Aqui a ordem das funções fica ao invés, mas igual do que escrevemos f (x) e não xf ,
escrevemos g(f (x)) = (g ◦ f )(x) em vez de x f g.
Tendo presente esta ordem escolhida, examinamos o convênio seguinte.
3
A prova faz-se provando ambas as inclusões, i.e. ida e volta. Por exemplo, descrevendo
completamente os elementos:
0.1.1 Funções
Uma função f : X → Y entre dois conjuntos é uma regra que manda para todo elemento
x ∈ X um elemento f (x) ∈ Y . A imagem de um subconjunto A ⊂ X, f (A), é definida
como f (A) = {f (x) : x ∈ A}.
3. Ache uma condição sobre f tal que a inclusão é sempre uma igualdade na parte
anterior.
2. f −1 (B ∩ B) = f −1 (B) ∩ f −1 (C).
4. Na parte anterior, dê uma condição sobre f tal que a inclusão é uma igualdade para
todo B.
Bibliografia comentada
BIBLIOGRAFIA ÁLGEBRA LINEAR:
4
3) Anton - Rorres: para quem tiver dificuldade com a matéria e precisar de explicações
mais extendidas)
4) Paulo Boulos et al (são mais fáceis do que o Anton - Rorres, só usar se tiver muita
dificuldade)
5
6
Capı́tulo 1
O teorema de Pitágoras tem mais de 300 provas, e providenciamos duas (faltam figuras).
É o teorema que dá sentido às razões trigonométricas, no sentido que a identidade capital
cos2 θ + sen2 θ = 1 é consequência dele. (Costumam ter raı́zes no conceito de área. Neste
curso adotamos os axiomas da Álgebra Linear, que implicam os axiomas de Euclides e
contêm o conceito de área, que fica bem elaborado só em Cálculo II.)
Definição 1.0.1 O produto escalar de dois vetores em R2 (ou em R3 ) é dado pelas se-
guintes expressões equivalentes:
(faltam figuras)
(ESC1) (simétrico) u • v = v • u;
u • v = u1 v1 + u2 v2 + u3 v3 .
7
Corolário 1.0.3 As fórmulas seguintes são certas:
• cos(α + β) = cos(α)cos(β) − sen(α)sen(β);
• sen(α + β) = cos(α)sen(β) + sen(α)cos(β).
1.0.4 Prove o Corolário anterior visualmente, desenhando um triângulo retângulo de
ângulo α, e em cima outro de ângulo β, usando as propriedades da projeção ortogonal
(serve quando α, β são ângulos agudos!)
1.0.5 Prove o teorema do cosseno a partir das propriedades do produto escalar:
ku + vk2 = kuk2 + kvk2 + 2u • v.
Prove a Proposição 1.0.2 com isso.
1.0.6 Prove a desigualdade triangular: ku + vk ≤ kuk + kvk, com igualdade se e
somente se u = λv para λ ≥ 0 ou v = µu para µ ≥ 0.
8
1.1 Tarefas para casa, 2016
2) DO APOSTOL:
Os exercı́cios são do cap. 12 do vol. I do Apostol, 2a Edição em inglês.
- Seção 12.4 fiquem à vontade para fazer os que quiserem, e parem quando acharem chato
e monôtono. Acho normal vc’s terem zero dificuldade com a 12.4, e espero q seja jogo de
bola ou entediante sem dificuldade. Caso haja problemas, tragam na semana que vem.
- Seção 12.8 Exs. 19, 20, 22 - 25 (façam os que quiserem da 12.8, eu acho esses os mais
interessantes).
1.1.1 (Minha proposta) Após fazer o 25 da sec. 12.8, faça o seguinte: dados dois vetores
A, B não nulos de Rn , ache o valor de x ∈ R que minimiza a seguinte função:
||A + xB||.
1.1.3 (Uma de completar o quadrado!) Um extra, tb vai ajudar nas aulas: Dados dois
vetores de Rn , u, v, coloquem a expressão
9
1.1.1 Projeção ortogonal
(Faltam figuras)
u • v 2 (u • u)(v • v) − (u • v)2
||u − v|| = ≥ 0,
v•v v•v
que é 0 se e somente se u = u•vv•v
v. Em outras palavras, se v 6= 0, a componente normal de
u na direção de v é zero se e somente se u, v são proporcionais.
Prova n. 2 A função quadrática seguinte (com v 6= 0), é positiva para todo valor de x:
10
f (x) = ||u + xv||2 ≥ 0, ∀x ∈ R.
Do estudo das parábolas, sabemos que o discriminante é então negativo. Explicitando
f (x) obtém-se
f (x) = ||v||2 x2 + 2(u • v)x + ||u||2 ≥ 0,
e daı́ seu discriminante
∆ = 4 (u • u)(v • v) − (u • v)2 ≤ 0,
Prova: Mais do que comprovar a fórmula acima, vamos obtê-la desde zero.
Os termos a subtrair são
X
(u21 + · · · u2n )(v12 + · · · + vn2 ) = u2i vj2 ,
1≤i,j≤n
e X
(u1 v1 + · · · + un vn )2 = ui vi uj vj ,
e comparando é razoável separar ambos os duplos somatórios em blocos i = j e i 6= j,
se bem que é ainda melhor agrupar os termos (i, j) e (j, i) quando i 6= j. Deste modo
obtemos
n
!
X X
(A) = (u21 + · · · u2n )(v12 + · · · + vn2 ) = u2i vi2 + u2i vj2 + u2j vi2 ,
i=1 1≤i<j≤n
e !
n
X X
(B) = u2i vi2 + 2ui vi uj vj .
i=1 1≤i<j≤n
11
1.1.9 Vistas a desigualdade de Cauchy-Schwarz, e a identidade de Lagrange, temos o
seguinte enunciado, que pedimos ao leitor resolver.
Prove que, dados dois vetores u, v ∈ Rn , eles são proporcionais (i.e. LD) se e somente se
os seguintes termos são todos nulos:
Prova: Suponha que u 6= 0, e seja i tal que ui 6= 0. Da hipótese segue para todo j (j 6= i,
mas é óbvio se j = i) que
ui vj − uj vi = 0,
e daı́
vi
vj = uj .
ui
Em outras palavras, v = uvii u. O resto é análogo.
Observe que a prova anterior vale também para o caso de Cn (os escalares são números
complexos nesse caso).
Definição 1.2.1 Dada uma coleção (finita) de vetores (ui )i≤r ∈ Rn , λi ∈ R, uma com-
binação linear dos ui (e coeficientes λi é uma expressão
r
X
λi ui .
i=1
Definição 1.2.2 Sejam ui como acima. Diz-se que {u1 , . . . , ur } é um conjunto linear-
mente independente (LI) de vetores se e somente se, dada uma combinação linear
dos ui que é nula, X
λi ui = 0,
os coeficientes são necessariamente nulos, i.e. λ1 = . . . = λr = 0.
Exemplo 1.2.4 Dois vetores u, v são paralelos (i.e. proporcionais) se e somente se são
LD.
Exemplo 1.2.5 Estude se os vetores (2, 1), (2, 3), (1, 2) ∈ R2 são LI ou LD.
12
Exemplo 1.2.6 Dado um conjunto finito S de vetores de Rn , suponha que S é LI. Prove
que, se S 0 ⊂ S, então S 0 é LI.
α1 u1 + . . . + αr ur = 0.
Pode-se ver como uma combinação linear s1 αi ui = 0, onde αi = 0 para i > r. Então,
P
vemos que αi = 0, ∀i, já que S é LI.
(SEV1) u, v ∈ F ⇒ u + v ∈ F ;
(SEV2) u ∈ F, λ ∈ R ⇒ λu ∈ F.
(SEV )u, v ∈ F, λ, µ ∈ R ⇒ λu + µv ∈ F.
Exemplo 1.2.10 Prove que a condição (SEV) equivale às condições simultâneas (SEV1),
(SEV2).
13
1.2.12 Prove que hSi é um s.e.v. de Rn .
Teorema 1.2.19 Seja F ⊂ Rn um s.e.v. que possui uma base de k vetores. Então, todo
subconjunto de F de cardinal ≥ k + 1 é LD.
14
Prova: Suponha que existem duas bases (ui )i≤r , (vj )j≤s de F , e que r 6= s. Por simetria,
basta fazer o caso r > s, i.e. r ≥ s + 1. Pelo Teorema 1.2.19, os vetores u1 , . . . ur são LD,
o qual contradiz a hipótese r > s.
Agora falta provar que uma tal base de F existe. Formemos uma cadeia de s.e.v.’s
Fi ⊂ Fi+1 ⊂ F como segue: se F 6= 0, tome-se v1 ∈ F \ {0}. Se Fi 6= F , tome-se
vi+1 ∈ F \ Fi . O processo dá lugar a um sistema LI de vetores, v1 , v2 . . . e pelo Teorema
1.2.19, tem que parar no máximo em n passos.
É muito recomendável tentar resolver o Corolário seguinte como um exercı́cio antes de ler
a prova.
Corolário 1.2.21 Sejam v1 , . . . , vn ∈ Rn n vetores de Rn . As afirmações seguintes são
equivalentes.
(i) Os vetores v1 , . . . , vn são LI.
hv1 , . . . , vn i = Rn .
α1 v1 + · · · + αk vk + βw = 0.
Como os coeficientes não são todos nulos, β 6= 0, já que se for zero, α1 = 0, · · · , αk = 0
por independência linear de v1 , · · · , vk , e portanto β 6= 0. É fácil agora isolar w como
combinação linear de (vi )i≤k , como já foi feito na caracterização de dependência linear.
15
Corolário 1.2.24 Sejam F ⊂ G dois s.e.v.’s de Rn . Então, toda base de F completa-se a
uma base de G, e dim F ≤ dim G. A desigualdade se torna uma igualdade se e somente
se F = G.
x1 + x2 + . . . + xn = 0,
x1 + 2x2 + . . . + nxn = 0.
É S um SEV? Se é, calcule sua dimensão.
1.3 Problemas
(Seguem dois exercı́cios de provas passadas do Cel. Jorge. Falta dar as defs. de LI, LD)
n
Pnu1 , . . . ,2un ∈ R vetores, e seja ei a base canônica. Prove que, se ei + ui são
1.3.1 Sejam
LD, então i=1 ||ui || ≥ 1.
então vi é base de Rn .
1.3.4 Prove com as ferramentas já aprendidas que, se temos um sistema de m equações
lineares homogêneo em n incôgnitas com n > m, então existe uma solução não nula do
sistema.
16
1.3.1 Fórmula de Grassmann (ou ‘da dimensão’)
A fórmula é parecida com o princı́pio de inclusão-exclusão (para dois conjuntos).
Prova: Seja ui , i ≤ r uma base de F ∩ G. Complete ela, por um lado, a uma base de F :
então, obtemos ui (i ≤ r), vj (j ≤ h), onde dim F ∩ G = r, dim F = r + h. Faça o mesmo
com G, i.e. complete a base ui de F a uma base ui (i ≤ r), wk (k ≤ `) de G.
AFIRMAÇÃO: ui , vj , wk são base de F + G. De entrada, vemos que F + G está gerado
pela união dos dois conjuntos geradores de F e G já obtidos, e essa união é o conjunto
descrito. Falta provar sua independência linear.
Suponha que X X X
αi ui + βj vj + γk wk = 0.
i j k
17
Se estivermos no Rn , e isso implica também que a origem está fixada, temos um significado
−−→
unı́voco: nos referimos à combinação linear das coordenadas dos vetores de posição OAi ,
que identificamos com Ai .
A pergunta é, será que essas combinações lineares têm significado intrı́nseco, sem depender
da origem escolhida? Vamos ensaiar dois tipos de expressões.
Exemplo 1.4.2 Dados os pontos A, B, C no plano (que supomos não alinhados por sim-
plicidade), escrevemos a expressão
A + 2B − 3C.
Prova: Por um lado, temos que, se Mj são os pontos definidos nas origens Oi para
i = 1, 2, então
−−−→ X −−→
(1.1) O1 M1 = λi O1 Pi ,
−−−→ X −−→
(1.2) O2 M2 = λi O2 Pi ,
18
e portanto os pontos M1 , M2 diferem no vetor
−−−−→ −−−→ −−−→ −−−→ −−−→ −−−→
M1 M2 = O2 M2 − O2 M1 = O2 M2 − O2 O1 − O1 M1 ,
que à sua vez, após usar (1.1) e (1.2) é igual a
X −−−→ −−−→ h X i −−−→
λi O1 O2 − O1 O2 = ( λi ) − 1 O1 O2 .
A prova da segunda parte é praticamente idéntica: cada vez que vemos a expressão B −A,
−→
podemos assumir que é o vetor AB, e de fato se tomar duas origens diferentes Oi é fácil
ver que
−−→ −−→ −−→ −−→ −→
O1 B − O1 A = O2 B − O2 A = AB.
−→ −−→
Igualmente, A −P 3B + 2C = BA + 2BC designa um vetor (independentemente
P da origem
escolhida), e se λi = 0, então igualmente acontece com λi = 0.
Do visto acima, conclui-se a seguinte expressão para os pontos da reta que passa por dois
pontos distintos do espaço n-dimensional, A, B.
−→
Um ponto arbitrário da reta AB é sempre da forma P = A + λAB, quer dizer,
P = A + λ(B − A) = (1 − λ)A + λB,
e o jeito apresentado, interpretando λ como parâmetro tempo, é o de um movimento
retilı́neo uniforme que começa em A e chega em tempo 1 em B. O segmento propriamente
dito é o seitor 0 ≤ λ ≤ 1. O leitor pode comprovar que pontos correspondem aos valores
λ = 21 , 13 , 23 .
Definição 1.4.4 Sejam A, B, C pontos do plano formando triângulo, i.e. não alinhados.
Para todo ponto do plano existem λ, µ, ν ∈ R únicas e independentes da origem a esco-
lher, tais que λ + µ + ν = 1, e P = λA + µB + νC. Elas chamam-se de coordenadas
baricéntricas associadas ao triângulo, ou aos pontos A, B, C.
Vamos fazer uma reflexão quanto aos ‘graus de liberdade’ que providenciam as coorde-
−→ −→ −→
nadas baricéntricas. Se tomarmos uma origem A, temos que AP = µAB + ν AC para
µ, ν únicos (fixe a origem em A e desenhe uma grade com os vetores como padrão, ou
use o próximo tema de dependência linear). Então, na verdade tenemos dois graus de
liberdade, já que λ = 1 − µ − ν é univocamente determinado por µ, ν.
19
Solução do exemplo: Seja mA a mediana do lado BC, i.e. cujo ponto genérico é dado
por
1 1
Pλ ≡ (1 − λ)A + λ( B + C).
2 2
Igualmente, mB é dada pelo ponto genérico
1 1
Qµ ≡ (1 − µ)B + µ( A + C).
2 2
Expandindo e intersectando ambas retas dá:
λ λ µ µ
(1 − λ)A + ( B + C) = A + (1 − µ)B + + C.
2 2 2 2
Agora, podemos igualar todos os coeficientes, ou lembrar que quando aA + bB + cC =
−→ −→
a0 A + b0 B + c0 C em coordenadas baricéntricas, tomando origem em A dá bAB + cAC =
−→ −→
b0 AB + c0 AC (use que ambos são LI!). Vemos, então, que λ = µ = 13 , e por simetria, o
ponto mA ∩ mB pertence a mC .
1.5 Problemas
Apostol, todo o Cap. 13, mais outros.
x1 + x2 + . . . + xn = 0,
x1 + 2x2 + . . . + nxn = 0.
Prove que é um subespaço vetorial, e dê uma base para S.
Cn = C × . n. . × C = R2 × . n. . × R2 = R2n ,
20
e usar o canônico de Rn . Sejam u, v ∈ Cn e ui , vi suas componentes complexas. Escreva
agora uk = a2k−1 + ia2k , vk = b2k−1 + ib2k ; pela identificação, u corresponde a A =
(a1 , · · · , a2n ). Então, seu produto escalar como vetores de R2n é:
Note-se que no caso k = 1, o cálculo resulta uv, e portanto a parte imaginária é menos
a área orientada, o qual difere da nossa exposição no parágrafo 1.0.2. De fato, os fı́sicos
conjugam as componentes do primeiro vetor, e deixam sem conjugar as do segundo – fique
atento, então, quando ler um livro de matemática para fı́sicos ou de fı́sica.
Cabe notar que Re u • v coincide com o produto escalar em R2n , feitas as identificações
oportunas como acima. Na definição dada, acrescenta-se, porém, uma parte imaginária
que contém informação valiosa, resumida na Proposição seguinte.
1. v • u = u • v;
4. (definido positivo)
√ u • u ≥ 0, e u • u = 0 ⇒ u = 0. (A norma de u ∈ Cn define-se
como kuk = u • u, e concorda com a norma euclidiana de R2n com a identificação
usual).
21
A segunda e terceira propriedade juntas chamam-se de sesquilinearidade. O prefixo
sesqui significa ‘um e meio’ (i.e. ‘meio linear’ na segunda componente).
Deixamos a prova como exercı́cio ao leitor.
Exemplo 1.6.4 Calcule o produto escalar hermitiano para os pares de vetores do Exemplo
1.6.1. Note que, se bem que A, iA aparecem como ortogonais em R4 , agora A • iA =
(−i)A • A = −2i e a objeção levantada no Exemplo 1.6.1 some (agora aquele 0 do produto
escalar em R4 é só a parte real do nosso produto escalar hermitiano). Por outro lado,
u, v são também proporcionais, e pode-se aplicar a sesquilinearidade para calcular de dois
jeitos o mesmo resultado u • v.
Deixa-se a observação seguinte ao leitor.
1.6.5 Sejam u, v ∈ Cn , tais que u • v 6= 0. Então, existem r > 0 e um número complexo
de módulo 1, eiθ tal que u • v = reiθ , únicos, e podemos escrever de fato u • eiθ v = r ≥ 0.
22
Prova: Tem tantas provas de esta desigualdade. Vamos escrever primeiro uma baseada
plenamente na versão real para R2n .
Tome u, v ∈ Cn tais que u • v 6= 0 (se for igual a zero, a desigualdade é imediata, bem
como os casos em que a igualdade se dá). Neste caso, podemos utilizar a Obs. 1.6.5, e
temos:
u • eiθ v = r > 0.
Agora, podemos aplicar a desigualdade de Cauchy-Schwarz a Re(u • v), i.e. ao produto
escalar canônico de R2n identificando C com R2 , e temos:
Dica para várias outras provas: O leitor já deveria ser capaz de obter várias outras
por conta própria nessa altura do curso. Para outras provas, pegue os parágrafos de:
kA + zBk2 , componentes normais, etc. e escreva tudo para z ∈ C. Por exemplo, se v 6= 0,
a norma da componente normal de u sobre v é positiva, e abrindo a conta isso já dá mais
uma prova da desigualdade de Cauchy-Schwarz hermitiana.
23
24
Capı́tulo 2
2.1 Retas em Rn
Sejam A, B pontos distintos de Rn . Eles geram uma única reta, que corresponde ao sub-
conjunto LA,B = {(1 − λ)A + λB|λ ∈ R}.
Outro jeito equivalente de definir uma reta é a de especificar um ponto e um vetor diretor,
ou um ponto e um subespaço vetorial de dimensão 1 de Rn :
Proposição 2.1.1 O ponto genérico x de uma reta dada por um ponto fixado p ∈ Rn e
pelo subespaço gerado pelo vetor u ∈ Rn − {0} é dado pelas equações seguintes:
Observa-se na proposição anterior que ficam os pontos da reta parametrizados pela coor-
denada xj0 . Daı́, chegamos à equação paramétrica da reta.
Proposição 2.1.2 Duas retas não paralelas do plano R2 cortam exatamente num ponto.
Se forem paralelas, então ou são iguais ou não cortam.
Prova: No primeiro caso, u, v são LI. Isso significa que dimhu, vi = 2, i.e., u, v são base
de R2 . O sistema de equações para a interseção de r, s é então
p + λu = q + µv,
25
o qual equivale a
(2.1) λu − µv = →
−
pq,
o qual tem uma única solução, sendo u, v base de R2 . No caso de r, s paralelas, a solução
existe se e somente se →
−
pq ∈ hui = hvi. Se isso acontecer, v = au com a 6= 0, e (2.1)
equivale a:
(2.2) (λ − aµ)u = →
−
pq,
e em caso de existir solução, λ pode tomar qualquer valor, o qual implica r ⊂ s. Ana-
logamente µ também toma todos os valores no conjunto solução (exercı́cio), e portanto
s ⊂ r.
2.1.3 Em R3 acontece que duas retas não paralelas podem não cortar. Em termos do
sistema de equações que resulta, isso seria dizer que (2.1) não tem solução, o que equivale
a dizer que →
− / hu, vi. Em outras palavras, os vetores u, v, →
pq ∈ −
pq são LI. Dizemos então que
as duas retas são reversas.
Quando descrevemos uma reta como ` = P + hui, é claro que não temos unicidade do
ponto escolhido (“ponto inicial”’) P e do vetor diretor u.
2.1.4 Podemos caracterizar uma reta ` ⊂ Rn do modo seguinte. ` é não vazio, e existe
um vetor u 6= 0 tal que, para todo ponto p, a reta descreve-se como o conjunto dos pontos
q tais que →−
pqku. Isso equivale a dizer que, dado p ∈ `, q ∈ ` se e somente se q − p = λu,
o qual determina uma reta! Vemos que o ponto inicial pode ser qualquer um. Por outro
lado, se p 6= q estão na reta `, qualquer vetor diretor v deve ser paralelo a →
−
pq, portanto
um vetor diretor está determinado salvo múltiplos não nulos: se u, v vetores diretores,
eles são 6= 0 e paralelos a →
−
pq 6= 0, portanto ukv!
2.2 Planos
Definição 2.2.1 Um plano em Rn , n ≥ 2 é o transladado de um subespaço que possui
uma base de dois elementos, i.e. π = P + hu, vi = {P + λu + µv|λ, µ ∈ R}, onde u, v são
LI. Em outras palavras, um plano é um subconjunto da forma P + F , onde F é um SEV
de dimensão 2 e é chamado subespaço diretor.
26
Proposição 2.2.5 (Equação cartesiana do plano) Dado π = P0 + hu, vi um plano,
pode-se descrever os pontos do plano como os pontos (x, y, z) ∈ R3 tais que
Ax + By + Cz + D = 0,
onde (A, B, C) 6= (0, 0, 0). O vetor normal ao plano é paralelo a (A, B, C).
Escreva N = (A, B, C) (suas coordenadas). Então, temos que os pontos de π são exata-
mente aqueles pontos do espaço X ∈ R3 tais que
−−→
N • P0 X = 0,
(A, B, C) • (x − x0 , y − y0 , z − z0 ) = 0.
Ax + By + Cz + D = 0.
Exemplo 2.2.6 Seja π o plano que passa pelo ponto (1, 2, 0) e de vetores diretores (1, 1, 1)
e (2, 3, 1). Vamos achar a eq. cartesiana de π. Basta aplicar o produto misto (queremos
que o vetor de posição (x − 1, y − 2, z − 0) seja paralelo ao produto vetorial) para obter a
equação:
1 2 x−1
X = det 1 3 y − 2 = 0.
1 1 z−0
Abrindo a conta, sai o resultado desejado.
27
• Um subconjunto M de Rn é uma variedade linear se e somente se, para qualquer
ponto p ∈ M , temos que a função
• Dadas duas variedades lineares L, M como acima, a mı́nima variedade linear L que
contem L, M é N = p + (F + G + Span{→ −
pq}). De fato, tal L contém p e q, portanto
é da forma p + H, com →−
pq ∈ L. Por outra parte, F, G ⊂ H e daı́ F + G ⊂ H.
Juntando tudo, F + G + h→−
pqi ⊂ H. Vemos que a variedade linear p + (F + G + h→ −
pqi
inclui ambas L, M e portanto coincide com L.
2.4 Problemas
2.4.1 Dadas três retas r, s, t em R3 , cujos vetores diretores formam uma base de R3 ,
prove que existe uma única reta t0 paralela a t, que corta r e também corta s.
2.4.2 Dadas duas retas r, s em R3 , reversas, prove que existe uma única reta t que corta
r, s, e perpendicular a r, s. A reta t é chamada de perpendicular comum.
π = P + ha, bi,
π 0 = Q + hc, di.
Prove que π ∩ π 0 consta exatamente de um ponto.
Observação: (resp. a pedido da turma A, 2016) Quem quiser uma ‘visão geométrica’
do resultado anterior pode pensar no seguinte. Projetando na direção de um vetor do
subespaço diretor de π 0 , o plano π segue sendo um plano em R3 e o plano π 0 se torna uma
reta.
Projetando em outra direção do subespaço diretor de π 0 , obtemos o mesmo resultado.
Então, se ambos os casos apresentam a interseção como um único ponto, temos que
28
comprovar que a interseção em R4 consta exatamente de um único ponto. A resposta é a
seguinte.
Se p − q = λu, e p − q = µv onde u, v direções distintas do s.e. diretor de π 0 , i.e. se p, q
da interseção coincidem num único ponto ao projetar, então λu = µv, e como u, v são LI,
temos λ = µ = 0, e portanto temos no máximo um ponto de interseção.
(2.3) det(u, v, w) = (u × v) • w.
(u, v) 7→ u × v
1. é bilinear:
2. é alternada:
u × v = −v × u,
e daı́ u × v = 0 se u, v são LD;
u × (v × w) 6= (u × v) × w,
2.5.2 Note que algumas provas desta seção são desnecessariamente elementares. Isto é
devido ao fato que nelas não pressupomos o ‘Teoremão’ de invariância da dimensão, nem
outros resultados desse grau de sofisticação, no momento da leitura deste parágrafo.
29
Proposição 2.5.3 Sejam u, v, w ∈ R. A fórmula seguinte se satisfaz:
u × (v × w) = (u • w)v − (u • v)w.
(u • v, u • w) 6= (0, 0).
λ(u • v) + µ(u • w) = 0,
e como os coeficientes da equação não são ambos nulos, a solução é da forma
(λ, µ) = γ(−u • w, v • w)
2.5.4 (Completando a prova) Vamos tratar os casos que faltam. Suponha que u •
w = 0 = u • v (v, w ainda LI). Então, u só pode ser paralelo a v × w, e portanto
u × (v × w) = 0; é fácil ver que o lado direito da equação é zero, já que os coeficientes
de v, w são precisamente u • w e −u • v, resp. Isso fecha todas as possibilidades com
v × w 6= 0.
Finalmente, suponha que v × w = 0, i.e. v, w são proporcionais. Se v ou w forem zero,
ambos os lados da igualdade se anulam; portanto, resta só o caso em que v, w 6= 0 são
proporcionais. O lado esquerdo é zero, e para ver que o lado direito se anula basta escrever
v = αw com α 6= 0. Agora, (u • w)v = α(u • v)v = (u • v)αv = (u • v)w, e portanto o lado
direito = 0.
2.5.5 O produto vetorial resulta ser bilinear, quer dizer, linear a cada argumento. Por
isso basta conhecer i × i, i × j, · · · para conhecer o valor de u × v para todos u, v ∈ R2 . A
mesma lógica translada-se a fórmulas como a do triplo produto vetorial u × (v × w). Em
outras palavras, para comprovar a identidade
u × (v × w) = (u • w)v − (u • v)w,
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basta fazer isso para u, v, w tomando valores dos vetores da base canônica i, j, k (ou
e1 , e2 , e3 , tanto faz a notação). Quer dizer, basta comprovar que
Basta, então, comprovar a igualdade no caso dos vetores da base canônica, e fica auto-
maticamente provado para u, v, w ∈ R3 arbitrários. (Trocar v, w não altera a igualdade,
por tanto v, w podem ser tomados da forma v = eb , w = ec onde 1 ≤ b < c ≤ 3. Por outro
lado, se {u, v, w} = {e1 , e2 , e3 }, é fácil ver que ambos os lados são zero. Isso já reduz
bastante os casos a comprovar!)
Proof: Segue do Lema anterior: tal subespaço está gerado por dois vetores A, B LI, e
como u, v são perpendiculares a u × v, temos que u, v ∈ hA, Bi são também uma base de
hA, Bi.
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Lembre que N é a componente normal a u × v, e pelo Corolário 2.5.7 sabemos que
N = λu + µv. Reunindo os dados temos que X = λu + µv + νu × v.
Prova: Dizer que u, v, w são LI equivale a dizer que w ∈ / hu, vi, onde o espaço dado é de
dimensão dois. Em termos da base u, v, u × v, w = au + bv + cu × v, e c 6= 0, por ser
w não coplanar a u, v. Do Exercı́cio 2.5.9 deduz-se que, uma vez que u, v, u × v formam
base pela Proposição 2.5.8, os vetores u, v, w também formam base.
O teorema seguinte mede com precisão quanto falha o produto vetorial em ser associativo.
u × (v × w) − (u × v) × w = v × (u × w),
Prova: Na primera forma do enunciado, sai da fórmula do Triplo Produto Vetorial enun-
ciada e provada acima. Reescreva usando as propriedades básicas do produto vetorial
para obter a segunda igualdade.
2.5.13 Dois planos de R3 são paralelos se e somente se seus vetores normais são para-
lelos.
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2.5.15 Dados A, B, C pontos de cada um dos eixos de um triedro tri-retângulo e O sua
origem, prove que, se denotamos a área de uma face de um tetraedro por |f ace|, a seguinte
igualdade se cumpre:
Dê provas rigurosas de todos os resultados. (Extra: pode generalizar de alguma forma a
tetraedros mais gerais?)
e × (e × u) = −u.
(Pode-se fazer visualmente -com a regra da mão direita-, ou com material já provado.)
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Capı́tulo 3
Prova: Supomos que A seja injetora. Então, as colunas A1 , . . . , An são LI, o qual em Rn
equivale a elas formarem base. Igualmente, se A1 , · · · , An geram o espaço Rn , então são
necessariamente LI, pois senão existiria um Ai em função das outras Aj , j 6= i, e sucederia
que hA1 , · · · , Ai−1 , Ai+1 , · · · , An i = Rn , o qual é impossı́vel.
Corolário 3.0.2 Seja A uma matriz m × n, com n > m. Então, o sistema linear ho-
mogêneo Ax = 0 ∈ Rm tem soluções não triviais.
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Capı́tulo 4
Determinantes
(Como vou passar tempo sem mexer nas notas, vão ter que complementar com as notas
manuscritas digitalizadas - JJRM)
Conhecemos como funcionam os determinantes 2×2 e 3×3. Vamos imitar, então, o volume
orientado nestas dimensões para construir uma função similar, que será o determinante.
Primeiro listamos as propriedades essenciais que caracterizam o determinante.
n
Seja V : Rn × · · · × Rn → R uma ‘função volume orientado’. Da experiência 2− e
3−dimensional, obtemos as regras.
e em geral
V (u1 , . . . , v, . . . , v, . . . , un ) = 0.
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Exemplo 4.0.1 Se n = 2, então V (ae1 + be2 , ce1 + de2 ) = aV (e1 , ce1 + de2 ) + bV (e2 , ce1 +
de2 ). Desenvolvendo por completo, a expressão fica
V (A, B, C) = V (a1 e1 + a2 e2 + a3 e3 , b1 e1 + b2 e2 + b3 e3 , c1 e1 + c2 e2 + c3 e3 ).
Para explicitar a conta completamente, vamos dar uma receita que funciona em geral.
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Proposição 4.0.4 (Fórmula de Binet-Cauchy) Sejam A, B matrizes quadradas n ×
n. Então, det AB = det A det B.
Prova: Defina a função multilinear alternada T (u1 , . . . , un ) = det(Au1 , Au2 , . . . , Aun ).
Da Observação anterior vemos que
T (u1 , . . . , un ) = det(u1 , . . . , un )· T (e1 , . . . , en ) = det(u1 . . . , un ) det A.
No caso em que ui = Bi , ABi é a coluna i-éssima de AB, e dos mesmos argumentos segue
que
T (B1 , . . . , Bn ) = det B det(A1 , . . . , An ) = det B· det A det(e1 , . . . , en ) = det A· det B,
o qual prova a Proposição.
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: O que prova a Proposição 4.0.4 é que o determi-
nante de uma matriz quadrada A é um fator de escala entre o volume de um paralelepı́pedo
gerado por uma base u1 , . . . , un e o volume do paralelepı́pedo imagem por A, i.e. o gerado
por Au1 , . . . , Aun . Esse fator de escala (no caso dos reais) inclui o sinal, que no caso de
R2 , R3 tem o significado usual, i.e. se A mantém ou troca a orientação.
Teorema 4.0.5 Seja A uma matriz n×n. Então, det A = 0 se e somente se suas colunas
A1 , · · · , An são LI.
Prova: Suponha
Pn que as colunas são LD. Por simplicidade (ou após usar DET2), suponha
que A1 = i=2 λi Ai . Então:
X
det(A1 , . . . , An ) = det( λi Ai , A2 , . . . , An ) = 0,
i≥2
por linearidade na 1a componente. Agora, suponha que A tem posto n; isso significa que
A é inversı́vel, i.e. AB = I, e portanto det A det B = det I = 1, e daı́ det A 6= 0.
Para explicitar o determinante
P no caso geral, é melhor escrever os vetores (coluna) em
notação matricial: Aj = aij ei . Então, aplicando DET1 temos:
n
X n
X X
V (A1 , . . . , An ) = V ( ak1 1 ek1 , · · · , akn n ekn ) = ak1 1 · · · akn n V (ek1 , . . . , ekn ).
k1 =1 kn =1 k1 ,...,kn
Os termos cujos ı́ndices se repetem, por DET2, são zero, e portanto só consideramos
aqueles em que k1 , . . . , kn são todos distintos, i.e. {k1 , . . . , kn } = {1, . . . , n}. Para estes,
adotamos uma notação mais amigável, que é a das permutações. Uma permutação de n
elementos é um rearranjo σ : {1, . . . , n} → {1, . . . , n}, i.e. é uma bijeção. O conjunto (o
grupo) de permutações de n elementos denota-se como Sn , e chama-se o grupo simétrico
de n elementos.
Voltando para a expressão, temos que
X
V (A1 , . . . , An ) = aσ(1)1 · · · aσ(n)n V (eσ(1) , . . . , eσ(n) ) =
σ∈Sn
e à sua vez, V (eσ(1) , . . . , eσ(n) ) = sgn(σ)V (e1 , . . . , en ), onde sgn(σ) = ±1 (chamado sinal
de σ) tem a ver com as trocas de sinal através de DET2.
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Definição 4.0.6 Uma permutação τ ∈ Sn se chama transposição (entre dois elemen-
tos i, j (com i 6= j) se τ (i) = j, τ (j) = i e τ (k) = k para todo k 6= i, j. Costuma-se
escrever τ como τ = (i j). (Note que τ −1 = τ para toda transposição τ ).
X
(4.1) det A = sgn(σ)aσ(1)1 · · · aσ(n)n ,
σ∈Sn
onde sgn é o sinal explicitado no Corolário 4.0.8. Isto dá-nos mais um resultado impor-
tante:
Prova: De fato, pensemos que aσ(k)k = ATk,σ(k) , e que quando temos o gráfico de uma
função bijetora, o gráfico da inversa obtém-se transpondo (isso vale para funções de R em
R, ou também para permutações de {1, 2, · · · , n}).
Então, para toda σ ∈ Sn , do parágrafo anterior temos que
n
Y n
Y
aσ(k)k = a`σ−1 (`) ,
k=1 `=1
pois basta trocar k por ` = σ(k). Por outro lado, sgn(σ) = sgn(σ −1 ), e portanto det A =
det AT .
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Apêndice: Sinal de uma permutação
Nesta seção vamos provar, em detalhe, que o sinal de uma permutação está bem definido,
bem como sua relação com o número de inversões.
Dada uma permutação σ, ela não é só uma bijeção no conjunto {1, · · · , n}, mas também
induz uma bijeção no conjunto P2 (n) cujos elementos são os subconjuntos {i, j}. De fato,
ao mandar {i, j} ao subconjunto P2 (σ){σ(i), σ(j)}, e sua inversa P2 (σ −1 ) é a inversa de
P2 (σ). Porém, pode acontecer que i < j mas σ(i) > σ(j). O número de inversões de σ
é o número de pares N (σ) = {(i, j) : i < j, σ(i) > σ(j)}.
Prova:
• No caso em que a < i < b (e portanto j = b), a, i passam a b, i e tem inversão: aqui
contamos b − a − 1 inversões; por outro lado, j, b passa a ser j, a, o qual acarreta
mais b − a − 1 inversões.
Teorema 4.0.11 Seja σ uma permutação. Então, (−1)N (σ1 σ2 ) = (−1)N (σ1 ) (−1)N (σ2 ) .
Portanto, sgn(σ) = (−1)N (σ) , e o sinal não depende da decomposição de σ em trans-
posições.
Q
Prova: Considere o produto σP = 1≤k<h≤n (σ(h) − σ(k)). Então: observamos que
σP
P
= ±1, já que os termos de P estão indexados nos subconjuntos de 2 elementos, e ao
calcular σP só pode variar o sinal.
Precisamos só estabelecer o sinal de σP P
, sendo seu valor absoluto 1. Então, o sinal de
σ(j)−σ(i)
j−i
é negativo quando (i, j) sofre uma inversão, e positivo em outro caso. Isso significa
σP
que P = (−1)N (σ) 1, o qual só depende de σ.
Por outro lado, vemos que
σ1 σ2 P σ1 σ2 P σ2 P
= ,
P σ2 P P
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e reindexando (tome i0 = o menor de σ2 (i), σ2 (j) e j 0 o maior deles) comprova-se que
σ1 σ2 P σ1 P
= .
σ2 P P
O sinal de uma transposição τ é −1, o qual concorda com (−1)N (τ ) , pela Proposição
4.0.10. Mas então, o sinal definido como (−1)k se σ = τ1 · · · τk coincide com nossa versão
através do número de inversões.
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