net/publication/283658658
Rochas Ornamentais
CITATIONS READS
0 208
4 authors, including:
SEE PROFILE
Some of the authors of this publication are also working on these related projects:
All content following this page was uploaded by Luis Guerra Rosa on 11 November 2015.
9.1 Introdução
Uma das situações importantes a estabelecer inicialmente está relacionada com a ter-
minologia aplicada neste sector, a qual nem sempre é uniforme como na maioria dos
materiais de construção. A designação «rocha ornamental» é muitas vezes usada como
sinónimo de «pedra natural» ou mesmo «pedra ornamental». Na realidade, todas estas
designações podem ser utilizadas, desde que em contextos concretos. Considerem-se, por
exemplo, as seguintes «definições»:
• Rocha ornamental — Matéria-prima de origem geológica que é extraída atendendo às
suas capacidades ornamentais intrínsecas (i.e., independente da sua capacidade para
ser utilizada numa determinada aplicação, seja estrutural ou puramente estética). A
rocha é portanto classificada como de uso ornamental, pois, como exemplos, poderá
ser usada num colar, numa peça de estatuária, num painel iluminado, numa fachada
ventilada de um edifício; ou seja, para fins em que as características decorativas e
ornamentais da rocha se impõem pela sua elevada beleza natural.
• Pedra natural — Material geológico com características físicas, mecânicas e químicas
intrínsecas e que pode ser utilizado em diversas situações consoante possua determi-
nados requisitos, designadamente em aplicações estruturais com ou sem fim ornamen-
tal (por exemplo, uma pedra natural pode ser usada como soleira sem pretensões de
ser ornamental).
466 introdução
Figura 9.1: Exemplos de aplicações tradicionais de rochas em pavimentos: a) pavimento e revestimentos exteriores da fundação
Champalimaud, em Lisboa, Portugal (com vista ao fundo do Mosteiro dos Jerónimos); b) pavimento interior do «Duomo di Milano»
em Itália; e outras aplicações mais modernas: c) exterior no Museu da Casa de Serralves, no Porto, Portugal; d) aspecto exterior
do «Diamante Negro» em Copenhaga, Dinamarca. Apesar de, em algumas situações, terem sido aplicados há muitas dezenas de
anos, os revestimentos apresentam ainda um estado de conservação muito razoável.
Apesar de tudo, a faceta mais importante e com maior valor acrescentado é sem dúvida
a relacionada com a componente ornamental da rocha, independentemente de se con-
siderarem também outras propriedades. Este facto, que justifica por si só a escolha do
título deste capítulo (Rochas Ornamentais), não significa que na abordagem deste traba-
lho não sejam igualmente focados assuntos relacionados com a generalidade das pedras
naturais, pese embora seja dado um especial relevo à vertente ornamental.
O conhecimento adequado de uma rocha não passa apenas pelo conhecimento das suas
principais propriedades. Qualquer projecto que envolva a utilização de rochas ornamen-
tais deverá sempre considerar a sua origem; como se realiza a sua extracção; quais os
processos de produção mais adequados; e, também, quais os métodos mais adequados
na sua aplicação e manutenção. De um modo geral, é fundamental reconhecer que cada
uma destas etapas desempenha um papel importante no ciclo de conhecimento relacio-
nado com os produtos de pedra natural.
e dimensões exigidas pela aplicação em vista [2, 3]. Na prática, parâmetros como dimen-
são, brilho e homogeneidade são cruciais durante o processo de aplicação. O conheci-
mento do processamento por parte do próprio projectista poderá minimizar a probabi-
lidade de falha para a obtenção de um produto (quando apresenta características não
conformes), o que implica naturalmente um aumento de custos, relativamente ao ini-
cialmente previsto (por exemplo, material desperdiçado, maiores tempos de execução ou
aplicação deficiente).
A fase de selecção (triagem e escolha final) dos materiais é outra condição muito discu-
tida ao nível de projecto [4]. É normal que em projectos onde a aplicação de rochas orna-
mentais se constitua como fundamental seja necessária uma previsão relativa à coloca-
ção destes produtos. Não é possível contar que dois ladrilhos de, por exemplo, mármore
sejam absolutamente iguais um ao outro. Assim, o processo de classificação e separação
dos produtos considerando as suas características estéticas é fundamental. Actualmente
existem já algumas tentativas para aplicar sistemas periciais que avaliam o aspecto esté-
tico das rochas segundo determinados critérios. Além de ser necessário estender a atri-
buição dos critérios a quem na realidade projecta, é preciso entender que esta escolha
deverá ser uma realidade a curto prazo. De uma forma global, o projectista deverá estar
igualmente dentro dos diversos processos, empíricos ou não, que o transformador final
ou distribuidor tem para classificar os seus produtos.
Apesar de todas estas considerações serem colocadas separadamente, existe uma questão
relevante a todas elas que será sem dúvida a mais importante no futuro destes materiais:
a questão ambiental [5].
Não são raras as situações em que nos deparamos com imagens de uma paisagem con-
frangedora situada em locais que muitas vezes nos deixam maravilhados pela sua beleza.
A exploração pouco controlada de pedreiras a céu aberto, mas sobretudo o aparecimento
de inúmeras escombreiras1 sem qualquer tipo de enquadramento paisagístico, constitui
um dos exemplos mais negativos que surgem quando se pretende utilizar estes materiais
naturais. Infelizmente não são os únicos pois grande parte do processamento é condu-
zido em condições que não permitem olhar para as rochas ornamentais como um pro-
duto ambientalmente interessante. No entanto, o futuro indica já diversos pontos posi-
tivos como sejam a possibilidade de explorar um maior número de pedreiras em túnel
(debaixo da superfície) e possível reutilização dos desperdícios noutros produtos, alguns
de valor acrescentado. A utilização de novas tecnologias de corte e serragem permite
Uma escombreira é um local onde são depositados todos os restos de rocha estéril (sem aproveitamento)
1
9 . 2 E s t r u t u r a d o s m at e r i a i s d e p e d r a
As descrições mais genéricas para definir cada tipo de rocha passam essencialmente pela
enunciação dos diversos constituintes que esta possui e sua distribuição espacial [7].
Além da definição da estrutura cristalina de cada conjunto de minerais presentes na
rocha, existe uma definição mais abrangente de estrutura que permite descrever não só a
composição química e mineralógica de cada espécie pétrea como também a sua textura.
A estrutura do material, entendida de acordo com o atrás mencionado, é o factor mais
determinante na escolha de qualquer material pétreo quando aplicado como material
de construção. Embora pareça complexo, o facto de o projectista entender de um modo
geral qual a estrutura do material poderá permitir-lhe não só conhecer o tipo de proprie-
dades macroscópicas, mecânicas ou outras, que à partida são esperadas, como algumas
vezes identificar (ou impedir) a ocorrência de alguns fenómenos que pouca ou nenhuma
relação possuem com as propriedades normalmente determinadas. Este conhecimento é
na prática uma linha ténue entre o sucesso absoluto de uma aplicação e o fracasso que
redunda numa desconsideração injusta sobre o material pétreo, o qual na prática pode
ter sido utilizado de forma inadequada.
9.2.1 Granitos
Os granitos são rochas ígneas que resultaram de um processo de consolidação em pro-
fundidade de magmas primários ou secundários (rochas plutónicas intrusivas) [4]. Do
ponto de vista macroscópico tratam-se de rochas duras e normalmente difíceis de traba-
lhar mecanicamente. Apresentam tonalidades bastante variadas (branco, cinzento, azul,
rosa ou vermelho) com uma granularidade muito variada: de muito fina com dimensões
máximas das centenas de mícron até muito grosseira, podendo atingir as poucas deze-
nas de centímetros. Como foi referido, do ponto de vista comercial a terminologia gra-
nito engloba outros tipos de rochas, pelo que vulgarmente também se designam este
tipo de rochas por «rochas semelantes ao granito» ou apenas como «granitóides». Em
comum estas rochas podem ter uma ou mais das seguintes três características: i) o facto
de terem composições químico-mineralógicas semelhantes; ii) serem rochas silicatadas;
ou iii) possuírem um processo produtivo semelhante ao utilizado no granito.
patos (feldspatos potássicos e plagioclase) e quartzo, nas quais ocorrem alguns minerais
acessórios (menos de 10 por cento em peso), tais como a mica (biotite e moscovite). Na
Figura 9.3 é possível observar o aspecto de vários tipos de granito portugueses, onde é
possível confrontar a textura macroscópica com a textura2 microscópica (petrografia).
Outra classificação importante passa pela determinação da composição química dos gra-
nitos. Tipicamente, os granitos possuem teores em sílica (SiO2) sempre superiores a 40
por cento (rochas ultrabásicas). No entanto, a generalidade dos granitos tem um teor de
sílica superior a 60 por cento (percentagens em peso). Outros compostos típicos do gra-
nito são a alumina (Al2O3), o óxido de ferro III (Fe2O3), o óxido de magnésio (MgO), o
óxido de sódio (Na2O) ou o óxido de potássio (K2O). Os resultados das análises químicas
podem dar origem a uma estimativa da composição mineralógica das rochas.
Embora seja o termo mais comum, textura microscópica pode ser igualmente substituído pelo termo
2
microestrutura.
E s t r u t u r a d o s m at e r i a i s d e p e d r a 473
9.2.2 Mármores
Os mármores são rochas metamórficas formadas a uma profundidade variável da super-
fície terrestre [7]. O mármore forma-se a partir de transformações mineralógicas e tex-
turais (recristalização completa) de outras rochas com diversas origens. Tipicamente, os
dois principais agentes de metamorfismo (seja «de contacto» ou «regional») que ocorrem
nos mármores são o aumento da pressão e da temperatura. Esta situação faz com que os
mármores apresentem uma variabilidade de propriedades ainda maior que os granitos.
Figura 9.4: Aspecto de vários tipos de mármores e calcários portugueses. a) Mármore Creme — venado, textura macroscópica;
b) Mármore Rosa Aurora, textura macroscópica e c) textura microscópica; d) Calcário Lioz, textura macroscópica; e) Calcário Moca
Creme, textura macroscópica e f) e textura microscópica.
por sua vez encontram-se separadas por planos de descontinuidade (ou de estratifica-
ção) cuja estrutura mostra frequentemente os elementos detríticos que estão na origem
deste tipo de rochas.
Na Figura 9.4 é possível observar o aspecto de vários tipos de mármore e calcário por-
tugueses, podendo confrontar-se a textura macroscópica com a textura microscópica
(petrografia).
9 . 2 . 3 A r d ó s i a s e o u t r a s r o c h a s x i s t e n ta s
As ardósias ou lousas são rochas metamórficas, de tonalidade escura (normalmente cin-
zenta ou azulada) e com um elevado grau de xistosidade [1]. A sua estrutura implica uma
separação muito fácil do material em lâminas paralelas que clivam precisamente pelos
planos de xistosidade. No entanto, existem outras rochas que fazem parte desta classe
de materiais como é o caso do quartzito, cuja utilização tem vindo a crescer recente-
E s t r u t u r a d o s m at e r i a i s d e p e d r a 475
mente, principalmente nalgumas situações onde são aplicados como revestimentos inter-
nos e externos. A utilização deste tipo de rocha deve merecer da parte do projectista um
cuidado reforçado no que concerne à escolha dos materiais. Assim, um melhor conheci-
mento da estrutura destes materiais reveste-se da maior importância dado que os aspec-
tos texturais, relacionados com o grau de xistosidade, possibilita apontar as principais
fragilidades destes materiais [9]. Na Figura 9.5 é possível observar o aspecto de um tipo
de rocha xistenta, podendo confrontar-se a textura macroscópica com a textura micros-
cópica (petrografia).
9 . 3 P r o p r ie d a d e s f í s i c a s e m e c â n i c a s —
e s p e c ifi c a ç õ e s , n o r m a s e r e g u l a m e n ta ç ã o
Apesar de serem quase sempre vistos como produtos estéticos, as propriedades físicas
e mecânicas das rochas são, na maioria das aplicações, decisivas para uma escolha ade-
quada. A execução de um determinado número de estudos e ensaios (alguns de cariz
mais tecnológico) é fundamental para definir a qualidade e desempenho das rochas orna-
mentais [11]. A comprovar este facto está o número muito significativo de estudos técni-
cos que permitem, até um determinado nível, perceber qual a influência destas proprie-
dades (muitas vezes intrínsecas a cada tipo de rocha) numa ou num determinado número
de aplicações [12].
Nos últimos anos, o Comité para a Normalização Europeia (CEN — Comité Técnico 246)
desenvolveu um conjunto de normas de ensaio para rochas naturais (onde se incluem as
ornamentais), as quais incluem a maioria dos testes necessários à correcta caracteriza-
ção destes produtos. A grande maioria das normas encontra-se actualmente traduzida
para português.
Em finais de 2001 foi efectuada a publicação da primeira norma harmonizada para pavi-
mentos externos de pedra natural. Segundo o regulamento existente para os produtos
de construção, directiva de produtos de construção 89/106/EEC, a única forma de veri-
ficar a conformidade dos produtos é através de normas harmonizadas. Tal como é esta-
belecido pelo conteúdo desta directiva, um produto é considerado como cumprindo uma
conformidade determinada se seguir determinados requisitos após verificação de [13]:
— resistência mecânica e estabilidade;
— segurança em caso de incêndio;
— segurança na utilização;
Propriedades físicas e mecânicas 477
Tendo em consideração o mandato dado pela Comissão Europeia, a marcação CE3 é obri-
gatória desde finais de 2003 nos produtos destinados a pavimentos externos em rochas
naturais. Actualmente, os mandatos permitem exigir no curto prazo a respectiva marca-
ção CE em praticamente todos os tipos produtos, incluindo pavimentos internos, reves-
timentos de parede e tecto. Dada a extrema importância que a questão da marcação CE
introduziu na evolução da pedra natural como produto de construção, torna-se relevante
um conhecimento mais específico sobre as implicações gerais da normalização neste sector.
9 . 3 . 1 A p l i c a ç ã o d a M a r c a ç ã o CE e m p r o d u t o s
d e p e d r a n at u r a l
Pode entender-se a normalização como o processo de estabelecer e aplicar regras com o
intuito de abordar ordenada e sistematicamente uma actividade específica, para o bene-
fício e com a participação de todos os interessados e, em particular, para promover a
optimização da economia, levando em consideração as condições funcionais e as exigên-
cias de segurança [14, 15].
A marca CE indica que os produtos, aos quais esta marca é aposta, estão conforme todas as directivas
3
europeias que se lhe aplicam. No caso particular das rochas, a directiva aplicada é a de produtos de cons-
trução 89/106/EEC.
478 Propriedades físicas e mecânicas
A marcação CE, que como se referiu é obrigatória para o mercado da União Europeia,
exige em cada tipo de aplicação um número específico de características a controlar.
No caso, por exemplo, dos pavimentos exteriores, algumas destas são necessariamente
obrigatórias (tais como a resistência à flexão EN 12372 ou a resistência à compres-
são EN 1926, a resistência ao deslizamento EN 1341 Anexo D, a resistência à abrasão
EN 1341 Anexo C e a resistência ao gelo EN 12371), sendo que existem outras duas
características de controlo voluntário (a designação petrográfica EN 12407 e a absorção
de água à pressão atmosférica normal EN 13755). Ser de carácter voluntário não significa
que não seja muito importante comprovar o seu conhecimento, uma vez que, tal como já
foi referido, a análise da petrografia é sem dúvida um dos aspectos mais críticos no que
concerne à avaliação da durabilidade.
Propriedades físicas e mecânicas 479
Obtidos os requisitos mínimos necessários para caracterizar e avaliar cada tipo de pro-
duto, o produtor deve elaborar declarações de conformidade. As declarações de con-
formidade são documentos exclusivos de cada produtor, que provam ao cliente que o
produto que comprou cumpre todos os requisitos exigidos pela respectiva norma harmo-
nizada de produto.
Slabs of natural stone for external paving. Requirements and test methods
EN 1341 Lajes de pedra natural para pavimentos exteriores. Requisitos e métodos
de ensaio
Setts of natural stone for external paving. Requirements and test methods
EN 1342 Cubos e paralelepípedos de pedra natural para pavimentos exteriores.
Requisitos e métodos de ensaio
Kerbs of natural stone for external paving. Requirements and test methods
EN 1343 Guias de pedra natural para pavimentos exteriores. Requisitos e métodos
de ensaio
1
1
1
1 2
b 1 2 2m
2
2
2
d
Legenda
1 – Amostra de referência
2 – Amostra do produto
3 – Luz natural
O controlo dimensional (Figura 9.6) e visual (Figura 9.7) do produto final devem ser rea-
lizados por cada lote produzido, sendo que o volume ou quantidade de um lote de pro-
Propriedades físicas e mecânicas 481
Tabela 9.2: Exemplo das tolerâncias admissíveis na espessura nominal para «Placas
para revestimento de paredes» de acordo com a EN 1469.
Superior a 80 ± 5 mm
dução devem ser determinados pelo produtor tendo em consideração a quantidade diá-
ria produzida e o número de remessas referentes a essa quantidade (de um determinado
produto). De acordo com a EN 12058, este controlo deve incidir sobre:
— procedimentos que permitam tornar regular o controlo dimensional/geométrico dos
vários produtos;
— procedimentos de ensaio regulares à matéria-prima;
— procedimentos de inspecção visual ao produto final;
— procedimentos de inspecção regular dos equipamentos;
É relevante referir que a marcação CE apenas se refere à pedra explorada num dado
momento em determinada zona de uma pedreira e que, por isso, deve ser prevista a repe-
tição dos ensaios iniciais quando haja mudança significativa das características da maté-
ria-prima dentro da pedreira [17].
A marcação CE pretende ser uma plataforma para que as empresas entrem num mer-
cado onde o conhecimento da aplicabilidade e propriedades dos produtos constitui uma
482 Propriedades físicas e mecânicas
ferramenta essencial que melhora a eficácia no intercâmbio comercial dos vários sectores
intervenientes no mercado.
Para os produtos especiais, que não estão incluídos na marcação CE, o conhecimento
sobre as propriedades físico-mecânicas é igualmente importante e poderá permitir um
melhor desempenho do produto nas várias áreas de aplicação [18].
Na Tabela 9.4 é possível observar um exemplo do que poderão ser os ensaios relacionados
com as propriedades físico-mecânicas a determinar para os produtos que não se encon-
tram abrangidos pela marcação CE.
9 . 3 . 2 G a r a n t i a d o s p r o d u t o s d e p e d r a n at u r a l —
a v i a d a c e rt i f i c a ç ã o
A normalização no sector das rochas ornamentais é visível a vários níveis, tais como nor-
mas de produto, normas de ensaio, marcação CE e mais recentemente através da intro-
dução de um sistema de certificação que está implícito a uma marca de pedra portuguesa
(http://www.stone-pt.com/site/). Na sequência das exigências impostas pelo mercado
relativas à capacidade técnica dos produtos em pedra natural [19], existe algum esforço
Produto Ensaios
EN 1925 Natural stone test methods — Determination of water absorption coefficient by capillarity
EN 13364 Natural stone test methods — Determination of the breaking load at dowel hole
EN 14581 Natural stone test methods — Determination of linear thermal expansion coefficient
EN 14066 Natural stone test methods — Determination of resistance to ageing by thermal shock
EN 14231 Natural stone test methods — Determination of the slip resistance by means of the pendulum tester
EN 14147 Natural stone test methods — Determination of resistance to ageing by salt mist
EN 13919 Natural stone test methods — Determination of resistance to ageing by SO2 action in the presence of humidity
Natural stone test methods — Determination of the dynamic modulus of elasticity (by measuring the fundamental
EN 14146
resonance frequency)
EN 1936 Natural stone test methods — Determination of real density and apparent density, and of total and open porosity
EN 12372 Natural stone test methods — Determination of flexural strength under concentrated load
EN 13161 Natural stone test methods — Determination of flexural strength under constant moment
EN 13755 Natural stone test methods — Determination of water absorption at atmospheric pressure
484 Propriedades físicas e mecânicas
Figura 9.8: Imagens dos símbolos associados à certificação de origem e qualidade StonePT®.
nacional para implementar estes conceitos na indústria das rochas ornamentais, desig-
nadamente no reconhecimento internacional relativo à qualidade da pedra portuguesa.
A StonePT® (actuante com base numa entidade independente criada através das empre-
sas nacionais de rochas ornamentais — ver Figura 9.8) certifica, com base em critérios
exigentes e bem definidos, as características físico-mecânicas cruciais para aferir o cor-
recto tipo de aplicação e dimensionamento de cada tipo de pedra. Esta certificação não
incide apenas sobre uma tipologia de pedra em geral, mas sim sobre os produtos (em
qualquer forma que sejam vendidos) transformados na empresa e que possuam uma ori-
gem perfeitamente conhecida e controlada. Como complemento voluntário, a StonePT®
certifica três sub marcas que permitem aumentar ainda mais a credibilidade das empre-
sas quando vendem os seus produtos, nomeadamente atendendo aos aspectos de Higiene
e Segurança no Trabalho, de Ambiente e de Gestão.
É de salientar que a aplicação das normas faz mais sentido quando o elo seguinte uti-
liza estes resultados em conformidade. Ainda que neste momento não seja a prática cor-
rente, a actual linha de actuação aponta para que num futuro relativamente próximo os
aplicadores de pedra (de um modo geral, os construtores suportados pelos engenheiros e
arquitectos) possuam a indicação das características exigidas para o fim desejado, apli-
cando apenas os tipos de pedras e/ou produtos adequados.
É assim de extrema importância que se criem as condições para executar de forma cor-
recta o processo de normalização do sector dos produtos em pedra natural, ou como é
comum dizer-se, para a aplicação e utilização das rochas ornamentais. Na maioria dos
casos é reconhecido pelos construtores e arquitectos que este é o caminho a percorrer
para se atingir um nível de confiança razoável neste sector. O cumprimento de normas
adequadas e a respectiva verificação, juntamente com iniciativas de construção de con-
fiança como a apresentada, por exemplo, pela StonePT®, são pequenos passos técnicos
para o entendimento que se pretende do uso da pedra natural.
486 Propriedades físicas e mecânicas
Tal como foi referido anteriormente, a maioria das metodologias encontra-se já norma-
lizada. No entanto, para alguns projectos especiais aos quais se exige um nível diferente
na determinação das propriedades físicas (por exemplo, uma determinação da densidade
real) existem algumas metodologias alternativas que podem ser utilizadas e solicitadas
especialmente por quem projecta. Nestes casos, a maioria dos laboratórios de caracte-
rização de rochas está apta a realizar os ensaios necessários. Na Figura 9.10 é possível
observar uma imagem relativa à determinação da densidade em provetes normalizados.
Pesar Amostra
de Rocha ao ar
Pesar Amostra
de Rocha imersa
na água
9 . 3 . 4 D e t e r m i n a ç ã o d e p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s
A maioria dos métodos de caracterização mecânica de rochas é geralmente baseada em
análise destrutiva. No entanto, em algumas situações também são utilizados ensaios não
destrutivos, tal como por exemplo a medição do módulo elástico (módulo de Young)
pelo método de ressonância após cada etapa de envelhecimento acelerado de uma rocha.
Apesar deste exemplo, os ensaios não destrutivos são maioritariamente utilizados em
situações onde não é possível retirar qualquer amostra de material ou ainda quando se
pretendem realizar ensaios «in-situ».
Por exemplo, uma aplicação de revestimento em paredes interiores não é tão exigente
como em paredes exteriores. Neste último caso, é necessário considerar adicionalmente
como propriedades relevantes: a absorção de água, a porosidade aberta (designadamente
por capilaridade), a dilatação térmica linear e sobretudo algumas características relati-
vas à durabilidade. Na Figura 9.11 são apresentados alguns exemplos dos ensaios mecâ-
nicos mais comuns.
9 . 3 . 5 Ava l i a ç ã o d a d u r a b i l i d a d e d e r o c h a s
o r n a m e n ta i s
Uma das questões mais importantes para um projectista que pretenda utilizar elemen-
tos em rocha ornamental é poder prever a durabilidade destes elementos. Em aplica-
ções exteriores, a durabilidade, ou seja, a capacidade da rocha manter o aspecto visual
Propriedades físicas e mecânicas 489
A avaliação relativa à variação das propriedades das rochas quando estas são submetidas
a estes testes pode ser efectuada quer recorrendo a ensaios destrutivos quer a não destru-
tivos. Como é evidente, no caso de ser necessário recorrer a testes destrutivos ter-se-ão
que efectuar os ensaios em dois lotes distintos de amostras: materiais no seu estado natu-
ral e materiais expostos às condições de envelhecimento acelerado. Os lotes devem ser
constituídos por um número suficiente de provetes para permitir uma adequada análise
estatística dos resultados [1]. No caso de ser possível optar por testes não destrutivos,
podem evitar-se os problemas ocasionados pelas amostragens, mas por outro lado a rela-
ção entre as propriedades mecânicas determinadas pelos dois tipos de ensaios (destruti-
vos e não destrutivos) não se encontra bem definida. Outros parâmetros importantes de
490 Propriedades físicas e mecânicas
O teste de durabilidade mais utilizado é o teste de gelo-degelo [18]. Neste caso os resul-
tados são normalmente expressos em termos da diminuição da resistência média à flexão
após um determinado número de ciclos, normalmente estabelecido em função da aplica-
ção final (tipicamente, 100 ciclos de gelo-degelo para materiais colocados em telhados;
50 ciclos para aplicações em pavimentos). Recentemente, alguns novos tipos de testes de
envelhecimento acelerado têm sido desenvolvidos, tais como:
— choque térmico (simulando o efeito da variação de temperatura do dia para a noite
num revestimento exterior em pedra);
— exposição a nevoeiro ácido (simulando a acção agressiva da poluição atmosférica);
— exposição a nevoeiro salino (simulando o efeito da atmosfera marinha).
A Figura 9.13 mostra uma imagem de um dos equipamentos mais utilizados para os
ensaios de envelhecimento acelerado.
9 . 3 . 6 P r o p r i e d a d e s t í p i c a s d a s r o c h a s o r n a m e n ta i s
Quem escolhe um material vai precisar naturalmente de identificar as suas caracterís-
ticas ou, no mínimo, saber para cada tipo de material quais os valores das proprieda-
des físico-mecânicas ou ainda qual a durabilidade associada. Tendo em consideração a
impossibilidade de poder descrever as propriedades típicas de todas as rochas ornamen-
tais (a maioria encontra-se já descrita em diversas bases de dados), é possível neste tra-
balho deixar uma ideia relativamente à variabilidade das mesmas nos diversos tipos de
rochas ornamentais mais utilizadas no mercado. Estes valores são igualmente compara-
dos com os resultados experimentais obtidos para algumas rochas portuguesas em par-
ticular (Tabela 9.6). Deste modo, é possível a qualquer engenheiro ou arquitecto projec-
tista saber distinguir as diferentes características das rochas.
Tabela 9.6: Exemplos de propriedades medidas experimentalmente em algumas rochas ornamentais portuguesas
(apresentadas com a respectiva indicação do valor médio) e comparação com as propriedades típicas de cada tipo de pedra
natural. A dispersão dos resultados obtidos varia tipicamente de ensaio para ensaio, sendo mais elevada (superior a 10 por cento
em relação ao valor médio) no caso dos ensaios mecânicos de determinação de resistência à flexão e compressão.
Resistência à compressão [MPa] 255 215 70–280 100 90 50–180 90 105 20–200
Absorção de água à P.At.normal [%] 0.29 0.20 0.10–0.50 0.05 0.06 0.10–0.50 2.34 0.11 até 13.00
Massa volúmica aparente [g/cm3] 2.66 2.64 2.60–2.70 2.71 2.72 2.60–2.90 2.52 2.70 2.00–2.90
Porosidade aberta [%] 0.78 0.55 0–4 * 0.15 0.16 0.3–1.1 5.90 0.31 até 15
9 . 4 P r o d u t o s e a p l i c a ç õ e s d e p e d r a
Esta divisão por categorias está intimamente relacionada com o tipo de aplicação/uti-
lização destes produtos. A cada tipo de aplicação diferente estão associadas caracterís-
ticas e propriedades diferentes, que, se forem determinadas e dadas a conhecer a quem
aplica o produto, contribuem para um melhor desempenho do mesmo. A título de exem-
plo, no primeiro grupo encontram-se de um modo geral os produtos normalizados ou
modulares, que estão incluídos na marcação CE. O segundo grupo engloba blocos e cha-
pas em bruto, que tanto servem em funções de suporte, como são meramente estéticas.
Finalmente, o terceiro grupo abarca toda a panóplia de produtos «manufacturados»,
habitualmente produzidos à medida para cada cliente, tais como aplicações sanitárias,
lareiras, etc. Como o leitor poderá concluir, dentro desta panóplia enorme de produtos,
os requisitos para aplicação e utilização não só devem ser diferentes, como também nem
todos os tipos de pedra natural serão ideais para todas as utilizações.
As três categorias acima descritas podem, ou não, incluir a utilização de rochas com
carácter ornamental. No entanto, todas devem merecer por parte de quem projecta aten-
ção especial no que respeita às suas características técnicas. Neste sentido, tal como já
foi apontado anteriormente, um dos comités técnicos para a normalização de pedras
naturais (CEN TC 246) definiu alguns tipos de produtos e respectiva necessidade de
caracterização com vista à utilização da marcação CE [13].
9 . 4 . 1 Pav i m e n t o s e x t e r i o r e s ( l a d r i l h o s , l a j e s , c u b o s
e g u i a s pa r a c h ã o e e s c a d a s )
O fabrico de cubos para calçada, lancis e lajes para pavimentos exteriores é muito
comum no nosso país e constitui uma actividade tradicional. Podemos observar exem-
plos de aplicação nas muitas praças espalhadas de norte a sul de Portugal. Como facil-
mente se compreende, a caracterização deste tipo de produtos é fulcral, pois fornece ele-
mentos que garantem a qualidade do produto final.
• Lajes de pedra natural para pavimentos exteriores (NP EN 1341): São unidades de
pedra natural utilizadas para pavimentos, nas quais a largura excede os 150 mm e
também é normalmente duas vezes a espessura.
Produtos e aplicações de pedra 493
9 . 4 . 3 Pav i m e n t o s i n t e r i o r e s ( c h ã o e e s c a d a s )
As placas para pavimentos e escadas (EN 12058) podem ser utilizadas tanto no interior
ou no exterior e possuem espessuras superiores a 12 mm.
Cantaria é a designação genérica que é dada à pedra talhada de modo a constituir sóli-
dos geométricos. As cantarias podem ter várias dimensões e acabamentos. São normal-
mente de forma paralelepipédica e aplicam-se para revestir portas e janelas.
9 . 4 . 4 R e v e s t i m e n t o s pa r a t e l h a d o s
( c o b e rt u r a s d e a r d ó s i a o u x i s t o )
As ardósias e em geral os produtos de pedra para cobertura e revestimentos descontí-
nuos (EN 12326-1) são um caso bastante especial neste tipo de materiais de construção
de origem natural. As ardósias são rochas de uma cor geralmente entre o cinzent-escuro
e o cinzento-azulado, constituídas por várias camadas que facilmente se separam umas
das outras ao longo de planos de clivagem. Esses planos são resultantes de um baixo grau
de metamorfismo devido a compressões tectónicas.
Na maior parte dos casos, trata-se de rochas com grão fino, compostas por minerais argi-
losos (mica, sericite e clorite) e minerais granulares (quartzo e feldspato).
9 . 4 . 6 R e q u i s i t o s pa r a o s p r o d u t o s , fa c e a u m a d a d a
aplicação
Tal como foi referido, a cada um dos vários tipos de produtos, podem ou não aplicar-se
directamente normas harmonizadas, as quais são elaboradas na perspectiva de sistema-
tizar e uniformizar a terminologia e a classificação desses produtos de construção obtidos
da pedra natural. As aplicações são, como é possível verificar, as mais variadas e contêm,
cada uma delas, especificações próprias para a utilização final. Assim, após a definição
do tipo de produtos, é vital que estes se possam facilmente relacionar com as caracte-
rísticas e aplicações, de modo a que, quem os aplica possa facilmente seleccionar o que
existe no mercado e garantir o melhor desempenho em serviço.
Na Figura 9.17 apresentam-se algumas das principais aplicações onde se utilizam pro-
dutos de pedra natural.
Produtos e aplicações de pedra 497
Figura 9.17: Exemplos de aplicações de rocha ornamental: a) degraus de escadas; b) placas para revestimento de parede
exterior; c) ladrilho modular para revestimento de paredes exteriores; d) ladrilhos modulares para revestimento interior; e) placas
para revestimento de paredes interiores; f) placas para revestimento de parede e chão interior; g) placas para revestimento de paredes
interiores; h) placas para chão e revestimento de paredes interiores; i) ladrilho modular para pavimento interior; j) combinação
de madeira e placas para revestimento de paredes interiores; k) bancada de cozinha e ladrilho modular.
498 Produtos e aplicações de pedra
No que respeita aos produtos de pedra natural, para os quais existem actualmente nor-
mas harmonizadas ou voluntárias, é possível encontrar imediatamente os tipos de pro-
priedades relevantes para garantir as características fundamentais descritas pela direc-
tiva dos produtos de construção. Para os restantes produtos, não existe uma definição
genérica de qual ou quais as características a determinar. No entanto, com base em
estudos diversos, é possível apontar quais as propriedades a determinar no caso da
maioria dos produtos de rocha utilizados como materiais de construção. Na Tabela 9.7
indicam-se os requisitos mínimos para caracterizar os principais tipos de produtos de
pedra natural.
Figura 9.18: Exemplos de alguns produtos especiais de pedra natural a) mesa de pedra; b) coluna composta de vários
elementos de pedra; c) estátua; d) arte funerária; e) estrutura de mesa em bloco de pedra; f) lintel.
Produtos e aplicações de pedra 499
Tabela 9.7: Requisitos obrigatórios, voluntários e importantes para a correcta caracterização dos principais tipos de produtos
em pedra natural.
Descrição
volunt volunt volunt sim sim volunt volunt impor impor impor impor
petrográfica
Resistência à
— sim — — — sim — — — — —
compressão
Resistência à
Sim — sim sim sim sim sim — impor impor —
flexão
Massa volúmica
impor — impor sim volunt impor impor impor impor impor impor
aparente
Porosidade impor — — sim volunt volunt impor impor impor impor impor
Dilatação
impor — — impor — impor impor impor impor Impor —
térmica linear
Resistência ao
Sim sim impor — volunt — — — — — —
desgaste
Resistência ao
Sim sim impor — sim — — — — — —
deslizamento
Resistência às
impor — — sim impor — — — — — —
ancoragens
Resistência ao
impor — — Impor impor — impor — — impor —
choque
Tabela 9.8: Critérios utilizados para escolha dos requisitos mínimos das características físicas e químicas de produtos de granito. [1]
Produtos de pedra maciça, tais como alvenarias Produtos de pedra em placa utilizados em exterior
e cantarias, bancos de jardins, guias de passeios e interior, tais como ladrilhos e outros produtos
e pedra para calçada, colunas, pórticos e elementos acabados modulares com dimensão bem determinada,
decorativos e ornatos diversos. Normalmente aplicados por assentamento em argamassas, colados
incluem-se os elementos obtidos por simples com cimentos ou afins, e ancorados à estrutura por
serragem, fendilhamento de blocos, ou outros intermédio de grampos ou entre apoios (flutuantes).
mais elaborados.
Resistência à > 100 MPa (aplicável em exteriores) > 80 MPa (aplicável em exteriores)
compressão
Resistência ao uso privado, excluindo cozinhas: min. 0,3 m mínimo placas de 3 cm de espessura:
choque por impacto uso colectivo: min. 0,45 m uso privado, excluindo cozinhas: min. 0,3 m
uso público: min. 0,6 m uso colectivo: min. 0,45 m
uso público: min. 0,6 m
aplicações muito fortes: min. 1,0 m
A determinação das características de cada pedra não constitui, por si só, uma garantia
de qualidade na sua utilização. Como tal, é necessário estabelecer alguns critérios que
permitam avaliar qual a possibilidade de uma determinada rocha (ornamental ou não)
poder ser aplicada na forma de um produto específico.
Para melhor ajudar a definir alguns dos critérios necessários à selecção do tipo de pedra,
é mais uma vez útil distinguir as aplicações em dois tipos de produtos: pedras maciças e
pedras em placas. No que respeita aos produtos especiais, estes terão sempre de ser ana-
lisados caso a caso, consoante a especificidade da aplicação. A Tabela 9.8 exemplifica,
para o caso do granito, quais os critérios mais relevantes. Para o mármore, os critérios
são semelhantes, com algumas excepções, como é o caso da resistência ao desgaste por
abrasão. Os critérios previstos para as restantes propriedades dos mármores têm uma
relação com as suas características físicas e químicas.
Para além deste tipo de características técnicas, existe ainda outro tipo de condições
para garantir a qualidade dos produtos nas aplicações, como por exemplo a resistência
à ancoragem destes materiais
Dependendo do tipo de utilização (do uso exclusivo de peões a uso público com cargas
máximas que se aproximam das 7 toneladas) e do modo como as placas são assentes
(desde cimentos ou mastiques, a assentamentos sobre apoios), assim variam os valores
de resistência à ancoragem (de 5 MPa para placas de espessura de 2 mm, em aplica-
ções mais simples, até 25 MPa para placas de espessura de 50 mm nas aplicações mais
intensivas). Outra característica a ter em conta é a resistência ao deslizamento, que é
dada através da medição de um valor de USRV («Unpolished Slip Resistance Value»
— EN 14231), o qual, no caso dos materiais polidos, deverá ter como valor mínimo um
USRV de 35. Saliente-se que, em situações em que as placas aplicadas em pavimentos
têm uma rugosidade superficial superior a 1 mm, esta determinação não é normalmente
efectuada.
9 . 5 M é t o d o s d e c o l o c a ç ã o e fi x a ç ã o d o s p r o d u t o s
d e p e d r a
No caso das rochas ornamentais, os processos de união dos produtos são normalmente
processos sensíveis e que determinam na maioria das vezes a durabilidade da aplicação.
Basicamente, é possível dividir a colocação de produtos de pedra em dois métodos: o
assentamento natural dos materiais e a ancoragem artificial dos produtos [2]. Se na pri-
502 Métodos de colocação e fixação dos produtos de pedra
meira situação é necessário principalmente que a colocação dos materiais seja efectu-
ada ordenadamente, com o objectivo principal de permitir atingir um sistema rígido que
sirva a finalidade em vista (por exemplo, uma calçada ou muro simples), já na ancora-
gem de produtos de pedra houve uma grande evolução, quer nos elementos de fixação,
quer nas técnicas utilizadas.
9 . 5 . 1 F i x a ç ã o d i r e c ta d e p r o d u t o s d e p e d r a n at u r a l
Uma parte substancial das aplicações que empregam a pedra em pavimentos, fachadas
e, embora em menor número, em coberturas, utiliza preferencialmente a técnica de fixa-
ção directa. Por ser uma operação mais sensível, a fixação directa em fachadas vai ser
abordada pormenorizadamente.
Nos casos onde é possível utilizá-la, a fixação directa na grande parte dos produtos de
pedra pode ser efectuada de duas formas:
• por colagem — quando o elemento de fixação é uma cola. A cola pode ser uma arga-
massa-cola, incorporando ou não resinas especiais, um cimento-cola ou um adesivo
sem cimento (vulgarmente apelidado de «mástique»), normalmente, constituído por
um adesivo de reacção;
• por selagem — quando o elemento de fixação é uma argamassa à base de cal hidráu-
lica ou de cimento branco, o que normalmente se traduz em materiais menos suscep-
tíveis de originar manchas nos revestimentos de pedra natural.
Métodos de colocação e fixação dos produtos de pedra 503
A fixação directa de pedras encontra-se relativamente vulgarizada nos países mais desen-
volvidos. Uma das soluções mais empregues actualmente utiliza como agente de fixação
os cimentos-cola. Estas colas podem apresentar-se ora como produtos monocomponen-
tes que utilizam uma quantidade predefinida de resina incorporada à mistura de pó, ou
como produtos bicomponentes com resina pré-doseada mas não incorporada à mistura
de pó. Por outro lado, os adesivos, materiais sem cimento, têm sido ultimamente uti-
lizados para fazer a fixação das placas em fachadas. Estes adesivos multicomponentes
são geralmente à base de resinas epoxídicas que endurecem por reacção química entre
os seus componentes. Apesar de muito práticas, existe alguma relutância em considerar
este tipo de fixação de pedra em paredes exteriores como o mais aceitável, sendo na rea-
lidade apenas empregues em algumas situações muito particulares e devidamente justifi-
cadas. Geralmente, aconselha-se que, em qualquer dos casos, a fixação directa de pedras
a paredes exteriores utilize sistemas de reforço, tais como os grampos (também designa-
dos por agrafos ou «gatos») (Figura 9.19).
1 3 1 2 3
5 5
6 6
Figura 9.19: Esquemas de fixação directa: a) situação sem reforço; b) situação com
reforço através de agrafos. 1 — Suporte; 2 — Agrafo para reforço da fixação; 3 — Material
de revestimento; 4 — Ancoragem do agrafo; 5 — Material de selagem; 6 — Junta [12].
504 Métodos de colocação e fixação dos produtos de pedra
Apesar de muito exaustivo, este documento não recomenda a colagem de algumas pedras
naturais, como os xistos e as ardósias, devido à sua clivagem natural. A recomendação
do CSTB [23] apresenta de um modo geral todos os elementos relativos à colagem de
produtos em fachadas, em função da porosidade das rochas e da altura do edifício. O
documento refere ainda que a massa superficial máxima admitida para os elementos de
revestimento é de 40 kg/m2.
Após a correcta preparação do suporte, a aplicação dos produtos de colagem deve ser
efectuada utilizando a técnica de colagem dupla, que consiste na aplicação de cola tanto
no suporte a revestir como no tardoz do elemento a colar. Em grandes superfícies reves-
tidas com placas de pedra natural devem prever-se juntas de dilatação.
As patologias mais comuns encontradas em fachadas revestidas com pedra natural são
os desprendimentos e as manchas na superfície das placas. No que respeita ao despren-
dimento de elementos fixados directamente em fachadas, este é particularmente preo-
cupante, uma vez que coloca em risco pessoas e bens. Por outro lado, as manchas nos
revestimentos de pedra natural têm como efeito principal os danos estéticos que causam
às fachadas, mas podem igualmente apontar algumas questões relativas a possíveis infil-
trações nos edifícios.
Para além disso, se houver deposição de sais na interface entre o tardoz das placas cola-
das e a própria cola, gerar-se-ão pressões devido à cristalização dos sais, o que origina o
desprendimento das placas do revestimento. Esta «pressão de cristalização» na superfí-
cie de placas origina uma evidente degradação superficial do material de revestimento.
Na Figura 9.20 é possível observar algumas das ocorrências mais comuns, encontradas
em edifícios, com origem em diversas patologias.
É importante referir que, apesar de se poderem aplicar alguns produtos hidrófobos sobre a
superfície da pedra, ajudando a diminuir as infiltrações de água e a manter o aspecto esté-
tico, uma parte importante deste problema resulta de juntas mal preenchidas ou preenchi-
das com produtos incorrectos, ou de má preparação das superfícies. Estas situações propor-
cionam que a água da chuva possa penetrar na fachada, lixiviando o material de colagem,
Métodos de colocação e fixação dos produtos de pedra 505
Pontos de cola
Os sulcos deixados
pela talocha dentada
não estão esmagados
Figura 9.20: Patologias comuns apresentadas pela má execução das técnicas de fixação
directa. a), b) e c) após apresentarem descolamento das fachadas, as placas de granito foram
retiradas, tendo sido evidenciado uma colagem deficiente d) revestimento de fachada de
calcário, onde se podem observar as manchas de água e onde posteriormente se observaram
algumas eflorescências salinas [11].
9 . 5 . 2 F i x a ç ã o i n d i r e c ta d e p r o d u t o s d e p e d r a
n at u r a l
Apesar de a fixação directa ser, para uma grande parte das aplicações destes produ-
tos (designadamente interiores), provavelmente a técnica de união mais importante no
mundo da construção, existem outras técnicas de fixação que devem ser igualmente refe-
ridas (Figura 9.21). As técnicas alternativas, de fixação indirecta, utilizam estruturas de
suporte onde os produtos (maioritariamente modulares) assentam e são fixados através
de elementos metálicos como pernos ou perfis (no caso de fachadas) ou encaixes (no caso
de pavimentos) [24,25]. As vantagens deste tipo de fixação estão maioritariamente rela-
506 Métodos de colocação e fixação dos produtos de pedra
Figura 9.21: Técnicas habituais de fixação mecânica: a) tipos de fixação para revestimentos em fachada; b) pormenor
de assentamento de pavimentos sobre apoios (estrutura do tipo encaixe), também conhecido por pavimento flutuante [1].
cionadas com o conforto térmico e acústico no interior dos edifícios, diminuindo em larga
escala a probabilidade de infiltrações e respectivas humidades. Além disso, a modulari-
dade dos produtos permite acelerar os ritmos de colocação dos materiais, evitando tem-
pos de espera e defeitos ocasionados pela má execução das técnicas de fixação directa
anteriormente mencionadas.
A desvantagem deste tipo de soluções está relacionada com o seu custo acrescido, que
decorre não só da especificidade dos materiais utilizados, mas igualmente na qualificação
de quem executa este tipo de trabalhos.
Perno de fixação
Na Figura 9.22 são possíveis observar dois exemplos muito comuns de dispositivos para
fixação indirecta, a ancoragem com cavilha (a qual requer furação no topo da pedra) e
ancoragem de apoio em faca/kerf (requer corte contínuo ou descontínuo feito com um
disco no topo da pedra).
508 Métodos de colocação e fixação dos produtos de pedra
faca
ranhura
furo
Acções gravíticas
Na Figura 9.23 podem ser observados os 3 exemplos de furação/corte que são realizados
para aplicar os produtos utilizando os sistemas de fixação mencionados anteriormente.
Uma das soluções mais utilizadas em Portugal é a furação com broca cilíndrica para
inserção de cavilhas. A disposição dos pernos, sempre em número de quatro, dois por
bordo, pode tanto ser na horizontal como na vertical (ver Figura 9.24). A cada perno
podem corresponder uma ou duas cavilhas. Ao nível do dimensionamento, saliente-se
que com esta disposição a acção devido ao peso próprio da peça estará sempre associada
às duas cavilhas inferiores, qualquer que seja a disposição (cavilhas nos bordos verticais
ou cavilhas nos bordos horizontais). Por essa razão, os pernos inferiores são sempre mais
resistentes devido ao facto de no seu dimensionamento se ter em consideração a tota-
lidade do peso próprio das placas (a qual é usualmente utilizada no seu estado menos
favorável, ou seja, saturada de água). Outro aspecto considerado importante é que, para
evitar estados de tensão por falta de alinhamento das furações, só se podem efectuar
dois furos por bordo.
Métodos de colocação e fixação dos produtos de pedra 509
Ancoragem «undercut»
Estrutura metálica de
suporte
Estrutura principal
de apoio (backup)
Figura 9.25: Sistema de fixação undercut. De notar que, para obter um trabalho eficaz,
a sequência dos procedimentos de furação e fixação de um sistema de perfil ancorado a
uma placa (feito através de um parafuso colocado numa bucha expansiva) é muito rigorosa.
Adaptado de [24, 25]
Por último, devem igualmente referir-se os restantes tipos de fixação utilizados conven-
cionalmente na construção, tais como o aperto com parafusos (por exemplo, bancos de
jardim e elementos decorativos) ou a utilização de assentamento de maciços através do
uso de estruturas de betão (por exemplo, em alguns muros). A utilização destes sistemas
é normalmente simples e relativamente económica.
510 C o n s e rva ç ã o , d u r a b i l i d a d e , l i m p e z a
9 . 6 C o n s e rva ç ã o , d u r a b i l i d a d e , l i m p e z a
Apesar de serem reconhecidas como materiais de grande durabilidade, as rochas são sujei-
tas a exposições muito particulares que podem implicar a modificação do seu aspecto e
estrutura. Deste modo, a preservação da pedra à acção da maioria dos agentes agressivos
e respectiva manutenção e restauro é, por si só, uma área vasta e de grande interesse. De
uma maneira geral, os principais agentes de degradação das rochas são os factores exter-
nos que normalmente não controlamos directamente: temperatura, humidade, acidez
das chuvas, nevoeiro salino, acções mecânicas e químicas de organismos vivos, fogo, etc.
No entanto, existem igualmente alguns factores internos muito importantes, tais como
a textura das rochas ou a presença de minerais degradados ou degradáveis, porosidade,
fissuração interna, permeabilidade, capilaridade, higroscopicidade, etc.
De um modo geral, é nos ambientes citadinos que a durabilidade das pedras tem sido
mais afectada. Objectivamente, a degradação é visível do ponto de vista macroscópico
(apresentação de pedras com aspecto muito modificado, aparecimento de manchas e
«lascas» de material que se desprende da superfície). No entanto, em alguns casos, é
também possível observar fenómenos de inchamento e fendilhamento, assim como desa-
gregação da superfície.
Uma das formas mais racionais de encarar a conservação de edifícios é assegurar a manu-
tenção regular (por exemplo, de 5 em 5 anos) das suas características técnicas e estéti-
cas, ao longo da «vida útil» das obras. A acção de conservação mais comum é a limpeza
da pedra, que é efectuada com o objectivo de lhe conferir as suas características estéti-
cas originais. No entanto, a técnica empregue deverá sempre levar em linha de conta as
características de cada tipo de pedra. Note-se que, em obras de elevado valor histórico,
um eventual erro na escolha da técnica de limpeza poderá implicar um dano irrepará-
vel. No decorrer da limpeza da pedra, poderão tornar-se visíveis certos defeitos (orifícios
ou fissuras), os quais, por vezes, podem ser alvo de pequenas reparações. Neste sentido,
são utilizadas algumas argamassas ou resinas especiais que permitem não só atribuir
à pedra um carácter mais uniforme, como também evitam futuros danos internos que
possam vir a ocorrer devido à presença desses defeitos. É possível utilizar dois tipos de
C o n s e rva ç ã o , d u r a b i l i d a d e , l i m p e z a 511
processos para limpeza de pedra: o processo físico e o processo químico. Ambos podem
ser aplicados separadamente ou em conjunto, dependendo das características dos mate-
riais, estado de degradação, localização do problema, efeito desejado, etc. A Tabela 9.9
indica quais os principais tipos de técnicas utilizadas, bem como uma pequena descri-
ção das mesmas.
Técnica de Limpeza
Descrição Sumária
da Pedra
Limpeza a jacto Técnica muito agressiva, pelo que deve ser utilizada com
de ar com abrasivo alguma precaução. É bastante ruidosa e produz uma grande
quantidade de resíduos nocivos para a saúde. Existem métodos
recentes que reduzem a concentração de ar e pó, aumentando
a eficácia através de uma projecção de abrasivo mais adequada.
Limpeza a jacto Técnica semelhante à anterior, embora com menor prejuízo para
de água com abrasivo a saúde, considerando que a projecção é feita através de água.
Permite a utilização de abrasivos especiais que exigem menores
pressões de água.
Na Figura 9.26 é possível observar duas das técnicas utilizadas na limpeza da pedra.
Em primeiro lugar, é necessário assegurar uma correcta avaliação das causas, processos
e ritmo da degradação, bem como uma eficaz selecção das técnicas e materiais a utili-
zar. As operações de restauro devem ser sempre levadas a cabo por especialistas, uma
vez que apenas pessoal de elevada qualificação poderá evitar danos irreparáveis no patri-
mónio que normalmente é visado pelas operações de restauro. Na maioria dos casos, é
necessário manter a autenticidade das obras e manter o seu valor cultural.
que determina as características das intervenções que, no limite, podem levar à recons-
trução de toda a obra ou dos sectores afectados. Na realidade, a maioria das situações
inclui a substituição de alguns elementos ou ornatos previamente elaborados em oficina,
ou a troca de pavimentos ou degraus cujo aspecto apresenta já um estado avançado de
degradação derivado de um excessivo desgaste ocasionado por tráfego muito acentu-
ado. No caso das restantes aplicações de pedra em interiores, é possível verificar que as
rochas silicatadas ácidas são, de um modo geral, menos vulneráveis à degradação tem-
poral quando comparadas com outro tipo de rochas.
9 . 7 Ci c l o d e v i d a
Em geral, o ciclo de vida das rochas confunde-se muitas vezes com a sua própria génese.
As rochas são, por si sós, formadas a partir de diversos minerais que, por acções de
diversos mecanismos, possibilitaram a formação ao longo do tempo de massas sólidas e
compactas. Por sua vez, os minerais que originam a formação das rochas são provenien-
tes ou do desgaste das mesmas à superfície da crosta terrestre ou da cristalização do
magma que entretanto existe na crosta terrestre, ou ainda a partir daquele que é solto
quando um vulcão inicia o processo de erupção. Neste sentido, a vida de uma rocha não
tem um final definido, apenas termina o período relativo à aplicação de um determinado
produto pétreo.
Nos últimos séculos, e pelo menos até há 50 anos atrás, a maior parte das soluções cons-
trutivas utilizadas em habitação em Portugal era mista [12]. Utilizavam uma envolvente
importante de pedra (tijolo ou adobe em zonas onde a pedra não estava disponível), com
pavimentos e cobertura ligeiros de madeira. Esta situação permitia a utilização da pedra
a mais longo prazo, considerando que era possível que esta permanecesse durante deze-
nas ou mesmo centenas de anos a servir determinada função, normalmente estrutural.
[26], a maioria destas soluções tem alguma dificuldade em possibilitar a obtenção simul-
tânea de bom isolamento acústico e inércia térmica. Não obstante as considerações efec-
tuadas, a atitude de quem projecta os edifícios deverá ser cada vez mais a previsão não
só dos custos energéticos que levam à construção do edifício (6 a 20 por cento do con-
sumo de energia total durante 50 anos de uso), mas também os que ocorrem do desman-
telamento, tratamento e transporte de resíduos no fim da vida útil [26].
Como se pode verificar, não é fácil falar sobre o ciclo de vida dos materiais pétreos sem
abordar o assunto de um modo mais vasto. A análise da vida de um produto de pedra pode
ser feita de acordo com as inter-relações apresentadas no exemplo dado na Figura 9.27.
Meio ambiente
Maciço Rochoso
Incorporação dos resíduos
Recuperação Separação
noutros processos — p. ex.
de água de resíduos
cimenteira, pedras artificiais
Pedreira
Desperdício de pedra
Bloco extraído verificada no processo de
corte, na escombreiras, e de
Desperdício de pedra pedra não aproveitável,
verificada no corte com Corte primário após utilização
água e outros abrasivos
Desperdício de pedra
Tratamentos
utilizando água e grandes
superficiais
quantidades de abrasivos
Desperdício de pedra
verificada no corte com Corte secundário
água e abrasivos
Aplicação directa
Utilização na
vida útil
Reutilização
de pedras após
tratamento
Figura 9.27: Interligações possíveis para um produto de pedra natural e que podem
representar o ciclo de vida das rochas: exemplo aplicado a casos do tipo «ladrilho
de dimensões normalizadas».
516 R E F E R Ê NCIAS
R E F E R Ê NC I AS
[1] Casal Moura A. 2000. Granitos e Rochas Similares de Portugal. Ed. I. G.e. Mineiro, Porto.
p.179.
[2] Guerra Rosa L, Amaral PM, Anjinho CA, Cruz Fernandes J, Antunes SD and Antunes J.
2000. Ornamental Stone Processing — New Methodologies for the Characterisation of Petreous
Materials and Diamond Tool Behaviour, in 2nd International Conference on Ornamental Stone,
Vila Viçosa, Portugal.
[3] Guerra Rosa L, Cruz Fernandes J and Amaral PM. 1998. Method for Classification of Stone
Materials According to Their Abrasiveness, in Proceedings of EUROTHEN’99 Workshop —
European Commission — Industrial and Materials Technologies Programme, Athens.
[4] Casal Moura A. 2001. O Granito na Construção Civil e na Arquitectura: Requisitos Técnicos
dos Produtos. Rochas & Equipamentos 61: 14–44.
[5] Ruffa N. 2001. A Matter of Urban Maintenance. Urban Fixtures: The Durability and Reliabi-
lity of Stone Materials, in Marmo Macchine International. pp. 114–130.
[6] Amaral PM, Cruz Fernandes J, Midha S and Guerra Rosa L. 2001. Advances on Industrial
Characterisation of Diamond Tools and Ornamental Stones. ROC Maquina 42: 22–25.
[8] Moorhouse Walter W. 1964. The Study of Rocks in Thin Section. New York, John Weatherhill
Tokyo; printed in Japan: Harper & Row.
[9] Pires V, Amaral PM, Rosa LG, Camposinhos RS. 2010. Slate flexural and anchorage strength
considerations in cladding design. Proc. of Global Stone Congress 2010, Alicante (Spain), March
2–5, 2010; ISBN: 978-84-614-1147-4, paper no.S5–06.
[10] Primavori P. 2000. The Colors of Stone, in Marmo Macchine International. pp. 22–57.
[11] Casal Moura A. 2001. A Pedra Natural Ornamental em Portugal — Nota Breve. Boletim de
Minas 38(3): 161–177.
[12] Carvalho J, Manuppella G and Casal Moura A. 2002. Calcários Ornamentais Portugueses.
Rochas & Equipamentos 67: 6–46.
[13] Frisa Morandini A and Miramonti C. 2003. European Standards and CE Marking on Stone
Construction Products, in Congresso Internacional de Pedra Natural — Arquitectura e Cons-
trução, Lisboa.
[14] Associação Brasileira de Normas Técnicas. Conheça a ABNT, 2ª ed., Rio de Janeiro,
ABNT, 1995.
[16] OSNET, O.a.D.S.N., ed. State of the Art in Characterisation Methodologies and Standards.
Ed. S.C. Sector. 2003.
R E F E R Ê NCIAS 517
[18] Frisa Morandini A. 2004/5. Finished Products, Market and Characterisation: an Introdution.
Osnet Editions 15: 1–11.
[19] Anjinho CA, Pinto S, Pires V, Rodrigues R, Amaral PM. 2006. Inovação no Sector das
Rochas Ornamentais: desenvolvimento de técnicas avançadas de caracterização de materiais e pro-
dutos, ferramentas e matérias-primas, máquinas e sistemas de produção. Rochas & Equipamen-
tos 84: 50–62.
[26] Mendonça P and Bragança L. 2002. Construção em Pedra e Conforto Térmico —Implicações
na Redução do Impacto Ambiental. Rochas & Equipamentos 65: 6–29.
Nota: A versão a cores das imagens da Figura 9.4 podem ser consultadas na página do livro em
www.istpress.ist.utl.pt.