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MULHERES PARA CONSUMO: DISCURSOS DA CULTURA DO ESTUPRO

NA PUBLICIDADE BRASILEIRA

Leonísia Moura Fernandes

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA, leonisia.mouraf@gmail.com

Resumo: As sociedades contemporâneas ainda comportam relações de gênero patriarcalmente organizadas,


as quais estão enraizadas em todas as searas sociais, inclusive nos meios de comunicação de massa. A
violência sexual constitui uma de suas consequências mais desastrosas e alarmantes, pois está inserida em
uma dinâmica complexa de aceitabilidade social. Os movimentos feministas e de mulheres cunharam o
termo “cultura do estupro” para se referirem a tal lógica. Argumenta-se que a representação estereotipada das
relações de gênero na mídia brasileira contribui diretamente para a naturalização da violência sexual contra
mulheres, posicionando-as como acessíveis aos homens. Com base na Análise Crítica do Discurso (ACD), da
revisão bibliográfica de estudos de gênero e das teorias críticas dos direitos humanos sobre direito à
comunicação, este trabalho visa demonstrar que a mídia brasileira – especificamente os anúncios
publicitários – ao refletir o discurso da cultura do estupro está ao mesmo tempo reforçando-a e, nesse
sentido, contribuindo para a ideologia patriarcal binária. Uma vez que o discurso da cultura do estupro é
socialmente hegemônico e estruturalmente enraizado, o Sistema de Justiça Criminal demonstra-se ineficaz
para lidar com a problemática, sendo a democratização da mídia e a pluralidade de discursos de gênero um
instrumento de prevenção e superação da violência contra mulheres.
Palavras-chave: violência sexual; cultura do estupro; mulher e mídia; direitos humanos.

www.generoesexualidade.com.br
(83) 3322.3222
contato@generoesexualidade.com.br
Introdução: O quais sejam o ordenamentos consistindo no

sistema patriarcal masculino e o legais, que as feministas

binário – como feminino, provocando norte-americanas

expressão resguardando a condições mais cunharam de

específica das opressão daquele dignas de rape culture –

relações de sobre esse e existência. No cultura do

gênero – revela- excluindo todas entanto, no plano estupro.

se como uma das as outras material, as (WHISNANT,

formas mais identidades que desigualdades e 2009). A cultura

antigas e não se encaixam opressões do estupro, como

socialmente nesse padrão. persistem, as demais

enraizadas de ocasionando as violências


Não
organizar a vida. mais variadas acometidas às
obstante o
(SAFFIOTI, violências de mulheres em
aparato jurídico
2004). gênero de ordem razão do gênero,
ocidental ter
Caracteriza-se física, psicológica transcendem os
historicamente
pela tentativa de e simbólica. crimes e práticas
endossado tal
definir a A individuais e
sistema, os
submissão violência sexual afetam as
movimentos
feminina como constitui um dos mulheres
feministas e de
natural, além de exemplos mais enquanto grupo.
mulheres – e
científica e cotidiano na vida Está imiscuída
mais
moralmente das mulheres. Tal em todas as
recentemente o
legitimada. expressão de searas da vida
movimento de
Institui divisão violência de social, inclusive
Lésbicas, Gays,
entre esfera gênero está nas instituições
Travestis,
privada e pública, inserida em uma incumbidas em
Transexuais,
estabelecendo dinâmica puni-las e
Transgêneros e
posições e complexa de preveni-las, como
Intersexo
espaços aceitabilidade os órgãos
(LGBTI) –
diferenciados social e forenses e de
conquistaram
para os gêneros culpabilização da polícia.
várias mudanças
que reconhece, nos vítima,
Nesse dominação de Assim, o transformá-la,
diapasão, certos grupos objetivo do pois os sujeitos
destacam-se as sociais sobre presente trabalho sociais não se
práticas dos outros. Isso se dá consiste na relacionam de
meios de pelo acesso investigação maneira passiva
comunicação de restrito aos acerca do que com os discursos.
massa em razão grupos constitui e como (FAIRCLOUGH,
do seu poder de dominantes, em está organizada a 2001). Uma vez
alcance e detrimento dos cultura do que a violência
influência na dominados e da estupro, sexual contra
contemporaneida representação considerando que mulheres está
de. acrítica e a mesma está inserida numa
(THOMPSON, estereotipada da inserida em uma dinâmica social
2007). Entende- realidade do ordem maior de enraizada
se que a ponto de vista dominação e culturamente, a
comunicação hegemônico das exploração superação da
midiatizada lutas sociais. feminina, mesma está
funciona como Segundo atravessada por imbricada aos
tecnologia de Fairclough outras formas de principais
gênero, ou seja, (2001) – assim opressões, como espaços de
ao mesmo tempo como De Lauretis as de raça e etnia, sociabilidade
em que (1987) – essa classe e contemporânea,
representa o representação da orientação sexual. quais sejam, os
gênero, o está realidade é, ao (SAFFIOTI, aparelhos
construindo e, mesmo tempo, 2013). midiáticos.
portanto, produção da Tendo em
Metodologia: A
normatizando-o. mesma, na vista que o
pesquisa é
(DE LAURETIS, medida em que o discurso
realizada com
1987). Para Biroli discurso midiático pode
abordagem das
e Miguel (2011) a midiático atua construir a
construções
mídia em geral posicionando realidade,
teóricas que
relaciona-se objetos e sujeitos depreende-se que
utilizam o gênero
diretamente com nas relações pode também
como categoria
o exercício da sociais.
de análise social, sua estrutura e referencial estrutura em que
relacionando-o dinâmica. teórico- o evento
com o modo (PAULO metodológico discursivo é
capitalista de NETTO, 2011). mais adequado produzido,
produção da vida, Consistindo para os objetivos transmitido e
bem como numa pesquisa desta pesquisa, recebido.
opressões de raça descritiva e uma vez que A análise
e orientação exploratória. toma o discurso social do evento
sexual, na Expõem-se como uso da discursivo será
perspectiva as construções linguagem realizada com
teórica de sociais que concebido por base nas
consubstancialida organizam a práticas sociais construções
de e cultura do estupro historicamente teóricas
coextensividade, e a objetificação situadas. apontadas acima
considerando a das mulheres na (FAIRCLOUGH, e também nos
pluralidade de publicidade 2001a). aportes teórico-
formas de brasileira como A ACD é metodológicos
vivenciar a tática de marcada pelo apresentados por
existência mercado, enfoque Thompson (2007)
feminina e a naturalizando-se tridimensional de acerca do papel
impossibilidade a violência análise proposto dos meios de
de abarcá-las em sexual. por Fairclough comunicação de
uma categoria (2001): análise do massa para
Consideran
pretensamente texto, da prática articular sentido e
do que a
universal de discursiva e da poder nas
publicidade é um
“mulher”. prática social. representações da
gênero específico
(KERGOAT, Nesse viés, deve realidade.
do uso da
2010). A partir ser realizada Ademais, são
linguagem,
dessa base tanto a análise considerados
entende-se que a
teórica, objetiva- dos elementos documentos
Análise Crítica
se desvelar a textuais, quanto a oficiais que
do Discurso
essência da análise social do exploram dados e
(ACD) apresenta-
cultura do contexto e estatísticas sobre
se como o
estupro, ou seja,
violência sexual casos não vítima, sejam feminino, que vão
contra mulheres, notificados. O homens em mais desde a forma de
caracterizando anuário de 90% dos se vestir até a
uma pesquisa subsequente casos. Uma das escolha de
bibliográfica e registrou uma razões pelas quais caminhos e
documental com queda de mais de esse crime deve horários para
abordagem 5% nas ser entendido deslocar-se,
qualitativa. notificações de como violência embaraçando o

Resultados e violência sexual de gênero. A direito de ir e vir

Discussão: O em 2014, cultura do estupro das mulheres,

atual cenário das contudo, o desdobra-se para relegando o

implicações da documento além da violência incentivo da

cultura do estupro chama a atenção física e prática do crime

é alarmante. para a elevada psicológica que às vítimas.

Estatísticas do taxa de atinge (WHISNANT,

anuário do Fórum subnotificação diretamente as 2009).

Brasileiro de que ainda sobreviventes, Essa


Segurança acomete crimes funcionando política de
Pública (2014) dessa natureza. como prática controle
apontam que o (FBSP, 2015). política de apresenta-se
número estimado Estudo do controle das dissimulada na
de mulheres que Instituto de mulheres ideologia
sofreram estupro, Pesquisa enquanto grupo patriarcal binária.
ou tentativas de Econômica social. Como Segundo a
estupro, foi em Aplicada (IPEA, revelam as concepção crítica
torno de 50 mil 2014) estima que estatísticas, saber- de Thompson
no ano de 2013, as vítimas de se mulher é se (2007, p.140),
tendo o próprio estupro sejam reconhecer como ideologia se
anuário admitido 88,5% mulheres e potencial vítima define “em
que esse número os agressores, de estupro e, função das
possivelmente independentemen nesse sentido, maneiras como o
dobraria caso te da faixa etária opera-se uma sentido serve
fosse somado aos e gênero da série de atos de para estabelecer
controle do corpo
e sustentar conduta sexual enos 2005,
cultura p.180).
relações de dos padrões is
podem No que
dominação”. A patriarcais. ser
vistos tange às
ideologia pode (PATEMAN, como
expres expressões da
mascarar, 1993).
são
cultura do
justificar ou Ao referir- das
relaçõ estupro, este
legitimar se à cultura do es de
poder, projeto
opressões. Assim, estupro, este servin
do, em compreende não
a cultura do trabalho busca circun
stância apenas os delitos
estupro justifica compreender o s
tipificados no
as violações por termo cultura a específ
icas, Código Penal
meio do discurso partir da para
manter como “crimes
da dupla moral concepção ou
rompe contra a
sexual que estrutural de r
relaçõ dignidade
posiciona Thompson es de
sexual”, mas
diferentemente (2007). Pensada poder
e também as
homens e sob esse enfoque, estand
o diversas
mulheres no cultura articula sujeito
s a manifestações
exercício da expressões múltip
las, que revelam o
sexualidade, humanas talvez
entendimento de
devendo a mulher significadas aos diverg
entes e que o corpo das
comportar-se de contextos conflit
ivas, mulheres é
forma passiva e históricos interpr
etaçõe disponível aos
pudica, já o socialmente s pelos
indivíd homens a
homem de forma estruturados em uos despeito do
ativa e que essas que os
recebe desejo feminino.
dominadora expressões são m e os
perceb Pateman (1993)
(SAFFIOTI, produzidas, em no
curso afirma que para
2004). Nesse transmitidas e de
compreender a
sentido, os crimes recebidas. suas
vidas faces da violência
contra a cotidia
Entend
nas. sexual deve-se
dignidade sexual idos
(THO
desta
MPSO apreender como a
se distinguem em maneir
N,
a, os sexualidade é
linhas tênues da fenôm
operada dentro e" são De e bissexuais.
capaze
dos padrões s de Lauretis (1987, p. (KERGOAT,
ter
heteronormativos acesso 223) simplifica: 2010);
sexual
de feminilidade e a
“a sexualidade (GONZALES,
masculinidade. mulher feminina tem sido 1983).
es
Whisnant (2009, quand invariavelmente A
o,
p. 18, tradução onde e definida tanto em violência de
como
livre) descreve tal eles oposição quanto gênero é
quiser
padrão como em;
em relação à estrutural,
sendo aquele em que masculina”.
relaçõ incluindo-se aí a
que: es Frise-se que cultura do
sexuai
[…] o s são categorias raciais estupro. Para
macho atos de
será conqui e de orientação Thompson (2007,
persist sta
sexual se p. 198) isso
ente e mascul
agressi ina; relacionam de
vo, a que significa que as
fêmea mulher modo específico ações e interações
freque es são
nteme objeto com a cultura do entre grupos e/ou
nte s ou
será bens estupro, indivíduos são
relutan sexuai ocasionando
te e s dos perpassadas por
passiv homen maior
a, que s; e
“[...] assimetrias
o que objetificação e e diferenças
home homen
m é s sexualização das relativamente
invuln "precis
erável, am" e mulheres negras e estáveis – isto é,
podero têm os chamados
so, direito sistemáticas e
rígido a “estupros
sexo1
com
e
domin corretivos” de probabilidade de
ante, e 1
[…] the male will mulheres lésbicas
que as
be persistent and
perdurar [...]”, as
mulher
aggressive, the when, where, and quais estão
es
female often how they want it;
deseja
m tal
reluctant and passive; that sexual presentes,
that the male is intercourse is an act
compo inclusive, nas
invulnerable, of male conquest;
rtamen
powerful, hard, and that women are
to nos instituições
commanding, and men's sexual objects
homen
that women desire or possessions; and
s; que sociais e nos
such behavior from that men “need” and
"home
men; that “real men” are entitled to sex. discursos por elas
ns de
are able to get sexual (WHISNANT, 2009,
verdad
access to women p. 18).
difundidos. certo ponto pelas funçõe cam o
s de mundo
Assim, os estruturas sociais, lingua e seus
gem proces
discursos dos e, assim, ‘identi sos,
tária’, entida
meios de construindo-a. ‘relaci des e
comunicação de Fairclough (2001, onal’ e relaçõ
‘ideaci es.
massa são p. 91) aponta três onal’.
A Nesse
produzidos, aspectos dos função
identit sentido, o
transmitidos e efeitos ária
relacio discurso da
recebidos em construtivos do na-se
aos cultura do estupro
certos contextos e discurso, os quais
modos fabricada nos
processos se relacionam pelos
quais anúncios
históricos diretamente com as
identid comerciais
socialmente o discurso da ades
sociais representa
estruturados por cultura do estupro
são
estabel
construções
relações de e a ideologia
ecidas binárias opostas
gênero patriarcal binária: no
discurs de identidades
assimétricas, Esses o, a
três função femininas
dentre outras efeitos relacio
corres nal a passivas
formas de
ponde como
as
(objetificadas) e
relações de poder. m
respect relaçõ masculinas
Para ivame es
nte a sociais dominadoras
Fairclough três entre
funçõe os (agentes ativos).
(2001), o s da partici
lingua pantes A relação entre as
discurso deve ser gem e do
duas identidades
a discurs
entendido como dimen o são é marcada por
prática social na sões repres
de entada complementarida
medida em que, sentid s e
o que negoci de, mas também
ao representar a coexist adas, a
em e função por hierarquia e,
realidade, está interag ideaci sobretudo, por
em em onal
dotando-a de
todo aos posse. No campo
significados, os discurs modos
o – o pelos ideacional, as
quais são que quais
denom os estruturas sociais
determinados até inarei textos
as signifi são significadas
de forma televisão e o poder de poucos (FLAIRCLOUG
naturalizada, a rádio desde o grupos, famílias e H, 2001).
violência é século XX e, empresas. No Para
representada mais Brasil, é usado o Thompson
como mera recentemente, a termo (2007), a mídia é
sedução entre os Internet. Em “coronelismo responsável pelo
sexos. O discurso grande parte, o eletrônico” para conhecimento
midiático atua impacto dos se referir a tal que a maioria das
como uma mesmos se dá em fenômeno, pessoas tem dos
tecnologia de razão de sua remontando aos fatos que ocorrem
gênero, tecnologia de grandes coronéis para além do
representando-o e transmissão que latifundiários que meio social
construindo-o proporciona um outrora exerciam imediato. E atua
mutuamente. (DE alcance influência não somente
LAURETIS, relativamente política e informando, mas,
1987). irrestrito, econômica de através do
O aspecto quebrando acordo com seus entretenimento
definidor para o barreiras espaço- interesses mercadologicame
sucesso desta temporais à sua particulares. nte pensado,
tecnologia é a recepção, (VALENTE, constrói e
função relacional influenciando o 2013). Nesse modifica padrões
existente entre comportamento sentido, os culturais.
mídia e humano desde discursos
Os
gostos pessoais a dissonantes aos person
população em agens
geral. Os meios intenção de discursos que se
aprese
de comunicação votos. Todavia, o hegemônicos que ntam
nos
de massa mesmo não se dá se apresentam no filmes
e nos
exercem papel quanto à sua meio midiático
progra
produção. A têm alcance e mas de
crucial no modo televis
de vida das propriedade dos impacto bem ão se
tornam
sociedades meios de menor sobre a pontos
de
contemporâneas, comunicação população em referên
também está geral. (BIROLI; cia
destacando-se a comun
concentrada no MIGUEL, 2011); s para
milhõe de provocar no mensagens são nenhum direito,
s de
indivíd público alvo emitidas ou grupo de
uos
que desejos que só contribui para direitos, é mais
podem
nunca
podem ser que a ideologia importante que
interag satisfeitos pelo patriarcal binária outro, pois cada
ir um
com o consumo, seja reiterada e um é condição
outro,
mas elemento reconstruída por dos demais.
que
partilh essencial ao esses (PIOVESAN,
am,
em
modo de mecanismos. 2003).
virtude produção (FAIRCLOUGH,
de sua Nesse
partici capitalista, 2001); sentido é que
pação
numa utilizando (THOMPSON, FERREIRA
cultura
media inúmeras técnicas 2007). (1997) propõe um
da, de
para atingir tal Por essas amplo conceito
uma
experi objetivo. O
ência razões é que os de direito à
comu discurso da debates acerca do comunicação,
m e de
uma cultura do estupro direito à abarcando o
memór
ia é uma das táticas comunicação direito à
coletiv mais utilizadas
a. merecem informação, mas
(THO pela publicidade
MPSO
destaque para a também o direito
N, brasileira, o que consolidação dos a compartilhar
2007,
p.219). impacta direitos humanos, informações de
diretamente em tendo em vista modo compatível
De
como as relações seu caráter com o atual
maneira
de gênero e as indivisível e estágio de
repetitiva, a
mulheres são interdependente. desenvolvimento
publicidade
percebidas pelo Ou seja, para o da comunicação
comercial se faz
grande volume de exercício pleno social e com a
presente no
receptores. Ainda de um direito, pluralidade de
ínterim da
que essa recepção todos os demais formas de
programação
não se dê de devem estar existência, sem o
radiofônica e em
forma passiva, a assegurados, de quê o direito
toda a Internet.
estrutura social modo que individual à
Cumpre o papel
em que essas
liberdade de meios veícul De acordo
de os de
expressão torna- comun comun com Moreno
icação icação,
se uma norma social quand (2012),
ou de o não
vazia. massa. monop
reformular a
olizad imagem das
A Comparat os pelo
ordem
jurídic o (2008, p. 544) Estado mulheres na
autocr
a deve mídia apresenta-
prever segue na mesma ático,
acabar
e as linha: se como
am
instânc
sendo
ias Suced apropr
necessária à
govern e que, iados concretização da
amenta em pela
is nossos
prover
classe igualdade de
dias, o empre
a espaço gênero, prevista
sarial,
satisfa públic para
ção o de no art.5º, inciso I,
serviç
das comun os de
necessi icação da Constituição
seus
dades já não interes Federal, bem
de é a ses de
inform ágora
ação e
classe. como ao
atenie A
comun nse exercício da
democ
icação nem ratizaç
não só mesm ão dos dignidade pelas
no que o o meios mulheres, que são
concer Parlam de
ne às ento, comun constantemente
relaçõe como icação
s dos
indivíd
imagin de objetificadas e,
ou o massa
uos constit portanto,
repres
com o uciona enta,
Estado lismo pois, a desumanizadas
, mas clássic condiç nos comerciais.
igualm o, mas ão
ente sim a sine Para tais fins,
no que impren qua
se sa, o non refletir e formular
refere rádio, efetivo
à a sobre a regulação
exercí
produç televis cio da
ão e ão, a sobera
da publicidade
circula Intern nia brasileira, e do
ção et. popula
massiv Ora,
a de
r nos direito à
salvo dias
mensa esta comunicação
que
gens, última correm
vale os como um todo,
.
dizer, demais
no que grande faz-se uma
tange s
aos
necessidade Outra figura legal De inspiração merecer, ser feia
incontornável. que demonstrava bíblica, essa e não fazer seu

Durante que o corpo construção gênero, como se

muitas décadas, a feminino doutrinária2 visa se referisse à

legislação consistia em demarcar que relação sexual

brasileira mero objeto para muitas denúncias consentida e não

reproduziu consumação do de estupro são na à violência

discursos da tipo penal – e não verdade sexual. Em 2015,

cultura do estupro o próprio bem inventadas por circularam na

justamente no jurídico a ser mulheres que Internet fotos de

âmbito em que tutelado – era a almejam se carros que

deveria puni-la. possibilidade de vingar de um estampavam

Apenas com a extinção da homem que não adesivos

Lei 12.015/2009 punibilidade do as desejou. retratando a

a violência sexual agressor em caso (NUCCI, 2012). Presidenta da

passa a ser de casamento No plano República de

tipificada no com a vítima, político pernas abertas,

Código Penal revogada pela Lei institucional, em fazendo apologia

como crime 11.106/2005. 2014, um à penetração e

contra a Essa lei também deputado federal estupro da

dignidade sexual retirou os afirmou em mesma. Segundo

e não mais como requisitos de veículo midiático os donos dos

crime contra os “mulher honesta” de larga veículos, seria

costumes, e “mulher circulação que uma forma de

deslocando o bem virgem” para a não estupraria sua protestar contra o

jurídico a ser configuração de colega deputada aumento da

tutelado, alguns delitos por ela não gasolina.

passando da sexuais. No (ARRAES,


2
O trabalho de
proteção à entanto, ainda dissertação de 2015); (DIARIO
mestrado de Colouris
conduta sexual perdura na (2004) expõe
DE
doutrina penalista sentenças do poder PERNAMBUCO,
patriarcal à judiciário que
liberdade sexual a figura da julgaram crimes 2015).
sexuais e sua
das pessoas. síndrome da reprodução da
cultura do estupro.
mulher de Potifar. Vide referências.
Observa-se, última lidade mas
década de os para:
portanto, que a , os meios g.
avanço de estimu
cultura do estupro s na comun lar os
tecnol icação meios
ainda está ogia prestar de
presente em da em comun
inform uma icação
diversos âmbitos ação contrib a
facilita uição elabor
da vida social. Os ram o muito ar
desenv mais diretri
meios de olvime efetiva zes
nto de para o adequa
comunicação de um avanço das de
massa eletrônicos sistem das difusã
a mulher o que
exercem papel mundi es. contrib
al de uam
central na sua comun No para a
icaçõe erradic
reprodução e s que mesmo viés, a ação
transce
conservação Convenção da
nde as violên
enquanto discurso frontei cia
ras Interamericana
contra
hegemônico, nacion para Prevenir, a
ais e mulher
tendo em vista o tem Punir e Erradicar em
impact todas
grande alcance de o a Violência suas
pessoas que se sobre formas
as contra a Mulher
e a
relacionam polític realçar
as
(Convenção
o
cotidianamente govern Belém do Pará, respeit
ament o à
com os mesmos. ais, as 1994) assevera: dignid
atitude ade da
A Declaração e s e o Artigo mulher
Plataforma de compo 8 - Os ;
rtamen Estado
Ação de Beijing to das s
pessoa
Ainda
Partes
(1995, p. 232), s, concor sobre a imagem
sobret dam
produto da IV udo em das mulheres nos
das adotar,
Conferência crianç meios de difusão,
em
Mundial sobre a as e forma
adulto progre a Plataforma traz
Mulher, da qual o s ssiva, como um dos
jovens. medid
Brasil participou, Em as objetivos
toda específ
considera que: parte icas, estratégicos o
haveri inclusi
234. a a ve dever de
Na possibi progra
governos e prevenção aos femini Entende-
nos.
organizações crimes sexuais. Os se que o Direito
precon
internacionais de Para Moreno ceitos Penal é apenas
ainda
promo (2012), a Lei existen
uma esfera da
ver a tes
pesqui Maria da Penha luta pelo fim da
contra
sa e a inova a legislação s as violência contra
aplicaç mulher
ão de brasileira es as mulheres,
uma estão
estraté justamente por enraiz devendo ser, na
gia de ados
inform situar a prevenção na
verdade, ultima
ação, mente
educaç da violência ratio para os
e nos
ão e contra a mulher espírit problemas
comun o da
icação tão importante maiori sociais. A
orienta a da
da a quanto a punição popula superação das
estimu ção e,
lar a dos agressores. opressões de
assim,
aprese presen
ntação [...] é gênero,
tes nas
de condiç
ão prática incluindo-se aí a
uma s das
image funda cultura do
institui
m mental
ções,
equilib atuar estupro, constitui
demon
rada para a
strand uma questão
das transfo
o a
mulher rmaçã
absolu complexa que
es e o dos
ta
menin valore
s
necess demanda
as e idade
dos discri profundas
de
seus minató
mudan
múltipl rios transformações
ças de
os ainda
paradi nas estruturas
papéis. pratica
gmas
(BEIJI dos
e, por culturais.
NG, pela
conseg
1995, socied
uinte,
p.234). ade
brasile
um Conclusões: O
Nesse trabalh
ira, sistema patriarcal
o de
especi
sentido, modificar alment renova
ção binário está
o tratamento dado e no
das profundamente
que se
prática
pela mídia às refere
s imbricado ao
aos
relações de sociais
estereó
tipos . sistema
gênero constitui (MOR
dos capitalista, o qual
ENO,
papéis
ferramenta de 2012,
mascul
p.48).
se apropria
inos e
daquele a fim de de gênero, feministas e de nesse sentido que
garantir sua reafirmando mulheres, não documentos
ordem e relativa ideais opostos e têm tamanha internacionais de
estabilidade. A hierárquicos de inserção social, direitos humanos
objetificação e virilidade e não conseguindo e movimentos
sexualização do feminilidade, fazer real feministas e de
corpo das posicionando os contraponto às mulheres
mulheres seria sujeitos e representações apontam para a
uma das naturalizando radiofônicas e democratização
principais táticas expressões de outras formas de da mídia como
comerciais violência sexual publicidade. demanda urgente
adotadas pela sob a pretensa Assim, o para a igualdade
publicidade, a forma de humor e discurso da de gênero e
qual as posiciona irreverência. cultura do estupro dignidade
tais quais os Considera tem sua humana.
produtos a serem ndo que o amplo hegemonia Referências:
consumidos pelo ARRAES,
alcance da articulada e
Jarid. Adesivos
público publicidade garantida pelos misóginos são a
masculino, nova moda
comercial está meios de
contra
chegando a atrelado à sua comunicação de Dilma. 2015.
ocupar mais Disponível em:
difusão repetitiva massa, os quais
<http://www.revi
destaque no nos meios de estão staforum.com.br/
anúncio questaodegenero/
comunicação de cotidianamente
2015/07/01/adesi
publicitário do massa, e que presentes na vida vos-misoginos-
que o próprio sao-nova-moda-
esses estão de homens e
contra-dilma/>.
produto. Essa concentrados no mulheres, Acesso em: 10
prática tem mar. 2016.
poder de poucos inclusive de
implicações BIROLI, Flávia;
grupos e trabalhadores do MIGUEL, Luis
materiais na empresas, as Sistema de Felipe.
medida em que Caleidoscópio
vozes dissonantes Justiça Criminal convexo:
os meios de da sociedade civil que têm de lidar mulheres, política
comunicação de e mídia. São
organizada, como diretamente com Paulo: Unesp,
massa atuam os movimentos tais crimes. É 2011.
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