e n z ó á s a q u e a r los
m á s ricos palacios, sin q u e bastase la vigilancia p a r a
salvar los m á s p r e c i o s o s o b j e t o s : c u a l q u i e r a q u e se
a v e n t u r a s e e n las calles d e P a r í s por la n o c h e , e n c o n -
t r a b a á c a d a paso r u f i a n e s q u e n o vacilaban a n t e el
a s e s i n a t o p a r a a s e g u r a r la i m p u n i d a d . T o d o s los cadá-
v e r e s q u e se r e c o g í a n cada m a ñ a n a tenían u n a h e r i d a
s e m e j a n t e , u n a p u ñ a l a d a en el corazón, i n f e r i d a con
tal d e s t r e z a , q u e al d e c i r d e los m é d i c o s , la m u e r t e n o
d e b í a d e j a r á la v i c t i m a t i e m p o d e p r o f e r i r u n solo
g r i t o . L o s b r i b o n e s sabían con m u c h a e x a c t i t u d á q u é
h o r a tal ó cual g r a n s e ñ o r debía a c u d i r á u n a cita
a m o r o s a , ó salía d i s c r e t a m e n t e d e a l g a n a casa d e pla-
cer : el asesino, bien oculto, r a r a vez d e j a b a e s c a p a r su
presa, y saqueábala por completo.
En v a n o M r . Argén son, m i n i s t r o d e policía, f o r m a b a
en P a r í s u n a r e d d e v i g i l a n t e s : en v a n o la R e y n i e
aplicaba el t o r m e n t o á t o d o s los s o s p e c h o s o s q u e se le
e n t r e g a b a n ; en v a n o se m u l t i p l i c a b a n las r o n d a s ; n a d a
d e esto e r a suficiente p a r a a p o d e r a r s e d e los a u t o r e s
d e a q u e l l o s c r í m e n e s . Nobles y p l e b e y o s d e b í a n salir d e
s u s casas a r m a d o s h a s t a los d i e n t e s , con a l g ú n servi-
d o r p r o v i s t o d e u n a l i n t e r n a ; p e r o m u y á m e n u d o el
c r i a d o q u e d a b a m o l i d o á g o l p e s , y el c a d á v e r d e su
a m o hallábase al día s i g u i e n t e c u b i e r t o d e s a n g r e j u n -
to á la l i n t e r n a r o t a . T o d a s las p e s q u i s a s p a r a encon-
t r a r u n a p a r t e d e las a l h a j a s r o b a d a s f u e r o n del t o d o
inútiles, p u e s los b a n d i d o s tenían t a n t a destreza c o m o
a u d a c i a . Desgrais, f u r i o s o al v e r s e b u r l a d o , n o sabia
ya d e q u é a s t u c i a v a l e r s e ; o l f a t e á b a s e su llegada, y los
golpes d e m a n o se r e p e t í a n s i e m p r e á la m a y o r dis-
t a n c i a del sitio visitado p o r el hábil a g e n t e , á q u i e n
se a t r a í a con. a l g u n a falsa a l a r m a . A g o t a d a su pacien-
cia, Desgrais i m a g i n ó o t r o m e d i o : b u s c ó c i e r t o n ú m e -
r o d e i n d i v i d u o s q u e p o r las facciones, la e s t a t u r a y el
aspecto se le a s e m e j a b a n lo b a s t a n t e para e n g a ñ a r á
los d i e s t r o s b r i b o n e s q u e d e c o n t i n u o se le e s c a p a b a n ;
y consiguiólo tan bien, q u e h a s t a los m i s m o s s o l d a d o s
d e la r o n d a , e q u i v o c á n d o s e á m e n u d o , no sabían d ó n d e
estaba el v e r d a d e r o Desgrais. S i e m p r e activo, este úl-
t i m o e x p l o r a b a por sí m i s m o los l u g a r e s m á s i g n o r a -
dos, á riesgo de p e r d e r la vida ; y m á s d e u n a vez,
p a r a t e n t a r la codicia d e los m a l h e c h o r e s , a v e n t u r á -
base en los b a r r i o s m á s peligros en c o m p a ñ í a de
a g e n t e s c a r g a d o s d e joyas f a l s a s ; p e r o los l a d r o n e s
sabían á q u é a t e n e r s e . Desgrais se d e s e s p e r a b a sin
c o n s e g u i r cosa a l g u n a .
Cierta m a ñ a n a el p o b r e a g e n t e se dirigió p r e s u r o s o
á casa d e la R e y n i e .
—1 Q u é noticias t e n e m o s ?—le p r e g u n t a el m a g i s -
trado.
—¡ Ay, m o n s e ñ o r !—contesta Desgrais—esta n o c h e
p a s a d a , el" m a r q u é s d e la F a r e h a e s t a d o á p u n t o d e
p e r e c e r á m i vista, á diez pasos del L o u v r e .
—¡Gracias á Dios !—exclama la Reynie, t r a n s p o r t a d o
d e alegría.—¡ Ya los t e n e m o s !
— E s c u c h a d p r i m e r o — replica D e s g r a i s ^ c ó m o h a
o c u r r i d o la cosa. Yo r o n d a b a cerca del L o u v r e , siguien-
d o la pista á esos d e m o n i o s q u e hace t a n t o t i e m p o se
b u r l a n d e m í . Un h o m b r e , con p a s o vacilante é i n q u i e -
ta m i r a d a , p a s a de p r o n t o j u n t o á mi sin v e r m e ; en
el m i s m o i n s t a n t e , u n r a y o d e l u n a , t r a s p a s a n d o
u n a n u b e , i l u m i n a su s e m b l a n t e , y reconozco al m a r -
q u é s d e la F a r e . Podía d a r l e alcance, p o r q u e sabía
m u y bien a d o n d e iba ; m a s a p e n a s h u b o a n d a d o diez
ó doce pasos, u n h o m b r e q u e parecía b r o t a r d e la tie-
r r a cae sobre él, d e r r í b a l e , y los d o s r u e d a n por el
suelo. Me p r e c i p i t o p a r a coger al m a l h e c h o r , p e r o se
m e e n r e d a la capa e n t r é las p i e r n a s y caigo ; el desco-
nocido h u y e al oir el r u i d o ; m e levanto, persígole,
 C U E N T O S F A N T Á S T I C O S

g a n o t e r r e n o , doy. u n silbido, al q u e contestan m i s

a g e n t e s ; el c h o q u e d e las a r m a s , el r u m o r d e los ca-
ballos a n u n c i a n la llegada d e la r o n d a ; creo s e g u r a la
p r e s a , y g r i t o con toda la f u e r z a d e m i s p u l m o n e s :
« ¡ P o r a q u í , por a q u í , D e s g r a i s ! . . . » La luna i l u m i n a
en a q u e l i n s t a n t e el cielo con viva claridad ; al d o b l a r
la calle d e san Nicasio, mi h o m b r e p a r e c e cansado, y
sólo lleva u n a v e n t a j a d e q u i n c e p a s o s : mi valor y m i s
f u e r z a s r e d o b l a n p o r la s e g u r i d a d del éxito...
— S í — i n t e r r u m p e la Reynie, con los ojos brillantes,
y o p r i m i e n d o c o n v u l s i v a m e n t e el brazo d e Desgrais
—y vos le cogéis, le a g a r r o t a i s y le...
—¡-Ay. m o n s e ñ o r ! á q u i n c e pasos d e distancia ese
diablo d e h o m b r e salta de l a d o en la s o m b r a d e la
calle y d e s a p a r e c e á t r a v é s d e la p a r e d . . .
—¡A t r a v é s d e la p a r e d ! ¿ Estáis loco ?—grita el m a -
g i s t r a d o , g o l p e a n d o el suelo con el pie.
—No, m o n s e ñ o r , r e p r e n d e d m e c u a n t o q u e r á i s , p e r o
os he d i c h o la v e r d a d . P e r m a n e z c o m u d o de a s o m b r o
a n t e aquella p a r e d q u e n o p r e s e n t a salida ni a g u j e r o
a l g u n o , m i s a r q u e r o s llegan sin aliento, y con ellos el
m a r q u é s d e la F a r e , e s p a d a ' e n m a n o . . . se e n c i e n d e n
las h a c h a s y e x a m í n a s e p i e d r a p o r p i e d r a , p e r o t o d o
es i n ú t i l : u n sólido m u r o c i e r r a el p a t i o del edificio,
c u y o s h a b i t a n t e s se hallan al a b r i g o d e la m á s leve
s o s p e c h a . Y a q u í m e v e i s a b a t i d o y d e s a n i m a d o ; el
diablo en p e r s o n a se b u r l a d e n o s o t r o s .
La s i n g u l a r a v e n t u r a del p o b r e Desgrais corrió m u y
p r o n t o d e boca en boca p o r t o d o P a r í s ; los á n i m o s
e s t a b a n todavía a l a r m a d o s p o r las r e v e l a c i o n e s á q u e
d i e r a l u g a r el proceso de la Voisin, y t o d o s creían q u e
el hábil a g e n t e había t e n i d o q u e h a b é r s e l a s con el dia-
blo. M u y p r o n t o se i m p r i m i ó y v e n d i ó un r e l a t o del
a c o n t e c i m i e n t o ; el p u e b l o dió e n t e r a fe á s e m e j a n t e
maravilla ; y los a r q u e r o s d e la r o n d a se a c o b a r d a r o n
u n poco, h a s t a el p u n t o d e q u e no d e s e m p e ñ a b a n su
OLIVERIO BRUSSON
 oliverio brusson

servicio n o c t u r n o sin ir c a r g a d o s d e a g u a b e n d i t a y
de amuletos.
A r g e n s o n , v i e n d o q u e la C á m a r a A r d i e n t e se d e s -
a c r e d i t a b a , f u é á p r o p o n e r al rey la creación d e otro
tribunal, provisto de poderes más temibles a ú n ; pero
L u i s XIV, p e r s u a d i d o , con razón .ó sin ella, d e q u e la
s e v e r i d a d d e la R e y n i e había h e c h o m á s d a ñ o q u e
bien, r e c h a z ó la idea del m i n i s t r o d e policía.
Sólo q u e d a b a u n m e d i o para v e n c e r la resistencia
del m o n a r c a .
Se le p r e s e n t ó en la c á m a r a d e m a d a m a d e Maitíte-
n o n , d o n d e pasaba t o d o s los días a l g u n a s h o r a s des-
p u é s - d e c o m e r y d o n d e t r a b a j a b a á m e n u d o con s u s
m i n i s t r o s , u n p e q u e ñ o p o e m a esc'rito en n o m b r e d e
los amantes reunidos, s e ñ o r e s de la c o r t e y d e la ciu-
d a d , q u e se q u e j a b a n en verso d e los p e l i g r o s q u e era
preciso a r r o s t r a r c u a n d o cada c u a l iba á v e r á d e s h o r a
á la d a m a d e s u s p e n s a m i e n t o s . S u p l i c a b a n á S u Ma-
jestad q u e p e r s i g u i e r a á los m a l h e c h o r e s , y c o m p a -
r a n d o á L u í s XIV con H é r c u l e s , v e n c e d o r d e la h i d r a ,
ó con T e s e o , t r i u n f a n t e del M i n o t a u r o , i n v o c a b a n la
real protección en f a v o r d e s u s a m o r e s . C o m o este
p o e m a t e r m i n a b a con las m á s e x a g e r a d a s a d u l a c i o n e s
al m o n a r c a , L u í s XIV lo leyó h a s t a el fin con secreta
c o m p l a c e n c i a , y c u a n d o h u b o concluido, volvióse ha-
cia m a d a m a d e M a i n t e n o n y le pidió su p a r e c e r . L a
favorita, q u e se inclinaba cada día m á s á la devoción,
c o n t e s t ó sin l e v a n t a r los ojos q u e las i n t r i g a s c u l p a -
bles y r e p r o b a d a s p o r la moral, no merecían la p r o t e c -
ción del r e y ; p e r o q u e , p o r o t r a p a r t e , los a t e n t a d o s
d e u n a cuadrilla d e m a l h e c h o r e s r e c l a m a b a n p r o n t a
justicia sin c o m p a s i ó n .
El r e y dobló el p o e m a sin c o n t e s t a r , y d i s p o n í a s e á
p a s a r á u n g a b i n e t e c o n t i g u o , d o n d e le e s p e r a b a el
s e c r e t a r i o d e E s t a d o , c u a n d o su m i r a d a se fijó d e p r o n -
to en M a g d a l e n a S c u d e r i q u e estaba s e n t a d a en u n
t a b u r e t e á pocos^pasos d e la f a v o r i t a . Acercóse á ella,
y con la s o n r i s a en Jos labios, d e s d o b l ó la poética soli-
citud.
—La m a r q u e s a — d i j o á m e d i a voz—condena d u r a -
m e n t e los g a l a n t e o s d e n u e s t r o s jóvenes c o r t e s a n o s ;
p e r o y o q u i s i e r a ' s a b e r , s e ñ o r i t a , q u é p e n s á i s d e esta
epístola.
Magdalena S c u d e r i se l e v a n t ó ; un f u g i t i v o r u b o r
tiñó-las pálidas mejillas d e la anciana d a m a , y contestó
inclinándose :
—¡ El a m a n t e q u e t e m e á los l a d r o n e s n o es d i g n o
de amor 1
Este espíritu caballeresco q u e r e f u t a b a con u n a soía
p a l a b r a t o d a s las bellas f r a s e s d e los amantes reunidos,
hizo s o n r e í r á L u í s XIV.
—i P o r san Dionisio !—exclamó—tenéis razón, seño-
r a ; no q u i e r o ya ese ciego nivel q u e o p r i m e t a n t o al
inocente c o m o al culpable, y q u e sólo sirve p a r a p r o -
t e g e r la c o b a r d í a . ¡Que Argenson y la R e y n i e c u m p l a n
con su d e b e r 1
III
C u a n d o la M a r t i n i é r e refirió á su a m a , al r a y a r el
día, los a c o n t e c i m i e n t o s d e la n o c h e a n t e r i o r , e n t r e -
g á n d o l e el m i s t e r i o s o d e p ó s i t o q u e había recibido,
trazóle u n v i g o r o s o c u a d r o d e t o d a s las p e r v e r s i d a d e s
d e la época; y B a u t i s t a se u n i ó á ella p a r a s u p l i c a r á
la s e ñ o r a S c u d e r i q u e no a b r i e r a a q u e l o b j e t o sin las
más minuciosas precauciones.
Era m u y s i n g u l a r el a s p e c t o d e a q u e l l o s leales servi-
dores, q u e e s p e r a b a n v e r salir de a q u e l r e c e p t á c u l o
d e maleficios u n a legión d e diablos a r m a d o s d e pies á
cabeza, q u e d e b í a n p e r t u r b a r la t r a n q u i l i d a d d e su
a m a . L a f a m o s a caja d e P a n d o r a no p u d o excitar cu-
riosidad m á s p a l p i t a n t e : sólo la s e ñ o r a S c u d e r i p e r -
maneció impasible.
La noble d a m a , p e s a n d o en su m a n o el cofrecillo,
cual si q u i s i e r a a d i v i n a r lo q u e c o n t e n í a , dijo á s u s
s e r v i d o r e s s o n r i e n d o q u e e r a n d o s visionarios, q u e
t e m í a n e n c o n t r a r en t o d a s p a r t e s f a n t a s m a s y malefi-
cios.
—Esos m a l h e c h o r e s q u e os e s p a n t a n , esos a s e s i n o s
q u e n o p e r d o n a n , s a b e n t a n bien c o m o v o s o t r o s y y o
q u e aquí n o h a y oro ni alhaja q u e valgan la p e n a d e
v e r t e r s a n g r e . ¿Quién p o d r í a d e s e a r m i m u e r t e , sien-
d o yo u n a m u j e r d e s e t e n t a y t r e s años, q u e j a m á s
hizo mal á n a d i e ? He p a s a d o t o d a la vida e s c r i b i e n d o
novelas ó v e r s o s : n a d i e m e envidia esta gloria, y sólo
d e j a r é p o r h e r e n c i a los o r o p e l e s d e a l g u n o s vestidos
d e c o r t e , y v a r i o s libros e n c u a d e r n a d o s . E s i n ú t i l , m i
b u e n a la M a r t i n i é r e , q u e m e v e n g a s con c u e n t o s p a r a
h a c e r m e d o r m i r d e pie, p u e s los p e l i g r o s no existen
sino e n t u i m a g i n a c i ó n ; y como n o p u e d o s o s p e c h a r
m o t i v o a l g u n o d e malevolencia c o n t r a mí en el h o m -
bre q u e t a n t o te a t e m o r i z ó a n o c h e , voy á...
Al oir estas p a l a b r a s , la M a r t i n i é r e r e t r o c e d i ó p r e -
s u r o s a , y B a u t i s t a , m á s p á l i d o q u e ella, cayó d e rodi-
llas p r o f i r i e n d o u n g r i t o sordo: la s e ñ o r a d e S c u d e r i
a c a b a b a d e t o c a r u n b o t ó n d e a c e r o oculto en el b o r d e
del cofrecillo, con lo cual se levantó la t a p a r u i d o s a -
mente.
No f u é poca la s o r p r e s a de la d a m a al ver q u e el
c o n t e n i d o era u n collar d e oro c u a j a d o d e p i e d r a s pre-
ciosas, y d o s p u l s e r a s d e g r a n valor. La M a r t i n i é r e ,
m a r a v i l l a d a a n t e aquellos objetos, a b r í a los ojos d e s -
m e s u r a d a m e n t e , a s e g u r a n d o q u e la M o n t e s p a n n o
poseía u n a d e r e z o d e t a n t o valor.
t a b u r e t e á pocos^pasos d e la f a v o r i t a . Acercóse á ella,
y con la s o n r i s a en Jos labios, d e s d o b l ó la poética soli-
citud.
—La m a r q u e s a — d i j o á m e d i a voz—condena d u r a -
m e n t e los g a l a n t e o s d e n u e s t r o s jóvenes c o r t e s a n o s ;
p e r o y o q u i s i e r a ' s a b e r , s e ñ o r i t a , q u é p e n s á i s d e esta
epístola.
Magdalena S c u d e r i se l e v a n t ó ; un f u g i t i v o r u b o r
tiñó-las pálidas mejillas d e la anciana d a m a , y contestó
inclinándose :
—¡ El a m a n t e q u e t e m e á los l a d r o n e s n o es d i g n o
de amor 1
Este espíritu caballeresco q u e r e f u t a b a con u n a soía
p a l a b r a t o d a s las bellas f r a s e s d e los amantes reunidos,
hizo s o n r e í r á L u í s XIV.
—i P o r san Dionisio !—exclamó—tenéis razón, seño-
r a ; no q u i e r o ya ese ciego nivel q u e o p r i m e t a n t o al
inocente c o m o al culpable, y q u e sólo sirve p a r a p r o -
t e g e r la c o b a r d í a . ¡Que Argenson y la R e y n i e c u m p l a n
con su d e b e r !
III
C u a n d o la M a r t i n i é r e refirió á su a m a , al r a y a r el
día, los a c o n t e c i m i e n t o s d e la n o c h e a n t e r i o r , e n t r e -
g á n d o l e el m i s t e r i o s o d e p ó s i t o q u e había recibido,
trazóle u n v i g o r o s o c u a d r o d e t o d a s las p e r v e r s i d a d e s
d e la época; y B a u t i s t a se u n i ó á ella p a r a s u p l i c a r á
la s e ñ o r a S c u d e r i q u e no a b r i e r a a q u e l o b j e t o sin las
más minuciosas precauciones.
Era m u y s i n g u l a r el a s p e c t o d e a q u e l l o s leales servi-
dores, q u e e s p e r a b a n v e r salir de a q u e l r e c e p t á c u l o
d e maleficios u n a legión d e diablos a r m a d o s d e pies á
cabeza, q u e d e b í a n p e r t u r b a r la t r a n q u i l i d a d d e su
a m a . L a f a m o s a caja d e P a n d o r a no p u d o excitar cu-
riosidad m á s p a l p i t a n t e : sólo la s e ñ o r a S c u d e r i p e r -
maneció impasible.
La noble d a m a , p e s a n d o en su m a n o el cofrecillo,
cual si q u i s i e r a a d i v i n a r lo q u e c o n t e n í a , dijo á s u s
s e r v i d o r e s s o n r i e n d o q u e e r a n d o s visionarios, q u e
t e m í a n e n c o n t r a r en t o d a s p a r t e s f a n t a s m a s y malefi-
cios.
—Esos m a l h e c h o r e s q u e os e s p a n t a n , esos a s e s i n o s
q u e n o p e r d o n a n , s a b e n t a n bien c o m o v o s o t r o s y y o
q u e aquí n o h a y oro ni alhaja q u e valgan la p e n a d e
v e r t e r s a n g r e . ¿Quién p o d r í a d e s e a r m i m u e r t e , sien-
d o yo u n a m u j e r d e s e t e n t a y t r e s años, q u e j a m á s
hizo mal á n a d i e ? He p a s a d o t o d a la vida e s c r i b i e n d o
novelas ó v e r s o s : n a d i e m e envidia esta gloria, y sólo
d e j a r é p o r h e r e n c i a los o r o p e l e s d e a l g u n o s vestidos
d e c o r t e , y v a r i o s libros e n c u a d e r n a d o s . E s i n ú t i l , m i
b u e n a la M a r t i n i é r e , q u e m e v e n g a s con c u e n t o s p a r a
h a c e r m e d o r m i r d e pie, p u e s los p e l i g r o s no existen
sino e n t u i m a g i n a c i ó n ; y como n o p u e d o s o s p e c h a r
m o t i v o a l g u n o d e malevolencia c o n t r a mí en el h o m -
bre q u e t a n t o te a t e m o r i z ó a n o c h e , voy á...
Al oir estas p a l a b r a s , la M a r t i n i é r e r e t r o c e d i ó p r e -
s u r o s a , y B a u t i s t a , m á s p á l i d o q u e ella, cayó d e rodi-
llas p r o f i r i e n d o u n g r i t o sordo: la s e ñ o r a d e S c u d e r i
a c a b a b a d e t o c a r u n b o t ó n d e a c e r o oculto en el b o r d e
del cofrecillo, con lo cual se levantó la t a p a r u i d o s a -
mente.
No f u é poca la s o r p r e s a de la d a m a al ver q u e el
c o n t e n i d o era u n collar d e oro c u a j a d o d e p i e d r a s pre-
ciosas, y d o s p u l s e r a s d e g r a n valor. La M a r t i n i é r e ,
m a r a v i l l a d a a n t e aquellos objetos, a b r í a los ojos d e s -
m e s u r a d a m e n t e , a s e g u r a n d o q u e la M o n t e s p a n n o
poseia u n a d e r e z o d e t a n t o valor.
 — ¿ Q u é significa esto, q u é p e n s a r ?... — m u r m u r ó la
señora Scuderi.
De p r o n t o , c o m o viese en el f o n d o del cofrecillo u n
billete sellado, abrióle a p r e s u r a d a m e n t e , e s p e r a n d o
e n c o n t r a r la explicación del e n i g m a ; m a s a p e n a s h u b o
leido las p r i m e r a s lineas, sobrecogióle u n t e m b l o r
nervioso, d e j ó c a e r la carta d e s u s m a n o s , y e l e v a n d o
las m a n o s al cielo, cayó casi d e s v a n e c i d a en su sitial.
—¡Oh, Dios m í o ! — b a l b u c e ó la p o b r e m u j e r . — ¿ D e b í a
yo esperar á mi edad semejante humillación? ¿ Q u é
falta h e c o m e t i d o yo? ¿ S e r á posible q u e u n a s p a l a b r a s
d i c h a s i n o c e n t e m e n t e se i n t e r p r e t e n de u n a m a n e r a
t a n odiosa ?...
La M a r t i n i é r e y B a u t i s t a , t e s t i g o s d e a q u e l dolor,
n o sabían c ó m o consolar á su s e ñ o r a : la criada h a b í a
r e c o g i d o el billete, q u e e s t a b a c o n c e b i d o en estos t é r -
minos:
«El a m a n t e q u e t e m e á los l a d r o n e s n o es d i g n o d e
amor.»
» V u e s t r o talento, a m a b l e d a m a , ha librado d e u n a
p e r s e c u c i ó n t e r r i b l e á h o m b r e s q u e e j e r c e n c o n t r a los
c o b a r d e s la razón del m á s f u e r t e , y q u e d e s p o j a n á los
ricos e g o í s t a s d e los t e s o r o s q u e el l i b e r t i n a j e d e v o r a .
A c e p t a d , p u e s , ese a d o r n o , el m á s b r i l l a n t e q u e hace
largo t i e m p o cayó en n u e s t r a s m a n o s , p u e s sois d i g n a
d e p o s e e r esa o b r a m a e s t r a del a r t e , c u y o e s p l e n d o r
realzaréis. Os r o g a m o s q u e nos c o n s e r v é i s v u e s t r a
amistad y buen recuerdo.
»Los INVISIBLES.»
—¿Es p o s i b l e — e x c l a m ó de n u e v o M a g d a l e n a Scude-
ri — q u e u n o s m i s e r a b l e s lleven su a u d a c i a é i r o n í a
h a s t a tal e x t r e m o ?...
L o s r a y o s del sol, a t r a v e s a n d o los c o r t i n a j e s d e seda
escarlata d e las v e n t a n a s , hacían b r o t a r rojizos refle-
jos d e los brillantes d i s e m i n a d o s j u n t o al cofrecillo,
cual si estuviesen a ú n m a n c h a d o s con la s a n g r e d e su
d u e ñ o . La s e ñ o r a de S c u d e r i a p a r t ó la vista con ho-
r r o r , o r d e n a n d o al p u n t o q u e r e t i r a r a n d e allí a q u e l
objeto odioso. La M a r t i n i é r e , colocando las p u l s e r a s y
el collar d o n d e e s t a b a n , dijo q u e lo m e j o r sería e n t r e -
g a r el cofrecillo á la a u t o r i d a d d a n d o c u e n t a d e t o d o
lo o c u r r i d o .
L a s e ñ o r a S c u d e r i se p a s e a b a p o r su c u a r t o con evi-
d e n t e s señales d e la m á s viva agitación, y al fin m a n d ó
á b u s c a r por u n o d e s u s s e r v i d o r e s u n a silla d e m a n o s ;
m i e n t r a s q u e B a u t i s t a d e s e m p e ñ a b a e s t a c o m i s i ó n , la
M a r t i n i é r e a y u d ó á su s e ñ o r a á v e s t i r s e p a r a ir á ver
á madama Maintenon.
L a f a v o r i t a q u e d ó m u y s o r p r e n d i d a al v e r e n t r a r en
su casa á la s e ñ o r a d e S c u d e r i pálida y t e m b l o r o s a .
—¡En n o m b r e del cielo!—exclamó.—¿Qué tenéis?
C u a n d o h u b o o í d o las q u e j a s d e la p o b r e d a m a , la
favorita le dijo q u e toda su i n q u i e t u d era i n f u n d a d a , y
q u e la i m p r u d e n c i a d e a l g u n o s o s c u r o s m a l h e c h o r e s
no d e b í a a l t e r a r en m o d o a l g u n o la s e r e n i d a d d e u n
a l m a tan h e r m o s a . Dicho esto, la M a i n t e n o n m a n i f e s t ó
d e s e o s d e v e r el m i s t e r i o s o cofrecillo.
A p e n a s lo h u b o a b i e r t o exclamó:
— ¿ S a b é i s , a m i g a m í a , q u e estas p u l s e r a s y el collar
han salido s e g u r a m e n t e de los t a l l e r e s de R e n a t o C a r -
dillac ?
R e n é Cardillac era en aquella época el d i a m a n t i s t a
m á s notable d e P a r í s , y el m á s hábil p a r a t r a b a j a r el
o r o y las p i e d r a s preciosas. A u n q u e h o m b r e d e escasa
e s t a t u r a , estaba d o t a d o d e r o b u s t a c o n s t i t u c i ó n , y á
p e s a r d e sus c i n c u e n t a a ñ o s p a r e c í a u n joven; p o r
s u cabello rojo y crespo, sus facciones i n y e c t a d a s de
s a n g r e y su e x p r e s i ó n enérgica, se le h u b i e r a creído
h o m b r e d e m a l c a r á c t e r ; p e r o en toda la c i u d a d goza-
b a d e u n a r e p u t a c i ó n d e h o n r a d e z bien m e r e c i d a .
 Maese Cardillac, á pesar d e su n o m b r a d i a , no se cui-
d a b a al p a r e c e r d e h a c e r f o r t u n a ; a d m i t í a los p e d i d o s
d e t o d o s y p r o c u r a b a c o m p l a c e r á s u s clientes, fijando
al m i s m o t i e m p o t a n m í n i m o p r e c i o p o r sus t r a b a j o s ,
q u e n o se explicaba u n d e s i n t e r é s q u e debía p e r j u d i -
car á s u s p r o p i o s i n t e r e s e s . Cardillac e j e c u t a b a s u s
o b r a s con paciencia, y c u a n d o a l g u n a n o era p e r f e c t a
á s u s ojos, deshacíala p a r a comenzarla d e n u e v o . P o r
eso t o d o el m u n d o q u e r í a t e n e r a l h a j a s t r a b a j a d a s p o r
el f a m o s o artífice; p e r o costaba m u c h o o b t e n e r l a s , p u e s
Cardillac r e t a r d a b a d e u n m e s p a r a o t r o la e n t r e g a
bajo mil p r e t e x t o s . Si le ofrecían el d o b l e del precio
e s t i p u l a d o , r e c h a z a b a el oro con d e s d é n , y c u a n d o al
fin d a b a u n a d o r n o , s u s e m b l a n t e e x p r e s a b a h o n d o
p e s a r , y s u s a d e m a n e s secreta cólera. E n t o n c e s reco-
r r í a su taller g r i t a n d o c o m o u n e n e r g ú m e n o , revol-
viéndolo todo, r e n e g a n d o d e su a r t e , d e s u s útiles y
h a s t a d e su p e r s o n a ; p e r o si a l g u n o llegaba d e p r o n t o
y le p r e g u n t a b a si p o d r í a h a c e r u n collar y u n a s pul-
s e r a s , el b u e n h o m b r e salía d e su acceso, sus ojillos
brillaban c o m o c a r b u n c l o s , f r o t á b a s e las m a n o s cual
h o m b r e q u e e s p e r a h a c e r u n b u e n negocio, y decía:
— V a m o s á ver d e q u é se t r a t a .
El cliente sacaba d e su bolsillo los m a t e r i a l e s n e c e -
sarios, oro, p l a t a y p i e d r a s preciosas, c o n t e s t a n d o :
—Esto es m e r c a n c í a c o m ú n ; m a s con el auxilio d e
vuestro arte,.podría....
—¡ C ó m o ! e x c l a m a b a Cardillac;—estas son p i e d r a s
m a g n i f i c a s ; d e j a d m e h a c e r á m í , y si no r e p a r á i s en
a l g u n a s m o n e d a s d e oro, c o n s t r u i r é u n a d e r e z o con
a l g u n a s p i e d r a s q u e y o elija.
— M u y b i e n ; — decía el cliente — o b r a d c o m o o s p a -
rezca, y p a g a r é lo q u e exijáis.
E n t o n c e s , sin c u i d a r s e d e si su p a r r o q u i a n o era
noble ó plebeyo, Cardillac le a b r a z a b a e s t r e c h a m e n t e ,
j u r á n d o l e q u e d e n t r o d e u n a s e m a n a recibiría u n a
o b r a e x q u i s i t a . El b u e n h o m b r e se e n c e r r a b a d e s p u é s
en su taller, y á los ocho días t e r m i n a b a su t r a b a j o ;
p e r o c u a n d o llegaba el cliente, con s u d i n e r o en el
bolsillo, p a r a p a g a r el objeto, el artífice se encoleri-
zaba.
— P e r o , ved q u e m e caso m a ñ a n a ! — decía el p a r r o -
quiano.
— T a n t o peor, s e ñ o r m í o , t a n t o p e o r — c o n t e s t a b a el
d i a m a n t i s t a . —¿ Q u é m e i m p o r t a á m í v u e s t r o m a t r i -
m o n i o ? Volved, si os place, d e a q u í á q u i n c e días.
— P e r o si el t r a b a j o esta t e r m i n a d o y tenéis a q u í el
dinero, ¿ por q u é n o m e lo e n t r e g á i s ?
—Yo os d i g o q u e está sin concluir, q u e n o h e q u e -
d a d o c o n t e n t o y n o p u e d o e n t r e g a r el a d o r n o h o y .
—Y y o os a s e g u r o q u e si os o b s t i n á i s así, volveré
d e n t r o d e u n a h o r a con a l g u n o s g u a r d i a s d e m i a m i g o
Argenson.
— P u e s e n t o n c e s — m u r m u r a b a Cardillac — q u e el
diablo a h o g u e á v u e s t r a esposa ó á v u e s t r a hija con
ese collar, ó q u e las p u l s e r a s les corroan la m u ñ e c a
como tenazas candentes.
Y el artífice a r r o j a b a el a d e r e z o á los pies del p a r r o -
q u i a n o exigente, a c o m p a ñ a n d o el acto con a l g u n a gro-
sería q u e d e j a b a a t ó n i t o al noble ó al p l e b e y o . Des-
p u é s , Cardillac se a s o m a b a á la v e n t a n a para m i r a r al
c o m p r a d o r , riéndose de su i m p e r t i n e n c i a . O t r a s v e -
ces el artífice, m e n o s belicoso, suplicaba h u m i l d e -
m e n t e q u e le dejasen la obra e j e c u t a d a , o f r e c i é n d o s e
á r e e m b o l s a r el p r e c i o de las p r i m e r a s m a t e r i a s ; y h a -
bía casos en q u e r e h u s a b a t r a b a j a r p a r a ciertos g r a n -
d e s s e ñ o r e s : la m i s m a f a v o r i t a d e L u í s XIV n o había
p o d i d o vencer s u s r e p u g n a n c i a s .
— A p u e s t o — d i j o m a d a m a d e Maintenon—á q u e si yo
enviase á p r e g u n t a r á Cardillac p a r a q u i é n había cons-
t r u i d o ese aderezo, se valdría de mil e x c u s a s a n t e s d e
o b e d e c e r m e ; p e r o creo q u e ya n o tiene t a n t a s r a r e z a s ,
19
 y comienza á t r a t a r á s u s clientes con m á s c o n s i d e r a -
ción.
La s e ñ o r a d e S c u d e r i , i m p a c i e n t e por d e s c u b r i r ,
p r o n t o a q u e l m i s t e r i o , p e n s ó q u e lo m e j o r seria m a n i -
f e s t a r á Cardillac la causa d e la p r e g u n t a ; y p a r e c i é n -
dole b u e n a esta idea á la f a v o r i t a , dió las ó r d e n e s
o p o r t u n a s . Un m o m e n t o d e s p u é s p r e s e n t á b a s e Car-
dillac.
D e s p u é s d e m u c h a s r e v e r e n c i a s , h e c h a s con tal t o r -
peza q u e las d o s d a m a s n o p u d i e r o n m e n o s d e son-
r e í r s e , el b u e n h o m b r e , i n t e r r o g a d o s o b r e el o r i g e n d e
las alhajas, reconociólas d e s d e luego, y r e c h a z á n d o l a s
d e s p u é s , dijo con a m a r g a sonrisa:
, — E s preciso n o r e c o n o c e r a p e n a s los t r a b a j o s d e
R e n a t o Cardillac p a r a s u p o n e r u n solo i n s t a n t e q u e
otro diamantista pudiera montar semejante adorno.
Sí, s e ñ o r a m a r q u e s a , reconozco el t r a b a j o .
— E n t o n c e s — r e p u s o la f a v o r i t a - d e c i d m e p a r a q u i é n
lo hicisteis.
— P a r a m í solo—contestó Cardillac.
L a s d o s d a m a s fijaron s u s m i r a d a s en el r o s t r o i m -
pasible del d i a m a n t i s t a ; m a d a m a d e M a i n t e n o n con
desconfianza, y M a g d a l e n a S c u d e r i con a n s i e d a d .
— Os d i g o la p u r a v e r d a d , s e ñ o r a s — a ñ a d i ó C a r d i -
llac.—Para e j e c u t a r esta o b r a m a e s t r a había r e s e r v a d o
yo las p i e d r a s m á s finas, p o n i e n d o á c o n t r i b u c i ó n . t o -
dos los secretos de m i arte; p e r o h a c e a l g ú n t i e m p o
q u e este a d e r e z o d e s a p a r e c i ó d e mi casa.
— ¡ L o a d o sea Dios!—exclamó la s e ñ o r a S c u d e r i .
Y l e v a n t á n d o s e con la viveza d e u n a joven, cogió el
cofrecillo y d e p o s i t ó l o t o d o en m a n o s d e Cardillac, di-
ciéndole:
— T o m a d eso, m a e s e R e n a t o ; u n o s picaros l a d r o n e s
os lo h a b í a n r o b a d o .
La d a m a refirió d e s p u é s en pocas p a l a b r a s la a v e n -
t u r a d e la n o c h e a n t e r i o r . El artífice p a r e c i ó e s c u c h a r -
la con p r o f u n d a a t e n c i ó n , e x p r e s a n d o su s o r p r e s a
s o l a m e n t e p o r m o n o s í l a b o s ; o p r i m í a su f r e n t e con
m a n o convulsiva c o m o p a r a c o m p r i m i r u n dolor; y
d e s p u é s o c u l t a b a los ojos á fin d e q u e no se viese u n a
f u r t i v a l á g r i m a . Al fin cogió el cofrecillo, y d o b l a n d o
la rodilla a n t e la s e ñ o r a d e S c u d e r i , le d i j o :
—Noble d a m a , p a r a vos p r e p a r a b a yo e s t a s p i e -
d r a s , y r e c u e r d o q u e al t r a b a j a r l a s sólo en vos p e n -
saba. T e n e d , p u e s , la b o n d a d d e a c e p t a r este a d o r n o
con t a n t o placer c o m o el q u e yo e x p e r i m e n t o al ofre-
cérosle.
— ¡Dios mío! m a e s e R e n a t o — e x c l a m ó la s e ñ o r a S c u -
deri.—¿Os p a r e c e q u e esas joyas p u e d e n c o n v e n i r a m i
vejez? ¿ Con q u é t i t u l o h a r í a i s s e m e j a n t e r e g a l o ? Va-
m o s , v a m o s , a m i g o m í o , si y o f u e s e h e r m o s a c o m o la
señorita d e F o n t a n g e s , podría a d q u i r i r á peso d e oro
t a n m a g n í f i c a joya ; p e r o bien veis q u e n o s e n t a r í a
bien en m i s e n f l a q u e c i d o s brazos y en e s t a g a r g a n t a
q u e s i e m p r e debo o c u l t a r .
Cardillac se había l e v a n t a d o , y a l a r g a n d o a ú n el
cofrecillo á la s e ñ o r a d e S c u d e r i , dijole con voz r o n c a
y brusca:
— H a c e d m e la g r a c i a , señora, de n o r e h u s a r , p u e s
n o sabéis h a s t a q u é p u n t o r e s p e t o v u e s t r o c a r á c t e r y
virtudes...
Y c o m o la noble d a m a siguiese vacilando, la favorita
t o m ó el cofrecillo d e m a n o s d e Cardillac, u n i e n d o sus
i n s t a n c i a s á las del b u e n h o m b r e q u e , d e s p u é s d e su-
plicar con sollozos y l á g r i m a s , salió d e la h a b i t a c i ó n
b r u s c a m e n t e , c o r r i e n d o como u n loco y d e r r i b a n d o los
m u e b l e s á su paso.
— ¡Santo cielo! s e ñ o r a m a r q u e s a , ¿ q u é le p a s a á ese
h o m b r e ? — e x c l a m ó la S c u d e r i pálida d e t e r r o r .
—¿Novéis, a m i g a m í a — c o n t e s t ó la favorita, r i e n d o á
c a r c a j a d a s — q u e m a e s e R e n a t o siente por vos u n a m o r
fatal, y q u e s e g ú n las reglas de la g a l a n t e r í a caballe-
resca, comienza á s i t i a r v u e s t r o corazón o f r e c i é n d o o s
presentes?
La s e ñ o r a S c u d e r i no p u d o m e n o s de r e i r s e t a m b i é n
d e la o c u r r e n c i a d e la m a r q u e s a ; p e r o c u a n d o llegó la
h o r a d e r e t i r a r s e , r e c o b r ó su g r a v e d a d .
— S e g u r a m e n t e — d i j o — j a m á s m e resolveré á servir-
m e d e estas joyas, p u e s llegaron á ' m i s m a n o s d e u n a
m a n e r a d e m a s i a d o odiosa p a r a q u e el d o n a t i v o d e
Cardillac p u e d a p u r i f i c a r l a s á m i s ojos. Me p a r e c e
verlas m a n c h a d a s d e s a n g r e ; y p o r o t r a p a r t e , la con-
d u c t a del m i s m o m a e s e R e n a t o t i e n e algo d e e x t r a ñ a .
Creo s i n c e r a m e n t e q u e en t o d o se encierra a l g ú n m i s -
terio d e i n i q u i d a d .
— ¿Y p o r q u é ir t a n lejos en v u e s t r a s s o s p e c h a s ? —
p r e g u n t ó la m a r q u e s a .
— No — r e p u s o la S c u d é r i — j a m á s m e a d o r n a r é con
e s t a s joyas.
Esas f u e r o n las ú l t i m a s p a l a b r a s d e la célebre escri-
tora, d e q u i e n L u í s XIV decía, r i e n d o d e la m e j o r
g a n a , q u e había p u e s t o ú n bozal al m o r d a z D e s p r e a u x ,
h a c i e n d o p e r d e r la pista á t o d o s los s a b u e s o s de la
sátira.
A l g u n o s m e s e s d e s p u é s , la s e ñ o r a S c u d e r i c r u z a b a
por el p u e n t e Nuevo en la carroza de la d u q u e s a d e
M o n t a u s i e r , carroza d e n u e v a invención y u n a d e las
p r i m e r a s q u e se a d o r n a r o n con cristales, por lo cual
a t r a í a las c u r i o s a s m i r a d a s de la m u l t i t u d , q u e la i m -
pedía a v a n z a r . De r e p e n t e p r o d ú j o s e u n m u r m u l l o
mezclado de i m p r e c a c i o n e s e n t r e los g r u p o s q u e se
o p r i m í a n ; u n joven d e r o s t r o p á l i d o se abría paso con
n o pocos e s f u e r z o s ; llegado cerca d e la carroza, a b r i ó
b r u s c a m e n t e la portezuela, a r r o j ó u n a carta s o b r e las
rodillas de la s e ñ o r a S c u d e r i , y a n t e s q u e ésta p u d i e r a
reconocerle, d e s a p a r e c i ó e n t r e la m u l t i t u d . L a p o b r e
M a r t i n i é r e , q u e casi s i e m p r e iba con su a m a , se había
desvanecido de espanto, y aquella gritaba inútilmente
al cochero q u e se d e t u v i e s e , p u e s el t u n a n t e castigaba
m á s á los caballos q u é ya iban á e s c a p e . C u a n d o h u -
bieron llegado á la e x t r e m i d a d del p u e n t e , la s e ñ o r a
S c u d e r i roció con a g u a p e r f u m a d a el r o s t r o d e su sir-
vienta p a r a hacerla volver en si, y d e s p u é s abrió la
c a r t a , c u y o contenido era el s i g u i e n t e :
«Un d e s g r a c i a d o p e r c a n c e , q u e h u b i é r a i s p o d i d o
c o n j u r a r , m e a r r a s t r a al f o n d o d e u n a b i s m o . Os s u -
plico, c o m o u n hijo invocaría á su m a d r e , q u e devol-
váis á m a e s e R e n a t o Cardillac el collar y las p u l s e r a s
r e c i b i d a s d e m í ; hallaréis p a r a ello algún p r e t e x t o ,
c o m o por e j e m p l o , el modificar u n a p a r t e del t r a b a j o ;
v u e s t r a t r a n q u i l i d a d y tal vez v u e s t r a vida d e p e n d e n
d e la p r o n t a ejecución de lo q u e os p i d o . Si n o escu-
cháis m i r u e g o , m a ñ a n a p e n e t r a r é en v u e s t r a casa
p a r a a r r a n c a r m e la vida d e l a n t e d e vos.»
— •Ahora estoy s e g u r a — d i j o la s e ñ o r a S c u d e r i — q u e
ese m i s t e r i o s o desconocido, por m á s q u e esté afiliado
e n t r e los b r i b o n e s q u e s a q u e a n á P a r í s , no a b r i g a con-
t r a mí m a l a s intenciones. Si h u b i e r a p o d i d o h a b l a r m e
c u a n d o hizo su p r i m e r a visita, tal vez s a b r í a a h o r a
cosas m u y s i n g u l a r e s . H a r é lo q u e m e dice, l i b r á n d o m e
así d e u n a vez d e ese diabólico d e p ó s i t o . Cardillac ve-
l a r á sin d u d a p a r a q u e n o vuelvan á r o b á r s e l o .
Al d í a siguiente, á p r i m e r a h o r a , d i s p o n í a s e á ir en
p e r s o n a á visitar al d i a m a n t i s t a ; m a s por u n a s i n g u l a r
f a t a l i d a d , t o d o s los t a l e n t o s d e la corte p a r e c í a n h a -
b e r s e citado p a r a ir á v e r á la novelista: d u r a n t e v a r i a s
h o r a s h u b o allí c o m o u n a procesión c o n t i n u a : dióse
lectura de interminables poesías y de producciones
p a r a el t e a t r o , y refiriéronse c u r i o s a s a n é c d o t a s : d e
m o d o q u e el día estaba ya m u y a d e l a n t a d o c u a n d o la
s e ñ o r a d e S c u d e r i r e c o r d ó la i m p o r t a n t e visita q u e de-
bía h a c e r : f u é preciso aplazarla h a s t a el día s i g u i e n t e
 C U E N T O S F A N T Á S T I C O S

Sin e m b a r g o e c h ó s e en cara su i n v o l u n t a r i o descui-

do; d u r a n t e su s u e ñ o t u v o a n g u s t i o s a s pesadillas, y
t e m í a ser la causa d e a l g u n a d e s g r a c i a : a p e n a s r a y ó el
día hizóse c o n d u c i r á casa d e Cardillac.'
L a calle d e Nicasio, d o n d e el d i a m a n t i s t a h a b i t a b a ,
hallábase o b s t r u i d a por la m u l t i t u d , y á la p u e r t a d e
Cardillac veíanse a l g u n o s g u a r d i a s q u e á d u r a s p e n a s
p o d í a n c o n t e n e r á la m u c h e d u m b r e , e n t r e la cual r e -
s o n a b a n los g r i t o s d e « ¡ m u e r a el asesino!» M u y p r o n t o
Desgrais, a la cabeza d e un i m p o n e n t e d e s t a c a m e n t o ,
c o n s i g u i ó d o m i n a r aquella especie d e m o t í n ; la p u e r t a
d e la casa d e Cardillac se e n t r e a b r i ó e n t o n c e s , y algu-
nos s o l d a d o s salieron llevando consigo u n h o m b r e ata-
d o d e pies y m a n o s . Al v e r esto la s e ñ o r a d e S c u d e r i
quedó m u d a de espanto, y de repente un grito de
d e s e s p e r a c i ó n hirió su oído.
— ¡ A v a n z a d , a v a n z a d ! — g r i t ó á su cochero.
Un m o m e n t o ' d e s p u é s vió d e rodillas á los pies de
Desgrais u n a joven a d m i r a b l e m e n t e h e r m o s a , q u e
decía al ofi.cial:
— ¡Es inocente, os digo q u e es i n o c e n t e !
En v a n o Desgrais y los s o l d a d o s se esforzaban por
alejarla, p u e s resistíase con v i g o r , a g a r r á n d o s e á s u s
u n i f o r m e s ; al fin, el m á s r o b u s t o d e los a r q u e r o s , en-
l a z a n d o con u n brazo la c i n t u r a d e la joven, la levantó
del suelo, p e r o h a b i é n d o s e l e e n r e d a d o las p i e r n a s . e n
su tizona, tropezó y cayó en t i e r r a con la p o b r e m u -
c h a c h a , c u y a s a n g r e e n r o j e c i ó las p i e d r a s á c a u s a del
golpe. La s e ñ o r a d e S c u d e r i , t e s t i g o d e aquella dolo-
r o s a escena, bajó d e su carroza y corrió hacia la j o v e n ,
p a s a n d o e n t r e el p u e b l o y los soldados, q u e se a p a r t a -
b a n r e s p e t u o s a m e n t e ; levantóla, roció su f r e n t e con
a g u a p e r f u m a d a p a r a hacerla r e c o b r a r los s e n t i d o s , y
pidió á Desgrais u n a r á p i d a explicación d e lo q u e aca-
baba de suceder.

— S e t r a t a d e u n c r i m e n m á s sobre los d e cada día—

OLIVERIO BRUSSON
 oliverio brusson 297

c o n t e s t ó el a g e n t e ; — R e n a t o Cardillac ha sido asesi-

n a d o esa m a ñ a n a en su m i s m a casa, y su a p r e n d i z .
Oliverio B r u s s o n , q u e es el culpable, e s t á ya en cami-
no de la cárcel.
—¿Y esa j o v e n ? — p r e g u n t ó la S c u d e r i .
—Es Madelon—contestó Desgrais—la hija d e C a r d i -
llac, d e la cual e s t a b a e n a m o r a d o el a s e s i n o . Ahora
llora y g r i t a , d i c i e n d o á c u a n t o s q u i e r e n e s c u c h a r l a ,
q u e su Oliverio es i n o c e n t e ; sabe con s e g u r i d a d ios
detalles d e lo o c u r r i d o , y d e b o enviarla a la C o n s e r j e -
ría, á disposición d e la C á m a r a A r d i e n t e .
D u r a n t e este d i s c u r s o , q u e Desgrais p r o n u n c i a b a
con cierta satisfacción d e sí m i s m o , la p o b r e joven
p e r m a n e c í a sin m o v i m i e n t o , con los ojos c e r r a d o s y
los m i e m b r o s rígidos. La s e ñ o r a d e S c u d e r i no sabía
c ó m o socorrerla, y a q u e l l a e s c e n a le i n s p i r a b a h o r r o r .
P r o l o n g a d o m u r m u l l o se elevó e n t r e la m u l t i t u d c u a n -
d o los soldados se llevaron en u n a s a n g a r i l l a s el cada-
ver d e Cardillac; y e n t o n c e s la s e ñ o r a S c u d e r i g r i t ó
con voz f u e r t e :
—Desgrais, m e llevo esta joven y r e s p o n d o d e ella;
c u i d a o s d e lo d e m á s .
Un m u r m u l l o d e a p r o b a c i ó n acogió las p a l a b r a s d e
la d a m a , c u y a influencia era bien conocida; y v a r i a s
m u j e r e s del pueblo, l e v a n t a n d o á Madelon en s u s bra-
zos c o n d u j é r o n l a á la carroza en m e d i o d e u n á n i m e s
aclamaciones.
El m á s f a m o s o m é d i c o d e P a r i s , S e r ó n , f u é l l a m a d o
al p u n t o p a r a visitar á la h e r i d a , p e r o no r e c o b r ó el
c o n o c i m i e n t o h a s t a p a s a d a s a l g u n a s h o r a s . L o s con-
s u e l o s p r o d i g a d o s por la s e ñ o r a S c u d e r i c o m p l e t a r o n
la o b r a del m é d i c o , d e s p e r t a n d o en el corazón d e la
p o b r e joven a l g u n a e s p e r a n z a ; las l á g r i m a s q u e virtió
aliviáronla u n poco, y r e c o b r a n d o el u s o d e la palabra,
p u d o r e f e r i r á su p r o t e c t o r a los deplorables detalles
del s u c e s o .
 A eso d e la m e d i a n o c h e , dijo, d e s p e r t á r o n l a sobre-
saltada varios g o l p e s en la p u e r t a d e su c u a r t o ; Olive-
rio la suplicaba q u e se l e v a n t a s e y c o r r i e r a á la h a b i -
tación de su p a d r e , q u e estaba a g o n i z a n d o . Madelon
saltó del lecho p o s e í d a de e s p a n t o , y a b r i ó la p u e r t a ;
el joven, con los ojos e x t r a v i a d o s y la f r e n t e b a ñ a d a en
f r í o s u d o r , precedíala con u n a luz, y, al llegar al ta-
ller, e n c o n t r a r o n á Cardillac e x h a l a n d o el ú l t i m o alien-
to. S u hija se p r e c i p i t ó s o b r e el c u e r p o , del cual se
e s c a p a b a u n t o r r e n t e d e s a n g r e ; m i e n t r a s q u e Olive-
rio d e s g a r r a b a las r o p a s del a n c i a n o para aplicar u n
a p o s i t o en la t e r r i b l e h e r i d a q u e tenía en el lado iz-
q u i e r d o del p e c h o . Esta o p e r a c i ó n r e a n i m ó un poco á
Cardillac, q u e , a b r i e n d o los ojos, fijó u n a m i r a d a d e
t e r n u r a en su hija y en Oliverio y u n i ó s u s m a n o s con
la s u y a . L o s d o s jóvenes, p o s e í d o s d e a n g u s t i a , caye-
r o n d e rodillas j u n t o al m o r i b u n d o .
D u r a n t e a q u e l l a noche d e d u e l o y d e l á g r i m a s , Oli-
verio refirió á Madelon c ó m o R e n a t o Cardillac h a b í a
sido h e r i d o p o r u n o s h o m b r e s á q u i e n e s no conocía,
d u r a n t e u n a e x c u r s i ó n n o c t u r n a , y n o sin g r a n d e s es-
f u e r z o s p u d o c o n d u c i r á su a m o h a s t a la casa. A la
m a ñ a n a s i g u i e n t e los vecinos a c u d i e r o n p a r a infor-
m a r s e de la causa d e los e x t r a ñ o s r u m o r e s q u e o y e r o n
la n o c h e a n t e r i o r , y h o r r o r i z a d o s , al v e r el cadáver d e
Cardillac, d i e r o n p a r t e á la r o n d a , á fin d e q u e c o n d u -
jera á la prisión á su hija y á Oliverio, á q u i e n e s s u p o -
nían a u t o r e s ó c ó m p l i c e s del asesinato, á p e s a r d e su
desconsuelo.
Madelon d e f e n d í a e n é r g i c a m e n t e la inocencia d e
O l i v e r i o ; . h a b l a b a d e los ú l t i m o s m o m e n t o s d e su p a -
d r e con e f u s i ó n , q u e revelaba la v e r d a d de s u s pala-
b r a s ; y dijo q u e a u n q u e h u b i e r a visto por s u s p r o p i o s
ojos al joven h u n d i r un p u ñ a l en el p e c h o del a n c i a n o ,
se h a b r í a r e s i s t i d o á creerle culpable, s u p o n i e n d o m á s
bien q u e se hallaba bajo el i m p e r i o d e u n a fascinación
diabólica. P r o f u n d a m e n t e c o n m o v i d a p o r t o d o c u a n t o
había visto y oído, la s e ñ o r a S c u d e r i creía en las inge-
n u a s p r o t e s t a s d e la j o v e n ; y, por o t r a p a r t e , t o d o s los
i n f o r m e s t o m a d o s f u e r o n favorables ; Oliverio e r a ge-
n e r a l m e n t e a p r e c i a d o en el barrio, y s i e m p r e p a r e c í a
h a b e r existido el m á s s i n c e r o afecto e n t r e el m a e s t r o
y el a p r e n d i z . T o d o s decían q u e s e m e j a n t e c r i m e n
ocultaba a l g ú n misterio, y q u e sólo la habilidad de la
justicia llegaría á d e s c u b r i r l e m á s p r o n t o ó m á s t a r -
d e . Oliverio, c o n d u c i d o á la C a m a r a A r d i e n t e , n e g ó el
c r i m e n d e q u e se le a c u s a b a , j u r a n d o q u e s u a m o h a -
bía perecido víctima d e u n a t a q u e n o c t u r n o ; y su re-
lato convenía p e r f e c t a m e n t e con el d e Madelon. La
s e ñ o r a d e S c u d e r i a d q u i r i ó m u y p r o n t o la certeza d e
q u e Oliverio era inocente, sin c o n t a r q u e el joven
a p r e n d i z n o tenía el m e n o r i n t e r é s en c o m e t e r t a n
odioso c r i m e n . ¿ Cuál e r a su posición en la casa d e
R e n a t o Cardillac? O b r e r o p o b r e , p e r o d o t a d o de la
m a y o r disposición, había m e r e c i d o d e p a r t e del m a e s -
t r o un sincero c a r i ñ o ; a m a b a á la hija del artífice, y el
p a d r e favorecía á los jóvenes, p u e s su p o r v e n i r era
r i s u e ñ o , p u d i e n d o e s p e r a r a m b o s felicidad y f o r t u n a .
¿ Q u é c a u s a fatal h u b i e r a p o d i d o i m p u l s a r á Oliverio
B r u s s o n á m a n c h a r s e con el crimen m a s a b o m i n a b l e
é inútil ? La s e ñ o r a d e S c u d e r i resolvió salvar al p o b r e
joven d e la inevitable sentencia q u e la C á m a r a Ar-
d i e n t e d i c t a b a con ciego r i g o r c o n t r a t o d o a c u s a -
d o ; p e r o a n t e s d e i n v o c a r , la real p r o t e c c i ó n , p e n s ó
q u e debía a n t e t o d o solicitar la benevolencia del
p r e s i d e n t e la R e y n i e , c o m b a t i e n d o los c a r g o s d e la
acusación.
El t e m i b l e juez recibió á la s e ñ o r a S c u d e r i con la
c e r e m o n i o s a política d e q u e no se a p a r t a b a n u n c a ,
t r a t á n d o s e d e las p e r s o n a s i n f l u y e n t e s en la corte:
p r e s t ó a t e n t o oído á los detalles q u e se le c o m u n i c a -
ban : y á t o d a s las p r o t e s t a s de la n o b l e s e ñ o r a contes-
 C U E N T O S F A N T Á S T I C O S
3oo e. t e o d o r o hoffmann

tó con u n a sonrisa mezclada d e u n a i m p e r c e p t i b l e

ironía. C u a n d o la d a m a acabó d e h a b l a r , contestóla en
estos t é r m i n o s :
— A d m i r o , en v e r d a d , v u e s t r o excelente corazón,
q u e os i n d u c e á d e f e n d e r á una joven c u y a s l á g r i m a s
son fingidas, y q u e s a b e d e s m a y a r s e o p o r t u n a m e n t e ;
á mí no m e s o r p r e n d e veros r e c h a z a r como cosa im-
posible hasta la idea de tan odioso c r i m e n , c o m o el
a s e s i n a t o d e C a r d i l l a c ; p e r o u n juez, s e ñ o r a , un m a -
g i s t r a d o á q u i e n s u s r i g u r o s o s d e b e r e s p o n e n d e con-
t i n u o a n t e los s e r e s m á s d e p r a v a d o s d e la sociedad
ha d e a r r a n c a r f o r z o s a m e n t e á la hipocresía su másca-
r a d e inocencia. No c r e o necesario d a r c u e n t a á n a d i e
d e la dirección c o m u n i c a d a á un p r o c e s o criminal;
juzgo s e g ú n mi conciencia, y sin c u i d a r m e d e los m u r -
m u l l o s ó d e la a p r o b a c i ó n del p ú b l i c o . La C á m a r a Ar-
d i e n t e es u n t r i b u n a l e x t r a o r d i n a r i o , y no t i e n e m á s
m e d i o s d e acción q u e el h a c h a ó la h o g u e r a c o n t r a los
m a l h e c h o r e s q u e p e r t u r b a n la t r a n q u i l i d a d d e P a r í s .
Sin e m b a r g o , no q u i e r o p a r e c e r á v u e s t r o s ojos u n t i -
g r e s e d i e n t o de s a n g r e , y a h o r a v e r é i s las p r u e b a s
q u e p o s e o del c r i m e n d e O l i v e r i o ; p a r é c e m e q u e des-
p u é s d e esto v u e s t r a noble c o m p a s i ó n se r e s e r v a r á
p a r a p e r s o n a s m á s d i g n a s d e ella.
«A R e n a t o Cardillac se le e n c u e n t r a u n a m a ñ a n a en
su c u a r t o cosido á p u ñ a l a d a s ; en la casa n o e s t á n m á s
q u e su h i j a y u n a p r e n d i z , Oliverio B r u s s o n , en c u y o
c u a r t o se halla u n puñal, m a n c h a d o d e s a n g r e , c u y a
h o j a c o n v i e n e con las d i m e n s i o n e s d e la h e r i d a . — C a r -
dillac, dice Oliverio, h a sido m u e r t o esta noche a n t e
m i s ojos. ¿ Q u e r í a n r o b a r l e ? - L o ignoro.—Y e s t a n d o
con él ¿ n o h a b é i s p o d i d o d e f e n d e r l e ni p e d i r auxilio?
—Mi a m o m e p r e c e d í a á q u i n c e ó veinte pasos.—¿Por
q u é esa s e p a r a c i ó n ?—El m a e s t r o lo q u i s o así.—¿ Q u é
causa e x t r a o r d i n a r i a m e d i ó p a r a q u e el d e s g r a c i a d o
Cardillac p e r m a n e c i e s e tan t a r d e f u e r a d e s u casa,
OLIVERIO BRUSSON
contra s u s c o s t u m b r e s ? — N o podía decirlo. A esta pre-
g u n t a , Oliverio parece t u r b a d o , s u s p i r a y llora, y n o
se obtiene o t r a c o n t e s t a c i ó n ; si p r o n u n c i a a l g u n a s pa-
labras, sólo es p a r a m a n i f e s t a r q u e Cardillac h a b í a
salido r e a l m e n t e de su casa aquella n o c h e , y q u e reci-
bió f u e r a el g o l p e fatal. Ahora bien, s e ñ o r a , t e n g o la
p r u e b a i r r e c u s a b l e d e q u e Cardillac no salió p o r la
noche, y de q u e Oliverio se d e f i e n d e con u n a t o r p e
m e n t i r a . La maciza p u e r t a d e su casa está g u a r n e c i d a
d e h i e r r o , y p r o d u c e u n r u i d o tan a g u d o al g i r a r so-
bre s u s goznes e n m o h e c i d o s , q u e d e s d e el piso s u p e -
rior oíase m u y bien c u á n d o el artífice salía ó e n t r a b a .
He i n t e r r o g a d o á su vecino m á s p r ó x i m o , C l a u d i o Pa-
tria, c u y a p u e r t a está c o n t i g u a , y t a m b i é n á su a m a d e
g o b i e r n o , q u e , á p e s a r de sus o c h e n t a a ñ o s , es bas-
t a n t e viva. Estas d o s personas, d i g n a s de fe, o y e r o n á
Cardillac c e r r a r la p u e r t a por la n o c h e con los c e r r o -
jos, y s u b i r d e s p u é s á su c u a r t o , d o n d e rezó s u s ora-
ciones y se acostó en s e g u i d a t r a n q u i l a m e n t e , s e g ú n se
p u d o p r e s u m i r por el silencio q u e m u y p r o n t o r e i n ó .
Ahora bien, Claudio P a t r ú está s u j e t o á f r e c u e n t e s in-
s o m n i o s , y aquella n o c h e , m a s a t o r m e n t a d o q u e d e
c o s t u m b r e y no p u d i e n d o c e r r a r los ojos, l e v a n t ó s e y
m a n d ó e n c e n d e r f u e g o . S u a m a d e g o b i e r n o se s e n t ó
cerca d e él p a r a leerle u n a a n t i g u a c r ó n i c a ; p e r o el
b u e n h o m b r e , p r e s a d e u n a a n g u s t i o s a agitación, re-
volvíase en su sitial ó a n d a b a d e u n lado á o t r o d e su
c u a r t o . A eso d e la m e d i a noche o y e r o n un r u i d o sor-
d o en el piso s u p e r i o r ; el suelo c r u g i ó c o m o p o r efecto
d e la caída d e u n c u e r p o , y, d u r a n t e a l g u n o s i n s t a n -
tes, p e r c i b i é r o n s e g r i t o s a h o g a d o s . Claudio P a t r ú y
su a m a d e g o b i e r n o , poseídos d e secreto e s p a n t o , no
osaban i n f o r m a r s e d e lo q u e a c a b a b a d e o c u r r i r ; y
c u a n d o la luz del d í a vino á i l u m i n a r la obra d e las
tinieblas, u n a h o r r i b l e revelación a t e r r ó á los h a b i t a n -
tes d e la calle Nicasio.
 — P e r o n a d a p r u e b a q u e esos jóvenes sean los asesi-
n o s — e x c l a m ó la s e ñ o r a S c u d e r i .
— D i s p e n s a d — r e p u s o el p r e s i d e n t e ;—Cardillac era
rico, y poseía u n a r e g u l a r c a n t i d a d d e p i e d r a s precio-
s a s d e m u c h o v a l o r . Oliverio B r u s s o n , su f u t u r o yer-
no, p u d o herirle p a r a h e r e d a r antes, y tal vez h a y a
d a d o el golpe p o r c u e n t a d e o t r o b r i b ó n , c o n v i n i é n d o -
se los d o s en r e p a r t i r s e los beneficios del c r i m e n . . .
— I A s e s i n a r p o r c u e n t a d e o t r o y r e p a r t i r el precio
d e la s a n g r e ! ¿ E s posible esto ? — i n t e r r u m p i ó la p r o -
tectora d e Oliverio.
— M u y p r o n t o lo s a b r é i s — p r o s i g u i ó f r í a m e n t e la
Reynie.—El a s u n t o d e Oliverio se relaciona con la his-
toria d e los c r í m e n e s s e c r e t o s q u e hace t a n t o t i e m p o
p e r t u r b a n i n ú t i l m e n t e á la justicia. La h e r i d a q u e ha
o c a s i o n a d o la m u e r t e á Cardillac es s e m e j a n t e á las
q u e se o b s e r v a n d i a r i a m e n t e en las p e r s o n a s a s e s i n a -
d a s en las calles d e P a r í s ó en las casas m a l vigiladas.
O t r o h e c h o hay no m e n o s g r a v e á m i s ojos, y es q u e
d e s d e la prisión d e Oliverio los c r í m e n e s h a n c e s a d o
c o m o p o r encanto, d e lo cual d e d u z c o , h a s t a t e n e r
p r u e b a c o n t r a r i a , q u e á p e s a r de su j u v e n t u d era ins-
t i g a d o r y cómplice d e u n a p a r t e d e los d e s ó r d e n e s q u e
h a n afligido á la c i u d a d . Hasta a q u í h a c o n t e s t a d o con
n e g a t i v a s i m p e r t u r b a b l e s á t o d a s las p r e g u n t a s , p e r o
h a y m e d i o s eficaces p a r a hacerle h a b l a r . . .
—¿Y Madelon ? — p r e g u n t ó la señora S c u d e r i .
Una p é r f i d a s o n r i s a e n t r e a b r i ó los labios del j u e z , y
m i r a n d o fijamente á su i n t e r l o c u t o r a , r e p l i c ó :
—d P o r q u é sería m á s inocente q u e Oliverio ? No
llora p o r su p a d r e , sino p o r s u a m a n t e . Acordaos, s e -
ñ o r a , d e la m a r q u e s a d e Brinvilliers, y no m e a c u s é i s
d e poca consideración r e s p e c t o á vos, t e n i e n d o en
c u e n t a q u e un a u s t e r o d e b e r m e obliga á e n v i a r esa
joven á la C o n s e j e r í a .
Así d i c i e n d o , el p r e s i d e n t e ofreció con la m a y o r cor-
tesía la m a n o á la s e ñ o r a d e S c u d e r i p a r a c o n d u c i r l a
h a s t a su coche.
—i Me será al m e n o s p e r m i t i d o - p r e g u n t ó la d a m a
con cierta vacilación—visitar en su calabozo á ese i n f e -
liz Oliverio ?
— P u e s t o q u e lo deseáis—contestó la R e y n i e con la
siniestra sonrisa q u e le e r a p e c u l i a r — y ya q u e creéis
d e s c i f r a r m e j o r q u e n o s o t r o s los m i s t e r i o s d e u n a l m a
c r i m i n a l , n o r e p u g n á n d o o s b a j a r h a s t a el a n t r o d o n d e
la justicia g u a r d a sus p r e s a s , de a q u í á dos h o r a s se
os a b r i r á la C o n s e r j e r í a y veréis á Oliverio.
L l e g a d a á la p r i s i ó n , la s e ñ o r a S c u d e r i f u é conduci-
d a á u n g r a n p a t i o , con m u c h a luz, y pocos m o m e n t o s
d e s p u é s , un r u i d o d e c a d e n a s a r r a s t r a d a s p o r el suelo
la hizo e s t r e m e c e r ; abrióse u n a p u e r t a y a p a r e c i ó á
su vista Oliverio B r u s s o n . S u a s p e c t o solo bastó p a r a
q u e c a y e r a d e s v a n e c i d a ; al volver en sí, y c o m o el
p r e s o h u b i e r a d e s a p a r e c i d o ya, pidió con voz a n g u s -
tiosa q u e la c o n d u j e r a n á su coche p a r a a l e j a r s e c u a n -
to a n t e s d e aquella m a n s i ó n d e h o r r o r e s . Había reco-
nocido en Oliverio B r u s s o n al joven q u e a r r o j ó la carta
en su coche al a t r a v e s a r el p u e n t e N u e v o . L a s d u d a s
se h a b í a n d e s v a n e c i d o ; la f a t a l p r e v i s i ó n d e la R e y n i e
se justificaba ; Oliverio B r u s s o n e r a s e g u r a m e n t e afi-
liado d e u n a cuadrilla d e m a l h e c h o r e s q u e s a q u e a b a n
la capital, y se le podía s u p o n e r capaz d e t o d o . L a po-
b r e Madelon p e r d i ó t a m b i é n p o r esto su carácter inte-
r e s a n t e á los ojos d e s u p r o t e c t o r a ; y c o m o s u c e d e
s i e m p r e en tales casos, la i m p r e s i ó n d e s f a v o r a b l e a d -
q u i r i ó m á s c o n s i s t e n c i a ; d e m o d o q u e , d e reflexión en
reflexión, la s e ñ o r a S c u d e r i se convenció d e la c u l p a -
bilidad d e a m b o s jóvenes. Parecióle q u e M a d e l o n , a p e -
lando á la m á s r e f i n a d a h i p o c r e s í a p a r a d e f e n d e r s e ,
d a b a p r u e b a s d e su d e p r a v a c i ó n , r e p u g n a n t e en t a n
t i e r n a e d a d ; era u n a s e r p i e n t e q u e h a b í a c a l e n t a d o
en su seno, y q u e debía r e c h a z a r c u a n t o a n t e s . . . Así
20
p e n s a b a con p r o f u n d o s e n t i m i e n t o la noble y v i r t u o s a
d a m a , c u a n d o al e n t r a r en su domicilio, Madelon se
arrodilló a n t e ella con las m a n o s en a d e m á n d e s ú p l i -
ca, y a l t e r a d o el r o s t r o por las l á g r i m a s .
—¡ R e t i r a o s , r e t i r a o s !—exclamó la d a m a , a p a r t a n d o
la vista ;—más valdrá q u e os consoléis e n vez de llorar
á u n asesino q u e m u y p r o n t o s u f r i r á el castigo d e su
c r i m e n ; y g u á r d e o s Dios d e ser l l a m a d a t a m b i é n p a r a
e x p i a r la culpa.
—¡ Ah ! ¡ Dios mío, t o d o h a concluido ¡—exclamó la
joven, c a y e n d o d e s v a n e c i d a en el suelo.
La s e ñ o r a S c u d e r i la d e j ó en m a n o s d e la Martinié-
r e y r e t i r ó s e á s u h a b i t a c i ó n p a r a d e p l o r a r la p e r v e r -
sidad d e los s e r e s q u e tan bien s a b e n s o r p r e n d e r los
m á s g e n e r o s o s i n s t i n t o s d e los nobles corazones. C u a n -
d o reflexionaba con p r o f u n d a tristeza s o b r e esta últi-
m a d e c e p c i ó n , las q u e j a s d o l o r o s a s d e la joven llegaron
á s u oído, y había en ellas t a n t a s i n c e r i d a d y a n g u s t i a ,
q u e d e n u e v o se p r o d u j o la d u d a en el á n i m o d e la
noble d a m a , y volvió á c r e e r q u e tal vez se a c u s a r a
i n j u s t a m e n t e á Oliverio de la m u e r t e d e Cardillac.
En estas cosas p e n s a b a , c u a n d o de p r o n t o e n t r ó B a u -
tista m u y a g i t a d o p a r a decirla q u e Desgrais a c a b a b a
d e l l e g a r : d e s d e el t e r r i b l e p r o c e s o d e la Voisin, la
p r e s e n c i a del a g e n t e en u n a casa era indicio d e a l g u n a
p e r s e c u c i ó n judicial. La s e ñ o r a d e S c u d e r i m a n d ó q u e
se le d e j a s e e n t r a r .
—Noble d a m a — d i j o D e s g r a i s — m o n s e ñ o r la R e y n i e
o s r u e g a q u e p e r m i t á i s á la C á m a r a A r d i e n t e p r a c t i c a r
u n a d i l i g e n c i a ; n o t i e n e d e r e c h o d e exigírosla, p e r o
os lo p i d e en n o m b r e del país. Oliverio B r u s s o n p a r e -
ce p r e s a d e u n acceso d e l o c u r a ; p o n e á Dios y á los
s a n t o s por t e s t i g o s d e su inocencia, y al m i s m o t i e m -
p o no deja d e r e p e t i r q u e ha m e r e c i d o j u s t a m e n t e el
último suplicio. Estas p a l a b r a s p r u e b a n q u e el asesi-
n a t o del d i a m a n t i s t a no es su único c r i m e n ; p e r o nin-
g u n a influencia h a p o d i d o a r r a n c a r á ese h o m b r e la
m e n o r c o n f e s i ó n ; a n t e las a m e n a z a s del t o r m e n t o per-
m a n e c e impasible, y r e p i t e q u e sólo h a b l a r á con u n a
condición, y es q u e se le p e r m i t a v e r o s a l g u n o s ins-
t a n t e s sin t e s t i g o s .
— I A m í ¡—exclamó la s e ñ o r a d e Scuderi.—¡ H a b r í a
d e servir y o d e i n s t r u m e n t o á v u e s t r o t r i b u n a l d e
sangre, a s o c i á n d o m e á los actos d e inexorable r i g o r
q u e e n v i a n á la m u e r t e á t a n t o s infelices!... ¡ No, Des-
g r a i s , j a m á s c o n s e n t i r é en e l l o ; y a u n q u e ese joven
f u e s e m i l veces asesino, n o le t e n d e r é u n lazo!
— P u e s d a d a v u e s t r a n e g a t i v a , s e ñ o r a , no le q u e d a
á la C á m a r a A r d i e n t e m á s q u e u n r e c u r s o , el t o r -
mento...
L a s e ñ o r a d e S c u d e r i se sintió d e s v a n e c e r al oir
a q u e l l a p a l a b r a fatal, q u e el a g e n t e p r o n ú n c i ó con esa
i n d i f e r e n c i a p r o p i a d e los h o m b r e s d e su e s t a d o .
—No t e m á i s , s e ñ o r a — p r o s i g u i ó D e s g r a i s f r í a m e n t e
— q u e se os c o n d u z c a al f o n d o d e esos e s p a n t o s o s c a -
labozos q u e u n a vez visitaistes. T r a e r e m o s a q u í á Oli-
verio B r u s s o n por la noche, sin a p a r a t o a l g u n o , p e r o
bien c u s t o d i a d o . Así os p o d r á h a c e r o s las declaracio-
n e s m á s detalladas, y vos seréis d u e ñ a de r e v e l a r des-
p u é s los s e c r e t o s q u e os h a y a c o n f i a d o ó d e g u a r d a r
silencio si lo juzgáis c o n v e n i e n t e . Nadie p i e n s a en i m -
p o n e r o s u n a obligación s o b r e este p u n t o . Ya veis,
s e ñ o r a , q u e n u e s t r o p a s o os deja c o m p l e t a libertad d e
conciencia y d e acción.
Estas p a l a b r a s d e Desgrais hicieron reflexionar p r o -
f u n d a m e n t e á la d a m a ; parecíale q u e u n a especie d e
fascinación se a p o d e r a b a d e t o d a s s u s f a c u l t a d e s , do-
m i n a n d o su e s p í r i t u , y por u n m o m e n t o creyó q u e se
la iban á revelar m i s t e r i o s de la m á s alta i m p o r t a n c i a .
—Dios m e d a r á la f u e r z a y el valor necesarios—dijo;
— t r a e d m e á Oliverio B r u s s o n , q u e y a estoy d i s p u e s t a
á escucharle.
 A eso d e la m e d i a n o c h e o y é r o n s e u n o s golpes secos
en la- p u e r t a d e la casa, c o m o los q u e , en la m i s m a h o r a
fatal r e s o n a r o n a l g ú n t i e m p o a n t e s , c u a n d o f u é e n t r e -
g a d o el cofrecillo. El fiel B a u t i s t a , i n s t r u i d o d e a n t e -
m a n o , bajó p a r a a b r i r la p u e r t a ; y la s e ñ o r a S c u d e r i ,
m u y a g i t a d a , c o m p r e n d i ó por el r u i d o q u e se oia fue-
ra, q u e los a r q u e r o s cercaban la casa, y se colocaban
centinelas en los sitios peligrosos.
La p u e r t a d e la h a b i t a c i ó n se a b r i ó l e n t a m e n t e , y la
b u e n a d a m a vió e n t r a r á Desgrais, s e g u i d o d e Olive-
rio B r u s s o n , q u e vestía un t r a j e o s c u r o y llevaba las
m a n o s libres.
—He a q u í el a c u s a d o — d i j o Desgrais, con voz g r a v e
y s o l e m n e ; y r e t i r ó s e d i s c r e t a m e n t e p a r a q u e las d o s
p e r s o n a s p u d i e s e n h a b l a r con l i b e r t a d .
Oliverio B r u s s o n se a r r o d i l l ó á los pies d e la s e ñ o r a
d e S c u d e r i , elevó hacia ella s u s m a n o s s u p l i c a n t e s y
c o m e n z ó á llorar.
— ¡ V a m o s , d e s g r a c i a d o ! — d í j o l e la d a m a — h a b é i s
q u e r i d o q u e os c o n d u j e r a n á m i p r e s e n c i a . ¿ Q u é de-
seáis r e v e l a r m e ?
Sin a b a n d o n a r su a c t i t u d , el joven c o n t e s t ó suspi-
rando :
—¿ Con q u e es cierto q u e n o os a c o r d á i s d e m í ?
La s e ñ o r a S c u d e r i le m i r ó d e n u e v o con m á s a t e n -
ción, y parecióle hallar en las facciones del p r e s o u n a
vaga s e m e j a n z a con u n a p e r s o n a c u y a m e m o r i a le e r a
q u e r i d a ; y esta s e m e j a n z a le i n s p i r ó u n i n t e r é s i r r e -
sistible, lo cual e x c u s a b a , al p a r e c e r , la s i m p a t í a p o r
Oliverio.
El joven se levantó, y con los ojos b a j o s y s o m b r í a
la f r e n t e , m u r m u r ó :
—¿No os acordáis, p u e s , d e u n a m u j e r q u e se llama-
ba Ana G u i o t ? Esa m u j e r tenía u n hijo, á q u i e n á me-
n u d o acariciasteis en su i n f a n c i a ; ese hijo soy yo...
—¡Cielos!—exclamó la señora de S c u d e r i , o c u l t a n d o
su f r e n t e e n t r e las m a n o s , y d e j á n d o s e caer en u n si-
llón d e e n c i n a , m u d a d e e s t u p o r .
Ana G u i o t , hija d e u n h o m b r e del p u e b l o , debía á
la noble d a m a esas a t e n c i o n e s q u e sólo u n a m a d r e
s a b e p r o d i g a r , y q u e r o d e a r o n su c u n a y su j u v e n t u d ;
m á s t a r d e e n c o n t r ó y a m ó á u n joven relojero m u y
hábil, y la s e ñ o r a S c u d e r i favoreció su u n i ó n . El cielo
b e n d i j o á los e s p o s o s y concedióles u n niño q u e sirvió
p a r a e s t r e c h a r los lazos d e su m u t u o a f e c t o : era Oli-
verio, q u e al d e j a r su c u n a , iba casi d i a r i a m e n t e á
recibir las t i e r n a s caricias d e la m u j e r célebre, c u y a
a b n e g a c i ó n p r o t e g í a sus jóvenes a ñ o s . Más t a r d e , la
envidia, q u e t a n t o s m a l e s ocasiona, p e r s i g u i ó á Clau-
dio B r u s s o n ; el d e s g r a c i a d o o b r e r o , p e r d i e n d o poco á
poco su t r a b a j o , vióse r e d u c i d o á la m i s e r i a , h a s t a el
p u n t o d e n o p o d e r d a r á su t r i s t e familia el p a n coti-
d i a n o ; y al fin resolvió m a r c h a r á G i n e b r a , p a r a re-
hacer, á f u e r z a d e t r a b a j o , la h u m i l d e f o r t u n a q u e a m -
bicionaba. La s e ñ o r a S c u d e r i no q u e r í a a b a n d o n a r
a q u e l l a f a m i l i a , c u y a felicidad h a b í a l a b r a d o . Ana
Guiot la escribió varias veces ; d e s p u é s s u s c a r t a s co-
m e n z a r o n á e s c a s e a r , y al fin c e s a r o n del t o d o : su
noble p r o t e c t o r a p e n s ó q u e a l g u n a f o r t u n a , o b t e n i d a
por el t r a b a j o en u n a ciudad e x t r a n j e r a , h a b r í a hecho
olvidar los p a s a d o s beneficios, p u e s hacia ya veinti-
t r é s a ñ o s q u e Claudio B r u s s o n había salido d e P a r í s
p a r a ir á establecerse en G i n e b r a con su e s p o s a y su
flijo...
— A h o r a bien, q u e r i d a p r o t e c t o r a — d i j o Oliverio—
¿ reconoceríais en el h o m b r e á q u i e n se a c u s a d e asesi-
n a t o á ese m i s m o n i ñ o á q u i e n p r o d i g a b a i s en t i e m p o s
m á s felices las p r u e b a s del m á s p u r o a f e c t o ? ¡ O h !
¡ c r e e d m e , os lo s u p l i c o ; a u n q u e la C á m a r a A r d i e n t e
h u b i e s e de a g o b i a r m e con t o d o el rigor q u e dicta s u s
s e n t e n c i a s , p r o t e s t a r é contra la s a n g r i e n t a r e s p o n s a b i -
lidad q u e ha h e r i d o al d e s g r a c i a d o Cardillac !

Al p r o n u n c i a r e s t a s p a l a b r a s , Oliverio B r u s s o n , so-
b r e c o g i d o de u n t e m b l o r nervioso, parecía á p u n t o d e
s u c u m b i r á las v i o l e n t a s i m p r e s i o n e s q u e le a g i t a b a n .
La señora Scuderi, no m e n o s conmovida, invitóle á
s e n t a r s e á su lado p a r a c o n t i n u a r s u n a r r a c i ó n .
—No d e b o v a c i l a r — p r o s i g u i ó el joven—en confiaros
c o m o á m i v e r d a d e r a p r o v i d e n c i a los l ú g u b r e s d e t a -
lles d e m i t r i s t e h i s t o r i a . P o r e x t r a ñ o q u e os parezca
c u a n t o oigáis, p o r m u c h a q u e sea v u e s t r a s o r p r e s a al
d e s c u b r i r u n m i s t e r i o q u e d e b i ó q u e d a r s i e m p r e igno-
r a d o p a r a vos, p r o m e t e d m e , y o os lo suplico, e s c u c h a r
h a s t a el fin. Yo h a b i a h e r e d a d o d e s d e m i m á s t i e r n a
j u v e n t u d t o d a s las m i s e r i a s q u e acosaban á m i s infeli-
ces p a d r e s , y t r a n s c u r r i e r o n p a r a m í a l g u n o s a ñ o s en
m e d i o de las l u c h a s y p e r c a n c e s d e la v i d a . Mi p a d r e ,
h o m b r e f r í o y poco sociable, h a b í a p e r d i d o u n a a u n a
t o d a s las e s p e r a n z a s , y debilitado al fin por s u s e s f u e r -
zos, m u r i ó p r e c i s a m e n t e c u a n d o a c a b a b a d e c o n s e g u i r
q u e se m e a d m i t i e r a en casa d e u n célebre p l a t e r o . Mi
m a d r e h a b l a b a d e vos d i a r i a m e n t e ; su ú l t i m a e s p e -
ranza era d a r o s á conocer p o r a l g ú n m e d i o su s i t u a -
ción y vicisitudes; p e r o á s u s valerosos i m p u l s o s siguió-
se m u y p r o n t o la m á s a n g u s t i o s a d e s e s p e r a c i ó n ; su
vida se e x t i n g u í a poco á poco, y n o t a r d ó en s e g u i r á
m i p a d r e á la t u m b a .
. —¡ P o b r e Ana '.—exclamó la s e ñ o r a d e S c u d e r i , po-
seída del m á s h o n d o p e s a r .
Oliverio fijó en la d a m a u n a m i r a d a p e n e t r a n t e , y
a ñ a d i ó con a m a r g u r a :
— ¡ B e n d i t o sea Dios p o r h a b e r p e r m i t i d o q u e esa
p o b r e m a d r e n o p r e s e n c i a s e el suplicio q u e la s u e r t e
r e s e r v a b a á su infeliz Oliverio !
E n a q u e l m o m e n t o r e s o n ó en la calle u n r u i d o sin-
gular.
—i Oís ? — p r e g u n t ó Oliverio ;—es Desgrais q u e avisa
á s u s h o m b r e s p a r a q u e cierren t o d a s las salidas,
c o m o si y o p e n s a r a en s u s t r a e r m e á la s u e r t e q u e m e
espera.
Y c o n t i n u ó en estos t é r m i n o s :
«—En casa de m i m a e s t r o se m e t r a t a b a d u r a m e n t e ,
p e r o á f u e r z a d e t r a b a j o llegué á ser m á s hábil q u e él
y q u e los o t r o s o b r e r o s , á p e s a r d e lo cual n o se m e
r e c o m p e n s ó . Cierto día u n d e s c o n o c i d o e n t r ó en la
t i e n d a p a r a c o m p r a r u n a s a l h a j a s d e precio, y al v e r
u n collar q u e yo concluía, d i ó m e u n golpecito en el
h o m b r o .y m e dijo a f e c t u o s a m e n t e e x a m i n a n d o m i tra-
bajo:
„—¡Vive Dios, a m i g u i t o mío, q u e esta o b r a os h o n r a
m u c h o ! A f e m í a , creo q u e sólo p o d r í a a v e n t a j a r o s
m a e s e Cardillac, el p r i m e r d i a m a n t i s t a de la época.
Deberíais ir á v e r l e , p u e s s e g u r a m e n t e os recibiría
con g u s t o en su taller, y seríais p a r a él u n b u e n a u x i -
liar, p u d i e n d o vos en c a m b i o p e n e t r a r los a d m i r a b l e s
secretos de su a r t e .
»Estas p a l a b r a s del benévolo desconocido m e c o n -
m o v i e r o n s i n g u l a r m e n t e , y d e s d e a q u e l m o m e n t o la
residencia en G i n e b r a m e pareció i n s o p o r t a b l e ; r o m p í
todos los lazos q u e m e r e t e n í a n allí, y m a r c h é á P a r í s
p a r a p r o b a r f o r t u n a . Maese .Cardillac m e recibió por
lo p r o n t o con f r i a l d a d , p e r o c o n s e g u í q u e m e o c u p a s e
en su casa. El p r i m e r t r a b a j o q u e m e confió f u é la
m o n t u r a d e u n p e q u e ñ o anillo d e alto precio, y le com-
plació t a n t o m i o b r a , q u e fijando en m í u n a brillante
m i r a d a , cual si h u b i e s e q u e r i d o p e n e t r a r m i secreto
p e n s a m i e n t o , m e dijo:
»—Oliverio, reconozco en ti las c u a l i d a d e s d e u n
hábil o b r e r o ; te q u e d a r á s en m i casa, y p r o c u r a r é q u e
e s t é s c o n t e n t o en c u a n t o á t u jornal.
»Así p a s a r o n a l g u n a s s e m a n a s , t r a b a j a n d o y o asi-
d u a m e n t e d e s d e la m a ñ a n a h a s t a la noche, sin m a s
a m b i c i ó n por m i p a r t e q u e llegar á d i s t i n g u i r m e en
m i profesión A ú n no conocía á la hija d e Cardillac.
 »Cierto día, aquella celeste aparición vino á ilumi-
n a r m i vida aislada: sólo Dios sabe lo q u e pasó en mí
en aquel m o m e n t o ; p e r o sí os diré q u e no hay h o m b r e
en el m u n d o capaz d e e x p e r i m e n t a r el i n m e n s o a m o r
q u e se a p o d e r ó de m í entonces. Y a h o r a . . . ¡ay! ¡pobre
Madelon !...»
Al llegar a q u í el joven no p u d o contener s u s sollo-
zos; cubrióse el rostro con a m b a s m a n o s , dejó escapar
u n doloroso g e m i d o , hizo d e s p u é s un esfuerzo sobre-
h u m a n o , y levantando la cabeza prosiguió su relato.
«La hija de Renato Cardillac m e m i r a b a con bene-
volencia, y á m e n u d o iba al taller sólo para dirigir
a l g u n a s m i r a d a s al joven o b r e r o . El a m o r q u e nació
en nosotros hizo r á p i d o s progresos, y pasó m u c h o
t i e m p o sin que el d i a m a n t i s t a lo sospechase. Yo no
tenía m á s q u e un deseo y un p e n s a m i e n t o , y sólo so-
ñaba en m e r e c e r á Madelon p o r los servicios q u e pres-
tara á su p a d r e ; p e r o cierta m a ñ a n a , al e n t r a r en el
taller á la h o r a de c o s t u m b r e , Cardillac m e salió al
e n c u e n t r o , con las facciones contraídas por la cólera y
u n a expresión m a r c a d a m e n t e d e s d e ñ o s a .
»—Joven—me dijo b r u s c a m e n t e — v a s á salir de esta
casa a h o r a m i s m o , y tQ p r o h i b o p o n e r aquí m á s los
pies. En c u a n t o á las razones q u e t e n g o para p r o c e d e r
así, no necesito m a n i f e s t á r t e l a s ; bástete saber q u e el
f r u t o que tu codicia busca no m a d u r a r á nunca para ti
ni p a r a t u s s e m e j a n t e s .
»Quise contestar, pero señalóme la p u e r t a con ade-
m á n imperioso, y como vacilara en obedecer, cogióme
del brazo y m e e m p u j ó f u e r a tan b r u t a l m e n t e , q u e fui
á caer casi desvanecido en los escalones de p i e d r a de
la casa contigua. P o s e í d o de la m a y o r desesperación,
c o m e n c é á c o r r e r p o r las calles, sin saber á d ó n d e ir:
p e r o llegado al arrabal de San Martín,- e n c o n t r é un
a m i g o q u e m e ofreció á la vez dinero, consejos y un
r e f u g i o en .el cuarto q u e habitaba. Desde aquel día no
t u v e m o m e n t o de reposo; a todas h o r a s se m e h u b i e r a
podido ver r o n d a n d o por la inmediación de la casa de
Cardillac, y vertiendo lágrimas, como si Madelon^hu-
biera p o d i d o oir m i s quejas y c o n t e s t a r sin ser obser-
vada por los ojos de lince de su p a d r e . Yo f o r m a b a .
mil proyectos, tan extravagantes u n o s como otros.
•La casa de Cardillac, en la calle Nicasio, se apoya
en u n a n t i g u o y alto m u r o , en el q u e hay varios ni-
chos con e s t a t u a s de p i e d r a corroídas p o r la acción
del t i e m p o . Cierta noche q u e m e hallaba j u n t o a ese
m u r o , m i r a n d o a n s i o s a m e n t e las ventanas de la casa
del d i a m a n t i s t a , p a r e c i ó m e observar u n a luz.en, e l t a -
ller, y como era la media noche y la t i e n d a de Cardi-
llac se cierra m u y t e m p r a n o , p o r q u e este suele acos-
t a r s e antes de la hora de la q u e d a , m i corazón palpitó,
y m i s m i r a d a s espiaron a t e n t a m e n t e el m e n o r movi-
m i e n t o q u e podria hacer u n a s o m b r a .
w Q u i é n sabe, m u r m u r a b a yo, si m i feliz estrella m e
habrá traído aquí á p u n t o para encontrar ocasión de
p r e s e n t a r m e de n u e v o h o n r o s a m e n t e en la casa de
m a e s e Cardillac? C u a n d o hacía esta reflexión, la luz se
extinguió, sin q u e al p a r e c e r la hubiesen llevado a otra
partef esto m e inquietó; p o r un m o v i m i e n t o involun-
tario m e o p r i m i contra u n a d e las e s t a t u a s de piedra
del a n t i g u o m u r o , y, cosa extraña, suficiente^para ate-
r r a r á los más valerosos, m e sentí e m p u ) a d o hacia
adelante, cual si aquella figura de piedra estuviese
a n i m a d a . En el m i s m o instante, el espanto m e t u r b a
veo g i r a r la p i e d r a l e n t a m e n t e , como sobre u n eje, y
de la cavidad q u e d e s c u b r e precipitase un a s o m b r a ^
cuyas facciones no p u e d o d i s t i n g u i r a p e s a r de la luz
de la luna... Acércome á la e s t a t u a y p r o c u r o moverla
sobre su base, p e r o mis esfuerzos son m u t i l e s p u e s
p e r m a n e c e inmóvil, cual si estuviese i n c r u s t a d a en el
m u r o . Sin e m b a r g o , deseoso de proseguir mis inves-
tigaciones, corro en la dirección q u e la sombra ha to-
 3i5

m a d o , g a n o t e r r e n o , y f á l t a m e ya poco p a r a alcanzar » V e d - l e d i g o - e s u n a n u e v a victima d e los asesi-

al desconocido. L l e g a d o j u n t o á u n a i m a g e n d e la n a o s q u e a f i i g f n á P a r í s ; este d e s g r a c i a d o acaba d e
S a n t a V i r g e n , i l u m i n a d a p o r u n a l á m p a r a , a q u é l se
^ ^ ^ — Í c o n t e s t a e l jefe.de
vuelve al oir m i s p a s o s ; la f u g i t i v a claridad q u e brilla
á los pies de la santa i m a g e n m e p e r m i t e ver r á p i d a -
m e n t e las facciones d e m i h o m b r e , y reconozco á C a r -
dillac. No p o d r i a e x p r e s a r o s , s e ñ o r a , t o d o el h o r r o r m ag rrotan y arráncanme brutalmente u n o d e ellos
q u e e x p e r i m e n t é , t o d a s las s i n i e s t r a s i d e a s q u e a t o r -
r
m e n t a r o n m i p e n s a m i e n t o ; p e r o u n a especie de fasci- T ^ r : s ^ s B ^ o b T o del
nación m e a r r a s t r a b a en p o s del d i a m a n t i s t a . A u n o s bue^Card^c, é n le ^ r ^ c a p a z d e
íQui
cien p a s o s m á s lejos, m a e s e R e n a t o se p i e r d e en la
o s c u r i d a d ; y o le sigo, g u i a d o p o r u n a t o s seca q u e n o
le a b a n d o n a n u n c a , y al fin se d e t i e n e j u n t o á u n a a n -
t i g u a c a s a ; vigilo con i n q u i e t u d sus m e n o r e s m o v i -

•mmmm
m i e n t o s , y o c ú l t o m e e n la p a r t e d e la calle q u e la l u n a
no i l u m i n a con su pálida luz. M u y p r o n t o a p a r e c e u n
caballero r i c a m e n t e vestido, q u e e n t o n a u n a canción
y avanza con p a s o vacilante, c o m o si e s t u v i e s e e b r i o ,
h a c i e n d o r e s o n a r s u s e s p u e l a s d e plata. E n el m o m e n - ÜnÍ
to d e p a s a r p o r delante del sitio d o n d e se halla oculto Alr e av h ar el día, d e s p e r t é m e s o b r e s a l t a d o ; la p u e r t a
Cardillac, éste salta c o m o u n t i g r e s o b r e a q u e l l a p r e s a d e m i prisióli se 'acababa d e a b r i r , y el m i s m o Cardi-
i n d e f e n s a , y el p o b r e caballero es d e r r i b a d o al p u n t o
l l a
Yo p r o f i e r o u n g r i t o de h o r r o r y d e a l a r m a , m i e n t r a s ^ n D " x c l ^ é - ¿ q u é v e n í s á hacer
q u e el d i a m a n t i s t a , inclinado s o b r e el c u e r p o d e su
víctima, p a r e c e r e g i s t r a r l e las e n t r a ñ a s . T F I artífice sin c o n m o v e r s e e n lo m á s m í n i m o , acer-

»—¡Cardillac, Cardillac ¡ — e x c l a m o , p o s e í d o d e te-

r r o r — e n n o m b r e del cielo ¿ q u é hacéis?
»El m a e s t r o se levanta con u n m o v i m i e n t o d e cólera,
p r o s i g u e su c a r r e r a , y d é j a m e a t e r r a d o . L a v í c t i m a
yacía en tierra sin m o v i m i e n t o ; a c é r c o m e al infeliz,
. e s t r e m e c i d o de h o r r o r , p a r a v e r si se le p u e d e a u x i l i a r
a u n ; p e r o ¡ay! ya n o da señales de vida. á la cólera n o h a y m a s q u e u n p a s o . D ^
»—Tal es m i e s t u p o r , q u e n o veo u n a p a t r u l l a q u e
me rodea.
» - ¡ H o l a , t u n a n t e I — g r i t a el jefe con voz d e t r u e n o .
— ¿ Q u é haces a h í ?
 hija Si q u i e r e s volver a m i casa, p r o c u r a r é q u e a l g ú n
s e a s el
Prometido de Madelon . *
tai'moSn " e erSÍdad dC aqU£l h
° m b r e m e
e f u n d í a de
tal m o d o , q u e n o a c e r t a b a á c o n t e s t a r l e
T e ?p rZe fri ea rñaasd Ía Óm~,np0r oCtOe nc tc6iSótna S uPnaal avisita
ttala lvez bra
' yá vlaa c R
qUC 3qUel
S S : *»*>
3 D P U d Í e D d O
c o ^ ^ a — ' °
» - A los q u e no t e n g a n la c o n c i e n c i a t r a n q u i l a se
les p o d r a e s p a n t a r c o n el n o m b r e de la R e y n i e • p e r o
yo, . D i o . g r a c i a s , e s t o y l i b r e d e r e m o r d i m i e n t o s " ?
* ~ T ! n cuidado—interrumpió de nuevo C a r d i l l a c -
yo no t e d i g o m a s q u e e s t o , y sé m u y bien á q u é ate-
n e r m e e n t o d o . La c a l u m n i a c e d e r á a n t e m i b i e n s e n -
t a d a r e p u t a c i ó n ; si m i hija no te a m a s e con l o c u r a y
s u v i d a no m e f u e s e m a s c a r a q u e la m í a , s e g u r a m e n -
t e n o m e v e n a s en e s t e m o m e n t o a q u í : p e r o ella te
a m a y se m u e r e h e c o n s e n t i d o en u n i r o s pP a r a
q u e ella viva, y a h o r a te e s p e r a .
s a ° 7 n ? l r d Í r Ó y ,°' S e ñ ° r a ? U e m o c i ó n ' l a A p r e -
sa u n a d o l o r o s a a l e g r í a , en la cual se m e z c l a b a con
t a n t o a m o r el r e c u e r d o d e los c r í m e n e s del p a d r e el
t e m o r q u e m e i n s p i r a b a el p o r v e n i r , y , a s L u ? e t u
d e s de p r e s e n t e . . . . ; t o d o se c o n f u n d í a e n m i c a b e a
y p e r d í el c o n o c i m i e n t o . C u a n d o a b r í los ojTs h a l a b a
m e en casa d e C a r d i l l a c ; M a d e l o n , de r o d i l l a s ju to á
m i lecho, a r r o j ó s e en m i s brazos, d i r i g i é n d o m e las m a s
l a s E 1 l á P ^ 0 1 Í r r Í O u 0 P U d ° C o n t i n u a n ' o s sollozos y
l a s . l a g r i m a s a h o g a b a n s u v o z ; la s e ñ o r a S c u d e r i le
o v e ^ h u b o r ed c°oKb Or aDd/oe l ÍugnÍ O pS oa c oa t de ne d cÓa"l m
joven ' a y, r o g ó l e q u e
h u b o
c o n t i n u a s e , p r e g u n t á n d o l e si t e n í a a l g u n o ^ daTos
s o b r e la c u a d r i l l a d e a s e s i n o s q u e afligía á la ca-
m a m a s existió en P a r í s u n a c u a d r i l l a de asesinos
o r g a n i z a d a ; C a r d i l l a c b a s t a b a p o r sí solo p a r a llevar a
c a b o esa s a n g r i e n t a t a r e a , y e s t o m i s m o e r a lo q u e
i l a . ;-
ev a s e g u r a b a s u i m p u n i d a d : p e r o e s c u c h a d el fin d e m i
r e l a t o , y c o n o c e r é i s al m á s c u l p a b l e y al m a s d e s g r a -
Je c i a d o d e los h o m b r e s . D e p o s i t a r i o del o d i o s o s e c r e t o
de C a r d i l l a c , s e n t í a m e a c o s a d o p o r los r e m o r d i m i e n -
C
° — tos, i m a g i n á n d o m e á veces q u e yo e r a c ó m p l i c e d e s u s
i n f a m i a s ; sólo el a m o r d e M a d e l o n b a s t a b a p a r a c u b r i r
d e n u e v o c o n u n a v e n d a m i s ojos, d u l c i f i c a n d o el h o -
r r o r d e los r e c u e r d o s . D u r a n t e las h o r a s d e t r a b a j o e n
el taller, a p e n a s o s a b a m i r a r á C a r d i l l a c , y n o p o d . a
c o m p r e n d e r la d o b l e v i d a d e a q u e l h o m b r e : torno
p a d r e , a r t i s t a a d m i r a d o , y a r t í f i c e q u e se g r a n j e a b a el
a p r e c i o , o c u l t a b a b a j o s u s v i r t u d e s la m a s e s p a n t o s a
c o n d u c t a . Mi c o r a z ó n se llenaba d e a n g u s t i a al p e n s a r
q u e s u h i j a , a q u e l l a n i ñ a p u r a c o m o los a n g e l e s , p o d í a
q u e d a r , de un día á otro, envilecida por a d e s h o n r a
d e su p a d r e ; e s t e t e m o r q u e m e l a c e r a b a , e r a p a r a
C a r d i l l a c la m á s s e g u r a g a r a n t í a de m i d i s c r e c i ó n , 7
en m i s l a r g o s i n s o m n i o s , a t o r m e n t a d o p o r - l a _ n e c e s i -
d a d de h a l l a r algo q u e e x c u s a s e u n a c o n d u c a c u y o
s e c r e t o no p o d í a p e n e t r a r , p e r d í a m e en c o n j e t u r a s .
IJna c i r c u n s t a n c i a , al p a r e c e r i n d i f e r e n t e , m e p u s o e n
c a m i n o d e d e s c u b r i r l o t o d o . C i e r t o día C a r d ü ac: e n t r o
en el taller m a s s o m b r í o y p r e o c u p a d o q u e n u n c a ,
o c u p ó s e a l g u n o s m i n u t o s en e x a m i n a r v a n o s d i a m a n -
tes^ y^ r e c h a z a n d o lejos d e sí u n a d o r n o q u e c o n t e m -
plaba^hacía u n m o m e n t o , dirigióse hacia m i brusca-
a posición es intolerable; e r e s d u e ñ o
d e u n s e c r e t o q u e la policía de P a r í s no p u d o d e s c u -
b r i r n u n c a ; h a s v i s t o p o r t u s p r o p i o s ojos« a ^ J
c o n d u c e t o d a s las n o c h e s m i g e n i o m a l é f i c o , y t u m a l a
estrella es la q u e te h a t r a í d o a q u í p a r a q u e seas m i bargo, no podía a p a r t a r la vista de a q u e l rostro des-
cómplice forzoso. c o m p u e s t o V la m u e r t e , y que, p o r u n a extraña fas-

a *
compues-iu F vidriosos. Al fin
» - ¡ M o n s t r u o abominable!—exclamé.—¡Yo, tu cóm-
plice! ¡No, j a m á s ; a n t e s m o r i r mil veces !
»Cardillac se sentó, e n j u g ó su f r e n t e , i n u n d a d a de
un s u d o r frío, y r e c o b r a n d o su calma o r d i n a r i a , m e
dijo:
»—Escucha; tengo q u e decirte m u c h a s c o s a s , y
c u a n d o m e conozcas mejor, en vez de m a l d e c i r m e ,
creo q u e m e c o m p a d e c e r á s . Varios m é d i c o s f a m o s o s
h a n escrito en s u s o b r a s q u e las i m p r e s i o n e s experi-
m e n t a d a s p o r las m u j e r e s q u e e s t á n en cinta ejercen
u n a p r o f u n d a influencia en la m o r a l de los hijos, p r o -
d u c i e n d o á veces efectos contra los cuales todos los
WSOSB&B.
e s f u e r z o s de la educación no p u e d e n nada en el por-
venir. Me han r e f e r i d o q u e m i m a d r e , hallándose e m -
barazada de mi, había a c o m p a ñ a d o a varias d a m a s á
1 rianon, d o n d e vió á un joven caballero, vestido á la
m m m
e s p a ñ o l a , q u e llevaba un magnifico collar de bri-
llantes. P o s e e r tal t e s o r o f u é al p u n t o la idea fija de
m i m a d r e , la cual recordó de p r o n t o q u e a q u e l caba-
llero la había h a b l a d o de a m o r a l g u n o s años antes. Los
dos se reconocieron casi en el m i s m o instante, y m i
m a d r e , q u e sólo había resistido p o r v i r t u d , juzgó q u e
w m m
era u n h o m b r e v e r d a d e r a m e n t e h e r m o s o . El brillo del
collar y de los brillantes, q u e lanzaban reflejos d e s l u m -
b r a d o r e s , la f a s c i n a b a ; y ella y el caballero se sintie-
ron a t r a í d o s m u t u a m e n t e de una m a n e r a irresistible.
cab
a l l e r o c o n d u j o a m i m a d r e á un salón r e t i r a d o y
d e s i e r t o ; y allí, c u a n d o la estrechaba en s u s brazos e n
u n t r a n s p o r t e de a m o r , como ella p u s o vivamente s u s
m a n o s e n el collar, en el m i s m o m o m e n t o , bien f u e r a
p o r un a t a q u e de apoplegía, ó p o r cualquiera otra fiaba. Comencé p o r el b u r t o y acabé po
causa, el caballero cayó m u e r t o , a r r a s t r a n d o á m i m a -
Gracias a mi profesión pod,a ^ ^ f ^ e n t e para
dre, q u e i n ú t i l m e n t e se esforzaba p a r a d e s p r e n d e r s e c a s a s ; m i riqueza, bien conocida era sunc^ J ^
de a q u e l c a d a v e r ; en aquella lucha horrible, sin e m - que se confiara én m i ; y por mi talento m
 C U E N T O S F A N T Á S T I C O S
320 e. t e o d o r o hoffmann

a t e n c i o n e s de todos. S u p e a p r o v e c h a r estas v e n t a j a s ;
no h u b o m u e b l e ni c e r r a d u r a q u e resistiese á mi in-
fernal destreza, y así s u s t r a j e e n o r m e s valores. Mi co-
dicia se a c r e c e n t ó por el b u e n éxito, y c o m e n c é á
e x p e r i m e n t a r u n odio inconcebible contra todos a q u e -
llos q u e t e n í a n oro y p e d r e r í a s : la sed de su s a n g r e
m e acosaba sin cesar. En a q u e l l a época c o m p r é esta
c a s a ; el día en q u e firmé el c o n t r a t o de a d q u i s i c i ó n , el
vendedor me dijo:
»—Maese R e n a t o , m e h a b é i s c o m p r a d o la casa pa-
g á n d o l a sin r e g a t e a r , y p o r lo m i s m o voy á confiaros
un secreto que podrá seros útil.
»Así d i c i e n d o , c o n d ú j o m e á u n a r m a r i o p r a c t i c a d o
en la pared,, corrió u n t a b l e r o del f o n d o , q u e c e r r a b a
u n a especie d e g a b i n e t e y d e s p u é s levantó u n a t r a m -
p a , q u e d a b a paso á u n a escalera m u y e m p i n a d a y os-
c u r a , en c u y o f o n d o veíase u n pasadizo q u e conducía
á u n postigo y á u n p a t i o ; en la e x t r e m i d a d d e éste,
el m u r o d e r e c i n t o alto y g r u e s o , n o t e n í a n a d a d e
p a r t i c u l a r ; p e r o en la r a n u r a d e la p i e d r a d e los ci-
m i e n t o s , ocultábase u n botón d e a c e r o ; mi i n t e r l o c u -
t o r le o p r i m i ó , y al p u n t o abrióse en el m u r o una
p u e r t a secreta, por d o n d e se podía salir á la calle. Esta
p u e r t a , q u e era d e encina, estaba c u b i e r t a d e u n a capa
de m o r t e r o , h á b i l m e n t e a p l i c a d a ; y por la p a r t e d e la
calle, u n a e s t a t u a d e m a d e r a se a d a p t a b a con la m a y o r
e x a c t i t u d a la p u e r t a ; habíanla p i n t a d o de m o d o q u e
parecía d e p i e d r a , y servía p a r a o c u l t a r la salida. P r o -
b a b l e m e n t e , aquello e r a o b r a d e los m o n j e s q u e ocu-
p a r o n en otro t i e m p o la casa, y q u e d e vez en c u a n d o
salían p o r allí p a r a librarse d e los enojos del C l a u s t r o .
C o m o q u i e r a q u e sea, aquel d e s c u b r i m i e n t o debía te-
n e r para m í fatales r e s u l t a d o s : d u e ñ o del secreto d e
t a n s i n g u l a r m e c a n i s m o , c o m p r e n d í m u y p r o n t o el
p a r t i d o q u e podría sacar p a r a f a v o r e c e r m i s p l a n e s .
P r e c i s a m e n t e e n t o n c e s a c a b a b a de c o n s t r u i r p a r a
OLIVERIO BRUSSON
 oliverio brusson

cierto caballero d e la corte u n magnifico a d e r e z o des-

t i n a d o p a r a u n a bailarina, y el i n s t i n t o del robo y del
a s e s i n a t o se m a n i f e s t ó en m í con m á s f u e r z a q u e n u n -
ca. Cierta n o c h e ví en s u e ñ o s al caballero, q u e se des-
lizaba en casa de su q u e r i d a con el precioso r e g a l o ; la
fiebre e n a r d e c í a m i s a n g r e , d e s p i é r t o m e sobresaltado,
l e v á n t o m e , y d e s p u é s d e v e s t i r m e r á p i d a m e n t e , salgo
d e la casa por la p u e r t a s e c r e t a . Ya estoy en la calle
Nicasio : u n h o m b r e pasa j u n t o á m í r i c a m e n t e vesti-
tido ; es é l ; m e abalanzo por d e t r á s , le clavo mi d a g a
en el corazón... y ya es m í o el e s t u c h e . . . Y d o m i n a d o
p o r un e s p í r i t u i n f e r n a l , en vez d e a r r e p e n t i r m e del
c r i m e n q u e acabo d e c o m e t e r , m e q u e d o m u y t r a n -
quilo s a b o r e a n d o la satisfacción q u e m e p r o p o r c i o n a
m i r o b o . . . Mi fatal estrella m e p e r s e g u í a . Y a h o r a ,
Oliverio, ¿ q u é m á s p o d r í a decirte?,; Soy ya u n m o n s -
t r u o feroz? No. T ú s a b e s con q u é r e p u g n a n c i a acepto
los t r a b a j o s q u e m e e n c a r g a n , y t a m b i é n q u e n o q u i -
siera h a c e r n a d a p a r a ciertas p e r s o n a s ; y n o ignoras,
en fin, q u e g r a c i a s á m i f u e r z a atlética, m e c o n t e n t o
con a t u r d i r de u n a p u ñ a d a á los q u e m i irresistible
pasión m e i m p u l s a á d e s p o j a r .
» D e s p u é s d e este largo y terrible relato, c o n t i n u ó
Oliverio, Cardillac m e c o n d u j o á u n a cueva, d o n d e
h a b í a a c u m u l a d o m á s r i q u e z a s d e las q u e p u d i e r a
c o n t e n e r el t e s o r o d e un r e y : u n a nota fija en cada
o b j e t o indicaba el n o m b r e d e su p r i m e r p r o p i e t a r i o , y
el m e d i o d e q u e se h a b í a valido Cardillac p a r a s u s -
t r a e r l a . — E l día en q u e te u n a s con Madelon, dijo Car-
dillac con voz s o m b r í a , m e j u r a r á s por J e s u c r i s t o des-
t r u i r , d e s p u é s de mi m u e r t e , t o d a s e s t a s r i q u e z a s ,
p u e s no q u i e r o q u e el p r e c i o d e la s a n g r e v e r t i d a sea
u n a maldición e n t r e m i hija y t ú . . .
» F l u c t u a n d o e n t r e el a m o r d e Madelon, sin el cual
n o p o d í a vivir, y el h o r r o r q u e m e i n s p i r a b a su p a d r e ,
vacilé largo t i e m p o e n t r e la f u g a ó el suicidio... ¡pero
, IVERSJ0A0 DENWO LEON
í ,buotecawf**t*sia

«ALFGm
Madelon e s t a b a allí! j C o m p a d e c e d m e , s e ñ o r a , p o r
h a b e r sido tan d é b i l ! ¿ No es suficiente expiación el su-
plicio q u e m e e s p e r a ?
»Cierta noche, Cardillac volvió á casa m u y a l e g r e ;
p r o d i g ó á su hija m u c h a s caricias, y al c e n a r p r o b ó
a l g u n o s vinos d e los m e j o r e s , cosa q u e no hacía sino
los dias d e fiesta. Madelon se r e t i r ó d e s p u é s , y yo iba
á imitarla para evitar una nueva conversación; pero
Cardillac m e d e t u v o , y llenando n u e s t r a s copas, dijo-
me alegremente:
» — E s p e r a , m u c h a c h o , v a m o s á b e b e r á la s a l u d d e '•
la m u j e r m á s d i g n a d e P a r í s , y d e s p u é s m e d i r á s q u é
te p a r e c e esta f r a s e : «El a m a n t e q u e t e m e á los ladro-
nes n o es d i g n o de amor.»
»Refirióme en s e g u i d a lo q u e había p a s a d o en casa
m a d a m a d e M a i n t e n o n e n t r e vos, s e ñ o r a , y el r e y .
Gracias á vos, c u y a s e l e v a d a s v i r t u d e s v e n e r a b a , pare-
cíale, s e g ú n dijo, q u e su mala estrella se e x t i n g u i r í a ,
y q u e p o d r í a i s llevar la m á s preciosa o b r a salida de
s u s m a n o s , sin q u e su e s p í r i t u maléfico le i n s p i r a s e la
h o r r i b l e idea d e a r r e b a t á r o s l a p o r el asesinato ó el robo.
» — E s c u c h a , O l i v e r i o — m e dijo a d e m á s — h a c e largo
t i e m p o q u e recibí el e n c a r g o d e fabricar para la p r i n -
cesa E n r i q u e t a d e Inglaterra u n collar y brazaletes. Ya
sabes con q u é c a r i ñ o m e e n t r e g u é á esta obra, y q u e
n o e c o n o m i c é t r a b a j o , ni t i e m p o ni e s t u d i o . El d e s g r a -
ciado fin d e esta p r i n c e s a , víctima de u n a i n f a m e trai-
ción, dejó en m i s m a n o s el aderezo, c u y o s m a t e r i a l e s
había facilitado y o m i s m o . P u e s b i e n : q u i e r o o f r e c e r
esta o b r a v e r d a d e r a m e n t e regia á la s e ñ o r a S c u d e r i ,
en n o m b r e d e los a s e s i n o s invisibles. Será á la vez u n
h o m e n a j e q u e m e complazco en t r i b u t a r á esa noble é
i l u s t r e m u j e r , y u n chasco p a r a Desgrais, A r g e n s o n , la
Reynie y sus compañeros.
»Al o i r v u e s t r o n o m b r e p r o n u n c i a d o p o r Cardillac,
sentí en m i alma u n a indefinible i m p r e s i ó n d e gozo, y
u n a d u l c e e s p e r a n z a disipó como u n a n u b e t o d o s los
s o m b r í o s p r e s e n t i m i e n t o s q u e m e a t o r m e n t a b a n . Caf-
dillae, n o t a n d o el efecto q u e v u e s t r o n o m b r e m e h a b í a
producido, añadió :
»—Mi idea te parece b u e n a ; esta es u n a razón m á s
p a r a a d o p t a r l a , y un m e d i o d e c o n j u r a r en cierto m o d o
la mala estrella q u e rige h a s t a a h o r a m i d e s t i n o ; será
el p r i n c i p i o d e la expiación n e c e s a r i a p a r a p u r i f i c a r m e .
Hace poco t i e m p o había i m a g i n a d o h a c e r u n a c o r o n a
d e p i e d r a s preciosas para a d o r n a r la e s t a t u a d e la vir-
g e n d e San E u s t a q u i o ; p e r o cada vez q u e m e p r o p o n í a
p o n e r m a n o s á la o b r a , u n a f u e r z a irresistible m e pa-
ralizaba, a s a l t á n d o m e los m á s e x t r a ñ o s t e r r o r e s . He
r e n u n c i a d o á ello, p e r o pienso q u e si la s e ñ o r a d e Scu-
d e r i a c e p t a s e el h o m e n a j e q u e le p r e p a r o , s e r í a m e d e
g r a n p r o v e c h o , p a r a r e c o n c i l i a r m e con el cielo, la in-
t e r v e n c i ó n d e tan v i r t u o s a p e r s o n a . Cardillac indicó el
m o m e n t o q u e debía escoger p a r a e n t r e g a r o s el collar
y los brazaletes. La convicción d e q u e ' p o d r i a i s salvar
á Cardillac del a b i s m o en q u e iba á p r e c i p i t a r s e y
l i b r a r á la i n o c e n t e Madelon d e las t e r r i b l e s r e p r e s a -
lias q u e la justicia e j e r c e r í a t a r d e ó t e m p r a n o c o n t r a la
familia del artífice, m e hizo acoger con e n t u s i a s m o
el p r o y e c t o d ^ l l e g a r h a s t a v o s ; q u e r í a a n u n c i a r m e
c o m o hijo de Ana Guiot y c o n f e s a r o s d e rodillas t o d o
c u a n t o sabía. Ya r e c o r d a r é i s , s e ñ o r a , c ó m o el e s t ú p i d o
t e r r o r d e v u e s t r o s c r i a d o s h i z o f r a n c a s a r el éxito d e m i
p l a n . E s p e r a b a a p r o v e c h a r u n a m e j o r y p r ó x i m a oca-
sión d e a c e r c a r m e á vos, p e r o en el m a l o g r o d e m i
p r i m e r a t e n t a t i v a había c r e í d o Cardillac v e r u n fatal
presagio, y d e s d e a q u e l día c o m e n z ó á estar m á s som-
brío y r e c o n c e n t r a d o q u e n u n c a . Una especie d e irrita-
ción nerviosa le hacía e s t r e m e c e r s e día y n o c h e ; s u s
ojos e x t r a v i a d o s se i n y e c t a b a n d e s a n g r e ; d e su boca,
c o n t r a í d a p o r u n a fiebre l e n t a , e s c a p á b a n s e f r a s e s sin
conexión, d e las cuales n o llegaba yo á c o m p r e n d e r
sino p a l a b r a s q u e m e llenaban de i n q u i e t u d . No igno-
raba y o á d ó n d e p o d í a c o n d u c i r l e la influencia de su
mal e s p í r i t u , y t e m b l a b a p o r v u e s t r a v i d a . Bien recor-
d a r é i s el día q u e os e n c o n t r é en el P u e n t e N u e v o y el
billete en q u e os s u p l i c a b a devolviérais el a d e r e z o á
Cardillac, á fin d e q u e su odiosa p a s i ó n no se convir-
tiera en p r e t e x t o p a r a a t e n t a r contra v u e s t r a vida. Al
s i g u i e n t e día d e n u e s t r o e n c u e n t r o n o h a b í a i s d e v u e l -
to el e s t u c h e , y y o oía á Cardillac h a b l a r consigo
m i s m o , l a m e n t a r s e d e la falta d e sus m a l d i t a s joyas y
acariciar s u s a n t i g u a s i d e a s d e a s e s i n a t o . Q u e r í a y o
salvaros á toda costa, a u n q u e f u e s e preciso p e r d e r á
Cardillac.
» C u a n d o se h u b o e n c e r r a d o en su casa p a r a r e z a r ,
s e g ú n decía, s u s o r a c i o n e s de la n o c h e , y e n t r e g a r s e al
r e p o s o q u e t a n t o necesitaba, salí p o r la p u e r t a e x c u -
sada y f u i á o c u l t a r m e en u n rincón del m u r o , d o n d e
n i n g ú n reflejo de luz p o d í a d e s c u b r i r mi p r e s e n c i a . No
e s t u v e m u c h o t i e m p o sin ver salir á C a r d i l l a c ; seguíle
á cierta distancia con p r e c a u c i ó n , y al llegar á la es-
q u i n a d e la calle d e S a n H o n o r a t o d e s a p a r e c i ó c o m o
u n e s p e c t r o . S i e n d o mi único o b j e t o p r o t e g e r o s y d e -
f e n d e r o s con m i c u e r p o , f u i á s i t u a r m e en el u m b r a l
d e v u e s t r a m o r a d a . Casi en el m i s m o , i n s t a n t e pasa
p o r d e l a n t e de mi, sin v e r m e , u n oficial q u e vestía r i -
q u í s i m o t r a j e ; iba t a r a r e a n d o un a r i a y p a r e c í a m u y
c o n t e n t o . De r e p e n t e u n a s o m b r a n e g r a se p r e c i p i t a
d e t r á s d e él; sigúese u n a lucha r á p i d a c o m o el r a y o ;
p e r o esta vez la P r o v i d e n c i a vela, y e s el asesino, es
Cardillac q u i e n cae h e r i d o . Acudo, p r o f i r i e n d o u n
g r i t o d e h o r r o r ; el oficial m e t o m a por cómplice del
salteador, m e hace f r e n t e y se r e t i r a e s p a d a en m a n o
d e j a n d o u n p u ñ a l en el sitio. No m e o c u p o m á s q u e d e
mi desgraciado maestro: temiendo que una patrulla
del p r e b o s t a z g o m e s o r p r e n d i e r a en tan s e m e j a n t e
t r a n c e , c a r g o con el c u e r p o casi i n a n i m a d o d e C a r d i -
Uac, y bajo el peso d e tan triste f a r d o , sin olvidar el
puñal q u e podía, m á s t a r d e , s e r v i r d e t e s t i m o n i o del
homicidio, consigo e n t r a r no sin g r a n t r a b a j o en n u e s -
tro taller por la p u e r t a secreta. Ya sabéis lo d e m á s . . .
Soy inocente d e t o d o c r i m e n , p e r o n i n g u n a t o r t u r a m e
obligará á confesar j a m a s el h o r r i b l e m i s t e r i o . Es pre-
ciso q u e la p o b r e Madelon n o t e n g a por q u é sonro-
jarse j a m a s de los c r í m e n e s d e su p a d r e . No q u i e r o q u e
la m a n o del v e r d u g o a r r a s t r e los d e s p o j o s del h o m b r e
á q u i e n esa p o b r e niña debe la vida. Q u e la C a m a r a
Ardiente h a g a d e mí lo q u e q u i e r a : estoy d i s p u e s t o a
s u f r i r l o todo, y sólo os p i d o d e rodillas u n a g r a c i a :
p r o m e t e d m e n o a b a n d o n a r á Madelon h u é r f a n a , cuan-
d o yo h a y a s u f r i d o el ú l t i m o suplicio.»
La s e ñ o r a de S c u d e r i , c o n m o v i d a hasta d e r r a m a r la-
g r i m a s , hizo c o m p a r e c e r al m o m e n t o á M a d e l o n . La
joven, poseída de un pesar p r o f u n d o , p r e s e n t ó s e t r é -
mula y d e s c o n s o l a d a ; p e r o al reconocer a Oliverio, u n a
e x p r e s i ó n celestial a n i m ó s u s ojos y a r r o j ó s e en sus
brazos e x c l a m a n d o :
- Y a sabía y o bien q u e t ú n o podías ser culpable;
p e r o a h o r a e s t o y s e g u r a d e ello p u e s t o q u e te veo,
p u e s t o q u e la m á s noble de las m u j e r e s te ha salvado
para devolverte á mi a m o r I
Oliverio e x p e r i m e n t ó en este r á p i d o i n s t a n t e u n a
i n m e n s a d i c h a ; e r a inocente, a m a d o y l i b r e ! . . . Las
a n g u s t i a s del p a s a d o se olvidaron en el é x t a s i s d e los
dos amantes... , .
P e r o Desgrais llamó d i s c r e t a m e n t e á la p u e r t a del
a p o s e n t o , y dijo q u e era t i e m p o d e s e p a r a r s e . Oliverio
B r u s s o n debía volver al calabozo a n t e s d e la salida
del sol. , ...
La señora d e S c u d e r i d e p l o r a b a la s u e r t e h o r r i b l e
q u e a m e n a z a b a al p o b r e joven, cuya inocencia le p a r e -
cía tan bien p r o b a d a , y a t o r m e n t a b a su e s p í r i t u p a r a
hallar u n m e d i o d e salvarle. Escribió p o r lo p r o n t o al
 p r e s i d e n t e la R e y n i e p a r a r e f e r i r l e los p o r m e n o r e s d e
su e n t r e v i s t a con Oliverio B r u s s o n , d e s p l e g a n d o en su
carta t o d o el calor, toda la elocuencia q u e p r e s t a al
estilo u n a convicción i n q u e b r a n t a b l e . El p r e s i d e n t e se
a p r e s u r ó á enviarle á d e c i r q u e se regocijaba sincera-
m e n t e d e la inocencia d e su joven p r o t e g i d o , p e r o q u e
era m e n e s t e r q u e la justicia s i g u i e r a su c u r s o : si Oli-
verio persistía en n e g a r s e á revelar lo q u e sabía el
t r i b u n a l se vería obligado a t r i u n f a r d e su r e s i s t e n c i a
p o r los m e d i o s e x t r e m o s .
Presa d e la a n s i e d a d q u e estas p a l a b r a s le p r o d u j e -
r o n , la s e ñ o r a d e S c u d e r i , q u e conocía bien los san-
g r i e n t o s r i g o r e s d e la R e y n i e , corrió á casa d e P e d r o
A r n a u d d ' A u d i l l y , el m á s célebre a b o g a d o d e P a r í s .
E s p e r a b a , con su apoyo, c o n s e g u i r q u e se aplazara la
ejecución d e la sentencia de la. C a m a r a A r d i e n t e El
legista, d e s p u é s de h a b e r e s c u c h a d o c o r t é s m e n t e á la
d a m a , r e s p o n d i ó l e s o n r i e n d o con este verso d e Des-
preaux :
Lo verdadero puede á veces no ser verosímil.
P r o b ó c l a r a m e n t e á la señora d e S c u d e r i q u e t o d a s
las a p a r i e n c i a s se r e u n í a n contra la veracidad posible
d e la confesión d e Oliverio, y q u e en t o d o caso, las
m e d i d a s q u e p r o p o n í a la R e y n i e p a r a ilegar al d e s c u -
b r i m i e n t o d e la v e r d a d le p a r e c í a n infalibles.
- P u e s b i e n - e x c l a m ó la s e ñ o r a d e S c u d e r y - i r é á
a r r o j a r m e á los pies del r e y .
- G u a r d a o s bien d e ello, s e ñ o r a - r e p l i c ó el juriscon-
s u l t o . - E l r e y n o i n d u l t a r á j a m á s á u n h o m b r e q u e se
m e g a a r e v e l a r á los t r i b u n a l e s u n m i s t e r i o semejante-
la s e g u n d a d pública está c o m p r o m e t i d a en ello El
p u e b l o e n t e r o se rebelaría c o n t r a tal a b u s o d e la cle-
m e n c i a Q u e v u e s t r o joven h a b l e con f r a n q u e z a , q u e
r e s p o n d a á t o d a s las p r e g u n t a s ; y si no llegase a p r o -
b a r su inocencia p a r a q u e le a b s u e l v a n , os q u e d a r á
s i e m p r e , como ú l t i m o r e c u r s o , el d e r e c h o d e a p e l a r á
la m i s e r i c o r d i a real.
E s t e p r u d e n t e consejo m e r e c í a s e r a t e n d i d o . La se-
ñora d e S c u d e r i se r e t i r ó á su casa m u y a f l i g i d a ; p e r o
r o g a n d o á Dios q u e venciera la obstinación d e Olive-
rio B r u s s o n , q u i e n con u n a sola palabra podía e v i t a r
d e s h o n r a y p a t í b u l o . P o r la n o c h e , su fiel Martiniére
e n t r e a b r i ó la p u e r t a del t o c a d o r d o n d e se había ence-
r r a d o t o d o el día su s e ñ o r a , y a n u n c i ó casi en voz baja
q u e el conde d e Miossens, coronel de g u a r d i a s del rey,
solicitaba el h o n o r d e ser r e c i b i d o sin d e m o r a .
— S e ñ o r a — l e dijo así q u e e s t u v i e r o n solos—me dis-
p e n s a r é i s q u e m e p r e s e n t e t a n á d e s h o r a en v u e s t r a
casa c u a n d o s e p á i s q u e v e n g o por Oliverio B r u s s o n .
—¡ Hablad I ¡ o h , hablad p r o n t o , caballero I os lo s u -
plico—exclamó la s e ñ o r a d e S c u d e r i .
— T o d o P a r í s — c o n t i n u ó el coronel—está p e r s u a d i d o
de la culpabilidad d e Oliverio ; p e r o v u e s t r o excelente
corazón, lo sé, os c o n d u c e á c r e e r t o d o lo c o n t r a r i o . A
decir v e r d a d , s e ñ o r a , n a d i e m e j o r q u e yo p u e d e reco-
nocer la inocencia d e ese joven en el h o m i c i d i o d e
Cardillac... p o r q u e yo soy, señora, q u i e n le m a t ó en la
calle d e San Honorato, cerca d e esta casa. E s preciso
q u e d e s d e h o y se declare á Cardillac a u t o r ú n i c o d e
los a t a q u e s n o c t u r n o s q u e han c o s t a d o la vida á t a n t a s
h o n r a d a s p e r s o n a s . Concebí la p r i m e r a s o s p e c h a cuan-
d o "ese m i s e r a b l e , al e n t r e g a r u n aderezo p a r a mi á m i
a y u d a d e c á m a r a , le dirigió m u c h a s p r e g u n t a s p a r a
a v e r i g u a r á q u é h o r a d e la n o c h e iba yo á ver á cierta
s e ñ o r a . Esta p r e g u n t a , q u e m e f u é c o m u n i c a d a al p u n -
to p o r u n s e r v i d o r fiel, p a r e c i ó m e o c u l t a r a l g ú n m i s -
t e r i o d e i n i q u i d a d . Había oído d e c i r q u e t o d a s las
v í c t i m a s p r e s e n t a b a n igual h e r i d a ; p o d í a s e i n f e r i r q u e
la m i s m a m a n o d e s c a r g a b a t o d o s los golpes y q u e el
asesino c i f r a b a su confianza en u n a sola m a n e r a d e e m -
 p r e s i d e n t e la R e y n i e p a r a r e f e r i r l e los p o r m e n o r e s d e
su e n t r e v i s t a con Oliverio B r u s s o n , d e s p l e g a n d o en su
carta t o d o el calor, toda la elocuencia q u e p r e s t a al
estilo u n a convicción i n q u e b r a n t a b l e . El p r e s i d e n t e se
a p r e s u r ó á enviarle á d e c i r q u e se regocijaba sincera-
m e n t e d e la inocencia d e su joven p r o t e g i d o , p e r o q u e
era m e n e s t e r q u e la justicia s i g u i e r a su c u r s o : si Oli-
verio persistía en n e g a r s e á revelar lo q u e sabía el
t r i b u n a l se vería obligado a t r i u n f a r d e su r e s i s t e n c i a
p o r los m e d i o s e x t r e m o s .
Presa d e la a n s i e d a d q u e estas p a l a b r a s le p r o d u j e -
r o n , la s e ñ o r a d e S c u d e r i , q u e conocía bien los san-
g r i e n t o s r i g o r e s d e la R e y n i e , corrió á casa d e P e d r o
A r n a u d d ' A u d i l l y , el m á s célebre a b o g a d o d e P a r í s .
E s p e r a b a , con su apoyo, c o n s e g u i r q u e se aplazara la
ejecución d e la sentencia de la. C a m a r a A r d i e n t e El
legista, d e s p u é s de h a b e r e s c u c h a d o c o r t é s m e n t e á la
d a m a , r e s p o n d i ó l e s o n r i e n d o con este verso d e Des-
preaux :
Lo verdadero puede á veces no ser verosímil.
P r o b ó c l a r a m e n t e á la señora d e S c u d e r i q u e t o d a s
las a p a r i e n c i a s se r e u n í a n contra la veracidad posible
d e la confesión d e Oliverio, y q u e en t o d o caso, las
m e d i d a s q u e p r o p o n í a la R e y n i e p a r a ilegar al d e s c u -
b r i m i e n t o d e la v e r d a d le p a r e c í a n infalibles.
- P u e s b i e n - e x c l a m ó la s e ñ o r a d e S c u d e r y - i r é á
a r r o j a r m e á los pies del r e y .
- G u a r d a o s bien d e ello, s e ñ o r a - r e p l i c ó el juriscon-
s u l t o . - E l r e y n o i n d u l t a r á j a m á s á u n h o m b r e q u e se
niega a r e v e l a r á los t r i b u n a l e s u n m i s t e r i o semejante-
la s e g u n d a d pública está c o m p r o m e t i d a en ello El
p u e b l o e n t e r o se rebelaría c o n t r a tal a b u s o d e la cle-
m e n c i a Q u e v u e s t r o joven h a b l e con f r a n q u e z a , q u e
r e s p o n d a á t o d a s las p r e g u n t a s ; y si no llegase a p r o -
b a r su inocencia p a r a q u e le a b s u e l v a n , os q u e d a r á
s i e m p r e , como ú l t i m o r e c u r s o , el d e r e c h o d e a p e l a r á
la m i s e r i c o r d i a real.
E s t e p r u d e n t e consejo m e r e c í a s e r a t e n d i d o . La se-
ñora d e S c u d e r i se r e t i r ó á su casa m u y a f l i g i d a ; p e r o
r o g a n d o á Dios q u e venciera la obstinación d e Olive-
rio B r u s s o n , q u i e n con u n a sola palabra podía e v i t a r
d e s h o n r a y p a t í b u l o . P o r la n o c h e , su fiel Martiniére
e n t r e a b r i ó la p u e r t a del t o c a d o r d o n d e se había ence-
r r a d o t o d o el día su s e ñ o r a , y a n u n c i ó casi en voz baja
q u e el conde d e Miossens, coronel de g u a r d i a s del rey,
solicitaba el h o n o r d e ser r e c i b i d o sin d e m o r a .
— S e ñ o r a — l e dijo así q u e e s t u v i e r o n solos—me dis-
p e n s a r é i s q u e m e p r e s e n t e t a n á d e s h o r a en v u e s t r a
casa c u a n d o s e p á i s q u e v e n g o por Oliverio B r u s s o n .
—¡ Hablad I ¡ o h , hablad p r o n t o , caballero I os lo s u -
plico—exclamó la s e ñ o r a d e S c u d e r i .
— T o d o P a r í s — c o n t i n u ó el coronel—está p e r s u a d i d o
de la culpabilidad d e Oliverio ; p e r o v u e s t r o excelente
corazón, lo sé, os c o n d u c e á c r e e r t o d o lo c o n t r a r i o . A
decir v e r d a d , s e ñ o r a , n a d i e m e j o r q u e yo p u e d e reco-
nocer la inocencia d e ese joven en el h o m i c i d i o d e
Cardillac... p o r q u e yo soy, señora, q u i e n le m a t ó en la
calle d e San Honorato, cerca d e esta casa. E s preciso
q u e d e s d e h o y se declare á Cardillac a u t o r ú n i c o d e
los a t a q u e s n o c t u r n o s q u e han c o s t a d o la vida á t a n t a s
h o n r a d a s p e r s o n a s . Concebí la p r i m e r a s o s p e c h a cuan-
d o "ese m i s e r a b l e , al e n t r e g a r u n aderezo p a r a mi á m i
a y u d a d e c á m a r a , le dirigió m u c h a s p r e g u n t a s p a r a
a v e r i g u a r á q u é h o r a d e la n o c h e iba yo á ver á cierta
s e ñ o r a . Esta p r e g u n t a , q u e m e f u é c o m u n i c a d a al p u n -
to p o r u n s e r v i d o r fiel, p a r e c i ó m e o c u l t a r a l g ú n m i s -
t e r i o d e i n i q u i d a d . Había oído d e c i r q u e t o d a s las
v í c t i m a s p r e s e n t a b a n igual h e r i d a ; p o d í a s e i n f e r i r q u e
la m i s m a m a n o d e s c a r g a b a t o d o s los golpes y q u e el
asesino c i f r a b a su confianza en u n a sola m a n e r a d e e m -
 plear la d a g a . P o r eso m e o c u r r i ó p r e c a v e r m e contra
s u s a t a q u e s , p o n i é n d o m e bajo el t r a j e u n a ligera cora-
za. F u i a t a c a d o por un solo h o m b r e , por C a r d i l l a c ; su
p u ñ a l , c o m o yo había previsto, resbaló s o b r e el acero
q u e c u b r í a m i p e c h o ; y a p r o v e c h á n d o m e d e su sor-
p r e s a , tendíle á m i s pies de u n g o l p e s e g u r o , al q u e
no h u b i e r a resistido u n g i g a n t e .
—i Y h a b é i s g u a r d a d o silencio á riesgo d e q u e ca-
y e r a la cabeza d e un inocente ? ¿ Es noble, es le-
v a n t a d o esto, señor conde ?.— e x c l a m ó la s e ñ o r a d e
Scuderi.
— P e r o , s e ñ o r a — r e p u s o el coronel—¿ h a b é i s olvida-
d o ya q u e el mariscal de L u x e m b u r g o f u é e n c e r r a d o
en la Bastilla por h a b e r s e h e c h o d e c i r la b u e n a v e n t u -
ra No sabéis q u e la R e y n i e , c u y o oficio es o l f a t e a r
la c a r n e q u e se a r r o j a al v e r d u g o , h a b r í a p o d i d o , en
u n exceso d e celo, t r a t a r m e c o m o á o t r o s m u c h o s á'
q u i e n e s se tiene la p r e t e n s i ó n d e hacer justicia ? Sí,
c i e r t a m e n t e , m e g u a r d a r é bien d e e n t r e g a r m e a la vo-
r a c i d a d d e los b u i t r e s d e m a e s e la R e y n i e . Deseaba
ú n i c a m e n t e al venir a q u í , s e ñ o r a , o f r e c e r o s u n a certi-
d u m b r e m a s d e la inocencia del p o b r e diablo q u e n o
tiene m a s e s p e r a n z a q u e en vos. A p r o v e c h a o s d e mi
confidencia, sin a b u s a r de ella en c o n t r a m í a . Gardillac
era un m i s e r a b l e : Oliverio B r u s s o n n o vale q u i z á s
m u c h o m a s q u e él; p e r o éste es u n paralelo q u e ni vos
ni y o t e n e m o s g r a n i n t e r é s en establecer.
La s e ñ o r a d e S c u d e r i c o n s i g u i ó , no sin esfuerzo"de
M. d e Miossens, q u e la a c o m p a ñ a r a á casa d e A r n a u d
d ' A u d i l l y , á fin d e c o m u n i c a r l e los p o r m e n o r e s d e esta
f u n e s t a historia y de c o n c e r t a r s e sobre la m a n e r a d e
p a r a r los golpes de la R e y n i e .
El célebre a b o g a d o se hizo r e p e t i r m u c h a s veces u n a
p a r t e d e las c i r c u n s t a n c i a s m a s delicadas del a s u n t o
y se a s e g u r ó d e q u e el c o n d e d e Miossens p o d r í a , lle-
g a d o el caso, establecer la i d e n t i d a d d e Cardillac y
reconocer en Oliverio B r u s s o n al h o m b r e q u e se habla
llevado el c a d a v e r .
- H a y m á s - r e p u s o el coronel d e los g u a r d i a s ; — e n -
tre las piezas de convicción d e p o s i t a d a s en el bufete
del p r e s i d e n t e la R e y n i e , e n c u é n t r a s e mi p u ñ a l ; lleva
en la e m p u ñ a d u r a u n a cifra q u e p u e d o i n d i c a r : en
c u a n t o á Oliverio B r u s s o n , le r e c o n o c e r é e n t r e mil
- T o d o s n u e s t r o s e s f u e r z o s - r e p u s o M. d ' A u d i l l y -
no d e b e n t e n e r m a s objeto q u e o b t e n e r u n a p r o r r o g a ;
las confesiones d e Oliverio n o b a s t a r í a n para salvarle.
La s o s p e c h a d e complicidad le hace i n c u r r i r en p e n a
capital. Con todo, es m e n e s t e r q u e M. de Miossens se
p r e s e n t e en casa de la R e y n i e y le d i g a : T a l día, a tal
h o r a d e la noche, he visto a s e s i n a r a un h o m b r e en la
calle d e San H o n o r a t o ; otro h o m b r e , a c u d i e n d o a los
g r i t o s d e la v í c t i m a , se ha p r e c i p i t a d o s o b r e su cada-
ver y c r e y e n d o r e c o n o c e r en él un resto d e vida, se lo
ha ¡levado en brazos. Este h o m b r e era Oliverio Brus-
son Asi se a b r i r á u n n u e v o i n t e r r o g a t o r i o , y en vez
de ser s o m e t i d o el reo á la t o r t u r a se p r o c e d e r á a una
investigación j u r í d i c a . Sea cual f u e r e el r e s u l t a d o os
q u e d a r a , s e ñ o r a , u n r e c u r s o casi infalible en la cle-
m e n c i a del r e y . Á m i p a r e c e r , lo m e j o r y lo m a s breve
sería pedirle u n a a u d i e n c i a y c o n t a r l e t o d o lo q u e sa-
béis T o d a s las diligencias q u e la justicia p r a c t i q u e
sólo d a r a n s e g u r a m e n t e por r e s u l t a d o d e s c u b r i m i e n -
tos i n s u f i c i e n t e s p a r a m o t i v a r u n a s e n t e n c i a . La Ca-
m a r a Ardiente, en las c i r c u n s t a n c i a s críticas en q u e
nos e n c o n t r a m o s , juzga y c o n d e n a un poco por indi-
cios, p e r o el rey p u e d e e j e r c e r su p r e r r o g a t i v a y u s a r a
de ella si su conciencia n o se o p o n e .
El consejo de A r n a u d d'Audilly f u e a p r o b a d o . L o
m a s difícil era a c e r c a r s e a L u i s XIV, p u e s m a d a m a d e
M a i n t e n o n r e h u s a b a su i n t e r v e n c i ó n , c r e y e n d o q u e
Oliverio B r u s s o n era el capitán d e los b a n d i d o s c u y a
persecución había costado ya t a n t o .
 332
La s e ñ o r a d e S c u d e r i , r e d u c i d a á s u s p r o p i a s i n s p i -
raciones, t o m ó un p a r t i d o a n i m o s o : vistióse d e n e g r o
se e n g a l a n ó con el collar y los brazaletes d e Cardillac'
y c u b i e r t a con u n largo velo, p r e s e n t ó s e en casa d e la
ta vori ta, a la h o r a q u e el r e y estaba allí. T o d o s se incli-
n a b a n con r e s p e t o á su paso, y el m i s m o r e y al verla,
levantóse y le salió al e n c u e n t r o . Al o b s e r v a r el brillo
de las p e d r e r í a s e x c l a m ó :
- ¡ D i o s m í o ! ¿Es ese el a d e r e z o del p o b r e C a r d i l l a r
E n t a b l a d a asi la conversación, la s e ñ o r a d e S c u d e r i
se a p r o v e c h ó d e t o d a s las v e n t a j a s p a r a r e f e r i r lo q u e
s a b i a ; p i n t o con los m á s vivos colores la d e s e s p e r a c i ó n
de Madelon, y no ocultó la p r o t e c c i ó n q u e en su con-
cepto debía d i s p e n s a r á a q u e l l a p o b r e joven contra la
b r u t a l i d a d d e los a g e n t e s d e la justicia, r e f i r i e n d o t a m -
bién las e n t r e v i s t a s con la R e y n i e , Desgrais, y Oliverio
Brusson.
L u í s XIV e s c u c h a b a con a t e n c i ó n , y c o m o su i n t e r é s
iba en a u m e n t o , a n t e s d e q u e t u v i e r a t i e m p o d e h a c e r
la m e n o r reflexión, la s e ñ o r a d e S c u d e r i , a r r o d i l l á n -
d o s e a sus piés, le pidió el i n d u l t o d e Oliverio.
- P o r Dios, s e ñ o r a e x c l a m ó . — ¿ Q u é hacéis? ¿ C ó m o
f a v o r e c e r o s ? ¿No sería m i c l e m e n c i a u n acto d e ciega
debilidad ? & á la s e ñ o r a d e S u d e r i le d i j o :
— P e r o , s e ñ o r , las d e c l a r a c i o n e s del c o n d e d e Mios-
sens, las diligencias judiciales, en c u y a v i r t u d se p u e d e
y d e b e r e g i s t r a r d e a r r i b a a b a j o la casa d e Cardillac
el g r i t o del corazón, ese g r i t o q u e os c o n m u e v e y a , las
l a g r i m a s d e Madelon, q u e a m a á Oliverio; t o d o esto
¿ no b a s t a r a p a r a llevar á v u e s t r o á n i m o convicciones
m e n o s d e s f a v o r a b l e s al joven a c u s a d o , c u y a inocencia
q u i s i e r a y o d e m o s t r a r al m u n d o e n t e r o ?
L u í s XIV, p r o f u n d a m e n t e c o n m o v i d o , iba á r e p l i -
car, c u a n d o u n ligero r u m o r a t r a j o su m i r a d a hacia
el g a b i n e t e d o n d e t r a b a j a b a el m i n i s t r o Louvois, y al
p u n t o e n t r ó en él. M a d a m a de M a i n t e n o n y la s e ñ o r a
333
d e S c u d e r i q u e d a r o n solas, m i r á n d o s e con ansiedad ;
aquella b r u s c a salida del rey les parecía d e m a l a g ü e r o
p a r a el a s u n t o de q u e se le a c a b a b a d e h a b l a r tan d e •
i m p r o v i s o ; p e r o al cabo d e a l g u n o s m i n u t o s el m o n a r c a
e n t r ó de n u e v o en la c á m a r a d e m a d a m a d e M a i n t e n o n ,
y a c e r c á n d o s e á la s e ñ o r a d e S c u d e r i con u n a sonrisa
llena d e e x q u i s i t a g a l a n t e r í a , díjole á m e d i a voz:
—Me a g r a d a r í a ver á esa M a d e l o n . . . .
_ ¡ S e ñ o r - e x c l a m ó la a u t o r a d e Clelia-vuestros me-
n o r e s d e s e o s son ó r d e n e s del cielo!
Y l e v a n t á n d o s e al m o m e n t o , corrió tan p r e s u r o s a
c o m o se lo p e r m i t í a su edad, al salón d e e s p e r a q u e
p r e c e d í a al t o c a d o r d e la f a v o r i t a , y e x c l a m ó :
_ ¡ Madelon Cardillac! ¡venid á p o s t r a r o s a los pies
del r e y d e F r a n c i a !
C u a n d o L u í s XIV vió arrodillada a n t e si en a c t i t u d
desolada á la p o b r e hija del p l a t e r o , a d m i r ó p r i m e r o
la deliciosa belleza d e la joven: cogióla d e s p u e s las m a -
n o s y l e v a n t á n d o l a s u a v e m e n t e fijó en ella u n a pro-
f u n d a m i r a d a , palideció l i g e r a m e n t e y de)óla caer d e
hinojos nuevamente. _
M a d a m a d e M a i n t e n o n f r u n c i ó el ceño, y a c e r c á n d o s e
- Q u i s i e r a q u e esa m u c h a c h a estuviese ya le]os d e
a q u í ; se p a r e c e en u n t o d o á la s e ñ o r i t a d e la V a l h é r e ,
y este r e c u e r d o acaba d e p r o d u c i r en el r e y u n a dolo-
rosa e m o c i ó n ; p e r o v u e s t r a causa esta g a n a d a .
_ ¿ Había oído el r e y algo d e las ú l t i m a s p a l a b r a s d e
m a d a m a d e Maintenon? No p o d r í a d e c i r s e . Fijó su mi-
rada en el m e m o r i a l q u e le p r e s e n t a b a Madelon C a r -
dillac y n o p r o n u n c i ó m á s q u e estas p a l a b r a s :
- D e s p u é s de la sentencia d e la C a m a r a A r d i e n t e ,
sabréis mi respuesta.
Y h a c i e n d o u n a señal con la m a n o , d e s p i d i ó a la
p o b r e s u p l i c a n t e , q u e salió b a ñ a d a en llanto.
A l g u n o s días d e s p u é s , el texto d e las d e c l a r a c i o n e s
 oliverio brusson

del conde d e Miossens a n t e la C á m a r a A r d i e n t e circu-

laba p o r t o d o P a r í s : al h o r r o r q u e había i n s p i r a d o en
u n p r i n c i p i o Oliverio B r u s s o n s i g u i ó s e u n s e n t i m i e n t o
d e p i e d a d , y se hicieron a l g u n a s d e m o s t r a c i o n e s bajo
las v e n t a n a s del p r e s i d e n t e la R e y n i e .
— ¡ E n t r e g a d n o s á Oliverio B r u s s o n ! — g r i t a b a la m u l -
t i t u d . — ¡ E s inocente d e t o d o c r i m e n 1
F u é preciso q u e el jefe del t r i b u n a l d e s a n g r e hiciese ? e h e r e n c i a , se'les devolverían i n m e d i a t a m e n t e los ob-
g u a r d a r su casa por u n f u e r t e d e s t a c a m e n t o , p a r a sus- jetos s u s t r a í d o s , joyas y a d o r n o s .
t r a e r s e á t e m i b l e s vías d e h e c h o . ' T o d o lo q u e no f u é r e c l a m a d o , i n g r e s ó en el tesoro
E n t r e t a n t o , el p r o c e s o d e Oliverio se i n s t r u í a m u y
de la p a r r o q u i a d e S a n Eustaq-uio.
m i n u c i o s a m e n t e y con la m á s r i g u r o s a investigación.
El r e y n o h a b l a b a , p e r o sabíase q u e había t e n i d o con
Mr. d e Miossens u n a e n t r e v i s t a s e c r e t a ; por su o r d e n
habíase practicado de noche un escrupuloso registro
e n la casa d e Cardillac, y t e r m i n a d a esta diligencia, y
r e u n i d o s todos los a u t o s , L u í s XIV hizo l l a m a r á la
señora d e S c u d e r i á la c á m a r a de m a d a m a de Mainte-
non y salióle al e n c u e n t r o con la gracia con q u e sabía
hacer t o d a s las cosas.
—Os felicito, s e ñ o r a — d i j o ; — v u e s t r o p r o t e g i d o q u e d a
libre; p e r o no d e b é i s al r e y la gracia de Oliverio Brus-
son, p u e s su inocencia ha sido p r o c l a m a d a p o r senten-
cia d e la C á m a r a A r d i e n t e . Se o s e n t r e g a r á n de mi p a r -
te mil luíses q u e doy en d o t e á Madelon Cardillac. Q u e
se casen, p u e s t o q u e se a m a n ; p e r o q u e se alejen p a r a
s i e m p r e d e P a r í s y de F r a n c i a . . . j Yo lo q u i e r o !
Oliverio B r u s s o n y la hija d e Cardillac m a r c h a r o n á
G i n e b r a para a c a b a r s u s d í a s en u n a t r a n q u i l a obscu-
r i d a d , c o n s e r v a n d o hasta la m u e r t e u n dulce r e c u e r d o
d e la a b n e g a c i ó n d e la s e ñ o r a de S c u d e r i .
Un año d e s p u é s d e e s t o s a c o n t e c i m i e n t o s , fijóse u n a
notificación pública en t o d a s las c i u d a d e s del r e i n o ,
con el sello d e m o n s e ñ o r I-Iarlay d e C h a m p v a l o n , ar-
zobispo d e P a r í s , y d e P e d r o A r n a u d de Audilly abo-
g a d o del p a r l a m e n t o , a n u n c i a n d o q u e u n p e c a d o r mo-
 ÍNDICE

PÁGINAS.

La fascinación 5

E l c a n t o de A n t o n i a 2y

E l m i s t e r i o de l a c a s a d e s i e r t a 55

E l r e f l e j o perdido 33

Coppelius ' ,,3

Annunziata ,5,

La p u e r t a tapiada 201

Oliverio Brusson 265