NATAL
2015
2
Natal
2015
3
____________________________________________________________________
Orientadora Profª Drª Maria Arisnete Câmara de Morais
____________________________________________________________
Examinadora Profª Drª Francinaide de Lima Silva
___________________________________________________________
Examinadora Mª Karoline Louise Silva da Costa
Natal
2015
4
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Mardes e Marilac, pelo apoio e incentivo nas horas de desânimo. Aos meus
avós, Juarez, Maria José, Laura (in memorian) e Milton, pelos ensinamentos da vida. Ao meu
irmão, Asafe, por suas sinceras palavras de motivação.
A minha comunidade cristã, Igreja Betesda, por se fazer presente nessa caminhada.
Aos amigos e colegas de classe, companheiros de trabalhos, que fizeram parte da minha
formação e compartilharam as tardes nos últimos quatro anos.
Em especial, Lorena Castro, que se fez sempre disposta a me ajudar e pela sincera amizade.
Por fim, a todos os familiares e amigos pela compreensão nos momentos de ausência,
confiança e apoio.
5
Resumo
1 Palavras Iniciais
Este trabalho faz parte do Projeto História da Leitura e da Escrita no Rio Grande do
Norte (1910-1980)/ Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq), desenvolvido no Grupo de Pesquisa História da Educação, Literatura e Gênero/
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O referido objeto de pesquisa
objetiva contribuir para a historiografia da educação no Brasil e, em especial, no Rio Grande
do Norte, configurando a leitura e a escrita, sob a ótica da presença de professoras, cuja
prática docente ocorreu nos Grupos Escolares (MORAIS, 2014).
Entre a presença das professoras, destacamos, neste trabalho, Maria Alexandrina
Sampaio, formada pela 15º turma da Escola Normal de Natal, em 1924. Evidenciamos sua
prática como educadora durante o período 1924, ano de sua formação, a 1966, ano de sua
aposentadoria.
O objetivo é compreender, em partes, o contexto político- educacional da época e
do fazer pedagógico. Indagamos: como se deu a prática educativa da professora Maria
Alexandrina Sampaio? Escolhemos esta professora devido sua afetiva atuação na docência,
seja em prática em sala de aula, seja à frente de instituições como a Associação dos
Professores do Rio Grande do Norte (APRN), além de publicar o livro Terra potiguar.
Para a realização do trabalho os dados foram coletados no Instituto Histórico e
Geográfico do Rio Grande do Norte (IHGRN), no Arquivo Público do Estado do RN, na
Biblioteca Central Zila Mamede/UFRN, na Escola Estadual Antônio de Azevedo em Jardim
do Seridó, no acervo do Instituto Federal do Estado, além de entrevista com familiares e ex
alunas.
Nesses acervos, dialogamos com reportagens do jornal A República; com Leis e
Decretos do Governo do Rio Grande do Norte; Regimento Interno dos Grupos Escolares;
Relatório e Mensagens Governamentais; Relação nominal dos professores diplomados pela
Escola Normal de Natal; Livro de ponto diário dos professores (1934); Folha de Pagamento
dos Grupos Escolares (1938); Relação de títulos da professora Maria Alexandrina Sampaio
(1962), e o livro Terra Potiguar (1969), de autoria de Maria Alexandrina, Maria das Neves
Queiroz Soares, Concessa Cunha Figueiredo, organizado por Zilda Lopes.
Procuramos compreender as produções de Maria Alexandrina Sampaio e,
analisadas a partir dos pressupostos da História Cultural, as fontes permitiram refletir
6
Ima gem 3 – Registro Nominal dos profes s ores di pl oma dos pel a
Es cola Normal de Natal no ano 1924| Fonte: Arquivo Público do RN
8
Logo após se formar pela Escola Normal de Natal, de acordo com a Relação de
títulos de Maria Alexandrina Sampaio - datada em setembro de 1962 –, foi nomeada pelo
Diretor Geral do Departamento de Educação do Estado do Rio Grande do Norte em janeiro
de 1925, para reger efetivamente na Escola Rudimentar Gonçalves Ledo no município de
Natal, tendo assumido exercício do cargo em 2 de fevereiro do mesmo ano. No ano seguinte,
foi transferida para lecionar na cadeira isolada feminina no Grupo Escolar Fabricio
Maranhão, criado pelo Decreto n. 224 de 8 de janeiro de 1910, na villa de Pedro Velho.
Mariinha - como ficou conhecida Maria Alexandrina - atuou no Grupo Escolar
Antônio de Azevedo em Jardim do Seridó, criado pelo Decreto nº 225 de 8 julho de 1910,
entre os anos 1929 e 1935.
9
Ima gem 6 – Inauguração do espaço físico do Grupo Escolar Antôni o de Azevedo (1929).
Fonte: Acervo da Es col a Es ta dua l Antôni o de Azevedo.
Conforme o Regimento Interno dos Grupos Escolares, o diretor deveria ser um dos
professores do Grupo designado pelo Governo. Ao diretor do Grupo competia:
Ima gem 9 – Ma ria Ma rcellina Sampaio e s uas a lunas Maria Inês Dantas, Dagmar
Medeiros, Ma ria Costa, Rosal i na , Ma ri a Ros i ta Cos ta , Ma ri a Jos é Azevedo,
Ma ri a Al ves da Cos ta , Ira ci Ferna ndes , Ani ta Cos ta e Os va ni a Medei ro s
Fonte: Acervo da Escola Estadual Antônio de Azevedo no drama sobre ci ga na s .
Fonte: Acervo Pes s oa l Ira ci Ferna ndes .
14
Dona Teca recorda-se das revistas diárias de Maria Alexandria antes do início das
aulas “Ela olhava atrás das nossas orelhas, pedia para ver se nossas unhas e olhava também
nossas roupas para ver se estavam limpinhas”. (ARAÚJO, 2014).
Sua prática pedagógica era orientada por percepções didáticas- metodológicas,
apresentadas pelo Regimento Interno dos Grupos Escolares. “Este documento incentivava
a imposição da disciplina na sala de aula, regulava o comportamento de alunos e professores
no interior da instituição escolar, assim como a disseminação de valores e normas
educacionais e sociais.” (MORAIS; SILVA, 2011).
De acordo com o Regimento Interno dos Grupos Escolares a revista deveria ser
diária como um critério de higiene e saúde “antes do início dos trabalhos de cada dia haverá
revista de asseio não só do corpo, como das roupas, devendo o professor providenciar para
que seja sanada qualquer falta que encontrar, sem expol-a ao ridículo.” (RIO GRANDE DO
NORTE, 1925, p.18, art. 39).
15
3ª série, e Maria a 2ª série. Os pais alugaram uma casa na Rua Alexandrino de Alencar e
matricularam os filhos no Grupo Escolar Clementino Câmara, na mesma rua. A professora
avisou aos alunos que a tônica das aulas seria conhecer o nosso estado,
As lições XVII -Gustavo em aula (p. 46-47), XXI – Agricultura (p.52), XXII –
Germinação (p.54), XXII- A cana-de-açúcar (p.55) trás ensinamentos a respeito da geografia
do Estado, assim como exigido no Regimento Interno dos Grupos Escolares.
Na lição XXVIII – Terra Potiguar (p. 65-66), as autoras expressão a paixão pelo Rio
Grande do Norte, ressaltando os pontos turísticos do Estado e suas belezas. Algumas lições
do livro tinham a intensão de mostrar às crianças e fazê-las conhecer a geografia e história
do Estado, a partir da leitura de poemas.
Nas lições XLVIII – Símbolos do Rio Grande do Norte (p.106-107), XLIX – Hino
Oficial do Rio Grande do Norte (p.108-109), LX – Pátria (p.137) e LXII- Símbolos Nacionais
(p.142), o livro Terra Potiguar trás algumas lições voltadas a Pátria, cumprindo o modelo
das propostas educativas do período republicado, voltada para a educação moral e cívica.
23
O Regimento Interno dos Grupos Escolares (1925) destaca que cabia ao professor
instruir o aluno a respeito das noções de moral, social, individual, direitos e deveres e sobre
o sentimento de patriotismo.
4 Palavras Finais
Referências
ALMEIDA, Jane Soares de. Mulheres e educação: a paixão pelo possível. São Paulo: Editora
UNESP, 1998.
25
CERTAU, Michel de. A Escrita da História. Tradução de Maria de Lourdes Menezes; revisão
técnica Arno Vagel. – 3.ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2011.
MORAIS, Maria Arisnete Câmara de. Chicuta Nolasco Fernandes, Intelectual de Mérito.
Natal: Editora A República, 2006.
MORAIS, Maria Arisnete Câmara de. História da leitura e da escrita no Rio Grande do
Norte: presença de professoras (1910-1980). Projeto vinculado ao CNPq, Centro de
Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2011.
RIO GRANDE DO NORTE. Regimento Interno dos Grupos Escolares. Natal: Typografia d’A
República, 1925.
______. Livro de ponto diário dos professores do Grupo Escolar Antônio de Azevedo.
Jardim do Seridó, 20 de janeiro de 1934.
_______. Decreto nº 224, de 8 de janeiro de 1910. Cria na villa de Pedro Velho um Grupo
Escolar denominado “Fabricio Maranhão”. Actos Legislativos e Decretos do Governo.
Natal: impressa oficial, 1910.
_______. Decreto nº 749, de 19 de novembro de 1934. Cria no bairro das Rocas um Grupo
Escolar denominado “Isabel Gondim”. Actos Legislativos e Decretos do Governo. Natal:
impressa oficial, 1934.
_______. Livro de registro nominal dos professores diplomados pela Escola Normal de
Natal (1910-1962). Livro de Natal: Escola Normal, 1940.
SAMPAIO, Maria Alexandrina; SOARES, Maria das Neves Queriroz; FIGUEIRÊDO, Concessa
Cunha; RÊGO, Zilda Lopes. Terra Potiguar. Natal, 1969.