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Artigo original DOI: 105902/2236117019842

Revista Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental


Santa Maria, v. 20, n. 1, jan.-abr. 2016, p. 533−551
Revista do Centro de Ciências Naturais e Exatas – UFSM
ISSN : 22361170

Geração e gerenciamento dos resíduos sólidos em uma oficina


mecânica
Generation and management of solid waste in a mechanical workshop

Michael Bruno Oliveira de Lima1 e Ednilson Viana2

1Bacharel em Gestão Ambiental, Universidade de São Paulo, Escola de Artes, Ciências e Humanidades, SP, Brasil
² Dr. em Saneamento (UFSCAR), professor na Universidade de São Paulo, Escola de Artes, Ciências e Humanidades, SP, Brasil

Resumo

Números demonstram a importância das oficinas mecânicas, sendo uma das principais atividades econômicas do setor de serviços no Brasil.
O problema é que estas oficinas são grandes geradoras de resíduos sólidos, e o mais importante, alguns destes resíduos possuem grande
quantidade de compostos tóxicos. Portanto, é necessário que o gerenciamento e o descarte sejam feitos de maneira correta, para não afetar a
saúde dos trabalhadores e não poluir o ambiente. O presente trabalho analisou um estudo de caso no bairro da Vila Mariana, São Paulo – SP,
a fim de diagnosticar, medir e quantificar a geração deste tipo de resíduo e seu gerenciamento em uma oficina de pequeno porte. Após a
identificação destes resíduos eles foram classificados a partir da NBR-10.004 da ABNT, a fim de facilitar a análise posterior. Pode-se observar
diversos erros na gestão de resíduos nesta oficina, em todas as etapas, coleta, manuseio, armazenamento, descarte final e transporte.
Identificou-se que o resíduo mais gerado nos meses analisados foi a embalagem de óleo, resíduo classificado como perigoso. Observou-se que a
gestão dos resíduos é ineficiente e problemática, e que deve ser aprimorada através de mais acordos entre o poder público e privado, dando
ênfase a importância do manejo correto.

Palavras-chave: resíduos sólidos, oficinas mecânicas, gestão de resíduos, gestão ambiental.

Abstract

Numbers show how important is a mechanical workshop, it is one of the main economics activities of Brazil´s services sector. Due this big
quantity and the type of work, we can say that this kind of firm are a big generating of solid waste, and the most important, some of this
waste have a large amount of toxic compounds. Therefore, the management and the discard must be done correctly, so there is no effect in the
employee´s health and do not contaminate the environment. This work has analyzed a study in one case in Vila Mariana, São Paulo-SP, to
diagnose measure and quantify the generation of this waste and your management in a small workshop. After the identification of the wastes
they were classified after NBR-10.004 da ABNT, with the purpose of make it easier to analysis. It can be observed a several mistakes in the
management of this workshop, in all of the stages, collection, handling, storage, transportation and final discard. It was observed that the
management of the wastes is ineffective and problematic, and must be improved through more sector agreements, given the necessary
importance for the correct management.

Keywords: solid waste, mechanical workshops, management wastes, environmental management.

lima.michaelbruno@gmail.com
Recebido: 14/10/15 Aceito:08/12/15
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1 Introdução

Nos dias de hoje a importância do setor de serviços para a economia e para nossa sociedade vem
crescendo cada vez mais. Em 2003 estimava-se que cerca de 75% da força de trabalho dos EUA era
empregada neste setor, segundo Drejer (2004). Já segundo a Organization for Economic Co-Operation
and Development (OECD – 2004), o sucesso das empresas de serviço no país norte-americano é
diretamente relacionado ao aumento da produtividade e de empregos. Trazendo essa discussão a
nível nacional, o setor de serviços no Brasil é tão importante quanto nos países mais ricos,
principalmente no que diz respeito a criação de empresas, e consequentemente, geração de empregos.
Segundo um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA - 2006), em 2003 os serviços
empregavam quase sete milhões de trabalhadores formais, montante que supera os números da
indústria e comércio para o mesmo ano.
As oficinas mecânicas contribuem para todo esse cenário de desenvolvimento econômico e social
gerado no país, já que é uma atividade do setor de serviços, sejam as oficinas de pequeno porte ou até
mesmo aquelas relacionadas as grandes fabricantes automotivas.
Segundo a Pesquisa Anual de Serviços (PAS), desenvolvida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística em 2010, o serviço de manutenção e reparação de veículos automotores é o que tem maior
número de empresas ativas, com maior receita total e com o maior número de trabalhadores do
segmento de manutenção e reparação do país.
Há atualmente cerca de 41 mil empresas de oficinas mecânicas ativas no estado de São Paulo,
variação positiva de 8,6% com relação ao ano de 2013. Em relação as micros e pequenas empresas, as
oficinas mecânicas ultrapassaram a quantidade de 35 mil no estado, se posicionando em 18º em
quantidade de empresas ativas no ranking de micro e pequenas empresas (EMPRESÔMETRO, 2014).
Vale ressaltar este último número, já que tradicionalmente este tipo de atividade caracteriza-se como
um negócio familiar, portanto, muitas oficinas mecânicas são de pequeno porte, ou seja, micro ou
pequena empresa.
Diante de todos os números apresentados anteriormente não há dúvida de que o setor de serviços,
em especial as oficinas mecânicas, são muito importantes para o nosso dia-a-dia, seja do ponto de vista
econômico ou até mesmo do ponto de vista social.
Entretanto, este tipo de atividade é grande geradora de resíduos, não somente os sólidos, como
também os líquidos, como os óleos e fluídos por exemplo, e os eletroeletrônicos, como os cabos e os
aparelhos elétricos.
A maioria das atividades realizadas frequentemente nas oficinas mecânicas geram algum tipo de
resíduo, dentre as principais, segundo Nunes e Barbosa (2012): “troca de óleo lubrificante, fluídos de
arrefecimento e hidráulicos, troca e limpeza de peças, retífica de motores, injeção eletrônica,
suspensão, freios, regulagem de motor, alinhamento e balanceamento”.
De acordo com o Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do estado de São
Paulo (SINDIREPA) em 2012 estimava-se que cerca de 2 milhões de litros de óleo e 2.500 toneladas de
metal, provenientes somente dos filtros de óleo, seriam descartados no Rio Grande do Sul.
Devido à grande quantidade de resíduos gerados e a sua periculosidade, já que segundo Lopes e
Kemerich (2007) há uma grande quantidade de compostos químicos e tóxicos presentes nestes
elementos, é necessária uma boa gestão destes resíduos para que o descarte seja feito de maneira
ambientalmente correta.
As grandes oficinas geralmente destinam os seus resíduos de maneira correta, mas o problema está
situado principalmente nas menores oficinas, já que muitas vezes a preocupação ambiental destes
negócios é praticamente inexistente.
Segundo Philippi Júnior (2005, apud Moreira e Santana, 2008), caso ocorram descartes ou até
mesmo armazenamentos incorretos do ponto de vista ambiental, não só a saúde dos trabalhadores
pode ser afetada, mas também causar poluição do solo, nos lugares de destinação destes resíduos,
poluição da água subterrânea, caso haja uma infiltração profunda no solo e se a substância for solúvel
em água, e poluição da água superficial, caso os elementos sejam descartados diretamente na rede de
esgoto.

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Atualmente já existem inúmeros estudos que abordam a gestão dos fluídos e óleos
provenientes dessa atividade, além de resoluções específicas para recolhimento, coleta e destinação
dos mesmos, como a CONAMA 362/2005, por exemplo.
Apesar do grande número de oficinas no estado e de ser uma atividade que gera uma carga
poluidora considerável, não é necessário licenciamento para a instalação de uma oficina. Também não
existem resoluções específicas para o tratamento dos resíduos sólidos provenientes de oficinas
mecânicas o que demonstra duas falhas no processo da regulamentação ambiental da atividade.
Portanto, o presente trabalho ajudará a entender melhor o padrão de resíduo sólido gerado,
analisando profundamente os descartes de uma oficina mecânica no bairro da Vila Mariana, São Paulo
– SP. Também elaborará um diagnóstico destes resíduos e definirá algumas diretrizes para o descarte
correto de acordo com a classificação, que será baseada na NBR-10.004 da ABNT (Associação
Brasileira de Normas Técnicas).

2 Objetivos

2.1 Objetivos Gerais


O objetivo geral deste trabalho é entender como é feito o gerenciamento e qual o padrão de geração
dos resíduos sólidos em oficinas mecânicas da zona sul da cidade de São Paulo – SP. Para isto será
analisada como estudo de caso uma oficina mecânica de pequeno porte, localizada no bairro da Vila
Mariana (São Paulo – SP).

2.2 Objetivos Específicos


 Identificar e quantificar todos os resíduos sólidos gerados na oficina mecânica estudada.
 Classificar o resíduo de acordo com a norma NBR-10.004:2004 da ABNT.
 Identificar se a armazenagem e a destinação destes resíduos são feitas corretamente.
 Traçar uma relação entre o estudo de caso e o processo de gerenciamento dos resíduos
sólidos de oficinas na cidade de São Paulo.

3 Metodologia
A oficina mecânica utilizada no estudo de caso está localizada no bairro da Vila Mariana, São Paulo
– SP. É uma microempresa de 20 anos que possui 4 funcionários (dois mecânicos e dois ajudantes).
No período analisado a média de carros que precisou de qualquer tipo de serviço foi de 5 por dia.

3.1 Identificação e quantificação dos resíduos gerados

A identificação e quantificação dos resíduos sólidos gerados foi realizada através do


preenchimento diário de uma planilha pelo responsável da oficina, contendo campos para: “Resíduo
gerado”, “Quantidade” e “Data” (Apêndice 1).
Como o foco do trabalho foram os resíduos sólidos, os resíduos líquidos como esgoto sanitário não
foram considerados e nem mesmo identificados. Porém, a definição de resíduo sólido inclui
determinados líquidos (fluídos viscosos) e o óleo de motor é um destes. Neste estudo, nem mesmo
este tipo de resíduo foi considerado, pois não podem ser comparados com os outros materiais sólidos
já que são contabilizados em litros.
O responsável da oficina concordou em colaborar com a pesquisa e com o preenchimento correto
dos dados. Ficou acordado também que ao final deste trabalho, ele receberia um resumo dos
resultados, que poderia ter um uso na destinação correta para os seus resíduos gerados na oficina.
As informações foram coletadas e compiladas quinzenalmente, a fim de abastecer um banco de
dados que conteve todas as informações.

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Os dados foram colhidos no intervalo dos meses de fevereiro/2015 até junho/2015, acumulando 4
meses de informações bem detalhadas.

3.2 Classificação dos resíduos de acordo com a norma NBR – 10.004 da ABNT

Após a finalização da coleta de dados iniciou-se o período de análise dos resultados para
identificar se existia algum padrão na geração dos resíduos. Para facilitar essa análise os resíduos
foram classificados de acordo com a norma NBR-10.004 da ABNT, que os enquadra de acordo com sua
periculosidade apresentada, sendo classe I (perigosos) e classe II A (não perigosos e não inertes) e
classe II B (não perigosos e inertes). A classificação destes resíduos facilita o diagnóstico e também a
indicação para a destinação correta.
Após a classificação, os dados foram analisados para verificar quais seriam os resíduos mais
gerados e em quais classes eles se enquadram.

3.3 Identificar se o gerenciamento destes resíduos é feito corretamente

Também foi realizada uma visita a cada dois meses para analisar como é feita a coleta, o
armazenamento e a disposição dos resíduos, além da visita quinzenal para obtenção dos dados. Essas
informações foram obtidas através de uma pesquisa realizada com o responsável da oficina e
verificação dos procedimentos em todas as etapas.

4 Resultados e Discussão
4.1 Caracterização dos resíduos gerados na oficina mecânica

Após a finalização da coleta, dia 10 de junho, somaram-se ao banco de dados informações de 129
dias de resíduos gerados, além de informações sobre o gerenciamento, armazenamento e descarte dos
mesmos.
A quantidade total de resíduos tabulados foi de 573, sendo que nestes se encontram 52 tipos
diferentes, ou seja, 52 variedades de peças e resíduos, demonstrando uma baixa variabilidade, cerca
de 8% como mostra o gráfico 1.

Gráfico 1 – Perfil dos resíduos gerados na oficina mecânica estudada em função da variedade obtida

Verificou-se que existem alguns tipos de resíduos sólidos que são usualmente descartados na
oficina mecânica, sendo os dez principais: embalagem de óleo motor, pastilhas de freio, velas de
ignição, embalagens variadas de papelão, disco de freio, amortecedores, buchas de bandeja, rolamento
de roda e filtro de óleo (Gráfico 2). Pode-se afirmar, em geral, que a maioria destes resíduos são

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decorrentes de manutenções anuais, ou a cada 10 mil km, o que é recomendado pelos mecânicos e
pelos fabricantes para manter o carro em bom funcionando.

Gráfico 2 – Principais esíduos sólidos gerados na oficina e em ordem decrescente de ocorrência

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Analisando mais detalhadamente, pode-se verificar que existem quatro resíduos principais que
se somados representam mais de 50% da amostra total, como ilustrado abaixo no gráfico 3.

Gráfico 3 – Principais resíduos encontrados no estudo.

Tendo em vista que estes foram os principais resíduos gerados no estudo de caso, estes foram
classificados de acordo com a NBR-10.004 e identificadas as maneiras corretas de coletá-los, armazená-
los e descartá-los, considerando estas como algumas das etapas do gerenciamento destes resíduos.

4.2 Classificação dos principais resíduos


Após a classificação de acordo com a norma NBR-10.004, pode-se observar, a partir do quadro
1, que dois dos principais resíduos se encaixam na categoria II A – não perigosos, ou seja, não
apresentam periculosidade ao ambiente e a saúde.

Quadro 1 – Classificação dos resíduos segundo a norma NBR 10.004


Resíduo Classe Propriedades
Embalagens de Óleo I - Perigosos Toxicidade, corrosividade
Embalagens de II A - Não perigosos
Degrabilidade, combustibilidade
Papelão não inerte
II A - Não perigosos
Vela de Ignição Degrabilidade, oxidação
não inerte
Pastilhas de Freio Variável Variável

Entretanto, o resíduo que mais foi gerado no estudo de caso, a embalagem de óleo, se enquadra
na classe I - perigoso, o que acentua a necessidade de realizar corretamente os procedimentos de
armazenamento e destinação, para que o ambiente não seja afetado negativamente.
Já as pastilhas de freio têm que ser analisadas mais detalhadamente, pois elas podem ser
fabricadas a partir de vários materiais como, por exemplo, ferro, alumínio, cerâmica, cobre e até
mesmo amianto que está proibido atualmente por ser cancerígeno. Portanto, sua classificação varia de
acordo com o material do qual ela é produzida.

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4.3 Manuseio, coleta, armazenamento e destinação final


Neste item são abordados os principais resíduos como: embalagens de óleo de motor,
embalagens de papelão, velas de ignição e pastilhas de freio, e a avaliação de todas suas etapas na
oficina.

4.3.1 Embalagens de óleo


As embalagens de óleo se enquadram na classe I – perigoso da NBR 10.004, devido as suas
propriedades tóxicas e corrosivas. Portanto, todo o gerenciamento deste resíduo deve ser feito de
modo adequado para que não afete negativamente o ambiente e a saúde dos trabalhadores.

Figura 1 – Embalagens de óleo descartadas. Fonte: FIESP, 2007

A coleta e o manuseio deste material deve ser feita utilizando os equipamentos de proteção
individual (EPI), sendo as luvas descartáveis e máscaras de proteção os itens essenciais, evitando
assim o contato direto com o óleo lubrificante. Na oficina mecânica estudada, não é utilizado nenhum
EPI, independentemente do resíduo manuseado.
Após o uso do óleo, a embalagem deve ser destinada a um coletor vertical, conforme ilustrado
na figura 2, e deverá permanecer por algum tempo neste equipamento para que os restos dos fluídos
escorram por gravidade.
Após o escoamento do óleo residual, a tampa da embalagem deve ser recolocada, assim caso
haja restos de algum fluído ele não se espalhará. O recolocamento da tampa também é importante
para evitar o contato com algum outro fluído que possa transportar o óleo para fora da embalagem.
No estudo de caso esse equipamento é utilizado, porém, a tampa da embalagem não é recolocada.
Sendo as embalagens de óleo resíduos classificados como perigosos, devem seguir padrões
específicos para seu armazenamento. A norma ABNT NBR 12.235/92 trata especificamente sobre o
armazenamento destes resíduos, que, em geral, deve ser feito em:
 Piso impermeável;
 Isento de materiais combustíveis e longe de fontes de ignição;
 Dique de contenção para reter o óleo em caso de vazamento;
 Local fresco e ventilado, pois em lugares muito quentes pode haver liberação de gás
sulfídrico (H2S) a partir da degradação do óleo.

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Figura 2 -– Modelo de coletores para escoamento de óleo. Fonte: FIESP, 2007

Figura 3 – Coletores para escoamento de óleo no estudo de caso

Nenhuma destas técnicas de armazenamento foram encontradas no estudo de caso. Pelo


contrário, todos os resíduos são armazenados em conjunto, diretamente no solo, sem nenhuma
impermeabilização ou proteção.
O resíduo deve ser encaminhado a empresas específicas que farão a lavagem e a reciclagem
deste material.
A reciclagem é fundamental do ponto de vista ambiental. Somente no estudo de caso, pode-se
observar a quantidade grande de geração deste resíduo, representado pelo gráfico 4, cerca de 24% do
total coletado.
Segundo a FIESP (2007) “estima-se que a geração anual de embalagens plásticas usadas contendo
óleo lubrificante no estado de São Paulo está na casa das 150 milhões de embalagens por ano, em sua
grande maioria de 50 gramas (embalagem de 1 litro) ”, o que reforça ainda mais a necessidade da
reciclagem deste material.
O processo é consideravelmente simples e está representado abaixo pela figura 4.

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Gráfico 4 – Quantidade de embalagens de óleo descartadas

Figura 4 – Processo de reciclagem das embalagens plásticas de óleos lubrificantes. Fonte: FIESP (2007)

O principal problema para a reciclagem deste resíduo é a falta de matéria prima, uma vez que a
maioria das oficinas mecânicas descartam estas embalagens como resíduos comuns. Outros problemas
são: falta de locais públicos para receber este tipo de resíduo - e os que existem estão muito espalhados
pelo estado – e os custos elevados para a disposição com, por exemplo, locais de armazenamentos
adequados e transporte através de empresas especializadas.
O transporte deste material deve ser feito de acordo com a norma técnica ABNT NBR
13.221/2005 – Transporte terrestre de resíduos, que define como requisitos gerais:
 Ser feito por meio de equipamento adequado, que durante o percurso não permita
vazamento do resíduo;
 Protegido de intempéries e a fim de evitar seu espalhamento na via pública ou férrea;
 Não podem ser transportados juntamente com alimentos, medicamentos ou produtos
destinados ao uso e/ou consumo humano ou animal, ou com embalagens destinados a
estes fins;
 Deve atender à legislação ambiental específica (federal, estadual ou municipal), quando
existente, bem como deve ser acompanhado de documento de controle ambiental
previsto pelo órgão competente.
Na oficina mecânica estudada as embalagens de óleo são descartadas juntamente com o lixo
comum, conforme a figura 5, sem nenhum tipo de transporte específico, e ficam dispostas no solo até a
passagem do caminhão de lixo, expostas a inundações, contato com animais e pessoas.

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Figura 5 – Descarte de embalagens de óleo em lixo comum

Para facilitar o entendimento de todo o processo a quadro 2 foi construído e resume todo o ciclo
do resíduo na oficina e os principais problemas de gerenciamento do mesmo.

Quadro 2 – Ciclo do resíduo na oficina mecânica

Procedimento Correto Estudo de Caso

Resíduo Embalagem de Óleo Lubrificante

Uso de EPIs como luvas


Manuseio Nenhum EPI é utilizado
descartáveis e máscaras

Uso de coletores verticais


Uso de coletores verticais de óleo
Coleta de óleo e tempo adequado
e tempo adequado para o escoamento
para o escoamento

De acordo com NBR Comum, em contato com os outros


Armazenamento
12.235/92 resíduos e diretamente no solo

Disposição final Encaminhado a reciclagem Descartado como lixo comum

De acordo com NBR


Transporte Descartado como lixo comum
13.221/05

A partir da tabela podemos observar que o estudo de caso apresenta problemas em quatro das
cinco fases existentes – Manuseio, Armazenamento, Disposição Final e Transporte. Portanto, podemos
afirmar que os trabalhadores estão expostos a determinado risco e que o ambiente pode ser afetado
negativamente neste caso, principalmente por se tratar de um resíduo classificado como perigoso.

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4.3.1.1 Logística reversa para embalagens de óleo


Outra ferramenta importante da gestão ambiental para este tipo de material é a logística
reversa.
Segundo o artigo 33 da Lei nº 12.305/2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos
(PNRS), os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de óleos lubrificantes e
embalagens “...são obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos
produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo
dos resíduos sólidos”.
O paragráfo 3 deste mesmo artigo, define as medidas para implementação da logística reversa:
I - Implantar procedimentos de compra de produtos ou embalagens usadas;
II - Disponibilizar postos de entrega de resíduos reutilizáveis e recicláveis;
III - Atuar em parceria com cooperativas ou outras formas de associação de catadores de
materiais reutilizáveis e recicláveis.
Para regulamentar a implementação desta logística a PNRS estabelece três formas:
 Regulamentação: por meio de decreto estabelecido pelo poder público;
 Acordo Setorial: parceria entre poder público e privado;
 Termo de Compromisso: fixação de metas e compromissos mais exigentes, após a
ineficácia dos dois primeiros.
No âmbito nacional podemos afirmar que o método mais utilizado atualmente é o de acordo
setorial, que prevê a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida da embalagem.
O programa Jogue Limpo de responsabilidade do Sindicato Nacional das Empresas
Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes, é um exemplo de sucesso em logística reversa deste
material. É um acordo setorial firmado pelos 9 principais fabricantes de óleos lubrificantes
automotivos do país, que institui a logística reversa de suas embalagens através de uma rede de
parceiros que recebem as embalagens pós consumo e as reciclam, como ilustra a figura 6.

Figura 6 – Logística reversa de embalagens de óleo. Fonte: Sindicom 2011

Somente neste programa, nos anos de 2005 a 2011, mais de 100 milhões de embalagens foram
recolhidas e recicladas em mais de 5 estados.
São necessários mais acordos setoriais como este e maior pressão do poder público para que
os locais de recolhimento de embalagens, que ainda são insuficientes, se dispersem pelo país,
facilitando a entrega pós consumo pelo consumidor e aumentado a taxa, ainda muito baixa, de
resíduos reciclados.

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4.3.2 Embalagens de papelão

Esse tipo de material se enquadra na classe II A – não inerte da NBR-10.004, portanto não é
perigoso, podendo ser reciclado ou destinado a aterros sanitários.

Quadro 3 – Ciclo do resíduo na oficina mecânica

Procedimento Correto Estudo de Caso

Resíduo Embalagens de Papelão

Manuseio Uso opcional de EPIs Nenhum EPI é utilizado

Coleta Sem procedimento especial

Local coberto e isolado,


Em contato com os outros resíduos
Armazenamento distante de materiais
e diretamente no solo
contaminantes

Encaminhado a
Disposição final Encaminhado a reciclagem
reciclagem

Transporte Sem procedimento especial

Pode-se manusear este material sem o uso de EPIs, exceto no caso de contaminação devido a
vazamento de outros produtos. Pode ser armazenado de modo simples, em um local coberto e isolado
que não permita o contato com outros materiais tóxicos. No estudo de caso, as embalagens de papelão
foram armazenadas indevidamente com outros resíduos como, por exemplo, embalagens de óleo e
filtros de óleo acarretando em possíveis contaminações.
As embalagens de papelão são tradicionalmente recolhidas pelos catadores de rua e
encaminhadas a reciclagem. Neste estudo de caso não foi diferente, o dono da oficina encaminhava
semanalmente toda sua produção de papelão a um catador, que retirava na própria oficina todas as
quartas-feiras. Porém, é importante que essas embalagens sejam verificadas antes de serem
encaminhadas, qualquer vestígio de contaminação com fluídos ou óleos inviabiliza a reciclagem.
A partir do quadro 3 podemos observar que o estudo de caso não segue os procedimentos
corretos nas etapas de manuseio e armazenamento para este resíduo. Como o uso de EPIs para
manuseio é apenas opcional, pode-se considerar que a gestão deste resíduo nesta etapa é aceitável.

4.3.3 Velas de ignição


Assim como as embalagens de papelão este resíduo também se enquadra na classe II A – não
inerte da NBR-10.004, portanto não é perigoso. A diferença é que vários tipos de matéria prima o
compõe, portanto, a reciclagem é um pouco mais dificultosa.

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Figura 7 – Ilustração de vela de ignição

Apesar desta diferença os cuidados para manuseio, coleta, armazenamento e destinação final
são bem semelhantes.
O uso de EPIs é indicado para manuseio e coleta do material, porém não é crucial. É necessário
gerenciar o resíduo para que em sua armazenagem ele não entre em contato com outras peças, que
podem ser tóxicas. Também é necessário mantê-lo em locais secos para que suas partes metálicas não
enferrujem.
Na oficina mecânica estudada, novamente foram encontrados erros nos processos. O manuseio
e coleta são feitos sem uso de EPIs. Já o armazenamento é realizado de forma aceitável, todas as velas
são separadas em um recipiente único, conforme figura 8. Entretanto, o local é bastante úmido.
A parte mais relevante do processo é a destinação final das velas. Apesar da maior parte de sua
estrutura ser feita de cerâmica, é possível encontrar em sua composição ligas de platina, ouro e
paládio que podem ser reaproveitadas. Mas para que isso ocorra elas devem ser encaminhadas a
empresas específicas que fazem esse tipo de separação, utilizando o princípio da logística reversa. Por
este motivo este material não deve ser descartado juntamente ao lixo comum. Atualmente no estudo
de caso, as velas são vendidas como sucata, não se sabe exatamente qual a destinação deste material
após o “ferro velho”.

Figura 8 – Armazenamento de resíduos de vela de ignição.

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Quadro 4 – Ciclo do resíduo na oficina mecânica

Procedimento Correto Estudo de Caso

Resíduo Velas de Ignição

Manuseio Uso opcional de EPIs Nenhum EPI é utilizado

Coleta Sem procedimento especial

Local coberto e seco.


Local coberto e úmido.
Armazenamento Afastado de outros resíduos
Isolado de outros resíduos.
contaminantes

Encaminhado a empresas
Disposição final Encaminhado a reciclagem
específicas para reciclagem

Transporte Sem procedimento especial

A gestão deste resíduo pode ser considerada como aceitável, uma vez que todas as etapas
estão parcialmente corretas, como pode-se observar no quadro 4. Entretanto, é possível melhorar o
gerenciamento e atingir o melhor desempenho nas etapas destacadas, utilizando EPIs, armazenando o
resíduo em locais mais secos e encaminhando os resíduos para empresas específicas de reciclagem.

4.3.4 Pastilhas de freio

A classificação deste material pode variar, pois podem ser utilizadas diferentes matérias
primas em sua fabricação. Abaixo as principais, suas características e suas respectivas classificações:
A partir do quadro 5 pode-se observar que a maioria dos tipos de pastilhas de freio se
enquadram na classe II A da NBR-10.004, ou seja, é classificada como um resíduo não perigoso.
Portanto, os cuidados no momento da coleta e manuseio são simples, com o uso de EPIs opcional e
não obrigatório. Os cuidados para o armazenamento também são simples, semelhantes aos processos
já citados anteriormente para resíduos da classe II A, disposição em locais secos e cobertos e
isolamento do contato com outros materiais tóxicos. Para o descarte final, é altamente recomendável
que as pastilhas sejam encaminhadas para a reciclagem, principalmente as com maior porcentagem
metálica, que são mais aceitas em cooperativas por sua maior rentabilidade.

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Lima e Viana: Geração e gerenciamento dos resíduos sólidos em uma oficina mecânica

Quadro 5 – Tipos de velas de ignição, suas características e classificações

Tipo Material Utilizado Classificação Características

II a - Não
Celulose e resina Baixo custo, uso urbano,
Orgânicas perigosa e não
fenólica baixa durabilidade
inerte
Resina com baixa II a - Não
Médio custo, uso urbano,
Organometálicas porcentagem de latão, perigosa e não
média durabilidade
ferro ou alumínio inerte
Resina com alta II a - Não
Médio custo, uso urbano,
Metálicas porcentagem de latão, perigosa e não
boa durabilidade
ferro ou alumínio inerte
Mistura de metais em
II a - Não
pó, normalmente Alto custo, uso
Sinterizadas perigosa e não
alumínio, bronze, cobre, profissional, boa durabilidade
inerte
ferro e cerâmicas
Baixo custo, uso urbano,
Amianto Amianto e resina I - Perigoso baixa durabilidade,
cancerígeno e tóxico.

Já as pastilhas com amianto em sua composição são um sério problema para a saúde pública,
por conta de seu caráter cancerígeno. Por isso, há alguns anos, a fabricação deste tipo de peça foi
proibida. No entanto, ainda pode-se encontrá-la em carros mais antigos, sendo necessário o uso
obrigatório de EPIs, luvas descartáveis e máscaras de proteção, para sua coleta e manuseio. O
armazenamento deve ser compatível a resíduos de classe I, seguindo as normas da NBR 12.235/92 já
descritas anteriormente.
É importante que as pastilhas de freio de amianto sejam encaminhadas para empresas
específicas que irão tratar este resíduo antes de encaminhá-lo ao aterro, uma vez que se descartadas
em lixo comum podem contaminar o ambiente e afetar a saúde humana. O transporte deve ser
realizado através das normas da NBR 13.221/05.
No estudo de caso o gerenciamento deste resíduo é tratado de forma única, sem levar em conta
o tipo do material da pastilha. Não são utilizados EPIs na coleta e manuseio, o armazenamento é
conjunto com outros resíduos contaminantes, conforme figura 9, e são encaminhados para reciclagem
juntamente com os outros resíduos ferrosos (sucata).

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Lima e Viana: Geração e gerenciamento dos resíduos sólidos em uma oficina mecânica

Figura 9 – Armazenamento de resíduos ferrosos

No quadro 6, abaixo, podemos visualizar todo o ciclo de gestão do resíduo. Pode-se observar
que os procedimentos corretos variam de acordo com o tipo da pastilha. Analisar o tipo de material é
extremamente importante para a manutenção da saúde humana e ambiental.
É possível observar falhas em todas as etapas do processo independentemente do tipo da
pastilha.
Quadro 6 – Ciclo do resíduo na oficina mecânica

Procedimento Correto Estudo de Caso

Resíduo Pastilhas de Freio

Uso opcional de EPIs para


pastilhas da classe II A e
Manuseio Nenhum EPI é utilizado
obrigatório para pastilhas da
classe I

Uso opcional de EPIs para


pastilhas da classe II A e
Coleta Nenhum EPI é utilizado
obrigatório para pastilhas da
classe I

Classe II A - Local coberto e


seco. Afastado de outros Local coberto e úmido. Separado
Armazenamento resíduos contaminantes. Classe em conjunto com os outros resíduos
I - De acordo com NBR ferrosos.
12.235/92.

Reciclagem para pastilhas


da classe II A e empresas de
Disposição final Encaminhado a reciclagem
tratamento específico da classe
I

Sem procedimento especial


para pastilhas da classe II A. Levado a reciclagem em conjunto
Transporte
Classe I - De acordo com NBR com os outros resíduos ferrosos.
13.221/05

Vale ressaltar, que no momento da troca da pastilha o mecânico poderia incentivar o uso de
pastilhas mais duráveis, que apesar de serem um pouco mais caras, são mais rentáveis a longo prazo.
Além disso, incentivando esse tipo de pastilha, a quantidade de resíduos gerados será menor, uma vez
que as trocas serão mais esporádicas devido a maior durabilidade do material.

4.3.5 Reciclagem de aço e ferro

Grande quantidade dos resíduos gerados têm algum material ferroso em sua composição. Por
isso, seria interessante que estes fossem encaminhados a reciclagem, como os discos de freio, partes do
amortecedor e rolamentos de roda, por exemplo. É importante ressaltar que alguns resíduos, apesar
de serem fabricados com aço e ferro, não podem ser encaminhados a reciclagem comum devido a
presença de substâncias tóxicas, inflamáveis e perigosas como óleos e fluídos residuais. Nestes casos é

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Lima e Viana: Geração e gerenciamento dos resíduos sólidos em uma oficina mecânica

necessário que a sucata seja lavada por empresas ou maquinário específico antes do processo de
reciclagem.
Essas peças devem ser armazenadas separadamente, para que não haja contato com outros
resíduos e contaminação. Também devem permanecer em locais secos e cobertos, a fim de evitar o
enferrujamento.

5 Conclusões

Pelos resultados obtidos pode-se afirmar que a oficina mecânica estudada apresenta falhas no
que se refere ao gerenciamento correto dos resíduos sólidos ali gerados e contribuindo ainda mais
para aumentar a periculosidade dos resíduos sólidos domiciliares, que são coletados como resíduos
comuns pela prefeitura. Isto porque um dos principais resíduos gerados se enquadram na classe I da
NBR 10.004, considerados perigosos. Nem mesmo a gestão deste tipo de resíduo, embalagens de óleo
e pastilhas de freio de amianto, foi considerada eficiente.
Vale ressaltar a quantidade de embalagens de óleo geradas, somente no estudo de caso este
resíduo representou 24% do total geral. Considerando também suas características, toxicidade e
corrosividade, esse número chama ainda mais atenção, já que o classifica como um resíduo perigoso.
Caso essa taxa se mantenha estável em outras oficinas, o cenário que elas representam no espaço
urbano pode ser crítico, ainda mais considerando a quantidade de oficinas existentes na região
metropolitana de São Paulo. Segundo o site Empresômetro, atualmente há mais de 470 mil micros e
pequenas empresas na cidade classificadas como oficinas mecânicas, isso desconsiderando as
empresas sem registro e as médias e grandes empresas. Portanto, a geração deste resíduo será imensa,
em contrapartida, sua taxa de aproveitamento pela reutilização de materiais ou mesmo a reciclagem é
muito baixa.
Além da destinação final e transporte, outras etapas do gerenciamento de resíduos precisam ser
melhoradas. Através do estudo pode-se observar a inutilização dos equipamentos de proteção
individual nas etapas de coleta e manuseio, que pode acarretar em problemas na saúde dos
trabalhadores.
A etapa de armazenamento também é bastante problemática, muitos resíduos não possuem o
isolamento correto. O contato com materiais tóxicos pode resultar em possíveis contaminações e a
impossibilidade de encaminhá-los a reciclagem. Nem mesmo no caso de resíduos perigosos o
armazenamento mostrou-se adequado, o que pode representar além do impacto ambiental, risco a
saúde dos trabalhadores.
Portanto, pode-se afirmar que há uma necessidade de se avançar no aprimoramento do
gerenciamento destes resíduos em todas as suas etapas, tomando medidas fiscalizatórias, mas
principalmente educativas para que se tenhamos um cenário mais promissor no futuro e em harmonia
com a nossa Política Nacional de Resíduos Sólidos.

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Classificação. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.

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resíduos sólidos perigosos. Rio de Janeiro: ABNT, 1992.

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terrestre de resíduos. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.

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agosto de 2010.

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